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No Direito Comercial partimos da qualificação: saber se o acto é civil ou comercial, para ver
qual o regime jurídico comercial. Actos de comércio = quase todos contratuais. São actos
porque há manifestações de vontade sem carácter negocial, mas que geram efeitos comerciais
se forem qualificados como actos de comércio.
Actos de RC. Acidente de viação. Normalmente não seria comercial, não estaria previsto no
Comercial se ele só se preocupasse com contratos. É por isso que o C.Com enveredou pela
TAC.
As SC são PC, concluimos que todos os actos que uma SC pratique são actos que na realidade
são comerciais, sujeitos ao regime próprio das SC. A SC tal como as PC em geral está sujeita à
tipicidade, só pode existir nos termos em que o sistema jurídico reconhece: no CSC.
Qual é o problema? Vamos tratar dos sujeitos de Direito Comercial, ou seja, os actores a que a
ordem jurídica reconhece autonomia no mundo económico e social no sentido de conhecerem
aptidão para se movimentarem no âmbito económico e social, assumindo obrigações e
direitos.
Os sujeitos mais relevantes de D.Com são hoje as SC. Mas a vida económica não se esgota nos
sujeitos de D.Com. Extravasou o mundo da produção e distribuição de bens e prestação de
serviços. Hoje a vida económica projecta-se no mercado, hoje global. O mercado assume a
importância de outros sujeitos em função dos quais o D.Com funciona, ou seja, os
consumidores.
Quando vamos caracterizar os sujeitos de D.Com e as SC fazemos isso porque são os principais
actores do mercado, não porque seja em maior número, esses são os empresários em nome
individual. Mas a sua importância hoje fica muito aquém.
Outros actos entende-se que as PC devem ser criadas de acordo com um objecto que
prosseguem e os fins que pretendem realizar, que são de ordem diversa. Depende. Quanto às
PS, elas têm a aptidão para fazer tudo. Assim muitos dos seus actos podem reconduzir-se a
uma esfera puramente pessoal, e outros podem reconduzir-se a uma actividade comercial, que
pode exigir um regime jurídico específico, diferentes das normas que regem as pessoas físicas.
O mútuo que eu celebro com o meu tropa. Este mútuo tem regras diferentes quando
celebrado entre particulares, ou quando corresponda a uma actividade comercial. Se eu me
concebo como um sujeito de direito que pode conceber empréstimo e realizar operações com
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
natureza técnica complexa (antes as PS podiam fazer isto, agora com a complexidade
crescente já não). A tutela do crédito orienta o D.Com. Só há crédito se de facto ocorrendo
algum incumprimento, o modo de forçar esse cumprimento seja facilitado face ao crédito
normalmente concedido.
Por outro lado, posso ser mais paciente com o crédito que é concedido entre pessoas que não
têm conhecimento do que aquele que é celebrado entre pessoas com conhecimentos
especiais. O Mútuo impôe forma especial para montantes mais elevados (CC). Paralelamente é
possível, em rigor, um banco proceder a um empréstimo de uma quantia elevada sem
qualquer forma. A simplicidade de forma domina o Direito Comercial, compatível com a
celeridade deste ramo. Esta simplicidade está muitas vezes associada a uma uniformização dos
negócios para que estes sejam mais cognoscíveis.
[Ver D.Comercial].
É comerciante aquela pessoa que caia no âmbito do Art. 13º C.Com [Comercial].
Lógica do Direito Comercial é saber se os actos são regidos pelo mesmo. Procurar demonstrar
a sua essência. Ele faz força para isto (cfr. Art. 99º C.Com).
Mas hoje já não é Direito Civil vs Comercial. Hoje temos o Direito do Mercado, que extravasa o
Direito Comercial em muito. Tutela dos consumidores.
No DSC há vários sujeitos: as sociedades comerciais. O CSC, no seu Art. 1º diz que, nos termos
do nº2, são SC aquelas que tenham por objecto prática de AC. Daí ele ter falado sobre isto.
Aquelas que se dediquem à prática de AC. Essa actividade é a prática de muitos AC de forma
reiterada e habitual, que tenham a mesma natureza. Entidade que se define em função de
determinado objecto.
Depois, saber se a entidade pode existir ou deve existir em função de outras regras fora do
CSC. Art. 980º do CC, por exemplo. Contrato de sociedade civil, reconhece-se expressamente
que o que caracteriza este contrato é no fundo haver uma entidade que se predisponha a
exercer uma actividade económica que não de mera fruição, se for com fim lucrativo.
O CC quando arruma as PC, distingue em função do fim que prosseguem, carácter lucrativo. O
D.Com, no Art. 1º da CSC, dispensa o fim lucrativo. Mas pode haver CSC sem fim lucrativo?
Divide-se a doutrina. Alguns recorrem ao direito comparado, mas POC diz que é errado. As
societies anglo-saxónicas correspondem mais ao que entendemos por associações.
Mas o Art. 1º da CSC não fala em carácter lucrativo. Isto porque o AC é em si lucrativo, é um
fim do comércio. Um AC é praticado em abstracto com a finalidade de proporcionar ao agente
um ganho. Por isso é da própria comercialidade do acto e actividade desempenhada por
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
sociedade que resulta o seu fim lucrativo. Isso deixa de fora algumas situações: sociedades
instrumentais, participadas integralmente por outras sociedades.
Mas aqui o que importa para o sistema jurídico é que a sociedade tenha a potencialidade de
lucro. É este o escopo da SC. Numa SC encontramos direitos instrumentais, necessários para
que a sociedade desempenhe a sua função no mercado, o lucro é o direito primordial, que
justifica a participação nesta forma específica.
Não se deve confundir com isto certas situações habituais. Muitas vezes o próprio legislador
remete certas entidades para o regime das SC mesmo quando essas entidades não
prosseguem por definição um fim lucrativo. Isto porque as SC estão adequadamente
reguladas, por comodidade o legislador remete para lá. Como nas PC há tipicidade, são
entidades que por natureza não teriam relevância.
Organização tem várias formas, pode ser PS ou pode ser uma PC numa das suas várias formas.
A sociedade quer dizer pluralidade, duas ou mais pessoas. A SC é uma PC onde participam duas
ou mais pessoas. A fazer o quê? Exercer em comum determinada actividade económica. Esse
exercício de uma actividade económica é o exercício que se traduz na prática de actos de
comércio. Sobretudo com um fim lucrativo. Portanto, poderíamos concluir que a SC é um entre
personalizado participado por duas ou mais pessoas (que podem ser PC), que visam exercer
uma actividade económica que se traduz na prática de AC, com fins lucrativos.
Hoje o Direito admite algo paradoxalmente que a sociedade possa ter um substracto
individual. Participada apenas por um sujeito, individual ou colectivo. Sociedades unipessoais,
mas é uma excepção. E é etimologicamente um paradoxo. Mas aproveita-se o RJ das
sociedades para se adaptar a outras realidades.
Se admitirmos que uma sociedade tenha só um titular, não vale a pena constituir uma SC só
com dois titulares para disfarçar. Evita-se fraude à lei.
Arts. 270º-A e ss, SC unipessoal por quotas. Art. 488º. Foca-se outra perspectiva, a
unipessoalidade nas SA.
O CSC é um diploma de 1986. Aprovado e entrou em vigor com pouca antecedência, pouca
vacacio legis. Grande reforma societária em 2006.
O CSC sistematiza-se em 7 títulos. Parecido com o Livro II do CC. O C.Com têm parágrafos no
final dos artigos, técnica daquela época. Os parágrafos eram as excepções às regras. A
legislação actual já não é actual, sistematiza em números.
A analogia com o Livro II é esta: obrigações em geral e contratos em especial. No CSC é assim:
o primeiro título é a parte geral e os outros tratam das sociedades em específico.
Art. 1º do CSC. Caracteriza as SC pela prática de AC. Olhando para o Art. 1º, ele estabelece
tipicidade dos tipos societários, o próprio artigo enuncia esses tipos. Qual é o número que
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
acolhe a tipicidade? O nº3. Fala em “devem adoptar”. Quem se constitui em SC deve adoptar
um dos tipos referidos acima.
Os títulos seguintes à parte geral são os quatro tipos enunciados. SNC, a SQ, a SA e a Scom.
Títulos II – V. Estes 5 títulos dizem-nos que se houver problema com SA, título IV, das SA, e
com o I, que é a parte geral.
Quando não houver nada regulado nem num lado nem noutro, mas se estiver noutro lado no
CSC? Ou há remissão (Art. 248º/1. Norma paragidmática, como demonstração de que a SA é o
tipo por excelência em Portugal), aplicação directa de regras a outros casos, quando não há
regulamentação. Se não houver remissão podemos ir por analogia; ou noutros tipos
societários, ou concluimos que não é possível a analogia.
Art. 11º do CC, POC acha que não é absoluto. Quando a razão de ser da norma for substantiva
e não formal, então não há analogia, mas quando houver questão formal ele admite analogia.
Art. 297º CSC, essa norma não tem equivalência nas SQ.
Depois dos tipos societários, temos título dedicado à coligação de sociedades (grupos de
sociedades), sociedades que participam umas nas outras com um mínimo.
Falta o título sobre o direito penal societário, que é direito penal especial. E o título das
disposições transitórias e finais.
Os tipos societários.
O primeiro tipo societário que surgiu foi a sociedade em nome colectivo. Sociedade simples.
Formada pela junção de duas ou mais pessoas. Lógica de que 1+1 não é igual a 2
individualmente considerados, conseguem ter aproveitamento que não existe quando os
mesmos sujeitos são considerados individualmente. Por isso surgiram as sociedades. As
pessoas conjugavam-se para potenciar os seus resultados.
Mas o Direito não postulava a personalidade colectiva. Inicialmente não havia grande
diferenciação, isto era tratado como património autónomo. Se algo corresse mal,
responsabilização pessoal e ilimitada. A SCNC é uma SC em que há responsabilidade pessoal e
ilimitada. Também por isso e pela proximidade que a realidade tem com as próprias pessoas,
ainda não há reconhecimento PJ autónoma em certas ordens jurídicas. Em Portugal isto foi
discutido, mas o CSC dá PJ a estas sociedades.
Estas sociedades são aquelas que estão mais próximas dos seus participantes. A empresa
colectiva que desejam têm a pretensão de exercer uma actividade económica através dessa
pessoa jurídica. A responsabilidade é subsidiária, só se vai accionar os sócios depois de se
executar o património da sociedade.
Uma SC como forma de organização de uma empresa, para se poder constituir no mercado,
carece de bens. Esses bens são disponibilizados pelos sócios: as entradas dos sócios. Esses
bens, entradas em regra são entradas de capital. Entradas em dinheiro ou em bens
susceptíveis de avaliação pecuniária, contanto que sejam penhoráveis. Há bens que não
podem integrar o património da sociedade porque não são penhoráveis. Um fogão, por
exemplo.
Nem todas as entradas em todas as sociedades têm de ser de capital. Há alguns casos em que
as entradas podem ser de indústria, ou seja, trabalho. Aquilo que o sócio se propôe a dar à
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
sociedade é o seu trabalho. Não tem dinheiro, entra com trabalho. Nas SPQ e SA não pode, só
pode haver sócios de capital.
Sucede que os sócios de indústria por serem mais fracos, têm um regime de responsabilidade
mais favorável face aos sócios de capital. Nas relações internas eles não são responsáveis.
Uma SNC que tem os dois tipos de sócios. Chefe de cozinha sem €€€. Assim junta-se a alguém
que cobre com o capital, e o chefe dá o seu trabalho. Se o restaurante corre mal, os sócios são
chamados a responder pelas dívidas que subsistem. Por isso iria optar por um tipo com
responsabilidade limitada.
Isto seria possível se o outro participasse simbolicamente com capital. Como é que hoje ainda
há SNC? Pessoas que respondem perante terceiros pelas dívidas da sociedade? Porque é que
ainda há SNC? Porque alguém deve querer aquilo que as sociedades proporcionam
especificamente. Ou seja, elas proporcionam responsabilidade ilimitada. Mas porquê? Quem
não queira deparar com fenómeno de desconsideração da PC.
Se eu tiver dificuldade em conceder garantias pessoais, então se calhar é melhor ter entidade
com responsabilidade ilimitada, porque já assegurei à partida ao mercado que se algo correr
mal são os sócios que respondem, sem que tenha havido necessidade de exigir que se
obrigassem pessoalmente às dividas da sociedade.
SNC hoje só existem se o que quisermos for RC ilimitada. Mas são poucas e raras.
O segundo tipo que surgiu na história corresponde às comanditas. Há poucas hoje. Chega às
20. O POC nunca viu uma. Na Alemanha e França há muitas. Como é que surgiram? Ligam a
responsabilidade limitada e ilimitada dos seus sócios, sociedades mistas neste sentido.
Nasceram na idade média, usadas muito nas repúblicas italianas. Havia já expedições
marítimas, o comércio tinha desenvolvimento.
Elas permitiam congregar dois tipos diferentes de sócios: comanditados, direcção efectiva da
sociedade, comandavam, davam a cara por ela, assumiam responsabilidade ilimitada pela
mesma. E os comanditários, aqueles que investem um determinado montante nesse projecto
económico mas que querem limitar o seu investimento a esse montante, pretendem
permanecer ocultos. A Igreja condenava actividades puramente lucrativas. Assim os sócios que
investiam permaneciam ocultos.
Nas primeiras expedições, mais pequenas, o que acontecia era que havia alguém que as
comandava, o comandante, e outro que financiava a construção dos barcos: era o
comanditário. Se tudo corresse bem, quando regressassem sempre cheios de mercadorias, a
diferença positiva entre o custo da construção e pelo produto era dividido por todos.
Companhias das Índias, eram empresas que exploravam comércio marítimo. As primeiras são
inglesas. Este tipo de entidades era assim: já não dava financiamento oculto. Entendeu-se que
algumas pessoas com mais dinheiro financiava este tipo de empresas, e perguntava ao
mercado se havia mais alguém disposto a investir contra uma contribuição regular que a
empresa estipulava. Só mais tarde se imaginou a mais-valia. Surgiram as SA. Os seus sócios não
eram conhecidos, os títulos desta sociedade era ao portador, pertenciam a quem em cada
momento fosse titular deles.
As SQ são as últimas a aparecer. Quando foi? Em Portugal em 1901, o segundo país do mundo
onde elas apareceram. SC de responsabilidade limitada, diferente da SA. Essa diferença tinha a
ver sobretudo com o facto de poderem ser constituídas apenas por duas pessoas, a SA na
época tinha de ser constituída por 10 pessoas, na altura era o número mínimo para compor
todos os órgãos sociais da sociedade. Havia muitos casos em que as SA não se podiam
constituir porque não se conhecia sequer 10 amigos.
O capital é representado por participações sociais, sendo que os direitos e obrigações são
atribuídos às acções em si e não às pessoas.
Origina maior liquidez de participação. Adquirimos maior facilidade aquilo que sabemos que
alienamos com maior facilidade. Disponho-me a adquirir mais depressa, sabendo que me
posso ver livre daquilo facilmente. A liquidez dos bens.
Excepções, as transmissões para pessoas próximas, que não são verdadeiras aberturas ao
mercado.
É possível praticar todos os actos que não forem proibidos. Podemos optar pelas regras que
forem mais convenientes. Posso conceber sociedade SQ em que a transmissão é livre em que
limito convencionalmente a transmissão.
Uma outra diferença. A capitalização das sociedades. A SA tem de ser fortemente capitalizada,
ela coloca-se no mercado com capital social mínimo de 50000€, a SQ pode ir a mercado com
capital simbólico, mínimo 1€ por sócio.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
O que acontece na prática aqui? Há descaracterização, ninguém aceita financiar esta entidade
sabendo que a medida de responsabilidade é importante, não encontrará quaisquer bens se o
investimento correr mal.
No que diz respeito à sua capitalização, as SNC podem nascer sem capital, se todas as entradas
forem de indústria. Todos contribuem apenas com trabalho. Qual é o problema? Em bom
rigor, quando se constituíssem, tinham de recorrer automaticamente aos sócios para se
financiar, se não tem capital próprio. Idem para as SQ com capital simbólico.
As Scomandita podem ter dois tipos. Por acções e simples. Qual a diferença? Não as
características relativas às participações, mas apenas o facto do capital ser representado em
acções, precisamente porque se pretende que se distinga sócios financiadores de
trabalhadores, mas o que explica que existam são benefícios de natureza fiscal.
As simples são pequenas sociedades em comandita análogas às SNC. Para além das poucas
regras gerais sobre a comandita, o regime das SNC aplica-se supletivamente às simples, e o das
SA às por acções.
Embora a SA tenha de ter um número mínimo de sócios (5), esta SA pode configurar vários
subtipos diferentes. A SA simples, que resulta do CSC, com as regras que caracterizam este
título III. Para além dessa há tipos mais complexos. São as SA abertas, cujo capital se encontra
perto dum investimento do público (Art. 279º), Arts. 13º-29º-A CVM.
Depois temos as grandes SA, não são abertas mas atingem determinada dimensão definida no
Art. 413º/2 do CSC. A lei entende que em três situações elas têm que ver com o balanço da
sociedade, o volume de vendas e número de trabalhadores. Se exceder dois dos três dos
parâmetros acima durante dois exercícios consecutivos, há regime mais estrito.
Depois temos outro subtipo, SA cotada, SA cujo capital é objecto de admissão ou negociação
em mercado regulamentado. Aquela que está no mercado. Todas as SA cotadas são
necessariamente abertas. Mas nem todas as sociedades abertas são cotadas.
Comparação dos tipos societários mais importantes: SA e SQ. Alguns critérios para distinguir.
Ver acima.
Vários tipos de SA. O legislador construiu no CSC a SA com certas características, por
contraposição às SQ. Encarou estas como aquelas como tendo um depósito de capital maior,
investimentos mais significativos. O CSC caracteriza a SA em termos paradigmáticos. O regime
que o CSC avança, com as suas características, é um regime que o POC diria consentâneo com
a entidade que se pode formar sob esta forma.
Com a essência de uma SC voacionada para prosseguir actividades com lucro significativo. No
CSC são dados 4 subtipos. Mas as diferenças são pequenas. A SA apenas constituída com
participação de accionistas fundadores, (subscrição particular), vs de subscrição pública,
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
previstas no Art. 284º que eram sociedades constituídas de acordo com projecto promovido
por conjunto de pessoas, depois oferecida adesão do público, qualquer um podia participar.
AS de subscrição pública vieram a ser substituídas por socierdaes abertas, ou seja, sociedades
cujo capital se encontra aberto a investimento do público, estão no mercado sem restições,
cada um pode subscrever se quiser. Estas sociedades contrapôem-se àquelas em que o capital
social se encontra nas mãos dos accionistas, só.
Situações diferentes. As que estão ao dispor do mercado precisam de regime mais rigoroso.
EM 2000 tinhamos as simples, paradigmáticas, no CSC, e as abertas que foram reguladas no
CVM. Art. 13º - 29º-A deste código.
A SA vem a ser caracterizada por várias operações possíveis que a levam a adquirir esse
estatuto, Art. 13º CVM. Art. 279º do CSC, promovida por algumas pessoas, relativamente
particular, mas no arranque já recolheu subscrições de particulares.
Oferta oública: Art. 109º CVM. Entre os vários critérios, não só ofertas públicas, mas dirigidas a
destinatários indeterminados, mas o CVM no Art. 109º/3 são ofertas públicas dirigidas a um
conjunto de pessoas superior a 150, mesmo que antecipadamente determinadas.
EM 2006, a reforma societária tocou em muita coisa. EM 2006 foram introduzidos dois novos
subtipos de SA no que respeita à relevância do seu regime jurídico. O primeiro, o chamado
grande sociedade anónima, SA complexa, caracteriza-se por ser SA que durante 2 exercícios
consecutivos ultrapassou os critérios do Art. 413º/2, a) do CSC. Que critérios são esses?
O que é que isto quer dizer? Quando as sociedades atingem determinada dimensão, regime
mais rigoroso. Estrutura de administração e fiscalização complexa face à SA comum ou
simples.
Sucessão de leis de tempo. A lei não esclarece isto. Trata-se de norma que depende da
verificação de dois critérios, a partir de que exercício social se conta isto? São já os dois últimos
mesmo que não se previsse que o valor fosse baixo, ou só se conta a partir do dia 1 de janeiro?
POC tem estudo sobre aplicação da lei no tempo, tem a solução para isto.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
EM 2006 surgiu a grande SA. Nesse estudo, o conceito de grande SA só surgiu em 2008, só aí é
que as SA da época tinham concluído esses critérios. Simultaneamente com este subtipo que é
de grande SA mas fechada, autonomizou-se relativamente à aberta, a SA cotada. É a SA cujas
acções estão admitidas à negociação em mercado regulamentado. Todas as participações
dessas SA são também sociedades abertas por definição. Mas nem todas as abertas são
cotadas, todas as cotadas são abertas.
Pode acontecer que uma SA seja aberta por oferta pública, mas não requereu admissão das
suas participações no mercado. SA de 4 subtipos: o simples (paradigmático), o da grande SA,
sociedade fechada com dimensão grande, o da SA aberta em geral, e a SA cotada.
Aquela que tem maior exigência de rigor é esta última, a par da grande SA.
Art. 414º/6 CSC, exigência apenas para SA cotada. Mas a maior parte das exigências, Art.
396º/3, a todas.
Aqui não há tipicidade necessária destes subtipos. O que acontece é que pelo efeito da prática
de actos, a SA muitas vezes é constituída de forma simples, mas cresce e desenvolve-se e se
torna grande SA, com regime mais rigoroso, ou se torna SA aberta porque promove operação
pública de disseminação do seu capital.
Enquanto a SA se mantém fechada, mesmo que adquira grande dimensão, pode perdê-la se
durante alguns exercícios deixar de verificar os critérios. Mas o RJ das SA abertas, Art. 13º dos
CVM é mais rigoroso, reconduz à categoria de SA aberta todas as SA que estam envolvidas em
operação de oferta pública. Oferta aos trabalhadores, se forem mais de 150. Assim que aberta,
é difícil deixar de ser. Há que observar muitas regras para tal.
Tipos societários. A tipicidade societária que permite delimitar tipos diferentes também se
estende à orgânica das diferentes sociedades. Não há uma tipicidade, é o complexo normativo
do qual decorre esta regra. Tipicidade orgânica como? Quando olhamos para certos tipos de
órgãos, ver que tipo societário estamos.
Por isso apesar de o DS ser um ramo que movimenta no âmbito da autonomia privada, com
tudo o que isso implica. A autonomia privada depara-se com a tipicidade. O que acontece aqui
é que apesar da autonomia privada, não posso ter os órgãos como quero, porque para além
dos órgãos que se manifestam, tenho de perceber perante que tipo societário estou.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Assim o CSC baptiza os órgãos de certa forma. Se estou perante administrador, estou perante
uma sociedade que é parte do tipo com maior dimensão. Nos outros tipos há outra
designação, gerente.
Por outro lado, a complexidade orgânica das SA é muito maior do que nas SQ. Òrgãos de
fiscalização obrigatórios na SA.
Art. 278º do CSC. Regras de organização das SA. Distingue no plano das SA modelos de
governação diferente. Quem quer constituir SA pode escolher um destes modelo.
Nas SC como PC que são, é preciso encontrar modo da PC em causa se exprimir externamente,
no mundo em que se integra. É preciso saber com oé que aquela entidade autónoma e
independência concebe o modo como essas entidades se estruturam juridicamente. Òrgãos da
sociedade. Mesmo as PC não societárias têm orgãos sociais.
Estes comandantes são o órgão executivo da sociedade. Órgão ao qual cabe contactas todas as
contraparte no mercado, interlocutores jurídicos. Governo no plano do Estado. Gere sociedade
e representa-a externamente.
Nas SA de grande dimensão, porque há muitos sócios, longe da gestão societária (não como
nas pequenas, os sócios são muitas vezes gerentes), concebe-se órgão que com maior
regularidade assegure o desempenho do órgão de gestão, assrgurando a legalidade desses
órgãos.
Conselho fiscal. Quando ele surgiu na realidade ele visava controlar o desempenho da gestão,
ver se o que ela está a fazer é o que a sociedade se propôs a fazer. O CF estava em cima da
gestão para apreciar os actos da gestão, por isso é órgão intermédio.
No séc XIX os gestores eram os principais accionistas, os sócios que investiam mais, que
tinham mais poder. Quem fiscalizavam eram os segundos mais importantes, por terem mais a
perder. Os mais pequenos, só nas AG 1x por ano.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
A gestão societária ficou mais complicada e complexa. Começou a haver pessoas formadas
com essa finalidade. Formou-se pessoal em cursos de gestão, pessoas habilitadas para terem
técnicas e conhecimentos que lhes permitisse gerir sociedades. Gestores profissionais, que não
eram investidores, mas sim profissionais. Pessoas que independentemente da sua ligação à
sociedade por capital, forneciam essencialmente o seu know-how e expertise.
Essas entidades que surgiram no final dos anos 60, em 86 passou a ser obrigatório ter um ROC
no seu órgão de fiscalização. Mas houve confusão entre funções políticas da sociedade, e mera
verificação de contas foi um pequeno passo, achou-se que era só ver contas. O ROC aprecia o
resultado dos actos que a SA pratica, o ROC não olha para a SA e diz que não se deve os actos
concretamente praticados. Vê apenas os resultados. Se estiver bem, então está bem.
Como é que o Art. 278º organiza modelos de governação de SA. Nos modelos que vamos
seguir, há 3, um deles com dois submodelos, há um com estrutura simples, outro com
complexa.
Este modelo é o da SA simples, o mais clássico. Modelo latino. Como é que este modelo
estrutura os órgãos? Tem órgãos de gestão: CA ou admin único, e tem depois fiscalização.
Quando a AS fosse pequena, ou seja, SA cujo capital não ultrapassa 200000€. Nestes casos a
SA pode ter um único administrador. Quando isto acontece, há concentração do momento
volitivo com o declarativo. Há momento em que há formação da vontade e depois
exteriorização da vontade: a declaração negocial.
Sempre que PS actua, característico dos órgãos singulares, há falta de autonomia entre o
elemento volitivo e o elemento declarativo. Quando celebro contrato de C/V, assume-se que a
minha vontade pode ter sido formada no momento em que concretizo contrato.
Em órgãos de administração, ele manifesta a sua vontade num momento, e noutro há alguém
que representa a PC e declara vontade. Quando o admin é único, há confusão. A SA actua
sempre na prática destes administradores.
Tendo a SA pequena, e com um órgão de administração plural, tem de ter admin com um
mínimo de 2 membros. Quando há vários admin, é natural que a competência para a prática
de actos de gestão corrente (celebração de contratos que a SA conclui quotidianamente), pode
acontecer que só alguns sejam apontados para permanentemente acompanharem a
actividade social. Quando isso acontece, e só pode acontecer quando houver autorização
contratual, Art. 407º/3, ao abrigo dessa permissão estatutária, o conselho de administração
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
pode constituir admin legal, que represente a sociedade na prática de actos de gestão, ou
constituir comissão executiva, constituir subórgão que faz a mesma coisa.
Na prática delega poderes de gestão. Mas como diz no Art. 407º/8 CSC, apesar de poder haver
delegação de poderes, o conselho pode em qualquer momento praticar os mesmos actos,
assim como revogar a delegação. A comissão executiva tem menos membros que o CA.
Estas SA tÊm de ter pelo menos um fiscal único, que será obrigatoriamente um ROC ou uma
sociedade de ROCs. O fiscal único é figura que só apareceu nos anos 90. Reconhecimento que
as pequenas sociedades não precisam de muitos.
Optando a sociedade por conselho fiscal, podendo optar por um ou por outro modelo, o Cf
tem de ter pelo menos 3 membros, um deles um ROC. Esta é a orgância mais ligeira que
encontramos.
Na SQ, ela pode constituir-se com um único órgão; o gerente. Os membros da sociedade
formam-se ad hoc. Só excepcionalmente estão sujeitas a fiscalização: se forem SGPS, ou se
durante 2 exercícios consecutivos ultrapassarem dois critérios enunciados no Art. 262º.
Aplica-se precisamente à grande SA. Ela tem que adoptar o modelo clássico de estrutura
complexa. Mas na cotada, se for clássico, está obrigatoriamente neste modelo.
Há uma AG, como sempre. Nas grandes SA, a mesa da AG é mais completa. Não sõ presidente,
Art. 374º e 374º-A. Tem muitas vezes VP. De acordo com estes artigos, o 374º-A é aplicado às
sociedades cotadas.
Aqui é difícil ter fiscal único. O CA terá provavelmente comissão executiva, é difícil ter só um
admin. Depois temos secretário da sociedade, é elemento designado pelo CA e é coadjutor de
todos os órgão, mas dependente do CA. CA mínimo de 2 membros, CE idem. Quando é que o
secretário existe? Anos 90. O Secretário da sociedade é obrigatória nas cotadas, opcional nas
outras. Depois temos o CF. Curiosamente temos à margem um ROC externo ou autónomo do
próprio CF.
Modelo germânico.
Aplicado por regra a grandes sociedades. Este tem um CAE. Todos os admin são executivos,
não é preciso delegar nada. Pode ter admin único, se não com mais de 200000. Depois,
secretário da sociedade, obrigatório se cotada.
Grandes SA. Temos AG. Característica, tem no CA o próprio órgão de fiscalização, a comissão
de auditoria. São administradores não executivos, porque no fundo estão no conselho para
acompanhar actividade da admin. A vantagem da comissão de auditoria é que estão presentes
nas deliberações do CA e diz imediatamente que não pode fazê-lo. A consciência de que há
actos que não se podem praticar. Pode oportunamente impedir os actos. Nos outros modelos,
só a posteriori, nessa altura não há nada a fazer.
Os tipos societários distinguem-se pela sua firma, o nome pelo qual a SC é conhecida na sua
actividade económica e pela qual é individualizada no mercado é pela firma. Art. 18º C.Com. As
sociedades não fogem à regra da obrigatoriedade da firma.
E por isso as primeiras vêem na firma o nome dos principais sócios para que todas as
contrapartes saibam quem responde por aquela actividade social e com quem a contraparte
tem que contactar, são de responsabilidade ilimitada. Aì o crédito pessoal dos sócios é
determinante.
A firma está em geral prevista no Art. 10º do CSC, há uma norma para cada um dos tipos
sociais.
Mas a SNC pode ter outra firma, se colocar a pluralidade de membros clara, e se abrangese um
dos sócios envolvidos. António Luís e Companhia. É sociedade porque por definição são pelo
menos duas pessoas. Manuel João e Outros. Mário Rui e Filhos/Sucessores. Indicação que
estamos perante pluralidade de pessoas, ou seja, sociedade. É esta que se define por exclusão
de partes, podemos por SNC Manuel Luís.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Nos outros tipos, o tipo societário deve aflorar na própria firma. Manuel Luís, em Comandita.
Valter Leal e Companhia em Comandita. Quando temos comandita sem mais referência é
comandita simples, quando for por acções deve referenciar esse facto.
Nas SQ, de responsabilidade limitada, para além da pluralidade a priori de sócios, deve resultar
da firma a natureza da sociedade como sendo de responsabilidade limitada. Ou seja, Limitada
ou Lda. António Luís, Lda quer dizer que é SQ, sócios responsabilidade limitada.
Na SA, é simples. António Luís, SA. Ou seja, António Luís SA. AS firmas não são
necessariamente compostas por nomes civis, podem ser siglas, fantasias, etc.
Observam dois princípios: da verdade, deve observar a actividade que segue. O que é
importante é que a firma não expresse uma actividade que a firma não segue de todo. O outro
princípio, ainda dominante, o da novidade, ou seja, a firma não pode ser confundida com outra
entidade de natureza análoga que funciona no mercado.
Cada vez que se requer utilização de firma se já existe firma parecida, confundível, e que leve
entidades que têm por objecto apreciar esses pedidos a recusar o pedido. RNPC, regulado por
diploma autónomo.
Regime de responsabilidade.
SNC, responsabilidade pessoal, solidária (cada um dos sócios pode ser chamado a responder
por tudo), ilimitada (sem travão ao montante máximo da responsabilidade), e subsidiária, (só
se pode efectivar no património dos sócios quando excutido todo o património da SC).
Acto decorrente da fiança mercantil, podíamos accionar logo o fiador. Mas aqui há relevo do
património da sociedade.
Depois, diferença entre sócios de capital e de indústria. Pode ser sócios só de indústria.
Comprometeram-se apenas a dar os eu trabalho. Vai ter de formar o seu património à custa do
trabalho dos seus sócios. Raro, mas possível.
Quando há sócios que só concedem o seu trabalho, eles dão menos. Por isso, na
responsabilidade interna entre eles, os de indústria não respondem perante os de capital, mas
respondem externamente. Art. 178º CSC.
Nas SQ, estas são de responsabilidade limitada. Em muitos países estas SC não se designam
por quotas, não as caracterizam dessa forma. Nesses ordenamentos o que acontece é que elas
são responsabilidade limitada. Os sócios têm a sua responsabilidade limitada ao montante do
capital subscrito. Há diferença quanto a SA, diferença técnica, enquanto a SA os titulares das
acções sõ são responsável pela realização do capital correspondente às acções que cada um
subscreve, cada accionista só responde pelas suas acções, a sua responsabilidade é exclusiva a
essas acções. Na SQ cada sócio é responsável pela totalidade do capital subscrito.
Relativamente às entradas, elas podem ser em dinheiro, ou em espécie. Espécie são bens
susceptíveis de avaliação pecuniária que podem ser objecto de penhora. Quando os bens são
em espécie, têm de ser realizadas de imediato, não posso prometer que um dia entrego
determinado bem a uma sociedade.
O que é diferente se eu tiver crédito sobre um terceiro sobre um bem. Entradas em dinheiro
podem não ser realizadas na totalidade no momento da constituição. Enquanto que nas SQ só
sou obrigado a realizar o mínimo correspondente a 1 euro de capital por sócio, nas SA tenho
que realizar 30% da participação de cada sócio.
Se constituir SA com capital de 50000 tenho que disponibilizar de imediato 15000 e depois
obrigar-me em determinado prazo a pagar o resto. E por isso há uma diferença: posso ter
muito mais capital por realizar em SQ e por isso na SQ sou responsável solidariamente no
plano interno pela realização da totalidade do capital subscreito. Na SA só sou responsável
pela parte que me falta realizar.
Nas SQ, com o novo regime, em que é possível constituir sociedade com capital social
simbólico, a limitação da responsabilidade é ultrapassada ou por obrigação que é possível
estipular, prevista no Art. 198º CSC (possibilidade de alguns sócios ou todos eles podem
obrigar-se a responder por determinado montante ou determinados actos que a sociedade
pratique).
O que se passa nas SA com capital exíguo, ninguém leva a sério, têm pouco crédito bancário,
funcionam apenas com o crédito que os sócios geram, não são conhecidas, são os sócios que
têm de cumprir. Muitas vezes há garantias prestadas pelos sócios.
Na SNC as participações são partes sociais, aquilo que corresponde a cada um dos sócios. Nas
Comanditas, a única diferença é que o capital é oganizado em acções quando for o caso, nas
SQ a participação é uma quota, um bem incorpóreo que corresponde a montante de capital
subscrito por um sócio.
SA, são acções, participações padronizadas com igual montante, sobretudo se tiverem valor
nominal e que na realidade são a expressão em que se concretiza o capital social, todas
igualmente consideradas no seu valor nominal.
Quando uma SC se constitui, isto corresponde a quê? Colocar determinado montante de bens,
património, que corresponde ao capital da sociedade, ao capital social. Mesmo que não realize
todas as entradas, mesmo que não entregue à entidade todo o dinheiro que prometi, porque
apenas realizei uma parte, o remanescente que me comprometi a disponibilizar, passa a ser
um crédito da sociedade sobre a pessoa.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
As participações tal como surgem são adequadas à sua transmissiblidade. As participações que
se concretizam em acções, por serem de menor valor unitário, por serem de valor unitário
idêntico, sem prejuízo das previlegiadas, esse tipo de participação eu tenho instrumento que é
muito mais facilmente transmissível no mercado.
Vários aspectos. Fenómenos que são variações da SC. Unipessoalidade societária. Situações
em que SC se caracteriza por ter apenas um sócio. Por ser ela mesma uma excepção à sua
natureza, que aponta para a pluralidade.
A outra situação é aquela em que a sociedade ganha especial relevo pela sua ligação a outras
entidades com a mesma natureza; coligação de sociedades, que se reconduz a grupos de
sociedades, conjuntos de sociedades que acabam por ter especial relevância no mercado.
Unipessoalidade.
Quando se optou pelo EIRL, foi por uma razão técnica. Discutia-se se era admissível haver SC
unipessoais, a tendência era dizer que não, por contradição à essência da SC.
Sò nos 90 é que se acolheu as SC unipessoais. Finalmente, 10 anos depois, legislador veio a pôr
fim aos EIRL, facilitando a sua conversão em SC unipessoais.
Uma pessoa, que pode ser pessoa física, singular ou colectiva que pode fazer SC unipessoal.
Uma pessoa só pode ter uma sociedade unipessoal por quotas. Não pode ter actividade
comercial e outra para outra actividade.
Uma SC unipessoal por quotas não pode ser sócia de outra sociedade com a mesma natureza,
isso iria defraudar a limitação da titularidade de uma SCU por pessoa.
Em oposição às SCUQ, estas colocam um problema de construção jurídica. Elas também vão
ter contrato de sociedade, regras que disciplinam a sua actividade, mas esse contrato não é
contrato, porque tem apenas uma parte. É um acto de instituição e não de natureza
contratual, por comodidade não se muda o nome.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Em oposição ao EIRL, temos uma realidade diferente. Sociedade subsidiária integral. Uma que
é subsidiária de outra, participada por outra na totalidade. Nestas, só uma sociedade pode ser
sócio único. Quem pode ser sócio único? Tem de ser uma SC de responsabilidade limitada, Art.
498º.
As SU vêm previstas já no domínio das sociedades coligadas, Art. 488º. Situação em que há
unipessoalidade originária. Não um caso em que a sociedade fica reduzida a um titular porque
os outros desapareceram, alienaram a sua participação. Aqui a SU é unipessoal desde o
princípio porque a lei o autoriza, e depois fá-lo no Art. 481º. A Sociedade-mãe pode ser uma
sociedade estrangeira.
Em qualquer circunstância de alguém atingue a totalidade do capital, Art. 489º, o que fazer=
há várias hipóteses, as duas mais relevantes: ou comunica o accionista único ao mercado que
se pretende manter como accionista único daquela sociedade, promovendo o registo dessa
situação, ou atinge a totalidade do capital social mas não quer ficar com ele, quer alienar parte
a outras pessoas. Pode também extinguir, ou promover fusão, mas são as menos relevantes.
Quando isto acontece estamos perante SU. Porque é que a lei se preocupa tanto? Da
totalidade do capital de uma SC por outra vai resultar uma consequência relevante:
responsabilidade limitada da sociedade dominante, e isso é significativo. Ideia que decorre do
501º (491º), e há situação de responsabilidade de sócio único, tal como existe na parte geral
uma responsabilidade do sócio único prevista e estabelecida, aplicando-se esta à SQ, Art. 84º,
vs. 501º.
Durante muito tempo não se concebeu que uma SC pudesse ser sócia de outra SC. No que diz
respeito às PC de fim altruísta, associações e fundações, estas não precisam mesmo, nada
justificam que participem noutra. Fins não lucrativos. Se inicialmente as SC eram só
participadas por pessoas físicas, isto veio a questionar-se.
A organização económica na época não se fazia com base nessa participação. O que
caracterizava um grupo económico era a possibilidade uma ou mais pessoas poderem ser
sócias de várias sociedades com objecto diferente, e o que caracterizava este conjunto de
sociedades era os seus titulares.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Os lucros que se verificassem numa sociedade não serviam para cobrir as dívidas de outra.
Para promover a responsabilidade fiscal isto mudou-se. Antes eram apenas grupos de facto.
Veio a exigir-se que tal existisse.
Sociedades holdings, ou seja SGPS, são sociedades que apenas detém participações noutras
sociedades, e exercem de forma indirecta actividade económica. Através da detenção de
participações noutras sociedades. No mínimo 10% com carácter de perpetuidade, pelo menos
1 ano.
O que as caracteriza é o seguinte. Durante muito tempo tiveram grande justificação: apesar de
enormes limitações no regime jurídico face às outras SC, elas tinham um regime fiscal
claramente mais favorável. E por isso quando havia tentação de uma sociedade participar
noutra sociedade apesar de ter de exercer outra actividade económica, esta actividade vai
mantê-la na mesma actividade; a primeira sociedade não altera em nada a sua actividade por
adquiri participações noutra sociedade, porque a actividade da segunda é a mesma da
primeira.
Havia poucas holdings impuras, porque se fizer sobre forma de SGPS, tinha estatuto fiscal
muito mais favorável. Mas na mudança, aprovou-se alteração do CIRC e ao fazê-lo eliminou-se
a vantagem fiscal.
Mas vale a pena ainda constituir SGPS? Já não tem vantagens fiscais, por isso vamos para
holdings impuras?
QUais as limitações das SGPS? Podem fazer alguns actos para além destes? Sim, podem
administrar as sociedades participadas. Podem dedicar-se a administrar as sociedades em que
participam.
Quais as limitações? Enorme controlo das entidades públicas. Além disso sofrem de
constrangimentos. Para sociedade ser SGPS, tem de preencher dois princípios. Da estabilidade
e da concentração das participações. Estabilidade significa que a SGPS tem de manter a
participação durante no mínimo 1 ano. Concentração, uma SGPS deve pelo menos adquirir
participações que sejam no mínimo 10% das participações.
Excepção a este princípio está no Art. 3º do diploma. Mesmo quando não há participação de
10%, se for significativa, passa por si a ser elegível de ser objecto de aquisição e gestão da
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
SGPS. Quando a participação corresponde a valor elevado, próximo dos 5M€, antigamente era
1M de contos.
Participações não servem para adquirir bens imóveis, só podem para comprar a sede. Valor
não pode ultrapassar certo ratio relativamente aos seus bens.
Quando tem controlo de outra sociedade porque participa em mais de 50% de capital social, a
maioria de direitos de voto ou tem poder de designar maioria dos órgãos de admin ou
fiscalização, domínio simples.
Quando há domínio simples, os interesses são diferentes. Há que respeitar o próprio interesse
da sociedade que não se confunde com a maioria do capital.
Quando há participação simples, não pode reclamar controlo da sociedade, apenas tutela de
alguns direitos.
Interesse social.
Norma que estabelece os deveres fundamentais dos gestores: Art. 64º, do qual nasce conceito
de interesse social. Este Art. Foi ampliado em 2006. Antes entendia-se que este interesse, na
sociedade, não se confundia necessariamente com interesses dos accionistas ou sócios,
porque haveria outros interesses, como por exemplo dos trabalhadores, e que portanto estão
interessados na sua sustentabilidade e manutenção do mercado, exigem que quando a
sociedade realiza dos actos da sua actividade tenha em conta o equiíbrio desses actos para não
Põr em risco esses postos de trabalho.
A reforma de 2006 ampliou todas as entidades, partes que pudessem estar interessadas na
subsistÊncia e desenvolvimento da actividade, dever de lealdade dos gestores = o interesse
social extravasa o interesse dos sócios, abrange também dos trabalhadores, mas ainda de
todas as entidades em razão das quais a sociedade se movimenta no merccado, de todas as
partes interessadas na actividade social, na órbita da sociedade, partes interessadas ou stake
holders, como fornecedores, financiadores, grupo de credores, clientes, estes estão todos
mencionados no Art. 64º/1, e possivelmente alguns cidadãos que não têm relação directa com
sociedade, cujos interesses podem por ela ser afectadas, qual a relevância desta questão?
Procurar de algum modo concluir por responsabilidade que sociedade pode ter nos casos em
que os interesses dessas pessoas foram atacados.
Por outro lado, se a autonomia privada se coloca no plano da construção, também se coloca
no funcionamento, tal como os seus limites.
Importa referir contudo que a nível dos sujeitos há interferência do direito comunitário. SAE.
Reg 2001, depois há um DL. Figura que pelo nome pretende representar ligação de socieddade
com mais de um Estado na UE. Sociedade que se cria pela fusão de sociedades que se
encontram em vários Estados-membros. Ou fusão com filial. O essencial é ter essa conexão.
Tem capital social mais elevado. Por fim, as preocupações que existem é sobre participação
dos trabalhadores. Por isso a sua vertente laboral é relevante.
A nacionalidade é o vínculo político que liga uma pessoa a um Estado. Vínculo de cidadania.
Isto existe nas SC. O CSC refere-se-lhes no Art. 3º CSC. Este artigo acolhe o critério geral de
DIPrivado, Art. 33º CC. A SC têm a nacionalidade do local da sua direcção efectiva, do Estado
em que se encontra situada a sua direcção efectiva. Mais do que escolha de domicílio, o relevo
é o elemento fundamental das pessoas jurídicas em geral.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
O domicílio é a sede. Quando a entidade está sediada, tem a sua residência, no fundo, no qual
pode ser contactada. Quando se constitui, a sua nacionalidade é a da sede. Mas se vier a
demonstrar que ela não funciona no local onde fez a sua sede (ter a sede como sendo um
apartado, caixa postal). Este domicílio pode ser alterado, altero a nacionalidade, e a ordem
jurídica à qual a minha SC está sujeita. O Art. 3º é muito rigoroso quanto a esta mudança.
Exigente no quórum deliberativo para mudar a sede. Como descaracterizar a sede efectiva?
Imaginemos que a administração reúne sistematicamente num país estrangeiro. Depreende-se
que do local de realização da reunião, ela é dirigida do exterior: aqui temos problema de
direcção efectiva. Domicílio que não corresponde à realidade.
Quando a sociedade não funciona neste país, a consequência é poder vir a sujeitar-se à ordem
jurídica estrangeira, onde efectivamente funciona, porque se tiver norma de conflitos como a
nossa, determina que aquela sociedade se regula por aquela ordem jurídica, que podem
desencadear efeitos por exemplo tributários não favoráveis.
A PJ é... [Civil]. As SC têm PJ se adoptarem um dos tipos do CSC, constituindo-se nos termos
que a lei societária admitir. É o acto de constituição que lhes confere PJ. Art. 5º. Determina
que é com registo que se têm por constituídas. Registo é constitutivo. Quando não há registo,
temos irregularidade, visicissitdes inerentes à formação da própria SC.
Aqui é que é importante discutir. Art. 6º CSC. O nº1 vem reproduzir o princípio do Art. 160º CC:
princípio da especialidade na capacidade de gozo das PC. É genérica nos direitos próprios das
SC. O que acontece se uma SC praticar um acto à margem da sua capacidade. Isto é que é
relevante. Ter presente que a capacidade da PC em geral e da SC em concreto é definida pelo
seu objecto, pela sua actividade, é esta que vai determinar direitos e vinculações a que aquela
PC é susceptível. SC bancária pode fazer coisas que outras SC não podem.
Ter presente que a lei se preocupa com não desqualificar na OJ os actos praticados pela
sociedade para além do seu objecto para não prejudicar 3ºs que se relacionam com a
sociedade. Ideia de que os que actuam em nome e por conta da SC têm de conhecer todas as
suas limitações, os outros não podem ser prejudicados desde que as limitações não decorrem
da capacidade típica da SC. SC não pode doar bens, praticar actos gratuitos.
Mas pode realizar algumas doacções? Sim, há normas legais que admitem. Reconduz-se aos
custos da sociedade. Mecenato. Contrato de patrocínio.
A este respeito, naturalmente que é preciso dizer que não há problemas porque todos os
sujeitos físicos têm capacidade de gozo. Há problemas que têm a ver com qualidades próprias
da pessoa ou com relações que se possam estabelecer entre diversas pessoas quando são
sócias de SC.
No que se refere a limitações de carácter externo, que tenham a ver com os próprios sócios,
situações em que a participação de SC está dependente da supervisão de entidades
reguladoras. BP, quando aprecia idoniedade de sujeito, para saber se tem condições para
poder ser accionista, Art. 102º, regime geral das instituições de crédito.
Constituição da SC.
CSC unificou tudo. Contrato de sociedade abrange todas as realidades, acordo pelo qual os
contraentes estipulavam condições da criação e funcionamento de uma determinada
sociedade comercial, e não introduz particular diferença.
Simplificação dos actos societários. Desnecessidade de escritura pública, Art. 7º, constituem-se
por documento particular com reconhecimento presencial das assinaturas dos fundadores. E
por isso raramente se recorre hoje ao notário ou escritura pública.
Os contratos de sociedade não têm particular novidade. Têm regras que no fundo visam
acolher menções obrigatórias, misturadas com facultativas, depois há conjunto de normas que
visam caracterizar o modelo orgânico e o modo de funcionamento da sociedade.
Primeiro, nome da sociedade. A firma. Vamos individualizar a própria pessoa. A firma é uma
menção obrigatória. A segunda decorre da própria firma, mas no contrato em sentido amplo
decorre da firma e é obrigatória: identificação do tipo societário. Art. 9º do CSC.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
No instrumento constitutivo diz-se que se constitui uma SC por quotas, SA, etc.
Depois de se identificar tipo societário e firma, vem a sede. Segunda menção obrigatória.
Depois, objecto social. Actividade a que a sociedade se propõe a exercer ou a realizar. Em bom
rigor, duas SC com actividade completamente diferente podem ter contrato perfeitamente
idêntico excepto no que toca à actividade. Aqui estará a diferenciação, no que se propõe fazer,
os tais AC que se propôe a realizar todos os dias.
Capital social. Tem que existir nas SQ e SA. Nas SNC podem ser só sócios de indústria. Mas as
SA têm capital social mínimo de 50000, fora os casos especiais em função da actividade em
que se exige capital mais elevado. Há casos em que a lei exige capitais sociais mínimos mais
elevados.
Nestes casos os regimes jurídicos que disciplinam estas sociedades têm regime especial face
ao CSC. Para SQ o mínimo é simbólico, pode ser 1€ por cada sócio.
Depois, temos que atender ao montante da participação e à natureza das entradas efectuadas,
bem como a caracterização dessa participação. Aqui há diferenciação entre contrato em
sentido amplo e restrito.
Os fundadores têm de estar no contrato em sentido amplo. Mas nos estatutos eles não tÊm de
ser identificados, aí chega referir qual o número das acções que correspondem ao montante
do capital social subscrito, o seu valor nominal, regime aplicável, categorias e modo de
circulação, nas SQ é habitual caracterizar os titulares das quotas porque não há a mesma
aptidão de transmissão de quotas como nas SA.
Menções facultativas.
Se o capital social corresponde à realização do capital por cada um dos sócios, as obrigações
acessórias que os sócios assumam não são obrigações. É importante que existam pelo
princípio de inoponibilidade de novas obrigações em vida da sociedade. Se o contrato de
sociedade não regular e disciplinar todas as obrigações a que os sócios estão sujeitos, não é
possível opor-lhes novas obrigações sem o seu consentimento, sem que votem
favoravelmente a inclusão das novas no contrato de sociedade. Art. 86º.
Por fim, se estiver em causa acto que recai sobre participações e conduz à sua extinção,
amortização das participações, tenho de contemplar a autorização legal.
Nas SQ, só a gerência, órgão executivo: como se compõe. Pelo menos 2. Depois, poderes da
gerência, preocupados em procurar caracterizar poderes, que decorrem das regras legais ou
de regras supletivas.
Nas SA é que o contrato de expande. A orgânica é muito mais complexa, mesa da AG,
competência da AG se tiver competência específica, participação na AG, normas sobre
conselho de administração, estas normas vão também recair sobre o funcionamento deste
órgão.
Normas transitórias: normas que se destinam a ser aplicáveis apenas durante curto período.
Quando se altera norma do ponto anterior, por exemplo, ou designação dos primeiros titulares
dos órgãos sociais. Contrato social em sentido amplo é mais normal que constem do em
sentido amplo, porque decorrido determina período essas normas deixam de se aplicar, iriam
caducar se estivessem em sentido estrito, ou técnico.
Relevância do recurso a menções facultativas: por vezes há normas legais com carácter
dispositivo e que são ou permissivas ou supletivas. Se permissivas, concedem faculdade aos
destinatários, os sócios de sociedade que aproveitem conteúdo destas normas podem
aproveitá-las, se não forem transpostas para contrato, prescindem do acolhimento das
normas, passa a aplicar-se situação oposta.
Supletivas, aquelas que se aplicam se as partes não as suscitam ou não afastam expressamente
a sua aplicação. Reproduzo esta norma legal para se tornar certa, independentemente da
sucessão da lei no tempo.
Obrigatórias.
A principal só consta indirectamente: tipo social e identificação das partes. Qual o tipo que
escolhemos e quem são os fundadores. É isso que explica que possa ter de haver forma de
constituição da sociedade, se houver número elevado de fundadores, para não os fazer intervir
todos no acto. Primeiro, tipo social, documento que se constituiu SC, e quem são as pessoas.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Depois, segundo elemento do qual decorre tipo social, a firma. Nome pelo qual a SC é
conhecida no exercício da sua actividade. Vocábulos que pretende identificar a sociedade
distingindo-a de outras.
Art. 18º do C.Com determina que todos os comerciantes têm obrigação de adoptar firma, SC
incluídas.
Art. 10º CSC, requisitos da firma, é a partir daqui que vamos caracterizar menções obrigatórias,
norma geral, para os tipos societários em geral há uma norma que se dedica a esse tipo.
Firma sujeita a dois princípios: da verdade, nome deve espelhar a actividade que a SC se
propôe a realizar. Deve corresponder àquilo que a SC é no mercado, e depois princípio da
novidade, segundo o qual a firma tem de se diferenciar das outras existentes no mercado,
permitindo a distinção das outras.
Regras especiais da firma, nos tipos sociais. Art. 177º. A firma da SNC, quando não
individualizar todos os sócios (relevo de todos os sócios que integram), deve conter pelo
menos o nome ou firma de um deles, com a aditamento abreviado ou por extenso “e
companhia”. Joaquim Lampreia e Companhia. Ou qualquer outro que indique a existência de
outros sócios, mas que o faça de forma simples.
Art. 200º. SQ. A firma destas SC deve ser formada com ou sem sigla, pelo nome ou firma de
todos, alguns ou algum dos sócios ou por denominação particular, ou por fusão de alguns
destes elementos. Mas em qualquer caso se conclui pela palavra “limitada” ou “Lda.”.
SA, Art. 275º. Neste artigo temos uma enorme semelhança com o 200º, mas esta firma
concluirá pela expressão “SA” ou “sociedade anónima”.
Por fim, Art. 467º. A firma da sociedade é formada pelo nome ou firma de um dos sócios
comanditados. O que se procura aqui? Um aspecto simples, evidenciar, identificar um dos
sócios para que o crédito pessoal desse sócio aproveite à sociedade.
Se a firma fosse Américo Amorim e comandita, há um sócio chamado AA, portanto se esse
sócio preci
Para além disto, deve ter o aditamento “em comandita” ou “e comandita” ou “em comandita
por acções” ou “e comandita por acções”.
Menções obrigatórias.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
O objecto da sociedade. Aquilo que distingue as Sc umas das outras. O objecto social
corresponde à actividade económica de natureza comercial que a sociedade se propôe a
prosseguir. Art. 11º CSC.
Mas aqui como é evidente, em princípio o objecto não tem de ser caracterizado a propósito de
cada tipo social. Nada impede que qualquer que seja a actividade económica comercial,
podemos adoptar o tipo social que mais nos interessar. Qualquer sociedade pode ser
distribuição de bens alimentares. Pode até ser empresário individual.
Há determinadas actividades que não são susceptíveis de serem exercidas no mercado que
não são susceptíveis de serem exercidas só assim. Instituição de crédito tem de ser SA,
seguradora idem.
Art. 11º. O objecto deve ser redigido em língua portuguesa. Em princípio do objecto social
deve decorrer o objecto da sociedade, tem de caracterizar e delimitar adequadamente o
objecto que a sociedade prossegue. Mas é admissível que uma sociedade prossiga mais do que
um objecto, isto é, posso ter SC que tenha por objecto a prática de actos clínicos, mas no
fundo posso também acolher neste objecto outra actividade, compra para revenda de bens
imóveis.
É actividade bastante diferente, mas é actividade que a sociedade pode querer realizar em
alternativa ou conjuntamente. Portanto o objecto social tem de se traduzir na prática de AC.
aspecto importante: saber se uma SC pode também adquiri participações noutra sociedade,
estender a sua actividade através de participações noutra sociedade, é em matéria de objecto
que isto é tratado.
Como? Art. 11º/4 + 5. Quando está em causa a mesma actividade, isto é, adquirir participação
noutra sociedade mas com a mesma actividade, se essa SC tiver responsabilidade limitada, não
é preciso autorização estatutária para isso. Ratio: se eu tiver sociedade de distribuição
alimentar e controlo continente, e compro acções da auchan, não estou a alargar a minha
actividade, está tudo bem. Mas noutra sociedade. Posso vir a ter problema de concorrência,
mas isso é diferente.
Mas se eu sou uma sociedade de distribuição de bens alimentares mas compro participações
num banco, prossigo actividade bancária por intermédio. Como eu estou a extravasar o meu
objecto, é preciso que o contrato de sociedade autorize a aquisição de participações em
sociedades com objecto diferente, ou quando a sociedade em causa for de resonsabilidade
ilimitada.
Se a lei tem a preocupação da lei admitir a priori essa aquisição, ela pressupôe autorização
estatutária, acto de claro conhecimento. Se não acolher conteúdo do Art. 11/5, não posso
adquirir participações em sociedades com objecto diferente.
Nos investimento das sociedades no mercado muitas vezes recorre-se à bolsa, esses
investimentos correntes traduzem-se na aquisição de acções. Na realidade, se está em causa
apenas mera aplicação de capitais, despreocupada, feita pelo gestor do banco, não há
desrespeito absoluta do Art. 11º/5. A consequência do desrespeito, não estando autorizado a
comprar essas participações, a consequência é a nulidade. O Art. 294º CC determina a
nulidade dos actos que inobservem regras imperativas.
Sim, as SGPS. DL respectivo. Prevê que possa haver SC que tenham por objecto exclusivo o
exercício da actividade económica por forma indirecta através da gestão e aquisição de
participações sociais. É indirecto porque exerco através das sociedades em que participo.
Holding.
As SGPS já tiveram melhores dias. Aquilo que distingue é o exercício da actividade, umas de
forma directa, outras de forma indirecta. Mas as SGPS seriam sociedades que no fundo
concediam aos seus titulares benefícios fiscais em contrapartida do seu regime jurídico estrito
e limitações ao seu objecto.
O que caracteriza a SGPS? Há espaço para elas, se a única distinção for só o objecto. Dois
aspectos: princípio da estabilidade, e da concentração das participações sociais...
Princípio da estabilidade: SGPS devem adquirir participações para as deter durante um espaço
relativamente longo de tempo, no mínimo um ano. Investidor de médio e longo prazo durante
um ano. Depois, princípio da concentração, significa que a lei pretende que a SGPS tenha
participação mínima de 10% na sociedade participada. A participação que ela tem nas
sociedades participadas seja no mínimo 10%.
A lei admite excepções, considera que isto não pode ser princípio absoluto, deve-se admitir
que possam existir participações inferiores a 10% no capital da sociedade participada, desde
que a soma dessas participações não ultrapasse o montante de 30% do valor total da carteira
de investimentos da SGPS.
Posso dedicar a grande maioria das minhas disponibilidades a investir, mas com as limitações
previstas assim.
Para além deste desvio: em certas sociedades 10% é um valor económico grande. Assim,
quando for o caso, quando o valor económico for mais ou menos 5M, essas aquisições não
estão sujeitas à limitações de 10%. Se 5M for menos que 10%, então pode-se fazer na mesma,
não mera especulação.
Do mesmo modo que o princípio da concentração sofre desvios, a estabilidade idem. Quando
há alienação antes de 1 ano, mas se houver boa oportunidade então é possível na mesma, mas
tem de haver reinvestimento desse montante numa actividade semelhante no prazo de 6
meses.
Art. 5º
Menção da sede social. A sede é o centro de vida da sociedade comercial, é o local onde se
têm por produzidos os actos comunicações dirigidos à sociedade, é o domicílio da sociedade.
Elemento determinante, que tem muitas determinações fiscais. Determina sujeição a uma
área geográfica.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Todas as SC tem de ter uma sede, que não é o mesmo que estabelecimento. Mas pode ter
sede no estabelecimento comercial. Muitas vezes não é o caso, a sede é nos escritórios da
sociedade, onde estão os membros dos órgãos sociais.
Sede define aspecto importante. Se tem sede, tem PJ. Se constituir extensão de outra
sociedade, dizemos que não estamos perante sede, mas perante delegação, escritório,
agência. Assim cada SC só pode ter uma sede. Mas a verdade é que uma SC pode funcionar
num Estado e na realidade desenvolve actiivdades noutro estado, e fazê-lo com estabilidade
através de estabelecimentos constituídos nesse Estado.
Outra menção é o capital social. Uma das matérias que suscita dificuldades. O capital social é
conjunto dos bens que corresponde à soma das entradas de todos os sócios e que a sociedade
irá utilizar para se posicionar no mercado para exercer actividade económica que se propôe
exercer. Cifra numérica expressa em moeda corrente.
Durante muito tempo, e mais tarde, foi por referência a esse ano civil que o Estado tributou a
actividade da sociedade, os actos encadeavam-se de forma a que todos os subsequentes a um
ano civil, a sociedade fechava as suas contas, fazia balanço da actividade e devia deliberar
sobre aplicação desses resultados.
existia número elevado de pedidos para se introduzir excepções à regra geral de ano social =
ano civil.
Lei admite que sociedades em PT podem optar por exercício social que não coincide com ano
civil. Que não se iniciasse o primeiro dia do mês do ano, e que se concluísse no último dia do
último mês do ano.
Mas uma sociedade que se dedicasse ao vestuário, de agasalhos, em Dezembro poderia estar
no pico da sua actividade, e por isso tem que fazer separação da sua actividade por efeito do
ano civil podia chegar a situação de algum desconforto. O mesmo de sociedades com
actividades sazonais diferentes do ano civil. Sociedades desportivas.
O que é que a lei faz? Vem a permitir que por opção da sociedade, desde que prevista no
contrato de sociedade, e dái a obrigatorieddade dessa menção, fosse adoptaro exercício social
desconforme com ano civil. Contudo, enquanto que nas sociedades que coincidem com o ano
civil, o primeiro exercício social tem duração que corresponde ao período que decorre entre o
dia em que começa a actividade e dia 31 de Dezembro, qualquer que seja a sua duração,
quando há desconformidade, o CSC criou regra pela qual nenhuma SC cujo exercício não
coincida com ano civil pode ter primeiro exercício inferior a 6 meses ou superior a 18 meses.
Partiu do princípio de que o primeiro exercício encerrara negativo, de investimento, e por isso
não valia a pena encerrá-lo antes de 6 meses e máximo de 18.
O primeiro exercício, que só raramente é que coincide com o ano civil, só acontece se a SC
fosse constituída no fim de Dezembro. Devia haver regra segundo a qual se ela se constituísse
na 2ª metade do ano, só encerra no fim do ano subsequente, se na 1ª metade, no fim desse
ano. Mas não há.
Quanto á duração dos mandatos dos titulares de órgãos sociais. Art. 391º CSC, os mandatos
contam-se por anos civis, porque o CSC na realidade previu que o ano civil fosse a medida de
referência típica da duração do exercício social. Mas é evidente que por interpretação
actualista também temos que aplicar o Art. 391º às sociedades com actividade que não
corresponda ao ano civil, pode haver mandato que corresponde a 4 exercícios sociais.
A data de encerramento anual só é relevante se não coincidir com o ano civil. Se não se disser
nada, lei presume que há coincidência.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Quotas, basta referir o número mínimo de gerentes que a sociedade irá ter. SA, a
institucionalização dos órgão sociais é obrigatória, o contrato tem de regular a composição e
funcionamento desses mesmos órgãos.
Menções facultativas.
Participação noutras sociedades que tenham diferente objecto social, bem como ACEs.
Possibilidade que a SC pode ter de para além do exercício da sua actividade económica poder
deter participações estratégicas noutras sociedades. Meio de ampliação da actividade da
sociedade.
De acordo com Art. ... está dependente de previsão contratual. Se o contrato de sociedade for
omisso, a SC não pode emitir títulos de dívida. O CSC regula obrigações. De acordo com CSC,
para sociedade emitir obrigações, contrato tem de autorizar.
Por exemplo, obrigações, títulos de dívida da sociedade perante terceiros podem ser
convertidas em acções, sociedade tem um ganho, ela não tem que reembolsar os credores, ela
declara que credores passam a ser accionistas, detentores de valor mobiliários do que
inicialmente tinham subscrito e converter dívida em capital. Isso permite-lhes financiamento
indispensável ao normal funcionamento do mercado.
Nas SQ, quando o CSC saiu, o legislador esqueceu-se deste tipo. Ao abrigo da lei anterior as SQ
também poderiam emitir obrigações. A emissão de obrigações está muito dependente da
capacidade da sociedade.
Obrigações das SQ, esqueceu-se delas. Já havia SQ que já tinham emitido esses empréstimos, e
agora, podiam subsistir? Surgiu diploma com um único artigo, a dizer que nas SQ podem ser
emitidos empréstimos obrigacionistas, nos mesmos termos das SA.
Depois, podemos ter contrato de sociedade com cláusulas de distribuição de lucros. O lucro é a
finalidade da SC, obtenção de ganho com a organização da sua actividade orientada para o
mercado. O lucro destina-se a ser repartido pelos sócios da sociedade. Art. 21º-A, 22º, 217º,
294º, 31º. Lucros periódicos, originados com base no resultado da sociedade num
determinado exercício social. Fala-se nisto porque há mais dois tipos de lucros, finais
(decorrem dos ganhos obtidos por sociedade no mmento do seu encerramento, cessacção da
actividade) e lucros acumulados, gerados periodicamente e não distribuídos com a mesma
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
regularidade, que são retidos na sociedade, e que podem ser distribuídos a todo o momento
se não for necessário cobrir despesas.
Os 217º e 294º. (O 21º prevê direito aos lucros. É direito essencial). Dizem o seguinte: salvo
diferente cláusula contratual ou deliberação tomada por ¾ dos votos correspondentes ao
capital social não podem deixar de ser distribuídos aos sócios metade dos lucros distribuíveis.
O lucro é a diferença positiva entre a situação que a sociedade tinha no início do exercício
social e no encerramento desse exercício. Se for negativa, há prejuízo. O que tem de ser feito?
Registar prejuízo, inscrever nas contas e dizer que sociedade registou prejuízo. Se houver lucro
podemos fazer várias coisas: podemos usá-lo para cobrir prejuízos anteriores, para distribuir
pelos sócios, ou podemos usá-lo por exemplo, para cobrir prejuízos anteriores, constituir
reserva, obrigatória ou facultativa, bem como podem afectar parte do lucro à constituição de
reserva facultativa, ou seja, reserva livre, totalmente disponível, corresponde a lucros que se
verificaram.
Essa parte que seja aplicada à reserva legal obrigatória corresponde a 5% do lucro do exercício,
no mínimo. A lei prevê que em princípio tal só acontece até que o montante de reserva
corresponda a 1/5 do capital social. É como que reforço do capital social.
O que fazer com este reforço? Ou usamos para cobrir prejuízo, ou incorporamos no capital
social, aumento do capital social por incorporação de reservas.
Dos lucros do exercício, 5% até que seja 1/5 do capital social. Depois, tenho que pegar nos
lucros do exercício e cobrir prejuízos que tenham transitado e só deposi então é que disponho
dos bens que posso distribuir: lucros do exercício distribuíveis, dái que o conceito de lucro
distribuível não coincida à partida com lucro do exercício, mas pode acontecer, se já tiver
alcançado 5% da reserva legal e não ter prejuízos para cobrir.
No que respeita aos lucros que se vão verificando periodicamente, pode suceder que não
sendo todos utilizados, sendo acumulados, que esses lucros também sejam distribuídos, mas
são lucros extraordinários, que já existem, e estão para além do lucro periódico, e por isso
dizemos que reservas livres são lucros distribuíveis em certo sentido.
E se SC já não tem prejuízos para cobrir, o que acontece ao lucro distribuível? Art. 217º + 294º.
Não pode ser deixado de ser distribuído ½ do lucro distribuível.
E a outra metade? Terá destino deliberado. A verdade é que todo o licro do exercício
distribuível pode ser distribuído, basta que 50+1 o pretenda. E quais as limitações a este
regime? Primeiro ¾ dos votos correspondentes ao capital social. Circunstâncias excepcionais.
E se eles quiserem pressionar a minoria para não distribuir? Tem de estar em causa interesse
da sociedade. Não podem fazer para pressionar minoritários. Deliberação abusiva.
Não é admissível que uma cláusula contratual possa colocar na disponibilidade dos sócios a
não distribuição dos sócios ou possa reduzir o mínimo percentual assegurado. Entende que
esta regra por definição supletiva na realidade tenha conteúdo mínimo imperativo. Seja
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
supletiva em termos de se considerar que aos sócios e accionistas, salvo deliberação por ¾ seja
sempre assegurado 50%, mas para que tenha conteúdo, pode o contrário estabelecer que
naquela sociedade não se asseguram apenas 50% mas 60 ou 70. POC entende que cláusula
contratual que constitui desvio pode recolher solução mais favorável aos accionistas mas não
restrição ao mínimo legal.
A ideia corresponde a SC é de obtenção de ganho e depois da sua repartição. Se não for assim,
não tinha sentido a escapatória de ¾ dos votos do capital social.
Obrigações principais no Art. 20º: realizar a sua entrada, quinhoar nas perdas. Para além das
obrigações principais, é possível haver acessórias. Mas quando os sócios elaboram contrato de
sociedade querem saber com o que podem contar, com obrigação que vão assumir, e por isso
há inoponibilidade de novas obrigações em vida da sociedade. Eu não posso opor aos sócios,
sem o seu consentimento, novas obrigações que não tenham sido previstas quando constitui
sociedade. E por isso é fundamental que se quiser admitir a futura exigibilidade desde tipo de
obrigação, que sejam imediatamente objecto de disciplina no contrato de sociedade, e temos
aí comuns nas SA e SQ as prestações acessórias, Art. 209º e 287º, podem constituir em bens
fungíveis, infungíveis e até prestação de serviços. E pode ser gratuita e remunerada, o contrato
tem que prever a gratuitidade ou restibuição dessa prestaçãp. Se não estiver previsto não
pode vir a ser exigível ao sócio.
Quando o capital é insuficiente, pode ser aumentado. Pode haver variação positiva do capital.
O aumento do capital pode ser feito com os mesmos bens que podem integrar esse capital
com esses mesmos bems, dinheiro ou espécie.
Se em espécie podem ter natureza diferente e pode ser difícil igualar entradas nesses
aumentos, mas se for em dinheiro, o aumento pode ser proporcional às participações detidas
na sociedade, então, nos Arts. 266º e 458º, a lei prevê direito de preferência na subscrição,
deirito de preferência relativamente a terceiros. Os sócios têm preferência por ubscrever
aumento de capital em relação a terceiros, e faz-se isso proporcionalmente às participações de
cada um, para manter equilíbrio das participações de cada sócio.
De modo a que, aumentando o capital social, o sócio que tiver 25%, continue com 25%, e
como há direito de preferênica, coloca-se a questão, se o sócio não tiver condições ou não
quiser subscrever, pode alienar o seu direito? Este direito pode ter valor económico relevante,
se puder subscrever participação social em aumento de capital e for colocada ao dispor dos
sócios por valor inferior ao valor real por exemplo, de acções cotadas a 1 euro cada, e que
preciso de obter aumento de capital, e peço ao mercado, com preferência para os meus
sócios, acções que vão ter o mesmo valor económico das existentes, mas que permito que
sejam subscritas por 0,80. Se isso acontecer, as acções que valem 1 caem para 0,80. Mas as
que coloco a 0,80 valem mais a seguir, porque coloquei acções no mercado aquém do valor
real. Então o meu direito de subscrição preferencial tem valor económico que se encontra
entre o custo da subscrição das acções e o valor que irá resultar para as mesmas. Por exemplo,
se tenho participações que valem 1, se vão ser colocadas 0,80 se antecipo que essas vão valer
pelo menos 0,90, se vender o meu direito de preferência por 0,05 e a outra pessoa também.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Sócios qd constituem SC têm de disponibilizar os meios de que ela carece para prosseguir
actividade. ou é SC que se possa constituir sem bens, apenas beneficiando do trabalho e
entreajuda dos sócios, as contribuições de indústria (Scomandita e SNC), ou então as
contribuições são de capital. Se não houver contribuições de capital, a SC arranca deficitária,
porque é preciso pagar despesas de constituição.
Disponibilizamos à sociedade os meios de que dispomos, mas não vamos disponibilizar todos
os meios de que formos titulares. Se disponibilizarmos mais do que é preciso, ela terá capital
que não vai usar, fica improdutivo. Constitui-se com o capital que necessita, sendo que muitas
vezes as empresas não precisam dos meios todos para se posicionarem no mercado.
No momento inicial como vamos só abrir um estabelecimento, não vamos precisar dos meios
que a abertura de todos implicaria. Além disso, quando estivermos a abrir mais, teremos
também os rendimentos dos outros, assim não é necessário juntar bens da sociedade.
Posso no fundo disponibilizar à sociedade capital por fases. Uma coisa é o que eu estou
disposto a dar: subscrição de capital: compromisso dos sócios de disponibilizar um x à
sociedade. Diferencia-se da realização: é disponibilizar efectivamente esse capital.
Pode haver plano de realização de capital. Tudo o que não realiza e subscreveu é crédito da
sociedade sobre o sócio, ela pode exigir ao sócio que ele oportunamente realize o capital. O
capital social é precisamente a soma das entradas ou de todas as entradas dos sócios que têm
de ser susceptíveis de avaliação pecuniária se não forem efectuadas em dinheiro, desde que
não correspondam a bens penhoráveis.
A soma dos bens das entradas dos sócios, que se comprometem a entregar à sociedade
exprime-se em moeda corrente em PT e constitui uma cifra numérica que é imutável. Ou seja,
em princípio, se mantém inalterável. O que irá variar é o património da sociedade
correspondente à soma de todos os bens disponibilizados e que irão ser disponibilizados ou
afectos à sociedade.
Esta cifra imutável não pode variar? O património varia necessariamente todos os dias.
Liquidar despesas de constituição, e com todos os actos que praticamos. O património varia
em sentido descendente, mas depois a expectativa é que varie num sentido positivo. A ideia é
que a SC possa vir, através da colocação dos bens no mercado, obter ganho com a sua
actividade. Amortizar o investimento.
Constituimos sociedade com capital de 1M, SA. Ou valor nominal, o montante escrito em cada
uma, ou termos valor de emissão apenas. Nesta sociedade, se temos 1M de acções, 1 = 1€.
Esta sociedade pode ver variar a cifra do capital social? Pode, através de operações diversas
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
qeu podem ocorrer em sentido oposto. Operações de variação do capital que variam em
sentido ascendente, ou descendente, e aí falamos de redução do capital social.
O aumento. Como é que aumenta? Uma de duas maneiras. Art. 87º e sgs. Art. 456º sgs. Dizem
que o capital social pode aumentar ou por novas entradas, e essas novas entradas são nos
mesmos termos em que a SC se constitui, em dinheiro ou em espécie, ou pode aumentar por
incorporação de reservas.
A primeira ocorre em dois casos: novas entradas quer dizer que os sócios ou terceiros
disponibilizam à sociedade mais bens do que inicialmente os sócios fundadores se
comprometeram a disponibilizar. É operação que só tem sentido quando já está realizado o
capital social, até lá a SC pode ir solicitando capital de que é credora.
Quando é que faz sentido promover aumento do capital social? Quando o capital com que
dotámos inicialmente a sociedade se vem a revelar insuficiente para a sociedade prosseguir a
sua actividade, porque havia sido feita estimativa optimista, crise económica, mercado
adverso...nesse caso o capital que dotámos revelou-se insuficiente para o que queríamos
realizar. A sociedade está subcapitalizada, não dispôe de capital suficiente para realizar os seus
fins.
Uma das soluções é aumentar o capital social, entregar mais dinheiro à sociedade. Quando
aumento capital social, fico com essa quantia a mais. Art. 276º impõe que acções tenham
todas mesmo valor nominal. No aumento crio mais 1M de acções a 1€ cada, fico com dois
milhões de acções a 1€ cada. Aqui a cifra alterou-se, a cifra é tão importante que de acordo
com Art. 71º é menção obrigatória dos seus estatutos.
No aumento por novas entradas pode ser feito por sócios ou por terceiros. Nesta sociedade, é
SA, há 5 accionistas. Cada um tem 20% do capital social. Cada um tem 200000 acções no início.
Quando o capital aumenta, o que acontece é, se cada um tem 1/5, se a sociedade tiver
interesse é normal que cada um queira continuar com mais possível. A lei reconhece que cada
um tem um direito de preferência para subscrever aumento de capital.
Não é em relação a uns aos outros! É em relação a terceiros. E entre eles? Têm de respeitar a
proporção que detinham. O direito de preerência de subscrição de aumento de capital, Art.
460º 458º, permite a cada um dos sócios manter posição interna relativa, continuar com
mesmos direitos sobre rendimentos que a sociedade venha a gerar. Tinha direito a 20%, vai
continuar a ter.
Se um dos sócios nao quiser realizar aumento de capital, o que acontece? Se um deles não
quiser, como há direito de preferência, pergunta-se a terceiros se estão dispostos.
Se entre os diversos sócios não haja quem possa subscrever, ou se o direito legal de subscrição
se constituir em relação a cada uma das participações, será que o accionista que não conseque
subscrever o aumento pode exercer direito de preferência resultante das suas próprias
acções?
O direito de subscrição reporta-se unicamente às acções que lhes permitam poder alienar o
direito que caberia com cada acção? Os direitos são atribuídos ás acções, exercidos por quem
as detém. Isso permita que accionista possa, em tese, dispor do direito que tem de subscrever
o aumento de capital.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Cada acção tem o direito a subscrever uma nova acção. Pode dispor do direito de subscrever
nova acção? Pode alienar direito de preferência?
Problema, capital de 1M e património de 0. Quer dizer que a sociedade teve vida deficitária.
Apesar de termos capital de 1M e p de 0, em rigor temos património negativo, gastámos 1M e
ainda há dívidas perante terceiros. A quem é que eles exigem cumprimento dos seus créditos?
A ninguém. A SC tem responsabilidade lmiitada, os sócios idem, já realizaram 1M, já não são
obrigados a dar mais nada. A sociedade está a dever. Para que serve o capital? Não para pagar
dívidas. Para pagar dívidas o que serve é o património. E o capital? Não é irrelevante, a própria
lei tenta monitorizar variação do capital realtivamente ao património. Quando essa variação é
grande, SC tem de soar alertas, tem de alertar o mercado. Art. 35º, quando se perdeu metade
do património, a SC tem de tomar medidas.
Não é admissível que funcione no mercado como se não fosse nada. Para que serve o capital?
Medida de responsabilidade da sociedade, garante aos credores que enquanto o activo não for
superior ao capital acrescido do seu eventual reforçlo, não pode ser a sociedade a
disponibilizar aos sócios bens além do capital social.
1M, tem capacidade para suster 1M. Quando houver mais do que isso, a SC não pode distribuir
nada. Para fazer face a perdas, todos os anos a referência ao redimento positivo que a
sociedade fosse gerando, que se criasse reserva, reforço do capital social, que tecnicamente é
reserva.
Art. 295º + 296. Esta reserva é designada e conhecida como legal, decorre da lei. As reservas
obrigatórias ou que a contribuição para essa reserva é de 5% dos lucros do exercício, se aquela
SC que tinha 1M obtivesse no 1º exercício 100000, 5000 iam para a reserva. Subida de 5000 no
capital social, reserva serve para cobrir despesas, etc. Depois isto continua, a SC ganha mais
cenas, obteve mais. Afecta mais até que o mínimo global seja 20% do capital social, Art. 295º.
Há SC especiais que estão sujeitas reservas legais superiores, SC financeiras têm de ter reserva
igual ao capital social. As SC normais, correntes estão sujeitas a montante mínimo de 20% do
capital social, estas são reservas legais obrigatórias. Curiosamente, o Art. 218º, aplicável para
as SQ, remetendo para 295º e 296º, prevê que a reserva legal mínima deve ser 2500. Como é
que é possível que o mínimo seja este quando SQ tenha capital mínimo de 1 euro?
Quando a lei foi alterada, criando possibilidade de 1 euro como capital mínimo. Mas antes o
mínimo era 5000€, só a partir de 10000€ é que seguia regime das SA. Quando alterou
esqueceu-se disso. E agora? Não há interpretação correctiva. Legislador errou.
Mas como é que é intangível? Isto tem substância. Quando ela se colocou, foi relações com
terceitos, em especiais credores especiais dos seus sócios. Em que sentido é que isto se
afirmou? Considerou-se que sempre que um sócio tinha um credor pessoal, nada a ver com SC,
afirmar a intangibilidade do CS significava que o sócio não podia ir buscar os bens do capital
social para satisfazer os seus bens, afecto à actividade da sociedade.
O que é que o meu credor pessoal pode fazer? Colocar mãos na minha participação social,
pode apreendê-la, e pelo valor da mesma satisfazer o meu crédito. Primeiro era assim, para
afirmar autonomia patrimonial, distinguir credores pessoais e sociais, da sociedade.
O capital no fundo tem funções internas e externas na sociedade. Interna tem a ver com meios
que ele no fundo se consubstancia e que sociedade pode utilizar para sua própria subsistência.
Externa, garantia dos credores que não há distribuição quando o CS for superior ao património
societário existente.
Para o credor, quanto mais elevado for o capital, o nível do dique, mais difícil vai ser a SC
distribuir bens e maior vai ser a sua garantia. Para o sócio, exactamente o oposto. Quanto mais
básico o nível do dique, mais fácil é haver lucro e distribuição.
Se eu reduzo o dique, é o mesmo que reduzir o capital social para metade, vou fazer com uma
de duas finalidades, ou naquela SC se registaram prejuízos no valor de 500000€, isto é, as
coisas não correram bem e a água que o dique visava sustentar perdeu-se, e está ao nível de
metade, vou reduzir o capital social para cobrir prejuízos.
O que é isto? É informar o mercado de que aquele capital que ali estava, como cifra imutável,
já se tinha perdido por metade, o activo que o compunha desapareceu, e dificilmente se
antevê recuperação. No momento de arranque pode-se perder mas a prazo pode-se
recuperar.
Movimento societário pelo qual a SC informa o mercado que vale menos do que no momento
em que se constituíram. Cada acção que foi subscrita por 1 euro, já só vale metade.
A outra finalidade regra, que ocorre quando se produz ou é deliberada redução do capital
social, é oposta.
Chegámos à conclusão que não precisamos de 1M, os 500 mil bastavam. E se ficássemos com
os 500 mil ficava improdutivo. Capital a mais do que aquele que necessitava, estava
sobrecapitalizada. Se tenho capital a mais o que devo fazer? Se foi dado pelos sócios, devo
reembolsar aos sócios, promovo redução de capital para libertar o excesso, para os titulares
das participações sociais.
Quanto aos prazos de realização do capital. Quando o capital for realizado com bens em
espécie, têm de ser imediatamente disponibilizados, não posso prometer entregar bens, a não
ser que o bem constituia exactamente uma promessa. O bem em espécie pode constituir
promessa. Há promessas que constituem um bem. Posso ter promessa de constituição de
imóvel, e posso entrar na sociedade com promessa, prometo concluir a entrada com a
realização daquele bem apenas pagando o resto daquele bem. Isso e maior valorização da
coisa. Promessa jurídica. Quando transmito a posição contratual num CP, tenho de fazer
imediatamente no momento em que constituo a sociedade ou no momento do aumento.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Quando as entradas são em dinheiro, que são a maioria, se estiver em negócio de abertura de
estabelecimentos, vou verificar quanto é que a SC precisa escalonadamente no tempo, depois
vai realizar capital que subcreveu mais tarde.
Porque é que o CS é no passivo? Porque estando no passivo, só posso ter lucros quando no
activo tenho lucros equivalentes ao CS.
CS: 1M ; DO: 200k, I: 300k, Dívida: 750k. Como posso reaver a dívida? Só pelos 500k, quem só
paga dívidas é o património. Já devia ter feito alerta.
Não paga dívidas. A nível de balanço, o que acontece? DO e I activo, CS e dívida passivo.
As reservas legais. É possível numa SC constituir ou reservar bens que resultando de luccros
que a sociedade obtém, os seus accionistas ou sócios não distribuam ou não promovam na AG.
É possível que a totalidade dos rendimentos da sociedade não se destine a ser distribuída. E
quando isso acontece dizemos que esses resultados não distribuídos integram reservas, são
reforço da garantia que já é representada pelos bens que correspondem ao CS. Se consistem
essas reservas em bens que accionistas não distribuem.
É porque na realidade eles eram susceptíveis de o serem, não eram necessários para cobrir
prejuízos e por isso acrescem aos outros bens.
Reservas legais, por imposição da lei, e formam-se por determinação legal relativamente ao
resultado periódico da sociedade, os seus lucros anuais. Ou como referência a determinados
activos que a sociedade adquire.
As reservas livres correspondem a bens que os accionistas não distribuíram mas podiam
livremente ter disposto ou dispor. Lucros que sócios acumulam voluntariamente.
As reservas legais estão nos Art. 295º e 296º, SA. Com excepção do Art. 218º, estas normas
aplicam-se nas SQ. Que reservas legais existem? Dois tipos, obrigatórias e especiais. As
obrigatórias são aquelas que correspondem a uma parte percentual mínima dos lucros do
exercício e que deve ser conservada na sociedade até perfazer o montante global mínimo
estabelecido na lei por referência ao capital da sociedade.
Qual é que é essa parte percentual mínima que deve ser retida anualmente em relação aos
lucros do exercício? 5% dos lucros do exercício. Qual o montante mínimo global que tem de
ser perfeito para que a sociedade possa deixar de reforçar a sua reserva? 1/5 ou 20% do
capital social.
Ou seja, uma SC deve todos os anos colocar de lado, afectando a uma reserva legal obrigatória
pelo menos 5% dos lucros do exercício até que a soma disso corresponda a 20% do CS. Nessa
altura, a SC deixa de ter de afectar isso à reserva. O valor passa a ser livremente disponível,
distribuível, passa a integrar o conceito de lucro distribuível.
transitou, ou ela deve começar por afectar 5% à reserva legal e só depois afectar o
remanescente para cobrir o prejuízo?
Aqui não há uma solução obrigatória. A leitura diverge, entre juristas e economistas. Estes
últimos afectam prioritariamente a cobrir prejuízos, os juristas dão prioridade à reserva. Se o
fizerem, dotam a sociedade com meios adicionais.
SC com prejuízo de 100k. Tem resultado de exercício de 50k. Este resultado líquido, é um
resultado que corresponde ao lucro do exercício (diferença positiva entre o início do ano e o
fim do ano), ela ganhou 50k. Mas já tinha anteriormente prejuízo de 100k.
Portanto quando regista o lucro, tem de dizer que não é distribuível, os accionistas não podem
dispor este dinheiro, é necessário para cobrir prejuízios. O importante é saber: ou ela afecta à
cobertura do prejuízo, que passa a ser 50k, mas continua com a reserva legal igual a 0, ou ela
afecta 5% do resultado do exercício (Art. 295º) à reserva legal e passa a ter reserva de 2500, e
o prejuízo de 52500.
Parece ser igual mas não é. Cobrindo os prejuízos. Uso 50k, dizendo que cubro os prejuízos, RT
passam a ser 50000.
Mas há quem diga que é preciso formar a reserva legal mínima, afectando 5%. Assim o RT é
52500.
EM teoria no balanço ambas as operações são iguais, mas com continuidade da actividade vai
haver diferenças. No ano 5º vamos ter resultado do exercício não de 50000 mas de 100000.
Indo para a segunda solução, dos 100000 tenho que pôr em reserva 5%, 5000. Quanto é que
tenho de tapar de prejuízos transitados?
Uso os 52500, o lucro distribuível é a diferença entre resultado do exercício e quantias que
precisei de usar para reforçar reserva legal (5000), ou para cobrir prejuízos (57500), 42500 de
lucros distribuíveis. Neste cenário posso distribuir tudo.
No primeiro caso, tenho que primeiro cobrir prejuízos, só tenho 50000 para cobrir. Para a
reserva legal, 5000. Tenho 45000 de lucros distribuíveis. Tenho diferença.
No ano anterior coloquei em reserva legal 2500, e no segundo não coloquei nada. Para a
solidez da sociedade o melhor é o segundo cenário, tem 52500 que não se podem distribuir.
Para os sócios, o primeiro é mais favorável, porque há mais para ser distribuído.
Nas SQ a reserva legal mínima é de 2500€. Mas isto é absurdo de o capital social for de 1€. O
legislador esqueceu-se. Quando se criou as SQ com capital simbólico, esqueceu-se de mudar
isto. Parece que se esqueceu. Na altura o capital mínimo era 5000€, e havia regra que a
reserva tinha de ter metade.
Como devemos interpretar isto? Das duas uma, ou promovemos interpretação correctiva,
dizendo que está errado, aplicamos regime das SA. Só tenho que fazer reservas se tiver capital
até 2€. Legislador enganou-se, mas impôe-se esta reserva na mesma.
Há reservas legais que não são obrigatórias, mas são especiais. Não se têm de gerar por
regularidade igual àquelas que se geram com o lucro do exercício. Art. 295º, situações em que
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
a lei impõe que determinados bens usados para prémios de emissão (diferença positiva que
possa haver entre capital subscrito...)
Qual o sentido de ser reserva legal especial? Bens que acrescem à reserva obrigatória, não são
disponíveis. Tecnicamente são reforço do capital social, dificultando a distribuição de bens. Há
casos que são de reserva especial. Bens recebidos a título gratuito devem integrar-se aqui, ou
montantes resultantes de reavaliações de bens do activo. Art. 295º.
A lei entende que o valor das participações próprias, partes de capital de que a SC é titular,
devem estar contabilizadas numa reserva especial. O risco inerente à desvalorização dessas
participações não deve afectar o balanço e sustentação financeira da sociedade.
Estas reservas podem ser integradas em capital da sociedade. Art. 296º, podem ser
incorporadas no capital social, o que quer dizer que o capital aumenta no montante das
reservas incorporadas, as participações dos sócios expandem-se na mesma proporção.
50000 capital social, 5 sócios, cada um 20%. Temos reservas legais, de 100000. Sabemos que
elas constituem reforço, quando existem dificultam distribuição de bens, mas podem ser
usadas para aumentar capital ou cobrir prejuízos. Os bens que se colocam de lado servem para
cobrir prejuízos. Também podemos afectar e integrar as reservas no capital social.
Muro corresponde à soma do capital + reservas legais. Quando o fizer, passou a ter capital de
600000. o que acontece ao capital de cada um dos sócios? passam a 120000. para um sócio na
prática é igual, tem sempre 20% da sociedade.
Qual a vantagem de os integrar no capital? Passo a ter que fazer nova reserva legal, a partir do
novo montante. Aqui já tinha a reserva legal mínima constituída. Mas agora já não. Vou
precisar de nova reserva legal. Mais 20000.
Há ordenamentos jurídicos em que operação não é possível. Faz confusão que se usem
reservas para reforçar capital social. Tem mais sentido aumentar por outras vias, e ter já as
reservas. Mas se eu as colocar no capital, integro-as na estrutura da sociedade, elas ganham
estabilidade que não tinham enquanto reservas, estabilidade acrescida.
Para além das reservas legais, há reservas livres. As livres correspondem a lucros distribuíveis
que sócios não quiseram distribuir. Depois de reforçar a reserva legal e cobertos todos os
prejuízos, pode haver reservas livres. Elas podem ser distribuídas fora dos momentos próprios
para distribuir lucros aos sócios, podem ser distribuídas em qualquer momento.
mereciam ser reavaliados. Está desadequado com o mercado. Inflação, ou até valor do seu
normal funcionamento.
Nessa circunstância, podia-se resolver com a deliberação dos sócios. Mas lei não deixa, só
mediante certos critérios legais. Quando Estado autorizar sociedades a actualizar os seus
valores de acordo com critérios criados pelo próprio Estado. Dessa reavaliação surge valor que
é correspondente a reserva de bens no activo.
Noção dos bens que compôem o seu activo de que ela não pode dispor. Bens que
correspondem ao activo e que devem contribuir para cobrir o montante do CS acrescido das
reservas legais = capital próprio da sociedade. Bens que não podem ser disponibilizado e que
se devem manter na sociedade.
Capital próprio é situação líquida da sociedade, mas é conceito introduzido no CSC em 2010.
No Art. 32º e que encontra hoje previsão a propósito das obrigações, Art. 349º.
Para além do capital próprio, consta do Art. 32º, que diz respeito ao conceito de justo valor.
Em 2010, admitindo que haja rúbricas do balanço, que espelham situação económica e
contabilística da sociedade, que são susceptíveis de actualização frequente, admitiu.se que
bsalanços reflectissem o valor de mercado de determinados bens, por ex, acções. Quando a
sociedade investe noutra sociedade, o valor dessa outra pode variar muito ao longo do tempo.
E no final fo ano o valor que a sociedade apresenta é valor inerente ao custo de aquisição ou
se é possível promover actualização do valor com referência à data do encerramento do
exercício.
É possível actualização, porque concede ao mercado valor mais exacto do valor da sociedade,
este critério é o critério do justo valor. mas a lei diz-nos que se este justo valor for positivo
relativamente ao valor de aquisição do bem, não posso considerar o diferencial positivo como
montante distribuível, tal como houve valoração positiva no ano seguinte, pode suceder o
contrário.
Nesse momento, o problema que se coloca, que pode ser positivo, podemos querer
redimensionar a sociedade, para esse efeito precisando de novos meios, tudo correu bem, tão
bem que sócios e accionistas aumentam o nível de investimento, aqui está subcapitalizada.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Capital de risco, project finance. Financiamento feito por bancos, enquanto não tiverem
prática prolongada.
Menções facultativas: explicação pela qual pode haver económico no valor legal de preferência
na subscrição de novas participações no aumento do capital social. O direito de preferência é
susceptível de avaliação pecuniária se através do mesmo fosse possível subscrever
participação cujo custo somado com custo de aquisição do direito de subscrição for inferior ao
valor de mercado da participação.
SC tem participações de valor unitário de 1€. Consigo comprar acções no mercado por 1€. A SC
precisa de reforçar capitais, fazer aumento de CS. O capital são 500000. Se as acções se
vendem a 1€, digo que esta sociedade tem capitalização bolsística de 500000, é valor que o
mercado atribui a esta sociedade. Sócios querem aumentar capital. Vamos supor que o
aumento do capital social é igual a 500000. A sociedade precisa mais disto.
A questão é, se eu vou perguntar aos sócios, e se todos disserem que estão disponíveis para
cobrir aumento, o preço que vão pagar por cada participação é irrelevante, porque expandem
proporcionalmente a sua posição na sociedade. Se a sociedade se valoriza em 500000 e
subscrevo parte proporcional, tenho valorização correspondente à parte que realizo.
Mas nem todos o podem fazer. Pode ser necessário que todos os que queiram fazer não
estejam disponíveis para subscrever as dos que não querem, mas tenho o direito de, com base
em cada acção que tenho, pode subscrever outra.
Se não puder subscrever o meu direito legal de preferência, ele tem algum valor? Se quiser
dispor do direito de por cada acção subscrever outra, este direito tem valor? Provavelmente
não tem, porque se quiser vender o meu direito por 2 cêntimos, vou ter de pagar 1,02 por
cada acção, quando se vendem no mercado por 1€. Com estes números não tem.
Só tem valor se a pessoa que quiser adquirir participação fizer participação estratégica, aí está
disposta a fazê-lo.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Vamos supor que as acções estão a 1,20€. Quero fazer aumento de capital. Assim emite novas
acções, a emitir a 1€ cada. Não faço por 1,20€ porque senão ninguém comprava. Assim os que
quiserem vão querer comprar acções por valor inferior ao valor de mercado. Há aqui incentivo.
Se a operação fosse aritmética, passo no momento em que acção valia 1,20, metade das
acções valem 1,20, e outra metade 1€. Cada acção vale, aritmeticamente, 1,10.
Aqui posso dispor de um valor, se vender direito de subscrição por 0,05, permito a quem for
subscrever acção, adquiri-lo por 1,05. Quem subscrever aumento de capital vai fazê-lo como se
fossem eu, mas revertem para o terceiro. E então quer dizer que este direito aqui tem valor
económico, que é permitir que o seu detentor possa subscrever novas acções por preço
inferior ao valor do mercado, e àquele que vai resultar da operação de aumento de capital.
Em certos casos, o direito de subscrever uma participação social tem um valor económico. As
acções podem ou não ter valor nominal. Veremos isto depois. O valor nominal é aquilo que
resulta da própria acção. Importante é o valor pelo qual é a acção subscrita. O valor mínimo da
acção é 0,01€. Se as acções tiverem valor nominal, o CSC impôe princípio segundo o qual todas
têm o mesmo valor nominal.
Se as acções forem representadas por títulos, é possível que um título tenha 10, 20, 100
acções.
Os accionistas fundadores compensam o facto dos novos accionistas pagarem 1 euroo por
acção quando a acção vale 1,50, fazendo com que se pague mais 1€ como prémio de emissão.
Pagam 2 euros mas não adquiriram valor novo sobre a acção.
Assim passo a ter valor de acção de 2,25, se for accionista fundador, vejo acções valorizadas
em 0,05 cada uma, se for novo accionistra paguei 2,50, 1 euro de valor nominal mais 1,50 de
prémio para ficar com acções de 2,25. É este diferencial que vou precisar de recuperar com
actividade da empresa. Normalmente quando terceiros entram há distorção do valor, portanto
a lei admite que o direito de subscrição tenha valor económico.
Qual o interesse de emitir capital com prémio: assegurar que quem entra para sociedade em
condição financeira, paga o justo preço pelo capital a emitir, sobretudo quando entra no
âmbito de aumento de capital social. Vantagem do ágio.
Imaginemos que a sociedade perdeu capital, e quero reforçar. Se forem os accionistas que já lá
estão a colocar capital, passam a ter 2 milhões de capital mais um milhão de acções. O valor
real era de 500.000, meto mais 1M, valor real. Passa a haver 2 milhões de acção, sendo que
cada acção passa a valer 0,75.
Paguei 1€ por cada nova acção! Perdi 0,25 em cada nova acção, mas ao mesmo tempo, cada
acção que tinha valorizou de 0,50 para 0,75. Se forem todos a fazer isto, a operação é neutra,
têm esforço económico, mas o milhão que colocaram na empresa valorizou a empresa.
Se fossem terceiros, iriam subscrever estas acções por um euro? Não, nenhum terceiro no seu
juízo paga 1€ que só vale 0,75. Transferir esse diferencial do seu bolso para o bolso dos
accionistas que já lá estão.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Aqui faz-se operação acordeão. Passa por procurar eliminar prejuízos que a empresa sofreu. Só
suscito o interesse se conseguir sanear financeiramente a minha empresa. Nesta circunstância,
reduzo o capital social em 500000 para cobrir os prejuízos que a empresa teve. Assim a
empresa já não vale 1M, mas só 500000. Extingue-se uma acção por cada duas que uma
pessoa tenha. Extingo metade das acções. Se o fizer, consigo na redução ficar com acções que
tenham valor real igual ao valor nominal: 1€ cada uma.
Saneei empresa, tornei-a atractiva. A partir de agora, quem puser um euro sabe que não perde
dinheiro.
Valor económico do direito de subscrição? Se tiver acções que valem 2 euros, mas a empresa
precisa de mais, e quer interessar accionistas em subscrever. Quer aumentar capital, e ao
aumentar o número de acções, aumenta a liquidez no mercado, porque se houver mais acções
ao seu dispor vai-se tornar mais apetecível porque está mais difundido. E por isso empresa diz
que temos acções que valem 2 euros.
Aumentamos capital em mais 1 milhão de acções, cada acção vale o dobro do seu valor
nominal e por isso é justo que a sociedade cobre prémio por cada acção. Mas para interessar
accionistas não lhe vou cobrar este prémio, cobro prémio mais barato, digo que estas acções
custam 1 euro de valor nominal mais 0,50 de prémio. Comprem estas acções, e se tudo correr
bem o mercado vai corrigir valor das acções. Se pagarem 1,75 têm expectativa de ganhar
muito em breve. Sabemos uma coisa: só podem subscrever estas acções por 1,50, que é
menos do que elas valem, aqueles que neste momento são accionistas da sociedade.
E para o efeito, porque o capital irá para o dobro, cada acção confere o direito a subscrever
nova acção, os direitos são exercidos por referência ás próprias acções, e portanto eu sei que
se não houver valorização no mercado, se as novas acções custam 1,75 e as outras 2 euros, e o
mercado ficar indiferente, o valoe real seria 1,75, média entre 1,50 e 2 euros. Quem comprar
por 1,5, vai ter acções que valem 1,75.
Os que tiveram acções de 2 euros que não foram ao aumento de capital encaixaram 0,15 por
cada acção. Só perderam 10 cêntimos em cada acção. Perdem em cada acção o que ganham os
terceiros.
Menções facultativas
Admn em vida da sociedade ou logo no contrato da sociedade. Nas sociedades nas quais o
secretário é facultativo o contrato pode prever torná-lo obrigatório.
Atribuição de vantagens especiais aos sócios fundadores. Pore dizer que já teve aquela ideia
que vai fazer bem a muita gente, quero reservar para mim algumas vantagens para o
fundador. A preocupação da lei é que se engane pessoas que entram, portanto lei admite
vantagens, mas têm de estar no contrato de sociedade. Art. 16º e 279º/6, b).
A amortização das SQ está no Art. 232º e sgs, e nas SA 346º e 347º. Contudo, à que equivale à
das SQ é o 347º. A da 346º é imprópria porque resulta num benefício para o accionista.
Algumas cláusulas acessórias são típicas dos vários tipos sociais. Nas SQ: responsabilidade
perante credores sociais. Art. 198º permite que sócios assumam responsabilidade inerente à
participação que subscrevem. Pode-se responsabilizar por certos tipos de dívidas ou
montantes.
Qual o efeito destas prestações? A sua não realização acarreta, Art. 213º a exclusão da
sociedade, o que é grave, implica perda da posição social. O fim da relação de socialidade. No
que diz respeito às regras facultativas nas SA:
Mas a lei admite que no Art. 297º, a SA, desde que o contrato de sociedade preveja, seja
possível por uma só vez, no decurso da segunda metado do exercício promover a distibuição
antecipada de dividendos, distribuir dividendos por conta do lucro que se espera vir a obter.
A lei estabelece certas cautelas, está aqui em causa regra excepcional porque só há lucro no
fim do exercício. Ela não se aplica por analogia a outros tipos.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Outra cláusula das SA, é aumento do capital social, quando for deliberado pelo órgão de
gestão. Excepção à competÊncia exclusiva dos sócios para deliberar alterações do contrato de
sociedade. Art. 85º/1 prevê que haja competência especial. Art. 486º. O aumento de capital
social por novas entradas em dinheiro possa ser deliberado no âmbito do CA.
Fala de todas as menções obrigatórias. Depois, diz que há situações que não são aceitáveis, e
depois tem regra segundo a qual os preceitos dispositivos do CSC só podem ser derrogados
pelo contrato de sociedade a não ser que este expressamente autorize a derrogação por
deliberação dos sócios.
Como entender isto? Há preceitos dispositivos, mas estes podem por deliberação que os
sócios formem em AG, podem ser alterados se for alterado pelo contrato de sociedade. Que
tipo de alteração?
Pode ser genérica ou pode ser autorização específica. O contrato de sociedade introduz regra
de desvio ao CSC, fazendo-o o prevendo que os sócios possam deliberar de forma diferente da
que resulta da regra supletiva.
Atribuição de lucros, Art. 217º, não podem deixar de ser distribuídos metade dos lucros. O
contrato pode estabelecer que esse montante seja superior, é possível haver derrogações.
Mais do que isso, regra que permite que maioria possa deliberar derrogação de preceitos
dispositivos de natureza supletiva. Mas só estes!
Os acordos parassociais.
Acordos que existem em função da sociedade. Estes acordos são contratos celebrados entre
sócios de determinada sociedade ou entre pessoas que em vista da aquisição da posição de
sócio pretende entre si disciplinar modo como irão intervir ou participar na sociedade, acordos
como exercem direito de voto em certos casos, por exemplo.
Acordos que se devem manter à margem do próprio contrato de sociedade, com efeitos
diversos. Este é público, sujeito a registo, erga omnes. Com base nesse instituto podemos
conhecer todos os efeitos jurídicos que decorrem de um contrato de sociedade, mas pode
suceder que uma parte dos sócios ou até a totalidade dos mesmos estabeleca relação que
pretende manter à margem do contrato e a sociedade, que não seja extensiva a futuros novos
sócios.
POC acha que deve envolver pelo menos dois sócios da sociedade, Paulo Câmara não. É
importante saber se a própria sociedade pode ser parte do acordo parassocial. Isso acontece
muito, mas não faz sentido. Chamar a sociedade a participar no acordo e a assumir obrigação
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
por parte da sua direcção, o que faz pouco sentido. Há locais próprios para vincular a
sociedade: o contrato de sociedade. Mas na prática acontece.
Objecto do acordo: disciplinar matérias que constam do contrato de sociedade, relações entre
sócios. Modo como sociedade varia capital social, ou relações de preferência em alienação de
participações sociais. Podem ultrapassar dimensão estritamente societária para abranger
matéria comercial e empresarial que se prenda com própria actividade que a sociedade se
propoe a exercer e com a garantia de assegurar relacionamento económico preferencial com
essa sociedade.
Várias matérias. Tradicionalmente, aquela que deu origem foi a coordenação de posições no
âmbito da sociedade comercial, sindicatos de voto. Acordos que asserguram que os
participantes congresassem as suas declarações de voto no mesmo sentido, pré acordado.
O acordo tem eficácia obrigacional. Só não seria assim se a lei prevesse eficácia erga omnes,
como o contrato de sociedade. Mas não é assim em todos os ordenamentos jurídicos. O
acordo parassocial tem várias finalidades. Estabilidade na participação na sociedade,
manutenção da composição associativa, por isso as finalidades são diferentes em concreto. O
acrodo quer garantir subscritores.
Em caso de alienação de algumas das partes será entre eles que se promove aquisição, é
natural que acordo concedendo direitos de expansão no âmbito da sociedade possa estar
sujeito a verificação por parte das entidades de supervisão. Esta entidade reguladora, baseada
no disposto no Aet. 16º e 17º do CVM, exige dos participantes que revelem à entidade
emitente, ao mercado, que existe acordo e que este adultera as condições em que os sócios se
relacionam. Já não independentes, vinculados entre si a adoptar x.
Há matérias que são excluídas. Art. 17º/2 + 3. Essas matérias não é possível. Regra imperativa,
cláusula que violar é nula.
O que é que não pode estar no acordo? Cláusula pela qual os participantes sigam sempre
instruções da sociedade ou seus órgãos. Os sócios que integram o acordo, se vinculem a
observar o comando que lhes seja dirigido pela sociedade ou órgãos. Art. 17º/3, a).
Acordo pelo qual mesmo que não tenha de seguir sempre, tenho de aprovar sempre propostas
oriundas desses ´´orgãos.
Cláusula que previne compra de votos. Cláusula pela qual eu aceito manifestar o meu direito
de voto ou não, a troco de vantagens especiais.
Por fim, cláusula pela qual os participantes no acordo parassocial se obrigam a instruir os
gestores sobre o modo como se hão de conduzir. Os participantes assumam que controlam a
gestão, que é conduzida segundo as instruções que eles definirem. Essas regras constam
frequentemente de acordos parassociais. Mas não nulas.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Como ultrapassar? Clausular no sentido de procurar orientar a gestão, por exemplo. Uma coisa
é impor soluções, outra é vir a condicionar a gestão, e isto é possível de modo diferente nos
vários tipos societários.
Nas SQ, Art. 259º, a gestão societária está submetida a deliberações dos sócios. Nas SA
estabelece-se o contrário, Art. 405º e 463º. Os sócios/accionistas só se podem imiscuir nos
assuntos de gestão quando os administradores lhes submeterem esses assuntos.
Em todos os tipos societários, excepto na SA, só há a particular. Ela tem de ser constituída com
presença de todos os sócios, ou que se façam representar. O momento fundador é agregador
de todas as vontades. Assim o contrato de sociedade é igual a qualquer outro contrato.
A SAA tem capital aberto ao investimento do público. Art. 13º e sgs do CVM,
preferencialmente, no que toca a especialidades. A constituição resulta do CSC, Art. 279º e
seguintes.
Hoje já não é preciso constituir perante notário, já não há escritura pública, excepto em alguns
casos excepcionais. Podem-se constituir no notário, sim, mas não é preciso. Advogados
chegam.
Neste caso, quando constituimos por subscrição simultânea, o primeiro passo que se dá
envolve IP chamado RNPC. O que faz este RNPC? Promove o cadastro de todas as PC
existentes em PT, ou entidades equiparadas. Procura através da inscrição de todos aqueles
que existem em PT assegurar que os que são criados não se confundem com existentes.
É tão importante que o objecto que releva se a sociedade se pode constituir em termos livres
ou se tendo em conta a actividade que quer prosseguir está sujeita a formalidades especiais
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Outro elemento essencial é a própria firma. Designação pela qual aquela entidade irá ser
conhecida no mercado, movimentando-se nele. Temos necessariamente também com a firma,
a identificação do tipo societário. O tipo reflecte-se na firma. Quando desenho a firma, tenho
de cumprir menção obrigatória.
Tenho de saber o Concelho onde estabeleco a sede social, o domicílio da sociedade, o centro
da vida da sociedade, o local onde se têm como produzidos todos os efeitos em relação a
sociedade.
Depois há prazo. Ou o certificado é requerido com urgência ou sem. Com, demora 24h, sem,
demora 1 semana. Lei está pronta para criar sociedades na hora. Pré-formatação de regras
societárias já definidos que são colocados ao dispor das pessoas, e que podem adquirir.
No modo normal, pede-se ao RNPC, averigua se o nome proposto é ou não confundível com as
que existem, e depois vai deferir ou indefirir.
Se tudo correr mal, há prazo para propor segundo pedido, sem custos adicionais. É assim que é
por forma simultânea. Depois de feito o RNPC, temos de negociar o conteúdo do contrato de
sociedade. Designar regra que integram contrato de sociedade, feitas à base das menções
obrigatórias e facultativas.
Depois temos que, depois de desenhado, fixar capital social, proceder à sua recolha, há aqui
duas situações diferentes, ou é constituído em dinheiro ou em bens. A sua realização tem de
ser imediata, tem de ocorrer no momento da constituição, transmissão em favor da sociedade
desses bens, das situações jurídicas que caracterizam esses bens em espécie.
Se for proprietário de imóvel, a minha entrada implica que haja transmissão da propriedade
para a sociedade. Pode haver regime especial quanto à forma exigida para a constituição da
sociedade comercial, Art. 7º/1. Se a transmissão dos bens exigir forma especial, a forma de
constituição da sociedade tem de seguir essa forma especial.
Se o capital for subscrito em dinheiro, é preciso que relativamente à parte que cada um dá,
tem de ser disponibilizada em favor da sociedade. Como? Depositado em conta em nome da
sociedade a constituir. Em princípio vai-se ao banco, levamos cópia do certificado e do
contrato de sociedade, para o banco saber como é que a sociedade se faz representar, e
depois abre-se a conta.
Depois tem de ficar a aguardar que a sociedade se constitua: que se celebre o contrato de
sociedade, e que haja inscrição no RNPC. Depois temos SC nova. Entidade nova. Nova PC.
Depois temos de ir de novo ao banco, mostrar que os elementos que mostrámos são os
mesmos que resultam do acto constitutivo.
A conta já estava aberta, e dotada das assinaturas que são os gestores. Depois disto estamos
capazes de movimentar a conta. Portanto, quando o capital está depositado, a lei é menos
exigente. Já não exige que se exiba um certificado que o capital tinha sido depositado. Isto era
feito em triplicado.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Nas SQ nem sequer é preciso realizar no momento constitutivo mas até ao final do primeiro
exercício económico, 1€ por sócio. Mas nas SA não, capital mínimo de 50000€, e cada parte
tem de ter pelo menos 15000. Nas hoje é suficiente que os subscritores do contrato de
sociedade declarem que constituíram sociedade.
A subscrição pública.
Operação mais complexa, porque envolve número muito superior de subscritores. A lógica de
irmos ao RL, irmos acordar sobre teor do contrato de sociedade, fazer pedido do certificado, e
formalizar constituição, é fácil com número pequeno de pessoas.
Mas com 1000 pessoas era difícil. Reunir e identificar tudo. Isto seria extremamente difícil.
Para esses casos há forma alternativa. Forma de constituição sucessiva. Ela opôe-se à
simultânea.
Há vários actos indispensáveis para validar constituição da sociedade comercial. Ela ocorre não
apenas quando o número de sócios é elevado, porque posso organizar-me na mesma, como
posso dirigir-me ao mercado, interessar o mercado a participar num projecto societário, tenho
boa ideia mas não fundos suficientes.
Oferta pública, dirijo-me a destinatários indeterminados, Art. 109º do CVM. Este é o modo
mais evidente. Há outras situações de oferta pública, mais difíceis de apreciar. Alínea que diz
que a oferta pública é aquela que é dirigida a pelo menos 150 pessoas que não sejam
investidores qualificados. Art. 30º CVM. Aqueles que actuam profissionalmente no mercado.
Para haver oferta pública, tem de haver alguém que a promova. O promotor. A pessoa que
tem a ideia de conceber sociedade comercial que tenha por finalidade promover algo novo.
Pessoa que promove o apoio, para obter fundos. Semelhante ao crowdfunding. Recolher
contributos.
O que é que os promotores devem fazer? Primeiro, assegurar que pelo menos o capital social
mínimo para constituir a SA em causa vai estar garantido. Têm de promover subscrição
integral do capital mínimo, 50000€. Podem fazer por mais, mas não por menos.
Porque esta sociedade surge de forma desequilibrada, alguns sócios fundadores, com
participação maior e com apelo ao público em geral, o Art. 279º/6 é cautelosa sobre as
vantagens que os fundadores podem reservar para si.
Art. 279º/6, b) + /8. Conjugam-se com Art. 16º, são limitações legais nos projectos de
sociedade com constituição sucessiva.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Art. 280º/3, lei admite que possa, mesmo que oferta não completa, possa a sociedade subsistir
e arrancar se a assembleia consentir, e se ¾ do valor adequado estiver estipulado. Esta SC é
pois uma SC que se constituir por adesão.
Ofereço ao público, ofereço plano sustentável, revelo contrato, e o público limita-se a aderir.
Terminada a subscrição, se o capital não se realizar pelo mínimo admissível, serão
reembolsados os subscritores, e o capital realizado pelos promotores serve como garantia do
pagamento de despesas.
Depois tem que haver assembleia constitutiva, conduzida por um dos promotores, convocadas
nos termos das AG, Art. 281º. Excepção no domínio das SA, Art. 281º/4. A cada subscritor cabe
um voto, voto por cabeça. O único momento no direito português no Âmbito das SA não há
voto proporcional à participação social ou detenção de acções. A assembleia constitutiva
valida constituição. Pode funcionar em dois momentos.
Desde que estejam presentes pelo menos metade dos subscritores. Metade dos aderentes,
não do capital social. Neste caso as deliberações serão tomadas por maioria de votos,
incluindo promotores. Numa segunda data, se na primeira não estiver metade, a assembleia
pode funcionar com qualquer número de subscritores, mas decisões tomadas por 2/3.
A lei prevê que uma vez aprovada pela assembleia constitutiva a constituição da SC, que
natrualmente o contrato deve vir a ser celebrado em conformidade com o projecto acordado.
Neste momento constitutivo só têm que participar 2 promotores.
Sobre a constituição, por fim, SQ especial, unipessoal por quotas. Art. 270º-A e seguintes. Art.
270º-A, no sentido de para além das regras restritivas da constituição destas SQ, por definição
esta SQ constitui-se por declaração, é o sócio único que declara a sua constituição, ou por
concentração numa só pessoa das participações.
Quanto aos actos de constituição da SC SQ e SA. A constituição por via tradicional e empresa
na hora. A via tradicional está acima.
Se eu hoje estou satisfeito com o preceito supletivo que me garante que na omissão do
contrato de sociedade a transmissão de quotas para terceiros está sujeita a consentimento, eu
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
posso querer explicitá-la no contrato, para que se sair LN que altere isto, isto não mude. Assim
supero problema de aplicação da lei no tempo.
O objectivo é tornar claro no contrato de sociedade o regime jurídico que se quer. E tornar
claro que a intenção dos sócios foi optar pelo regime supletivo, e não deixar isso à mercê da
lei. As regras supletivas aplicam-se quando nos identificamos com elas.
Com o registo não acaba a constituição da sociedade. É preciso que o processo seja
publicamente divulgado para todos. Publicações obrigatórias no sítio do ministério da justiça,
para indicar ao mercado que a sociedade foi constituída. Depois, declaração de início de
actividade, relevante para efeitos fiscais.
A empresa na hora é hoje uma realidade, é possível fazê-lo, o Estado predispôe de vários
objecto sociais diferentes. Menções obrigatórias e facultativas típicas. Mas pode-se alterar
depois.
Análise das vicissitudes e validades dos actos praticados antes do registo da sociedade.
Relevância dos actos praticados por conta e em referência à sociedade. Importância acrescida
antes, entre o momento da concepção da ideia da sociedade, e o momento em que está
constituída, há prazo longo, que atinge diversos meses. Até que houvesse o registo, demorava
tempo.
Validade e eficácia dos actos, e sua imputabilidade, quando praticados em vista aquela
sociedade, antes do registo.
Outra questão, procura de determinação das situações e do valor com que os actos irão ter,
designadamente, quando houver vicissitude que afecte regularidade da constituição da
sociedade. É possível que aconteça, que se verifique e determine ainda antes da própria
estruturação do contrato de sociedade, ou é possível a invalidade se venha a determinar
apenas após o registo definitivo da sociedade.
Antes de mais, primeira situação: em que há uma vicissitude, que se determina ou identifica
antes do registo definitivo do contrato de sociedade. Art. 41º do CSC. Remete solução
essencialmente para domínio do TGNJ.
Art. 41º remete para TGNJ. Equacionamos os requisitos de validade interentes à celebração de
NJ. Deslocamos-nos para lá. Em princípio identificamos o vício em causa, que afecta o
contrato, como qualquer NJ. Mas há distinções, se o vício resultar de incapacidade, há
anulabilidade. Se houver falta de capacidade, protecção do incapaz, é oponível a terceiros. Art.
41º, portanto oponível a sócios. Se os terceiros podem vir a ser afectados pela insubsistência
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
do contrato, há duas hipóteses: redução do NJ, Art. 292º do CC, e a sociedade subsiste sem o
incapaz, ou então se não for possível, porque a entrada tinha valor que compromete o
montante mínimo, ou número mínimo de fundadores, não é possível.
Quando está em causa vício da vontade ou usura. A invalidade é oponível aos sócios, mas não
é oponível a terceiros.
Há um desvio relativamente aos efeitos. Se o contrato ficar definitivamente afectado, Art. 52º,
a sociedade entra imediatamente em processo de extinção, processo de extinção nos termos
do Art. 165º.
Se a invalidade for detectada já depois do registo do contrato, Art. 5º, o registo constitui a
sociedade. Princípio da conservação dos NJ já celebrados. Já celebrámos contrato, não
detectámos vicissitude, nem o conservador, houve registo, temos no mercado uma nova
entidade, aparentemente, é normal que a lei diga que se fará tudo para que se aproveite esta
sociedade.
No particular, as SQ e as SA, Art. 42º diz que vai reduzir o mais possível os casos em que o
contrato não vai subsistir, em que o contrato se mantém nulo, e vai também prever no nº2
algumas situações de sanabilidade. Por maior que seja a desconformidade e vicissitude, só
algumas falhas afectam a subsistência do contrato.
Por exemplo, falta do número mínimo de fundadores. Ou a firma, ou capital social, etc.
Menções obrigatóriasde que não se abdica.
Actualmente é mais fácil existirem vicissitudes, mais fácil existirem no momento do registo que
no momento da celebração do contrato. Antes, era feito perante o notário. Era ele que via
primeiro quaisquer problemas. Depois ainda havia o registo.
Agora já não é preciso notário, não tem intervenção obrigatória, a não ser que entradas em
espécie exigam a sua intervenção. Não há o mesmo cuidado no controlo da legalidade das
menções do contrato. Quem reconhece não afere da legalidade, deve fazer, mas muitas vezes
não faz. Muitas vezes não se detectam conformidades.
Isto tem especial aplicação no que diz respeito aos efeitos dos actos praticados pelos sócios
antes da celebração do contrato de sociedade, ou entre a celebração do contrato e o registo
do contrato. Duas situações diferentes.
Actos praticados pelos sócios antes da outorga do contrato de sociedade. Alguém que pratica
um acto, não é um sócio, é alguém que irá no futuro assumir qualidade de sócio, que pratica o
acto tendo em vista a constituição da sociedade, e que o faz antes da celebração do contrato
de sociedade.
Entre o momento em que decide promover actividade comercial sob forma de SC, qualquer
que ela seja, em que solicita registo, certificado de admissibildade do RNPC, depois de terem
nome e procederem ao depósito do capital social, podem praticar actos que se repercutem na
sociedade.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Importante saber se são actos preparatórios, se for contrato de sociedade em sentido amplo,
este acolha a prática destes actos, reconhece como sendo praticados em benefício da
sociedade, e imputa-os em seu benefício, suportando o respectivo ccusto.
O problema coloca-se quando o contrato não se vem a celebrar, ou porque os futuros sócios
não pretendem fazer, porque houve problema qualquer, houve alteração das circunstâncias e
ideias. O que acontece quando eles actuaram sobre a aparência de uma sociedade que iriam
constituir?
Art. 36º/1 vem determinar que quem actua desse modo, criando falsa aparência que o está a
fazer em nome da sociedade, tem responsabilidade pessoal e ilimitada pelos actos em
questão.
Quando os actos são praticados em nome da sociedade, antes do registo definitivo mas depois
da celebração do contrato de sociedade. Lógica de que, se os sócios se movimentam com
referência a sociedade a constituir, se há conjunto de bens associados à actividade, respondem
primeiro esses bens, e depois responde cada um pessoal e subsidiariamente, qualquer que
seja o tipo societário em causa, porque na prática ainda não há nenhum tipo societário.
Se a SC já tiver sido objecto de constituição por contrato, mas não existir como PJ porque não
houve registo do contrato, os sócios vão ficar sujeitos às regras que eles próprios
estabeleceram no contrato que foi celebrado. Sujeitos a essas regras. Elas vão muitas vezes
funcionar na sua relação como modo de repartição da sua responsabilidade.
No que diz respeito às relações da sociedade com terceiros, estes não têm nada a ver com o
facto de que aquela sociedade afinal não venha a perdurar, a efectivar. Nessa matéria, a lógica
é de que vão responder ilimitadamente os sócios que praticaram os actos, e aqueles que não
foram envolvidos nesses actos apenas respondem pelas suas entradas, as que subscreveram.
Art. 19º CSC. Importante para que a SC assuma os actos como seu, e o seu custo tem de lhe ser
imputado em termos fiscais.
Promove a liquidação da sociedade quando houver sociedade. Estado pugna pela regularidade
de constituição de entidades personificadas, prevê o que aconteceria no sentido de qual o
regime aplicável a determinados actos praticados pela sociedade, sociedade essa que se vai
efectivar mas que cuja constituição não foi efectivada. Art. 162º.
Lógica típica de que os terceiros de podem prevalecer de situações jurídicas societárias que
não lhe são oponíveis.
~*~
O sócio e o accionista.
O accionista é o sócio da SA. Podem ser pessoas físicas, mas podem ser também colectivas. Nem
sempre foi assim. As primeiras SGPS só foram reconhecidas em Portugal em 1972. Por isso, da
primeira metade do Séc XX, não existia sociedades a participar umas nas outras.
Existiam grupos económicos, mas eram de facto. Eram constituídos por diversas sociedades,
todas elas participadas pelos mesmos sócios. Como o capital de todas era detida por um
conjunto de pessoas, significava que esse grupo era de facto ou económico. Havia total
independência jurídica e técnica, ainda que na verdade não fosse assim.
A preocupação das SGPS não se fez tanto por razões de agilização da sua movimentação, mas
por razões de carácter fiscal. Quando ocorreu desenvolvimento do sistema fiscal, estes grupos
depararam-se com problema: se alguma das suas unidades económicas registava prejuízos e
outras lucros, numa lógica de grupo económico não havia possibilidade de compensar os
prejuízos com lucros, e suportar menor imposto.
Com prejuízo não havia imposto, com lucro pagava. Isto não fazia imposto. Assim permitiu-se
que as sociedades participassem umas nas outras. Saldo global líquido.
Quando qualificamos juridicamente para o sócio, estamos perante duas teses que se opôem. A
contratualista e a institucionalista. O que é que dizem?
É verdade que se eu for institucionalista tenho de olhar para contrato de sociedade como meio
necessário para atinguir fim que eu desejo. Mais do que isso, eu poder através dessa entidade
nova exercer em conjunto com os outros uma actividade económica lucrativa. Logo, é lógico que
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
esta tese reconheça muito mais relevância à preponderância da pessoa do sócio em si mesma,
procure definir estatuto do sócio.
A lógica de uma e de outra é o ponto de partida. O contratualismo diz que tenho direitos e
deveres emergentes do contrato, tenho estatuto. O institucionalismo diz que sou sócio,
portanto tenho certos direitos e deveres proveinentes do meu estatuto.
POC concorda mais com contratualista. Numa SA não estou preocupado em criar e reconhecer
o relevo das pessoas dos participantes do projecto societário, mas empenhado em reconhecer
que daquele contrato vão nascer, para as participações em que se exprime o capital, um
conjunto de direitos e deveres, imputado a cada uma das participações, numa lógica de total
objectiviação, no sentido de que são direitos e deveres das participações, exercidos por quem
as detém, mas são das participações e não das pessoas.
Cada participação por si é suficiente para definir uma participação na sociedade e só cada
participação é suficiente para conferir um direito autónomo de intervenção no âmbito da
sociedade em causa.
Aqui, digo que sou tantas vezes sócio quanto o número de participações que detenho. Visto
estas, pelas homogeneidade do conteúdo, ão no fundo permitir que eu replique sucessivamente
as minhas situações de sócio, que perco quantitativamente mas não qualitativamente pela
alienação. Tese mais adquada para SA.
A institucionalista, por sua vez, mais adequada para SQ ou SNC. Nestas últimas as pessoas em si
têm mais relevo, há subjectivização das participações.
Ideia de ligação à sociedade, mais do que na SA. Aproveitamento daquela sociedade para
exercer actividade em comum, projecto comum com natureza económica lucrativa, designa-se
“affectium societatis”, especial afeição dos sócios com a própria sociedade.
Na SA isso não é possível? Claro que sim, mas como? Criando as categorias de acções que
entender, e fazendo reconduzir o capital que concentro na minha SA em participações que
satisfaçam o meu interesse, os fins da minha adesão Àquele projecto.
E podendo, pelo controlo dessas participações, ter uma participação activa e relevante na vida
da sociedade, mas sempre mediante as participações.
Se compro acções, não é por ter estima por certa SC, mas por achar que vai ser positivo para
mim economicamente.
Obrigações dos sócios. Veremos quais mais à frente. E depois veremos direitos.
Direitos mais importantes: direito ao lucro, o mais importante. E instrumentais, direito ao voto
e à informação.
Não é verdadeiro direito, porque mesmo que haja 50% destes, podem não ser distribuídos, se
¾ dos sócios deliberarem não distribuir. Situações jurídicas variadas.
Ele vai ter responsabilidade pela actividade da sociedade. Essa responsabilidade pode ser
solidária com os titulares dos órgãos sociais que ele designa, ou quando se entende que sendo
ele sócio único da entidade, não foram respeitados os princípios de separação de patrimónios,
quando ele confunde património social com património societário. A limitação da
responsabilidade sofre estes desvios.
No estatuto do sócio, salientar que há especial protecção da lei no que toca aos sócios
minoritários. Princípio de igual tratamento criado para os accionistas das SA, Art. 321º, mas que
se pode entender ser um princípio aplicável a todos os tipos societários, sobretudo aqueles que
tenham estrutura essencialmente capitalística (responsabilidade limitada), há uma lógica de
igualdade de tratamento que procura que nenhum sócio seja tratado de forma mais favorável
óu prejudicial do que outro que se encontre na mesma situação.
Prevê também na aquisição de acções próprias. Se uma sociedade decide adquirir as suas
próprias acções, é um mero poder de transferir meios financeiros para os sócios, de transferir
capital para os sócios. O sócio continua indirectamente a ser titular, na compra de participações
sociais que pode ser vantajosa se o preço for generoso, tem de haver respeito pela igualidade
de tratamento.
Não pode deliberar a compra de participações a um sócio e não o fizer relativamente a outros.
Art. 321º. Anrange todas as situações em que esteja em risco um tratamento desigual dos sócios.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Promove capital social para remoção do excesso, também tem de se verificar princípio da
igualdade de traramento, salvo se todos os interessados estiverem de acordo que isso não
aconteça.
Tutela das minorias. Funciona à margem da pontualidade e consensualismo do Art. 406º do CC.
Sò por unanimidade pode o contrato ser alterado, segundo isto. Mas se à custa do contrato foi
criado uma figura jurídica autónoma do contrato, e em função da qual na realidade é criada
nova figura jurídica, ela vai ter de se movimentar no mercado, pela maioria das vontades que a
integram, e se ela se movimenta pela maioria, isso vai colocar em causa interesses da minoria.
Lei procura tutelar os interesses da minoria. Exemplo, SQ, quórum agravado a prática de actos
sociais mais relevantes, Art. 265º. E quando a minoria não tem ¼, a lei admite que seja
reconhecido a um sócio o direito de vetar algumas modificações do contrato de sociedade (Art.
265º/2), que é um direito especial.
No plano da SA também há tutela das minorias, regras que visam assegurar alguns direitos às
minorias. Minoria de titulares de acções que representam 10%, designar um administrador,
designar alguém que represente os seus interesses. Ainda que tenha sobretudo que actuar
tendo em conta os interesses da sociedade.
Direito a requerer convocação das AG, ou inclusão de assuntos em AG já convocada. Art. 375º e
378º. 5% das acções, noutas socieades, como cotadas, pode ser exercido por accionistas que
tenham 2%. Art. 23º-A, Art. 23º-b do CVM.
Pior é o abuso da minoria. É uma eventualidade que não está especialmente prevista no CSC.
Regra de que as deliberações são tuteladas de forma efectiva, anulavéis as decisões que sejam
abuso da maioria, Art. 58º/1, d).
O que o CSC nunca prevê é abuso da minoria. Se ela for relevante e suficiente para impedir
tomada de decisão que se revele de muita importância. Se estiver em causa aumento do capital
social, deliberação maioritária. Como está dependente disso, há minoria do capital que é
suficiente para impedir a formação dessas deliberações. Art. 265º/1.
Se for minoria de 26%, pode impedir. Como reagir aqui? Aqui não há previsão, não posso destruir
deliberação porque ela nunca é feita.
Dizia que mais grave que abuso da maioria, era o da minoria, porque não se controlava, recurso
a princípios gerais de direito. Neste caso não posso anular nada, assim o que quero? Quero
paralisar a minoria, impedi-la de ser relevante.
Tenho de colocar em causa exercício do direito de voto dessa minoria por ser abuso de direito.
Assim posso procurar obter o impedimento do exercício do direito de voto judicialmente. Se
conseguir, aprovo a deliberação.
A entidade, SC, é uma entidade que vai ter de reunir cert acervo de bens, e durante a sua vida é
possível que esse acervo seja reforçado. Previsibilidade da obrigação de reforço desse acervo.
Dentro das principais, à cabeça está a obrigação de entrada. Dever dos sócios de terem de
aportar à sociedade os bens essenciais para que esta se possa constituir. Outra obrigação
essencial, é a obrigação de quinhoar nas perdas.
Quer dizer, partilhar das perdas. Utiliza-se quando se tem em mente que a participação de uma
realidade é proporcional à que se verifica anteriormente. Quinhoar de acordo com a parte de
cada um. Explicamos as obrigações principais, e a obrigação de entrada.
Referimos que nas SQ e SA, só pode haver entradas de capital, proíbem-se entradas de indústria.
Ou seja, trabalho. São rejeitadas entradas que se traduzem na obrigação do sócio prestar
trabalho a favor da SC. Art. 212º e 277º.
Este regime permite que as SC surjam com capital simbólico que corresponde à subscrição de 1
euro por sócio, por isso se sociedade tiver apenas um sócio, pode no limite constituir-se com 1
euro. são maiores os custos de afectação do capital à sociedade que o seu capital, o trabalho de
disponibilizar um euro é superior a esse euro, e por isso a sociedade arranca na prática sub-
capitalizada, com menos meios financeiros do que necessita para realizar a sua actividade, e por
isso arrancam na prem~encia de suprir esta situação. A forma mais adequada para tal é
recorrendo a bens próprios dos sócios ou às garantias pessoas desses sóscios para assegurar
cumprimento das obrigações sociais perante financiadores.
Por isso este novo regime trouxe risco de trazer sociedades pouco sólidas.
Nas SA, tem de haver realização do capital mínimo, 50000€. Como já disse antes, é possível no
momento constitutivo realizar 30% se todo o capital for realizado em dinheiro. Se todo o capital
foi realizado em dinheiro. Pode ser realizado em dinheiro, ou em outros bens.
Bens nos quais ela se vá sustentar a sua actividade. Por isso quando eu constituo a SA (SQ com
capital adequado), o capital social mínimo tem de estar realizado até ao fim do primeiro
exercício económico social. Normalmente, coincidência entre ano civil e social.
No caso de divergência entre ano social e civil (9º-A e 65º-A), nesses casos eu quando encerro o
ano social, em julho de 2017, se constituir agora a sociedade, é aí que realizo o capital. SC que
eu constituo e não disponibilizo nada.
Regra geral pela qual é possível diferir as entradas por dinheiro realizadas mais tarde por um
período de 5 anos.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
O capital pode ser realizado em dinheiro. O que é dinheiro? Expressão pecuniária do valor dos
bens e serviços transaccionados em mercado. O que é que cabe no dinheiro? Moeda circulante.
Unidade em que se exprime de facto o valor dos bens no mercado. O fundamental é que esse
valor possa ser satisfeito através de meios que representem formas liberatórias desse problema.
Numerário, notas e moedas, e cheque. Instrumento pelo qual realizo pagamentos de imediato.
Temos o dinheiro, que corresponde a notas, moedas, cheque. Depois temos uma série de bens
que se definem por exclusão de partes. Bens em espécie, avaliáveis em dinheiro e penhoráveis,
que não sejam dinheiro.
Vamos percorrer esses bens em espécie. A lei tem o cuidado de afastar no fundo da
caracterização dos bens em espécie e penhoráveis para que a sociedade não seja dotável de
bens que depois não podem ser apreendidos em execução. Economia doméstica das pessoas.
Que bens são penhoráveis? Valores mobiliários (acções e obrigações). São bens susceptíveis de
avaliação pecuniária. Como é que esses bens vão ser contabilizados quando forem
disponibilizados à sociedade, porque não têm valor exacto. Quanto vale a acção? Depende, se
for em sociedade cotada em mercado regulamentado, se estiver admitida à negociação em
bolsa de valores sem saber quanto vale, mas só no dia a dia, porque ela vai variando de valor,
quando não está cotada não sei valor, tenho que fazer valoração da sociedade à dara para poder
encontrar valor da acção.
Depois temos bens fungíveis, bens imóveis. Automóveis, equipamentos em geral. As maiores
dificuldades colocam-se face a algumas realidades que não são coisas, por exemplo, se os bens
corresponderem a direitos. Se o que estiver em causa for patente, registo de invenção, que
permite utilização exclusiva da invenção em regime de monopólio. Ou direito a utilizar marca.
Os direitos privativos da PI são bens em espécie, por isso todos se reconduzem a isso. Posição
activa numa RJ cambiária, os direitos de crédito, e toda uma outra vastidão de coisas.
Projecto científico em curso cujo resultado seja valorizado no mercado. O projecto não é entrada
de indústria, isso é o compromisso do sócio de ficar a trabalhar na sociedade. Todos os bens em
espécie têm de se realizar na íntegra no momento da entrada. Se o projecto estiver em curso,
temos de tentar determinar o valor económico desse projecto. Determinar em função do
objecto e da sua eventual exploração económica futura. Daqui decorre que sempre que alguém
encarregado de proceder à avaliação e certificação de valor com que bem vai ser disponibilizado
à sociedade inerente a este processo está não apenas valor intríseco do bem, mas risco inerente
à sua subsistência e transmissão em função da sociedade.
Todos têm que ser realizadas na íntegra quando se constitui a sociedade. Não posso prometer
que dou. A promessa de celebração de um NJ, esse direito tem de ser desde logo avaliável
pecuniariamente por uma entidade independente de quem realiza essa entrada. Significa que
eu, em bom rigor, posso constituir a minha entrada em espécie com a transmissão em favor da
sociedade da minha posição no âmbito de um CP.
Prometi adquiri um terreno no Montijo. Para edificar. Prédio que eu prometi adquir, e é ideal
para a SC. Por isso, eu não tenho dinheiro, mas tenho a promessa de comprar o terreno. Pode
esta promessa constituir objecto da entrada em espécie?
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Daqui a um ano quem se vai posicionar para adquirir é a SC. Esta posição jurídica tem valor
económico. Pagou um sinal, por exemplo.
Um exemplo, POC prometeu adquirir por 1M um terreno no Montijo. A título de sinal, dei
300.000€. quero participar na constituição de uma SC para qual o terreno tem interesse.
Disponibilizo o terreno. Agora tem de ser avaliada, tem de vir alguém de fora vir dizer quanto
vale o bem, o sócio não é isento.
Para evitar que sejam os próprios sócios a valorizar os bens; se o sócio valorizar por cima, a SC
arranca logo com perdas ocultas. O capital era superior ao verdadeiro valor patrimonial,
sobreavalio o bem.
Mas a lei não quer subavaliação do bem. Se isto acontecer, tenho património superior ao CS. O
direito não quer isto. Ele pretende que haja coincidência adequada entre o valor real e o valor
pelo qual se expressa o CS.
Portanto há alguém que fixa o valor. No caso em concreto, o direito procura alguém profissional
que proceda à avaliação e certificação do bem. ROC, o que o caracteriza é que ele não pode ser
escolhido pelo interessado. Está em causa eu realizar a minha entrada com promessa de compra
de imóvel, não sou eu que escolho o ROC.
Quem o vai fazer são os outros sócios. Cada um dos interessados não pode participar na escolha,
salvo se todos os bens em espécie forem da mesma natureza, de valor idêntico, não se justifica
recorrer a vários ROCs para proceder a uma avaliação de bens de valor idêntico.
Um dos sócios escolhia o ROC comum para todos. Aí é admissível desvio ao regime regra. Neste
caso não, o exemplo que estava a dar, era promessa de aquisição. O bem não é um imóvel, é
um direito. O direito a adquirir.
Mas eu já não sei o valor? Dei 300000 pelo sinal é isto que vale. No dia da C/V a sociedade dá o
resto. Valor intríseco do bem, isto parece ser verdade. Só que, dei 300k, mas posso ter dado a
mais ou a menos, ou o bem variou de preço. O valor intríseco do bem pode variar.
Se houve valorização do imobiliário, o bem que valia 1M a pagar, valorizou 50%. A entrada não
pode valer 300000, porque se o bem já vale mais, a sociedade iria pagar menos para ter um bem
assim.
Se fosse só valor intríseco, o bem podia ser promessa da compra de um bem, veria em função
de valorizar. Isto podia também ser ao contrário.
Se naquele bem valer menos, a entrada também não podia valer 300k, tinha de valer menos.
Este risco com o direito deste modo, podia estar a dizer sobre posição jurídica no título de
crédito. Sendo o beneficiário de uma letra, esta letra tem o montante de 10k, e eu pretendo no
fundo constituir a minha entrada com esta letra, que é letra sobre um terceiro qualquer.
O título pode ser valorizado em 10000? Não, porque o que é hoje não é amanhã. O preço de
disponibilização do dinheiro muda, há desvalorização do dinheiro. O banco cobraria comissão.
Depois há risco interente, quando a letra for apresentada ao sacado, ele pode não pagar. Se isso
acontecer, o título que passei à sociedade podia passar a valer 0. E por isso ROC tem que pensar
qual o risco interente à realização daquele bem em espécie e por isso pensará.
Se o devedor for instituição de crédito, à partida vai pagar, a probabilidade de não o fazer é
pequena. Mas se for um gajo qualquer, pode já não ser assim.
Na valorização dos bens em espécie, alguém tem de verificar qual o valor do bem. O ROC tem
de o fazer. O ROC pode até não fazer avaliação, mas ao certificar o valor é como se fizesse.
Quanto à constituição em dinheiro, se uma parte das entradas em espécie, e de todo este rigor
resultar limitação grande nos termos do Art. 30º, negócios que a sociedade pode fazer com os
seus accionistas nos primeiros 2 anos após constituição da sociedade, para evitar que sócios em
lugar de se sujeitarem à certificação do ROC, realizassem entradas em dinheiro e depois
alienassem bens em favor da sociedade sem controlo.
Quanto às entradas em dinheiro, hoje a lei está mais branda, a lei exige apenas que entradas em
dinheiro sejam depositadas à ordem da SC, e que os sócios declarem esse depósito, a lei aceita
a palavra dos sócios sem mais.
A sua intervenção é tão necessária como a própria lei, admite que no aumento por entradas por
dinheiro não ocorrer a dita cobrança e for declarada, o sócio incorra em responsabilidade
criminal, porque no quadro dos crimes societários, o Art. 509º prevê este ilícito, que é falta de
cobranças de capital.
Se houver atraso na realização da entrada? O atraso aqui é relativo, porque em bens em espécie
não pode haver atraso, só relativamente aos bens em dinheiro é isto que acontece. Se aplicasse
regime geral do direito das obrigações, uma obrigação com prazo certo leva a mora no momento
do seu vencimento.
Mas aqui há especialidade, Arts. 204º 205º, 285º. Aqui a mora depende da interpelação. Mesmo
que se vença o prazo, a sociedade tem que interpelar, tem que questionar o sócio sobre o
pagamento. A não realização do capital tem consequências importantes porque pode levar ou
à exclusão do sócio, ou à extinção da própria participação, isto com maior relevo em relação às
próprias acções.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
O que importa ter presente é que sendo a entrada em dinheiro, tem que se aplicar a lógica de
que pelo menos 30% devam ser realizados não é 30% do total, mas 30% do valor de cada acção,
para que cada participação tenha uma realização parcial.
Se o capital está todo realizado, a sua participação nas perdas está indexada ao que realizou.
Participar nas perdas é disponibilidade para não ver devolvida a totalidade ou parte da estnrada.
Obrigações acessórias.
Aquelas que não são essenciais para a sociedade de constituir ou financiar. São dispensáveis. Há
um importante princípio neste campo, inoponibilidade de novas obrigações em vida da
sociedade. Nenhum sócio, nenhum participante uma SC pode vir a ser surpreeendido com uma
obrigação com a qual não contasse.
Se participa em SQ ou SA, tem responsabilidade limitada. Para que ele esteja vinculado a outras
obrigações além das obrigatórias, é preciso que o contrato de sociedade preveja essa
eventualidade, prevendo essas obrigações.
Há mecanismos sub-rogatórios que al ei prevê que terceiros credores possam vir a exigir essa
realização. A lei tem por isso o cuidado de disponibilizar estas obrigações.
Prestações suplementares.
Admitem os Arts. 210º-213º que o contrato seja sintético e diga apenas o montante global, no
mais há série de regras que previstas ou não no contrato são obrigatórias: dependem sempre
de deliberação dos sócios. Mesmo que previstas no contrato os sócios têm que reunir e
deliberar. Porque os sócios descontentes podem reagir. E reembolso, quando já não forem
necessárias, que reembolso careça da deliberação dos sócios.
Das duas uma, ou maioria qualificada no contrato, ou regime regra, Art. 250º. Maioria simples.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Quanto ao regime e montante das obrigações, a lei estabelece regras que supletivamente vão
permitir determinar quanto pode ser exigido a cada sócio, primeiro se só houver indicação do
montante global esse é montante máximo exigido a todos os sócios e que é participado
proporcionalmente por todos os sócios, não há necessariamente obrigação de conservar
igualdade de tratamento dos sócios nesta matéria.
O que têm estas prestações de particular? Sanção para não realização, Art. 112º, são tão
importantes que a sua não realização conduz sócio à exclusão, Art. 204º, a sanção máxima é
sócio poder perder a participação na sociedade.
Nas SA? O POC já teve várias opiniões. Se numa SQ forem exigidas prestações suplementares, o
problema é admitir que determinados participantes assumam carácter pessoal. A dificuldade
maior é conciliar a objectivação da participação com a exigibilidade. Mas a lei admite que tal
possibilidade de assunção pessoal seja possível relativamente às prestações acessórias, não há
motivo para não admitir as suplementares.
É possível criar prestações suplementares nas SA ainda que sob designação de prestações
acessórias de capital com efeito análogo. Ou as indexamos a accionistas, quem são? Há
consequência importante nas SA, quando há obrigações temos que saber quem é chamado a
cumprir. Tenho que ter acções nominativas, tenho que saber e poder identificar quem são
titulares do capital da sociedade. Porque quando há direitos não tenho preocupação, mas nos
deveres sociedades têm que se preocupar mais. Se isto está previsto para obrigações acessórias,
também vale para suplementares. Prevê-se obrigatoriedade de se tratarem de acções
nominativas. Se criar SA, prestações acessórias de capital pode haver aplicação do Art. 212º,
pode haver exclusão?
POC acha que não, nas SQ a quota equivale necessariamente a totalidade da participação do
sócio, nas SA não. E isto é norma excepcional, não posso aplicar isto por analogia nas SA. Posso
é tentar criar sistema normativo, solução contratual ou estatutária que me conduza a situação
semelhante, determinando que quem não os realize possa ver as suas acç~poes objecto de
amortização das acções. Mas a doutrina ainda se diverge.
Argumento decisivo: se transformo SQ em SA, desaparecem? Não pode desaparecer, são dívidas
da sociedade para com os sócios! Elas só podem ser reembolsadas por deliberação dos sócios,
estando numa situação líquida positiva. Só nesses casos é que há reembolso.
O que a lei exige nestas regras é por um lado se estabeleça uma obrigação prestada de forma
gratuita ou onerosa. É absolutamente essencial ter isto previsto.
Há determinados instrumentos que podem configurar uma prestação acessória nuns casos, e
noutros não. Suprimentos. Contrato de suprimento. Contrato pelo qual o sócio realiza em favor
da sociedade um mútuo com carácter de permanência (+ de 1 ano), Art. 243º a 245º.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Empréstimo remunerado. Portanto o mútuo pode ser gratuito ou oneroso, por regra os
suprimentos não remunerados, ainda que não necessariamente. Vencem juros. Se o contrato
de suprimento objecto de regulação estatutária, pode ser obrigação de prestação acessória.
Estou a criar novas obrigações na vida da sociedade! Por isso é que quando não consta dos
estatutos, é regime facultativo. Só sócios que votarem a favor é que ficam vinculados a fazê-lo,
os outros não.
Isto vale para SA! Muitas vezes suprimentos surgem porque gestão sente que não há dinheiro,
precisa de fundos, e pedem a sócios para lhe avançarem dinheiro, pergunta se estão na
disponibilidade de avançar, estamos na possibilidade de avançar, não temos que ir ao banco,
tem é que haver respeito do princípio da igualdade de tratamento do sócio, não posso fazer isto
para beneficiar cada um dos sócios, não deixa de colocar sócio em relação subordinada em
relação a terceiros. O sócio como credor está na fila para cobrar crédito tal como credores
terceiros.
Por outro lado, é crédito que não pode ser garantido pela sociedade, por bens da sociedade. Os
bens dados como garantiase suprimento são objecto de contratos nulos.
Distinguir estes direitos de outros direitos que possam ter no exercício da sua vida privada, estes
direitos são os sociais.
O sócio titular de imóvel e que arrenda imóvel à sociedade tem direito a receber vendas, mas
este direito é extracorporativo ou creditório. Qualquer direito que qualquer terceiro poderia ter
relativamente à sociedade. Direitos que sócios possam ter sobre sociedade mas que se
autonomizam da relação de socialidade, que não dependem desta relação. Por exemplo, direito
que têm a receber dividendos que já tenham sido atribuídos. Quando são atribuídos por
aplicação de resultados na AG anual, geram-se dividendos, e é direito de que podem dispor. Este
direito passa a ser direito extracreditório também.
O mesmo com dirieto de subscrição preferencial, se posso alienar este direito quer dizer que
este pode existir fora da relação social. E há negócios que se podem estabelecer com a
sociedade, o sócio que empresta à sociedade, contrato de suprimento, este contrato tem que
ver com a sua condição de socialidade, e por isso quando olhamos para o sócio e o
perspectivamentos da sociedade do qual faz parte não é indiferente à natureza do crédito que
tem sobre ela. Se é de suprimentos, tem crédito subordinado.
O suprimento não tem forma legal e surge de três modos: obrigação social, no contrato de
sociedade, ou independentemente disso o suprimento é criado em sequência de uma
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
deliberação dos sócios, a sociedade precisa de dinheiro. Os sócios podem também constituir
obrigação de suprimentos por deliberação.
Por exemplo, o sócio da sociedade prestou serviços de advocacia à sociedade não por obrigação,
apresentou factura, apresenta esta factura como apresentaria a qualquer outra pessoa física.
Nada tem que ver com a sua qualidade associativa.
Problemas na capitalização das SC: qual o destino a dar a certos créditos cuja fonte não se
identifique exactamente, na tensão em manter créditos à margem da situação de socialidade e
o interesse dos credores em reconduzi-los para relação de ocialidade.
Gerais, assistem a todos os sócios, situação típica societária, situação do sócio vulgar. Especiais,
atribuição de vantagens ou situações de previlégio a alguns sócios face aos demais.
Nas SA os direitos são das participações sociais, direitos especiais atribuídos a uma categoria de
acções, previlégio destas acções face às que exprimem situação comum do accionista. Acções
ordinárias vs privilegiadas ou preferenciais.
Direitos sociais especiais. Podem viver sem os especiais, mas não sem os comuns, o estatuto do
sócio tem necesariamente posições activas.
Pluralidade de direitos sociais especiais, de acordo com critério do conteúdo do direito. Dois
grandes acervos de direitos. Os direitos de participação na vida social e os direitos de carácter
patrimonial que não são menos importantes que os primeiros, distinguem-se, ainda que tenham
algum valor intríseco, não têm conteúdo imediatamente patrimonial. Participação na vida da
sociedade.
Para além destes, há terceiro grupo, outros direitos reconhecidos aos sócios que não integram
nenhum destes dois grupos, os direitos de participação na vida social estão no Art. 21º/1, b) e
não c).
Ou seja, são reconhecidas aos sócios situações jurídicas activas instrumentais ao funcionamento
da própria sociedade. O primeiro referenciado na lei vem com o nome de direito de participação
nas deliberações dos sócios. Antes era vertente do direito de voto.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Chama-se assim porque direito de voto é aspecto possível do direito de participar nas
deliberações dos sócios. A vontade colectiva forma-se pela conjugação das vontades individuais
na sociedade, não impede que a lei reconheça grande relevância a este direito. Art. 248º/5;
343º/1; 379º/1.
3 vertentes: presença nas deliberações dos sócios, direito de intervenção nas discussões
inerentes à formação da vontade dos sócios, e o direito de voto. Este último pressupõe as duas
anteriores, se o tenho, então posso estar presente e intervir na discussão.
Mas as primeiras não pressupõem as seguintes. Posso estar presente, mas não posso intervir.
Ou posso estar presente e intervir, mas não posso votar. Art. 379º. As SQ e SA diferenciam.
Art. 248º e 249º, a configuração da participação do sócio nas deliberações das SQ é participação
subjectiva, o sócio não sofre grandes restrições, nas SA a lei admite que nalgumas circunstâncias
não possam participar nas deliberações a totalidade dos titulares do capital social e que noutras,
eventualmente não disponham de acções suficientes para esse efeito, e noutras que
participação social seja desprovida deste efeito, eles podem quanto muito designar
representante comum para acompanharem deliberações.
Direito de presença nas deliberações, tem interesse porque permite informação em bloco,
acompanhamento da evolução da vida da sociedade, mesmo que sócio não possa opinar, está
informado.
Direito de intervenção, nas discussões inerentes à formação das deliberações, pode limitar o seu
direito de voto, por exemplo situação em que o sistema jurídico entende que o sócio está em
conflito de interesses, objecto da deliberação envolve o seu próprio interesse social e que é
conflituante com interesse pessoal e da sociedade. Aqui impedimento de voto, pode intervir
mas não votar.
Direito de informação, Aer. 21º. Tal como o direito de voto, será estudado autonomamente.
Retomado depois em sede de diversos tipos sociais. Nas SQ é regulado 214º a 216º, e SA 288º e
292º.
Depois, direito de controlo e fiscalização da actividade dos gestores da SC, gerentes e admin. A
este propósito a lei reconhece este direito de modo peculiar, permitindo que o desempenho dos
gestores seja questionado, Arrt. 216º e 292º, inquérito judicial, processo de jurisdição
voluntária, CPC.
Direito individual e inderrogável. Se os sócios podem formar vontade societária, podem reagir
contra uma vontade dessas formada de forma deficiente. Direito de impugnar deliberações dos
sócios contrárioas à lei ou contrato de sociedade. Art. 55º. Art. 380º-382º CPC; Art. 24º CVM.
Derrogação desta individualidade.
Depois temos outro direito, Art. 21º/1, d), direito de ser designado membro de órgão social.
Direito questionado depois este direito encontra cobertura no CPC, Art. 1070º e 1071º. Tomada
de posse.
O direito a ser designado remanesce no passado, todos os cargos sociais tinham de ser ocupados
por sócios, hoje já não é assim. Havia legítima pretensão dos sócios a esses cargos. Hoje, na
forma como é configurado, é mais poder-dever do que direito subjectivo.
Lógica de que se mais ninguém houver, sócios têm a obrigação de participar nos órgãos sociais.
Importante perspectivar isto desta maneira. Temos último conjunto de direitos.
O destino dos titulares dos órgãos de fiscalização e controlo. Sócios podem promover
afastamento dos titulares de órgãos de gestão e fiscalização. Se não forem adequados à SC, mas
mais do que isso, a lei preocupa-se em encontrar solução para, fora do quadro societário, no
domínio do tribunal, poder permitir a destituição de titulares de órgãos sociais ou quando
órgãos sociais se encontram vagas (renúncias que não geram substituições) poder solicitar
tribunal que designe quem vai ocupar esses lugares.
Isto é relevante. Art. 253º e 394º e Art. 1053º e 1054º do CPC. A destituição já não se faz apenas
por iniciativa de um sócio, a não ser que seja destituição judicial.
Art. 21º, direito ao lucro do exercício. Primeiro direito enunciado aqui. Um direito essencial da
sociedade. A participação na sociedade justifica-se por este direito que lhes é reconhecido. É tão
relevante que na prática, não se pode afastar, proíbe-se pacto leonino. Possibilidade de pessoas
terem discrepância entre participação e direitos de carácter patrimonial. Por outro lado,
relativamento aos lucros não distribuídos, esses lucros acumulam-se em reservas livres.
E como tais, distibuíveis a todo o tempo por deliberação, Art. 31º. Direito aos lucros é exclusivo
dos sócios, com excepção do Art. 297º, dividendos antecipados.
Direito aos lucros finais, lucros de exploração, direito que está menos à vista mas que pode
decorrer imediatamente da participação na SC. A sociedade pode-se constituir com duração
determinada ou para prática de actos em concreto, e uma vez realizados esses actos, a
sociedade extingue-se. Extinguindo-se, reparte saldo final da sua exploração, direito aos lucros
finais ou da exploração.
aumentos de capital, e em certos casos poder dispor de valor económico desse direito, como
vimos.
Direitos convencionais, que decorrem da formação ou livre vontade dos sócios no quadro da
sociedade e que livre vontade essa que cria sem ofender qualquer direito legalmente
estabelecido.
Direito de exoneração quando ela for possível, dirieto de sócio se afastar livremente se afastar
da sociedade mediante contrapartida por declaração unilateral, pode acontecer nas situações
que podem por em causa expectativas dos sócios, (mudar sede para estrangeiro, Art. 3º CSC9,
ou se a sociedade promove operação de fusão ou cisão (sócio pode dizer que queria a SC como
estava antes). Transformação = alterações estruturais mais signficativas, este dirieto é tão mais
importante quanto menos líquida for participação social. É líquida se for facilmetne
transmissível, porque se a conseguir transmitir posso fazer circular.
Nas SQ, por exemplo, como a SC é fechada, a exoneração é o único meio que permite o sócio
afastar-se da SC.
Há direitos que são de exercício tendencialmetne colectivo. Ocorrem nas SA, porque na SQ os
direitos são reportados à pessoa dos sócios, qualquer um tem esses direitos. Qualitativamente
todos têm esses direitos, mas há variação quantitativa.
No domínio das SA, é diferente, como as participações não relevam quanto à pessoa dos sócios
(não), a lei exige que para se poder actuar certo direito, o accionista tenha de congregar um
número mínmo de acções com algum significado. Direito de exercício tendencialmente
colectivo.
A lei tem de admitir que os sócios possam somar as participações uns dos outros, de modo a
que a união faça a força. Por exemplo, direito de requerer AG. A lei exige nas SA uma
participação mínima de 5%, ou 2% nas cotadas, a lei admite que os sócios se possam congregar
para obter o número.
Por outro lado, para obter informação por escrito, pelo menos 10%, Art. 291º. Exercício
tendencialmente colectivo. Art. 291º vs. 288º. Este último dirieto mínimo à informação.
Neste caso, não é exercício colectivo, aqui distingue accionistas que têm individualmente 1%. Já
não colectivo.
Há determinados direitos sociais previstos no CPC. Prevê-se que o exercício desses direitos passa
pela intermediação do tribunal. Para além daqueles referidos, inquérito judicial, investidura em
cargos sociais. É possível encontrar outro tipo de acções reguladas autonomamente.
Todas as situações aqui referidas, designação social de titulares de cargos sociais estão no CPC
Art. 1053º.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Modo como podemos converter o regime e alterar regime a que estão sujeitas as participações
sociais, por exemplo converter acções nominativas ao portador; liquidação das participações
sociais.
Direitos especiais.
Não devemos confundir direitos especiais com vantagens especiais. Art. 24º do CSC. As
vantagens especiais vêm no Art. 16º. Podem ser atribuídas a todos os sócios, prerrogativa deles
face a terceiros, retribuição a eles pelo papel que tiveram na formação da sociedade, reservam
para si alguns benefícios.
Para que não possa surpreender outras pessoas que se tornem sócios, a lei estabelece limites
quantitativos. Art. 279º.
Direitos especiais no plano das SQ e no plano das SA. Como veremos adiante, no plano das SA,
vemos logo que no domínio das SA, os direitos especiais podem ser atribuídos a categorias de
acções, e não a pessoas. Depois vão ser exercidos por quem em cada momento for titular dessas
acções.
Cada direito especial só pode ser suprimido ou alterado com o consentimento do seu titular.
Nas sA, como direitos são atribuídos a acções, não se espera consentimento dos accionistas,
mas sim da categoria de acções à qual foi atribuído dirieto especial, e esse reconhecimento tem
que ser dado não por unanimidade dos seus titulares mas por maioria qualificada dos votos
correspondentes a essas acções, maioria de 2/3 dos presentes. Realização de AG, Art. 289º +
24º/6.
Lei admite que a sua alteração possa não passar pelo consentimento do seu titular, norma
supletiva.
O direito social tem que ser obrigatoriamente estipulado no contrato de sociedade. A situação
de vantagem do sócio tem que resultar do contrato de sociedade, isso não significa que só sejam
especiais os qualificados como tal, mas o que importa antes de mais é que se possa retirar do
regime do contrato que permite concluir que sócios titulares daquele direito em concreto têm
situação diferente face aos outros sócios.
O direito especial é intuitu personae, em razão da pessoa do sócio, e como tal discute-se se o
direito é transmissível com a quota. Art. 24º/3. Em princípio, o direito especial o transmite-se
com a quota, se o seu conteúdo for patrimonial.
Mas isto não é claro, nas SQ e salvo estipluação em contrário os direitos especiais de natureza
patrimonial são transmissíveis com quota, sendo os intransmissíveis os restantes direitos. Os
direitos de natureza pessoal, por exemplo direito de voto duplo, é direito de natureza pessoal,
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
é intransmissivel com a quota, porque foi atribuído àquele sócio em concreto. Mas quando o
dirieto é de natureza patrimonial, se tenho direito de natureza patrimonial posso transmitir com
a quota, porque é indiferente à pessoa, em princípio. Regra supletiva.
POC acha que a supletividade não permite tranmissão de direitos pessoais, permite é
intransmissibilidade dos patrimoniais. Direitos pessoais são por definição intransmissíveis.
Deliberação que não tem existência na ordem jurídica, para produzir efeitos que pretende tem
de recolher consentimento do sócio titular do dirieto especial. Requisito de eficácia, sem ele a
deliberação é ineficaz.
Último aspecto tem a ver com o facto de poder haver situações em que os direitos especiais são
reconhecidos à totalidade dos sócios. Dirieto especial à agência, dirieto de poder ser designado
gerente, excepto nos casos da lei, NJ, ou justa causa para ser afastado.
Se o direito for atribuído a todos os sócios, é especial na mesma? POC entende que especialidade
está na diferenciação que o dirieto atribui aos sócios face os outros, neste caso direito pode-se
distinguir, na medida em que distingue sócios dos que podem vir a ser. Todos os sócios futuros
não têm esse direito por definição, e aí é previlégio de alguns sócios, mas esta é situação limite
em que se esbate especialidade.
O direito especial pode ser parte acrescida nos lucros do exercício, Art. 22º/1, com base neste
artigo que criamos direito especial.
Saldo acrescido de liquidação, 30% de PS, mas no dia em que se liquidar tenho 35%.
Dirieto de voto duplo, Art. 250º/2, a cada cêntimo de capital social corresponde um voto, mas a
lei admite que até ao máximo de 20% do capital seja possível atribuir direito de voto duplo. Só
20% do capital pode ter este voto.
Posso ter mais de 20%? Cada sócio tem direito a uma quota, não posso ter metade da quota
com direito especial. Não faz sentido que o sócio com PS maioritária tenha também voto duplo,
não é necessário.
Art. 265º/2. Direito de veto das alterações estatutárias, permite a sócio que possa impedir
modificação de preceitos de estatutos ou totalidade dos seus preceitos.
Art. 21º. É o primeiro, e não por acaso, é o mais importante, é o que justifica a constituição da
SC. Quando um conjunto de pessoas no fundo pretende exercer em comum certa actividade
económica, faziam com uma finalidade, era ter um ganho com essa finalidade, obter lucros.
Diferença positiva resultante da actividade que iria prosseguir com base em certos meios que
iria disponibilizar à empresa a constituir. É direito individual, deve assistir a todos os sócios e
realiza essência da sociedade.
O direito aos lucros conhece diversas manifestações no CSC, para além do Art. 21º e 22º, os Arts.
31º, 217º e 294º.
Esta perspectiva de obter retorno pela actividade da sociedade é perspectiva que se manifesta
em dois momentos diferentes: de forma periódica ou regular. Lucros periódicos ou de exercício.
De modo a que com uma regularidade que a lei considera ser anual eles possam aferir se a SC
obtém diferença positiva e que possa disponibilizar aos sócios uma retribuição. É irregular
porque depende do montante que a SC consiga obter, mas também os sócios perspectivam a
sua PS na lógica de obterem ganho final.
Direito ao lucro final, aquele que resulta sa SC poder vir a acessar a sua actividade, liquidar os
seus bens e resultar o montante suficiente que para além da satisfação e dividas que tenha
gerado, para além do reembolso do CS investifo, permita repartição pelos sócios.
A partir do momento em que as entidades se constituem a longo prazo, sem ter por objectivo a
realização de negócio em concfreto, mas sim prática de muitos negócios, podemos dizer que se
a SC se constitui sem fim determinado, e portanto por tempo indeterminado, a perspectiva dos
lucros finais é pequena.
Nesse caso incide sobre duas variantes, lucros periódicos e diferença positiva que possam vir a
retirar entre o custo da PS e o valor da sua realização caso a venham a alienar: mais-valia.
Conteúdo do direito aos lucros: pode-se centrar nos lucros períodicos mas quando falamos de
lucros tamém temos de ter em conta os finais de expliração.
Conceito fundamental, o lucro distribuível. Não é equivalente ao conceito anterior, porque nem
todo o lucro do exercício pode ser distribuído. Pode suceder que o seja, mas geralmente nem
todo é distribuído.
Primeiro, é necessário para cobrir prejuízos transitados, e depois, pode ser necessário para
afectar à constituição e reforço da reserva legal obrigatória, 5% até que seja 1/5 do CS.
Pode suceder que o lucro distribuível coincida com lucro do exercício, quando não há prejuízos
e quando a reserva legal já esteja preenchida no seu mínimo legal obrigatório. Todo o lucro pode
ser atribuído aos sócios neste caso.
A parte do lucro do exercício que porventura não venha a ser atribuída, ainda que distribuível,
corresponde a acervo de bens que é disponibilizado pelos sócios, é reserva livre. A reserva livre
integra bens distribuíveis aos sócios, são o produto dos lucros do exercício que eram
distribuíveis, mas que não foram distribuidos, foram acumulados.
Lucro que está a ser acumulado, e que a qualquer momento será distribuído pela deliberação
da SC.
Na AG anual é os lucros do exercício que se discute. Mas ao longo do ano, a SC pode, se tiver
reservas livres, colocar em cima da mesa proposta de distribuição das reservas livres. Fá-lo como
distribuição de bens.
Competência exclusiva dos sócios. Deliberação para distribuição de lucros, com uma excepção,
possibilidade de promover adiantamento dos lucros do exercício.
No que respeita à distribuição dos lucros do exercício, provisões específicas para SQ e SA. Estas
são hoje idênticas. Art. 217º e 294º, nº1 cada.
No passado nem sempre foi assim. Antes não havia regime jurídico coincidente. O que nos dizem
os 217º e 294º de idêntico?
Salvo deliberação em contrário tomada por ¾ dos votos correspondentes ao CS, não pode deixar
de ser distribuída aos sócios ou accionistas metade do lucro distribuível.
Dois aspectos importantes. Salvo deliberação de ¾, é um limite. É idêntico para os dois tipos
societários.
Depois, não pode deixar de ir metade para os sócios do lucro distribuível. Regra que se apresenta
com conteúdo supletivo. Lei prevê, salvo deliberação direrente, ou disposição contratual.
Resta saber se regra supletiva pode ser aproveitada em qualquer sentido, saber se os sócios
podem entregar à total discricionariedade da AG a possibilidade de distribuir ou não resultados.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Se não houver cláusula contratual, sabemos que nos guiamos pelo 217º e 294º. Se não houver,
na AG anual tenho de distribuir no mínimo metade dos distribuíveis (lucros).
Posso distribuir mais? Posso, mas a maioria dos sócios vai decidir sobre a outra metade.
A regra supletiva que consta daqui pode ser derrogada totalmente ou num certo sentido? POC
vai contra a doutrina.
Em geral, entende que cláusula supletiva pode deixar contrato fazer o que quiser. POC entende
que esta regra supletiva reveste conteúdo mínimo imperativo. Quando a lei rpevê que metade
do lucro não pode deixar de ser distribuível, a supletividade apenas permite aos sócios
clausularem no CS uma regra que seja mais exigente, no sentido de maior distribuição de lucros.
Aproveitando a supletividade da regra, sócios prevêm que naquela sociedade, salvo maioria de
¾, ver acima, regra imperativa, que naquela sociedade não podem deixar de ir para os sócios
não 50%, mas 70% ou 75%.
A sociedade serve para gerar lucros, portanto serve para isso. Salvo se por ¾ for decidido não o
fazer.
Porque é que está aqui escapatória? Porque é que ¾ podem promover não distribuição? Porque
a SC pode vir a precisar desses lucros, ou para enfrentar período menos bom, ou fazer face a
investimentos acrescidos, mas também é verdade que se é deliberação pontual dos sócios, ela
tem de ser justificada.
¾ dos votos não podem decidir não distribuir metade para prejudicar o interesse da minoria em
receber esses lucros. Têm de se fundamentar no interesse da sociedade. Se o fazem porque a
minoria carece daqueles rendimentos, e que se não forem distribuídos, a minoria terá de alienar
as suas participações, é deliberação abusiva, e por isso anulável.
Os sócios podem pontualmente impedir distribuição de lucros, mas têm de ter um motivo forte.
Precisamente esta possibilidade que a lei reconhece de forma imperativa, explica que o
conteúdo supletivo destas regras seja mínimo imperativo.
Se pudesse sem mais prever que por qualquer maioria poderia não distribuir, não porecisava de
ter autorização legal para impedir deliberação.
Esta razão é a razão lógica. Mas há outra razão, é que a SC é feita para distribuir resultado, por
isso se compreende que o mínimo de 50% deve ser garantido aos sócios, porque o resto
contribui para a sustentabilidade da SC.
Regra tão importante considerar essa regra imperativa, que não posso por no contrato de SC
regra pela qual sujeito a não distribuição a voto de 4/5. Porque isso seria quase impossível. Não
se pode salvaguardar por maioria ainda mais exigente.
Quando os lucros do exercício dão origem a dividendos, quando são distribuídos. O direito ao
dividendo é um direito creditório, posso aliená-lo. Posso receber aquele dinheiro logo, não
esperar no prazo legal, ou posso desde já aliená-lo para obter o seu conteúdo.
Risco de ter capital não aproveitado, que nas mãos dos sócios até dava jeito.
Se existe cláusula de salvaguarda é porque a lei não permite que seja como os sócios quiserem,
além de protecção de minorias.
Contudo, vamos admitir que estamos perante sociedade que não tem regra contratual nenhuma
e que tem de viver das regras supletivas, quid iuris se apesar de os sócios terem direito a metade
dos lucros, eles deliberarem o contrário?
Estamos em AG anual e perante maioria de 60% a dizer que não se distibui nada. E agora?
Posso reagir= posso, porque é deliberação contra a lei. Mas se anular, não consigo nada. Em vez
de se ter decidido não distribuir nada, deliberaram por 60%, distribuir 25%. E eu, que queria
receber 50, digo que 25 não serve, quero 50.
Se proceder apenas a invalidação, passo de momento em que tinha 25% para momento em que
tenho 0. Portanto a impugnação da deliberação só por si não serve.
Aqui pode haver execução específica. Art. 830º do CC. O que faço? Vou ao tribunal e digo ao
juiz, por lei tenho direito a receber isto, resultam das contas que ela tem meios para distribuir,
mas só quer distribuir 25%.
O tribunal depois emite decisão judicial que é substitutiva da declaração de vontade societária
em falta. Declaração de vontade de aplicar resultados de modo a distribuir 50% dos lucros.
Lei prevê que não pode haver. Ou seja, reconhecer que partes desse pacto, os sujeitos do pacto,
não vão todos ter os resultados adequados à sua participação, um deles fica com a parte do
leão, parte desproporcionada.
A proibição do pacto leonino diz que não é possível excluir dos lucros alguns sócios, ou reduzir
tanto a modo a que na prática a que a redução seja verdadeira exclusão. A cláusula contratual
que o faça é nula, Art. 22º/3.
Aplicamos então a regra geral, em princípio os sócios têm lucros proporcionalmente às suas
participações.
Quando e como é que se recebem os lucros? Como é que se efectiva o pagamento dos lucros e
dividendos?
É preciso que haja aplicação de resultados aprovada, distribuição de lucros. Ocorrendo isto, na
AG com base nas contas de exercício, quando se vence crédito dos sócios. Art. 217º e 294º. 1
mês após deliberação ser tomada.
Isto significa que se porventura aprovar distribuição de lucros no dia 31 de março, tem de estar
À disposição no dia 30 de abril. O que significa que quem for sócio no dia 30 de abril vai receber
os lucros nesse dia.
Pode haver excepções. Nas SC pequenas, quando são alienadas, quando os sócios vendem toda
a sociedade a um terceiro, nada impede que convencionem com o terceiro que eles vão ter
direito aos lucros anteriores.
A regra legal é 30 dias após. E se a SC não tiver meios financeitos? Pode haver deliberação que
atrase o pagamento em mais 30 dias, ou que com consentimento do sócio (interessad), o
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
pagamento possa ser diferido. E se o for durante prazo longo, situação típica societária,
suprimento do sócio em favor da sociedade.
O sócio tem crédito que não executa, ao fim de certo prazo, o crédito mantém-se na sua
titularidade, mas sobre a forma de suprimento.
Por outro lado, pergunta-se se seria possível ou não no âmbito de SC usar os lucros para pagar
gestores. Se eles podem receber parte dos lucros do exercício. Administradores e gerentes.
Se eu pretender remunerar os gestores com participação dos lucros, o que tem muito interesse,
esmeram-se para ter lucros superiores.
A lei exige que o contrato diga qual o montante máximo que pode ser distribuído a esse título,
sem essa deliberação não dá para distribuir a título de remuneração.
Última questão. O adiantamento sobre lucros, procurar saber se antes do fim do exercício social,
e por conta dos resultados que se antevêem, se é possível fazer avanço desses resultados aos
sócios ou accionistas. Art. 297º.
Contando que haja previsão contratual incluída no decurso do exercício à anterior onde eles
pretendem aproveitar para esta antecipação.
Diz que desde que o contrato de sociedade tenha estipulado desde o exercício anterior, e de
uma só vez no decurso da segunda metade do exercício, pode a Admn mediante parecer
favorável do órgão de fiscalização fazê-lo.
No decurso da segunda metade os gestores já têm ideia de como o ano está a correr, têm
projecções por resultado final, com base nos dados podem fazê-lo. Porque permitem facultar
aos accionistas, muitas vezes precisados de capitais, essa participação nos lucros ou
previsibilidade de alteração do sistema fiscal, que venha a agravar a tributaçaõ.
O Art. 297º, que só é possível quando o contrato de sociedade inclui essa autorização. Alteração
do contrato de sociedade.
POC acha que isto não é aplicável às SQ, esta norma é excepcional, e é excepcional desde logo
porque a atribuição dos lucros do exercício no decurso do exercício tem que constituir excepção,
por definição estes resultados ainda não integram conceito de lucro. Há impedimento à
analogia.
Além diso, não parece possível que nas SQ se possa fazer isto mesmo que esteja clausulado. Em
tudo o mais, o que é parte da estrutura das SA, exigida, não existe para as SQ. Nas SQ não há
órgão de fiscalização. Não há entidade que em nome dos sócios, por conta dos seus interesses,
confirme que se justifique cumprir aquela decisão da admin. Enquanto que nas SA, em que a
questão se coloca, tendo admin plural, nas SQ temos genérica com uma ou duas pessoas, que
nem funciona com base colegial, que nem reúne regularmente.
O primeiro, para referir que a regra da proporcionalidade pode sofrer desvios, e sofre se houver
reconhecimento e atribuição (não desvio qualitativo, seria pacto leonino, são desvios
quantitativos, não colocam em causa o direito) a um sócio ou categoria de acções de ter direito
a lucros favorecidos ou dividendos prefernciais ou previlegiados.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Admite-se que participação nos lucros não seja proporcional à participação no CS.
Direito à quota de liquidação. Este direito também é direito que está sempre presente, mais
efectivo quando na realidade podemos conceber sociedade destinada a prosseguir certo
negócio, um ou dois actos configurados.
Exemplo, construção da ponte Vasco da Gama, pagam a ponte com os lucros obtidos pela
passagem, contrapartida do investimento.
É sociedade com fim à vista, porque vai ver qual o saldo global final da sua exploração. Aí fala-
se do direito à quota de liquidação.
Mas só há esta quota relevante se uma vez extinta a sociedade e a sua liquidação há bens
suficientes para pagar todos os créditos, reembolso do investimento.
Direito de voto.
Art. 21º/1, b). Só pode sofrer as derrogações legalmetne permitidas, direito instrumentalmente
importante, direito pelo qual os accionistas exprimem e viabilizam a sua intervenção. Não é vital
para a SC, mas é essencial para permitir o funcionamento desta.
O direito de participar nas deliberações dos sócios compreende três vertentes fundamentais.
Direito de presença nas deliberações, direito de intervenção, e direito de voto, este último o
mais importante, porque contribui para a manifestação da vontade da SC.
POC diria que aqui a própria lei tendencialmente reconhece o direito de participar em termos
amplos, mas temos que distinguir os dois tipos societários.
Nas SQ, Art. 248º e 249º, este direito de participar é eminentemente social, são sociedades mais
pessoais, são relevantes as pessoas dos sócios, e por isso qualquer que seja a relevância
quantitativa de capital, sócio tem direito a ver-se envolvido nas deliberações mais relevantes.
Ele pode estar concretamente impedido de exercer o direito de voto, Art. 251º. Mas para além
desses casos de modo geral pode estar presente, intervir e votar.
Art. 51º, impedimento de voto, conflito de interesses entre interesse pessoal do sócio e
interesse da sociedade.
Quanto a SA, ainda que tendencialmente a titularidade da PS possa permitir a presença na AG,
a lei em certos casos admite, autorizadamente, que só possam estar presentes sócios detentores
de votos, e que para isso precise de ser titular de número mínimo de PS. Admitem-se limitações
estatutárias ao exercício do direito de voto. Em princípio, enquanto que no plano da SQ por cada
cêntimo de capital se deve contar um voto, sa SA a cada acção corresponde um voto. Mas é
possível que aproveitando a possível limitação à regra que autorize (...).
Possível introduzir limitação segundo a quel para que sócio disponha de um voto, seja necessário
que seja titular de mínimo de acções cujo valor nominal corresponda a 1000 euros.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Por outro lado, mesmo à margem do CSC, pode haver limitações, por exemplo, SC que contêm
este tipo de regras.
A apetência que terceiros possam ter por capital da sociedade vai-se desvanecer. Se souber
que só domino sociedade onde a PS em temros de direito de voto está limitada a 10% do
número de votos, significa que tenho de ter PS elevadíssima para votar, para poder ter maioria
da sociedade.
Assim, Art. 182º-A do CVM, break through rule, dispõe que se eu adquirir determinado
montante mínimo em sociedade anónima cotada, posso numa primeira fase eliminar
limitações. Rrestição à restrição estatutária.
Em termos de direito de voto nas SQ pode haver privilégios, direito de voto duplo, até ao
méximo de 20% de capital o dobro dos votos. Art. 250º/2.
Princípio da unidade de voto nas SA: os direitos de voto atribuem-se a acções, que
correspondem a direito social de participação na vida da sociedade, cada uma delas tem
direito autónomo, mas lei estabelece esta regra segundo a qual os accionistas são obrigados a
usar todas as suas acções no mesmo sentido. Art. 385º.
Impedimento quando há conflito de interesses. Art. 384º/6 + 251º. São regras exemplificativas,
regras que avançam com o critério de que há impedimento. Só há conflito se os interesses
envolvidos forem interesse pessoal do sócio e da própria sociedade. Se o que estiver em causa
não for interesse pessoal, mas interesse funcional da sociedade, então não há conflito de
interesse.
O voto pode aproveitar-lhe a ele, mas também a outros. No passado discutia-se se havia
impedimento, e quando CSC foi aprovado, foi marginalizada esta situação.
Relevante para o sócio controlar o seu investimento, e saber como se pronucia sobre como a
SC está a ser gerida.
Antes do CSC, havia algumas informações que tinham de ser divulgadas antes das AG,
prestações de informações relativas à matéria objecto de apreciação nessas assembleias,
depois informações no decurso dessas assembleias, se requeridas, e finalmente, quando não
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
corre bem, obter com intervenção judicial o conhecimento de coisas relevantes: o inquérito
judicial.
Com o CSC, o que acontece é que a informação já era relevante, considerava-se haver mais
interessados em obter conhecimento sobre aspectos relevantes, direito à informação regulado
omo direito essencial, tal como direito aos lucros e ao voto.
Direito de informação. Como é que se reconhece este direito? Lei regula-o para os diversos
tipos societários. O seu âmbito foi expandido com o CSC relativamente a antes.
No que diz respeito às SQ, Arts. 214º-216º. Logo antes da norma do direito aos lucros. SA, Art.
288º-292º. Regras diferentes.
Qual era o tipo societário em que o tipo de informação seria de uma maior amplitude, seria
das SA, as mais abertas. Mas não é mais assim que a lei configura. O direito de informação tem
maior amplitude nas SQ do que nas SA.
Talvez porque estas já sejam mais transparentes do que SQ. Mas sendo as SQ compostas por
menos sócios, percebe-se a premência.
Por um lado, em termos genéricos, esta prerrogativa não era direito social determinado, hoje
há a ideia que as SC têm de facultar informação permanente, que pode ser pedida por
qualquer dos sócios.
Isto é diferente das SA e SQ. Qualquer sócio, independentemente da sua participação, pode
exercer o seu direito à informação, o montante é irrelevante.
Nas SA, temos várias circunstâncias em que qualquer accionista pode pedir informações,
independentemente da sua participação. Depois há casos em que é necessário uma
participação mínima, de 1% ou 10%, ou pelo menos reunir vários accionistas com esta
percentagem.
Começamos pelas SQ. Art. 214º-216º. A pessoa do sócio é importante, pode no fundo exercer
o direito de informação e solicitar as informações que entender, por escrito. Devem ser
respondidas. Para além das informações que impliquem resposta da SC, informações passivas,
SC tem que se sujeitar a que o sócio possa adquirir o conhecimento sem que tenha
participação activa. Consulta da escrituração, elementos essenciais da vida societária.
Escrituração obrigatória nos termos do C.Com, livros de actas, são obrigatórios. Em termos de
documentação de deliberações sociais, temos de atender ao 63º, disposição legal referente às
actas, no CSC, e 21º do C.com.
Nas SQ os sócios têm aspecto ilimitado à escrituração mercantil. Nas SQ, os sócios têm direito
à informaço que não existe nas SA. Inspecção dos bens sociais. Art. 214º/5.
O que é isto? Direito de, in loco, ou através de consulta informática o sócio poder no fundo
aperceber-se da situação dos bems que pertencem à sociedade, e todos que são objecto do
seu comércio. Possibilidade que o sócio tem de aferir os stock da SQ.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Isto não existe na SA. Sócio pode ir ao armazém ver o stock, averiguar se as listas de bens que
integram o seu activo têm correspondência física e real com o que lá está.
AG dos seus sócios. Como é evidente, relativamente a essas decisões vai ter de haver
deliberações, e para o efeito é preciso que haja informações prévias, elementos que considera
relevantes para o objecto da discussão, permitir aos sócios para estudarem, ou para dar a
terceiros que os esclareçam.
Elementos têm de ser disponiblizados com tempo de antecedência. Art. 289º, 248º/1.
Depois temos informações a prestar no decurso da AG. No percurso dos trabalhos é normal
que questões que os sócios tinham, é normal que surjam outras dúvidas, outras reservas,
normal que os sócios coloquem à gerência e obtenham junto desta esclarecimentos sobre o
modo como a gerência agiu.
À parte de todas estas informações nas SQ, informações por escrito em qualquer momento,
consulta dos elementos da sociedade, consulta dos bens. A SC tem de dar acesso aos bens. Dar
informações de AG, ela já age activamente. Depois, poder esclarecer no Âmbito da AG.
Quando apesar de tudo o sócio entende com justificação que ai nformação não é bem
prestada, que é incorrecta, não é verdadeira, completa, elucidativa, o sócio pode reclamar,
pode obter informação pela via judicial, inquérito judicial.
Está no CPC. Art. 1048º - 1052º. Art. 380º - 382º também útil para a cadeira.
No plano das SQ, este direito conhece amplitude, é muita coisa o que o sócio pode fazer. Ainda
que ele seja irrelevante, ele pode pedir que lhe informem, é relevante. Mas não surpreende,
os sócios podem muito nas SQ, podem tanto que a gerência se subordina. Art. 259º. A gerência
no exercício da sua administração submete-se à deliberação dos sócios.
Sabemos já que não se rege pelos mesmos princípios. Os sócios, titulares de participações
sociais só se podem imiscuir nos assuntos de gestão quando solicitado pelo órgão de gestão.
Art. 273º/3. No fundo, os sócios só podem condicionar a gestão da sociedade nos casos em
que esteja previsto na lei ou no contrato de sociedade.
Nas SA, pensamos que são grandes sociedades, com muitos titulares de participações sociais, a
informação deveria ser maior? Sim. Vai haver anacronismo da lei. Mas como são grandes, há
sócios com participações muito pouco relevantes.
A esses sócios é também devida a informação? A lei estabelece diferenciações. Art. 288º. Fala
de informação mínima, parece que a priori, quem olhar para o 288º, e vê que é informação
mínima no plano das SA, aplica-se a todos? Não.
Olhando para o artigo, procurando identidicar que elementos têm de estar habitualmente ao
dispor de accionistas nas SA, o Art. 288º limita esse conhecimento, limita 1% do capital social.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Entende.se que para ter acesso aos elementos mínimos de informação, tem de ser titular de
pelo menos 1% do capital social. Acesso permanente, mas SC é activo porque tem de
disponibilizar sempre a informação, passivo porque lhe pode ser solicitada essa informação, e
o accionista que tiver direito vai poder receber essa informação.
O accionista com dirieto à informação vai receber essa informação. Art. 289º, preparação da
assembleia geral.
Antes de falar sobre o modo como o direito deve ser exercido, o 288º tem elementos que
podem ser relevantes para a formação das deliberações sociais, que abrangem remunerações
pagas na SC, ainda que remunerações globais. Não é ao abrigo do 288º que as informações
devem ser prestadas relativamente a remunerações individuais. Lei especial.
Art. 291º é diferente. Trata do direito a obter informações por escrito. Direito nas SQ é
constante, mas na SA é limitado. Só os accionistas com 10% do CS, ou que conjuntamente
representem esse montante é que podem pedir.
O 291º é um direito de exercício colectivo, pode no fundo envolver mais do que um accionista,
mas pode ser exercido apenas por um deles, o Art. 288º reporta-se necessariamente a cada
accionista, só tem o direito mínimo à informação os accionistas titulares de pelo menos 1%
cada um. O 288º é direito individual do accionista.
Há que distinguir. O artigo foi mal feito. A lógica é esta. Em princípio, quando AG reúne para
deliberar sobre certa questão, isso ocorre a pedido do orgao de gestão. Isto é verdade em
todas as Ag que não são periódicas, regulares. Se a SC tem necessidade de promover ou
realizar aumento de capital, quem sente a necessidade é quem precisa do dinheiro, a gestão.
É a administração que promove a convocatória da AG, para que estes possam deliberar
aumento do capital social. Quase sempre a iniciativa é do órgão de gestão, até nas AG, até nas
anuais. Porque é ele que sabe quando é que conclui as contas relativas ao exercício anterior, e
elaboração do respectivo relatório.
Quando olhamos para o 289º, temos de ver: deliberações pela iniciativa do órgão de gestão, o
prazo é aquele e tem de ser. Mas se a inicativa é à margem do órgão de gestão, o prazo não faz
sentido.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Relatório de gestão, balanço, e contas. Elementos usados internemante para explicar o âmbito
da sociedade e o que a gestão fez, e extremamente junto de financiadores, credores e
mercado para demonstrar a solidez ou não da sociedade em cada momento.
E por isso, são instrumentos centrais do direito de informação. Depois temos informações no
decurso da própria AG.
No plano das SA, momento da reunião. Nas SQ, dirige o maior sócio em participação no capital
social. Se houver dois com a mesma participação, quem dirige é o mais antigo. E se um deles
for uma PC? Problema superado. Ver em casa, o CSC não resolve.
Em matéria de assembleias gerais, remete-se para as SA. Regra própria sobre reuniões da AG.
Menos sócios, não há institucionalização da AG. AG decorrem em qualquer ambiente
societário.
Ou já há ordem de trabalhos predeterminada, e essa ordem de trabalhos vai ser apreciada por
todos, ou a AG constituiu-se espontaneamente, sem formalidades prévias, sem conhecer aos
sócios o que se vai deliberar, mas com oestão todos juntos e decidem deliberar, podem.
Em cada ponto, o que se faz? Apresenta-se proposta que já existe, depois pergunta-se se há
mais propostas, depois discute-se, aqui prestam-se esclarecimentos, depois vai a votação. Se
reunir o número de votos suficiente, não é simples maioria, é maioria qualificada, se reunir
número de votos suficientes, há deliberação dos sócios.
Se não houver votos, a proposta é rejeitada, há não deliberação, a AG não tomou deliberação
em certo sentido.
É assim que as AG funcionam, mas neste processo tem de estar pressuposto ou acesso ou
divulgação prévia de elementos de informação. Sem esse esclarecimentos, podem não estar
habilitados a pronunciar a sua posição sobre certa proposta que tenha sido apresentada.
Durante a AG, se dúvidas existirem, se forem solicitadas a quem de direito, órgão de gestão ou
fiscalização, a prestação de informações relevantes.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Se a informação não tiver sido recusada e tiver sido prestada, ou foi prestada de forma
adequada, pouco clara, incorrecta, equivale a recusa. Não é automático. Há casos em que cabe
ao tribunal apreciar se a recusa ou prestação deficiente é justificada no caso concreto.
Quem pode exercer o direito de informação? Lei abre possibilidade de informação ser pedida
pelo sócio, ou técnico que pode ele se faça acompanhar e tenha melhores conhecimentos.
Para apreender. Enquanto nas sQ a lei exige que o sócio interessado esteja presente, o que no
fundo obriga deslocação à sociedade, ou se houver tensão, é desagradável.
Nas SA, a lei permite que o direito de informação seja exercido por quem pode representar o
sócio, na prática, como não há limitações à representação em AG, pode fazer-se substituir por
quem quiser. Quando exerce direito de informação, pode ir com perito, especialista.
Pode ser advogado, ou ROC, ou outro técnico com natureza semelhante que pode ver erros
nos documentos.
Quanto aos elementos e à reprodução dos elementos em que se baseia informação, lei
permite reproduções mecânicas (fotocópias) dos documentos consultados.
É preciso ter cuidado sobre aquilo que pode ser obtido. Nem tudo pode ser fotocopiado. Se o
direito de informação existe, é possível que os contratos de sociedade desenvolvam esse
direito, especificando, desde que não se limite esse direito, e é possível que para além de
previsões estatutárias ou contratuais, pode haver regulamentos para ssuntos menores.
Pode haver regulamentos sobre o direito de informação. Abrange quando o dirieto pode ser
exercido, custos inerentes ao exercício desse direito. É possível regular o exercício do direito
de informação.
Art. 292º, também possível o inquérito judicial, um meio que o sócio tem ao dispor de obter
informação pretendida quando a mesma foi indevidamente recusada ou deficientemente
prestada.
O sócio não pode fazer da informação o que quiser. Não pode fazer uso prejudicial ou
deficiente da informação. Por outro lado, os gestores da socidade não podem, com base no
conhecimento que têm como gestores, obter ganhos injustificados para si próprios, não pode
abusar.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Art. 449º, RC de gestores que abusarem do direito à informação. Art. 378º do CVM alarga a RC
dos gestores por abuso de informação, insider trading, alarga à RP. Prevê e pune como crime o
abuso de informação.
As preterições do direito de informação dão lugar a inquérito judicial. Art. 216º CSC, Art. 450º
abuso de informação, mas há outras normas do CSC que originam a hipótese de haver
inquérito judicial, essas hipóteses vão no fundo remeter para essa situação.
Recusa da prestação de contas relativamente a aprovação dessas contas de forma regular, Art.
67º e 68º do CSC.
Direito de exoneração.
Significa a faculdade que sócio tem, mediante declaração unilateral de vontade, se afastar da
sociedade e receber contrapartida pela sua participação. Alternativa à transmissão da
participação, vai ter com a SC, comunica que se verifica circunstância que dá lugar à
exoneração, e pode exigir dinheiro contra a participação.
Quanto ao direito em si mesmo. Art. 240º vemos que nas SQ este direito pode surgir em
termos genéricos. Prevê que seja possível clausular no contrato de sociedade a exoneração do
sócio. Nas SA não há nada de semelhante. Mas ao longo do CSC há várias situações em que a
lei reconhece ao sócio ou accionista a possibilidade de se afastar contra uma contrapartida.
Muda-se a sede para estrangeiro, Art. 3º. Quando a sociedade muda, há direito. E há outras.
Art. 105º, o contrato de sociedade pode impor contrapartida pela exoneração do sócio em
caso de fusão da sociedade.
Nas SA, mais difícil, não há previsão geral deste direito. Assim, é admissível? POC acha que
genericamente, não. Mas nem todos concordam. POC explica, porque não há regulação
emgeral do direito nas SA. E autonomia privada, pode ir ao contrato de sociedade.
Não é claro que no plano da SA pudessmos regular a exoneração dos accionistas. Característica
e essência da SA. É para circular capital social, não faz sentido estar ocupado a tentar exonerar
se ele pode no mercado simplesmente disponibilizar essa participação.
Expansão da participação no âmbito da SC. Direito que visa reconhecer aos sócios face a
terceiros, perante aumento de capital subscreverem proporcionalmente à sua participação
esse capital. Para o efeito, eles têm que ter conhecimento que a sociedade vai promover
operação desta natureza.
Aqui, distingue-se SQ e SA. Art. 266º e sgs SQ, Art. 456º e sgs das SA. Art. 87º para ambos.
Isto é, se eu projecto a realização de uma operação destas, devo poder antecipar o que vou
fazer. Se no plano das SQ, a lei prveê que logo que os sócios tenham conhecimento, dizer que
estão logo de acordo, no dia da AG já sabemos quem vai realizar o aumento, na SA não
sabemos quem é sócio.
Por isso na SA, vou ter de recorrer a aviso de prazo para accionistas exercerem direito de
preferência. Dizem ao mercado que há aumento de capital social, para o realizar, têm
preferência os accionistas. Por cada acção detida, o accionista pode subscrever nova acção.
Aquiro particpação por 40, quando vale 60, posso fazê-lo, é meu direito.
Se isso é assim, o direito de subscricção preferencial tem valor económico autónomo, posso
aliená-lo. Transmito a alguém hipótese de por este preço poder exercer preferência. Se o
puder fazer, suportando preço global, pelo preço da subscrição, se tudo for menor ao preço da
acção no mercado, é bom negócio.
Direito de preferência. Obstáculo. Enquanto existir, SC é fechada, porque quem exerce são
accionistas. Assim não posso fazer entrar mais pessoas. Especial detentor de tecnologia à
sociedade. Para que isso possa acontecer, os sócios ou accionistas têm que limitar o seu direito
de preferência. Iato é, no fundo declarar que, fazendo deliberação social autónoma,
prescindem de direito de preferência, e os 3ºs interessados podem ter acesso ao capital social.
Coloca-se apenas quando estão em causa entradas em dinheiro. E se for em espécie, é difícil
concretizar o direito de preferência. Se ou accionista de 30%, realizo o capital com fracção
autónoma. Era preciso que os outros realizassem com fracções autónomas proporcionais ao
valor por eles subscrito.
Isso é quase impossível. A lei é omissa, portanto não há preferência quando a entrada é em
espécie. Mas assim, posso simplesmente fazer fraude à lei. Quero que alguém seja sócio,
aumento capital com alguma coisa que só uma pessoa tem, assim ele faz e pronto.
Como corrigir? Atendendo à posição dos outros, corrijo de maneira simples, procuro ver qual a
posição dos outros sobre o capital e dizer, ok, a sociedade precisa daquele bem, que aquele
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
sócio tem e vai meter na sociedade. Há 70% que queriam aumentar também na mesma
proporção para manterem o statu quo. Se eles entram em dinheiro, a sociedade recebe muito
dinherio que não precisa, temos capital improdutivo.
Se os outros 70% dos sócios podem proporcionarlmente realizar a entrada, se a fracção vale
3000, os outros têm de realizar 7000 em dinheiro, e o capital aumenta no total 10000.
Se o capital for improdutivo, mas a SC precisar da fracção, o que devo fazer é promover um
caumento de capital, aceitar realizações em dinheiro mesmo que não precise, e no momento
seguinte promover operaºão de redução do capital, libertando o excesso, e devolvendo-o a
todos os accionistas.
Assim mantenho o status quo inalterado, com um capital aumentado em 3000, e com o bem
que a sociedade carece.
Embora sem previsão no CSC, o único mecanismo de controlo é o das deliberações abusivas.
A participação social.
Novo diploma, 20/2016, de 20 de Abril, tecto estatutário do voto nas instituições de crédito.
Não altera o CSC, mas restringe. Art. 334º/2, b). Admite que as limitações estatutárias ao
exercício do direito de voto que se refere ao estabelecimento de um tecto, devem ser
periodicamente ponderadas.
Para as sociedades com tecto estatutário de voto, têm de o repensar, senão caduca. Se não
ponderarem o tecto estatutário de voto ele vai caducar. Está em causa alteração ao contrato
de sociedade, menção obrigatória.
A participação social.
Quando olhamos para ela temos em conta a participação social enquanto situação jurídica
complexa, tem várias situações jurídicas. Mas também temos em mente bem jurídico, bem
jurídico sobre o qual recai os direitos dos vários titulares.
Bem jurídico transmissível, com maior liberdade nas SA do que nas SQ.
Em primeiro lugar, quando olhamos para a participação social procuramos distinguir situação
em causa, se é analítico quanto a direitos e vinculações, ou se olhamos enquanto objecto de
direitos.
No primeiro caso, a própria participação social pode ser objecto de outros direitos típicos que
não aquele que exprime a tutularidade sem restrições, não se fala de propriedade, mas se
dissermos que a PS pertence ao sócios, tem poder total amplo sobre a mesma, dentro dos
limites inerentes ao exercício do dirieto.
Miguel do Carmo Mota – 140112010 – Apontamentos do ano lectivo 2015/2016
Mas há outros direitos, direitos reais menores, penhor, direitos reais de garantia ou de gozo,
em si pode ser nua propriedade com outras situações jurídicas que correspondem a outros
direitos tipificados.
No que diz respeito à designação da participação social, depende do tipo societário. SNC, é
parte social, bem incorpóreo, participação de cada sócio. O sócio na SNC pode ser sócio de
indústria.
Nas SQ chama-se quota. Bem incorpóreo, cada sócio tem uma. Art. 219º. Admitindo que esta
realidade é divisível. Quando um sócio transmite a quota, transmite posição social, o efeito da
transmissibilidade é efeito extintivo da relação de socialidade. Entre a PS e quem detém num
determinado momento há relação de socialidade.
Nas SA, chamam-se acções. O conceito de acção não é conceito inequívoco, nem único. A
acção em si tem vários significados, várias realidades. Direito processual, como meio para
atingir um certo fim, modo de dirimir situação de conflito.
No plano das SC, e em particular das SA e Scom por acções, o conceito de acção também tem
vários significados. O que se afigura mais correcto é o que faz equivaler a acção a participação
social, direito de participação social autónomo.
As acções exprimem direito de participar na vida da SA, actuar nos direitos que lhe são
inerentes. O sujeito é aquele que em cada momento for o titular ou detentor da participação
social.
Há outros significados. Um deles é aquele q