Você está na página 1de 109

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
PROJETO DE GRADUAÇÃO

DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTA COMPUTACIONAL


EM VISUAL BASIC PARA ESTIMATIVA DE CARGA
TÉRMICA SEGUNDO A NBR 16401

RAFAEL CAMPOS ROCHA


RAFAEL DE ALMEIDA

VITÓRIA – ES
Junho/2010
RAFAEL CAMPOS ROCHA
RAFAEL DE ALMEIDA

DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTA COMPUTACIONAL


EM VISUAL BASIC PARA ESTIMATIVA DE CARGA
TÉRMICA SEGUNDO A NBR 16401

Parte manuscrita do Projeto de


Graduação dos alunos Rafael Campos
Rocha e Rafael de Almeida, apresentado
ao Departamento de Engenharia
Mecânica do Centro Tecnológico da
Universidade Federal do Espírito Santo,
para obtenção do grau de Engenheiro
Mecânico.

VITÓRIA – ES
Junho/2010
RAFAEL CAMPOS ROCHA
RAFAEL DE ALMEIDA

DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTA COMPUTACIONAL


EM VISUAL BASIC PARA ESTIMATIVA DE CARGA
TÉRMICA SEGUNDO A NBR 16401

COMISSÃO EXAMINADORA:

___________________________________
Prof. Dr. João Luiz Marcon Donatelli
Universidade Federal do Espírito Santo
Orientador

___________________________________
Prof. Dr. José Joaquim Conceição Soares
Universidade Federal do Espírito Santo
Examinador

___________________________________
Prof. Me. Leonardo Rodrigues de Araujo
Instituto Federal do Espírito Santo
Examinador

Vitória - ES, 28 de Junho de 2010


DEDICATÓRIA

Rafael Campos Rocha

Dedico este projeto a minha mãe, que me deu força pra seguir em frente.

Rafael de Almeida

Dedico este projeto aos meus pais e familiares por acreditarem em mim.

i
AGRADECIMENTOS

Rafael Campos Rocha


Agradeço a todos que de maneira direta ou indireta me ajudaram a superar
todas as dificuldades encontradas ao longo dos anos de estudos. Ao professor João
Luiz Marcon Donatelli, que nos incentivou a desenvolver este projeto.

Rafael de Almeida

Agradeço a todas as pessoas que acreditaram no meu potencial e me


ajudaram a chegar aqui: meus pais Rubens e Heloísa, meus familiares Eduardo e
Mararrúbia, minha companheira Tatiana, amigos de curso, professores e ao
Professor João Luiz Marcon Donatelli.

ii
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Comparação entre os métodos de cálculo ................................................... 77

iii
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Diagrama P x h ........................................................................................ 17


Figura 2 - Mecanismos de transferência de calor .................................................... 18
Figura 3 - Transferência de calor por condução: a) Placas planas b) Cilindro ........ 18
Figura 4 - Carta psicrométria ................................................................................... 23
Figura 5 - Fatores que afetam o conforto térmico .................................................... 24
Figura 6 - Tela principal do programa ...................................................................... 35
Figura 7 - Tela principal com botão "dados de projeto" em destaque...................... 36
Figura 8 - Características do verão local ................................................................. 37
Figura 9 - Dados climáticos do local ........................................................................ 38
Figura 10 - Características do verão local para a cidade de Vitória ........................ 39
Figura 11 - Ábaco de conforto para verão e valores sugeridos de umidade ............ 40
Figura 12 - Características do verão local e cálculo da umidade relativa interior .... 41
Figura 13 - Tela principal com o botão "condução" em destaque ............................ 42
Figura 14 - Menu condução ..................................................................................... 43
Figura 15 - Coeficientes globais de transmissão de calor U .................................... 44
Figura 16 - Cálculo do coeficiente global de transmissão de calor U para paredes
não convencionais ................................................................................................... 45
Figura 17 - Ganho de carga térmica de condução pelas paredes ........................... 46
Figura 18 - Ganho de carga térmica de condução por divisórias internas e teto ..... 47
Figura 19 - Divisórias internas e tetos ..................................................................... 48
Figura 20 - Ganho de carga térmica de condução por divisórias internas e teto ..... 49
Figura 21 - Tipo de proteção nas janelas ................................................................ 50
Figura 22 - Fator solar ............................................................................................. 50
Figura 23 - Ganho de carga térmica de condução por superfícies transparentes ... 51
Figura 24 - Gráfico da variação da TBS ao longo do dia ......................................... 52
Figura 25 - Variação da carga térmica ao longo do dia ........................................... 52
Figura 26 - Coeficiente global de transmissão de calor para dutos ......................... 53
Figura 27 - Ganhos de carga térmica por dutos ...................................................... 54
Figura 28 - Níveis de atividade ................................................................................ 55
Figura 29 - Ganhos de carga térmica por ocupantes............................................... 56
Figura 30 - Tipos de equipamento ........................................................................... 57

iv
Figura 31 - Ganhos de carga térmica por equipamentos......................................... 58
Figura 32 - Tipos de aberturas e ajustes para portas e janelas ............................... 60
Figura 33 - Tipos de porta e finalidade do ambiente................................................ 60
Figura 34 - Tipos de portas abertas ......................................................................... 61
Figura 35 - Ganho de carga térmica por infiltração de ar exterior ........................... 61
Figura 36 - Portas e janelas existentes na sala ....................................................... 62
Figura 37 - Ganho de carga térmica pelo método das trocas de ar ......................... 62
Figura 38 - Finalidade do local ................................................................................ 63
Figura 39 - Eficiência de distribuição de ar na zona térmica ................................... 64
Figura 40 - Ganho de carga térmica por ventilação ................................................. 64
Figura 41 - Avaliação entre vazão de ventilação e infiltração .................................. 65
Figura 42 - Tela principal apresentando os resultados ............................................ 66
Figura 43 - Gráfico tipo pizza ................................................................................... 67
Figura 44 - Posições livres e ocupadas ................................................................... 68
Figura 45 - Gráfico comparativo .............................................................................. 68
Figura 46 - Local da zona térmica ........................................................................... 69
Figura 47 - Dimensões da zona térmica .................................................................. 70

v
SIMBOLOGIA
A - Área da superfície
DT - Diferencial de temperatura entre o ar exterior e o ar interior ao duto
ps - Pressão parcial do vapor de água

pt - Pressão atmosférica
Q - Carga térmica
ql - Calor latente
qs - Calor sensível
te – Temperatura externa

ti – Temperatura interna

U – Coeficiente global de transmissão de calor


W - Umidade absoluta interna
t - Acréscimo de temperatura devido à insolação
 - Peso específico do ar
 - Umidade relativa

vi
SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ........................................................................................................... I
AGRADECIMENTOS ................................................................................................ II
LISTA DE TABELAS ............................................................................................... III
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... IV
SIMBOLOGIA.......................................................................................................... VI
SUMÁRIO ............................................................................................................... VII
RESUMO .................................................................................................................. X
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ........................................................................... 13
2.1 Introdução.................................................................................................................. 13
2.2 Definições .................................................................................................................. 13
2.3 1ª lei da termodinâmica ........................................................................................... 14
2.4 Diagrama de P x h ................................................................................................... 17
2.5 Princípios da Transferência de Calor ................................................................... 17
2.5.1 Transferência de Calor por Condução ....................................................... 18
2.5.2 Transferência de Calor Por Convecção ..................................................... 19
2.5.3 Transferência de Calor por Radiação ........................................................ 20
2.5.4 Coeficiente Global de Transmissão de Calor ........................................... 20
2.6 Pisicrometria ............................................................................................................. 21
2.6.1 Definições Fundamentais ............................................................................. 21
2.6.2 Carta Psicrométrica ....................................................................................... 22
2.7 Conforto Térmico...................................................................................................... 23
2.7.1 Conceito .......................................................................................................... 23
2.7.2 Fundamento Teórico ..................................................................................... 24
3 O CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA .................................................................. 26
3.1 Introdução.................................................................................................................. 26
3.2 Temperatura de Bulbo Seco, Úmido e Umidade Relativa ................................. 27
3.3 Carga Térmica Devido à insolação ....................................................................... 27
3.3.1 Transmissão de calor do sol através de superfícies transparentes: ..... 28
3.3.2 Transmissão de calor do sol através de superfícies opacas: ................. 28
3.4 Carga Térmica Devido aos Dutos ......................................................................... 29

vii
3.5 Carga Térmica Devido as Pessoas....................................................................... 30
3.6 Carga Térmica Devido aos Equipamentos .......................................................... 30
3.7 Carga Térmica Devido a Vazão de Ar Exterior ................................................... 30
3.7.1 Ventilação: ...................................................................................................... 31
3.7.2 Infiltração: ....................................................................................................... 32
4 ESTUDO DE CASO: CÁLCULO DA CARGA TÉRMICA ATRAVÉS DO
PROGRAMA DESENVOLVIDO........................................................................................ 34
4.1 Dados da Zona Térmica.......................................................................................... 34
4.1.1 Considerações a respeito do espaço físico ............................................... 34
4.2 Determinação da Carga térmica ............................................................................ 35
4.2.1 Inserindo os Dados de Projeto .................................................................... 35
4.2.2 Carga Térmica de Condução....................................................................... 43
4.2.3 Carga Térmica devido aos Dutos ............................................................... 53
4.2.4 Carga Térmica de Ocupantes ..................................................................... 55
4.2.5 Carga Térmica de Equipamentos ............................................................... 57
4.2.6 Carga Térmica de Infiltração ....................................................................... 59
4.2.7 Carga Térmica de Ventilação ...................................................................... 63
4.2.8 Resumo ........................................................................................................... 66
4.2.9 Gráficos ........................................................................................................... 67
5 COMPARAÇÃO COM CASO APRESENTADO EM OUTRA LITERATURA69
5.1 Considerações a respeito do espaço físico e geográfico .................................. 69
5.2 Composição das Paredes: ..................................................................................... 70
5.3 Carga Térmica de Parede (Qp): ............................................................................ 71
5.4 Carga Térmica Devido a Equipamentos: ............................................................. 72
5.5 Carga Térmica devido a quantidade de pessoas: .............................................. 72
5.6 Carga Térmica devido a ventilação: ..................................................................... 73
5.7 Carga Térmica Total (Qtotal): ................................................................................... 73
5.8 Composição das paredes: ...................................................................................... 73
5.9 Carga Térmica de Parede (Qp): ............................................................................ 74
5.10 Carga Térmica Devido a Equipamentos: ........................................................... 74
5.11 Carga Térmica devido a quantidade de pessoas: ............................................ 75
5.12 Carga Térmica devido à ventilação: ................................................................... 75
5.13 Carga Térmica Total (Qtotal): ................................................................................. 76
viii
5.14 Comparação de Resultados: ............................................................................... 77
6 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 78
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 79
8 ANEXO A - TABELAS DA NBR 16401 .............................................................. 80
9 ANEXO B - TABELAS EXTRAIDAS DE CREDER, 1996 ............................... 93
10 ANEXO C - TABELAS EXTRAÍDAS DE SHAPIRO, 2002 .............................. 98
11 ANEXO D - CARGA TÉRMICA DA SALA 21 CALCULADA
ANALITICAMENTE ............................................................................................................. 99

ix
RESUMO
Este trabalho apresenta um programa em Microsoft Excel Visual Basic para
o cálculo de carga térmica. A metodologia empregada no trabalho é baseada
inicialmente em uma revisão bibliográfica sobre os princípios que envolvem
refrigeração e ar condicionado. Posteriormente usando o programa fez-se um
cálculo detalhado do dimensionamento da carga térmica do recinto com dados
referentes ao livro Instalações de Ar Condicionado, CREDER (1996) e da Norma
NBR 16401, com enfoque em condicionamento de ar para aparelhos de janela e
parede, obtendo resultados satisfatórios quando comparados com os obtidos por
outros métodos.

x
11

1 INTRODUÇÃO

O sistema de condicionamento de ar tem fundamental importância na vida


humana, pois está vinculado ao conforto térmico do homem. Segundo o site
históriadetudo.com, durante muito tempo, o homem pensou em maneiras de
amenizar os efeitos do calor. Invenções mais antigas, como ventiladores,
abanadores e até o uso do gelo em larga escala faziam parte dos métodos para
amenizar a temperatura em um ambiente. No início da década de 1890, em Nova
York, a empresa Sackett-Wilhelms Lithography and Publishing Co viu que seu
trabalho ficava prejudicado no verão, pois o calor fazia com que os papéis
absorvessem a umidade do ar, tornando as escritas borradas e escuras. Assim, a
empresa contratou o engenheiro formado pela Universidade de Cornell, Willis
Carrier, para desenvolver uma forma de solucionar a situação. O engenheiro
desenvolveu, em 1902, um processo que resfriava o ar, fazendo-o circular por dutos
resfriados artificialmente, o que também era capaz de reduzir a umidade. Este foi o
primeiro ar-condicionado contínuo por processo mecânico da história.
Conceitualmente condicionamento de ar implica no controle automático de
um meio ambiente tanto para conforto humano ou de animais, como para o
desempenho adequado de processos industriais ou de laboratório, segundo
CREDER (1996).
A carga térmica é a potência calorífica que é necessária fornecer ou retirar
de uma zona térmica para que as condições de conforto como temperatura e
umidade relativa se mantenham constantes. Essa quantidade de calor é calculada
com bases nas épocas mais críticas do ano a fim de evitar que em alguma época do
ano as condições de conforto não sejam atingidas.
A carga térmica é o balanço energético da zona térmica. Neste balanço leva-
se em consideração a transferência de calor através das paredes, pavimentos e
envidraçados, renovação do ar devido à ventilação ou infiltrações e fontes de calor
internas como equipamentos, iluminação e ocupantes.
Como na maioria dos cálculos de engenharia há uma infinidade de variáveis
que influenciam no cálculo da carga térmica dentre elas os materiais envolvidos,
dimensões, localização e orientação, disposição de janelas, aparatos de
sombreamento, horário de funcionamento, entre outros.
12

Segundo Karashima (2006), a contabilização de todos esses fatores


relacionados acima complica o cálculo de carga térmica mais detalhado. Para esse
cálculo mais detalhado e preciso utilizam-se ferramentas computacionais, as quais
podem ser desde a utilização de um método simplificado de cálculo (e.g. CLTD)
numa planilha elaborada no programa Microsoft Excel, até programas comerciais
disponibilizados no mercado, como o TRACE (TRANE, 2006a). Existem ainda
programas disponibilizados gratuitamente, como o EnergyPlus (DOE, 2006),
financiado e distribuído pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos.
13

2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS

2.1 Introdução
Para a estimativa da carga térmica detalhada de ar condicionado, é
necessário entender alguns conceitos fundamentais, esses conceitos envolvem os
fundamentos da termodinâmica (1ª lei da termodinâmica) e os fundamentos da
transferência de calor (condução, convecção e radiação).

2.2 Definições
Antes de serem definidos os fundamentos envolvidos no cálculo, algumas
definições são de extrema importância para o entendimento. Segundo MARQUES
(2006), têm-se as seguintes definições:
• Propriedades termodinâmicas - São características macroscópicas de
um sistema, como: volume, massa, temperatura, pressão etc.
• Estado Termodinâmico - Pode ser entendido como sendo a condição em
que se encontra a substância, sendo caracterizado pelas suas propriedades.
• Processo - É uma mudança de estado de um sistema. O processo
representa qualquer mudança nas propriedades da substância. Uma descrição de
um processo típico envolve a especificação dos estados de equilíbrio inicial e final.
• Ciclo - É um processo, ou mais especificamente uma série de processos,
onde o estado inicial e o estado final do sistema (substância) coincidem.
• Substância Pura - É qualquer substância que tenha composição química
invariável e homogênea. Ela pode existir em mais de uma fase (sólida, líquida e
gasosa), mas a sua composição química é a mesma em qualquer das fases.
• Temperatura de saturação - O termo designa a temperatura na qual se dá
a vaporização de uma substância pura a uma dada pressão. Essa pressão é
chamada pressão de saturação para a temperatura dada. Assim, para a água
(utiliza-se a água para facilitar o entendimento da definição dada acima) a 100 ºC, a
pressão de saturação é de 1,01325 bar. Para uma substância pura há uma relação
definida entre a pressão de saturação e a temperatura de saturação correspondente.
• Líquido Saturado - Se uma substância se encontra como líquido à
temperatura e pressão de saturação, diz-se que ela está no estado de líquido
saturado.
14

• Líquido Sub-resfriado - Se a temperatura do líquido é menor que a de


saturação, para a pressão existente, o líquido é chamado de líquido sub-resfriado
(significa que a temperatura é mais baixa que a de saturação para a pressão dada),
ou líquido comprimido, (significando ser a pressão maior que a pressão de saturação
para a temperatura dada).
• Título (x) - Quando uma substância se encontra parte líquida e parte
vapor, na temperatura de saturação (isto ocorre, em particular, nos sistemas de
refrigeração, no condensador e no evaporador), a relação entre a massa de vapor e
a massa total, isto é, a massa de líquido mais a massa de vapor, é chamada de título
(x).
• Vapor Saturado - Se uma substância se encontra completamente como
vapor na temperatura de saturação, é chamado de vapor saturado, e neste caso o
título é igual a 1 ou 100%, pois a massa total é igual à massa de vapor.
• Vapor Superaquecido - Quando o vapor está a uma temperatura maior
que a temperatura de saturação é chamado vapor superaquecido. A pressão e a
temperatura do vapor superaquecido são propriedades independentes, e neste caso,
a temperatura pode ser aumentada para uma pressão constante. Em verdade, as
substâncias que são chamadas de gases são vapores altamente superaquecidos.
• Volume de controle – O tamanho e a forma do volume de controle são
arbitrários e podem ser definidos de modo que a análise a ser feita seja a mais
simples possível. A superfície do volume de controle pode ser fixa ou móvel,
entretanto, o movimento desta deve ser referenciado em relação a algum sistema de
coordenadas. WYLEN (2003).
Massa, calor e trabalho podem atravessar a superfície de controle, e a
massa contida no volume de controle, bem como suas propriedades, podem variar
ao longo do tempo. WYLEN (2003).

2.3 1ª lei da termodinâmica


A 1ª lei da termodinâmica engloba propriedades físicas indispensáveis para
sua definição, essas propriedades são: temperatura, pressão, volume específico,
massa específica, energia interna e entalpia.
As definições de energia interna e entalpia podem ser definidas segundo
MARQUES (2006):
15

Energia Interna (u). É a energia que a matéria possui devido ao movimento


e/ou forças intermoleculares. Esta forma de energia pode ser decomposta em duas
partes:
a) Energia cinética interna: relacionada à velocidade das moléculas;
b) Energia potencial interna: relacionada às forças de atração entre as
moléculas.
As mudanças na velocidade das moléculas são identificadas,
macroscopicamente, pela alteração da temperatura da substância (sistema),
enquanto que as variações na posição são identificadas pela mudança de fase da
substância (sólido líquido ou vapor).
Entalpia (h). Na análise térmica de alguns processos específicos,
freqüentemente são encontradas certas combinações de propriedades
termodinâmicas. Uma dessas combinações ocorre quando se tem um processo a
pressão constante, resultando a combinação u + pv. Assim é conveniente definir
uma nova propriedade termodinâmica chamada entalpia, a qual é representada pela
letra h. Matematicamente, tem-se:
h = u + pv (2.1)
A primeira lei da termodinâmica estabelece que, durante qualquer ciclo
percorrido por um sistema, a integral cíclica do calor é proporcional a integral cíclica
do trabalho WYLEN (2003), ou seja, se baseia no “princípio da conservação
de energia” dentro de um sistema termodinâmico.
De acordo com WYLEN (2003), o balanço de energia estabelece que, para
um determinado intervalo de tempo, o somatório dos fluxos de energia entrando no
volume de controle, é igual ao somatório dos fluxos de energia saindo do volume de
controle mais a variação da quantidade de energia armazenada pelo mesmo,
durante o intervalo de tempo considerado. Matematicamente, tem-se:

E
 E ent   E sai  vc
t
(2.2)

Sendo:
E ent – energia que entra no volume de controle;
16

E sai – energia que sai do volume de controle;

Evc – energia armazenada no volume de controle;


Δt – intervalo de tempo considerado.

É importante ressaltar que, do ponto de vista termodinâmico, a energia é


composta de energia cinética (Ec), energia potencial (Ep) e energia interna (U). A
energia cinética e a energia potencial são dadas pelas equações (2.3) e (2.4),
respectivamente, e, conforme mencionado anteriormente, a energia interna está
associada ao movimento e/ou forças intermoleculares da substância em análise
WYLEN (2003).
mv2
Ec  (2.3)
2
E p  mgz (2.4)

Onde:
m - massa do sistema;
v - velocidade do sistema;
g - aceleração da gravidade;
z – Cota (elevação) com relação a um referencial adotado para o sistema.

Entre as formas de energia que podem atravessar a fronteira de um volume


de controle, isto é, entrar ou sair do volume de controle, estão incluídos os fluxos de
 
calor Q , os fluxos de trabalho W   e os fluxos de energia associados à massa
atravessando estas fronteiras. Uma quantidade de massa em movimento possui
energia potencial e energia cinética. Além disso, como geralmente o fluxo
mássico m  é gerado por uma força motriz, há uma outra forma de energia
associada ao fluxo, a qual está relacionada com a pressão. Esta última forma de
energia é chamada de trabalho de fluxo, sendo dada pelo produto da pressão pelo
volume específico do fluído. Assim, após algumas simplificações, a primeira lei da
termodinâmica pode ser escrita como WYLEN (2003):
 v²   v² 
 Q   m  h  2  gz    m  h  2  gz   W
ent sai
(2.5)
17

2.4 Diagrama de P x h
Segundo MARQUES (2006), as propriedades termodinâmicas de uma
substância são freqüentemente apresentadas, além das tabelas, em diagramas que
podem ter por ordenada e abscissa, temperatura e entropia, entalpia e entropia,
pressão absoluta e volume específico ou pressão absoluta e entropia.
O diagrama P x h apresenta em sua abscissa a entalpia (h) e na sua
ordenada a pressão absoluta (P), sendo utilizadas para representar as propriedades
de fluidos frigoríficos, pois representa de forma clara o ciclo termodinâmico de
refrigeração, mostrando o estado físico do fluido em cada etapa do ciclo. Na figura 1
pode-se ver a representação do diagrama P x h e as regiões dos diferentes estados
físicos e suas propriedades.

Figura 1 - Diagrama P x h

2.5 Princípios da Transferência de Calor


Para cálculo da carga térmica, é importante o conhecimento dos princípios
de transferência de calor. Calor é energia térmica em trânsito devido a uma
diferença de temperaturas no espaço INCROPERA (2008). Essa transferência de
18

calor pode ser de três tipos: condução, convecção e radiação. A figura 2 mostra os
três tipos de transferência de calor.

Figura 2 - Mecanismos de transferência de calor

2.5.1 Transferência de Calor por Condução


Quando existe um gradiente de temperatura em um meio estacionário, que
pode ser um sólido ou fluido, a transferência de calor ocorre por condução
INCROPERA (2008). A condução pode ser vista como a transferência de energia
das partículas mais energéticas para as menos energéticas de uma substância
devido às interações entre partículas INCROPERA (2008). A figura 3 mostra dois
tipos de superfícies ocorrendo transferência de calor por condução.

Figura 3 - Transferência de calor por condução: a) Placas planas b) Cilindro


19

Para o cálculo da transmissão de calor por condução, para placas planas e


cilindro, tem:
t
Q  kA (Placas planas) (2.6)
x
t
Q  2kL (Cilindros) (2.7)
 r2 
ln  
 r1 

Sendo:
Q – fluxo de calor [W];
k – condutividade térmica [W/m.k];
A – área normal ao fluxo de calor [m²];
t – diferença de temperatura [K];
x – espessura da placa [m];
r1 – raio interno do cilindro [m];
r2 – raio externo do cilindro [m];
L – comprimento do cilindro [m].

2.5.2 Transferência de Calor Por Convecção


A convecção se refere à transferência de calor que ocorre entre uma
superfície e um fluido em movimento quando eles estiverem a diferentes
temperaturas INCROPERA (2008). A convecção abrange dois mecanismos, o
primeiro é a transferência de energia devido ao movimento molecular aleatório e o
segundo é devido ao movimento global (macroscópico) do fluido.
O tratamento tradicional para os problemas envolvendo convecção consiste
em definir um coeficiente de transferência de calor por convecção, ou somente
coeficiente de convecção (h), de tal forma que se tenha a seguinte equação
(INCROPERA, 2008):
Q  hAt (2.8)

Sendo:
Q – o fluxo de calor [W];
20

A – área normal ao fluxo de calor [m²];


DT – diferença de temperatura [K];
h – coeficiente de convecção [W/m². K].

2.5.3 Transferência de Calor por Radiação


De acordo com INCROPERA (2008), todas as superfícies com temperatura
não nula emitem energia na forma de ondas eletromagnéticas, Desta forma, na
ausência de um meio interposto participante, há transferência de calor líquida, por
radiação, entre duas superfícies a diferentes temperaturas.
Segundo INCROPERA (2008), a transferência de calor por radiação se dá
como resultado do deslocamento de fótons de uma superfície para outra. Ao atingir
uma superfície, esses fótons podem ser absorvidos, refletidos ou transmitidos. A
energia irradiada por uma superfície é definida em termos do seu poder emissivo, o
qual, para um radiador perfeito (corpo negro), é dado pela equação (2.9), onde T é a
temperatura do corpo e σ é a constante de Stefan-Boltzman (5,669 x 10-8 W/m².K4).
O calor trocado entre duas superfícies pode ser calculado pela seguinte
fórmula:
En  T 4 (2.9)


Q12  A T1  T24
4
 (2.10)

Sendo:
Q1 2 – fluxo de calor [W]
E – emissividade;
T1 – temperatura da superfície [K];
T2 – temperatura da superfície vizinhança [K];
A – área da superfície [m²].

2.5.4 Coeficiente Global de Transmissão de Calor


Segundo CREDER (1996) o coeficiente global de transmissão de calor (U) é
definido como sendo o fluxo de calor por hora através de um metro quadrado de
superfície, quando a diferença entre a temperatura do ar nos dois lados da parede
ou teto é de um grau Celsius.
21

A tabela 3.3 do livro Instalações de Ar Condicionado, CREDER (1996),


apresenta valores do coeficiente global de transmissão de calor para algumas
paredes típicas. Porém para paredes não convencionais, quando se usam vários
materiais diferentes, são utilizadas as resistências que cada material impõe ao fluxo
para um cálculo mais preciso. Estas resistências são os inversos das
condutibilidades e condutâncias e são somadas do mesmo modo que resistências
em série de um circuito elétrico.

2.6 Pisicrometria

2.6.1 Definições Fundamentais


De acordo com PIZZETI (1970) apudi CARVALHO (2009), a psicrometria é o
estudo das misturas de ar e de vapor de água. Nos sistemas de ar condicionado o ar
não pode ser considerado seco, mas sim como uma mistura de ar e de vapor
d’água, resultando daí a importância da psicrometria. Em alguns processos a água é
removida do ar, enquanto em outros é adicionada.
A psicrometria possui parâmetros essenciais para o cálculo da carga térmica
que, a partir deles podem definir a zona de conforto térmico humano. Esses
parâmetros são:
• Pressão parcial – a pressão que ele exerceria se ocupasse sozinho um
volume igual ao da mistura, na mesma temperatura.
• Ar seco – é a mistura de todos os gases do ar atmosférico, com exceção
do vapor d’água.
• Ar não saturado e ar saturado – ar não saturado é a mistura de ar seco e
vapor de água superaquecido, e ar saturado é a mistura de ar seco e de vapor de
água saturado.
• Umidade absoluta – é definida como a razão entre a massa de vapor e a
massa de ar seco.
• Umidade relativa – é definida como a relação entre a pressão parcial do
vapor de água na mistura e a pressão de saturação correspondente à temperatura
da mistura.
22

• Entalpia específica do ar úmido – a entalpia de uma mistura de gases é


igual à soma das entalpias dos componentes da mistura. Assim, para o ar úmido, a
entalpia é igual à soma das entalpias do ar seco e do vapor de água.
• Volume específico do ar úmido – é definido como a razão entre o volume
da mistura em m³ e a massa de ar seco em kg.
• Temperatura de bulbo seco – é a temperatura indicada por um
termômetro comum, não exposto à radiação.
• Temperatura de bulbo úmido – Se o bulbo de um termômetro for coberto
com uma mecha de algodão saturado com água, a sua temperatura descerá
primeiro rapidamente e depois lentamente até atingir um ponto estacionário. A leitura
neste ponto é chamada de temperatura de bulbo úmido do ar.
• Temperatura de orvalho – é a temperatura na qual o vapor de água se
condensa, ou solidifica, quando resfriado a pressão e umidade absoluta constante.

2.6.2 Carta Psicrométrica


A carta psicrométrica é a representação gráfica dos parâmetros
mencionados anteriormente, sendo de extrema importância para a visualização da
zona de conforto térmico para o condicionamento do ar, e assim, definir o ciclo de ar
condicionado. A figura 4 apresenta uma carta psicrométrica.
23

Figura 4 - Carta psicrométria

2.7 Conforto Térmico


Para determinação da carga térmica necessária para o ambiente em estudo,
é necessário entender o conceito de conforto térmico e seu fundamento.
2.7.1 Conceito
De acordo com PIZZETI (1970) apudi CARVALHO (2009), conforto térmico é
definido como condições ambientais de temperatura e umidade que proporcionam
sensação de bem-estar às pessoas que ali estão. Na figura 5 podem-se ver os
fatores que influenciam o conforto térmico humano.
24

Figura 5 - Fatores que afetam o conforto térmico

2.7.2 Fundamento Teórico


A zona de conforto térmico a ser definida, é de extrema dificuldade, pois
depende de parâmetros de sensação de conforto que variam em relação ao
indivíduo e ao ambiente em que ele vive dificultando definir o limite entre o
desconforto e conforto humano.
Existem, atualmente, vários índices ou critérios que estimam a região de
conforto térmico, sendo estimados por pesquisadores estrangeiros e brasileiros, que
procuram buscar a zona ideal de conforto térmico para o brasileiro, dentre deles tem
se:
Diagrama Bioclimático dos Irmãos Olgyay, as Zonas de Conforto de Givoni e
a Norma ASHARE 55.
Basicamente o conforto térmico é afetado pelos seguintes fatores:
temperatura, umidade, circulação do ar, radiação de superfícies vizinhas, odores,
poeiras e ruído.
25

Já os parâmetros básicos de condicionamento de ar são: temperatura do ar,


temperatura das superfícies circundante, umidade do ar e velocidade do ar e pureza
do ar.
26

3 O CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA

3.1 Introdução
O cálculo de carga térmica desenvolvido neste trabalho tem como referência
o livro Instalações de Ar Condicionado, CREDER (1996) e a norma brasileira NBR
16401, que fornece os dados necessários para o cálculo em âmbito nacional das
condições externas e internas do ambiente a ser estimado. As tabelas utilizadas
neste trabalho do livro Instalações de Ar Condicionado e da NBR 16401 estão em
anexo.
Primeiro, deve se definir os dados de projeto, que são as características da
zona a ser calculada, que nesse trabalho são:
 Localização geográfica (características do verão local, altitude, pressão
atmosférica)

 Orientação (segundo a rosa dos ventos)

 Tipo de recinto (residência, escritório, teatro, academia, etc.)

 Dimensões físicas da zona térmica (área, volume)

 Tipos de material (tipo de tijolo, revestimento, janela, etc.)

 Condições exteriores (tipo de fachada, cores, sombras);

 Equipamentos (quantidade e potência);

 Pessoas (quantidade, sexo);

 Iluminação (tipo e quantidade);

 Portas (quantidade);

 Temperatura de bulbo seco, úmido e umidade relativa;

 Transmissão de calor pela insolação;

 Transmissão de calor na parede externa e teto;

 Transmissão de calor no vidro, parede e piso internos;

 Calor de ar exterior para renovação.


27

3.2 Temperatura de Bulbo Seco, Úmido e Umidade Relativa


Após definidas as características da zona térmica, devem ser definidas as
temperaturas de bulbo seco e de bulbo úmido externas e a temperatura de bulbo
seco e umidade relativa do ambiente a ser condicionado.
Para as condições externas utiliza-se a tabela A.6 (anexo) da norma NBR
16401, que, a partir da região e cidade escolhida definem a TBS, TBU, pressão
atmosférica e umidade absoluta nas condições externas para verão.
Já as condições internas para verão são definidas pela norma NBR 16401 2ª
parte.
A umidade absoluta interna é obtida através da expressão:
ps
W  0,622 (2.11)
pt  ps

Sendo:
ps - pressão parcial do vapor de água;

pt - pressão atmosférica.

A pressão parcial de vapor de água é obtida através fórmula:


ps    pv (2.12)

Sendo:
 - umidade relativa;
pv - pressão parcial de vapor em ar saturado a uma dada temperatura tabela

A.2 (anexo).

3.3 Carga Térmica Devido à insolação


Segundo CREDER (1996) a mais poderosa energia que a superfície da terra
recebe do universo é a energia solar, que é aproveitada pelo homem como fonte
térmica. Esta energia é, quase sempre, a responsável pela maior parcela de carga
térmica nos cálculos do ar condicionado, em geral como radiação e convecção.
Por reflexão, a energia de radiação solar pode ser introduzida nos recintos
tanto em maior quantidade quanto mais brilhante for à superfície refletora.
28

3.3.1 Transmissão de calor do sol através de superfícies transparentes:


Na tabela 3.4 do livro Instalações de Ar condicionado, CREDER (1996)
temos os valores do fator solar obtido por ensaios para esta parcela em BTU/h por
pés quadrados de área de vidro, ou W/m², supondo-se a janela sem proteção; caso
seja protegida por toldos ou persianas, devem-se multiplicar os valores obtidos,
pelos seguintes coeficientes de redução:
 Toldos ou persianas externas: 0,18 – 0,20;

 Persianas internas e reflexoras: 0,58 – 0,67;

 Cortinas internas brancas (opacas): 0,43 – 0,49.

Com esses parâmetros determina-se a transmissão de calor do sol através


de superfícies transparentes, dada por:
q  A  fator (2.13)

Sendo:
A – área da superfície transparente [m²];
fator – fator solar (obtido na tabela) [BTU/h ou W/m²].

3.3.2 Transmissão de calor do sol através de superfícies opacas:


As paredes, lajes e telhados transmitem a energia solar para o interior dos
recintos por condução e convecção, segundo a fórmula:
Q  A  U te  ti   t  (2.14)

Sendo:
A – área da superfície opaca [m²];
U – coeficiente global de transmissão de calor [W/m²°C];
te – temperatura externa [°C];

ti – temperatura interna [°C];

t – acréscimo de temperatura devido à insolação [°C].


29

O fator t é mostrado na tabela 3.5 do livro Instalações de Ar Condicionado


CREDER (1996), e representa um acréscimo diferencial de temperatura devido à
exposição de uma determinada superfície opaca (geralmente uma parede) ao sol.

3.4 Carga Térmica Devido aos Dutos


Segundo CREDER (1996) o ar insuflado em um recinto condicionado retorna
ao condicionador por meio da diferença de pressão que lhe é fornecida pelo
ventilador. O retorno do ar pode ser feito de duas maneiras:
 Sob a forma de plenum, ou seja, utilizando um ambiente como o próprio
recinto, um corredor, o teto rebaixado etc., como se fosse um condutor de ar;

 Utilizando dutos de retorno.

Porém o projetista do ar condicionado não tem como calcular a carga devido


aos dutos porque esses só são projetados após o conhecimento da quantidade de ar
a ser insuflada no recinto e a mesma depende da carga térmica.
Segundo CREDER (1996) o melhor caminho para resolver esse impasse é
se estimar o traçado e as dimensões dos dutos, e, assim que se chegar à
quantidade de ar a ser insuflado no recinto, e tendo-se calculado o sistema de dutos,
fazer uma verificação para se constatar se a estimativa da carga térmica devida aos
dutos foi adequada. Se estiver dentro de uma margem de 10% de erro, não há
necessidade de se recalcular a carga térmica.
A carga térmica devido aos dutos é:
q  A  U  DT (2.15)

Sendo:
q – carga térmica [W];
A – área lateral do duto exposta ao calor [m²];
U – coeficiente global de transmissão de calor [W/m²°C];
DT – diferencial de temperatura entre o ar exterior e o ar interior ao duto [°C].

Os coeficientes globais de transmissão de calor utilizados neste trabalho


foram retirados da tabela 3.6 do livro Instalações de ar Condicionado CREDER
(1996).
30

3.5 Carga Térmica Devido as Pessoas


A carga térmica devido às pessoas é dada pela NBR 16401, pelo calor
sensível e latente liberado pelas pessoas em um determinado tipo de recinto, para
uma determinada temperatura de bulbo seco das condições internas. Na tabela C.1
são apresentadas valores de calor sensível e latente liberado pelas pessoas em
função da temperatura e da atividade para uma temperatura de bulbo seco de 24°C,
porém é possível se calcular para qualquer temperatura de bulbo seco.
A carga térmica devido às pessoas é:
Qpessoas  n  qs  ql  (2.15)

Sendo:
n – número de pessoas na zona térmica;
qs – calor sensível [W];

ql – calor latente [W].

3.6 Carga Térmica Devido aos Equipamentos


A carga térmica devido aos equipamentos assim como a devido às pessoas
é dada também pela NBR 16401, através de valores típicos de dissipação de calor
(equipamentos de escritório, motores elétricos e outras fontes de calor e umidade),
eficiência (motores elétricos) e potência dissipada (iluminação).

3.7 Carga Térmica Devido a Vazão de Ar Exterior


Existem motivos que justificam a renovação do ar de uma zona térmica
como evitar o aumento da concentração de CO2 e completar as perdas por frestas e
aberturas do recinto. Essa renovação normalmente é feita ventilando ar exterior para
o interior da zona térmica, porém o ar externo também penetra na zona térmica por
frestas, portas, janelas e aberturas e é preciso avaliar a necessidade da ventilação
tendo em vista que uma maior vazão de ar infiltrado torna desnecessária a
ventilação de ar externo para renovação.
A penetração do ar externo por infiltração ou ventilação implica em um
aumento da carga térmica da zona (sensível e/ou latente). No livro Instalações de Ar
31

Condicionado, CREDER (1996) são apresentadas duas formas de se estimar a


vazão de ar por infiltração (método das trocas de ar e método das frestas), a vazão
de ar por ventilação é calculada segundo a NBR 16401, devendo-se optar por uma
das formas de se estimar a vazão ar infiltrado e comparar com a vazão de ar a ser
ventilada e verificar se há necessidade ou não de ventilação.
Definida a vazão (de ventilação ou infiltração), calcula-se a carga térmica
associada à vazão de ar exterior que é dada por:
qs  Q  0,29te  ti  (2.16)

Sendo:
q s - calor sensível [W];
Q - vazão [m³/h];
Te - temperatura externa [°C];
Ti - temperatura interna [°C].

ql  583    Q  UE2  UE1  (2.17)

Sendo:
q l - calor latente [W];
 - peso específico do ar [kg/m³];
Q - vazão [m³/h];
UE2 - umidade específica do ar no interior [Kg/Kg];
UE1 - umidade específica do ar na entrada [Kg/Kg].

3.7.1 Ventilação:
A vazão de ventilação segundo a NBR 16401 é definida por:
Vef  Pz  Fp  Az  Fa (2.18)

Sendo:
Vef - vazão eficaz de ar exterior [L/s];

F p - vazão por pessoa [L/s x pessoa];


32

Fa - vazão por área útil ocupada [L/s . m²];

Pz - n° máximo de pessoas na zona de ventilação;


Az - área útil ocupada pelas pessoas [m²].

Os valores a adotar para Fa e F p estão estipulados na tabela 1 da NBR

16401.

Porém a vazão eficaz a ser adotada é calculada pela seguinte equação:


Vef
Vz  (2.19)
Ez

Sendo:
V z - vazão de ar exterior a ser suprido na zona de ventilação [L/s];
E z - eficiência da distribuição de ar na zona.
Os valores de Ez estão estipulados na tabela 2 da NBR 16401.

3.7.2 Infiltração:
A vazão de infiltração é definida por:
Segundo CREDER (1996) pelo método das trocas de ar a vazão é definida
por:
Q V n (2.20)
V - volume da zona térmica [m³];
n - numero de trocas de ar [trocas/h].

O numero de trocas de ar é definido pela tabela 3.13 do livro Instalações de


Ar Condicionado, CREDER (1996).
Segundo CREDER (1996) o ar se infiltra no ambiente pelas frestas (quando
as portas estão fechadas), pelas portas (pelo movimento de pessoas entrando e/ou
saindo do recinto) e pelas portas abertas.
A tabela 3.14 apresenta valores típicos de vazão de ar para os três casos,
assim a vazão de ar por infiltração definida pelo método das frestas é dada por:
33

Ar pelas frestas:
Q1  l  fator (2.21)

Sendo:
l - comprimento de fresta [m];
fator - fator de infiltração [m³/h x m de fresta].

Ar pelas portas:
Q2  n  fator (2.22)

Sendo:
n - numero de pessoas presentes na zona térmica;
fator - fator de infiltração [m³/h x pessoa].

Ar pelas portas abertas:


Na tabela 3.14 são fornecidos valores típicos para portas abertas.
A vazão de ar infiltrado calculada através do método das frestas é dada
sendo a soma das vazões pelas frestas, portas e portas abertas.
34

4 ESTUDO DE CASO: CÁLCULO DA CARGA TÉRMICA ATRAVÉS DO


PROGRAMA DESENVOLVIDO

O estudo em questão se baseia no cálculo da carga térmica já mencionada


anteriormente utilizando como ferramenta o programa desenvolvido para cálculo de
carga térmica no Microsoft Excel Visual Basic.

4.1 Dados da Zona Térmica


A zona térmica em questão é a sala 21 do Centro Tecnológico III da
Universidade Federal do Espírito Santo. O ambiente está na cidade de Vitória,
Hemisfério Sul (20°27’ Latitude, 40°28’ Longitude - Altitude de 4m) cujas condições
externas estão na tabela A.6 da NBR 16401 (33,1 °C BS e 26,6 °C BU para uma
freqüência anual de 1%), sendo a variação da temperatura diária (daily range) de 8
°C.
4.1.1 Considerações a respeito do espaço físico
Para calcular a carga térmica da sala 21 do prédio do Centro Tecnológico III,
foram utilizadas as seguintes considerações:
 Dimensões:

o Paredes: pé direito de 2,80m e paredes noroeste e nordeste 12 e 6m


respectivamente;

o Teto: (laje de concreto areia e brita com 10cm de espessura e revestida


com emboço com 2 cm internamente com filme exterior sem vento);

 Todas as paredes são de tijolo comum de uma vez com 15cm e revestida
com emboço com 2cm interna e externamente;

 Filme de vento exterior de 24km/h;

 Dentro dos ambientes considerado ar parado;

 Não há influencia do piso;

 Sala com 40 alunos e 1 professor;

 Paredes de cor média.

 Equipamentos:

o Iluminação: 12 lâmpadas fluorescentes;


35

o Ventiladores: 4 ventiladores de teto;

o Computadores: 10 computadores.

 Janelas: com dimensões de 12 x 1,5m;

4.2 Determinação da Carga térmica

4.2.1 Inserindo os Dados de Projeto


Ao abrir o programa o usuário encontrará a seguinte interface:

Figura 6 - Tela principal do programa


36

O primeiro passo para o cálculo da carga térmica é inserir os dados de


projeto (que compreendem as características do verão local de acordo com a região
escolhida) clicando no botão “Dados de Projeto”, conforme figura 7.

Figura 7 - Tela principal com botão "dados de projeto" em destaque


37

Ao selecionar a opção “Dados de Projeto” o usuário será direcionado a


planilha que contempla as características do verão local onde ele terá a opção de
selecionar a região geográfica aonde será calculada a carga térmica, conforme
figura 8.

Figura 8 - Características do verão local


38

Para o caso apresentado neste trabalho a cidade seleciona foi Vitória - ES


com a frequência anual de temperatura de 1%, figura 9.

Figura 9 - Dados climáticos do local


39

Escolhida a cidade e a frequência anual de temperaturas, os dados


automaticamente serão enviados a planilha de Dados de Projeto. No espaço
preenchido em azul o usuário deve digitar a temperatura de bulbo seco da zona
térmica definida em projeto. Nesse trabalho a temperatura selecionada foi de 22°C.
Figura 10.

Figura 10 - Características do verão local para a cidade de Vitória

No circulo em azul da figura 10 o usuário terá a opção de selecionar valores


sugeridos de umidade para conforto ou escolher no ábaco de conforto para verão a
umidade para uma dada porcentagem de pessoas sentindo-se confortáveis. Figura
11.
40

Figura 11 - Ábaco de conforto para verão e valores sugeridos de umidade

Nessa tela o usuário terá a opção de selecionar através dos botões ou voltar
à tela anterior e digitar manualmente a umidade relativa. Para este estudo de caso
foi selecionado a umidade relativa de 67% que proporciona o conforto de 60% das
pessoas no recinto.
41

Selecionada a umidade relativa o usuário deve calcular a umidade absoluta


interior selecionando o botão marcado em azul. Obtidos os resultados o usuário
obtém as características do verão local e pode retornar a tela principal selecionando
o botão marcado em verde. Figura 12.
Para a sala 21 a umidade absoluta encontrada é de 11,19 [g/kg de ar seco].

Figura 12 - Características do verão local e cálculo da umidade relativa interior


42

Definidas as características do verão local o próximo passo é inserir os


dados relativos à carga térmica de condução selecionando o botão “Condução”
marcado em azul. Figura 13.

Figura 13 - Tela principal com o botão "condução" em destaque


43

4.2.2 Carga Térmica de Condução


Dentro do menu condução, o primeiro passo é escolher a orientação das
paredes segundo a rosa dos ventos (círculo verde) e em seguida deve ser escolhida
a coloração das paredes (retângulo azul escuro). A partir daí devem ser escolhidas
as paredes que sofrem ou não efeitos da radiação solar (retângulo roxo) e no caso
de resposta positiva o programa automaticamente calcula o diferencial de
temperatura devido à radiação. A área de cada parede deve ser digitada como
mostrada no espaço delimitado pelo retângulo em verde.
A orientação adotada para a sala 21 foi a opção 2 (nordeste, sudeste,
noroeste e sudoeste), a coloração das paredes adotada foi a média, apenas as
paredes nordeste e noroeste sofrem efeitos da radiação solar e a área das mesmas
foi digitada.
Terminados esses passos pode-se partir para seleção dos coeficientes
globais de transferência de calor U, selecionando o botão mostrado pelo retângulo
azul claro. Figura 14.

Figura 14 - Menu condução


44

A figura 15 mostra as possibilidades de coeficientes globais de transferência


de calor para paredes típicas externas e internas, vale salientar que também é
possível selecionar coeficientes globais de transferência de calor para janelas e
divisórias.
No caso abordado será calculado o coeficiente global de transferência para
uma parede não convencional.

Figura 15 - Coeficientes globais de transmissão de calor U


45

Para o cálculo de um coeficiente global de transmissão de calor para uma


parede não convencional o primeiro passo é selecionar o tipo de filme de ar exterior
(retângulo verde), a seguir selecionar as camadas da parede (retângulo amarelo) e
por fim calcular o coeficiente (retângulo azul escuro).
Calculado o coeficiente deve se optar para qual tipo de parede é o
coeficiente (retângulo azul claro), se para paredes externas ou internas, e o
programa se encarrega de enviar os dados das respectivas paredes para a planilha
de condução.
Nesse caso as características das paredes foram selecionadas conforme
supracitado e o coeficiente encontrado é de 0,88 [kcal/h. m². °C]. Figura 16.

Figura 16 - Cálculo do coeficiente global de transmissão de calor U para paredes não convencionais
46

Após calcular o coeficiente U para as paredes externas, internas e teto a


carga de condução é calculada automaticamente selecionando- se o botão “calcular
carga térmica” e os resultados são demonstrados no campo correspondente
(retângulo verde). A carga térmica total de condução pelas paredes é apresentada
como a soma das cargas térmicas das paredes individualmente (retângulo azul).
Para a sala 21 o ganho total de carga térmica por condução palas paredes é
de 1177,95 W. Como mostra a Figura 17.

Figura 17 - Ganho de carga térmica de condução pelas paredes


47

Terminada a etapa das paredes, e ainda no menu condução, o próximo


passo é calcular a carga térmica devida a divisórias internas.
O coeficiente U desta etapa já foi determinado na etapa anterior, porém
devem ser preenchidos os respectivos valores de área e selecionados os tipos de
divisórias. Figura 18.

Figura 18 - Ganho de carga térmica de condução por divisórias internas e teto


48

A figura 19 mostra os tipos de divisórias internas disponíveis para seleção.


Basta selecionar a divisória adequada que o programa se encarrega de transportar
os dados para a planilha de condução.

Figura 19 - Divisórias internas e tetos


49

A zona térmica abordada neste trabalho não apresenta divisórias internas de


nenhum tipo e como já dito anteriormente a carga térmica devida aos ganhos de
condução pelo piso foi desconsiderada restando apenas nesta etapa o cálculo do
ganho de carga térmica pelo teto.
Segundo CREDER (2006) os valores diferenciais de temperatura são
baseados numa diferença de temperatura de 9,4°C, entre a temperatura externa e o
recinto selecionado. Portanto a temperatura transportada para a planilha é
automaticamente acrescida da diferença de temperatura real pela adotada na tabela.
A carga total de divisórias é apresentada na figura 20 e para o teto da sala
21 que apresenta uma área de 72 m² a carga térmica de condução é de 1260,81 W.

Figura 20 - Ganho de carga térmica de condução por divisórias internas e teto

Para o cálculo da insolação direta em superfícies transparentes devem-se


escolher as superfícies que recebem insolação, digitar a área no campo
correspondente, escolher o tipo de proteção nas janelas (figura 21), selecionar o
fator solar (figura 22) e por fim calcular a carga térmica.
50

Figura 21 - Tipo de proteção nas janelas

Figura 22 - Fator solar

A área das janelas na sala 21 é de 18m², o fator de proteção escolhido foi o


mais próximo da realidade que é o que corresponde a cortinas internas brancas e o
51

fator solar foi escolhido o do mês de fevereiro por representar o mês mais quente do
ano na cidade de Vitória a fim de atender quaisquer picos de demanda de carga
térmica.
O ganho total de carga térmica por superfícies transparentes (janelas) da
sala 21 é de 1926,35 W como mostra a figura 23.

Figura 23 - Ganho de carga térmica de condução por superfícies transparentes

Definida a carga térmica total de condução, é interessante avaliar a evolução


da mesma ao longo das 24 horas do dia. Multiplicando a fração da variação média
diária da temperatura (tabela A.2 da NBR 16401) pela variação média de
temperatura diária do mês mais quente e subtraíndo-se esse resultado da
temperatura de bulbo seco obtém-se a variação da temperatura e
consequentemente da carga térmica por hora do dia.
O botão “gerar gráfico 24 horas” possibilita a analise gráfica da temperatura,
e carga térmica ao longo de um dia.
A figura 24 ilustra essa analise para temperatura:
52

Figura 24 - Gráfico da variação da TBS ao longo do dia

A figura 25 ilustra essa analise para a carga térmica.

Figura 25 - Variação da carga térmica ao longo do dia


53

4.2.3 Carga Térmica devido aos Dutos


Os ganhos de carga térmica por dutos são calculados digitando as
dimensões do duto, selecionando o coeficiente U para o tipo de material do duto
(figura 26), e digitando a diferença de temperatura. Conforme figura 27.
Nesse estudo não há a presença de dutos.

Figura 26 - Coeficiente global de transmissão de calor para dutos


54

Figura 27 - Ganhos de carga térmica por dutos


55

4.2.4 Carga Térmica de Ocupantes


Os ganhos de carga térmica por ocupantes são calculados digitando-se a
quantidade de pessoas e classificando-as em dois níveis de atividade, sexo e idade.
No caso apresentado temos 40 pessoas (alunos) sentadas e o nível de
atividade selecionado foi “sentado no teatro”, para o professor a atividade
selecionada foi “parado em pé, trabalho moderado, caminhando” (figura 28). O
programa se encarrega de calcular a carga térmica para cada atividade e a total
(figura 29).
Para a sala 21 o ganho de carga térmica por ocupantes é de 4119,33 W.

Figura 28 - Níveis de atividade


56

Figura 29 - Ganhos de carga térmica por ocupantes


57

4.2.5 Carga Térmica de Equipamentos


Para os ganhos de carga térmica devido aos equipamentos o programa
oferece até dez opções de tipos equipamentos diferentes. Selecionados os
equipamentos (figura 30) basta digitar a quantidade e calcular a carga térmica.
Como ilustrado na figura 31.

Figura 30 - Tipos de equipamento


58

Figura 31 - Ganhos de carga térmica por equipamentos

Para a sala 21 o ganho total de carga térmica por equipamentos é de 2286


W.
59

4.2.6 Carga Térmica de Infiltração


Para o cálculo da carga térmica associado à vazão de ar infiltrado o
programa apresenta tanto o cálculo através do método das frestas quanto o cálculo
pelo método da troca de ar. Cabe ao usuário decidir por qual método será calculado.
Para o método das frestas basicamente deve-se preencher os valores dos
comprimentos das frestas das portas e janelas e selecionar no caso das janelas o
tipo de abertura e o ajuste adequado. Para as portas deve ser selecionado o ajuste
correspondente. Figura 32.
Ainda no método das frestas há a opção do cálculo da infiltração do ar
exterior de acordo com a ocupação e finalidade do ambiente. Para tanto, basta
selecionar a finalidade do ambiente e de acordo com o número de pessoas a carga
equivalente será calculada. Figura 33.
Caso o recinto mantenha algum tipo de porta aberta basta selecionar a
largura da porta e o programa relacionará com a vazão de infiltração de ar
equivalente. Como mostra a figura 34.
A figura 35 mostra o calculo da infiltração pelo método das frestas. Para a
sala 21, que apresenta quatro janelas cada uma com duas frestas medindo 1,1m,
uma porta com uma fresta de 0,8m e o número de pessoas (40 alunos e 1 professor)
que já foi abordado anteriormente a carga térmica associada a vazão de ar infiltrado
é de 20709,95 W.
60

Figura 32 - Tipos de aberturas e ajustes para portas e janelas

Figura 33 - Tipos de porta e finalidade do ambiente


61

Figura 34 - Tipos de portas abertas

Figura 35 - Ganho de carga térmica por infiltração de ar exterior

Pelo método da troca de ar basta selecionar as janelas e portas existentes


(figura 36), preencher o volume da zona térmica e a vazão e carga térmica são
obtidas. Figura 37.
62

A sala 21 possui um volume de 201,6m³ e janelas na parede noroeste


resultando em um ganho de carga de 1132,09 W por este método. A porta foi
considerada uma abertura para um ambiente interior.

Figura 36 - Portas e janelas existentes na sala

Figura 37 - Ganho de carga térmica pelo método das trocas de ar


63

4.2.7 Carga Térmica de Ventilação


O cálculo da carga térmica de ventilação apresentado no programa segue os
passos da norma NBR 16401 para tal devem ser definidos o tipo de local (figura 38)
e a área útil ocupada. A partir daí deve ser selecionada a eficiência de distribuição
de ar na zona (figura 39) que permite ao programa calcular a vazão de ar a ser
ventilada e a respectiva carga térmica acrescida pelo ar a ser ventilado para a zona.
A figura 40 mostra o ganho de carga térmica total por ventilação. Para a sala
21 com 41 ocupantes e uma área útil de 72 m² a carga térmica é de 35294,21 W.

Figura 38 - Finalidade do local


64

Figura 39 - Eficiência de distribuição de ar na zona térmica

Figura 40 - Ganho de carga térmica por ventilação


65

Ao retornar a tela principal o programa se encarrega em comparar as vazões


de ventilação e infiltração e desconsiderar a carga térmica referente à menor vazão,
como dito anteriormente. A figura 41 ilustra a avaliação.

Figura 41 - Avaliação entre vazão de ventilação e infiltração


66

4.2.8 Resumo
Na tela principal o programa apresenta o balanço energético dos vários tipos
de cargas térmicas da zona. Conforme figura 42.
Para a sala 21 do Centro Tecnológico III abordada nesse trabalho a carga
térmica total avaliada é de 46064,66 W.

Figura 42 - Tela principal apresentando os resultados


67

4.2.9 Gráficos
A partir do resumo dos vários tipos de ganhos de carga térmica o programa
permite a visualização gráfica das parcelas sensível e latente, e a influência de cada
tipo de ganho em cada uma das parcelas através do gráfico tipo pizza. Figura 43.
Para voltar ao menu principal basta clicar no titulo do gráfico.

Figura 43 - Gráfico tipo pizza

Outra possibilidade de avaliação gráfica oferecida pelo programa é a


elaboração de um gráfico comparativo em barras. No menu principal o programa
oferece a possibilidade de armazenamento de ate três resultados obtidos variando-
se os parâmetros de projeto.
A caixa verde significa que não há resultado armazenado, enquanto a caixa
azul indica que existe um resultado ocupando a posição.
A figura 44 representa as posições livres e ocupadas.
A figura 45 apresenta os resultados gráficos.
68

Figura 44 - Posições livres e ocupadas

Figura 45 - Gráfico comparativo


69

5 COMPARAÇÃO COM CASO APRESENTADO EM OUTRA LITERATURA

5.1 Considerações a respeito do espaço físico e geográfico


A fim de se verificar os resultados obtidos com o programa desenvolvido,
compararam-se os resultados para uma mesma zona térmica calculados no trabalho
de Leonardo Souza de Carvalho (2009) com o programa desenvolvido no Microsoft
Excel Visual Basic, como intuído de se ratificar os resultados desenvolvidos.
A zona térmica em questão trata de um quarto residencial (número 9 da
figura 46) localizado no 2° andar de um prédio de fachada externa branca. O
ambiente está na cidade de Salvador, Hemisfério Sul (12º58’16’’ de Latitude – nível
do mar) cujas condições externas para projeto estão conforme a tabela B.1 da NBR
16401 (32 ºC BS e 26 ºCBU), sendo a variação da temperatura diária (daily range)
de 10 ºC. O telhado e o piso são feitos de laje simples com taco e os andares de
cima e de baixo não são condicionados, os tijolos nas paredes são maciços de 14
cm de espessura. A iluminação é incandescente contendo apenas 2 lâmpadas de 60
W. No ambiente não existem janelas e os ambientes vizinhos não são
condicionados. Considerando as condições ideais da sala de 24 ºC BS e 50 % UR
(segundo a NBR 16401). A quantidade máxima admitida nesse recinto é de 2
pessoas, possuindo apenas uma televisão LCD de consumo de 198 W e suas
dimensões são indicadas na figura 47.

Figura 46 - Local da zona térmica


70

Figura 47 - Dimensões da zona térmica

Segundo o trabalho de Leonardo Souza de Carvalho (2009) têm-se:

5.2 Composição das Paredes:

Paredes Externas: U = 1,42 Kcal/h.m².°C (parede com tijolo furado com 25


cm de espessura).
71

Paredes Internas: U = 1,42 Kcal/h.m².°C (parede interna 25 cm) e Te =


24,6°C.

Piso e Teto: O piso e o teto possuem também os mesmos valores de carga


térmica, logo:
U = 2,00 Kcal/h.m².°C ( Lajes Simples com Tacos: 16 cm = 2 Revestimentos
+ 10 Concreto + 2 Argamassas + 2 Tacos).

5.3 Carga Térmica de Parede (Qp):

Parede Leste:

Qle = 117,70 Kcal/h

Parede Sul:

Qsul = 102,20 Kcal/h

Parede Oeste:

Qoes = 153,4 Kcal/h

Parede Norte:

Qnor = 102,2 Kcal/h

Piso:

Qpiso = 216,6 Kcal/h

Teto:

Qteto = 216,6 Kcal/h


72

Carga Total por Condução (QCon):

QCon = Qle + Qsul + Qoes + Qnor + Qpiso + Qteto

QCon = 907,5 Kcal/h

5.4 Carga Térmica Devido a Equipamentos:

Iluminação:

Qi = 103,2 Kcal/h

Televisão:

Qtv = 170,28 Kcal/h

Total por equipamentos (Qeq):

Qeq = Qi + Qtv

Qeq = 273,48 Kcal/h

5.5 Carga Térmica devido a quantidade de pessoas:

Sensível:

Qsp = 122,0 Kcal/h

Latente:

Qlp = 104,0 Kcal/h


73

Total devido as pessoas (Qp):

Qp = Qsp + Qlp

Qp = 226,0 Kcal/h

5.6 Carga Térmica devido a ventilação:

Qvent = 611,6 Kcal/h

5.7 Carga Térmica Total (Qtotal):

Qtotal = QCon + Qeq + Qp + Qvent

Qtotal = 2154,1 Kcal/h = 8542,0 Btu/h

Segundo o programa desenvolvido no Microsoft Excel Visual Basic tem-se:

5.8 Composição das paredes:

Paredes Externas: U = 1,9 Kcal/h.m².°C - Uma vez ( 24 cm) = 20 tijolos + 2


revestimentos (Tabela 3.3).

Paredes Internas: U = 1,61 Kcal/h.m².°C - Uma vez ( 24 cm) = 20 tijolos + 2


revestimentos (Tabela 3.3) e ∆T = 5 °C.

Piso e Teto: O piso e o teto possuem também os mesmos valores de carga


térmica, logo:
U = 1,98 Kcal/h.m².°C - 0,02 m de Lambris de 3/4" + 0,1 m de Concreto com
areia e pedra + 0,02 m de Nata de gesso com areia + 0,02 m de madeira de lei
(Tabela 3.1) = 0,16 m de Piso ou Teto com Revestimentos, Concreto, Argamassas e
Tacos.
74

5.9 Carga Térmica de Parede (Qp):

Parede Leste:
Qle = 346,28 Kcal/h

Parede Sul:
Qsul = 79,70 Kcal/h

Parede Oeste:
Qoes = 119,54 Kcal/h

Parede Norte:
Qnor = 79,70 Kcal/h

Piso:
Qpiso = 146,91 Kcal/h

Teto:
Qteto = 146,91 Kcal/h

Carga Total por Condução (QCon):


QCon = Qle + Qsul + Qoes + Qnor + Qpiso + Qteto

QCon = 919,04 Kcal/h

5.10 Carga Térmica Devido a Equipamentos:

Iluminação:
Utilizaram-se os valores de Iluminação de Residências – Incandescente
(Tabela C.2)
Qi = 15,47 Kcal/h

Televisão:
75

Utilizaram-se os valores de Monitor - Grande (19 a 20 Polegadas) (Tabela


C.3)
Qtv = 68,78 Kcal/h

Total por equipamentos (Qeq):


Qeq = Qi + Qtv

Qeq = 84,25 Kcal/h

5.11 Carga Térmica devido a quantidade de pessoas:

Utilizaram-se os valores referentes a pessoas com o seguinte nível de


atividade: Sentado Trabalho Leve (Tabela C.1)
Sensível:
Qsp = 120,37 Kcal/h

Latente:
Qlp = 77,38 Kcal/h

Total devido às pessoas (Qp):


Qp = Qsp + Qlp

Qp = 197,76 Kcal/h

5.12 Carga Térmica devido à ventilação:


Para o calculo da vazão de ventilação utilizou-se como local: Hotéis –
Apartamento de Hóspedes - Tabela 1 (anexo), e uma eficiência de 0,5 - Ar de
reposição suprido à proximidade da exaustão ou do retorno - Tabela 2 (anexo).

Sensível:
Qsvent = 230,51 Kcal/h

Latente:
76

Qlvent = 826,78 Kcal/h

Total:
Qvent = Qsvent + Qlvent

Qvent = 1057,29 Kcal/h

5.13 Carga Térmica Total (Qtotal):

Qtotal = QCon + Qeq + Qp + Qvent

Qtotal = 2258,33 Kcal/h = 8961,05 Btu/h

Considerando um fator de segurança de 10% , tem-se:


Qtotal = 2484,16 Kcal/h = 9857,15 Btu/h
77

5.14 Comparação de Resultados:

Observando-se os resultados obtidos em ambos os métodos de calculo tem-


se uma diferença de 1315,15 Btu/h ou 330,06 Kcal/h que é aceitável quando se
buscam valores em diferentes bibliografias.
Tal diferença ocorre principalmente no calculo adotado para ventilação e no
calculo de equipamentos, tal discrepância ocorre devido a adequação do método
utilizando o Microsoft Excel Visual Basic a NBR 16401, que não traz valores
satisfatórios para todos os tipos de equipamentos, enquanto que a diferença obtida
nos valores referentes a ventilação ocorre justamente pela não adequação dos
cálculos por parte do trabalho realizado por Leonardo de Souza Carvalho (2009) a
NBR 16401 no que diz respeito ao calculo de vazão.
Assim sendo pode-se observar na tabela 1, que o método utilizando o
Microsoft Excel Visual Basic obtém resultados satisfatórios quando comparado a
outros métodos de calculo.

Microsoft Excel Leonardo Souza de


Visual Basic Carvalho (2009)
Sensível Latente Sensível Latente

Condução 919,04 907,50

Equipamentos 84,25 273,48

Pessoas 120,37 77,38 122,00 104,00

Ventilação 230,51 826,78 611,60


Total [Kcal/h]
(Com o Fator de 2484,16 2154,10
Segurança)

Tabela 1 - Comparação entre os métodos de cálculo


78

6 CONCLUSÃO

O trabalho de conclusão de curso apresentou um programa desenvolvido em


Microsoft Excel Visual Basic que consiste em um modelo de cálculo detalhado de
carga térmica a partir do livro Instalações de Ar Condicionado, CREDER (1996) e da
Norma NBR 16401.
O programa traz resultados muito satisfatórios quando comparado ao
resultado obtido analiticamente e a resultados obtidos em outros métodos permitindo
ainda ao usuário uma grande rapidez nos cálculos de carga térmica e na
comparação de resultados com parâmetros diferentes de entrada, tornando-se uma
ótima ferramenta didática de engenharia.
Pôde se perceber no estudo de caso que a carga térmica que o que mais
influencia é a de ventilação e que uma maior eficiência de distribuição do ar na zona
térmica tem grande efeito sobre a carga térmica total.
Porém deve ser ressaltado que o programa não consegue abranger todos os
detalhes de um cálculo de carga térmica complexo e sugere-se como melhoria ao
programa uma ampliação dos dados de entrada, melhorar a precisão dos dados
contidos no programa, ampliar o número de zonas térmicas a serem analisadas,
avaliar a simultaneidade de cargas térmicas e a inércia térmica de uma edificação a
fim de aumentar a precisão dos resultados obtidos.
79

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Instalações de ar


condicionado - Sistemas centrais e unitários. 1ª Edição, Rio de Janeiro,
2008.
 CREDER, HÉLIO. Instalações de ar condicionado. 5ª Edição, Rio de
Janeiro, 1996.
 HISTORIADETUDO.COM. História do ar condicionado. Disponível em:
<http://www.historiadetudo.com/ar-condicionado.html>. Acesso em 15
mar. 2010.
 INCROPERA, DE WITT. Fundamentos de Transferência de Calor e
Massa. 6ª Edição, Rio de Janeiro, 2008.
 KARASHIMA, THIAGO MACHADO. Projeto de Graduação - Avaliação de
diferentes ferramentas para o cálculo de carga térmica e sua aplicação
na análise energética de edifícios. Brasília, 2006.
 CARVALHO, LEONARDO SOUZA. Projeto de Graduação - Estudo entre
carga térmica detalhada e simplificada para climatização ambiental.
Salvador, 2009.
 MARQUES, M., HADDAD, J. , MARTINS, A.R.S..Conservação de
energia - Eficiência energética de equipamentos e instalações. 3ª Edição,
Itajubá, 2006.
 PIRANI, MARCELO JOSÉ. Apostila de Refrigeração e Ar Condicionado.
Salvador, 2004.
 PIZZETTI, “Acondicionamiento del Aire y Refrigeración”, Editoral
Interciencia. Madrid, 1970.
 WYLEN, SONNTAG. Fundamentos da Termodinâmica. 6ª Edição, São
Paulo, 2003.
 MORAN, M.J.; SHAPIRO, H.N. Princípios de Termodinâmica para
Engenharia, 4ª Edição. Rio de Janeiro, 2002.
80

8 ANEXO A - TABELAS DA NBR 16401

Tabela A.6 - Dados de Projeto para a Região Sudeste


Região Sudeste
Longitud
Vitória Latitude Altitude Pr. Atm Periodo Extrem. TBU TBS mx s TBS mn s
ES e
Anuais
20,27S 40,28W 4m 100,28 82/01 30,6 36,8 1 14,3 1,7
Mês >
Freq. Resfriamento e desumidificação Baixa Umidade Mês> Fr Freq. Aquec Umidificação
Qt
Anual Anual
TBS TBUc TBU TBSc TPO w TBSc TBS TPO w TBSc
Fev
0,40% 34,0 25,5 27,0 30,1 26,2 21,6 28,1 99,60% 16,5 12,8 9,2 21,0
Ago
∆Tmd 1,00% 33,1 25,2 26,6 29,7 26,0 21,3 28,0 99,00% 17,5 14,0 9,9 21,2
8,0 2,00% 32,2 25,0 26,2 29,4 25,2 20,4 27,5

Longitud
Belo Horizonte Latitude Altitude Pr. Atm Periodo Extrem. TBU TBS mx s TBS mn s
MG e
Anuais
Panpulha 19,85S 43,95W 785m 92,24 82/01 28,4
Mês >
Freq. Resfriamento e desumidificação Baixa Umidade Mês> Fr Freq. Aquec Umidificação
Qt
Anual Anual
TBS TBUc TBU TBSc TPO w TBSc TBS TPO w TBSc
Fev
0,40% 33,0 20,7 23,0 28,5 21,9 18,3 24,2 99,60% 11,5 4,9 5,9 22,8
Jun
∆Tmd 1,00% 32,0 20,7 22,6 28,1 21,2 17,5 23,6 99,00% 12,8 6,8 6,7 21,4
9,6 2,00% 31,1 20,7 22,2 27,6 21,0 17,2 23,4

Longitud
Belo Horizonte Latitude Altitude Pr. Atm Periodo Extrem. TBU TBS mx s TBS mn s
MG e
Anuais
Tancredo Neves 19,83S 43,93W 917m 90,78 90/01 28,4 34,6 0,9 8,4 1,8
Mês >
Freq. Resfriamento e desumidificação Baixa Umidade Mês> Fr Freq. Aquec Umidificação
Qt
Anual Anual
TBS TBUc TBU TBSc TPO w TBSc TBS TPO w TBSc
Fev
0,40% 32,1 20,5 23,3 28,2 22,1 18,8 25,1 99,60% 11,1 4,9 6,0 21,2
Ago
∆Tmd 1,00% 31,1 20,8 22,8 27,9 21,2 17,8 24,4 99,00% 12,2 6,1 6,5 20,3
9,7 2,00% 30,2 20,7 22,4 27,5 21,0 17,6 24,2

Longitud
Rio de Janeiro Latitude Altitude Pr. Atm Periodo Extrem. TBU TBS mx s TBS mn s
RJ e
Anuais
Santos Dumont 22,90S 43,17W 3m 101,29 84/01
Mês >
Freq. Resfriamento e desumidificação Baixa Umidade Mês> Fr Freq. Aquec Umidificação
Qt
Anual Anual
TBS TBUc TBU TBSc TPO w TBSc TBS TPO w TBSc
Fev
0,40% 34,0 25,2 26,6 30,8 25,3 20,4 29,1 99,60% 16,1 11,8 8,6 19,5
Jul
∆Tmd 1,00% 32,7 25,0 26,2 30,3 25,0 20,1 28,9 99,00% 17,0 12,9 9,3 19,5
6,1 2,00% 31,9 24,9 25,8 29,9 24,6 19,6 28,4

Longitud
Rio de Janeiro Latitude Altitude Pr. Atm Periodo Extrem. TBU TBS mx s TBS mn s
RJ e
Anuais
Galeão 22,82S 43,25W 6m 101,25 82/01 32,4 40,2 2,2 11,6 3,2
Mês >
Freq. Resfriamento e desumidificação Baixa Umidade Mês> Fr Freq. Aquec Umidificação
Qt
Anual Anual
TBS TBUc TBU TBSc TPO w TBSc TBS TPO w TBSc
Fev
0,40% 38,1 25,6 28,1 32,8 27,1 22,9 30,1 99,60% 14,8 9,9 7,6 23,2
Jul
∆Tmd 1,00% 36,2 25,3 27,5 32,0 26,2 21,7 29,3 99,00% 15,8 11,2 8,3 22,5
9,8 2,00% 35,0 25,2 27,0 31,3 26,0 21,4 29,1

Longitud
Campinas Latitude Altitude Pr. Atm Periodo Extrem. TBU TBS mx s TBS mn s
SP e
Anuais
23,00S 47,13W 661m 93,63 82/01 29,4 35,8 1,4 5,5 2,5
Mês >
Freq. Resfriamento e desumidificação Baixa Umidade Mês> Fr Freq. Aquec Umidificação
Qt
Anual Anual
TBS TBUc TBU TBSc TPO w TBSc TBS TPO w TBSc
Fev
0,40% 33,2 21,9 24,4 29,5 23,1 19,3 26,1 99,60% 8,6 3,9 5,4 16,8
Jun
∆Tmd 1,00% 32,2 21,7 23,8 28,9 22,2 18,4 25,3 99,00% 10,0 5,9 6,2 17,7
9,8 2,00% 31,3 21,5 23,4 28,4 22,0 18,1 25,2

Longitud
São Paulo Latitude Altitude Pr. Atm Periodo Extrem. TBU TBS mx s TBS mn s
SP e
Anuais
Congonhas 23,62S 46,65W 803m 92,04 82/01 28,2 34,3 0,9 5,8 2,5
Mês >
Freq. Resfriamento e desumidificação Baixa Umidade Mês> Fr Freq. Aquec Umidificação
Qt
Anual Anual
TBS TBUc TBU TBSc TPO w TBSc TBS TPO w TBSc
Fev
0,40% 32,0 20,3 23,2 27,8 22,1 18,5 25,3 99,60% 8,8 3,9 5,5 18,4
Jul
∆Tmd 1,00% 31,0 20,4 22,6 27,1 21,2 17,5 24,3 99,00% 10,0 5,8 6,3 17,4
8,3 2,00% 30,0 20,4 22,1 26,7 21,0 17,2 24,0

Longitud
São Paulo Latitude Altitude Pr. Atm Periodo Extrem. TBU TBS mx s TBS mn s
SP e
Anuais
Guarulhos 23,43S 46,74W 750m 92,63 88/01 29,0 34,8 1 3,4 2,8
Mês >
Freq. Resfriamento e desumidificação Baixa Umidade Mês> Fr Freq. Aquec Umidificação
Qt
Anual Anual
TBS TBUc TBU TBSc TPO w TBSc TBS TPO w TBSc
Fev
0,40% 32,9 22,3 24,9 28,7 24,1 20,8 25,8 99,60% 7,0 3,9 5,5 13,5
Jul
∆Tmd 1,00% 31,8 22,0 24,2 27,9 23,2 19,7 25,1 99,00% 8,9 6,0 6,3 14,9
8,9 2,00% 30,8 21,7 23,7 27,3 22,9 19,3 24,9
81

Tabela A.2 - Fração da Variação Média Diária da Temperatura

Tabela C.1 - Taxas Típicas de calor Liberado por pessoas


82

Tabela C.2 - Taxas Típicas de Dissipação de Calor por Iluminação


83

Tabela C.3 - Taxas Típicas de Dissipação de Calor de Equipamentos de


Escritório - Computadores

Tabela C.4 - Taxas Típicas de Dissipação de Calor de Equipamentos de


Escritório - Impressoras e Copiadoras
84

Tabela C.5 - Taxas Típicas de Dissipação de Calor de Equipamentos de


Escritório - Equipamentos Diversos

Tabela C.6 - Densidade Típica de Carga de Equipamentos para Diversos


Tipos de Escritórios
85

Tabela C.7 - Taxas Típicas de Dissipação de Calor de Motores Elétricos


86

Tabela C.8 - Taxas Típicas de Dissipação de Calor e Umidade de Alguns


Equipamentos Comerciais - Restaurantes e Lanchonetes
87

Tabela C.9 - Taxas Típicas de Dissipação de Calor e Umidade de Alguns


Equipamentos Médicos (W)
88

Tabela C.10 - Taxas Típicas de Dissipação de Calor em Equipamentos de


Laboratório (W)
89

Tabela 1 - Vazão Eficaz Mínima de Ar Exterior para Ventilação


90
91
92

Tabela 2 - Eficiência da distribuição de ar nas zonas de ventilação


93

9 ANEXO B - TABELAS EXTRAIDAS DE CREDER, 1996

Tabela 3.1 - Coeficiente de Transmissão de Calor dos Materiais de


Construção
94

Tabela 3.3 - Coeficientes Globais de Transmissão de Calor U para Janelas e


Paredes
95

Tabela 3.5 - Coeficientes de Transmissão de Calor Através de Vidros


(Fator Solar)
96

Tabela 3.6 - Acréscimo ao Diferencial de Temperatura

Tabela 3.13 - Trocas de Ar por Hora nos Recintos


97

Tabela 3.14 - Infiltração de Ar Exterior


98

10 ANEXO C - TABELAS EXTRAÍDAS DE MORAN E SHAPIRO, 2002

Tabela A.2 - Propriedades da Água Saturada (Líquido-Vapor)


99

11 ANEXO D - CARGA TÉRMICA DA SALA 21 CALCULADA ANALITICAMENTE

Considerações a respeito do espaço físico:


Para calcular a carga térmica do prédio do Centro Tecnológico III, foram
utilizados os dados de algumas tabelas (referencia) e foram feitas algumas
considerações:
Pé direito de 2,80m;
Todas as paredes são de tijolo comum de uma vez com 15 cm e revestida com
emboço com 2 cm interna e externamente;
Filme de vento exterior de 24 km/h;
Há infiltrações de ar pelas portas e janelas;
Há presença de carga térmica de ventilação;
Dentro dos ambientes considerado ar parado;
Não há influencia do piso;
Local de referência: Vitoria – Espírito Santo, Altitude: 4m, Te = 33,1°C e TBU =
26,6°C,UE1=0,213 Kg/Kg considerado dia mais critico;
Condições Internas: Ti = 22°C , UR = 67% e UE2= 0,119 Kg/Kg
Salas grandes 40 alunos e 1 professor;

Composição das paredes:


Paredes Externas: (tijolo comum de uma vez com 15 cm e revestida com
emboço com 2 cm interna e externamente com filme exterior com vento)

Emboço de 2cm C = 2,39 kcal/h.m².°C


Tijolo uma vez comum 15cm C = 0,15/1,11 kcal/h.m².°C
Filme exterior (vento de 24 km/h) h = 29,3 kcal/h.m².°C
Filme interior (parado) h = 7,96 kcal/h.m².°C

R = (1/h) + (1/C)
R = (1/29,3) + (1/2,39) + (0,15/1,11) + (1/2,39) + (1/7,96)
R = 1,13 h.m².°C/kcal
U = 1/R
U = 1/1,13
100

U = 0,88 kcal/h.m².°C

Paredes Divisorias: (tijolo comum de uma vez com 15 cm e revestida com


emboço com 2 cm interna e externamente com filme exterior sem vento)

Emboço de 2cm C = 2,39 kcal/h.m².°C


Tijolo uma vez comum 15cm C = 0,15/1,11 kcal/h.m².°C
Filme exterior (parado) h = 7,96 kcal/h.m².°C
Filme interior (parado) h = 7,96 kcal/h.m².°C

R = (1/h) + (1/C)
R = (1/7,96) + (1/2,39) + (0,15/1,11) + (1/2,39) + (1/7,96)
R = 1,22 h.m².°C/kcal

U = 1/R
U = 1/1,22
U = 0,81 kcal/h.m².°C

Para o teto das salas: (laje de concreto areia e brita com 10cm de espessura
e revestida com emboço com 2 cm internamente com filme exterior sem vento)

Emboço de 2cm C = 2,39 kcal/h.m².°C


Concreto areia e brita 10cm C = 0,1/1,48 kcal/h.m².°C
Filme exterior (parado) h = 7,96 kcal/h.m².°C
Filme interior (parado) h = 7,96 kcal/h.m².°C

R = (1/h) + (1/C)
R = (1/7,96) + (0,1/1,48) + (1/2,39) + (1/7,96)
R = 0,74 h.m².°C/kcal

U = 1/R
U = 1/0,72
U = 1,36 kcal/h.m².°C
101

Carga térmica de Parede ( QP ):


Parede nordeste:

Q NE = A x U x [(Te – Ti) + ∆t]

Q NE = 16,8 x 0,88 x [(33,1 – 22) + 8,30]

Q NE = 286,80 kcal/h

Q NE = 333,56 W

Parede sudeste:

QSE = A x U x [(Te – Ti) + ∆t]

QSE = 33,6 x 0,81 x [(33,1 – 22) + 0]

QSE = 302,09 kcal/h

QSE = 351,34 W

Parede sudoeste:

QSO = A x U x [(Te – Ti) + ∆t]

QSO = 16,8 x 0,81 x [(33,1 – 22) + 0]

QSO = 151,05kcal/h

QSO = 175,67 W

Parede noroeste:

Q NO = A x U x [(Te – Ti) + ∆t]

Q NO = 15,6 x 0,88 x [(33,1 – 22) + 8,3]

Q NO = 266,32 kcal/h

Q NO = 309,73 W
102

Teto:

QT = A x U x [(Te – Ti) + ∆t]


QT = 72 x 1,32 x [11,10]
QT = 1086,91 Kcal/h
QT = 1264,07 W

Carga total por condução:

QP = 2434,37 W

Carga térmica através dos vidros ( Qv ):

Fator de Proteção = 0,43 (Cortinas Brancas)

Fator Solar = 214 (20 de Fevereiro Às 15 Horas)

Qv = 18,0 x 214,00 x 0,43

Qv = 1665,36 Kcal/h

Qv =1926,34 W

Carga térmica devida às pessoas ( Q pe ):

Alunos:
Qs = 40 x 73,66

Qs = 2946,66 W

Ql = 40 x 26,00

Ql = 1040 w

Professor:
103

Qs = 1 x 85

Qs = 85 W

Ql = 1 x 47,67

Ql = 47,67 W

Carga total por pessoas:

QTs = 3031,67 (sensível)

QTl = 1087,67 (latente)

Q pe = 4119,33 W

Carga térmica devido a equipamentos ( Qi ):

Iluminação:

Qilu = 12 x 16

Qilu = 192 watts

Computador:

Qc = 10 x 20,00

Qc = 200 W

Monitor:

Qm = 10 x 55,00

Qm = 550,00 W

Ventiladores (Motor e equipamento Dentro):


104

Qv = 4 x 336

Qv = 1344 W

Carga total devido aos equipamentos:


Qi = Qilu + Qc + Qm + Qv

Qi = 2286,00 W

Carga térmica devido a Infiltrações ( Qin ):

Método das Frestas:


Janelas (Guilhotina com caxilho de madeira – Mal Ajustada): 8,8m de frestas
Portas (Bem ajustada): 0,8m de frestas

Q janelas = 6,5 x 8,8 = 57,2 m³/h

Q portas = 0,8 x 6,5 = 5,2 m³/h

QTotal = 62,4 m³/h

Calor sensível:

Qs =0,29 x 62,4 x (33,1-22)

Qs = 200,86 Kcal/h

Q s = 233,61 W

Calor latente:

Ql = 583 x (0,0213 – 0,01119) x 1,20 x 62,4

Ql = 441,35 kcal/h

Ql = 513,29 W

Carga térmica total de infiltração:


105

Qin = Q s + Ql

Qin = 746,9 W

Carga térmica devido a Ventilação ( Qve ):

Vazão Eficaz:
Local: Sala de aula nível 3

Vef = 41 x 7,5 + 72,00 x 0,9

Vef = 372,3 L/s

Vef = 1340,28 m³/h

Para uma eficiência de distribuição de ar na zona de 0,5 tem-se que a vazão


de ar exterior a ser suprida na zona:

Vef
Vz 
Ez

V z = 372,3 / 0,5
V z = 744,6 L/s
V z = 2680,56 m³/h

Calor sensível:
Q s = 0,29 x 2680,56 x (33,1 – 22)

Q s = 8628,72 kcal/h

Q s = 10035,20 W

Calor Latente:

Ql = 583 x (0,0213 – 0,01119) x 1,20 x 2680,56


106

Ql = 18959,48 kcal/h

Ql = 22049,89 W

Carga térmica total de ventilação (10% de segurança):

Qve = ( Q s + Ql ) x 1,1

Qve = 35293,6 W

Carga térmica Total ( QTOTAL ) Sala 21:

QTOTAL = QP + Qv + Q pe + Qi + Qve

QTOTAL = 2434,37 + 1926,34 + 4119,33 + 2286,00 + 35293,6

QTOTAL = 46059,04 W

Você também pode gostar