Você está na página 1de 38

CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Introdução aos Objetos de Aprendizagem

Capítulo 1: Introdução aos Objetos de Aprendizagem

Autoria: Juliana Cristina Braga; Lilian Menezes.

Baseados no paradigma da programação orientada a objetos da Ciência da


Computação, os objetos de aprendizagem podem ser vistos como componentes ou
unidades, catalogados e disponibilizados em repositórios na Internet. Podem ser utilizados
em diversos contextos de aprendizagem, de acordo com o projeto instrucional. Wiley (2002)
define Objeto de Aprendizagem como "Qualquer recurso digital que possa ser reutilizado
para apoiar a aprendizagem".

Quando bem utilizados, os OAs (Objetos de Aprendizagem) podem ser grandes


aliados do processo educativo. É necessário, para isto, que o professor tenha clareza dos
objetivos que deseja alcançar, pesquisando, selecionando e definindo boas estratégias de
utilização dos OAs em suas aulas.

Tipos de OAs

Há diversos tipos OAs, em diferentes formatos, como imagens, vídeos, softwares,


simulações, dentre outros. Veja alguns exemplos de OAs na Tabela 1.

Tabela 1. Exemplos de Objetos de Aprendizagem.

Tipo de OA Exemplo

Animais e Ambiente

Vídeo Apresenta a diversidade de seres vivos e diferentes


ambientes para que o aluno entenda a relação existente
entre as características de várias espécies de animais e o
meio em que vivem. Possui tradução em libras.

http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/21217
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Erupção do vulcão Tungurahua no Equador

Sucessão de 4 imagens, cujo objetivo é apresentar aos


alunos as alterações em uma nuvem vulcânica de enxofre
Imagem
em um período de 4 dias.

http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/19341

Simulação Análise Integral de Riemann

Animação em flash que tem como objetivo compreender o


cálculo de áreas, utilizando o conceito da integral de
Riemann.

http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/17431

3D-XplorMath-J

Permite a visualização de curvas, superfícies, fractais,


dentre outros, possibilitando que os alunos tenham uma
Software Educacional
visão concreta das equações.

http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/14475

Fichamento: quando utilizar e como elaborar

Tem como objetivo dar referências para a elaboração e


utilização de fichamentos, apresentando sua definição,
Hipertexto
características e função.

http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/16230

Interação e concepção de um OA

Um OA é tanto mais interativo quanto maior a capacidade de intervenção do aluno


no conteúdo ensinado por esse OA. Um OA com alta interatividade possibilita a ação do
aluno e o estabelecimento de uma relação de reciprocidade. Ou seja, quanto mais o OA
permite que o aluno se aproprie de informações, reflita e seja ativo em seu processo de
aprendizagem, mais interativo ele é.

É o caso da simulação abaixo, denominada “Balanceando a Equação”, onde o aluno


realizará balanceamentos de equações químicas:
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
http://www.labvirtq.fe.usp.br/applet.asp?time=23:44:29&lom=10861. Observe que nesta
simulação, o aluno recebe informações que o ajudará a resolver os problemas, bem como
recebe um feedback de suas respostas. Trata-se de um OA interativo, que dialoga com o
aluno e propõe alguns desafios.

Outro exemplo interessante é o “IGeom – Geometria Interativa na Internet”:


http://www.matematica.br/igeom/manual/pt/index.html?lang=br. Trata-se de um software
gratuito, que permite ao aluno criar e interagir com construções geométricas. Ele dispõe de
diversos recursos e funções, permitindo a realização de uma série de atividades, inclusive
de avaliações.

Mas, em sua concepção e desenvolvimento e também na sua escolha e utilização,


quais são os fatores determinantes da opção por um OA mais ou menos interativo? Um
deles é a nossa concepção epistemológica de aprendizagem. Por exemplo, se acreditamos
que determinado conhecimento deve ser transmitido aos alunos predominantemente por
meio de memorização, que características buscaremos em um Objeto de Aprendizagem? É
exatamente o caso de alunos de medicina que necessitam saber o nome de todos os ossos
do corpo humano ou de crianças que precisam aprender tabuada. Certamente buscaríamos
OAs que transmitam informações a serem memorizadas e/ou OAs que apresentarão
perguntas para respostas diretas e objetivas, sem possibilitar muita reflexão.

Caso nossa concepção se baseie no aprendizado por meio de situações problemas,


colocando em jogo o conhecimento que já possui, buscando novas informações e tendo
papel ativo, pensaremos em OAs que, de alguma maneira, promovam a reflexão do aluno,
por meio de desafios e problemas a resolver.

Repositórios de OAs

Repositórios são bancos de dados que armazenam, organizam, catalogam e


disponibilizam os objetos de aprendizagem. A exploração de Repositórios de Objetos de
Aprendizagem é fundamental, pois, por meio desta exploração, você observará as
características de cada um deles, as facilidades ou dificuldades na localização e uso dos
objetos, dentre outras coisas. Há inúmeros repositórios de objetos de aprendizagem. Segue
abaixo uma pequena relação, com alguns dos mais conhecidos no Brasil.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Exemplos de Repositórios

Banco Internacional de Objetos Educacionais

http://objetoseducacionais2.mec.gov.br

Lançado em 2008 pelo MEC, o Banco Internacional de Objetos Educacionais


disponibiliza vídeos, animações, jogos, textos, imagens, áudios e softwares educacionais,
para todos os níveis de ensino, do fundamental ao superior, produzidos não apenas no
Brasil, mas em outros países como Argentina, Canadá, China, Alemanha, França, Itália,
Holanda, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos. São disponibilizados objetos das
diversas áreas do conhecimento. O acesso é livre e não há necessidade de cadastro.

RIVED – Rede Interativa Virtual de Educ

http://rived.mec.gov.br/

O RIVED é um programa da Secretaria de Educação a Distância – SEED – do MEC


e seu objetivo é a produção e disponibilização de OAs. O programa teve início em 1999 e
envolveu universidades federais no processo de produção de OAs. Disponibiliza animações
e simulações produzidas no Brasil, das diversas áreas do conhecimento. O acesso é livre e
não há necessidade de cadastro.

CESTA – Coletânea de Entidades de Suporte ao Uso da Tecnologia na


Aprendizagem

http://www.cinted.ufrgs.br/CESTA/cestadescr.html

Desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o projeto CESTA –


Coletânea de Entidades de Suporte ao uso de Tecnologia na Aprendizagem tem como
objetivo a organização e o registro dos OAs produzidos na própria universidade.
Disponibiliza vídeos, simulações, softwares, dentre outros, nas diversas áreas do
conhecimento. O acesso é livre e não há necessidade de cadastro.

Laboratório Virtual da USP (exclusivo para as áreasde Química e Física)

http://www.labvirt.fe.usp.br/
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
O Laboratório Virtual da USP, coordenado pela Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo, disponibiliza simulações, links para sites e exemplos de
projetos, nas áreas de Física e Química. O acesso é livre e não há necessidade de
cadastro.

Casa das Ciências

http://www.casadasciencias.org

Mantido pela Fundação Calouste Gulberkian, de Portugal, disponibiliza OAs de


Ciências produzidos no país. O acesso é gratuito, sendo necessário apenas um cadastro.

Wisc-Online

www.wisconline.com

O Wisconline é uma biblioteca digital de Objetos de Aprendizagem, produzidos por


docentes e técnicos do Wisconsin Technical College System, dos Estados Unidos.
Disponibiliza OAs nas diversas áreas do conhecimento, na língua inglesa. O acesso é livre,
sendo necessário apenas um cadastro.

Características de um Repositório

Nos respositórios, ocorrem o armazenamento, a organização, a catalogação e a


disponibilização dos OAs, segundo padrões de classificação dos metadados. Os metadados
– dados sobre dados – podem ser entendidos como as informações básicas do Objeto de
Aprendizagem, que facilitam sua organização e localização. É importante que um repositório
de OAs ofereça segurança no armazenamento e ao mesmo tempo facilidade no uso.

Em geral, os repositórios possuem sistema de busca, onde são solicitados dados


como nível de ensino, área ou disciplina, tipo de recurso (texto, vídeo, software etc) e
palavra-chave. Alguns repositórios permitem acesso livre, sem necessidade de cadastro.
Outros apresentam algumas condições de uso. Em alguns, é solicitado um cadastro prévio e
a definição de um login e senha pelo próprio usuário. Em outros, também é solicitado um
cadastro que é analisado e o usuário recebe uma senha de acesso após aprovação do
mesmo. Uma grande parte dos repositórios permite o acesso gratuito, mas há os que
cobram uma taxa para permitir o acesso e a utilização dos OAs. Ao explorá-los, você
observará diferenças em relação às facilidades de uso, acesso e localização dos OAs, bem
como na clareza da descrição dos metadados e qualidade dos Objetos.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Referências Bibliográficas

GAMA, Carmen Lucia Graboski. Métodos de construção de objetos de aprendizagem com


aplicação em métodos numéricos. Disponível em: www.ppgmne.ufpr.br/arquivos/teses/9.pdf
. Acesso em 1308/2012

WILEY, David A. Connecting learning objects to instrucional design theory: A definition, a


metaphor, and a taxonomy. The instrucional use of learning objects. Disponível em:
http://wesrac.usc.edu/wired/bldg-7_file/wiley.pdf.

SILVA, Robson Santos Silva. Objetos de aprendizagem para educação a distância:


Fundamentos. Objetos de aprendizagem para educação a distância, 2011. Disponível em:
http://www.novateceditora.com.br/livros/objeto_ap. Acesso em 25/04/2012.

MIRANDA, Raquel Mello. GROA: um gerenciador de repositórios de objetos de


aprendizagem. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/4120. Acesso em
13/03/2012.

Repositórios de Objetos de Aprendizagem. Disponível em:


http://webeduc.mec.gov.br/linuxeducacional/curso_le/modulo4_4_2.html. Acesso em
25/04/2012.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Capítulo 2: Fundamentos dos Objetos de Aprendizagem

Autoria: Juliana Cristina Braga; Lílian Menezes.

O que são Objetos?

O conceito de objetos é proveniente de uma linha de pesquisa da Ciência da


Computação denominada de Análise Orientada a Objetos (AOO). Apesar de ser uma linha
computacional, ela possui bases conceituais e origem no campo de estudo da cognição.
Segundo Martin e Odell (Martin e Odell, 1992) a AOO não é uma abordagem que modela a
realidade, ao contrário, ela modela a maneira pela qual as pessoas entendem e processam
a realidade – por meio dos conceitos que adquirem.

1. Conceito: para a AOO, um conhecimento é obtido através de um conjunto de


conceitos. Cada conceito é uma ideia ou um entendimento particular que o ser humano tem
do seu mundo. Sabe-se que alguém possui um conceito quando ele pode aplicá-lo com
sucesso às coisas que o rodeiam.

2. Objeto: a palavra objeto é usada pelos profissionais de Orientação a Objetos de


várias maneiras. De acordo com Martin e Odell (1992): “um objeto é algo pelo qual um
conceito se aplica. Dessa forma, qualquer coisa que se possa referir, descrever, discutir ou
experimentar é um objeto (deste que exista um conceito que se aplica a ele)”.

3. Classe: enquanto os objetos são instâncias individuais, independentes, uma


classe é uma coleção particular ou conjunto de objetos queum conceito se aplica.

4. Atributos: são as informações que distinguem um objeto dentro de uma classe.

5. Métodos: são as informações dinâmicas ou comportamentais de um objeto. Essas


informações podem ser, por exemplo, procedimentos e processos.

De uma maneira simples, podemos dizer que os objetos podem compartilhar suas
estruturas, ou seja, se tivermos dois objetos semelhantes, os métodos comuns aos dois
serão escritos apenas uma vez. Isto é possível graças à definição de classes, que torna
possível organizar a estrutura e o comportamento comum a um grupo de objetos. Por
exemplo: gato e cobra são objetos que possuem características específicas, mas também
possuem características comuns entre eles, podem ser inseridos numa classe denominada
animais.

A AOO possibilita que objetos criados sejam reutilizados na produção de novos


objetos, facilitando a produção de objetos de aprendizagem por meio do reuso dos
componentes já existentes em outros objetos. A possibilidade do reuso, presente na Análise
Orientada a Objetos, é uma das características marcantes dos Objetos de Aprendizagem.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Para explicar o conceito de Objetos de Aprendizagem, Hodgins apresentou a
Metáfora do Lego. Nesta analogia, os OAs são comparados às peças do brinquedo infantil
conhecido como Lego, em que pequenos blocos encaixáveis unidos a outros blocos,
formando outras estruturas, podendo ser reusados em outras combinações. Assim, por
exemplo, blocos encaixados que formam uma torre, podem ser separados e, unidos a
outros, podem montar uma casa.

Wiley (2002) aponta limitações na metáfora do Lego. Segundo ele, esta metáfora
consegue explicar de maneira simples a ideia de que os Objetos de Aprendizagem são
“pedaços de instrução” que podem ser empilhados a outros, formando uma estrutura maior,
podendo ser reusados em outras estruturas. No entanto, esta ideia é limitada, pois há
propriedades inerentes aos blocos de encaixe que não podem ser relacionadas aos Objetos
de Aprendizagem:

- Qualquer bloco de Lego é combinável com qualquer outro bloco de Lego.

- Os blocos de Lego podem ser unidos da maneira que você escolher.

- Os blocos de Lego são divertidos e simples.

Se estas propriedades forem atribuídas aos Objetos de Aprendizagem, o potencial


instrutivo presente neles será extremamente reduzido. Assim como os blocos de Lego, os
OAs são reusáveis, mas a combinação comoutros OAs não é automática nem simples.

Com a intenção de demonstrar as propriedades dos Objetos de Aprendizagem de


maneira simples, Wiley propõe outra metáfora, desta vez utilizando o átomo. Um átomo,
assim como o bloco do Lego, pode ser combinado com outros átomos para formar outras
estruturas. Porém, nem todo átomo pode ser combinado com todos os outros átomos.
Assim, as estruturas internas dos átomos são determinantes para possibilitar a combinação
com outros átomos. E, finalmente, é necessário um certo nível de conhecimento para se
combinar átomos.

Granularidade e importância da mesma (o paradoxo do OA)

A principal característica dos Objetos de Aprendizagem é o reuso, ou a


reusabilidade. A reusabilidade, por sua vez, está diretamente ligada a outra característica
dos OA, denominada granularidade. A granularidade se refere ao tamanho do objeto,
podendo ser entendida como “a menor porção do objeto com todas as informações
essenciais de um tema” (Braga, Dotta, Pimentel e Stransky, 2012).
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Desta maneira, como apontado por Wiley (2002), uma questão a ser definida refere-
se ao tamanho que um objeto de aprendizagem deve ter. Um OA muito grande pode
inviabilizar sua reusabilidade, por conter uma complexidade de conteúdos que são
adequados a um número restrito de contextos. Portanto, a granularidade deve ser definida
de maneira a aumentar a reusabilidade. Quanto maior a granularidade (menor o conteúdo),
maior é a reusabilidade. No entanto, há que se garantir que não haja perda de informações
necessárias para o entendimento do tema a ser desenvolvido pelo OA.

Características dos Objetos de Aprendizagem

Segundo Braga (2012), os Objetos de Aprendizagem devem possuir características


que favoreçam o reuso e aprendizagem. São elas:

 Habilidades didático-pedagógicas: O OA deve ser capaz de mostrar ao


aluno o objetivo do aprendizado a que se propõe. É desejável também fornecer ‘feedback’
suficiente para facilitar o aprendizado do aluno.
 Disponibilidade: O OA deve ser indexado e armazenado de maneira que
possa ser facilmente encontrado.
 Acessibilidade: O OA pode ser acessado por diferentes dispositivos,
diferentes contextos (ex: velocidade de conexão diferente) e principalmente possuir versão
adaptada para diferentes tipos de usuários (deficientes visuais, deficientes motores, idosos,
etc.).
 Precisão: O OA deve sempre apresentar resultados precisos e dentro do
esperado.
 Confiabilidade: O OA não deve possuir nenhum defeito técnico de uso ou
erros no conteúdo pedagógico apresentado por ele.
 Portabilidade: O OA deve funcionar em diversos cenários como diferentes
sistemas operacionais, ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) e diferentes dispositivos
de hardware (celular, notebook, etc).
 Facilidade de instalação: O OA deve ser fácil de ser instalado.
 Interoperabilidade: O OA, se necessário, deve exportar dados para
diferentes tipos de sistemas.
 Usabilidade: O OA deve ser fácil de ser utilizado e estar de acordo com os
padrões mais consagrados de usabilidade.

Desafios do OA

Se a principal característica do OA é a reusabilidade e se, ao mesmo tempo, ele


deve ter conteúdo que dê apoio à aprendizagem possuindo habilidades didático-
pedagógicas, estamos diante de um desafio: como produzir OAs com conteúdo suficiente e
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
estrutura adequada para apoiar o ensino e a aprendizagem em diferentes contextos,
garantindo assim sua reusabilidade?

Um desafio e tanto, não? Mas, possível de ser encarado e superado. Segundo Braga
(2012), “a adoção de uma metodologia adequada para a produção de OAs poderá conduzir
a uma produção de OAs com o maior número de características desejáveis possíveis”.

As mesmas autoras (Braga, Dotta, Pimentel, 2012) apontam uma série de


dificuldades identificadas na utilização e reuso de OAs. São elas:

 Didático-pedagógicas: OAs não explicitam seus objetivos, pois foram


desenvolvidos com foco nos atributos técnicos.
 Contextualização: Professores não conseguem inserir OAs encontrados no
contexto da disciplina, pois faltam informações que lhe deem este suporte.
 Recuperação: É difícil encontrar os OAs, pois não são catalogados de
maneira adequada.
 Instalação: O professor encontra o OA, mas muitas vezes não consegue
instalá-lo e utilizá-lo, pois faltam manuais que o orientem a como fazê-lo.
 Portabilidade: O professor não consegue reutilizar o OA em seu ambiente
virtual de aprendizagem. Além disso, muitos OAs apresentam problemas em diferentes
sistemas operacionais ou dispositivos de hardware.
 Usabilidade: Professores e alunos não conseguem manipular o OA, por
conta da baixa usabilidade.
 Acessibilidade: Poucos OAs são acessíveis a qualquer tipo de pessoa, com
deficiência ou não.
 Avaliação pedagógica: Os OAs produzidos não foram avaliados
pedagogicamente, o que não dá segurança sobre seu efetivo apoio à aprendizagem.
 Baixa precisão: OAs apresentam resultados imprecisos, por falta
provavelmente de testes de precisaão.
 Confiabilidade: OAs possuem baixa confiabilidade, apresentam defeitos de
uso.
Estas dificuldades nos apontam um quadro no qual temos uma grande número de
materiais digitais disponíveis, porém vários possuem problemas. A consequência mais
evidente disto é o desânimo e a desistência do professor, que busca recursos para apoiar
seu trabalho e se vê diante de muitas opções, mas poucas de qualidade, tornando sua
busca cansativa e frustrante.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Referências Bibliográficas

BRAGA, J. ; DOTTA, S. C.; Pimentel, Edson; STRANSKY, B.. Desafios para o


Desenvolvimento de Objetos de Aprendizagem Reutilizáveis e de Qualidade. DesafIE-
Workshop de Desafios da Computação aplicados à Educação. Curitiba. Anais do DesafIE -
Workshop de Desafios da Computação aplicados à Educação, 2012.

DAVID, Marcio Frayze. Programação Orientada a Objetos: Uma Introdução. Disponível em


www.hardware.com.br/artigos/programacao-orientada-objetos/. Acesso em 13/05/2012.

FARINELLI, Fernanda. Conceitos Básicos de Programação Orientada a Objetos. 2007.


Disponível em www.jack.eti.br/www/arquivos/apostilas/java/poo.pdf Acesso em 07/05/2012.

JAMES, Martins; JAMES, J. Odell. Análise e Projeto Orientado a Objetos. São Paulo:
Makron Books, 1992.

MARIANI, Antonio Carlos. O mundo dos Atores. 1999. Disponível em:


bibliotecadigital.sbc.org.br/bibliotecadigital/download.php?paper.

Acesso em 25/05/2012.

LEITE, Mario, JUNIOR, Nelson Abu Sanra Rahal. Programação Orientada a Objeto: Uma
Abordagem Didática. 2002. Disponível em: http://www.ccuec.unicamp.br/revista/infotec/.
Acesso em 22/05/2012.

WILEY, David A. Connecting learning objects to instructional design theory: a definition, a


metaphor, and a taxonomy. The instructional use of learning objects. 2002. Disponível em:
http://wesrac.usc.edu/wired/bldg-7_file/wiley.pdf. Acesso em 18/01/2012.

IENOW, Angélica Luísa; BEZ, Marta Rosecler. Ferramenta de autoria para construção de
objetos de aprendizagem para a área da saúde. Disponível em:
www.seminfo.com.br/anais/2009/pdfs/WEI_Tche/63504_1.pdf.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Capítulo 3: Processos e Metodologias de construção de OA

Autoria: Juliana Cristina Braga; Roberta Kelly A. de França.

Definição

O processo de construção de um OA assemelha-se a metodologia de uma pesquisa


científica: o que? por que? como? e quando? são algumas das questões importantes a
serem feitas, bem como: para quem? e qual o objetivo? Todas estas questões representam
etapas diferentes do processo de construção do Objeto de Aprendizagem e podem ser
construídas paralelamente ou não. Elas estão relacionadas com a definição e a reflexão
sobre os passos e os papeis dos envolvidos e consistem em captar informações detalhadas
sobre o OA, otimizar o alcance dos resultados em cada etapa e garantir o seu
desenvolvimento e reuso.

Objetivos e Importância

O acesso e utilização das ferramentas de construção de OAs podem ser, para


algumas pessoas, um processo simples ou mais dificultoso; porém, para ambos os casos,
trata-se de um novo aprendizado que exigirá tempo e dedicação. Desta maneira, na maioria
das vezes, não é o professor demandante o responsável pela execução de todo o processo
de construção do OA. Ele solicita, através de projetos financiados por agências de fomento
ou de bolsas acadêmicas da própria instituição, técnicos e/ou estagiários que formarão uma
equipe com habilidades multidisciplinares para executar o projeto. Para isso, faz-se
fundamental a adoção de uma metodologia de trabalho para organizar as etapas de
desenvolvimento, a comunicação entre os envolvidos e garantir o atendimento ao
cronograma.

Em linhas gerais, a adoção de processos para nortear o trabalho (individual ou em


grupo), é subestimada pelos profissionais de diferentes instituições. Porém, segundo
Pessoa e Benitti (2008), a adoção de um processo significa utilizar-se das melhores práticas
para lidar com os riscos inerentes à execução de um projeto, de longo ou curto prazo, e que
geralmente envolve a comunicação entre duas ou mais pessoas, porque representam
acento de experiência adquirido por empresas e profissionais. A adoção de um processo
para um grupo de trabalho corresponde a utilizar mecanismos de controle e visam reduzir o
nível de erros dos profissionais. Ainda segundo estes autores, “processos possibilitam que
os serviços sejam impessoais, ou seja, independente de quem executará os trabalhos,
serão realizadas as mesmas atividades, avaliados os mesmos parâmetros, produzidos os
mesmos artefatos” (p.174).
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Sendo assim, podemos assegurar que são diversas as vantagens da adoção de um
processo para o desenvolvimento de OAs. Veja as principais na listagem abaixo:

 Auxilia na concepção do Objeto de Aprendizagem, através da descrição


detalhada de como o OA deverá ser (animado, inanimado, colorido, interativo,
etc.), sendo importante considerar que quanto mais informação for
disponibilizada sobre o OA, melhor será a sua produção.
 Ajuda na definição do contexto pedagógico em que o OA será inserido,
definindo qual o perfil do público que o usará, quais serão seus cenários de
aplicação, quais os objetivos pedagógicos que se deseja atingir com a sua
utilização, além de outros aspectos pedagógicos.
 Gerencia a produção do OA definindo um cronograma, estimando e
gerenciando os recursos técnicos, humanos e o orçamento necessários para
desenvolver o OA.
O principal objetivo de utilizar e compreender o processo escolhido para o
desenvolvimento do OA é garantir o atendimento das características do objeto e impedir
que esforços e recursos sejam empenhados na produção de objetos de pouca
reusabilidade e pouco eficazes no processo de aprendizagem. De acordo com Wiley
(2000), OA é “qualquer entidade digital, que pode ser usada, reusada ou referenciada
durante um processo de aprendizagem apoiado pela tecnologia”. Sendo assim, ele pode ser
tratado como um produto de software, podendo se beneficiar das boas práticas dos
processos de desenvolvimento deste tipo de produto, principalmente quanto aos testes de
qualidade de características técnicas e funcionais. Desta forma, é importante compreender
as práticas dos principais processos existentes, bem como seus pontos fortes e fracos.

Modelos de processos existentes: comparativos e lacunas

A expansão do ensino a distância gerou um boom na elaboração de material


instrucional (OAs) para cursos mediados por Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA).
Desta maneira, tivemos importantes grupos, nacionais e internacionais, atuando na
pesquisa em EaD e trabalhando na formulação de processos de construção de OAs.

Antes de tomar conhecimento sobre os principais processos, é importante


compreender alguns conceitos comuns entre eles, identificados como seus elementos
básicos (Pessoa e Benitti, 2008). São eles:

 Etapas: cada etapa pode ser definida como o momento em que os envolvidos
em um projeto finalizam um objetivo e partem para outro. Exemplo: tendo definido o OA que
se pretende construir e o contexto em que ele será utilizado, a etapa seguinte é pensar no
planejamento de sua construção (objetivos pedagógicos, recursos humanos e tecnológicos,
orçamento, cronograma etc.), a próxima seria a de desenvolvimento etc. A quantidade de
etapas, podendo ocorrer concomitantemente ou não, varia de acordo com o modelo de
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
gestão de processo adotado pela equipe. Porém, ao adotar um processo, deve-se passar
por todas as etapas necessárias e refletir sobre cada uma delas.
 Artefatos: em quase todas as etapas do processo, informações são geradas
pela equipe envolvida, seja através de planilhas ou mesmo da produção de um ‘rascunho’ou
esboço do OA (um desenho ou uma descrição detalhada, por exemplo). A planilha e o
‘rascunho’ são artefatos que auxiliarão a compreensão sobre o OA, contribuindo para que a
equipe alcance o objetivo final, que é o seu desenvolvimento e avaliação positiva. Sobre
artefatos, é preciso lembrar que todos os envolvidos devem conhecer detalhadamente as
intenções pedagógicas e técnicas relacionadas ao OA e, para isso, deve-se promover uma
boa comunicação entre todos. E, para que as ideias não se percam, devem-se produzir os
artefatos necessários para que, se entregues na mão de um desenvolvedor de outra equipe,
por exemplo, este seja capaz de produzir o OA de acordo com os objetivos estipulados.
 Papel: os papéis não são pessoas; pelo contrário, eles descrevem como as
pessoas se comportam no projeto e quais são as responsabilidades que cada uma delas
possui (Rational Software Corporation, 2001). Sendo assim, uma pessoa pode possuir mais
de um papel dentro do processo, sendo, em muitos processos, a equipe multidisciplinar, ou
seja, são desejáveis diversas características técnicas do bolsista e/ou técnico envolvido.
Desta forma, é crucial a compreensão inicial das responsabilidades de cada um, pois o
sucesso na comunicação entre os pares, na compreensão das suas atribuições e do
processo é o que acarretará no sucesso do desenvolvimento do OA.
 Ciclo de vida do OA: cada etapa do processo corresponde a um momento
da concepção, do desenvolvimento, da utilização e da manutenção do OA. Todas estas
etapas constituem o que é denominado “ciclo de vida” do objeto. Durante o ciclo de vida de
um OA, são agrupadas as informações que descrevem as características relacionadas ao
histórico e ao estado atual do objeto, bem como a relação dos envolvidos em seu processo
de produção, utilização, testes e reuso.
Tendo compreendido os conceitos comuns a um processo, a seguir serão descritos
os principais processos (ou conceito de desenvolvimento de software) que são utilizados
no desenvolvimento de um OA:

1. Processo RIVED (Rede Interativa Virtual de Educação): elaborado pela


Secretaria de Educação a Distância (SEED/ MEC), estimula a formação de uma equipe
multidisciplinar, a utilização das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e propõe 6
etapas (que os criadores chamam de Fases) para o processo produtivo de OAs: 1. Geração
do artefato ‘Modelo de Design Pedagógico’; 2. Avaliação e disponibilização do artefato; 3.
Revisão dos pareceres emitidos; 4. Início da produção do OA e 5. Desenvolvimento do
material que auxiliará os professores na utilização do objeto.

Destaque sobre este processo: o RIVED disponibiliza (no endereço web


http://rived.mec.gov.br/instrumentos.php) os instrumentos que auxiliam a equipe a gerar os
artefatos que auxiliarão na produção do OA, o que facilita muito a utilização desse
processo. Além disso, faz parte do processo de produção do RIVED a elaboração de um
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
“Guia de auxílio aos docentes” (GD) que favorece o reuso do OA. Porém, ele não realiza
os testes e a avaliação necessários para garantir uma das características principais de um
OA, que é a reusabilidade. Ele também não aborda a etapa de gerenciamento de projetos.

2. Processo SOPHIA: proposto pela equipe do Laboratório de Soluções em


Software da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), ele não é apenas um processo, mas
um ambiente (repositório) que agrupa OAs. O processo SOPHIA de produção de Objetos de
Aprendizagem é composto por três etapas distintas: projeto, desenvolvimento e distribuição.

Destaque sobre este processo: O diferencial deste modelo é a descrição do papel


de cada profissional envolvido no processo. Porém, ele não contempla uma fase para
gerenciamento de projetos e trata de forma superficial o teste das funcionalidades do OA e a
avaliação pedagógica, estando esta, inserida na etapa de desenvolvimento.

3. Processo ADDIE: (acrônimo para Analysis, Design, Development, Implementation


e Evaluation). Este processo possui cinco etapas e foi desenvolvido para conteúdos
educacionais, com características que promovem a interação entre as etapas. O objetivo é
perceber os problemas enquanto eles ainda são fáceis de corrigir. As etapas são as
seguintes: 1. Análise; 2. Projeto; 3. Desenvolvimento; 4. Implementação e 5.Avaliação.

Destaque sobre este processo: O ADDIE procura dar evidência aos objetivos
educacionais. No entanto, na etapa de avaliação, não distingue testes de verificação das
funcionalidades e correção de erros da avaliação pedagógica do material, para verificar se
os objetivos pedagógicos foram atingidos.

4. Processo RUP (Rational Unified Process): este processo é específico para o


desenvolvimento de software. Entretanto, ele tem sido utilizado no desenvolvimento de
OAs. O RUP oferece uma abordagem baseada em 9 disciplinas (ou etapas): 1. Modelagem
de Negócios; 2. Requisitos; 3. Análise e Design; 4. Implementação; 5. Teste; 6. Implantação;
7. Ambiente; 8. Gerenciamento de Projeto e 9. Gerenciamento de Configuração e Mudança.

Destaque sobre este processo: trata-se de um processo iterativo e que preza que o
cronograma de ações seja respeitado. Ele apresenta um processo bem definido e
organizado, otimizando o trabalho dos envolvidos. No entanto, ele não aborda em nenhuma
de suas etapas a questão pedagógica do Objeto de Aprendizagem. Isso acontece
justamente porque o foco do RUP é o desenvolvimento de software e não de Objetos de
Aprendizagem.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Proposta de nova metodologia: INTERA/ UFABC

Apesar da quantidade e permanente expansão de OAs disponíveis, são poucos os


processos de desenvolvimento de objetos com validação de sua proposta. Nenhum dos
processos estudados possui etapas que visem alcançar o atendimento de todas as
características necessárias a um OA, comprometendo a qualidade do resultado final.

A metodologia proposta INTERA/UFABC (Inteligência, Tecnologias Educacionais e


Recursos Acessíveis) traz em sua definição a correspondência ao ciclo de vida do OA,
ressaltando que quanto maior o número de características de qualidade contidas em um
Objeto de Aprendizagem, maior será a possibilidade do seu reuso em diferentes contextos,
e possivelmente mais eficiente será o aprendizado a que ele se destina.

Essa metodologia foi baseada em processos de desenvolvimento de software e no


modelo ADDIE para desenvolvimento de conteúdos instrucionais. Seu objetivo principal é
conduzir a construção de um OA com qualidade e que seja reutilizável, mas, também,
otimizar o trabalho dos envolvidos, reduzindo as possibilidades da não finalização da
proposta de construção do OA.

A metodologia INTERA é uma metodologia iterativa, ou seja, sugere o ‘ir e vir’ de


suas etapas, o que indica a necessidade de existir uma boa comunicação entre os
envolvidos no projeto de construção do OA. Desta maneira, o INTERA apresenta uma
proposta de formação da equipe e a definição prévia dos seguintes papéis:

 Analista: Responsável em fazer o levantamento e análise do contexto e dos


requisitos do OA. Também é responsável por elaborar o planejamento da qualidade e dos
testes do OA.
 Conteudista: Responsável pela elaboração ou reutilização das situações
didáticas e de conteúdo, incluindo pesquisa de conteúdo, mapeamento do conteúdo a ser
abordado, especificação de conteúdos adicionais e avaliação do conteúdo na etapa de
desenvolvimento. Responsável por manter a integridade do conteúdo do OA realizando
várias revisões no mesmo. Deverá manter o OA dentro dos objetivos pedagógicos no qual
ele foi concebido.
 Gerente de Projetos: Responsável por planejar e gerenciar o projeto de
desenvolvimento do OA. Faz parte de suas atribuições manter a comunicação entre a
equipe, acompanhar o cronograma, escopo e custo. Ele também é responsável por distribuir
e gerenciar as atividades da equipe.
 Demandante: solicita o desenvolvimento do objeto de aprendizagem que será
desenvolvido.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
 Designer de Interface: projeta os componentes de interface do OA de forma
a potencializar o entendimento do conteúdo (produzido pelo conteudista) a partir do uso de
linguagens e formatos variados (hipertexto, da mixagem e da multimídia). Desenvolve a
identidade visual do objeto.
 Designer Pedagógico: Responsável por realizar o planejamento pedagógico
a avaliação pedagógica do OA.
 Designer Técnico (Arquiteto): responsável pelas escolhas tecnológicas para
o desenvolvimento do OA, de acordo com seu contexto e requisitos. Também responsável
por fornecer subsídios técnicos de forma a guiar a equipe de desenvolvimento.
 Equipe de desenvolvimento: responsável pelo desenvolvimento ou
produção do OA. Essa equipe deverá ser formada por profissionais técnicos de acordo com
o tipo de OA. Exemplos: se o OA for um vídeo, a equipe deverá possuir técnicos em
produção de vídeo. Se o OA for um software, a equipe deverá constituir de programadores.
 Testador: responsável por realizar diferentes tipos de testes nos OAs
garantindo assim sua qualidade. Faz parte de suas atribuições testar as funcionalidades, a
acessibilidade, confiabilidade, etc.
Tendo conhecido o papel dos envolvidos nesta metodologia, as etapas que a
compõem serão brevemente apresentadas, cabendo a explicação detalhada de cada uma
em outras unidades. São elas:

1) Contextualização de um OA: Definição do contexto pedagógico do OA como,


por exemplo, ementa em que o OA se encaixa, público alvo que utilizará o OA como
complementação do aprendizado, modalidade de ensino, objetivo de aprendizagem,
possibilidade de ser utilizado por pessoa portadora de deficiência (acessibilidade), cenário e
contexto em que ele se apresentará, etc. O principal artefato dessa etapa é o documento de
especificação de contexto.

2) Levantamentos de Requisitos de um OA: Explicação, através de estudo


exploratório, do que se espera do OA: suas características técnicas e pedagógicas. Nesta
etapa, são gerados os principais artefatos. Por isso, utilizam-se instrumentos como
questionários, planilhas descritivas, mapas conceituais etc. Deve ser adotada uma
linguagem objetiva e informal no levantamento destes dados.

3) Design: Envolve a análise dos requisitos que resultará no esboço (ou rascunho)
do OA. Nesta etapa, também são definidas as tecnologias mais adequadas para o
desenvolvimento do OA e os padrões a serem adotados. Também nessa etapa são
definidos os componentes de reuso.

4) Desenvolvimento: Produção do Objeto de Aprendizagem.

5) Testes: Realização de validações das características técnicas e parte das


características pedagógicas levantadas nas etapas anteriores.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
6) Disponibilização: Disponibilização do objeto e também da documentação de
uso e instalação do OA.

7) Avaliação: Aplicação do objeto em sala de aula, com o objetivo principal de


avaliar seus requisitos pedagógicos.

8) Gestão de projetos: Esta etapa perpassa por todo o processo e representa a


execução das funções do coordenador acompanhando e analisando os custos, cronograma
e os envolvidos.

9) Ambiente e Padrões: Descrição das atividades para o desenvolvimento das


diretrizes de suporte de um OA e avaliação prévia de toda infra-estrutura e softwares
necessários.

Referências Bibliográficas

AMBIENTE SOPHIA - Disponível em: http://siaiacad17.univali.br/sophia. Acesso em


20/04/2012.

KRATZ, R. A.; Pinto, S. C. C. S.; Scopel, M.; Barbosa, J. Fábrica de Adequação de Objetos
de Aprendizagem. Revista Brasileira de Informática na Educação. v. 15, n. 3, p. 25-38. 2007.
Disponível em: http://www.br-ie.org/pub/index.php/rbie/article/view/23/19. Acesso em:
27/05/2012.

NASCIMENTO, Anna Christina Aun de Azevedo; PRATA, Carmem Lúcia (Orgs.). Objetos de
aprendizagem: uma proposta de recurso pedagógico. Ministério da Educação / Secretaria de
Educação a Distância, 2007. Disponível em: http://rived.mec.gov.br/artigos/livro.pdf

OLIVEIRA, Erica R.; NELSON, Maria Augusta V.; ISHITANI, Lucila Ishitani. Ciclo de vida de
objetos de aprendizagem baseado no padrão SCORM. Anais do Simpósio Brasileiro de
Informática na Educação. 2007. Disponível em: http://www.br-
ie.org/pub/index.php/sbie/article/view/571/557 .Acesso em 20/04/2012.

PESSOA, Marcello de Castro; BENITTI, Fabiane Barreto Vavassori. Proposta de um


processo para produção de objetos de aprendizagem/ Universidade do Vale do Itajaí.
Rational Software Corporation. 2001. RUP. Disponível em:
http://www.wthreex.com/rup/portugues/. Acesso em 26/04/2012.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

RIVED (2008). Conheça o RIVED. Disponível em:


http://www.rived.mec.gov.br/conheca_rived.php . Acesso em 20/04/2012.

RUP – Disponível em: http://www.slideshare.net/itakenami/introduo-ao-rup. Acesso em


20/04/2012.

SOUZA, M. F. C.; Gomes, D. G.; Barroso, G. C.; Souza, C. T.; Castro Filho, J. A.; Pequeno,
M. C.; Andrade, R. LOCPN: Redes de Petri Coloridas na Produção de Objetos de
Aprendizagem. Revista Brasileira de Informática na Educação. v. 15, n. 3, p. 39-42. 2007.
Disponível em: http://www.br-ie.org/pub/index.php/rbie/article/view/16/12. Acesso em:
01/06/2012.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Capítulo 4: Estratégias Pedagógicas para o uso dos Objetos de


Aprendizagem: Conceitos e Aplicações

Autoria: Lílian Menezes; Juliana Cristina Braga.

Estratégias pedagógicas e planejamento

A palavra estratégia vem do latim strategia, que por sua vez deriva dos termos
gregos stratos (exército) e agein (conduzir). Sua origem, portanto, remete ao ato de conduzir
as operações militares. É um termo muito utilizado no meio empresarial, possuindo diversas
definições. Nicolau (2001) afirma que “as definições do conceito de estratégia são quase tão
numerosas quanto os autores que as referem”. Alguns destes conceitos, no âmbito
empresarial, referem meios para se atingir os objetivos.

Em Educação, o termo estratégia remete ao “como fazer”, ou seja, ao conjunto de


opções, ações e atitudes do professor no momento da aula.

Krahe, Tarouco e Konrath, afirmam que:

“As estratégias pedagógicas são os meios que o professor utiliza em sala


de aula para facilitar o processo de ensino-aprendizagem, incluindo: as
concepções educacionais que embasam as atividades propostas, a
articulação de propostas e/ou atividades desencadeadora de
aprendizagens, a organização do ambiente físico, a utilização de áudio-
visuais, o planejamento de ações e o tipo e a forma como o material é
utilizado.”

Embora sejam planejadas, as estratégias se materializam na aula. É o momento da


concretização da atividade, em que os conteúdos selecionados são trabalhados desta ou
daquela maneira, com vistas a atingir os objetivos definidos no planejamento. Quanto
melhor planejada a aula, maiores são as possibilidades que o professor tem de adequar
suas estratégias ao contexto e às demandas que surgem durante as atividades. Para
Santos (2011) “o entendimento que o professor tem de planejamento mostra-se importante
para sua ação em sala de aula uma vez que este pode influenciar a sua prática de maneiras
diferenciadas.”

O planejamento, como aponta Libâneo (2004), é “um processo de racionalização,


organização e coordenação da atividade docente”.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Portanto, planejar é inerente ao processo educativo e a utilização de um OA deve ser
planejada. Ele não pode ser utilizado sem uma intenção pedagógica, ou apenas com o
objetivo de tornar a aula mais agradável ou algo do gênero. Há que se pensar em que
medida o OA utilizado apoiará o professor em sua tarefa de ensinar, o aluno em sua tarefa
de aprender e quais objetivos devem ser alcançados com a sua aplicação. Esta é a
diferença entre um OA e materiais meramente ilustrativos, que cumprem função “cosmética”
na educação.

Seleção de OAs x Contexto Pedagógico

Os aspectos pedagógicos são fundamentais no processo de desenvolvimento dos


OAs e na etapa de contextualização eles são analisados e inseridos. Nela, elabora-se uma
caracterização pedagógica do OA, definindo o(s) contexto(s) em que ele pode ser utilizado.
Assim, procura-se garantir a qualidade pedagógica do OA.

Depois de desenvolvido e disponibilizado, entra em ação o professor, que por sua


vez, precisa ter clareza do contexto pedagógico no qual pretende trabalhar o OA.
Informações sobre o público alvo (quantos e como são seus alunos; quais conhecimentos
possuem sobre o tema a ser trabalhado, que fluência tecnológica possuem, etc), sobre a
infraestrutura disponível (computadores e projetor em sala de aula e laboratório de
informática, outros recursos necessários) e sobre os objetivos e conteúdos a serem
trabalhados, são necessárias para que ele possa selecionar adequadamente o OA e definir
as estratégias pedagógicas para a sua aplicação.

Portanto, a seleção e aplicação do OA é parte de um processo onde as diferentes


informações se integram, sendo o planejamento determinante para seu sucesso.

A análise criteriosa do contexto pedagógico e dos OAs disponíveis é que possibilitará


um bom trabalho. Não há uma receita pronta onde se estabeleça: o OA ‘x’ está para o
contexto ‘y’, invariavelmente. O que temos disponíveis são referências apresentadas nos
metadados, indicando em geral o nível de escolaridade, disciplina, objetivo e conteúdos
abordados. Estas referências são importantes e orientam o trabalho do professor, mas cabe
a ele explorar o OA e definir as melhores estratégias para sua utilização e a adequação ao
contexto pedagógico.

Escolha de estratégias pedagógicas

Como vimos até aqui, a seleção de um OA deve ser feita com base no contexto
pedagógico em que será utilizado e no plano de trabalho do professor.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Para um mesmo conteúdo, podem ser selecionados diversos OAs, com
características diferentes. E para utilizá-los, é preciso elaborar estratégias também
diferenciadas, se necessário ou desejável. E um mesmo OA pode ser aplicado com
diferentes estratégias. Vejamos algumas delas, para a utilização de um vídeo:

- O professor apresenta o vídeo em sala de aula a todos os alunos, para introduzir


um tema novo. Após o vídeo, propõe algumas questões e media um debate, intervindo com
novas questões e informações. Ao final do debate, propõe uma pesquisa de
aprofundamento sobre o tema.

- O professor apresenta um novo tema aos alunos em uma aula expositiva. Na aula
seguinte, utiliza o vídeo para aprofundar os conteúdos, sendo que os alunos o assistirão no
laboratório de informática, organizados em duplas. Após o vídeo, as duplas elaboram uma
síntese sobre os pontos principais do vídeo e serão avaliados por esta síntese.

- O vídeo é acessado num ambiente virtual, num curso a distância. Os alunos o


assistem individualmente e, depois, participam de um fórum de discussão, mediado pelo
professor. Após o fórum, realizam um trabalho em grupo, elaborando um projeto a ser
apresentado num encontro presencial do curso.

Observe que neste exemplo, o OA foi utilizado com diferentes estratégias, para
grupos diferentes, com objetivos diferentes. É o professor, tendo clareza do que o grupo
necessita, que definirá a melhor estratégia e os objetivos em seu planejamento.

O link a seguir é um OA que está disponível no repositório LabVirt da USP e que


pode ser utilizado em diferentes contextos. Acesse o link para continuarmos nosso estudo
utilizando esse OA como exemplo.

http://www.labvirtq.fe.usp.br/applet.asp?time=22:59:50&lom=10860

Interessante, não é? Como este OA poderia ser utilizado?

Bom, como já dissemos, ele deve ser coerente com o contexto pedagógico. Então, a
primeira coisa a observar é se ele é adequado ao público alvo com o qual se vai trabalhar e
se os conteúdos abordados fazem parte do seu plano de trabalho. Os metadados darão
informações importantes para isto.

No caso deste OA, pense na sequência e na maneira como os conteúdos são


apresentados:

1. É apresentada uma situação familiar a jovens moradores de centros urbanos:


problemas com motor de automóveis, possivelmente causados por combustíveis
adulterados.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
2. É afirmado que o problema possivelmente ocorreu devido à adulteração do
combustível e ao fato do carro possuir carburação enão injeção eletrônica.

3. É proposto o desafio de se verificar a relação ar/combustível e identificar os níveis


adequados para combustão.

Observe que este OA é interativo, pois ele não apenas apresenta conteúdos ou
informações, mas propõe desafios ao aluno, por meio dos exercícios, cujas respostas são
verificadas e os acertos e erros são informados.

Para resolver os exercícios propostos, os alunos precisam dominar alguns


conteúdos, não é mesmo?

Ao planejar uma aula com a utilização deste OA, você deve ter clareza se seus
alunos dominam estes conteúdos. Além disso, é preciso inserir este OA dentro de uma
unidade de trabalho, definindo se ele servirá para introduzir algum conteúdo novo ou apoiar
o aprendizado de algum conteúdo que já esteja sendo trabalhado.

As estratégias pedagógicas devem ser pensadas: como apresentar o OA? A


exploração será individual? Haverá alguma discussão na turma após a exploração? O
professor utilizará algum outro recurso (texto, apresentação) para complementar a
atividade?

Percebeu o quanto a reflexão do professor é importante? Isto comprova que a


tecnologia está a serviço da educação, oferecendo novas formas de pesquisa, linguagem e
materiais a serem explorados e utilizados, mas nada substitui a ação intencional, reflexiva e
planejada do professor.

Referências Bibliográficas

TAQUARY, Yan Bruno Mendonça, FAGUNDES, Patrícia Santos. Elementos Norteadores de


Aplicação dos Objetos de Aprendizagem nas Aulas de Geografia. 2010. Disponível em
http://www.webartigos.com/artigos/elementos- norteadores-de- aplicacao-dos-objetos-de-
aprendizagem -nas-aulas-de-geografia/42114/. Acesso em 08/02/2012.

Objetos de Aprendizagem a Serviço do Professor. Disponível em


http://www.microsoft.com/brasil/educacao/parceiro/objeto_texto.mspx#EVB. Acesso em
09/01/2012.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
LEAL, Regina Barros. Planejamento de Ensino: peculiaridades significativas. Revista Ibero
Americana de Educacion. Disponível em: http://www.rieoei.org/deloslectores/1106Barros.pdf
. Acesso em 25/04/2012.

MAIA, Christiane Martinatti, SCHEIBEL, Maria Fani. Didática: Organização do Trabalho


Pedagógico. 2009. IESDE Brasil. Disponível em:

http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/16301.pdf. Acesso em 02/05/2012.

GAMA, Anailton de Souza, FIGUEIREDO, Sonner Arfux. O planejamento no Contexto


Escolar. Disponível em:

http://www.uems.br/na/discursividade/Arquivos/edicao04/pdf/05.pdf. Acesso em 02/05/2012.

KLOSOUSKI, Simone Scorsim, REALI, Klevi Mary. Planejamento de Ensino como


ferramenta básica do processo ensino-aprendizagem. Disponível em:
http://web03.unicentro.br/especializacao/Revista_Pos/P%C3%A1ginas/5%20Edi%C3%A7%
C3%A3o/Humanas/PDF/7 -Ed5_CH-Plane.pdf. Acesso em 06/05/2012.

LIBÂNEO, José Carlos. O Planejamento Escolar. Didática. 2004. São Paulo. Cortez Editora
NICOLAU, Isabel. O conceito de estratégia. Lisboa 2001. Disponível em:

http://www.antonio-fonseca.com/Unidades%20Curriculares/3-
Ano/Planeamento%20e%20Gestao%20Estrategica/conceito_20estrategia.pdf. Acesso em
25/07/2012.

SANTOS, Paula Regina de Souza. O Professor e sua Prática: do planejamento às


estratégias pedagógicas. Disponível em:

http://www.ceped.ueg.br/anais/IIedipe/pdfs/o_professor_e_sua_pratica.pdf.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Capítulo 5: Avaliação Pedagógica de um Objeto de Aprendizagem

Autoria: Juliana Cristina Braga.

Avaliação

Esse texto apresenta a importância da avaliação dos OAs, bem como algumas
propostas para a sua realização.

Importância da Avaliação no processo de construção de Objetos de Aprendizagem: a


proposta do processo Intera

Uma grande preocupação da metodologia Intera é a qualidade pedagógica dos


Objetos de Aprendizagem.

Observa-se, em geral, que conteúdos disponibilizados como Objetos de


Aprendizagem não possuem características desejáveis, especialmente no que se refere ao
reuso e aos aspectos didático-pedagógicos.

Braga, Dotta, Pimentel e Stransky (2012) afirmam em relação a dificuldades


pedagógicas observadas na utilização ereuso de OAs:

“Muito dos objetos existentes não deixam claro nem para o professor nem
para o aluno o objetivo pedagógico a ser atingido. Isso ocorre porque esses
objetos estão sendo desenvolvidos focando somente nos atributos técnicos
tratando os atributos pedagógicos de forma marginal. Essa situação acaba
contribuindo para a baixa reusabilidade do objeto, já que ele passa não
agregar tanto valor ao ensino, desmotivando sua utilização tanto pelos
professores como também pelos alunos”.

Para superar estas dificuldades, a metodologia INTERA se diferencia dos demais,


tendo uma abordagem não apenas técnica, mas também pedagógica no desenvolvimento
de OAs.

No texto “Processos e Metodologias de Construção de OAs”, foi apresentado alguns


processos utilizados atualmente e suas etapas. Em todos eles, não há distinção entre as
etapas de testes e avaliação.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Na Metodologia INTERA, esta distinção é proposta, com o objetivo de garantir a
qualidade técnica e pedagógica dos OAs produzidos. As etapas são as seguintes:

1. Contextualização de um OA

2. Levantamentos de Requisitos de um OA

3. Arquitetura

4. Desenvolvimento

5. Testes

6. Disponibilização

7. Avaliação

8. Gestão de projetos

9. Ambiente e Padrões

Observe que após a etapa de Desenvolvimento, está prevista a etapa de Testes.


Nela, o objetivo é garantir a qualidade técnica e o funcionamento do OA, dentro do que foi
solicitado pelo professor demandante. Em seguida, ocorre a Disponibilização.

A etapa de Avaliação ocorre após a Disponibilização. O OA é utilizado em aula e


avaliado, especialmente no que se refere à aprendizagem obtida.

Desta maneira, garante-se a qualidade técnica e pedagógica do OA. Vamos, a partir


de agora, pensar um pouco sobre como se dá esta importante etapa.

Avaliação do OA - Pressupostos e definição de critérios

Existem diferentes tipos de OAs, em diferentes formatos, com diferentes


características e objetivos. O foco da avaliação pedagógica não está no formato ou
qualidades técnicas da sua produção, mas nas suas características pedagógicas, ou seja,
no quanto ele pode contribuir para a aprendizagem do aluno.

A diversidade de formatos existentes implica em um olhar apurado para identificar os


objetos que podem favorecer a aprendizagem. Por outro lado, o formato de um OA não é
necessariamente determinante para a aprendizagem. Mayer e Moreno (2002) afirmam que
“uma animação (ou outro conteúdo multimídia) pode ou não promover a aprendizagem,
dependendo de quando e como é usada.” Da mesma forma, é preciso analisar a qualidade
dos diferentes recursos utilizados num OA. Uma animação, por mais bem elaborada que
seja do ponto de vista técnico, pode ter poucos efeitos no que se refere à aprendizagem.
Uma bela imagem inserida num texto pode ser meramente ilustrativa, não acrescentando
valor algum a ele.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
É preciso avaliar os diferentes OAs levando-se em conta as possibilidades didático-
pedagógicas que eles possuem, definindo alguns critérios gerais.

Mussoi (2010) afirma em relação à diversidade de OAs e a avaliação dos mesmos:

“Apesar desta diversidade, é possível identificar padrões relacionados à


avaliação do conhecimento assimilado, utilizando OA. Para realizar uma
análise de forma devem-se identificar alguns critérios e aspectos a
considerar, quando se fala em avaliação dentro de OA.”

Fatores como a concepção epistemológica na qual o OA está fundamentado, os


objetivos descritos em seus metadados, a qualidade dos conteúdos abordados, a facilidade
de uso por parte do aluno, a interatividade, a linguagem utilizada, interferem diretamente na
qualidade pedagógica do OA e devem ser considerados na avaliação.

A concepção epistemológica será determinante para o OA. Numa concepção mais


tradicional, o OA terá como objetivo transmitir algum tipo de conhecimento, ilustrando ou
descrevendo conteúdos. Nesta concepção, não há grande preocupação com a ação do
aluno, ou seja, ele é visto como um receptor de informações. Já se o OA for desenvolvido
com base em teorias que privilegiam a interação, ele terá elementos que a favorecerão,
possibilitando que o aluno seja sujeito de sua aprendizagem.

Os objetivos e conteúdos descritos nos metadados devem ser avaliados segundo os


seguintes parâmetros: o OA aborda de maneira clara os conteúdos descritos? Eles são
precisos ou há problemas conceituais? Os objetivos propostos são passíveis de alcance por
todos os alunos?

A linguagem utilizada e a apresentação do OA também podem facilitar ou dificultar a


aprendizagem. Ela é clara, possibilitando entendimento por parte do aluno?

Estas e outras questões devem ser respondidas na etapa de avaliação. Vejamos


alguns instrumentos propostos para isto.

Procedimentos e instrumentos para avaliação de Objetos de Aprendizagem

Podemos distinguir pelo menos dois níveis de avaliação pedagógica dos OAs: uma,
referente à aprendizagem do aluno, onde se avalia o quanto ele aprendeu com o OA. Outra,
referente ao ensino, onde se avalia as possibilidades de trabalho e reuso do OA em outros
contextos pedagógicos.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Pensando na aprendizagem do aluno, de maneira pragmática poderíamos pensar
numa avaliação por meio de questões ou alguma atividade onde ele tivesse que utilizar os
conteúdos abordados pelo OA. Para que a avaliação seja abrangente, podemos dividi-la em
duas fases: na primeira, os alunos realizariam alguma atividade avaliativa antes da
utilização do OA. Nela, seriam abordados os conteúdos do OA, verificando-se os
conhecimentos que possuem sobre eles. E uma segunda fase após a atividade com o OA,
para que se observe o que aprenderam com ele. Além desta verificação da aprendizagem
feita com os alunos, a Avaliação deve ser composta de um processo detalhado de
observação, a partir de critérios bem definidos.

Um instrumento norteador desta avaliação pode ser elaborado a partir de perguntas,


como no exemplo abaixo:
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Outro instrumento para avaliação de OAs pode ser uma tabela onde se quantifica
cada um dos itens avaliados. É importante salientar que, mesmo quantificando cada item ou
ainda determinando pesos diferenciados para cada um deles, a avaliação geral deve ser
qualitativa, ou seja, o OA deve ser avaliado como um todo. Suas qualidades e limitações
devem ser consideradas. A quantificação deve ser apenas uma referência, a avaliação não
deve se restringir a ela.

Lembremos que a avaliação neste processo é uma etapa fundamental para o


desenvolvimento do OA. Os problemas ou limitações identificados devem ser solucionados
antes de sua finalização.

Veja o exemplo abaixo, de uma tabela avaliação do OA:


CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Avaliação de aprendizagem:

Avaliação de ensino:

Referências Bibliográficas

MUSSOI, Eunice Maria, FLORES, Maria Lucia Pozzatti, BEHAR, Patricia Alejandra.
Avaliação de Objetos de Aprendizagem. Santiago, Chile, 2010. Disponível em
penta2.ufrgs.br/edu/objetosaprendizagem/sld001.htm.

COSTA, Valeria Machado, TAROUCO, Liane Margarida Rockenbach. Aprendizagem


multimídia: usando os princípios de Mayer para avaliar um objeto de aprendizagem.

BARON, Franciele, RAABE, Carvalho. Avaliação de Usabilidade de Objetos de


Aprendizagem Disponibilizados no RIVED.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
LEFFA, Vilson J. Nem tudo que balança cai: Objetos de aprendizagem no ensino de línguas.
Polifonia. Cuiabá, 2006. Disponível em:

http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/obj_aprendizagem.pdf
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Capítulo 6: Acessibilidade

Autoria: Juliana Cristina Braga; Roberta Kelly A. de França; Rita Ponchio.

Neste texto, abordaremos aspectos sobre a construção de OA de maneira que seu


conteúdo possa ser tratado de forma a não restringir o acesso a usuários com deficiência
auditiva e visual, e sobre as tecnologias que apoiam pessoas deficientes. Porém, diante de
uma maior probabilidade de os envolvidos no processo de desenvolvimento do OA
conhecerem as necessidades dos usurários sem deficiência, propomos que a definição
inicial sobre acessibilidade seja apresentada pelo do OA com deficiência, através do vídeo a
seguir:

http://www.youtube.com/watch?v=NfF8KBy9U6I

Tendo assistido ao vídeo, a reflexão sobre “como preparar uma boa aula para um
deficiente visual” é quase inevitável. Os princípios da educação inclusiva destacam que o
primeiro passo é reconhecer que, independente, do seu ritmo, limitações e/ou habilidades
desenvolvidas, todos têm o direito de estar no mesmo lugar (juntos, presencial ou
virtualmente), compartilhando o mesmo processo de aprendizagem. Para isso, é preciso que
todos os envolvidos reconheçam as diferenças e mudem suas formas de produzir e
disponibilizar informações e OAs. Destacaremos a seguir as normas e leis que tratam de
acessibilidade na educação.

Conceito

Segundo a NBR15290, acessibilidade é possibilidade ou condição “de alcance para


utilização do meio físico, meios de comunicação, produtos e serviços, por pessoa com
deficiência”. Para Godinho, contudo, acessibilidade “consiste na facilidade de acesso e de
uso de ambientes, produtos e serviços por qualquer pessoa e em diferente contexto”. Essa
definição resgata a proposta elaborada pela ONU (Organização das Nações Unidas), em
sua Resolução 45/91, da constituição de uma sociedade inclusiva, na qual, segundo
Werneck (2004):

“Uma sociedade inclusiva é aquela capaz de contemplar sempre, todas as


condições humanas, encontrando meios para que cada cidadão, do mais
privilegiado ao mais comprometido, exerça o direito de contribuir com seu
melhor talento para o bem comum”.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Com base nessa definição, outros conceitos foram sendo construídos para viabilizar
a proposta de sociedade inclusiva, como o conceito de Design Universal. O Design
Universal é o “Design que inclui”, tendo um enfoque no desenho de produtos, serviços e
ambientes a fim de que sejam utilizáveis pelo maior número depessoas, independente de
idade, habilidade ou situação.

Veja neste vídeo um modelo de sociedade inclusiva, a exemplo da sala de aula:

http://www.youtube.com/watch?v=s6NNOeiQpPM

Vimos que as necessidades especiais de uma pessoa não a tornam impossibilitada


do convívio social sem discriminação. Além da Constituição Brasileira assegurar direitos
iguais para todos, outras leis brasileiras garantem os direitos das pessoas com deficiência: a
Lei de nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, prioriza o nove atendimento às pessoas com
deficiências, e a Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, estabelece normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade. Esta última, em especial, torna ilegal a
existência de barreiras na comunicação e informação às pessoas com deficiência (Art. 8º):
qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento
de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação,sejam
ou não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à
informação.

Sendo assim, a constituição de uma sociedade inclusiva não pode ser apenas uma
questão de lei, mas um compromisso de todos com todos. No item a seguir veja a evolução
da tecnologia desenvolvida por profissionais com esse compromisso, no âmbito da
educação.

Acessibilidade, educação e tecnologia assistiva

Os resultados do Censo 2000 mostram que 14,5% da população total, apresentaram


algum tipo de incapacidade ou deficiência. São as pessoas com ao menos alguma
dificuldade de enxergar, de ouvir, locomover-se ou com alguma outra deficiência física ou
mental. Representam, de acordo com o IBGE, 24,5 milhões de brasileiros, que também
contribuem cultural e economicamente com a sociedade.

Em 2007, nas Instituições de Ensino Superior brasileiras estavam matriculados cerca


de 6.460 alunos com algum tipo de deficiência, como mostra a tabela 1.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Fonte: Censo da Educação Superior Brasil 2007 (Brasil, 2009).

Destes alunos, o gráfico a seguir mostra a distribuição por tipo de deficiência:

Gráfico 1 - Distribuição de alunos por tipo de deficiência

Fonte: Censo da Educação Superior Brasil 2007 (Brasil, 2009).

Apesar de ainda ser muito pequeno o acesso de pessoas com deficiência no ensino
superior, estudos apontam que esta inclusão deve-se, também, ao desenvolvimento de
tecnologias que conseguem influenciar de maneira positiva na vida de um deficiente; trata-
se das Tecnologias Assistivas. Fruto de pesquisas, interdisciplinares, a Tecnologia Assistiva
abrange os mais variados produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços,
como objetivo de promover a “funcionalidade, relacionada à atividade e participação de
pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão social” (Brasil. CAT/CORDE/SEDH/PR, 2007).
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Segundo Bersch (2008), a Tecnologia Assistiva (TA) identifica “o conjunto de
recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de
pessoas com deficiência e consequentemente promover vida independente e inclusão”. No
caso dos deficientes visuais, as TAs que mais contribuíram com a melhoria do seu
desempenho acadêmico são os programas leitores de tela. Esses programas são
aplicativos que comunicam com o usuário por meio de síntese de voz, reproduzindo de
forma sonora, os textos e imagens encontrados e os eventos ocorridos no computador, ou
seja, o programa lê o que está na tela para o usuário. Os softwares JAWS, VIRTUAL
VISION, NVDA e ORCA são leitores de tela, com síntese em português, bem conhecidos
aqui no Brasil; apresentamos um exemplo desta TA no primeiro vídeo que você assistiu.

A apropriação de recursos tecnológicos modifica significativamente o estilo de vida,


as interações e as condutas sociais ao inovar hábitos e atitudes em relação à educação, ao
lazer e ao trabalho, à vida familiar e comunitária. Segundo Freire e Valente (2001), o
computador pode ser utilizado para ajudar no desenvolvimento cognitivo, sócio afetivo e de
comunicação, ou no processo de adaptação de funções que o corpo não pode ou tem
dificuldade de realizar, de acordo com cada deficiência.

Contudo, apenas as TAs não asseguram a acessibilidade para uma pessoa com
deficiência porque a internet e seus diferentes produtos são construídos com muitas
barreiras que inviabilizam o acesso até mesmo pelas mais modernas tecnologias. Portanto,
considerando a necessidade de garantir a educação de qualidade para todos, é preciso a
capacitação dos envolvidos no desenvolvimento de recursos pedagógicos digitais; por isso a
inclusão desta etapa no processo INTERA.

Problemas na acessibilidade em OA

Como já foi estudado, os OAs podem conter elementos simples como:

• Textos,

• Vídeos,

• Hipertextos,

• Aplicativos,

• Animação com áudio e recursos mais complexos.

E podem ser acessados em sites e repositórios na internet, por isso é importante


abranger o assunto acessibilidade digital nas discussões da equipe responsável pela criação
de objetos de aprendizagem. Observa-se, no entanto, que poucos dos objetos de
aprendizagem disponíveis na internet, são acessíveis.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Algumas ações simples e baratas minimizam as barreiras de acesso ao OA, um
exemplo é trazer essa questão como requisito do OA e formar uma equipe interdisciplinar.
Algumas das questões mais técnicas serão tratadas a seguir.

Boas práticas para desenvolvimento de OAs acessíveis

Segundo Behar et al. (2008), estas são algumas boas práticas para a construção de
um OA acessível:

O planejamento e a definição dos objetivos a serem alcançados e que deve estar


incluída, desde o início, a preocupação com a questão da acessibilidade.

• A composição de uma equipe de profissionais interdisciplinar com conhecimento


técnico e pedagógico.

• Conhecimento sobre as barreiras que impossibilitam o acesso dos usuários aos


conteúdos.

• Conhecimento dos recursos tecnológicos disponíveis.

Além desses pontos listados por Behar, é preciso, ao planejar seu OA, o
conhecimento que o uso de alguns recursos visuais, como tabelas ou programas como o
Flash, pode limitar o leitor de tela a fornecer todas as informações contidas no objeto para o
usuário, se não forem desenvolvidos utilizando-se do recurso de acessibilidade que
geralmente os programas possuem.

A equipe técnica deve optar pelo uso de uma linguagem de estilo, no


desenvolvimento deste objeto, que proporciona tanto condições de leitura, pelos programas,
como um layout mais adequado. Ainda segundo Behar (2008), tendo em vista esta atitude
perante a criação de objetos de aprendizagem, ou qualquer outro material para meios
eletrônicos, é provável que haja uma democratização da informação e a garantia do pleno
exercício da cidadania e a integração social dos cidadãos com alguma necessidade
especial.

Na elaboração de objetos de aprendizagem, todas as ferramentas da plataforma,


como correio eletrônico, fóruns de discussão, criação de páginas Web e distribuição de
conteúdos, devem levar em conta o acesso igualitário, considerando as necessidades
específicas das pessoas com deficiências.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NRB 15290:2005. p. 10.


Disponível em:

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico_i
magens-filefield-description%5D_17.pdf. Acesso em: 20/08/2012.

BEHAR, Patrícia Alejandra; SOUZA, Eliane Kiss de; GÓES, Camila Guedes Guerra; LIMA,
Edilma Machado de. A importância da acessibilidade digital na construção de objetos de
aprendizagem. RENOTE - Revista Novas Tecnologias na Educação. Porto Alegre, 2008.
Disponível em: < http://seer.ufrgs.br/renote/article/view/14459>.Acesso em: 20/05/2012.

BERSCH, Rita;. Introdução à Tecnologia Assistiva. 2008. Disponível em:

http://www.assistiva.com.br/Introducao%20TA%20Rita%20Bersch.pdf. Acesso em:


18/05/2012.

BRASIL, Humberto C. Acessibilidade de Objetos de Aprendizagem em Flash para pessoas


cegas-Fortaleza - Ceará-2010. Disponível em:

http://www.uece.br/mpcomp/index.php/arquivos/doc_view/23273?tmpl=component&format=r
aw. Acesso em 01/05/2012.

BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos/Coordenadoria Nacional para Integração


da Pessoa Portadora de Deficiência. Ata da VII Reunião do Comitê de Ajudas Técnicas -
CAT/CORDE/SEDH/PR, realizada em 13 e 14 de dezembro de 2007. Disponível em:

http://portal.mj.gov.br/corde/arquivos/doc/Ata_VII_Reuni%C3%A3o_do_Comite_de_Ajudas_
T%C3%A9cnicas.doc. Acesso em 26/08/2012.

CARLETTO, Ana Claudia, CAMBIAGHI, Silvana. Desenho universal: um conceito para


todos. Disponível em: http://www.vereadoramaragabrilli.com.br/files/universal_web.pdf.
Acesso em 01/09/2012.
CURSO: METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM
DIAS, Cláudia. Usabilidade na WEB. Criando portais mais acessíveis. Rio de Janeiro: Alta
Books, 2003.

MICROSOFT. Microsoft Power point: apresentações acessíveis. Universidade do Porto.


Disponível em:

http://sigarra.up.pt/up/web_gessi_docs.download_file?p_name=F1219691141/Microsof

tPowerpoint.pdf. Acesso em 01/05/2012.

Você também pode gostar