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Assistência voltada para humanização em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)

Fabio Nogueira de Freitas1


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Aluno da especialização em Didática do Ensino Superior.
Contato: combateaereo22@gmail.com

1. Introdução

Na Unidade de Terapia Intensiva, o paciente requer cuidados e isso depende de um


bom desempenho profissional de toda equipe. O ambiente em uma UTI é bastante hóstil tanto
para o paciente quanto para seus familiares. Para que o paciente possa se restabelecer de
forma satisfátoria o ambiente e os profissionais precisam trabalhar a qualidade de vida do
paciente, podemos salientar que a Humanização é de grande importância para essa qualidade
de vida do paciente em uma Unidade de Terapia Intensiva.
De acordo com à Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB, 2004),
humanizar a UTI é cuidar do paciente como um todo ou seja deve ser trabalhado o contexto
familiar e social do paciente que se encontra na UTI. Para Hipócrates, deve-se unir a ciência
ao humanismo. Com isso o conjunto de medidas que envolve o ambiente físico: que é o
cuidado com os pacientes e de seus familiares e a relação da equipe médica da UTI para com
o paciente e seus familiares se torna mais efetiva à assistência ao paciente que está
criticamente doente.
Para Malik, humanização não é uma técnica ou um artifício, é um processo de
vivencia que permeia toda e qualque atividade da UTI e das pessoas que ali trabalham.
Fazendo com que os paciente tenham um tratamento adequado como pessoa humana.
Humanizar não é apenas mudar toda a aparelhagem da UTI, mas mudar as atitudes
e comportamento para com o pacientes e seus familiares. Lógico que as mudanças no
ambiente físico é necessária, mas não é o primordial. Nada é desculpa para não se trabalhar a
humanização, pois os profissionais que atendem direta ou idiretamente é que são os
responsáveis por esta humanização

“No processo da Humanização a equipe, confrontada com o sofrimento diário, passa a


manifestar mecanismos de defesa para diminuição de sua sensibilidade, favorecendo o
aparecimento da calosidade profissional. Para que haja a humanização total em uma UTI,
três diferentes aspectos devem ser considerados: o modo de ser cuidado o paciente e seus
familiares; a atenção ao profissional da equipe e o ambiente físico (AMIB, 2004).”
Segundo Vila e Rossi (2002) as Unidades de Terapia Intensivas (UTI’s) deram
inicio a partir da necessidade de concentração de recursos materiais e humanos para o
atendimento a pacientes graves, em estado crítico, que eram vistos como recuperáveis, e
se fazia necessário a observação constante, assistência médica e de enfermagem contínua,
e estes pacientes eram colocados em um local especializado.
O profissional de Enfermagem que for trabalhar na UTI deve está ciente que seus
pacientes possuem uma carência muito grande devido ao seu estado de saúde. É necessário
que este profissional tenha um entendimento claro e uma prepração adequado no que diz
respeito a humanização. Para que possa se relacionar melhor com seus pacientes e seus
familiares durante o tempo que este paciente estiver na UTI.

2. Resultado

Arruda e Morrais (1996), resaltam que os primeiros Centros de Terapia Intensiva


tiveram inicio nos anos de 1946 a 1948. Foi a partir desta data que surgiram as salas de
recuperação pósanestésicas e/ou pós-operatória dando incicio assim os primeiros C.T.Is,
onde um grande número de pacientes traumatizados provenientes do II Guerra Mundial e da
Coréia, fossem cuidados de forma primordial para o aumento da sobrevida dos mesmos.

De acordo com as autoras Arruda e Morrais (1996), a criação de setores especializados


na recuperação de paciente com risco de vida na história da medicina é recente. Só no século
passado, pensou-se em separar doentes graves dos não graves, surgindo nesta época à idéia da
diferenciação da gravidade do estado do paciente.

A humanização em unidade de terapia intensiva (UTI) significa cuidar do paciente de


maneira holística, englobando o contexto familiar e social. Essa prática deve incorporar os
valores, as esperanças, os aspectos culturais e as preocupações de cada um. Na era de
globalização, onde o conhecimento é o principal fator de produção, tratar este recurso tornasse
uma atividade prioritária dentro de uma empresa, uma vez que existe uma competição bastante
acirrada no mercado. Com relação à saúde, a situação não é diferente, pois os profissionais de
áreas específicas sentem cada vez mais a necessidade de compartilhar novos conhecimentos,
em busca da diferenciação, da projeção no mercado e dos melhores resultados em suas equipes
de trabalho (VIEIRA, MAIA 2013 Apud MARTINS, 2003).

À entrada de um paciente em uma UTI requer uma rápida ação, já que o mesmo pode
apresentar alto risco de estabilidade fisiológica ou até mesmo pode levar a óbito. Logo após os
procedimentos para com o paciente, é necessário um contato entre enfermeiros e a família por
mais que em algumas situações seja um pouco difícil se faz necessário uma visão contrária do
atendimento ideal feita por profissionais especializados em uma UTI. Ter um profissional no
qual possa conversar com a família sobre a situação do paciente, que possa tirar as duvidas e
auxiliar nas visitações da família, pode vir se tornar essencial para a melhoria do convívio
família e os profissionais que trabalham na UTI e também no tratamento do paciente.

Malta e Nishide (2004) resaltam que no Brasil, a implantação das Unidades de Terapia
Intensiva (U.T.I.), só foi possível na década de 70, e encontra-se presente dentro do contexto
hospitalar. Esta unidade hospitalar deve ser dotada de pessoal altamente treinado em métodos
e recursos técnicos tanto na área física e de aparelhagem especifica, com isso será capaz de
manter a fisiologia vital bem como a sobrevida do paciente.

Ter um parente internado em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) era sinal de
poucas chances e esperanças de sobrevivência deste paciente. Hoje, a concepção de UTI não
gera tanta aflição por parte de seus familiares, pois devido aos altos investimentos dos
hospitais em tecnologia de ponta e profissionais qualificados.

Segundo Alves Filho (2004), a UTI deve situa-se em uma área restrita,
estrategicamente situada próximo ao Pronto Socorro, Centro de Trauma e Centro Cirúrgico do
Hospital. Seus pacientes, em sua grande maioria, são aqueles conveniados com o SUS
(Sistema Único de Saúde). Sua equipe técnica e administrativa é composta de: médicos
plantonistas; médicos diaristas; enfermeiras; técnicos de enfermagem; auxiliares de
enfermagem; oficiais de administração; auxiliares de serviços gerais.

De acordo com Vila e Rossi (2002), o paciente internado em UTI necessita de


cuidados de excelência, dirigidos não apenas para os problemas fisiopatológicos, mas também
para as questões psicossociais, ambientais e familiares que se tornam intimamente interligadas
à doença física. Para a enfermagem os cuidados intensivos não está nos ambientes ou nos
equipamentos especiais, mas no processo de tomada de decisões, baseado na sólida
compreensão das condições fisiológicas e psicológicas do paciente.
“A necessidade de humanizar é clara e deve ser colocada como objetivo principal no
tratamento médico do paciente. A conscientização da equipe de saúde sobre o assunto
ajuda para que ele seja mais bem desenvolvido, não permitindo que por muitas vezes
a má remuneração ou até mesmo a rotina, faça com que esqueçam que estão lidando
com seres humanos, que necessitam de afeto, pois estão vulneráveis e que a obrigação
deles é ajudar (MALTA e NISHIDE, 2004).”

Entende-se que na grande maioria dos casos, a compreensão dos familiares ao ver que
seu familiar deu entrada na UTI, trata-se de um caso do qual dava-se ali por caso de morte,
independente da doença ou tratamento de cada pessoa.

Compreende-se que o profissional de enfermagem é de fato, o ponto de equilíbrio da


sustentação da unidade de saúde. É ele que passa mais tempo ao lado do paciente,
providenciando os cuidados necessários ao mesmo. Enfim, o profissional de enfermagem,
além do seu trabalho diário, o mesmo tende a atuar como psicólogo, pois normalmente é ele
que está ligado diretamente ao grande centro do fluxo e informações da unidade de saúde.
Uma vez que nas unidades de saúde, não existe serviço de psicologia.

De forma a se lidar com pessoas, hoje todos os paciente hospitalizados na UTI


permanecem juntos no mesmo ambiente cada um em seu leito, em um ambiente com
divisórias. Vale ressaltar que apenas os paciente em caso de contamição é que ficam isolados
dos demais. Mas, hoje os pacientes sabem que a UTI é um ambiente com modernos recursos
de recuperação e que possuem uma equipe de multiprofissionais especializados que Fazendo
uso da assistência humanizada junto a família este paciente possa retornar o mais breve
possível para junto do seio de sua família.
3. Conclusão

O presente estudo sobre o tema Assistência voltada para humanização em Unidade de


Tratamento Intensivo (UTI) é um tanto quanto reflexivo, pois se trabalha não somente com
tecnologia avançadas mas, também com pessoas que muitas das vezes estão com o psicológico
abalado devido ao estado em que se encontra o seu familiar na UTI. O profissional de Enfermagem
deve primeiramente acima de tudo procura entender o que se passa naquele momento, pois naquele
exato local todos são pacientes, tanto quanto o acamado como seus familiares de forma que ele venha
a exercer até mesmo como citado, o papel de psicólogo, visando a melhor forma de atender a todos no
sentido físico e emocional.

Através da assistência humanizada de enfermagem tanto o paciente quanto a família são


valorizados de forma que contribuirá para a reabiliatação do paciente e com isso o nível de stresse dos
familiares diminui e a qualidade a assistência do paciente só tende a melhorar e com isso pode se
obeservar que a humanização não é apenas uma questão de instalações física com tecnologia de
ponta, mas uma mudanças tanto de comportamento quanto de attitude diante dos familiares e dos
pacientes. À equipe de multi profissionais deve entender que sua responsabilidade se estende além de
aparelhagem de útima geração e de remédios, porque todos o profissionais que cuidam direta ou
indiretamente é responsável pela humanização na UTI.
4. Bibliografia

4.1 Referências bibliográficas


PARRA FILHO, Domingos; SANTOS, João Almeida. Apresentação de trabalhos
científicos: monografia, TCC, teses e dissertações. 3 ed. São Paulo: Futura, 2000.
4.2 Referências da web

ALVES FILHO, A. C. Humanização na UTI. Disponível em: www.hgjaf.se.gov.br/uti.htm. Acesso


em: 03 de julho de 2017.

ARRUDA, A . J. C. Gomes de; MORRAES, M. das N. C. Squizato de. Instrumentos


organizacionais do serviço de enfermagem em C.T.I. João Pessoa: Almeida, 1996. Associação de
Medicina Intensiva Brasileira - AMIB. Humanizar a UTI. Disponível em: <
http://www.amib.com.br/home.htm. Acesso em: 03 de julho de 2017.

MALIK, Ana Maria. Humanização e Qualidade. Disponível em:


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MALTA, Mônica Alexandre; NISHIDE, Vera Médice. Enfermagem em Unidade de Terapia


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www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/uti-retrosp.htm . Acesso em: 03 de julho de 2017.

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VILA, V.0 da S. C.; ROSSI, L. A. O significado cultural do cuidado humanizado em unidade de


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WC NUNES, ASB PEREIRA, EP BEZERRA, JV MEIRA… - apps.cofen.gov.br, acesso em:


27 de novembro de 2017.

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