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:: Entendendo os ditos populares ::


Categoria: Outras histórias

Autor(a): Flávio Rocha | história publicada em 18/10/2007

Li um dia desses um artigo explicativo de diversos ditos populares, que muitas vezes usamos, sem
sabermos de onde se originaram. Achei então interessante repassar, para conhecimento de quem não
os tem:

"FEITO NAS COXAS"


As primeiras telhas dos telhados nas casas aqui no Brasil eram feitas de argila, que eram moldadas nas
coxas dos escravos que vieram da África. Como os escravos variavam de tamanho e porte físico, as
telhas ficavam todas desiguais devido aos diferentes tipos de coxas. Daí então a expressão “feito nas
coxas”, ou seja, de qualquer jeito...

"VOTO DE MINERVA"
Orestes, filho de Clitemnestra (?) foi acusado pelo assassinato de sua mãe... No julgamento, houve
empate entre os jurados... Coube então à Deusa Minerva, o voto decisivo que foi a favor do réu. Daí
então a expressão “voto de minerva”, o voto decisivo.

"CASA DA MÃE JOANA"


Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade de D.Pedro II, os homens que
realmente mandavam no país, costumavam se encontrar em um prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja
proprietária chamava-se Joana (assim como, mais atual, a casa da ENY, da cidade de Bauru). Como
estes homens mandavam e desmandavam no país, a frase “casa da mãe Joana”, ficou conhecida como
sinônimo de lugar onde ninguém manda (qualquer casualidade NÃO é mera coincidência...).

"CONTO DO VIGÁRIO"
Duas igrejas de Ouro Preto (MG) receberam uma imagem de Santa, como presente... Para decidir qual
das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro.
O negócio era o seguinte: colocariam o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que
caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede, ficaria com a Santa... E foi o que aconteceu, só
que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro para se dirigir à sua
paróquia... Assim, o “conto do vigário” passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.

"FICAR A VER NAVIOS"


Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi
encontrado... Por este motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do Monarca. Era
comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo Rei... Como ele
não voltava, o povo ficava “a ver navios”... Ou seja, o que esperavam nunca se concretizava.

"NÃO ENTENDO PATAVINA"


Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade em entender o que falavam os frades italianos
patavinos, originários de Pádua ou Padova. Sendo assim, “não entender patavina” significa não
entender nada.

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"DOURAR A PÍLULA"
Antigamente as farmácias, embrulhavam as pílulas em papel dourado para melhorar o aspecto do
remedinho amargo. Portanto a expressão “dourar a pílula” significa melhorar a aparência de algo...

"SEM EIRA NEM BEIRA"


Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que davam "status", ao dono do imóvel...
Possuir eira e beira nos telhados era sinal de riqueza e cultura... Não ter “eira nem beira” significava que
a pessoa era pobre e inculta...

"O CANTO DO CISNE"


Dizia-se que o cisne, emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. A expressão “canto do cisne”
representa então as últimas realizações de alguém antes de morrer...

ALGUMAS VERSÕES DE DITOS POPULARES:

“Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão...”


“Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão...”

“Corro de burro, quando foge...”


“Cor de burro quando foge...”

“Quem tem boca, vaia Roma...”


“Quem tem boca, vai a Roma...”

“É a cara do pai, em carrara, esculpido”


“É a cara do pai, escarrado e cuspido”

“Quem não tem cão, caça como gato...” (ou seja, sozinho)
“Quem não tem cão, caça com gato...”

e-mail do autor: flaviojrocha@bol.com.br

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:: COMENTÁRIOS ::

No tempo da zagaia.É uma istória no tempo dos Tropeiros. Que numa pousada entre S.Paulo e M.G. Que
para roubar roubar os viajantes ele armava em cima das camas uma facas presas a madeira que deram o
nome de zagaia que ficavam escondidas em um açalpão que enquanto dormiam eram assassinados e o
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proprietário ficava com o dinheiro e os animais das vítimas.

[ Enviado em 20/1/2010 por JOAQUIM FERREIRA ROC HA ]

muito interessante, para não cairmos na ignorância a partir das coisas simples. muito bom.

[ Enviado em 14/2/2009 por joelma palma de carvalho ]

de baixo da pia tem um pinto em quanto o pinto pia a pia pingua rsrsrsrsr adoro ditados populares!!!
bjo0o0o0o0s para tod's

[ Enviado em 27/8/2008 por shirlley leal silva ]

ed+

[ Enviado em 20/8/2008 por Paulo ]

Gostaria de saber a origem das expressões: "perdi o fim ou fio da miada (algo assim) e "isso é do tempo do
zagaia" (coisa muito antiga). Obrigado e forte abraço Paulo

[ Enviado em 2/8/2008 por Paulo ]

Amei, mas ta faltando o tempo do onça e o timtim por timtim

[ Enviado em 29/2/2008 por Julia ]

Mais uma pra você adicionar. Estava hoje na fila do supermercado quando esta parou. Passei para outra e o
caixa também parou a fila para trocar a fita da máquina. Então a sra que estava à minha frente disse:" Tudo
por causa daquela nobre da Lady Murphi, a fila do vizinho anda mais depressa"

[ Enviado em 6/11/2007 por mirça bludeni de pinho ]

Conheci o site hoje, e achei muito interessante. Espero anciosamente mais noticias suas e muito mais
histórias.

[ Enviado em 28/10/2007 por Rosangela Santos Pereira ]

Flávio : Muito interessantes seus informes, só não concordo com a origem da expressão "conto do vigário" .
. .Na verdade é uma piada inventada por anticlericais . . . eu presumo. EMP

[ Enviado em 26/10/2007 por expedito marques pereira ]

ALÔ FLÁVIO, VOCÊ ANDAVA SUMIDO DO SITE, BOM RETORNO E OBRIGADO POR PERMITIR QUE EU
ADICIONE MAIS ALGUNS "DITOS POPULARES" NO MEU ACÊRVO, UMA PERGUNTA AO ANTONIO: GOSTARIA
DE SABER ONDE FICA O CAFÉ DO EDUARDO E EM QUE SHOPPING ESTÁ SITUADO, ABRAÇOS, LEONELLO.-

[ Enviado em 26/10/2007 por LEONELLO TESSER (NELINHO) ]

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E hoje os ditos, se é que assim se pode chamar são "CULT" de FAVELA e miséria. Vocabulário de malandro e
vagabundo, preferivelmente com erros grosseiros de linguagem. Queda livre ! Regredimos uns 99,1%. mas
ainda temos uns 0,9% para recuperação do nosso passado!

[ Enviado em 25/10/2007 por Mauro Souza ]

Pois é Nelson, como D.Sebastião (rei de Portugal) faleceu naquela batalha, em 1578 e a sua versão lida, data
de 1497, fica valendo a sua... quanto a da origem do "AMIGO DA ONÇA" eu tambem lí que o genial
PERICLES, quando criou seu quadro na década de 40 no "O CRUZEIRO", tirou o "NOME" (que me parece,
originou o dito popular)de uma piada que ouvira, que: dois caçadores amigos, quando estavam em plena
selva, pergunta um ao outro: E SE APARECESSE UMA ONÇA AGORA, O QUE VOCÊ FARIA?? resposta: EU
DAVA UM TIRO NELA... - E SE VOCÊ ESTIVESSE SEM ARMA ??? resposta: EU USAVA O FACÃO...- E SE
VOCÊ NÃO TIVESSE O FACÃO ??? resposta: EU SUBIRIA EM UMA ARVORE... - E SE NÃO TIVESSE ARVORE
??? resposta: EU CORRERIA... - E SE VOCÊ ESTIVESSE PARALISADO DE MÊDO ???resposta: PÔ, VOCÊ É
MEU AMIGO OU "AMIGO DA ONÇA" ??? Portanto na dúvida das datas sobre as versões e como esta não
muda o artigo, fico com ela e como não coleciono ditos populares, somente as leio, agradeço. Abraços -
Flavio

[ Enviado em 22/10/2007 por Flavio Rocha ]

São expressões caro Flávio que consagram os ditos e dizeres de alguém trazidos para o linguajar popular. A
gente os utiliza para clarear ou sintetizar uma determinada ação que queremos provocar. Desses ai que você
citou nos apropriamos para por fim a qualquer discussão. Por exemplo: Tá pensando que aqui é a casa da
Mãe Joana? O cara sai de "fininho" por descobrir que "pisou na bola" e trata de "cair fora", zarpar ou "Ir pro
brejo"! Valeu.

[ Enviado em 22/10/2007 por C lésio de Luca ]

Flavio, Faz pouquíssimo tempo, li uma outra explicação para "Ficar a ver navios". Em 1497, Dom Manuel, o
Venturoso, rei de Portugal, queria casar-se com a filha dos reis católicos espanhóis Fernando e Isabel. O
portugUês tinha medo de a Espanha invadir seu reino e, pois, casando-se com a infanta, teria a questão
resolvida. Os reis católicos odiavam os judeus e todos tinham sido expulsos em 1492. Portugal tinha muitos
judeus, imprescindíveis à sua economia, à sua cultura, aos seus negócios. Ante a exigência dos pais de sua
pretendida, de não permitir judeus em seu reino, Dom Manuel usou um estratagema: Convocou todos os
judeus do reino para reunirem-se no porto, sob a promessa de embarcá-los para a Terra Prometida. Em
paralelo, o rei ordenou que centenas de padres, cada um deles "armado" com garrafas de água benta,
fossem ao local e batizassem todos os judeus "na marra". E assim foi, e Dom Manuel atendeu a exigência da
Espanha. Os barcos que iriam para a Terra Santa não existiam e os judeus "ficaram a ver navios". Outra,
para a sua coleção: Um chefe de polícia no Rio de Janeiro, conhecido por sua brutalidade e pela "proteção"
que dava aos amigos, era popularmente conhecido pelo apelido "Onça". Assim, quando alguém se indispunha
com alguém que era da "Tchurma" do chefe de polícia, era de pronto alertado: "Cuidado! Ele é amigo do
Onça". A expressão, não sei qual o motivo, mudou para "Amigo da Onça".

[ Enviado em 19/10/2007 por Nelson C oslovsky ]

Caro Flavio, ler as histórias deste site tambem é cultura. Sempre achei que "Feito nas coxas" queria dizer
outra coisa...

[ Enviado em 18/10/2007 por Heitor Felippe ]

Flávio: há poucos dias estive tomando um café no quiosque do Eduardo no shopping, comentei com ele que
voce andava sumido aqui do site e hoje fiquei contente ao ver que você voltou. Um abraço

[ Enviado em 18/10/2007 por Antonio Souto ]

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Grande artigo, Flávio ! E não se esqueça duma usada num artigo que escrevi, no site: -bota uma meia -sola
! Um abraço.

[ Enviado em 18/10/2007 por Luiz S.Saidenberg ]

Rí bastante porque nunca tinha ouvido "É a cara do pai...",mas sim "cara de um, focinho do outro", ou não
querem dizer a mesma coisa? Para mim, meias palavras não bastam.

[ Enviado em 18/10/2007 por Mirça ]

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