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MA ADVOCACIA EXCELENTISSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA MM. VARA DA JUSTICA DO TRABALHO DE BRASILIA-DF. ANTONIO CARLOS PAIXAO DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, agente de portaria, portadora do RG n° 2.674.246 SSP-DF, CPF/MF n° 023.471.671-11, residente e domiciliada na QD 02, CONJUNTO G, CASA 22 VILA BURITIS, PLANALTINA-DF, CEP: 73.350.210, endereco eletrénico: antoniocarlos@gmail.com, por seu advogado adiante firmado, devidamente qualificado no instrumento procuratério incluso, com escritério profissional estabelecido na SDS Ed Eldorado, n° 60, Entrada A, Sala 514, Conic, Asa Sul, Brasilia-DF, CEP: 70.393.900. Endereco que indica onde recebe toda e qualquer intimagao e notificagéo, vem respeitosamente, perante Vossa Exceléncia, propor o presente. RELAMACAO TRABALHISTA Em desfavor da Em face de ASSOCIAGAO EDUCACIONAL CARMELITANA MARIA MONTESSORI, inscrita no CNPJ de N°: 13.350.057/0001-62, com sede situada na Q SGAS 913, CONJUNTO A, ASA SUL, DISTRITO FEDERAL, CEP: 70.390.130, pelos fatos a seguir expostos: SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala $14, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098, MA ADVOCACIA 1- DA ASSISTENCIA JUDICIARIA GRATUITA 1a. Requer a concessao dos beneficios da Assistncia Judiciaria Gratuita, declarando-se a Reclamante ser pobre na forma da lei e sem condigdes de arcar com o énus da demanda sem prejuizo do préprio sustento e de sua familia (Doc. Incluso). 2- DA RELACAO JuRIDICA 2A © Reclamante foi admitido pela Reclamada em 01.12.2008 como Trabalhador de Ajudante. Mediante remuneragéo mensal de R$ 468,60 (quatrocentos e sessenta e oito reais e sessenta centavos). 2.2 Na data de 01.05.2013, O reclamante passou a exercer a fungdo de Agente de Portaria, percebendo remunerago mensal de R$ 1.355,00 (um mil trezentos e cinquenta e cinco reais), sendo a tiltima remuneracao devida ao reclamante, entretanto é na ordem de R$ 1.647,00 (mil seiscentos e quarenta e sete reais), conforme CTPS em anexo. 2.3 Trabalhava na jornada de 07:00min as 19:00min, em dias intercalados, na escala 12x36. No entanto, nao era permitide ao autor usufruir 0 intervalo intrajornada. Na forma preconizada pelo art. 71, Pardgrafo quarto da CLT “Quando o intervalo para repouso e alimentacao, previsto neste artigo, nao for concedido pelo empregador, este ficaré obrigado a remunerar 0 periodo correspondente com um acréscimo de no minimo cinquenta por cento sobre o valor da remuneragéo da hora normal de trabalho”, 0 que desde jé requer que seja pago, com dedugdo dos valores comprovadamente pagos sob o mesmo titulo. DOS FATOS. 3.4. O Reclamante foi contratado para prestar servicos de Agente de Portaria, conforme alteracdo de cargo inscrita na CTPS pela Reclamada. (Em anexo). 3.2 Cabe destacar, que o Reclamante desde de sua admisséio em dezembro de 2008, realizava tarefas totalmente diferentes da que foi contratado para exercer, por determinacao da Reclamada passou a exercer a funcdo distintas como agente de portaria, jardineiro, vigilante, motorista, jardineiro e cuidador de animais. SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala $14, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098, MA ADVOCACIA 3.3 Cabe Ressalta, que o Reclamante além de ser obrigado a realizar servicos diferentes da que fora contratado para exercer, era obrigado pela Reclamada a manusear valores de elevadas montas da sede da escola Reclamada até a agéncia bancéria. 3.4 Ressalta-se, que o Reclamante realizava o manuseio dos referidos valores sem nenhum tipo de seguranca e sem escolta, colocando em risco a sua prépria vida, haja vista que transportava grandes valores em dinheiro diariamente, desvirtuando totalmente a fung3o que ora foi contratado para realizar que era de ajudante, conforme contrato de trabalho destacado na CTPS. (Em anexo). 3.5 Destaca-se, que o Reclamante também era obrigado a exercer a fungo de motorista, sendo responsdvel por conduzir diariamente funciondrios da Reclamada como professores até determinados locais a pedido dos referidos funcionérios da Reclamada. 3.6 Cabe salientar, que o Reclamante também era responsavel por alimentar, banhar, € passear com os animais que eram criados nas dependéncias da Reclamada, sendo desta forma obrigado pela Reclamada a acumular diferentes fungdes durante todo pacto laboral. 4 - DA CONDUTA DA RECLAMADA 41. Conforme ja ressaltado, a reclamada, por motivos alheios a vontade do reclamante, remaneja a mesma para exercer as fungdes de agente de portaria, jardineiro, vigilante, motorista, jardineiro e cuidador de animais, fungées essas totalmente diferentes da que o Reclamante foi contratado para exercer. 4.2 Ressalta-se, que o Reclamante procurou o supervisor da reclamada, no intuito de buscar uma solug&o conciliatéria para aquela questao, ‘ou que ao menos, Ihe fosse assegurado uma justa remunerago aos actimulos de fungdes que exercia e quanto aos pagamentos de horas extras extraordinérias que 0 mesmo realizava diariamente e n&o eram pagas, mas néo obteve sucesso. 4.3 Todavia obteve resposta negativa por parte do supervisor da reclamada que sob a alegagéo de que a empresa contrata da forma que quer, e loca os seus funciondrios da forma que bem entenderem. SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala 514, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098, MA ADVOCACIA 5- DO ACUMULO DE FUNCAO\ DESVIO DE FUNCAO 5.1 Apesar de o Reclamante ter sido contratado como AJUDANTE, junto & Ré, exercia também as funcées de AGENTE DE PORTARIA, VIGILANTE, MOTORISTA, JARDINEIRO E CUIDADOR DE ANIMAIS, inclusive TODOS OS DIAS DE LABOR junto a reclamada. 5.2 Entretanto, durante todo o pacto laboral, sequer recebeu qualquer valor referente a este actmulo/ desvio de funcao que devera ser condenada, conforme se verifica na jurisprudéncia patria. 5.3 Como jé citado acima, materializou-se um actimulo de servicos substancial, porém sem correspondéncia remuneratéria, contrariando, assim, a caracteristica basica do CLT e da CCT, qual seja: direitos e obrigacdes que guardem a devida proporcionalidade e nos limites do contrato de trabalho, haja vista ter a Reclamada imposto ao Autor exercer as fungdes acima citadas, com auséncia da contrapartida no tocante & remuneragao, requerendo-se que Vossa Exceléncia arbitre um valor consent&neo com o plus de atribuigdes havido a contar de R$ 1500,00 (mil e quinhentos reais), estimado em 90% do seu salario. 5.4. Esclarece que 0 RECLAMANTE aufere saldrio equivalente a R$ R$ 1.647,00 (mil seiscentos e quarenta e sete reais), para desempenhar actimulo de funcao, a ser atribuiggo do Autor em verdadeiro acréscimo de atividade laboral. 5.5. Desta feita, requer seja retificado a CTPS do reclamante para a fungo que auferia até o momento de sua demissdo que era de VIGILANTE, face ao principio da primazia, bem como seja condenado a reclamada ao pagamento das diferencas salariais por todo pacto laboral, conforme remuneragao estipulada pela CCT DE 2014, ano de seu desligamento da Reclamada, que era de R$ 1.575,39 ( mil quinhentos e setenta e cinco reais e trinta e nove centavos), acrescidos de 30% de adicional de periculosidade, conforme lei 12.740/2012, e cléusula terceira da CCT da categoria do reclamante, (em anexo), bem como a sua integracéo na RSR, Aviso Prévio, 13° Saldrio proporcional, Férias e terco constitucional, FGTS e multa fundidria do FGTS de 40%. 5.6. Importa ressaltar que nossa legislac&o trata especificamente da questo, sen3o vejamos: SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala $14, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098, MA ADVOCACIA Consolidacdo das Leis do Trabalho Artigo 460: Na falta de estipulacao do saldrio ou néo havendo prova sobre a importancia ajustada,o empregado terd direito_a 1 salério igual he na_mesmi fi fi * fe it para servico semethante. (Grifos e destaques nossos) 5.7. Aparando na doutrina 6 oportuno ressaltar as palavras do professor Sergio Pinto Martins, em seu livro Direito do Trabalho, 202 edicao, pagina 324. Ocorre o desvio de funcSo quando o empregado exerce outra_funcéo, sem que haja_o pagamento do_salério tivo. vio _cria ireito a mento if val mn funcs N3o implica, porém, —_reclassificago do _funcionério. (grifos e destaques nossos) 5.8. E, prossegue o festejado jurista: "11, No se confunde desvio de funcéo com a equiparaco salarial. Nesta, hd a comparagao entre o trabalho de duas pessoas, que exercem fungées idénticas. No desvio, 0 empregado néo & comparado com outro, mas em razéo de exercer funcéo diversa, seria devido o salério da funcéo."(arifos e destaques nossos} 6- DAS DIFERENCAS DE RECOLHIMENTO DE FGTS E INSS 6.1 © reclamante foi lesado nos recolhimentos fiscais previdencidrios por parte da empresa reclamada eis que a mesma procedeu aos recolhimentos apenas referentes ao salario constante nos contra cheques do reclamante, sem considerar a convencdo coletiva de trabalho que estipula um piso minimo de 1.575,39 ( mil quinhentos e setenta e cinco reais e trinta € nove centavos), acrescidos de 30% de adicional de periculosidade, conforme lei 12.740/2012, e clausula terceira da CCT, nesse sentido, seja condenada a Reclamada a realizar os recolhimentos fiscais e previdencidrios com base no piso salarial minimo da categoria do Reclamante, jé citado acima, desde a admissdo até a propositura da presente ac&o, conforme cldusula terceira da CCT. (vide CCT em anexo) SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala $14, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098, MA ADVOCACIA 6.2. © valor a ser depositado néo é referente apenas ao salario e sim a todos os adicionais que incidem sobre ele, estes direitos esto dispostos no Enunciado 63 do Tribunal Superior do Trabalho, que reforgando a tese, dispde: "A _contribuicSo para o FGTS inci muneracéo adicionais eventuais."(grifo nosso) 7. DO HORARIO INTRAJORNADA 74 Trabalhava na jornada de 07:00min as 19:00min, em dias intercalados, na escala 12x36. No entanto, no era permitide ao autor usufruir 0 intervalo intrajornada. Na forma preconizada pelo art. 71, I Pardgrafo quarto da CLT “Quando 0 intervalo para repouso e alimentacio, Previsto neste artigo, nao for concedido pelo my fi ficard obric munerar o1 gsc minimo cinquenta por cento sobre _o valor da remuneracéo da hora normal de trabalho”. 7.2 Ante ao exposto, requer o reclamante a condenac’o da reclamada ao pagamento de no minimo 50% (cinquenta por cento), sobre o valor da remuneragao da hora normal de trabalho durante o pacto laboral. 8, DOS FERIADOS TRABALHADOS 8.1 Insta salientar, que o reclamante trabalhava na escala 12x36, trabalhando conseguintemente em diversos feriados por todo pacto laboral, ndo sendo remunerado em dobro 0 feriado trabalhado, conforme preceitua a stimula n° 444 do TST, in verbis: “E valida, em caréter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convencéo coletiva de trabalho, assegurada a remuneracéo em dobro dos feriados trabalhados. O empregado nao tem direito a0 pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas”. SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala $14, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098, MA ADVOCACIA 8.2 © Reclamante durante todo o pacto laboral, NUNCA, deixou de trabalhar nos dias de feriados o que fere de morte os ditames trabalhistas que, segundo a simula n° 444 do TST, trabalho os feriados trabalhados deverso ser remunerados em dobro. O que, por ébvio, nao aconteceu. Desde sua admissao ‘© Reclamante laborou em todos os feriados sem receber a contraprestacao devida. 8.3 Ante ao exposto, tem direito o Reclamante a percepgao dos domingos e feriados trabalhados durante todo pacto laboral, pagos em dobro. 9 - DAS HORAS EXTRAS. a1 Denota-se que a Reclamante realizava no minimo 1 (uma) hora extra didria durante todo o pacto laboral, haja vista que prestava servigos em diversas fungées, ultrapassando todos os dias o seu horario de trabalho que era de 07hOOh as 19:00h, tendo por enumeras vezes que sair apés as 21:00h para acompanhar os funcionarios da reclamada até a parada de dnibus, conforme ja demostrado. 9.2. As horas extras por sua habitualidade devem ser consideradas com reflexos e integragdes para o calculo do aviso prévio indenizado, férias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional, 13° salarios integrais e proporcionais e FGTS, referentes ao periodo de todo pacto laboral descrito no item 4.1 desta, consoante os Enunciado do Tribunal Superior do Trabalho: N° 376. Horas extras. Limitagao. Art. 59 da CLT. Reflexos. (Converséo das Orientagdes Jurisprudenciais n°s 89 € 117 da SDI-1) 1-omissas II - 0 valor das horas extras habitualmente prestadas integra 0 ciflculo dos haveres trabalhistas, independentemente da limitagao prevista no "caput" do art. 59 da CLT. (ex-OJ SDI-I n° 89 - Inserida em 28.4.1997) SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala 514, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098, MA ADVOCACIA 10 - DO DANO MORAL 10. © Reclamante foi submetido ao sofrimento pelo desvio de funco, uma vez que exercia tarefas muito aquém da sua qualificacao profissional € 0 cargo para o qual foi contratado, sendo obrigado pela Reclamada a executar diversos servicos, como jé demostrado acima, como jardineiro, ajudante, agente de portaria, vigilante, motorista e cuidador de animais que indiscutivelmente, acarretava-Ihe 0 constrangimento pessoal, afrontando assim o seu equilibrio emocional e atingindo a sua esfera moral. Vejamos 0 que expressa o disposto no artigo 468 da CLT: “artigo. 468 — Nos contratos individuais de trabalho sé & licita a alteragao das respectivas condicées por mutuo consentimento, e ainda assim desde que nao resultem, direta ou indiretamente, prejuizos ao empregado, sob pena de nulidade da cldusula infringente desta garantia.” 10.2. A Reclamada exerceu os limites do jus variandi, incorrendo em abuso de poder, ao submeter o Reclamante ao exercicio de atividades incompativeis com o cargo para o qual foi contratado, sem existir qualquer embasamento legal para legitimar a alteragao nas condig6es do seu contrato de trabalho. 10.3. Em razéo da alteraco contratual lesiva quanto qualificag3o profissional do Reclamante, restou caracterizado 0 ato ilicito praticado pela Reclamada e evidenciado o constrangimento moral sofrido pelo Reclamante, ensejador da indenizacdo por danos morais. 10.4. E oportuno salientar que a ideia inicial acerca do que seria dane moral aponta para um aspecto de dor, de sofrimento, de perda nao material que alguém sofre por ato ou omissdo, Culposo ou doloso, praticado por outrem, contrario ao direito. 10.5. E, efetivamente, o dano se traduz como uma consequéncia do ato ilicito praticado por outrem, lesionando um bem da vida material ou imaterial, este, em suas vertentes corpéreas, moral ou intelectual. Dai, a configuracéo dos danos patrimoniais ou materiais e dos nao patrimoniais ou morais. 10.6. Dano moral é a lesdo a esfera intima da pessoa, aos seus valores, as suas concepcées e crengas, & sua individualidade como ser humano integro, dotado de existencialidade corpérea, sensibilidade, razo e paixdo. Essa ofensa traduz, em suma, uma violéncia aos direitos da personalidade. 10.7. © art, 186 do Cédigo Civil Brasileiro, norma qual o Direito do Trabalho pode se reportar, por expressa disposicaéo contida no art. 8° da Consolidacao das Leis do Trabalho, define 0 que seja ato ilicito causador de um dano. SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala $14, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098, MA ADVOCACIA 10.8. A verificagio da culpa e a avaliago da responsabilidade regula-se pelo disposto nesse Cédigo, arts, 927 a 954 10.9 E preciso, para a reparacao do dano, que o ato seja contrario ao direito, ou seja, viole 0 direito de outrem; ou, entao, que, ainda que nao se configure em uma violacéo de direito, cause-Ihe prejuizo, porque, na licéo de Pontes de Miranda, sem contrariedade a direito no hé ilicitude. 10.9.1 Ainda de conformidade com Pontes de Miranda, a culpa é elemento inconfundivel com a contrariedade a direito. Ela é um plus no suporte fatico. Para ele, tem culpa aquele que atua, positivamente ou negativamente, como causa evitdvel de algum dano, ou infracdo. Alerta ainda para a pouca importancia que existe em direito privado da distingéo entre dolo e culpa, notadamente, na andlise do art. 186 do Cédigo Civil, 0 qual impée a reparacao do dano qualquer que seja a culpa. O principio geral, a respeito do ato ilicito, 6 0 de que toda culpa, inclusive a leve, obriga 4 reparacéo, cabendo & lei abrir as excecées. Nesse sentido se encontra a seguinte jurisprudéncia da Corte Superior Trabalhista: “QUALIFICAGAO CONTRATUAL - CARGO TECNICO - REBAIXAMENTO DE FUNGOES - DIMINUICAO MORAL. A qualificagéo exata do empregado mede-se pelo efetivo exercicio de um mister, nenhuma influéncia desempenhando o rétulo que se Ihe atribua. Distingue-se 0 cargo técnico pela especializacéo das suas funcdes, auséncia de autoridade e representacdo dos interesses patronais, além de se nao referir a guarda de haveres. Constitui les3o ao ajuste laboral a alteracao das fungées habitualmente exercidas pelo empregado, com evidente diminuigéo moral deste", (...) A legislacio trabalhista, na sua esséncia, no preserva apenas a estabilidade econémica do trabalhador, mas sua dignidade e integridade profissional, pois do contrério o diploma consolidado nao seria uma concertag3o juridica para reduzir 0 desequilibrio das partes na relagdo de emprego. Incidéncia dos artigos 9° e 468 da CLT. Recurso conhecido e provido.” (PROC. n.° TST-RR-562.158/1999.3, Relator: Vieira de Mello Filho, 18 Turma do TST, julgado em 04.06.2003, pub. no DJ em 08.08.2003). 11- DO DIREITO 11a Importa ressaltar que nossa legislagdo trata especificamente da questo, sendo vejamos SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala $14, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098, MA ADVOCACIA Consolidacdo das Leis do Trabalho Artigo 460 Na falta de estipulagao do salério ou nao havendo prova sobre a importéncia ajustada,o empregado terd direito a perceber salério igual ao daquele que, na mesma empresa, fizer servico equivalente, ou do que for habitualmentepago para _ servico semelhante. (grifos e destaques nossos) 11.2 Aparando na doutrina é oportuno ressaltar as palavras do professor Sergio Pinto Martins, em seu livro Direito do Trabalho, 208 edicao, pagina 324. Ocorre o desvio de funcéo quando o empregado exerce outra funcao, sem que haja o pagamento do saldrio respective. O desvio cria_o direito_ao houver o exercicio da funcée. Nao implica, porém, reclassificacg3o do funciondrio.” (grifos e destaques nossos) E, prossegue o festejado jurist N5o se confunde desvio de fungo com a equiparagéo salarial. Nesta, hd a comparacao entre o trabalho de duas pessoas, que exercem funcées idénticas. Ne _desvio, 0 empregado ngo_ _¢ comparado com outro, mas em razéo de exercer funcéo_diversa, seria devido_o saldrio_da funcSo.” (grifos e destaques nossos) 11.3. Inclusive, deve-se ressaltar que nosso Egrégio Tribunal Regional do Trabalho, apreciou, recentemente, esta questo, sendo vejamos: TRT-10 - RO: 0000945-37.2015.10.0105-DF, Relator: Grijalbo Fernandes Coutinho, Relatora Flavia Simées Falcéo, Data de Julgamento: SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala $14, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098, MA ADVOCACIA 08/06/2016, primeira Turma, Data de Publicagéo: 10/06/2016) EMENTA DESVIO DEFUNCAO POR ACUMULO. PROVA. A Constituigo Federal, em seu artigo art. 7°, inciso XXX, proibe a discriminacdo, sendo certo que funcées semelhantes ou iguais devem ter a mesma remuneracao. Em consonéncia com o texto da Carta Magna, a CLT dispae sobre a matéria em seu art. 460, prevendo a isonomia salarial para o exercicio de cargos semelhantes, & mingua de pactuacdo especifica. Comprovado nos autos que o trabalhador acumulava atribuicées inerentes a cargo para 0 qual ngo fora contratado, correta a condenagao do reclamado a proceder 4 majoracéo salarial respectiva. Demonstrado 0 descumprimento de obrigacées contratuais pelo reclamado, concernente a manter o empregado em situacao de acimulo de funo, sem a paga remuneratéria devida, 0 reclamante pode considerar rescindido o seu contrato de trabalho, de forma indireta, pelo empregador, nos moldes definidos pelo artigo 483, da CLT. 12- DA EXIBICAO DE DOCUMENTOS (INVERSAO DO 6NUS DA PROVA) 12.1 E cedigo que hoje, vige 0 principio da aptidio da prova, a significar que 0 énus probandi é de quem possul condigdes de cumpri- lo. A inversdo do dnus da prova é possivel no processo do trabalho por aplicacdo subsidiaria do artigo 6°, VIII do CDC, desde que concomitantemente presentes ‘os elementos da verossimilhanga das alegagdes e da hipossuficiéncia da parte, e os meios de prova necessérios estejam na posse do empregador. 12.2 Assim, 0 reclamante requer neste ato a inversdo do 6nus da prova, devido a sua hipossuficiéncia em face do poder econdmico da reclamada e por esta se encontrar em posse de todos os documentos do reclamante, que comprovam todos os fatos alegados, invocando nesse ato a aplicac&o dos artigos, 437, I, e 438 e 442 do CPC, admitidos em analogia nesta douta especializada. SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala 514, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098, MA ADVOCACIA 13- EX POSITIS, PEDE: 13.1. Em razao da falta de pagamento das integracées das horas extraordinarias como alhures mencionado, vem o Reclamante, postular durante o pacto laboral, a essa MM. Junta, as verbas a seguir alinhadas, as quais devero ser apuradas em liquidagdo de Sentenca. a) Em relagao ao desvio de fungdo Reclama: 1) Requer a concesséo do beneficio da Justica e a assisténcia judiciéria gratuita ao Reclamante, sendo esta pessoa deste patrono que declara aceitar o encargo, a teor da Lei n° 1.060/59 e declaracao em anexo; 2) Retificagao na CTPS para o cargo de Vigilante, bem como o Recebimento da diferenca salarial conforme clausula terceira da CCT em anexo, no valor de 1.575,39 ( mil quinhentos e setenta e cinco reais e trinta e nove centavos), acrescidos de 30% de adicional de periculosidade, conforme lei 12.740/2012, bem como recebimento das horas extraordindrias realizadas, no periodo de 01.12.2008 até o seu desligamento da Reclamada em 08.09.2014, acrescidas dos reflexos legais, conforme preceitua a sGmula 146 do TST; 3) Seja condenada a Reclamada a realizar os recolhimentos fiscais e previdenciérios no importe de 8% com base no piso salarial minimo da categoria de Vigilante, jé citado acima, desde a admissao até o seu desligamento da Reclamada em 08.09.2014, conforme cldusula terceira da CCT. (vide CCT em anexo), além da multa fundiaria de 40% incidente sobre o FGTS atualizado, a apurar; 4) Reflexos dos pedidos retro, no décimo terceiro salério, férias, tergo constitucional, horas extras prestadas, aviso prévio e demais parcelas rescisérias, a apurar; b) Em relagéo as Horas Extraor integradas; 5) Requer a Integracées das Horas Extraordindrias para o cdlculo do aviso prévio indenizado, férias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional, SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala 514, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098 MA ADVOCACIA integrais e proporcionais e FGTS, referentes ao periodo de todo pacto laboral, conforme descritas acima, e o consequente Pagamento, a apurar. 6) Para tanto, requer seja notificada a Reclamada para que consigne as folhas de pagamento do Reclamante, para apuragSo das horas extraordindrias mensais do mesmo, realizadas durante o pacto laboral; 7) Com a devida anotacéo na CTPS, requer a anulacéo dos recibos de pagamento, e que seja ratifi ari as devidas promocées e dissidios da categoria, das verbas inadimplidas do periodo nao anotado, e das diferencas oriundas da nao anotacdo correta de salério na CTPS, gerando reflexos em 13° sal ado o si anotado com s (proporcionais), fé aviso prévio e FGTS mais a multa de 40%. s (proporcionais), incluindo o tergo constitucional, 8) Com a anotagSo da CTPS, requer seja condenada as Reclamada por acimulo de fungao, acrescendo 50% (cinquenta por cento) do s: alente ao valor de R$ 800,00 (oitocentos reais), durante o pacto laboral. do Autor percebia, eq 9) A condenagao da reclamada a reparar o reclamante pelos danos morais sofridos, indenizando-o no valor de R$ 20.000, 00 (vinte mil reais) pelo sofrimento ocasionado pelo acumulo de fungées, agressées verbais, durante seu pacto laboral. 10) Pagamento dejuros de mora, 1% ao més capitalizado, sobre o capital corrigido monetariamente. 11) Que sejam exibidos na contestacao pela Reclamada, garantindo ao reclamante a inverséo do énus prova, todos os documentos referentes ao vinculo do obreiro, tais como; demonstrativos de salari jo, folhas de ponto, contrato soci disposto nos artigos 437, I, e 438 e 442 do CPC I, sob pena de aplicasdo do 12) Requer ainda que se digne Vossa Exceléncia designar dia e hora para a audiéncia inaugural, notificando a Reclamada, no enderego de sua sede, conforme consta do SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala $14, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098, MA ADVOCACIA predmbulo desta peca, para comparecer e, querendo, produzir defesa, sob pena de revelia e confissio. 13) Seja julgado PROCEDENTE a presente aco, condenando a Reclamada no pagamento dos pedidos supra pleiteados mais custas processuais, correcéo monetéria, juros de mora e honorérios advocaticios, na base de 20% (vinte por cento), sobre o valor da condenacio, e demais cominagées leg 14) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, sobretudo, ouvida de testemunhas e depoimento do preposto da Reclamada. 15) Instruida e provada a presente reclamatéria, espera seja julgada procedente para determinar e declarar a ecorréncia da resciséo indireta do contrato de trabalho, com fulcro na alinea “d" do artigo 483 da CLT, bem como condenar a Reclamada no pagamento, tais como salérios pagos a menor, aviso prévio, férias, 1/3 das férias, FGTS e correspondente multa, tudo acrescido de juros e correcéo monetéria conforme se apurar em iquidacao de sentenca, Dé-se a causa 0 valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Pede, Deferimento Brasilia-DF, 08 de Setembro de 2016. SERGIO RODRIGUES MARINHO FILHO OAB/DF 27.024 SDS Ed: Eldorado, N° 60, Sala $14, Asa Sul, Brasilia-DF Fone: 3226-4098,

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