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UM OLHAR SOBRE A EDUCACAO Pa Lhe ‘Martha Tristio Professors ¢ pesquitadora da Universidade Federal do Espirito Sant, Att ‘no Programa de Pée-graduagdo em EducasSo ¢ coordens o Nico Intere disciplinar de Pesquisa e Estudo em Educasdo Ambiental (NIPEEA), do CCenro de Educa, Doutora em Educapo pela Universidade de Sao Paulo o licenciada em Ciéncias Biodgicas. Todas as imagens exbidas nesta wnidade sdo protegidas por direitos autoras ¢ no podem ser wsadas sem prévia asorisagao dos autores Cerri) xr Pe SS OT Ce eee) RRC eC] or CR ee ree wl Dee Ce Sead rea tC Con aac zi Cet Re a aoe 6. Finalizando a conversa sobre este tema. wey Coca eT Tee eT ee oa Rd 35 ee een Ey eee eee Ed eet 7 Beet ees zy ee ete een ere ay ete ee eet paar my eee a eee eon 49 Sree eee 51 Cetera et ey a eee oe) 63 Pe ee eee ey a ee n Figura 14. Parque Nacional do Capara6/ES ry fi Pceeen on eee oe 7” Figure 16. Banda de Congo Amores da Luo, Vtério/ES. 78 Figura 17. Ficus centenério, S. Pedro do liabopoana/ES 49 titulo desta unidade, Um othar sobre a educagio ambiental no Brasil, longe de set enrijecido por uma Gnica via, representa a maneira como compreendemos! interpretamos os conceitos, as priticas e as tendéncias que maream a educagdo ambiental atualmente praticada no Brasil. Por isso, junto com vocés, tentaremos compre- ender a diversidade de agdes e de atuagdes a partir dos seis t6picos que constituem esta uunidade. No tépico 1, Para inicio de conversa, abordaremos questies mais gerais que abrangem a educagao ambiental e que serio aprofundadas no Tépico 2, Olhares sobre um passado ainda recente. Assim, nessa parte do processo formativo nos debrugaremos sobre © passado para compreender o presente e sonhar o futuro, como requerem as praticas da ‘educagdo ambiental, indo e voltando no tempo, articulando passado ¢ presente, ¢ tentando assoviar as redes tecidas e vividas por voeés nas escolas com as priticas sociais eotidianas, Faremos uma viagem no tempo hist6rico ¢ politico da educaydo ambiental no Brasil num movimento com 0 que se passa hoje, atravessado por acontecimentos marcantes para a composigio dos repertérios sobre a educagio ambiental, considerando documentos e re- comendagdes, no Tépico 3, resultantes de alguns eventos nacionais ¢ intemacionais. No ‘momento seguinte (Tépico 4), estudaremos algumas concepgdes que colocam a educagio sruzihada a partir dos anos 1990, entre sociedades sustentaveis e desen- volvimento sustentavel. Como nio poderia deixar de ser, chegamos ao cotidiano das esco- ambiental numa en las, no Tépico 5, tentando compreender a inseredo da educa¢o ambiental no enredamento ddas ages ¢ das priticas escolares. E, por fim, finalizamos a conversa, no Tépico 6, tentando ampliar nosso debate com aberturas para a compreensio da complexidade da educagio ambiental e de uma pedagogia da incerteza, Nesses estudos, produziremos junto com vacés ¢ com osias autoresias © educadores/as, interlocutores/as ¢ protogonistas deste curso, redes de saberes ¢ fazeres da educagio am- Dental que, espero, sejam expressivas para nés e, prineipalmente, possibilitem a formagdo de novos olhares, pensares e fazeres que se insiram em sua pritica cotidiana, mobilizando sua mente ¢ seu coragio. Desde ja, sinta-nos por perto: eu e seu tutor ou tutora, neste ‘mergulho na trajetoria, nas perspectivas, nos objetivos ¢ nos sonhos de uma educacio ambiental transformadora e eman- et tel ty “-Cresei brincando no cho, entre formigas. De uma infincia livre e sem comparamentos. Eu tinhe ‘mais comunho com as coisas de que comparagio, Porque se a gente fala a partir de ser erianga, @ ‘gente faz comune: de um orvalho e sua aranha, de uma tarde e suas garyas, de um pssaro e sua ‘rvore. Entio eu trago das minhas raizes crianceras a visto comungante e obliqus das coisas. Ea sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina. E um paradoxo que ajuda a poesia c que eu falo sem pudor, Eu fenho que essa visto obliqua vem de eu ter sido crianga em algum lugar perdido onde havia transfusdo da natureza © comunilo com cla.” ‘Manoel de Bazros, 2003, Convidamos vocé a se aprofundar, a partir do percurso histGrieo da institucionalizagio da educagio ambiental no Brasil, que jé soma mais de trinta anos. A educagio ambiental vem tendo mais visibilidade desde os anos 1970, pela sua relagdo com o movimento ecologista ‘ou ambientalista e, depois, com a educagdo de modo geral, por meio de tendéncias marcadas pelas prticas sociais de cada época, Isso toma corpo a partir de 1968, quando uma raciona- lidade pacifsta, divulgada pelo movimento ambientalista intemacional, que j@ gritava por “um planeta mais azul”, contrapde-se @ idéia de uma natureza infinita com um crescimento ‘econdmico desenfreado e desordenado da sociedade urbano-industrial do Ocidente Referimo-nos ao ecologismo ou ambientalismo como movimentos bastante relacionados no Brasil, a partir da década de 1990, mesmo considerando algumas diferengas de posigo de alguns autores. Ha contravérsias entra o ambientalismo, compreendide como possibilidade de buscar solugses de problemas a partir de valores do mercado neoliberal e, 0 campo do ecologismo, que pretende uma mudanga mais profunda ¢ estrutural da sociedade para enfrentar a crise ambiental (CARIDE & MEIRA, 2001). Um olhar sobre a Educasio Ambiental no Brasil (Os primeiros passos da educago ambiental, dentro e fora da escola, se deram a partir da década de 1970, no Brasil, década das transformagdes do debate acerea da relag3o meio ambiente-desenvolvimento. F 0 inicio de uma revisio sobre um desenvolvimento focado na economia e que estava comprometendo sua prépria base, por meio da degradagao da natureza. Dentre as diversas publicagSes divulgadas nessa década, o relatério Limites do Crescimento, claborado pelo Clube de Roma (1968), apresenta a finitude da natureza no interior do modo de produgdo capitalista e seus impactos ambientais, tendo ainda como preocupagZo central a interferéncia na base da economia e ndo, de fato, no meio ambiente ‘ou na dilapidagao da natureza, Um dos impactos que podem ser considerados é 0 acelerado processo de urbanizagao da sociedade industrial e moderna, ligado a uma idéia crescente de progresso, desenvolvi- ‘mento c, agora, de glabalizagiio. Tudo que ndo se enquadrava nessa logica era considerado atrasado, primitivo e simples, Isso provocou um verdadeiro inchago de nossas cidades, com ‘© éxodo rural eas ocupagses desordenadas em reas de tiseo das populagdes de baixa renda que viviam no interior (figura 1). A cise anunciada nessa década argumentava, de forma catastréfica, que a sociedade se confrontaria dentro de poucas décadas com os limites do seu erescimento por causa do cesgotamento dos chamados “recursos naturais”. Figura 1. Morro de Santo Anténio, Vitéria/ES Foto: Vitor Nogueira Médule 2 *Nosso diagnéstico estava correto, Nao temos a altemativa ainda, mas uma certeza se impée: este tipo de mundo nao tem mais condigdes de continuar e de projetar um futuro de incluso e de esperanca para a humanidade e para toda a comunidade de vida". Se prosseguir, ele pode por fim a vida humana e ferir gravamente a Pacha Mama, a Mée Terra (GOFF, 2008), Faga uma relagdo sobre o alerta dos ambientalistas em 1972 e a atual crise amplamente anunciada nos dias de hoje, A Bducasio Ambiental emergiu, entdo, em decorréncia da visibilidade e da repercussto das ages do movimento ecolégico, ¢ foi, aos poucos, sendo assimilada como um campo da ceducagio em geral, e mais recentemente da pesquisa em educasao, © ecologismo, no inicio, ficou isolado, porque os mavimentes sociais, no Brasil e na América Latina, néio consideravam importante sua bandeira do luta. As ciéncias socials, nos anos 1960, separavam a sociedade da nnalureza e nao associavam degradagao ambiental & degradago social, interpretando a educagao ambiental como uma luta de elite, que brigava, para salvar plantinhas e bichinhos, http:/www.ufmt brigpeaipubljacobi_meio%20amb,%420ede.,%20 cidadania-%202005-senac.pdt © ecologismo inicia uma eritica ao modo de vida contemporaneo, aos valores de desperdi- cio e de consumo exagerados e se difunde a partir da Conferéncia das NagSes Unidas sobre Meio Ambiente Humano ¢ Desenvolvimento, realizada em 1972 na cidade de Estocolmo, za Suécia, Essa conferéncia teve como um dos documentos-base de discussie o relatério Limites do Crescimento. Entre seus resultados, recomendou que a educagio para 0 meio ambiente fosse reconhecida e promovida em todos os paises. Nesse momento, ainda nao se utilizava 0 termo educagdo ambiental c a proposta era imprecisa e vaga. Mas as tecomen dagbes de Estocolmo tiveram desdobramentos que culminaram na criagdo de um Programa Internacional de Educagdo Ambiental, que durou até 1995, e na realizagdo da Conferéneia Intemacional de Tblissi, em 1977 Nessa linha do tempo, que ni ¢ tio linear como imaginamos, com a ideia de que a histéria tem um sentido, uma diregdo, palavras como: meio ambiente, natureza, participagdo, soli- dariedade, cooperagio, autonomia, respeito as diferengas, diversidade social, diversidade biolégica ou biodiversidade, interdisciplinaridade c, mais recentemente, sustentabilidade, transdisciplinaridade e transversalidade, foram imprimindo sentidos ¢ consisténcia concei- Um othar sobre a Educagio Ambiental no Brasil tuais nesse movimento de formagdo dos fundamentos da educagdo ambiental e ampliago de suas redes de significados por meio de suas priticas sociais (TRISTAO, 2005). A.compreensio lincar da realidade pressupde uma ideia de natureza, de ciéncia, de socieda- de e de mundo unidimensional, determinista ¢ continua. A educagdo ambiental se contrapée 4 essa concepgao linear de causa-cfeito, compreende que o efeito voltar’ sobre a causa, ‘ou seja, 0 produto seré também o produtor (MORIN, 1990), 08 efeitos das ages humanas sobre a natureza se voltardo contra nés mesmas. A proposta da educagdo ambiental & a de compreender a complexidade cioambiental por meio da produgdo de uma eineia da religagdo, da jungo dos diferentes saberes e da multiplicidade das vivéncias culturais e saciais. Neste sentido, so considera ddas as interrelagdes ¢ interdependéncias entre sociedade/meio ambiente, cultura/natureza (figura 2) e ser humano/natureza (figura 3) ia realidade so- ¥ Figura 2. Criangs Nambikwara- MT Figura 3, Resorva Biologica de Fotos: Vitor Nogueira Santa Cruz -ES d Essas palavras tentam representar a abrangéneia e a complexidade da educagdo ambiental, associadas a um mosaico de cores e de sentidos produzidos a partir de ages insttuidas ou no, de encontros ¢ de eventos © que, hoje, esto cada vez mais entrelagados com as ques- {es sociais e de direitos humanos, devide as demandas sociais que chegam aos educadores e educadoras, Médule 2 ‘As cores das mandalas representam a interagao, a interdependéncia e o equilibrio. Isto pode ser uma metafora interessante para a compreensao da arliculagdo entre saberes, a importancia do olhar das diferentes disciplinas a0 estudar a educacao ambiental ‘como parte de todo o proceso educativo, Professor e Professora: inventem um exercicio de cores ‘com sous alunos e fagam uma comparagao com 0 ‘mosaico de cores que podemos observar na natureza Nessa perspectiva, os movimentos marcantes de encontros ¢ eventos de educagdo ambien- tal constituem espagos/tempos de aprendizagens, de formagao eritica e de eriagdo, exemplo, podemos mencionar os Féruns de Educagiio Ambiental, iniciados em 1989 em ‘So Paulo, que se tomaram nacionais em sua terceita edigdo, em 2004, ¢ em sua sexta versio em 2008, Tratamos os encontros ¢ eventos de educagio ambiental considerando o sentido educacio- nal e potencializador que podem ter, Podem também iniciar um engajamento ¢ a formagiio em edueago ambiental para pessoas que se sensibilizam, se mobilizam e querem participar desse projeto pedagégico. Voe8 promove em sua escola encontros e eventos? Vamos pensi- los aqui de uma outra forma, como criadores de verdadciras comunidades de aprendizagem ou comunidades interpretativas? ‘As comunidades interprotativas, na concepeao de Santos (2000), favorecem a ampliagao do discurso argumentativo, ou seja, promovem trocas, didlogos, debates, conflitos e forma-ao de novas ideias no coletivo. A educagio ambiental 6 também uma forma de integrar as pessoas com suas familias, suas comunidades e seu pais, assim como desenvolve o sentido de pertencer a uma comunidade planetaria, onde ‘cada um depende do outro numa grande cadeia de interdependéncias. http:/wmw.anped.org br/reunioes/26/trabalhos/raseliradriguesdemello.rf ‘No inicio, a educagdo ambiental foi coneebida como instrumento para viabilizar as agdes do ambientalismo, por meio de uma “conscientizago ccolégica”, que se configurou como uma educago ecolégica nas décadas posteriores. Enfatizava-se a transmissio de informa- ges © de contetdos de ecologia, confundindo-se a educagdo ambiental com o ensino de cecologia, produzindo, as vezes, uma pratica educativa descontextualizada da realidade dos as alunos/as. O conceito de meio ambiente cra comprcendido em sua dimensio mais fisica ebiolégica e no na complexa articulagdo entre os aspectos culturais, sociais e politicos Um othar sobre a Educagio Ambiental no Brasil No Brasil, na década de 1970, as questdes ambientais ainda eram pouco discutidas pela sociedade de modo geral, em virtude da falta de expaco para o debate, tipico do periodo mi- litar, ¢ pela forte influéneia da onda desenvolvimentista da época, Faziam parte da agenda do ambientalismo dentincias contra a poluigdo atmosférica, cujas referencias emblematicas cram a degradagdo ambiental provocada pelas indistrias em Cubatdo, no litoral do Estado de Sio Paulo, ¢ a instalagao de usinas nucleares, no Rio de Janeiro © no Espirito Santo, Destaca-se, também, a luta contra a erescente sociedade urbano-industrial, numa defesa pelos ecossistemas naturais e contra o uso de agrotéxicos. ‘Veja, na figura 4, a quantidade de lixo que produzimos! Este & considerado um dos maiotes problemas ambientais atuais. Observamos que essas e outras questdes diretamente ligadas 0s problemas de degradacao ambiental, tais como erescimento populacional, saneamento ambiental c consumismo exagerado, no faziam parte da agenda desses movimentos na década de 1970, como argumenta Jacobi (2003), Figura 4, Celulares e plasticos. Fotos: chs orden (0 fotégrafo Chris Jordan, por meio da arte, denuncia os excessos de ‘consumo e desperdicio da sociedade acidental contemporanea, http:lwww.chrisjordan.com/eurrent_set2.php ‘A mudanga dessa concepso veio com a Conferéncia Intemacional de Tbilisi, realizada na Geérgia, na Russia, em 1977, Essa conferéncia foi extremamente significativa para o avango de novas metodologias da educago ambiental ao chamar atengdo para a importin- cia de contextualizagao das priticas educativas e para a necessidade de aprofundarmos a Médule 2 compreenso sobre o lugar e a relidade em que vivemos. As recomendagées desse evento enfocam um processo educative voltado para a solugio de problemas da realidade local, numa articulag2o dindmica entre o local e © global, a interpenetragdo entre o meio natural © 0 social, Alerta para o fato de que nem toda idéia ou entidade é valida, independente do contexto no qual ocorte, Para a educagio ambiental, isso é extremamente significativo, na medida em que compreender 0 meio ambiente é contextualizé-lo (TRISTAO, 2004). Thilisi, portanto, tomou-se um marco para a educagio ambiental ao provocar rupturas com as priticas educativas descontextualizadas e com a compreensio reducionista dos siste- ‘mas ecolégicos, propondo a compreensio de uma interago organizacional dindmica entre ‘As Grandos Oriontagées da Conferéneia de Tbilisi fazam recomendagdes quanto & cooperagao intemacional em educagéio ambiental, abordam as finalidades e as caracteristicas da educagao ambiental que vigoram ainda hoje, considerando-a parte integrante do proceso educativo, com uma abordagem interdisciplinar e complexa da questao ambiental, por meio da contextualizagdo das praticas educativas nas miltiplas dimensées: social, cultural, econémica, politica, ética, ideolégica; para do se limitar & dimensdo ecolégica. Veja a cronologia da EA em: http:/portal mec. gov.br/secadrindex.php?option=com_content&lask=view id=78<emid=207 A diversidade de priticas sociais educativas da educagio ambiental é também fruto da historia da propria educagdo. Hoje, a partir de suas virias articulagdes e posicionamentos, podemos situé-las entre as tendéncias tradicionais, criticas e pés-criticas. O que diferen- cia, entretanto, a educagdo ambiental ¢ seu enfoque politico, que sempre foi essencial formulago de estratégias pedagégicas em fungdo de uma intervengio para responder & problemitica ambiental. Vamos refletir, ao longo deste texto, em qual dessas tendéncias voce situaria 0 trabalho que desenvolve na escola, © Tratado de Eaucagao Ambiental para Sociodades Sustentavois © Responsabiidade Global chama aten¢ao, em um de seus princpios, alertando que “A educagao ambiental nao & neutr, mas ideolégica. & um ato police, baseado em valores para a transformasao social” Saiba mais sobre o Tratado na unidade Poltcas Estruturantes de Ealucagao Ambiental deste modulo. Um othar sobre a Educagio Ambiental no Brasil Redes da Vida ‘Sugestao de atividade: A parir de uma reflexdo sobre © poema de Cora Coralina, reproduzido abaixo, convidamos vocs a estabelecer uma relacao entre as datas signficativas de sua Vida com algumas datas significativas cdo movimento da educagéo ambiental em niveis nacional e internacional (Pega que seus alunos entrevistem seus pais sobre o que faziam em 1972, 1977, 1989, 1990, 1992, 1994, 1997, 2004). Refit também sobre ‘outras possibildades de se compreender as temporalidades e a dinamica de evolugo dos conceltos e atitudes criados pelo ser humano, indica: Aturma & dividida em grupos e cada intagrante recebe uma folha de papel cenario, revistas e canetas onde realiza um esboco das redes de relagdes, de contextos da vida, desde o nascimento, registrando os principais acontecimentos e como era sua relagao com ‘o meio ambiente nessas épocas (no caso, os/as alunos/as registrarao fatos da vida dos pais ou mesmo de suas proprias vidas). Sugerir aos participantes que registrem, préximo a cada imagem, 0 ano de cada acontecimento. Pode ser feito em pontos que se conectam, como uma rede, ou de outra forma que o participante achar melhor, Solicite que cada grupo escolha um representante para fazer a apresentacao, Habilidades trabalhadas: Relagdes interpessoais (ascuta sensivel), refleti sentimentos, falar em piblic. Nao sei Sea vida ¢ curta ou longa demais pra nos, Mas sei que nada do que vivemos tem sentido Se no tocamos 0 coragado das pessoas. Muitas vezes basta ser: Colo que acolne, Brago que envolve, Palavea que conforta, Silencio que respeita, ‘Alegria que contagia, Lagrima que corre, Olhar que acaricia, Desejo que sacia, “Amor que promove. E isso nao 6 coisa de outro mundo. 6 0 que da sentido a vid. 0 que faz com que ela nao soja nem curta, nem longa demais, Mas que seja intensa, verdadera, pura Enquanto durar Figura 6. Brejo em ttainas, Conceigéo da BarralES Foto: Vor Nogueira Cora Coralina ODN SR Se id para dar sentido as nossas vidas, tem crescido o interesse sobre os saberes, fazeres ‘© a importancia de um cuidado com o meio ambiente para melhorar a qualidade de vida de nossas comunidades, E: todos os espagos de nossa vida cotidiana, como no poema de Cora Coralina, Vocé pide observar que essas e outras reivindicagdes ocuparam uma posigao secundaria nos movimentos para a formagdo da cidadania durante a década de 1970 e a primeita meta- dde dos anos 1980, Os movimentos sociais estavam muito mais preacupados com a pobreza com as necessidades bisicas das populagécs, Naqucle momento, cram incapazes de rela- cionar tais questées com o meio ambiente, o que reflete uma légica bindria de compreensio das interagdes entre sociedade/meio ambiente, natureza/cultura. Essa légica bindria, que separa degradagao social de degradagdo ambiental, é a mesma que fragmenta o curriculo e, durante muito tempo, limitou a educagdo ambiental apenas a uma ou duas diseiplinas, restringindo-a, em muitos easos, ao ensino de cigneias ou de geogratia, © alerta do ecologismo sobre a finitude dos bens naturais, a insustentabilidade ambiental do planeta ¢ a m populagio de modo geral. Voe8 pode imaginar o que isso provocou? Um sentido de contra- posigdo entre o bem-estar da populagdo, o atendimento das necessidades bisicas e a pre- servagdo dos sistemas naturais. Como conseqiiéncia, a luta ambiental ndo é tdo facilmente assimilada na sociedade brasileira, em que grande parte da populagio & pobre, destituida de direitos cidadiios e se encontra exposta a riscos sociais e ambientais, seja em locais de ‘trabalho, de moradia, ou nos ambientes em que eircula (figura 6). cessidade urgente de mudar 0 modo de vida nos anos 1970 nfo atingia a eG 5 a ses Figura 6, Aterro Sanitario (Lixo), situado no bairro Sao Pedro, em Vitéria/ES Foto: Vitor Nogueira Um othar sobre a Educagio Ambiental no Brasil Observando a cidade em que mora e o bairro em que vive, qual a relagdo que vocé estabelece entre pobreza e meio ambiente? Sugira aos seus alunos/as que facam uma relagao das situaces obser- vadas e discutam, em sala de aula, suas causas e consequéncias na tentativa de encontrar solugSes para estas. Além disso, o préprio ambientalismo brasileiro tinha, nessa época, uma compreensio es- trita da problematica ambiental, que o restringia, basicamente, a combater a poluiglo ea poiar a preservasio de ecossistemas naturais. Tais paulas o distanciavam das lutas sociais mais amplas. Pergunte as pessoas que vocé conhece e que viveram naquela época o que sabiam das lutas ambientalistas, Voc pode até encontrar alguma informagiio, Mas temos not militantes que viveram nessa época ou autores que pesquisaram sobre 0 movimento de que parte significativa das associagSes ambientalistas nao tinha praticamente nenhum didlogo ‘ou repercusstio na populagio de modo geral, principalmente entre os mais excluidos. Isso porque, em muitos casos, os ecologistas defendiam intransigentemente © meio ambiente, Para a educagio ambiental, as conseq) cias de incias foram a compreensio de uma pratica ingénua, romantizada e descontextualizada da realidade, com a natureza ¢ 0 meio ambiente dissocia- dos da sociedade, invisiveis nos curriculos das escolas e na educasio de modo geral. Quem foi cstudante nessa época sabe disso: as propostas curriculares niio inscriam a educa ambiental ¢ pouco se falava nas escolas sobre a cri ¢ ambiental mundial anunciada pelo relatério do Clube de Roma, esse sentido, nem mesmo o ambientalismo pensava a natureza como cultura, A cultura brasileira, impregnada pela pobreza e pelo progresso, impossibilitava o nexo entre natureza «cultura, pobreza e degradagdo ambiental. Isso s6 comegou a se manifestar mais explicita- ‘mente a partir de meados dos anos 1980, com o desenvolvimento de uma vertente que une © social ¢ o ambiental, o socioambientalismo. |Até meados dos anos 1970, ainda ndo se falava em abordagem interdisciplinar, transdisci- plinar ou transversal da educagao ambiental nos curriculos, como propdem os Pardimetros (Curriculares Nacionais (PCN) a partir de 1997, Nem mesmo havia uma politica com dire- trizes educacionais. O que havia entdo para a incluso da educagdo ambiental? Recorrentes propastas de inclusio de diseiplinas de ecologia ou de educagdo ambiental no curriculo ‘como estratégia de incluso da dimenso ambiental. O que vocé acha disso? Pelo visto a educagdo ambiental nio & uma disciplina que se soma ds demais disciplinas do curriculo, Desde essa época, as recomendagies jé sinalizavam a necessidade de sua insergo em to- das as disciplinas do curriculo para a compreensdo da complexidade e da abrangéncia da Médule 2 dimensio ambiental. Essa proposta de disciplina, especialmente no ensino fundamental ¢ médio, provém de um pensamento fragmentirio que pode criar uma concepgio desintegra- dora entre sociedade e natureza, Livro: MELLO, S. $.; TRAJBER, R. (Orgs.) Vamos cuidar do Brasil: conceitos e praticas em educagao na escola. Brasilia: MECICGEA’ UNESCO, 2007. Cap. 2. Texto: Educagdo Ambiental ser ou no ser uma disciplina: essa é a principal questao? Na conjuntura social, politica e econémica do Brasil na dcada de 1970, a educago am- biental reduzia-se a uma conscientizagdo ecoldgica, privilegiando, sobretudo, o contedido © a crenga de “conhecer para preservar”. Ou seja, baseava-se na premissa de que, se ett domino alguns conceitos, provavelmente terei um comportamento diferente, A proposta de incluso da disciplina ecologia, ainda que, hoje, compreendida como uma cigncia que transcende o campo das ciéneias naturais, representava os desgastes das relagées tomo e sua inserio no curriculo poderia sera chave “racional” ou funcional pars a solugio da problematica ambiental Considerando uma tendéncia tradicional de educagio ¢ de curriculo, a inclusto de contetidos de ecologia seria a solugio? Acreditamos que nio ¢ bem assim... Essa é uma tendéncia da edueagdio ambiental comportamentalista, baseada em uma abordagem tradicional da educa- ‘920 e do curriculo, que foca a realizagio da ado educativa na terminalidade da ago, com- preendendo ser essa terminalidade o conhecimento retido, a supervalorizagio da pritica em detrimento dos fundamentos norteadores da politica ¢ da ética (GUIMARAES, 2005). Essa légica entende a sociedade, 0 meio ambiente e a escola como resultados da soma de clementos e de individuos isolados, a soma das partes como expresso do todo ¢ no como lum sistema orgénico ¢ interdependente de qualidades emergentes numa inter-relago entre partes e todo, Vamos, entZo, aprofuundar um pouco mais a diferenciagdo entre comportamento c atitude, pois para nés, professoras e professores, é bem pertinente sua compreensio. Uma atitude ecolégica & mais que a soma de bons comportamentos. © comportamento de alunos e alunas das escolas, em sua maioria, est mais relacionado com a expectativa de professores(as) na esperanga de uma recompensa afetiva do que nos valores dos(as) alunos(as) aribuidos aquele comportamento. Um caso narrado por uma professora llustra bem essa diferenca: um aluno, cujo comportamento era exemplar no que diz respeito a separagdo e reaproveitamento do lixo escolar em Um olhar sobre a Educasio Ambiental no Brasil um programa de educagao ambiental da escola, fol fagrado por uma das professoras com um comportamento totalmente adverso. Um belo dia, uma das professoras, ao sair da escola se deparou com este mesmo aluno jogando o lixo de sua casa em um terreno baldio, Por que seré que isso aconteceu? Frequentemente, nés professoras, nos deparamos com situag6es como esta, Relacione este fato com outras situagées vividas por vocé em sua escola. Como formar atitudes ecolégicas que superem ‘comportamentos contextualizados e pontuais? ‘Texto adaptado de: CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educago ambiental: a formagao do sujeito ecolégico. Sao Paulo: Cortez, 2004. As praticas educativas em educago ambiental que enfatizam a mudanga de comportamen- to pessoal tém um enfoque na dimensdo individual, negligenciando a formaglo de coleti- vvos para um engajamento ¢ uma intervengo nas questées ambientais, como numa ciranda ‘numa integragio constante, ilustratives da figura 7. Figura 7. Parque Municipal Pedra da Cebola, em VitérialES Foto: Vitor Noguera /AComisso do Meio Anbonte © Qualéade de Vda na Escola a Com-Via, surge a parr da Confrénia Nacional de Mei Ambien- (OJ te: on 2003, reatzasa na sua versa aula ifantuven, para promover maloritgraga anv estidanos, proassoes, uniondros 0 comunidades hppa mec gorisecadarquvenpleducacacanbintaloonvda pa Médule 2 Voltando no tempo... Na década de 1980 aumentaram as iniciativas para aprimorar os ins- trumentos de gestio ambiental. Pesquisa realizada por Crespo constatou que nesse pe~ riodo as organizagSes niio-governamentais (ONG) intensificaram projetos destinados is comunidades locais e 80% delas privilegiavam o piiblico escolar e a educagao ambiental nna comunidade (JACOBI, 2003). Essas iniciativas foram importantes, porque fizeram a ponte escola-comunidade, principio importante da educagio ambiental que nio delimita fronteiras entre saberes escolares e nio escolares, como os da comunidades ¢ das popula- ses locais, valorizando as diferentes culturas e os diferentes modos de se relacionar com a natureza, ‘Sua escola realiza algum tipo de articulagao com ONGs? Vocé participa de projetos junto as comunidades locais? Se na sua escola nao ha rnenhum projeto, que tal voce ja ir pensando em alguma tematica para dosenvolver junto aos(As) alunos(as)? Ou a criagao da Com-Vida? (© Férum Brasileiro de ONGs e Movimentos Socials para o Meio Ambiente © Desenvolvimento foi criado em 1990 e congrega 423, organizagées da sociedade civil, tanto ONGs quanto movimentos sociais Para maiores detalhes visite o site: hitp:swww.geocities.com/RainForest/Jungle/1898/ Veja também projetos sociais e ambientais em: http:swmw.gta.org.br/projetos.php Qual a importincia desses movimentos para a educagdo ambiental? Esses movimentos tiveram inffuéneia na formulagdo da Constituigdo Federal de 1988, em relagdo & Politica Nacional de Meio Ambiente, bem como da Resolugo do Conselho Nacional de Educasao, que incluiu a educagdo ambiental de modo interdisciplinar em todos os niveis de ensino em 1987, Influiu também na eriago do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) na mobitizagdo da opinido publica, que passou a legitimar as lutas ambientais. Essas ages intensificaram a implementagdo da politica ambiental e da Politica Nacional de Educagio Ambiental no Brasil, regulamentada em 2002, com reflexos em émbito estadual. Veja a unidade Politicas estruturantes de educagéo ambiental e 0 conceito de educagio ambiental da Politica Nacional de Educagao ‘Ambiental (PNEA). Nao vamos entrar no mérito das politicas, porque vor {rd se aprofundar nesse tema quando adentrar a unidade Politicas Fstruturantes de Educagao Ambiental no Brasil. Mas, a Cons- tituigdo de 1988 teve um efeito consideraivel para a educago ambiental, que de coadjuvan- Um othar sobre a Educagio Ambiental no Brasil te passa a ocupar o lugar de protagonista no ambientalismo brasileiro, mesmo que a énfase ainda fosse a de “conhecer para preservar” ‘Como ja conversamos no inicio desse texto, a partir de 1987, comega a fazer parte desse ‘campo 0 conccito de desenvolvimento sustentivel, Essa ideia origina-se do Relatério da Comissio Mundial sobre Meio Ambiente ¢ Desenvolvimento da ONU, publicado no Brasil com 0 titulo Nosso Futuro Comum, ¢ marca uma postura muito importante, por iniciar a resisténcia a um modelo de desenvolvimento centrado na economia e predatério da cultura da natureza, ‘Segundo a definigao do Relatério Brundtland, desenvolvimento sustentavel é “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das geragdes fuluras de ‘suprir suas proprias necessidades' ‘© que significa esse conceito para vocé? Faca uma enquete junto aos ‘seus alunos e as suas alunas sobre o que vem s suas cabegas quando pensam em desenvolvimento sustentavel. Figura 8. Cachoeira do Batatal, em Alfredo Chaves/ES Foto: Vor Noguvia Médule 2 Em pesquisa que realize! junto a um grupo de professoresias sobre ©. que pensam a respeito do desenvolvimento sustentével, a maioria sugere que 6 uma forma “racional” de utiizacao, 6 um "desenvolvimento ‘com reflexdo sobre a utlizagao sem destruigao”. Percebemos que so sentidos fortemente infiuenciados por uma racionalidade instrumental e econdmica, Esses repertérios reafirmam 0 grande impasse criado pela ogo de desenvolvimento sustentavel, ou seja, 0 termo vem sendo assimilado sem reflexao erica e voltado para a mesma lagica que domina o mercado (TRISTAO, 2004) Embora concordemos com a opiniso de virios autores de que esse & um conceito vago, impreciso e ambiguo, seu valor esta no fato de que as politicas governamentais comegaram 1 atentar sobre a necesséria articulago do desenvolvimento com o meio ambiente, Sem qualquer pretenso de superioridade em relagSo as outras dimensSes, a questo ambiental transforma-se em uma questio vital, porque esté inter-telacionada com todas as demais dimensdes, {Typ Se pensarmos 0 meio ambiente, a natureza, a sociedade e o ser humano ‘como sistemas complexos e abertos, eles estabelecem interagées entre (ZABTELS si por meio de trocas constantes com o mundo exterior. Como assim? EID) 2u° tipo de trocas? Consulte a unidade Fogo, no médulo 3. © socioambientalismo toma-se parte constitutiva de um universo cada vez mais amplo de organizagbes ndo-governamentais ¢ movimentos sociais e, obviamente, da educagio ambiental. Os grupos ambientalistas passam a exercer forte influéncia nos movimentos sociais, que comegam a incorporar a problematica ambiental como centro de suas lutas, sobretudo a partit dos anos 1990, Desde o inicio, os Féruns Socials Mundiais, hoje em sua 8° verséo, incorporaram o meio ambiente na sua agenda de reivindicagées, numa associagao entre justiga sociale justiga ambiental http:/Awww.carta-rasponsabilidades-humanas.netispip php?article&37 Os prinefpios da educagdo critica se difundem, na América Latina ¢ no Brasil, junto com 1 educagdo popular, especialmente por meio dos movimentos sociais, que ampliam a luta pela escola publica e as iniciativas voltadas & educagdo de jovens e adultos. Esses mo- vimentos da educago popular produziram transformasées institucionais ¢ campanhas ceducativas politicamente diferentes. Os ideais constitutives da educasio popular passam Um othar sobre a Educagio Ambiental no Brasil 4 exercer forte influéncia nas priticas da educagdo ambiental, ou seja, imprimem a esta os ideais democraticos ¢ emancipatérios do pensamento critico aplicado a educagdo. Essa pro- posta educativa vem marcando fortemente a identidade da educagdo ambiental brasileira @ & defendida por varios autores e autoras, como sendo uma educagdo ambiental critica e ‘emancipatéria, tendo como referéncia principal os principios da pedagogia libertadora de Paulo Freite (figura 9). ‘A pedagogia de Paulo Freire tem como prin- cipio bésico fortalecer aqueles sem podcr, por meio da transformagio socioambiental, ‘minimizando as desigualdades e as injustigas sociais e ambientais. Em sua pedagogia eriti- cca, Paulo Freire insistena educagiio como for- magi de sujeitos sociais emancipados, isto &, sujeitos de sua propria histéria de desenvolvi- ‘mento, religando o saberes do mundo a vida, ‘0s fazeres dos/as educandos/as para tomi- los/las leitores eriticas da sua realidade, ‘Serd que a educagao ambiental é um tema, um projeto ou uma atividade extracurricular? AEA6 uma dimenséo cessencial da educacao, integrada a todas as disciplinas do curriculo como um processo integrado do desenvolvimento humano. Se for considerado um tema, como tantos ‘outros, corremos 0 r'sco de reduzita, O meio ambiente & uma realidade vital como o conhecimento: saber é viver e viver é saber. Figura 9, Educador Paulo Freire ipods compara jo Essa proposta de educago ambiental rompe com a concepgio tecnicista, difusora e re- passadora de informagSes e de conhecimentos da educago ambiental comportamentalista © da educasao bancéria criticadas por Paulo Freire e que vacés devem conhecer bem. A ‘educagdo ambiental critica convoca os processos educativos a assumirem a mediagdo na cconstrugdio social de saberes implicados na vida dos sujeitos. No fim da década de 1980, a educagdo ambiental comegou a ser fortemente influenciada por essa tendéncia, trazendo ‘como sua especificidade, a de compreender as relagdes sociedade-natureza e de intervir nos problemas e conflites socioambientais. Médule 2 Essa prixis educativa, em que conscientizagdo é compreendida como reflexdo-ago, supera 08 ideais de conscientizagao ecolégica do ambientalismo dos anos 1970, em que priticas educativas eram instrumentos de suas agdes ~ a partir da ideia central de “conhecer para preservar” — e propde uma mudanga de valores e de atitudes na formagao dos sujeitos por meio do seu engajamento ativo na transformago socioambiental. Continuando na no linearidade do nosso tempo... Em 1989, seguindo a légica do enga- Jjamento ativo e participativo, realiza-se a I* Jomada de Educaso Ambiental, langada no Forum de EA que antecedeu a Conferéneia Rio'92. Os féruns ocorreram cm 1989 ¢ em 1992, em Sio Paulo, ¢ significaram os movimentos iniciais para a formagdo da Rede leira de Educagdo Ambiental (Rebea). Desempenharam também papel importantissimo na implementagdo das politicas pilblicas de educagdo ambiental no Brasil ¢ influenciaram na claboragdo do Tratado de Educagio Ambiental para Socicdades Sustentiveis ¢ Responsa- bilidade Global, produzido por 600 educadores ¢ educadoras ambientais de todo o mundo durante a Jomada Internacional de Educagao Ambiental, ocorrida no Férum Global de ONGs da Conferéncia Rio’92,. Teceremos mais comentarios sabre o Tratado e a formago social em redes no Tépico 3. Diante do que apreendeu até aqui 6 possivel arregagar as mangas © fazer unto aos seus alunos @ suas alunas um diagnéstico partcipativo, Dinémica: Monte um roteiro de observagao com sous alunos © suas alunas sobre os aspectos negativos (impactos e degradagao ambiental) € positivos (areas de preservacdo ambiental, patriménios historicos, culturais e imateriais) da escola/entomo ou do bairro. Esses aspectos podem também estar ligados qualidade do ensino, ao aspecto fisico da escola, relacionados ao convivio (relagdes interpessoais) ou aqueles ligados aos aspectos ambientais como: saneamento, arborizagio, tratamento e uso da Sgua e energia, entre outros que possa lembrar. Em um segundo momento, faga junto com os(as) alunos(as) a sistematizagao dos dados levantados, organizando-os por ternas. Em um terceiro momento, organize um encontro para a apresentagao da analise dos dados do diagnéstico, Se possivel, convide formadores de opinido do baitro ou cidade para participarem desse momento. A partir dai, montem um Jornal da escola, com as informag6es levantadas no diagnéstico. Visite o Jomal Boas Noticias (htlp:!fornalboasnoticias, blogspot.com), Habilidade trabathada: Reflexdo critica Pe eT ULL partir da Rio ‘92, a educagdo ambiental passa a ser abordada de uma forma mais logias uilizadas. Ainda podemos observar diferengas e até mesmo a intluéneia de uma educagao tradicional, em que o ensino se centra no professor, na eficécia e nos objetives da aprendizagem, com uma conceps2o de educagdo ambiental ligada somente 4 conservagio de ecossistemas naturais (conservacionista) ¢ que pretende uma mudanga de comportamento imediata dos aprendizes (comportamentalista), Mesmo assim, com a pulverizagao de priticas ede ages, a mobilizagao, a paticipagao, a sustentabilidade, 0 ato politico, a ideologia, a interdisciplinaridade ea transversalidade sio repert6rios que passam compor fortemente suas redes de sabres e de fazeres. ‘Como nao estamos relatando a histéria de modo linear, j6 na primeira parte deste tema ‘voc? leu a respeito da importincia da década de 1990, marcada por grandes eventos em 4que foram articulados meio ambiente, desenvolvimento & edueagio, Nessa dévada também foram criadas politicas importantes para a institucionalizagao da edueagao ambiental. Os Féruns de Educagio Ambiental intensificaram-se em 1992, 1994 e 1997, ¢ duas grandes conferéncias mundiais, a Rio'92 e a RiotS, ocorrida em Johanesburgo, na Atica do Sul, dderam imensa visibilidade ao termo desenvolvimento sustentivel que, a partir dat, ltera- Em 1994, o Ministério do Meio Ambiente claborou o Programa Nacional de Educago Ambiental (PRONEA) ¢ no fim da década foi promulgada a Lei n° 9,795, de 27 de abril de 1999, que instituiu a Politica Nacional de Educago Ambiental (PNEA), regulamentada em 2002. Maiores detalhes sobre essas politicas vocé estudaré na unidade Politicas Estrutu- rantes de Educagdo Ambiental, neste volume. ‘As deliberagdes da Rio ‘92 slo sustentadas em varios documentos, sendo a Agenda 2/ oficialmente um dos mais importantes do ponto de vista educativo. Vos ja ouviu falar na Agenda 217 Com certeza este documento foi bem mais divulgado que o Tratado de Edu- istentdveis Responsabilidade Global. A Agenda 21 reforga, em todos os seus 40 capitulos, a ideia de desenvolvimento sustentavel. O capitulo cagdo Ambiental para Sociedades 36, intitulade Fomento de educacdo, capacitagdo e conscientizagdo, concentra-se na ne+ ccessidade de uma conscientizagao publica ¢ propde a integragdo entre as diseiplinas. O que vocé pensa sobre este termo: conscientizagao publica? Mas 0 que é Agenda 217 Dooumento escrito por representantes da Cilpula da Terra reunidos durante a Conferéncia das Nagdes Unidas sobre Meio Ambiente © Desenvolvimento, Rio “82. No tem forga legal; é um protocolo Médule 2 de intengdes que estabelece um conjunto de normas para atingir 0 desenvolvimento sustentavel do ponto de vista social, econémico © ecolégico. E considerado um manual de referéncia para a, implementagao das politicas publicas, bem como para a adogao de decisdes pessoais para este século. Para conhecer o capitulo 36 da Agenda 21, que trata especificamente da educagao: http:/ww.mma.gov.brisitio/index.php?ido=conteudo.montagidEstrutura= Voc® ebservari que o texto deixa de mencionar a expressio “educagdio ambiental”, substi- twindo-a por “conscientizagio publica”, entendida como a modalidade dif sa ou informal dda educagio ambiental, Também utiliza o termo “educagdo para o futuro sustentivel”, ou “educagdo para o desenvolvimento sustenté Seria interessante que vocé debatesse so- bbre isso com seu grupo de cursistas. Em qual tendéncia de educago ambiental, dentre as que voe® estudou até aqui (tradicional, conservacionista e critica), vocé situaria 6 capitulo 36 da Agenda 21? Justifique sua opiniao, © Brasil foi um dos paises a assinar a Agenda 21 Planetéria. Como decorréncia, em 1997 criou a Comissio de Politicas de Desenvolvimento Sustentavel e da Agenda 21 Brasileira ‘com a finalidade de propor estratégias de desenvolvimento sustentavel e coordenar a elabo- ragdo e implementago da Agenda. Num pais de dimensées continentais com uma imensa diversidade cultural, econdmica, social e ambiental, as Agendas 21 locais‘municipais tém influenciado na elaboragdo de projetos com planejamento participative e desempenhado lum importante papel na difusio de praticas sustentaveis junto as populagSes regionais, representadas pelos municipios e suas comunidades, associagdes de moradores, empresas, escolas, ete Os desdobramentos da Agenda 2/ so, sem divida, significativos para a difusdo da susten- tabilidade como novo paradigma de desenvolvimento, Entio, quer dizer que ela pode ser ressignificada na sua abordagem tecnicista da EA e no seu conceito reducionista de desen- volvimento sustentivel... Essa é a nogdo que conjuga o tripé prudéncia ecoldgica, ficiéncia econdmica e justiga social, preconizado no Relatério Brundtland, mas nao foi considerado, de mancira equilibrada, nos processos de desenvolvimento que ainda priorizam a eficicia econdmica em detrimento das outras dimensds Seria interessante que voe8 organizasse uma Agenda 2] com sua escola, Pense numa agen- da, com metas e objetivos a serem atingidos por toda a comunidade escolar. Como fazer isso? A pattir das atividades realizadas nos Tépicos 1 © 2, voc® ja tem elementos suficientes para a elaboragao da Agenda 21 Escolar, que propoe: = diagnosticar coletivamente os problemas ambientais no cotidiano e sua relagdo com as atividades humanas e com a qualidade de vida; - um processo de construgao coletiva; = uma metodologia baseada na participagao da comunidade, no dislogo, na troca de experiéncias, na reflexao e analise critica das quesiées socloambientais, culturals, econdmicas e educacio = um exercicio de buscar, conjuntamente, solugées para os problemas socloambientais da escola e de seu entorno, incorporando 0 concelto de sustentabilidade. ‘Ainda que menos divulgado nas escolas e nas comunidades em geral, paralelo ao evento oficial, durante a Rio “92, reuniu-se © Férum Global de ONGs © Movimentos Socials Foram aprovados nesse férum varios documentos programiticos altematives, dentre os quais 0 Tratado de Educagdo Ambiental para Sociedades Sustentiveis e Responsabilidade Global, que reafirma 0 cariter politico da educagdo ambiental, como jé mencionamos no ‘Tépico 1. Voe® j tinha ouvido falar desse tratado? Esse documento tem uma proposta diferente da Agenda 21, pois reafrma e imprime 0 v for da sustentabitidade & educago ambiental, Como falamos brevemente,trata-se de uma proposta que resulta da Jomada Internacional de Educago Ambiental, que culmina no Forum Global de Organizagdes Néo-Governamentais, evento paralelo a Conferéncia de Cipula. Mas quais 0s efeitos disso para a educagio ambiental? (0 item 14 do seu Plano de Apdo tem a soguinte proposta: Mas, afinal, o que sao redes? ‘A globalizago é um fendmeno que abarca aspectos econdmicos, politicos e culturais com diferentes tendéncias tedricas e por isso adquire diversos contomos. O processo de global Médule 2 ‘zasiio em curso 6 facilitado pelas novas tecnologias da informagio e da comunicaso, que conformam redes de comunicasiio entre diferentes pontos do mundo. Hoje, sem sairmos de casa, podemos nos comunicar com pessoas do mundo inteiro pela internet. Os processos de globalizago fazem novas combinasiies de espaso-tempo, integram ¢ co- nectam comunidades, pessoas e organizagdes numa escala que atravessa fronteiras nacio- nais, tomando o planeta mais conectado em realidades e em experiéneias. Tal forma de organizagdo obedece a padrées encontrados também nos sistemas vivos — em organismos, partes de organismos ou comunidades de organismos. Podemos observar que ‘0s componentes do meio natural esto organizados e interconectados em forma de redes, criando um sentido de intersrelagdo e interdependéncia. O todo se expressa como a “teia da vida”: do todo. ida fator, cada fen6meno, cada ser vive individual contribui para o funcionamento ‘No caso das redes sociais, estas sfo uma forma de organizaydo democratica, constituida de clementos autGnomos, interligados de maneira horizontal e que cooperam entre si. Ou seja, so espagos coletivos dindmicos e auto-organizados, que constituem uma ampla matha de comunicago. Cada membro da rede possui responsabilidade na circulagao de informa- sg8es aos parceiros conectados na rede e para fora dela, Qualquer educador/a ambiental, professor/a, insttuigdo pode integrar-se a uma rede de educagdo ambiental ¢ assumir 0 compromisso de multilideranca e participago, uma vex. que a rede tem por missdo inau- gurar uma nova cultura organizacional, horizontal e auténoma, e nao-hierarquica (Série Documentos Técnicos, n° 3, Brasilia, 2003), Como seria essa forma nao hierrquica de se organizar? Embora seja muito dificil repre- sentar a morfologia de uma rede, fica bem mais facil compreender esse tipo de organizagio quando a visualizamos. © livro Redes: uma introducdo ds dindmicas da conectividade e dda ato-organizacao, organizado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWE) e dispo- nivel em varias redes de educago ambiental, tenta fazer isso ao representar as diferengas centre uma organizasao hierérquica ou piramidal © uma n hierarquica Imagem do livra: Redes - uma introdugao 4s dindmicas da conectividado e da auto- organizagdo (WWF-Brasi) http:/wmw.wwf.org.brinatureza_brasileiral meio_ambiente_brasil/educacaoleducacao_ pub/?3960. Um othar sobre a Educagio Ambiental no Brasil A representagdo grifica mostra caracteristicas ¢ diferenciagdes entre o organograma pira- ‘idal ¢ o formato das redes. O primeiro reflete a organizagiio da maioria das nossas institui- ‘0s, que funciona por meio de hierarquias no exercicio do comando. Na organizagaio em redes, a0 contrério, cada ponto representa uma lideranga significativa para a manutengo, 0 funcionamento ¢ 0 acionamento da rede. Ou seja, as liderangas ¢ as ages sio descentrali- zadas, mantendo conectividade entre si. Figura 10. Manguezal da Ilha de Vitoria/ES Foto: Wor Nogueira Nenhuma rede & maior do que 0 mar Nem quando uttrapassa o tamanho da terra Nem quando ela erra Nem quando ela envolve todo o planeta Explode e devolve pro seu olhar tanto de tudo que eu t6 pra te dar Se a rede 6 maior do que meu amor Nao tem quem me prove AAs vezes eu penso que sai dos teus alhos 0 feixe De ralo que controla a onda cerebral do peixe E eu caio na rede, Nao tem quem nao caia ‘Sea rede & maior do que meu amor Nao tem quem me prove Lenine @ Lula Queiroga Médule 2 ‘Nos anos posteriores ao langamento do Tratado, os principios e as ages propostas viraram “bandeiras de luta”, para justificar e argumentar a implementago da educagdo ambiental, bem como para promover a organizagio social em redes, de onde surge a Rebea. OIL Férum, realizado em 1994, em So Paulo, reforgou o compromisso dos‘as educadores! as em tomo da Rebea, a articulagio & a comunicagio posteriores consolidaram a Rede. A partir do III Férum, eresceu a demanda de educadoresias de todo o pals por eventos na érea a Rebea assumiu a realizagio dos Féruns de EA, que passaram a ter caréter nacional, ‘ARede Brasileira de Educagao Ambiental (Rebea) 6 uma das mais antigas existentes no Brasil, Foi langada, no clima que antecedeu a Rio ‘92, durante o II Férum de EA, em 1992, » adotou como carta de principios 0 Tratado. A Rebea tem tentado estabelecer um deseno organizacional horizontal e passou por iniimeras fases de configuragao © reconfiguraco, num movimento de ordem @ desordem no seu processo de organizacéo, funcionamento e sustentagso (veja wwwrebea.org.br). Hoje, 6 uma rede de redes, ou seja, alimenta-se a partir das articulagdes das redes regionais, estaduais e tematicas de EA. As redes comunicam- se, basicamento, por melo de listas de discuss na Intemet, mas os encontros presenciais adquirem grande importancia, Gaia na rede. Seria interessante que vocé investigasse a formagao de redes de educagéo ambiental em seu estado, na sua cidade... O que esto fazendo? Quais as contribuigées para a educagao ambiental?” Em 1997, realiza-se o IV Férum, em Guarapari, no Espirito Santo. A realizagio desse F6- rum foi alimentada com a mobilizagdo dos pré-fruns regionais, expandindo e tecendo a ‘malha da Rebea em todo o pais e estimulando a formago de redes regionais e locais Nesse mesmo ano, como voe8 deve saber, 0 MEC langou os PCN que sugerem a trans- versalidade da educagdo ambiental em conjunto com os outros temas: ética, pluralidade cultura, saiide e orientago sexual; ou seja, esses temas atravessam todas as disciplinas do incias ético-humanistas, que aparecem como transversais na proposta curricular, constituiu uma novidade. Os PCN sofreram muitas eriticas dos estudiosos de curriculo das Universidades brasileiras, dos movimentos sociais em defesa da escola pablica © de outros féruns, que nao foram consultados, nem partciparam de um debate mais amplo de sua elaboragao, Hoje o que a educagso Um othar sobre a Educagio Ambiental no Brasil ambiental propée, além de aprender mais coisas, é pensar de outra maneira, vocé nao acha? Sem perder o valor, devemos analisar criticamente a proposta e ampliar o debate de seu ambiental abrange tanto a dimen- ccontetido entre professores/as. Por qué? Bem, a educagé sto Gtica como a dimenso da pluralidade cultural, A pluralidade cultural, que se aproxima da ideia de diversidade cultural, constitui prine(pio fundamental da educagdo ambiental, ‘Aliés, emerge como uma necessidade dessa demanda de diversidade biolégica, cultural ¢ social, Nesse caso, os PCNs se aproximam bem mais da nosdo de interdisciplinaridade do que de transversalidade, A transversalidade é uma nova concepgao de curriculo, relacionada com a légica de pensar e agir de acordo com uma racionalidade mais aberta, ‘em que as disciplinas ndo possuem fronteiras estabelecidas e dialogam ‘© tempo todo entre si. Ainda nos PCN, os contetidos das disciplinas so bem rigidos @ nao interagem. politica para sua organizagdo, Mas, em novembro de 2004, o Férum foi realizado na cidade de Goidnia, Entre 0 IV ¢ 0 V Forum, a Rebea contou com certa dficuldade de articula ois, com a participasio de quase quatro mil educadores/as, representatives de todo 0 possivel entender a importancia do engajamento ¢ da militancia nas ages © pais. Por ai, politicas da educagdo ambiental Outro documento importante é a Carta da Terra. Trata-se de uma declaragio planetiria de principios fundamentais para a construgio de uma sociedade global no seja justa, sustentivel e pacifica. O documento procura inspirar em todos os povos um novo sentido de interdependéncia global e de responsabilidade compartilhada pelo bem-estar da seul XT, que familia humana e do mundo em geral. ‘A redagao da C aberto e participativo, jamais realizado em relago a um documento internacional, do qual ta da Terra esté sendo elaborada por meio de um processo de consulta participam milhares de pessoas ¢ centenas de organizagdes de todas as regides do mun- do, de diferentes culturas e de diversos setores da sociedade, (http:/wwwreviverde.org,br/ CARTAdaTERRA pai), ‘Como surgiu a Carta da Terra? Em 1987, a Comissio Mundial das Nagdes Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento fez um chamado para a eriago de uma nova carta que cestabelecesse os prineipios fundamentais para o desenvolvimento sustentavel. A redago da Carta da Terra fez parte dos assuntos nio concluides da rcunido oficial do Rio, aprovada Médule 2 pelo Férum de ONGs. Em 1997, formou-se a Comissio da Carta da Terra para supervisio- nar o projeto ¢ estabeleceu-se a Secretaria da Carta da Terra no Conselho da Terra, na Costa Rica, No Brasil, o Instituto Paulo Freire integra a Comissdo da Carta da Terra, ‘Assista aos clips da Carta da Terra: http:/www.youtube.comiwatch?v=GaWqaghrs © da Carta das Responsabilidades Humanas: http:finterconexao wordpress. com/2008/06/28Ivideo-a-carta-das- responsabilidades-humanas/ ‘Sugestdo de atividade: Convido vocs a participar da 2* Jomada Internacional de Educagao Ambiental. Assista ao clip do Tratado e tente revisitéo: 1, Promova junto com os(as) estudantes um dialogo sobre os Principios. € Valores do Tratado e sua pertinéncia frente as grandes questoes ambientais da atualidade. 2. Partie iniciativas, préticas metodologias que promovam a sustentabilidade, dando visibildade s conexées entre as ages locais © as mudangas globais, a partir da educagao ambiental, 3, Sistematize experiéncias relevantes que se reconhecem nos principios fe valores expressos no Tratado. 4. Atualize o Plano de Agao do Tralado e constitua uma instancia permanente de acompanhamento deste, am ambito internacional hitp:/tratadodeeducacaoambiental.netindex.php?menu=home

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