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O PECADO

DE ACÃ
Por João Cruz
O PECADO
DE ACÃ
Quando criança você brincava de esconde-esconde?
Acho que é uma das brincadeiras mais simples e mais
legais da infância. Você tinha um lugar preferido para se
esconder? Já me escondi atrás do poste, de árvores, no
quintal de casa, dentro do guarda-roupas e em tantos
outros lugares. O Fábio Vasconcelos tinha uma estratégia,
ele ia pra casa e trocava de roupa, acreditando que o
identificariam por suas roupas. Se esta não é uma boa
estratégia, pelo menos é engraçada.

Outra pergunta: Já foi castigado pelo erro de


alguém? Isso acontece, não é mesmo? Numa sala de aula,
por exemplo, quando um erra, todos tornam-se passíveis
de repreensão. Em casa quando um filho erra, outros
também podem ser castigados. Lembro-me no quartel
quando um soldado errava, todos nós pagávamos. Estas
duas perguntas vão se cruzar neste nosso estudo. Veremos
que quando escondemos o pecado, mesmo que o
disfarcemos ou troquemos a roupa dele, tornamos as
pessoas que nos rodeiam passíveis de castigo mesmo que
elas não tenham feito nenhum mal. Na lei existe uma
atitude chamada de cumplicidade. Se uma pessoa rouba o
bem de outro e nós não fazemos nada para impedir ou se
somos pegos junto com o criminoso, somos cúmplices.
Somos cúmplices uns dos outros mesmo que ignoremos os
motivos. Isto também vale na vida espiritual. A Bíblia nos
adverte que não devemos ser cúmplices dos erros alheios
por estar juntos: “E não sejais cúmplices nas obras
infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as.” (Ef
5:11) ou por precipitação: “A ninguém imponhas
precipitadamente as mãos. Não te tornes cúmplice de
pecados de outrem. Conserva-te a ti mesmo puro” (1 Tm
5:22), e por consentir com alguém que não traz a doutrina
de Cristo: “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de
Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que
permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho.
Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o
recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto
aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas
obras más” (2 Jo 9-11).

Esconder o pecado e pagar pelo erro alheio. Esta


pode ser uma conseqüência bem real. Note o quanto a
nossa sociedade tem pago o preço com a insegurança, na
saúde, na economia e espiritualmente pelos pecados
encobertos da minoria. Não que todos não sejam
pecadores, mas nem todos são diretamente culpados. Ser
parte deste povo nos torna cúmplices.

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Capítulo 1
A Ira de
Deus
Deus estava irado. O povo de Israel não sabia e veio
a saber do meio mais difícil, pela vida de alguns dos seus
membros. O povo de Israel estava em guerra. O prêmio? A
conquista da Terra Prometida. As guerras não aconteciam
porque eles queriam ou Deus gosta de ver sacrifício
humano. As guerras aconteciam pela oposição ao povo de
Deus. Deus também provava pelas vitórias concedidas a
Israel que havia um só Deus, o Deus único de Israel. Era
uma derrota espiritual também.

Jerico conhecia a fama do povo de Israel antes que eles


tivessem chegado. Eles ficaram com tanto medo que o
medo os cegou. Eles iam perder a guerra, sabiam disso. A
frase: “Se não pode com eles junte-se a eles”, não foi nem
sequer levada em conta. Estavam cegos por causa do
medo. Raabe revela o quanto eles sabiam e o que poderia
ter acontecido com todos (Js 2:8-13). Poderia, mas Raabe
foi a única que não se opôs a vitória que vinha de Deus.
Temos muito que aprender com Raabe. Quando nos
opomos a vitória que vem de Deus, seremos derrotados
vergonhosamente. Quando colaboramos, seremos salvos e
nossos pecados serão esquecidos. Assim como o erro de
um pode ser castigo para todos, o acerto de um, mesmo
sendo uma prostituta, pode ser a benção de uma família
inteira. Pelo fato de ter colaborado, Raabe salvou toda a
sua família (Js 6:22-25).

O povo ainda estava eufórico. Uma guerra anterior


foi vencida sem que nenhuma vida de Israel fosse
ameaçada. Sem que nenhuma resistência tivesse sido
levantada. A cidade de Jericó foi vencida com uma das
estratégias militares mais ridículas aos olhos de qualquer
general, do maior ao mais medíocre. Mas não era uma
estratégia humana. Deus estava no controle da situação. O
povo só precisava acreditar e agir de acordo com a
estratégia divina. E foi exatamente o que eles fizeram. Deu
certo, Deus deu a vitória na mão dos israelitas.

Próxima batalha: “…Subi e espiai a terra. Subiram,


pois, aqueles homens e espiaram Ai. E voltaram a Josué e
lhe disseram: Não suba todo o povo; subam uns dois ou
três mil homens, a ferir Ai; não fatigueis ali todo o povo,
porque são poucos os inimigos” (Js 7:2, 3). Esta foi a
estratégia para vencer a guerra contra uma cidade menor e
com pouca gente.

A ira de Deus revelou-se vencedora: “Assim,


subiram lá do povo uns três mil homens, os quais fugiram
diante dos homens de Ai. Os homens de Ai feriram deles
uns trinta e seis, aos outros perseguiram desde a porta até
às pedreiras, e os derrotaram na descida; e o coração do
povo se derreteu e se tornou como água” (Js 7:4, 5).

Até este ponto o povo nem Josué sabiam o motivo de


tamanho fracasso para um povo muita mais fraco e menor
que o povo vitorioso que havia conquistado Jericó. E o
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futuro, questiona Josué: “Ouvindo isto os cananeus e
todos os moradores da terra, nos cercarão e desarraigarão
o nosso nome da terra; e, então, que farás ao teu grande
nome?” (Js 7:9). Josué estava sofrendo a conseqüência de
algo que, até então, ele ignorava o motivo. Não era justo,
pensava ele.

O Tamanho da Ira de Deus

A Bíblia nos ensina muitas vezes que Deus é amor.


Ensina também que o amor de Deus é de “tal maneira”, a
ponto de dar o seu Filho Unigênito em favor daqueles a
quem ama. O amor de Deus para conosco é uma decisão,
assim como o amor, a ira também é uma decisão. Deus
odeia o pecado sem odiar o pecador. Se o amor de Deus é
imensurável, acredito que a ira de Deus também é tão
grande mas não maior que o amor, pois o amor encobre
multidão de pecados. Mas, nem por isso a ira de Deus
deixa de ser grande o suficiente para nos oprimir quando
justamente merecemos.

Deus fica irado com o pecado. Deus encobre o seu


rosto do pecador e chega a ignorar seus apelos até que ele
caia em si: “Eis que a mão do SENHOR não está encolhida,
para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para
não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidade fazem
separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados
encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is
59:1, 2). O povo de Israel estava cativo e seus clamores
pareciam não ter fim e muito menos resposta. Eles querem
uma justificativa para o silencio divino. Por isso, Isaías
escreve o que lemos acima. O pecado faz uma separação
entre nós e Deus.

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A ira de Deus exige uma atitude de arrependimento:
“Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham
ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu
a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de
arrependimento; e não comeceis a dizer entre vós
mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo
que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão” (Mt
3:7-9). Quem convence uma pessoa a tentar fugir da ira de
Deus sendo isto impossível? Quantas vezes tentamos nos
esconder do castigo divino? Maquiamos o pecado e
chamamos de ‘normal’ para nos justificar. Mas, a
verdadeira justiça é o que João ensina aos fariseus e
saduceus: “Produzi, pois, frutos dignos de
arrependimento”. A ira de Deus exige da nossa parte
ARREPENDIMENTO. Só o arrependimento justifica o
pecado. Encobrir o pecado só piora a situação. Só o
arrependimento, por amor a Cristo, encobre multidão de
pecados.

Quem se mantém rebelde contra o amor de Deus


oferecido através do seu filho Jesus Cristo, permanece
sobre tal pessoa não o amor de “tal maneira” mas sim, a
ira divina: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna;
o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá
a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3:36).

Como já dito acima, Deus fica irado por causa do


pecado. E, como é de bom costume, eis a referencia
bíblica: “A ira de Deus se revela do céu contra toda
impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade
pela injustiça” (Rm 1:18). Quando guardamos a injustiça
ao invés da verdade, a ira de Deus se revela do céu. A ira
de Deus tem se revelado de várias maneiras as quais não
ousamos definir como certeza, mas este é o claro motivo: o
pecado. Novamente em Romanos, Paulo comenta esta
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passividade: “mas ira e indignação aos facciosos, que
desobedecem à verdade e obedecem à injustiça” (Rm 2:8).

Outra coisa que acende a ira de Deus é ser passivo quanto


a doutrina deixando-se enganar: “Ninguém vos engane
com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de
Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais
participantes com eles. Pois, outrora, éreis trevas, porém,
agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz
(porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça,
e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor.
E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas;
antes, porém, reprovai-as” (Ef 5:6-11).

Salvação da Ira

Todos nós somos vitimas do pecado e castigados


pela ira de Deus. A situação espiritual da humanidade é
bem aquela: “Um por todos, todos por um”. O pecado é
contagioso, como veremos mais tarde. A santidade é uma
benção que transborda, mais abundante que a
conseqüência do pecado.

Não podemos fazer nada, nossas obras não nos


justificam e sem elas não somos salvos. Somente pela
misericórdia e amor de “tal maneira” de Deus para
conosco se manifestou na cruz: “Mas Deus prova o seu
próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido
por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais
agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele
salvos da ira” (Rm 5:8, 9). Veja o que Paulo disse aqui: “…
Deus prova o seu próprio amor para conosco…”. Deus fica
irado com o pecado e Ele mesmo nos justifica e nos salva
da ira pelo sangue de Jesus pelo grande amor que Ele tem
por nós.
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Jesus é a resposta. Esta frase é velha mas a atitude
de Jesus é sempre uma novidade. Jesus vivo e sem
pecados, os quais ele levou para a sepultura pela sua
morte, agora pode nos livrar da ira eterna pela sua
ressurreição: “e para aguardardes dos céus o seu Filho, a
quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos
livra da ira vindoura” (1 Ts 1:10). Por isso nós também
precisamos morrer, ser sepultados e ressuscitar com Ele
para que a nossa divida que gerava a ira de Deus seja
esquecida. Éramos, por natureza, filhos da ira, como
também os demais. Por isso Paulo ressalta a morte, o
sepultamente e a ressurreição tão necessária em Cristo, “…
foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o
corpo do pecado seja destruídos, e não sirvamos o pecado
como escravos; porquanto, quem morreu está justificado
do pecado” (Rm 6:3-7).

E assim, o Novo Testamento está repleto de


passagens convidando a cada ser humano a produzir fruto
de arrependimento para que, dessa forma, possamos
escapar da ira de Deus: “porque Deus não nos destinou
para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso
Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer
vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele” (1
Ts 5:9, 10).

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Capítulo 2
Por Que,
Deus?
Fui na fonte e pesquisei, mas não encontrei. Peguei
uma Chave Bíblica, um livro de referencias indispensável
numa biblioteca bíblica e, lá não encontrei a pergunta:
“Por Que?”. E olha que são inúmeras as vezes que
encontramos esta pergunta na Bíblia. Acredito que por
serem tantas as vezes que esta frase aparece, tornou-se
quase impossível de realizar o trabalho. Imagine quantas
vezes Deus ouve esta pergunta por dia?

“Então, Josué rasgou as suas vestes e se prostrou em terra


sobre o rosto perante a arca do SENHOR até à tarde, ele e
os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre a cabeça. Disse
Josué: Ah! SENHOR Deus, por que fizeste este povo
passar o Jordão, para nos entregares nas mãos dos
amorreus, para nos fazerem perecer? Tomara nos
contentáramos com ficarmos dalém do Jordão. Ah!
Senhor, que direi? Pois Israel virou as costas diante dos
seus inimigos!” (Js 7:6-8)

Por que sofremos?


Tem muitos dias na vida de um ser humano que ele
pergunta a Deus: “Por que?” Senhor, não queremos apenas
ser questionadores, não queremos abusar da sua
paciência, não queremos ser insolentes, só queremos
entender. Nem sempre o entendimento vai nos
acompanhar nos “por quês” da vida. Muitos são os motivos
do sofrimento aqui na Terra. “A vida é uma estrada à
frente escura com retrovisor”. Pena que nossa lembrança é
tão fugaz. Mal conseguimos nos lembrar o que comemos
há dois dias atrás, mesmo que naquele momento o
alimento tenha significado a sobrevivência. Se
conseguíssemos olhar para o retrovisor da vida,
provavelmente teríamos uma fé maior por termos visto o
quanto Deus já fez respondendo aos “por quês” das nossas
vidas.

O por que sofremos, não tem apenas uma resposta.


Tem, acima de tudo, um propósito divino. Como pessoa de
fé, não devemos acreditar na sorte ou num
predestinamento. Por sermos limitados até mesmo no
entendimento dos “por quês” vamos analisar algumas
alternativas:

Sofremos por ocultar o pecado. Quando preferimos


esconder, disfarçar ou camuflar o pecado ao invés de nos
arrepender e resolver, não só nós sofremos mas também
aqueles que nos rodeiam. E, como vermos até a conclusão
desta obra, é o objetivo desse nosso estudo.

Sofremos para que a gloria de Deus seja manifesta.


Nem sempre o pecado pessoal ou o pecado de alguém está
sobre nós. Um exemplo disso é a narrativa do Evangelho
de João sobre um homem cego de nascença: “Caminhando
Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus
discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus
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pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele
pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele
as obras de Deus. É necessário que façamos as obras
daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem,
quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no
mundo, sou a luz do mundo” (Jo 9:1-5). Veja que neste
caso não era por causa do pecado que o homem era cego,
como era a crença popular. Mas, para que um dia Jesus
passasse por aquele homem e evidenciasse a luz de Deus e
abrisse os olhos dos cegos espirituais, como vemos na
conclusão daquela passagem: “Prosseguiu Jesus: Eu vim a
este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem
vejam, e os que vêem se tornem cegos. Alguns dentre os
fariseus que estavam perto dele perguntaram-lhe: Acaso,
também nós somos cegos? Respondeu-lhes Jesus: Se
fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora
dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado” (Jo 9:39-41).

Sofremos porque Deus confia em nós - provação.


Sim, meus amigos, sofremos porque Deus põe sobre nós a
sua confiança. E neste ponto duas palavras de fontes
diferentes devem ser destacadas: provação e tentação. A
fonte da provação é Deus: “Bem-aventurado o homem que
suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de
ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o
Senhor prometeu aos que o amam” (Tg 1:12). Provação e
aprovação, vêem de Deus. É como um bom professor que
ensina tudo o necessário para o aluno e no final de um
período aplica uma prova. A intenção do bom professor é
provar se os alunos estão aprendendo e, se eles
aprenderam, ele os aprovará. Quem for aprovado, receberá
seu prêmio: a coroa da vida. Porque este professor é Deus.
No entanto, receber a coroa não é fácil, pois a provação
também traz sofrimento. Veja o que mais Tiago ensina
sobre o resultado da provação provação: “Meus irmãos,
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tende por motivo de toda alegria o passardes por várias
provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez
confirmada, produz perseverança” (Tg 1:2, 3). Alegria este
é o sentimento quando nos sentimos provados. Durante a
provação devemos pensar: “Aí vem coisa boa”. Resultado
da provação da nossa fé? Perseverança. Aqui neste ponto
pode ser a perseverança traduzida como resistência, força,
maturidade e crescimento espiritual.

O apóstolo Pedro viu o sofrimento de perto, de


Jesus o Mestre e o seu próprio posteriormente. Para
resistir o sofrimento por Cristo era preciso maturidade e
um objetivo como Pedro tinha: “…sois guardados pelo
poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada
para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora,
no presente, por breve tempo, se necessário, sejais
contristados por várias provações” (1 Pe 1:5, 6). Note as
palavras que expressam o objetivo que Paulo tinha e seu
entendimento do por que sofrer. Noutro ponto ele ensina
que estamos sendo purificados quando sofremos: “Para
que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais
preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por
fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de
Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual,
não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria
indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a
salvação da vossa alma” (1 Pe 1:7-9). A provação é que
mostra o valor da nossa fé e o fim da fé é o objetivo para o
que a provação existe: salvação da nossa alma.

Acredito que na provação e aprovação que vem de


Deus, Ele quer nos testar para saber até onde ele pode
confiar em nós e nos encarregar de trabalhos mais
importantes. Mas, como vimos, a provação deve trazer
alegria, força, crescimento e aprovação da parte de Deus.
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Sofremos porque Deus confia em nós – a tentação.
Tentação é outra palavra que deve ser destacada neste
ponto. É muito parecida e talvez possa até cruzar com
“provação” ou provação pode tornar-se tentação.
“Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus;
porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a
ninguém tenta” (Tg 1:13). Deus permite que sejamos
tentados porque confia em si mesmo que nos criou. Deus
acredita que podemos resistir a tentação quando ela nos
ataca. Deus é bom e Ele mesmo não pode ser atacado pelo
mal e a ninguém retribui. A tentação é fruto da nossa
cobiça ou das nossas necessidades, como no caso de Jesus
(Mt 4:1-11).

A tentação não vem de Deus e sim a permissão de sermos


tentados. Paulo nos ensina: “Não sobreveio tentação a
vocês que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele
não permitirá que vocês sejam tentados além do que
podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes
providenciará um escape, para que o possam suportar” (1
Co 13:10 – Nova Versão Internacional - NVI). A solução
está dentro de nós, fomos criados fortes o suficiente para
resistir, na tentação aprendemos que Deus é fiel. A solução
foi exemplificada por Jesus resistindo aos ataques do
diabo, mais tarde Tiago disse: “Sujeitai-vos, portanto, a
Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).

A tentação não vem só por causa dos maus desejos, vem


também por causa da necessidade. Afinal, satanás está
procurando uma oportunidade. Ele apenas aproveita o
momento e a oportunidade dada a ele, seja a cobiça, seja a
necessidade mais do que real.

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Eu mesmo ainda pergunto “por que” em muitos
acontecimentos da minha vida. Não estamos aqui para
entender tudo, estamos para aceitar e crer que: “Sabemos
que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que
amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito” (Rm 8:28). Mesmo sem entender tudo,
precisamos ter conhecimento de que Deus está no controle
da nossa história, e se temos ouvido o seu chamado
constante e andamos segundo o seu propósito, então tudo
o que está acontecendo, está cooperando para o nosso
bem. Se ainda não entendemos todos os acontecimentos, é
porque a conta ainda não chegou até o fim para mostrar o
seu resultado.

Como Saber a Vontade de Deus?

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Capítulo 3
Eliminar o
Pecado
No capítulo anterior discorremos um pouco sobre
sofrimento. Mesmo que não entendamos, sofrimento não é
de todo mal. Sofrimento é como a água que nos lava do
pecado. É preciso identificar o pecado e remove-lo das
nossas vidas. Aí está a resposta da pergunta de Josué: “Por
que, Senhor?”:

“Então, disse o SENHOR a Josué: Levanta-te! Por


que estás prostrado assim sobre o rosto? Israel
pecou, e violaram a minha aliança, aquilo que eu
lhes ordenara, pois tomaram das coisas
condenadas, e furtaram, e dissimularam, e até
debaixo da sua bagagem o puseram. Pelo que os
filhos de Israel não puderam resistir aos seus
inimigos; viraram as costas diante deles, porquanto
Israel se fizera condenado; já não serei convosco, se
não eliminardes do vosso meio a coisa roubada.
Dispõe-te, santifica o povo e dize: Santificai-vos
para amanhã, porque assim diz o SENHOR, Deus
de Israel: Há coisas condenadas no vosso meio, ó
Israel; aos vossos inimigos não podereis resistir,
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enquanto não eliminardes do vosso meio as coisas
condenadas. Pela manhã, pois, vos chegareis,
segundo as vossas tribos; e será que a tribo que o
SENHOR designar por sorte se chegará, segundo as
famílias; e a família que o SENHOR designar se
chegará por casas; e a casa que o SENHOR designar
se chegará homem por homem. Aquele que for
achado com a coisa condenada será queimado, ele e
tudo quanto tiver, porquanto violou a aliança do
SENHOR e fez loucura em Israel” (Js 7:10-15).

A Tristeza do Pecado Oculto

Por que sofremos? Esta resposta que Josué recebeu


não é a única resposta, mas já é uma das respostas. Quem
esconde sabe. Se temos pecado e não o eliminarmos das
nossas vidas, também sofreremos com a conseqüência do
pecado. Se você esconde o pecado, toda a sua família sofre.
Seus pais, seu cônjuge, seus filhos, seus amigos, a igreja e
também toda a sociedade. E é melhor que seja descoberto
aqui durante as nossas vidas para que seja castigado e
corrigido e não lá na eternidade: “Nada há encoberto que
não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser
conhecido. Porque tudo o que dissestes às escuras será
ouvido em plena luz; e o que dissestes aos ouvidos no
interior da casa será proclamado dos eirados.” (Lc 12:2, 3).

Sofrer Pelo Pecado Como Cristo

Sabemos que devemos eliminar o pecado antes que


ele nos elimine limpando o interior e não o exterior. Nossa
religião não deve ser de aparência somente: “Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do
copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de
rapina e intemperança! Fariseu cego, limpa primeiro o
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interior do copo, para que também o seu exterior fique
limpo! Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque
sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se
mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos
de mortos e de toda imundícia! Assim também vós
exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por
dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” (Mt
23:25-27). Muitos religiosos são rigorosos com os outros e
têm uma imagem religiosa, mas por dentro estão
contaminados pelo pecado. Já chega daquela máscara de
religioso julgando todas as demais pessoas quando eles
mesmos também são vitimas do pecado. E o pecado
torna-se pior, como vemos neste estudo, quando o
escondemos, encobrimos ou tentamos disfarçá-lo. O
religioso moderno está sendo ensinado a não sofrer mais.
As grandes denominações estão pervertendo o evangelho
de Cristo quando pregam a mensagem: “Pare de Sofrer”.

Jesus, sendo o Filho de Deus, não foi poupado do


sofrimento e olha que Ele nunca pecou. Quem somos nós
que pensamos que não devemos sofrer? Quem não sofre
para deixar o pecado, não torna-se filho de Deus. Aquele
que abraça a mensagem “Pare de Sofrer” abraça também
ao pecado: “Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos
também vós do mesmo pensamento; pois aquele que
sofreu na carne deixou o pecado, para que, no tempo que
vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões
dos homens, mas segundo a vontade de Deus” (1 Pe 4:1, 2).
Nos preparemos para sofrer como Cristo sofreu para que
também nós, deixemos o pecado. Quando sofremos por
causa da luta contra o pecado nos assemelhamos a Cristo:
“Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio
de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa
extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário,
alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos
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sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de
sua glória, vos alegreis exultando” (1 Pe 4:12, 13). Ser co-
participante dos sofrimentos de Cristo nos dá o privilégio
de sermos chamados e tratados como filhos de Deus.

O Amor Cobre o Pecado

Mas Deus que é misericordioso, nos ensina o caminho


para resolvermos o pecado. Nós podemos ser envolvidos
neste processo: “Meus irmãos, se algum entre vós se
desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele
que converte o pecador do seu caminho errado salvará da
morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados” (Tg 5:19,
20). A forma que Deus nos convence do pecado e nos
constrange é pelo seu grande amor. O amor de Deus nos
leva ao arrependimento: “Pois o amor de Cristo nos
constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo,
todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que
vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele
que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5:14, 15). Assim
como Cristo morreu pelos nossos pecados, devemos nos
sentir constrangidos pelo tamanho amor e morrer também
nós para os nossos pecados. E se morremos com Cristo, já
não vivamos como ‘donos dos nossos destinos’, antes,
sejamos discípulos de Jesus. Assim como Ele ressuscitou,
devemos andar em novidade de vida (Rm 6:4). “E, assim,
se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas
já passaram; eis que se fizeram novas. Ora, tudo provém
de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de
Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que
Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não
imputando aos homens as suas transgressões, e nos
confiou a palavra da reconciliação” (2 Co 5:17-19).

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Assim como Deus, precisamos amar
incondicionalmente o pecador para que ele tenha chance
de se arrepender dos seus pecados: “Acima de tudo,
porém, tende amor intenso uns para com os outros,
porque o amor cobre multidão de pecados” (1 Pe 4:8). O
pecado não deve ser encoberto e sim coberto pelo amor.
Há tempo para revelar o pecado e também para cobri-lo.
Há tempo que a gente precisa esquecer o que aconteceu e
não tocar mais no assunto: “O que encobre a transgressão
adquire amor, mas o que traz o assunto à baila separa os
maiores amigos” (Pv 17:9).

Muitas vezes brincamos de esconde-esconde com


Deus. Tentamos fazer como o Fábio fazia quando criança.
Ele mudava de roupa para não ser identificado numa
brincadeira de esconde-esconde. Deus vai peneirar o povo
para encontrar o culpado.

O arrependimento e o amor elimina o pecado do nosso


meio. Sempre amemos aos que estão arrependidos, não
coloquemos sobre seus ombros mais peso. João Batista já
dizia: “Produzi, pois, frutos dignos de
arrependimento” (Mt 3:8). Os frutos do arrependimento
mostra para Deus que queremos ser perdoados, não
merecemos, mas precisamos. Não devemos ficar nos
justificando na vida dos justos do passado, e sim, devemos
ter ação e uma vida justa hoje. Podemos sim ver o exemplo
deles e seguir os seus passos quando foram um bom
exemplo. O pecado traz tristezas. As tristezas que o pecado
traz são as tristezas das conseqüências e a tristeza do
arrependimento. Escolhamos a tristeza do arrependimento
e não a tristeza das conseqüências: “me alegro não porque
fostes contristados, mas porque fostes contristados para
arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus,
para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. Porque
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a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a
salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do
mundo produz morte” (2 Co 7:9, 10).

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Capítulo 4
O Pecado é
Contagioso
“O homem recebeu o ‘pecadão’ na sua porta e o
expulsou. Veio então o ‘pecado’ e foi rejeitado da mesma
maneira. Chegou por último, o ‘pecadinho’ e entrou por
baixo das pernas do homem, ele viu um vulto mas, porque
estava cansado, não se importou. Quando anoiteceu, o
‘pecadinho’ saiu do esconderijo, abriu a porta e chamou:
“Pecadão, pecado, venham, ele já dormiu”.

“Pecado pequeno, nunca fica pequeno”. Esta frase pode ser


muito bem ilustrada por nossas vidas, não é mesmo?
Todos nós que já mantivemos um pecado em nossas vidas,
vimos que para sustentá-lo precisamos cercá-lo com
outros tantos pecados. Pecado não gosta de solidão, ele
sempre anda acompanhado e sempre tem torcida. Lembra
aquela mentirinha contada uma vez e o quanto ela cresceu
cercada por mentiras cada vez maiores para sustentá-la?
Pois é, são apenas ilustrações das nossas vidas para ver o
quanto o pecado pode ser contagioso.

Não herdamos o pecado e sim as suas conseqüências.


Muitas heresias levam a acreditar que somos herdeiros dos
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pecados de Adão e dos nossos pais. A Bíblia como um todo
não apóia esta idéia. Antes, pelo contrario, a refuta com
veemência. Existia um ditado popular em Israel: “Os pais
comeram uvas verdes e os dentes dos filhos é que ficaram
ásperos”. Deus questiona esta idéia que queria dizer: “Os
pais pecaram e os filhos é que vão responder pelos pecados
dos pais”. Ele ainda diz para o povo de Israel: “Juro pela
minha vida - diz o SENHOR Deus - que vocês nunca mais
repetirão esse ditado em Israel. Pois a vida de todas as
pessoas pertence a mim. Tanto a vida do pai quanto a vida
do filho são minhas. A pessoa que pecar é que
morrerá” (Ez 18:3, 3 - NTLH). As conseqüências
espirituais do pecado pertencem ao pecador e não aos seus
descendentes. Nem a conseqüência física do pecado é uma
regra (Jo 9:1, 2). Porém, a conseqüência física não deixa de
ser um risco que corremos. Se pecamos e encobrimos o
pecado escondendo-o da verdade, então corremos o risco
de semear a todos, inclusive às pessoas que mais amamos,
a conseqüência física do nosso pecado.

Ouvi certa vez numa ilustração sobre o circulo do ódio: “O


homem, diretor de uma empresa e com poder de decisão,
gritou com o chefe da seção porque algo lhe saiu errado. O
chefe descontou gritando com o seu subordinado que ao
final do expediente saiu na rua e descontou num cachorro
que passava pela sua frente. O cachorro saiu correndo e
esbarrou numa senhora e a mordeu. Ela, por sua vez,
gritou com o farmacêutico ao lhe aplicar uma injeção. O
farmacêutico gritou com sua mãe em casa porque estava
estressado com aquela senhora e não tinha comida pronta
quando ele chegou. O seu pai, aquele diretor de uma
grande empresa, ralhou com seu filho, o farmacêutico, por
gritar com sua mãe. A senhora abraçou os dois e lhes disse
que os amava muito e que em poucos minutos, a comida
estaria servida”.
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Alguém tem que quebrar o circulo do ódio, do pecado, da
corrupção. Por que não eu? Sim, também estou falando
sobre você, sim. O “eu” neste história é cada um de nós.
Quando sempre deixamos para TODO MUNDO fazer,
NINGUÉM acaba fazendo. Leia esta antiga estória: “Esta é
uma estória de quatro pessoas: TODO MUNDO,
ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM. Havia um
trabalho importante a ser feito e TODO MUNDO tinha
certeza de que ALGUÉM o faria. QUALQUER UM poderia
tê-lo feito, mas NINGUÉM o fez. ALGUÉM zangou-se
porque era um trabalho de TODO MUNDO. TODO
MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo,
mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de
fazê-lo. Ao final, TODO MUNDO culpou ALGUÉM quando
NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito”.
Por isso digo que “eu” preciso quebrar os círculos do
pecado, não podemos deixar para todo mundo, alguém,
qualquer um. Um trabalho de todo mundo, é um trabalho
de ninguém.

Em Israel o pecado deveria ser interrompido, o ciclo


deveria ser quebrado para que eles não tivessem
conseqüências maiores. Não adiantava qualquer estratégia
na brincadeira de esconde-esconde. Não dava mais para
ocultar o pecado. Josué tinha que agir.
“Então, Josué se levantou de madrugada e fez chegar a
Israel, segundo as suas tribos; e caiu a sorte sobre a tribo
de Judá. Fazendo chegar a tribo de Judá, caiu sobre a
família dos zeraítas; fazendo chegar a família dos zeraítas,
homem por homem, caiu sobre Zabdi; e, fazendo chegar a
sua casa, homem por homem, caiu sobre Acã, filho de
Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá.
Então, disse Josué a Acã: Filho meu, dá glória ao

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SENHOR, Deus de Israel, e a ele rende louvores; e declara-
me, agora, o que fizeste; não mo ocultes” (Js 7:16-19).
Josué tinha sido guiado por Deus e ele sabia o que
precisava fazer e o fez o mais rápido possível naquele dia.
Uma lição neste ponto para todos nós: “Quanto mais
demorarmos, mais o pecado cresce e contamina. Se
sabemos o que devemos fazer, façamos logo”. Assim como
Josué, precisamos ser guiados por Deus para fazer a
vontade de Deus. Assim como ele, prostremos o rosto em
terra e choremos perante Deus para que possamos
descobrir qual o problema que não nos deixa progredir.
Precisamos identificar o pecado e eliminá-lo antes que ele
nos elimine por seu rápido contágio.
Passou uma peneira no povo de Israel e o culpado
foi encontrado. Pelo pecado oculto de um homem, todo o
povo estava pagando a conseqüência. O pecado de Acã é o
mesmo de milhares de pessoas que consideram-se filhos
de Deus hoje em dia: ganância, cobiça. Não tente esconder
o pecado com a religião, não adianta disfarçar o pecado
numa brincadeira de esconde-esconde.

A Justiça é Contagiosa

O que vimos sobre o pecado, em parte também


serve para a justiça: as conseqüências. Porém a justiça tem
um efeito duradouro muito maior. Noé era um homem
justo e isto salvou sua família. Abraão era um homem justo
e isto abençoou toda a humanidade. Raabe colaborou com
os espias e isto salvou sua família. O amor de Deus cobre
multidão de pecados. A misericórdia de Deus dura mais do
que o castigo.

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Capítulo 5
Confessando
o Pecado
Como vimos anteriormente, somente o
arrependimento e o amor pode encobrir multidão de
pecados. Como sempre soubemos, reconhecer o problema
é o primeiro passo para resolvê-lo. Isto quer dizer que
quando identificamos o pecado precisamos reconhecer a
necessidade de arrependimento para que assim possamos
receber não as conseqüências e sim o amor do perdão.
Como reconhecer e resolver o pecado?

Confessar

“O que encobre as suas transgressões jamais


prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará
misericórdia” (PV 28:13). Neste estudo estamos vendo
claramente que se escondemos o pecado, ele é como uma
planta que escondida na terra dá o seu fruto. Se plantamos
um grão de milho, colhemos espigas. Se escondemos o
pecado, colhemos tristes conseqüências. Porém, quando
reconhecemos o pecado em nossas vidas, o confessamos e

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deixamos ele no passado, alcançamos misericórdia. A
palavra que se destaca neste ponto é: “confessar”.

Confessar é a maneira que reconhecemos o nosso


pecado e mostramos que começamos a lutar contra ele. Já
é o primeiro passo para a vitória e o perdão. A Bíblia está
repleta de ensinamentos sobre confissão. No Novo
Testamento vemos que a pregação de João Batista
chamava as pessoas a confessar e batizarem-se: “Então,
saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a
circunvizinhança do Jordão; e eram por ele batizados no
rio Jordão, confessando os seus pecados” (Mt 3:5, 6).
Confessavam porque o batismo que João ministrava era
batismo de arrependimento, justamente o que pode
encobrir o pecado. Da nossa parte o arrependimento, da
parte de Deus o amor. Mais tarde Tiago nos ensina que
devemos contar com os irmãos justos no processo de
purificação dos nossos pecados: “E a oração da fé salvará o
enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido
pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai, pois, os vossos
pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes
curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do
justo” (Tg 5:15, 16). Peça oração aos irmãos justos, oração
para um arrependido pode perdoar seus pecados. Por isso
Tiago ensina que devemos confessar os nossos pecados
uns aos outros. E será que a doença também não é uma
conseqüência do pecado? Não exclusivamente, mas
também pode ser. E se for, arrependimento e oração de
um justo pode ter muita eficácia.

Iniciativa é uma das coisas que mais fazem


diferença na vida das pessoas.

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