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Por meio deste novo tipo societário o empresário poderá constituir a pessoa jurídica
figurando como único titular da totalidade do capital social, que deverá ser integralizado e não
poderá ser inferior a 100 (cem) vezes o valor do salário mínimo (atualmente cerca de R$
62.200,00), além de só poder figurar em uma única empresa com tal modalidade. O nome
empresarial (pode ser firma ou denominação social) deve ser formado com a inclusão “EIRELI”.
Houve veto ao artigo 2º, § 4º ("somente o patrimônio social da empresa responderá pelas
dívidas da empresa individual de responsabilidade limitada, não se confundindo em qualquer
situação com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, conforme descrito em sua declaração
anual de bens entregue ao órgão competente"), sob o pretexto de que a expressão "em qualquer
situação", poderia ocasionar divergências na aplicação das hipóteses gerais de desconsideração da
personalidade jurídica, previstas no art. 50 do CC. Todavia, o art. 2º, § 6º, do mesmo diploma (art.
980-A), ao tornar subsidiária a aplicação das normas das sociedades limitadas, atrai o entendimento
de que poderá recair sobre os bens do sócio eventuais dívidas trabalhistas e débitos previdenciários,
ou em casos de violação à lei, como ocorre com as demais sociedades.
Controvérsias/Questões polêmicas:
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b) poderá ser constituída uma EIRELI com capital subscrito de 150 salários e o seu
titular integralizar valor menor, mas superior àquele mínimo de 100 salários? Parece que não,
pois o caput do art. 980-A exige a integralização do capital no momento da constituição. Nos
termos da IN nº 117/2011 do DNRC, “Poderão ser utilizados para integralização de capital
quaisquer bens, desde que suscetíveis de avaliação em dinheiro.”, não se exigindo “a apresentação
de laudo de avaliação para comprovação dos valores dos bens declarados na integralização de
capital de EIRELI”.
c) necessidade de harmonia com o art. 966 do CC, a fim de que a EIRELI prestadora
de serviços corresponda a atividades econômicas organizadas para a produção ou a circulação
de bens ou de serviços, não incluídas as exceções do parágrafo único (“Não se considera
empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda
com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa”). Assim, um médico, que não exerça sua atividade com “elemento de
empresa”, não poderá constituir uma EIRELI.