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MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS

PROF. SÔNIA

IMPORTÂNCIA DO CONTROLE EFICAZ DA CONCEPÇÃO


 Emancipação da mulher e participação no mercado de trabalho – redução do
número de filhos no decorrer da história.
 Planejamento familiar - adequação entre o número de filhos e suas condições
econômicas
 Liberalidade da prática sexual
o Entre adolescentes: houve um aumento de gestações indesejadas ou
abortos
o SUS (1997): registrou 2.718. 265 partos (26,5% em adolescentes de 10 a
19 anos).
Hoje nós dispomos de vários métodos anticoncepcionais, sendo o mais utilizado
a pílula anticoncepcional. No entanto, nem todo paciente se adapta a este
método. Dentre as pílulas, existem de vários tipos, com dosagens diferentes de
hormônios, justamente para adequar o melhor método a paciente.

CLASSIFICAÇÃO
 MÉTODOS COMPORTAMENTAIS – mais antigos
 MÉTODOS DE BARREIRA
 DISPOSITIVOS INTRA-UTERINOS
 ANTICONCEPÇÃO HORMONAL
 MÉTODOS IRREVERSÍVEIS
(CIRÚRGICOS: VASECTOMIA E LAQUEAÇÃO TUBÁRIA)

ÍNDICE DE PEARL (FALHA):


 NÚMERO DE GESTAÇÕES/100 MULHERES/ANO

MÉTODOS COMPORTAMENTAIS
MÉTODOS DE BARREIRA
ANTICONCEPÇÃO HORMONAL DE EMERGÊNCIA
DISPOSITIVOS INTRA-UTERINOS
ANTICONCEPÇÃO HORMONAL
MÉTODOS CIRÚRGICOS
Deve-se verificar este índice para que se possa indicar o método que se adeque bem
(menos efeitos colaterais) e que seja seguro.

CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS COMPORTAMENTAIS


1. COITO EM PERÍODO NÃO FÉRTIL
2. EJACULAÇÃO EXTRAVAGINAL

1. COITO EM PERÍODO NÃO FÉRTIL


 ABSTINÊNCIA PERIÓDICA
o MÉTODO DO CALENDÁRIO OU TABELA (descrito por OGINO-
KNAUS)
Paciente deve falar ao ginecologista o que aconteceu nos seus 8
ciclos,marcados no calendário. Com isso, identifica-se o ciclo mais
curto, entre um ciclo e outro (intervalo) e o ciclo mais longo. Por

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exemplo: ciclo mais curto de 25 dias e o mais longo de 35 dias – Regra:
pega o ciclo mais curto, diminui de 18; e o ciclo mais longo, diminuir de
11. Logo: 25-18 = 7 (identifica inicio do período fértil) e 35-11 = 24
(final do período fértil). Teria que ficar em abstinência do 7 ao 24 dia.
Quanto mais irregular é o ciclo, maior o período de abstinência.
Possui índice de falha muito grande.
o MÉTODO DO MUCO CERVICAL (BILLINGS)
Paciente identifica o muco cervical que se exteriorizaria, produzido pelo
colo. Quando este se torna mais fluido, é na segunda parte do ciclo, ou
seja, paciente ovulou e, por efeito progestacional, o liquido fica mais
fluido, pois apresenta maior quantidade de água. Muito subjetivo
o MÉTODO DA TEMPERATURA BASAL
Elevação de 2 graus na temperatura, por efeito progestacional,
indicando período fértil.
o MÉTODO SINTOTÉRMICO (TABELA + MUCO CERVICAL /
MUCO CERVICAL + TEMPERATURA BASAL)
Procurar ver se a falha é menor. Tabela e muco cervical e identifica o
início do período fértil. Muco e temperatura basal identifica final do
período fértil.
Nenhum desses métodos está indicado em ciclo irregular
São muito simples, usados no passado.

 MÉTODO DA AMENORRÉIA LACTACIONAL


Menor índice de falha, pois se o bebê (de até 6 meses) esta se alimentando
apenas pela amamentação, a paciente está em amenorreia e provavelmente
esta paciente deve estar em anovulação. Então, nesse período e nessas
circunstâncias teríamos uma segurança maior.

2. EJACULAÇÃO EXTRAVAGINAL
 COITO INTERROMPIDO OU VARIANTES
o COITO INTERFÊMORA – entre as coxas
o COITO RESERVADO (CAREZZA) – há penetração, mas não há
movimentos masculinos e, portanto, não há ejaculação.
 VARIANTES SEXUAIS SEM PENETRAÇÃO VAGINAL
o SEXO ORAL, SEXO ANAL, MASTURBAÇÃO A DOIS, ETC.

MÉTODOS COMPORTAMENTAIS
 VANTAGENS
o Nenhum custo
o Aval da Igreja (importante para casais religiosos)
o Isentos de efeitos colaterais físicos
o Casal divide as responsabilidades do planejamento familiar

 DESVANTAGENS
o Falha elevada
o Conhecimento do ciclo – necessário um ciclo regular
o Abstinência sexual periódica
o Insatisfação/Disfunção sexual
o Risco para DST/AIDS

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CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE BARREIRA
 BARREIRA MECÂNICA
o - CONDOM OU PRESERVATIVO (MASCULINO OU FEMININO)
o - DIAFRAGMA
o - CAPUZ CERVICAL
 BARREIRA QUÍMICA
o ESPERMICIDAS
 BARREIRAS MECÂNICA E QUÍMICA
o ESPONJAS VAGINAIS

PRESERVATIVO MASCULINO
 VANTAGENS
o DUPLA AÇÃO: CONTRACEPÇÃO E PREVENÇÃO DE DST/AIDS
o BAIXO CUSTO
o PODE SER ASSOCIADO COM OUTRO MÉTODO – que essa é a
grande... (14´16´´)

 PRESERVATIVO MASCULINO DE LÁTEX


o São lubrificados e alguns também são revertidos com espermicidas; são
fabricados no Brasil.

 DESVANTAGENS
o EFICÁCIA USO-DEPENDENTE – índice de falha elevado
o IRRITAÇÃO E ALERGIA AO LÁTEX
o TEM EFEITO PSICOLÓGICO NEGATIVO SOBRE O ATO SEXUAL
o HÁ POSSIBILIDADE DE DIMINUIÇÃO DA SENSIBILIDADE E PODE
SE ROMPER PELO ATRITO DURANTE O COITO

 PRESERVATIVO MASCULINO DE PLÁSTICO


o Mais fino, mais resistente e maior do que o de látex; permite maior
sensibilidade durante o coito; são lubrificados; não são fabricados no Brasil).

PRESERVATIVO FEMININO
Lubrificado. Menor anel se localiza na extremidade fechada e se encaixa no
colo. Maior anel recobre a vulva. Todo o tubo vai revestir a cavidade vaginal

o VANTAGENS
o DUPLA AÇÃO: CONTRACEPÇÃO E PREVENÇÃO DE
DST/AIDS
o MAIOR CONTROLE DA MULHER SOBRE SUA FERTILIDADE
o NÃO CAUSA ALERGIAS (POLIURETANO) - custo

o DESVANTAGENS
o CUSTO ELEVADO
o RUÍDOS DURANTE O COITO, PREJUDICANDO O EROTISMO
o DESCONFORTO
o DIFÍCIL MANUSEIO
o ESTETICAMENTE DESAGRADÁVEL

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DIAFRAGMA (olhar slides – figuras)
o A mulher segura o DIAFRAGMA com a face convexa para baixo (como uma
xícara).
o Coloca-se aproximadamente uma colher das de sopa de geléia espermicida na
face côncava do DIAFRAGMA e nas bordas.
Não é medicado. Diferente do anel vaginal, que é medicado com hormônio
Tem que ficar por trás da sínfise púbica e posteriormente ao fundo de saco.
Existem diafragmas de vários tamanhos (60-85). Ginecologista tem q medir com
anel;

o COLOCAR - 30min até 2h antes do coito


o RETIRAR - 6 a 8h após o coito (até 24h)
o HAVENDO MAIS DE UM COITO - reaplicar espermicida
o APÓS A RETIRADA - lavar (pode ferver) e guardar
o DURABILIDADE - 2 a 3 anos
o DIÂMETRO DO DIAFRAGMA - sempre reavaliar
o CONTROLE - consultas anuais

 DIAFRAGMA SEMINA
o Fabricado no Brasil; de silicone e aro em espiral de metal tratado;
antialérgico, inodoro; usado com geleia espermicida; tamanhos de 60 –
85

 VANTAGENS
o Boa eficácia
o Não interfere no ato sexual

 DESVANTAGENS
o Alto custo relativo (só precisa trocar de 2 em 2 anos)
o Alergia ao látex ou ao espermicida
o Irritações vaginais
o Fatores socioculturais (dificuldade de manipulação dos genitais)

 CONTRA-INDICAÇÕES
o ALTERAÇÕES ANATÔMICAS (hímem íntegro, distopias, septo
vaginal, fístula vaginal)
o VULVOVAGINITES/DIP

CAPUZ CERVICAL
 NÃO É COMERCIALIZADO NO BRASIL
 APENAS NA INGLATERRA, EUA E CANADÁ (de látex ou de polietileno)
 É ADAPTADO EXCLUSIVAMENTE AO COLO UTERINO
 MANTÉM-SE NO LUGAR POR SUCÇÃO –fica fixado no colo do útero por
sucção

ESPERMICIDAS
 VANTAGENS

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DESVANTAGENS
o Fáceis de usar  Baixa eficácia quando
o Alguma ação contra: usado isoladamente
 Gonococo  Pode provocar irritações
 Monília genitais
 Gardnerella  Malformações
 Treponema congênitas (?)
 Chlamydia
 Trichomonas
 HIV (in vitro)
Sempre deve ser usado com outro método. Se utilizado sozinho tem um
índice de falha maior

GELÉIA NONOXINOL-9 (2%) Lubrix


o Comercializado no Brasil; colocar 30 min a 1h antes do coito; até 6h
após o coito não fazer higiene e nem usar duchas vaginais.

DISPOSITIVOS INTRA-UTERINOS (DIU)


 INERTES (Alça de Lippes; DIU de Soichet) – não são mais usados
 MEDICADOS
o Com cobre – muito utilizado
o Com prata (Anel de Ota®)
o Com levonorgestrel 20μg (Sistema Intra- Uterino = Endoceptivo)
– método sofisticado,medicado com progesterona

 MECANISMO DE AÇÃO:
 Aumento da motilidade tubária
 Respostas inflamatórias locais ao corpo estranho, causando lise
do blastocisto e/ou prevenção da implantação
 Imobilização dos espermatozóides
 Alteração do muco cervical – muco bem espesso (age como se
fosse uma barreira mecânica), mostrando que elas não entram
em ovulação.
 Aumento da produção local de prostaglandinas que inibem a
implantação
 Competição do cobre com o zinco, inibindo a anidrase carbônica
e a possível atividade da fosfatase alcalina
 Desalojamento do blastocisto mecanicamente, impedindo a
implantação no endométrio

 CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS:
o Gestação confirmada ou suspeita;
o Câncer do colo uterino, do endométrio e do ovário;
o Coriocarcinoma;
o Tuberculose genital feminina;
o Dois ou mais episódios de DIP prévias;
o DIP atual ou recente;
o Cervicite aguda;
o Alterações anatômicas do útero;
o Infecção pós-parto ou pós-aborto;
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o Sangramento vaginal de etiologia desconhecida;
Então toda paciente que tá com processo inflamatório, que não
seja uma DIP, que ela ta acima da região istma, que seja uma
cervicite aguda, que seja uma polpite, a paciente não deve usar o
DIU. Tem que tratar. Pacientes promiscuas não podem usar o
DIU, pois o fio do DIU fica pra fora, então ela vai ter infeccções
vaginais sucessivas, podendo levar a endometrite.

 VANTAGENS
o Alta eficácia
o Reversibilidade

 DESVANTAGENS
 Introdução pelo ginecologista
 Dor pélvica e dismenorréia grandes causas de abandono do uso
 Sangramento anormal
 Infecção
 Custo elevado

 COMPLICAÇÕES
o Gravidez tópica e ectópica
o DIP
o Expulsão
o Perfuração – mais temida, mais rara.
o Infertilidade (tubária e canalicular)
o Sangramento aumentado
o Dor pélvica e dismenorréia (as três últimas são as causas mais
frequentes de abandono de uso)

Métodos anticoncepcionais hormonais - Atualmente disponíveis no Brasil


Método bastante antigo, ainda hoje é muito pesquisado; existem vários tipos no
mercado.
Via oral
 Anticoncepcionais combinados
o Monofásicos
o Bifásicos
o Trifásicos (existem também os tetrafásicos, que são mais novos)
 Anticoncepcionais só de progestagênios
o Minipilulas
o Anovulatórios de progestagênios (o que os diferencia das minipílulas são
o tipo de progesterona - a minipílula é de levonorgestrel; os dois são
usados principalmente pra pacientes que estão amamentando. Nos
anovulatórios de progestagênio, a progesterona é desogestrel, que inibe a
ovulação da mesma maneira que os combinados inibem. Então você
pode indicar o uso desse anticoncepcional em qualquer época da vida
mulher. As minipílulas só podem ser usadas nos primeiros 6 meses de
amamentação, já que a paciente já está em anovulação. Depois que a
criança começa a se alimentar, o levonorgestrel sozinho não inibe a
ovulação com tanta segurança quanto os combinados).
o Anticoncepção de emergência
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Via parenteral
 Intramuscular injetável - mensal e trimestral
 Vaginal (anel vaginal)
 Transdérmica (adesivo semanal)
 Subdérmica (implantes)
 Intra-uterina (sistema intra-uterino de levonorgestrel 20 µg = SIU LNG20)

No último congresso brasileiro, fui convidada pra falar sobre anticoncepcionais de longa
duração. Quais são? Aqueles que são usados a partir de três meses de uso. No caso
desses aqui, nem orais, que são diários, nem vaginais, que são mensais, nem
transdérmicos; os subdérmicos sim, são de longa duração, o DIU de cobre, o sistema
intra-uterino de levonorgestrel e o trimestral. O anticoncepcional mensal não é de longa
duração, só aqueles que são de três em três meses, como o injetável.

Nesse gráfico vemos a evolução dos anticoncepcionais hormonais orais ao longo do


tempo. Os de primeira geração surgiram na metade de 1959 com doses elevadíssimas de
etinilestradiol. A maioria dos anticoncepcionais, na realidade, tem o estrogênio
chamado etinilestradiol, que é um agente sintético, com exceção do Qlaira, que é o
valerato de estradiol com estrogênio bioidêntico. Esses anticoncepcionais que surgiram
em 1959 nos EUA, que tinham o nome de Enovid, tinha 150µg de etinilestradiol. Hoje
temos anticoncepcionais com 15 µg. Com certeza a indústria farmacêutica foi obrigada
a continuar as pesquisas pra diminuir as doses, porque os efeitos colaterais eram muito
grandes, as pacientes sentiam problemas gástricos, cefaleia, tanto por altas doses do
estrogênio quanto da progesterona.
Logo em 1963, o anticoncepcional baixou pra 75µg de etinilestradiol. Esses
anticoncepcionais eram chamados de Sequenciais. Causavam hiperplasia de endométrio
e logo foram retirados do mercado. Em 68 surgiram os de 50µg, em 74 baixou pra 30,
em 88 lançaram com 20 µg, em 2005 com 15 µg.

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No final de 2011, o asterisco não indica um aumento da dose, mas sim uma modificação
do rumo dos anticoncepcionais hormonais orais, que é um anticoncepcional de 5ª
geração, o Qlaira, que apresenta várias nuances específicas, com regime de doses
dinâmicas de estrogênio e progesterona, tetrafásicas. O estrogênio não é o
etinilestradiol, é o valerato de estradiol, que é um estrogênio bioidêntico, o mesmo
estrogênio produzido pelos ovários da paciente. A progesterona é de 5ª geração,
Dienogeste.

Os monofásicos são os que são usados hoje em dia: eles têm a mesma dose de
estrogênio e a mesma dose de progesterona em todas as pílulas, daí elas têm a mesma
corzinha. Cada comprimido tem a mesma dose de estrogênio e de progesterona.
Os bifásicos têm duas doses diferentes de progesterona e os tetrafásicos têm
doses diferentes dos três hormônios (??? )
Mecanismo de ação
 Inibe o pico de gonadotrofinas do meio do ciclo, impedindo a ovulação
(Estrogênio inibe o FSH; Progesterona inibe o LH) esse é o efeito principal das
pílulas, que leva a paciente entrar em anovulação; isso dá uma grande segurança
ao método. Mas ele tem efeito também sobre o muco, sobre o endométrio e
efeitos progestacionais, sobre a trompa...
 Muco cervical (espesso e hostil, dificultando a espermomigração) →
progesterona
 Endométrio (diminui a produção glandular de glicogênio, impedindo o
blastocisto de sobreviver) → progesterona
 Modifica a contratilidade tubária (interferindo no transporte ovular) →
progesterona

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Etinilestradil + progestágeno: todas as 21 pílulas têm a mesma cor, ou seja, a mesma
dose de estrogênio e de progesterona. A maioria dos anticoncepcionais orais tem
etinilestradiol na pílula; o progestágeno que é diferente.
• Levonorgestrel
• Noretindrone
• Gestodene
• Desogestrel
• Norgestimate
• Ciproterona
• Drospirenona

Como você prescreve o anticoncepcional hormonal oral: aqueles que têm 30 µg,
a paciente toma a partir do 5º dia de menstruação, toma todo dia um comprimido,
durante vinte dias, espera menstruar de novo e no 5º dia toma de novo. Os
anticoncepcionais com 20µg de etinilestradiol ou 15µg, a primeira cartela ela tem que
começar a tomar no primeiro dia da menstruação, pra que a primeira cartela tenha o
mesmo efeito contraceptivo dos outros meses. Ela começa a tomar no primeiro dia,
toma todo dia (de preferência depois do almoço porque o estômago está cheio e evita os
efeitos colaterais, como a gastrite) por 21 dias. Aí ela passa sete dias sem tomar. Nesses
sete dias ela vai menstruar e no oitavo dia começa outra cartela.

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Contraceptivo oral de 5ª GERAÇÃO (Qlaira) que incorpora elementos
importantes:
• VALERATO DE ESTRADIOL, que fornece o mesmo estrogênio produzido pelo
organismo feminino (HORMÔNIO BIOIDÊNTICO);
• DIENOGESTE, um progestógeno antiandrogênico (combina as propriedades dos
derivados da 19-nortestosterona e derivados da progesterona) com ACENTUADA
AFINIDADE ENDOMETRIAL;
• Regime de DOSE DINÂMICA, que fornece DOSE DECRESCENTE de estrogênio e
DOSE CRESCENTE de progestógeno por 26 dias de tratamento ativo, sendo que os
dois últimos comprimidos são placebo. Anticoncepcionais de 15 µg com 24 só de
hormônio; os que têm 28 comprimidos têm os últimos 4 de placebo ou sulfato ferroso.
• O regime de DOSE DINÂMICA foi desenvolvido especialmente para solucionar a
questão do BAIXO CONTROLE DO CICLO, observado com contraceptivos orais à
base de estradiol, anteriormente testados. A dose dinâmica fornece alto controle do ciclo
e oferece alta afinidade pelo endométrio; com o uso de outros anticoncepcionais, pode
haver o escape.

HORMONAIS COMBINADOS ORAIS


VANTAGENS
(Melhora ou protege contra)
 DISMENORRÉIA
 SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL
 SANGRAMENTO DISFUNCIONAL DO ENDOMÉTRIO
 IRREGULARIDADE MENSTRUAL
 DIP e SALPINGITE
 GRAVIDEZ ECTÓPICA
 CÂNCER DE ENDOMÉTRIO E DE OVÁRIO
 CISTO FOLICULAR
 MIOMAS, ENDOMETRIOSE
 DOENÇAS BENIGNAS DA MAMA, AFBM
 ACNE, HIRSUTISMO
 DENSIDADE MINERAL ÓSSEA

DESVANTAGENS
(Pode desenvolver ou agravar)
 DIABETES
 HIPERTENSÃO ARTERIAL (descompensada)
 DISLIPIDEMIAS (P) há pacientes que apresentam alterações no LDL por causa
da progesterona da pílula; saber que tipo de progesterona prescrever, de
preferência de baixas doses, de 4ª geração, que geralmente não levam a
dislipidemias;
 DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS (E) acontecia quando as pacientes
tomavam 150 µg de etinilestradiol; paciente que toma 50 µg de etinilestradiol,
pode levar a doença tromboembólica; mas as pacientes que tomam pílulas de
baixíssima dose não se pode comparar as que tomam em altas doses.

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 COLECISTITE;
 ADENOMAS HEPÁTICOS;
 CÂNCER DE MAMA;

CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS:
 GRAVIDEZ CONFIRMADA OU SUSPEITA;
 CÂNCER DE MAMA / ENDOMÉTRIO;
 HIPERTENSÃO ARTERIAL GRAVE;
 DIABETES INSULINO – DEPENDENTE GRAVE;
 TROMBOEMBOLISMO OU DOENÇA TROMBOEMBÓLICA;
 FUMANTE COM MAIS DE 35 ANOS DE IDADE não pode tomar que
anticoncepcionais que tenham estrogênio, tem que indicar anticoncepcional que
só tenha progesterona. Se indicar minipílula, o método pode falhar. Tem que
indicar uma pílula só com progesterona que tenha a mesma segurança de
anovulação daqueles anticoncepcionais com estrogênio e progesterona
(anovulatório de progesterona, desogestrel [cerazette]; toma continuamente;
usado também pra tratar endometriose).
 CARDIOPATIA, DOENÇA CEREBROVASCULAR OU OCULAR;
 HEPATOPATIA AGUDA OU CRÔNICA;
 LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO;
 ENXAQUECA GRAVE;
 SANGRAMENTO VAGINAL DE ETIOLOGIA DESCONHECIDA;

PROGESTAGÊNIOS ISOLADOS
MINIPÍLULAS
 Noretindrone, Linestrenol ou Levonorgestrel (NORTREL®, MICRONOR®)

ANOVULATÓRIOS DE PROGESTAGÊNIOS
 75μg de desogestrel (CERAZETTE®)

 MECANISMO DE AÇÃO
o INIBIÇÃO DA OVULAÇÃO
 60% das usuárias de MINIPÍLULAS – apenas 60% das usuárias
de minipílulas têm inibição da ovulação
 97% das usuárias de ANOVULATÓRIOS DE
PROGESTAGÊNIOS (inibe tanto quanto as pílulas combinadas;
após suspender a amamentação, pode continuar o uso; ela
continuará protegida tanto quanto estivesse usando um
combinado). Por que não passa logo um combinado? Porque se
ela tá amamentando, não pode usar estrogênio, senão vai alterar o
leite da paciente;
o ENDOMÉTRIO (inadequado para a nidação);
o MUCO CERVICAL (espesso, o que dificulta a espermomigração);

HORMÔNIOS PROGESTAGÊNIOS ISOLADOS


INDICAÇÕES
 Amamentação (principal)
 Para mulheres que NÃO PODEM ou NÃO DESEJAM USAR ESTROGÊNIO

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 Fumantes acima de 35 anos de idade
 Endometriose (controle)
 CERAZETTE®
 Uso é contínuo (SEM PAUSA)

EFEITOS COLATERAIS/ DESVANTAGENS


 Sangramento irregular;
 Oligo / amenorreia;
 Acne;
 Mastalgia;
 Náuseas;
 Aumento de peso (o cerazette, porém, não retém líquido);
 Alterações do humor;
 Diminuição da libido;
 EFICÁCIA MENOR (MINIPÍLULAS);

ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA OU PÓS-COITAL OU PÍLULA DO


DIA SEGUINTE – progestagênio isolado
 REGIME DE YUZPE
02 comp. (50 μg etinilestradiol + 0,25 mg levonorgestrel) VO de 12/12 h (total de 04
comp.) → até 72 h
 PÍLULAS ESPECÍFICAS
01 comp. (0,75mg de levonorgestrel) VO de 12/12 h (total de 02 comp.) → até 72 h

ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA (USO APENAS ESPORÁDICO)


 MECANISMO DE AÇÃO
o INIBIÇÃO OU ATRASO DA OVULAÇÃO, SE FOR UTILIZADA
ANTES DO PICO DE LH;
o ALTERAÇÃO DOS RECEPTORES ESTERÓIDEOS DO
ENDOMÉTRIO TORNANDO-O HOSTIL À IMPLANTAÇÃO
(Burton);
o EFEITO LUTEOLÍTICO, POR AÇÃO DIRETA NO CORPO
AMARELO (Yuzpe & Kubba);
o INTERFERÊNCIA COM A DINÂMICA DOS ESPERMATOZÓIDES
E/OU OVO;

ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
INDICAÇÕES
 RELAÇÃO SEXUAL DESPROTEGIDA;
 USO INCORRETO (FALHA) DE UM MÉTODO;
 VIOLÊNCIA SEXUAL (ESTUPRO);

EFEITOS COLATERAIS
 NÁUSEAS;
 VÔMITOS;
 CEFALÉIA;
 TONTURA;
 MASTALGIA;
 DOR ABDOMINAL;

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VIA INTRAMUSCULAR (INJETÁVEL) - INICIAR ENTRE O 1º E O 5º DIA DO
CICLO;
 MENSAL (estrógeno + progestágeno)
 TRIMESTRAL (progestágeno – AMP) – é considerado de longa duração

VANTAGENS
 BOA EFICÁCIA
 BOA ADESIVIDADE
 AÇÃO PROLONGADA
 É REVERSÍVEL

DESVANTAGENS
 Administração dolorosa;
 IRREGULARIDADES MENSTRUAIS – ciclo curto (mensal);
 Amenorréia (trimestral);
 Retorno a fertilidade de 4-6 meses (TRIMESTRAL), ou seja, demora o retorno a
fertilidade;
 NÃO PROTEGE CONTRA DST/AIDS;
 PODE TER EFEITOS NEGATIVOS SOBRE A MASSA ÓSSEA;
 NÃO PODE SER RETIRADO, EM CASO DE EFEITOS INDESEJÁVEIS;

MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS VIA PARENTERAL

VIA VAGINAL (ANEL VAGINAL)

Os anéis vaginais são muito sofisticados e bem caros. Todos possuem como
desvantagem o alto custo. Esse anel vaginal tem a espessura de 4mm e o diâmetro de
54mm, como mostra a figura do slide. Ele é colocado dentro da vagina do 1º ao 5º do
ciclo menstrual, é considerado um ótimo método anticoncepcional. O anel tem como
nome comercial o NuvaRing®, único existente, feito de elastano, é bem flexível e
transparente. A pcte dobra e coloca dentro da vagina, ele é “medicado”, tem hormônio
nele, tem estrogênio que é o etinilestradiol e tem progesterona que é o etonogestrel, um
metabólito do desogestrel (não dá muito efeito colateral). A diferença desse anel
vaginal para o Mercilon®, que também contem etinilestradiol e desogestrel, é somente
a via de administração que no mercilon é via oral e no anel é via vaginal. O anel é
mensal, a pcte coloca do 1º ao 5º dia do ciclo e retira 3 semanas depois. Passa 1
semana sem usar o anel, que é o período que a pcte menstrua.

 Feito de EVASTANE (anel flexível e transparente)


 2,7 mg de etinilestradiol + 11,7 mg de etonogestrel (metabólito do desogestrel)
 COLOCAÇÃO: 1º ao 5º dia do ciclo
 RETIRADA: 3 semanas depois
 INTERVALO: 1 semana

VANTAGENS

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 As mesmas dos ACO;
 Evita falhas por esquecimento – A pcte coloca durante 3 semanas e não precisa
tomar as pílulas todo dia, evita o esquecimento;
 Fácil de usar – não precisa colocar em local específico, pois a ação do anel é
hormonal assim como a pílula e possui uma ótima absorção;
 Reversibilidade rápida;
 Evita passagem hepática – não tem metabolização hepática, diferente da pílula
por exemplo. Esta deve ser evitada em pctes com doença hepática grave, o anel
seria uma alternativa;
 Menos efeitos colaterais que os ACO;

DESVANTAGENS

 As mesmas dos ACO;


 Alguns percebem a presença do anel – difícil de ocorrer, a maioria não percebe
o anel;
 Alto custo – principal desvantagem;
Luís Eduardo pergunta: Professora tem o risco de o anel ser expulso durante o
coito? R- Dificilmente isso ocorre, mas se acontecer não tem problema, basta a
mulher colocar o anel de volta na vagina, não precisa lavar porque no anel contem
hormônio.
VIA TRANSDÉRMICA (ADESIVO)

Só existe uma marca desse adesivo que é o Evra. No pacote temos 3 adesivos, a pcte
coloca um por semana. Ele tem etinilestradional e também o metabólito do
norgestimate que é uma progesterona de 4ª geração, lembrar que usa o metabólito
devido a via de absorção que é mais rápida, assim como no anel vaginal. O adesivo
elimina as doses necessárias por dia, é como se fosse um band-aid, a paciente pode
tomar banho e se ensaboar que ele não sai. Começa a ser usado no 1º dia do ciclo
durante 3 semanas e faz um intervalo de 1 semana sem usar. Não deve ser colocado sob
as mamas, nem em lugares que suam muito ou bem visíveis; os locais adequados são:
região perineal, posterior das nádegas, braço ou nas costas.

 20μg/dia Etinilestradiol + 150μg/dia Norelgestromina (metabólito ativo do


Norgestimate).

 INÍCIO ® 1º dia do ciclo (1 vez/semana, por 3 semanas; 1 semana de pausa).

VANTAGENS

 As mesmas dos ACO;


 Melhor adesividade (1 vez/semana) – adesividade muito boa, as pctes aceitam
bem;
 Fácil uso;
 Evita passagem hepática;
 Menos efeitos colaterais que os ACO;

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DESVANTAGENS

 As mesmas dos ACO;


 Irritação de pele – dificilmente acontece, mas deve ser evitado em pacientes
muito alérgicas. Evitar colocar no mesmo local toda vez que trocar, pois
previne essas irritações;
 Alto custo;

VIA SUBDÉRMICA (IMPLANTES)

Os implantes são métodos de longa duração (são considerados de longa duração


aqueles usados acima de 6 meses, mas os injetáveis trimestrais também são
considerados de longa duração), porque são usados por 2 a 3 anos. O detalhe deles
é que NÃO possuem estrogênios, apenas progesterona. O nosso implante é o
Implanon, que usa como progesterona o metabólito do mesogestrel que é o
etonogestrel, um progesterona de 4ª geração. Existe também o Norplant que libera
o levorgestrel, mas esse não é fabricado no Brasil.
Esses implantes seriam uma alternativa para pacientes com AIDS que usam apenas
o preservativo, pois assim elas teriam um método contraceptivo mais seguro e
semelhante aos ACO. Tem as suas contraindicações por se tratar de hormônio, mas
seria uma ótima alternativa ao invés do DIU, por ser colocado dentro do útero e
não ser um método estéril para essas pacientes.
O Implanon está sendo bastante usado e é um método sofisticado; o ginecologista
que aplica, faz anestesia local e um pequeno corte com bisturi, o implante é
colocado na via subdérmica através de um aplicador, depois de 2 a 3 anos é
retirado e colocado outro.

 LIBERA PROGESTÁGENOS: levonorgestrel (NORPLANT®), etonogestrel


68mg; libera 30μg/dia; IMPLANON®)

 SUBSTITUIÇÃO: 2 a 3 anos

 MECANISMO DE AÇÃO: inibição da ovulação e alteração do muco cervical.

VANTAGENS

 Alta eficácia – elevada eficácia, longa duração, muito usado em pctes com
graves problemas como AIDS.
 Sem risco de esquecimento
 Evita passagem hepática

DESVANTAGENS
 Colocação/ remoção
 Alterações menstruais- -como todo método que só tem progesterona, a mulher
tem alteração menstrual e entra em amenorreia.
 Alto custo – esse custo é relativo assim como os outros métodos parenterais em
relação aos ACO devido o número de pílulas que você deve usar.

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MÉTODOS CIRÚRGICOS: TÉCNICAS

 VASECTOMIA- liga os ductos deferentes


 LAQUEAÇÃO TUBÁRIA – deve ser feito quando houver indicação, ou seja,
em mulheres com idade adequada e/ou prole definida; feita pós-cesárea ou por
videolaparoscopia na maternidades pelos obstetras.

VANTAGENS
 Eficácia alta – métodos com menor índice de falhas

DESVANTAGENS
 “Irreversíveis” – raramente pode haver uma recanalização fisiológica. Pode ser
feita essa recanalização tubária (Dr. Ione faz isso) e essa recanalização tem os
melhores resultados justamente em mulheres que fizeram laqueadura por não
terem sofrido um processo inflamatório como a tuberculose tubária, mas nesse
processo as tubas uterinas deve ter um tamanho adequado
 Procedimentos cirúrgicos

OBS: Atualmente os anticoncepcionais de longa duração estão sendo bastantes


pregados para substituir o grande numero de laqueaduras. Uma boa opção seria um
DIU T de cobre, mas esse em caso de gravidez deve ser retirado para evitar o aborto.

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