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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMIN, ATUÁRIA,


CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO
CURSO DE FINANÇAS

DISCIPLINA: FNA001 – Introdução à Contabilidade


CARGA HORÁRIA: 04 Créditos - 64 horas/aula PERÍODO: 1o.Semestre 2018
PROFESSORA: Francisco Gildemir Ferreira da Silva
Às sextas-feiras das 14 às 18h

Esse material foi retirado das notas de aulas dos professores: Jackeline Lucas Souza;
Márcia De Luca; e Paulo Gomes.

Introdução

O que é essa linguagem?

De onde veio e como evoluiu?

A quem interessa?

Como funciona?

Origem

A noção intuitiva de conta e, portanto, de Contabilidade, talvez seja tão antiga quanto a
origem do Homo sapiens. É possível localizar os primeiros exemplos completos de
contabilização, 3.000 a.c. – na civilização da Suméria e da Babilônia (hoje Iraque), no
Egito e na China. A intensa movimentação de atividade mercantil, econômica e cultural,
a partir do século XIII até o século XVII, floresceu a Contabilidade nas cidades italianas
e européias, tais como: Veneza, Gênova, Florença, Pisa e outras.

O surgimento inicial do método contábil, na Itália, provavelmente no século XIII ou


XIV, teve excessivo “culto da personalidade”, não amparada por uma pesquisa indutiva
de vulto e baseada em concepções generalizantes de algumas mentes privilegiadas,
produziu trabalhos repetitivos, teóricos e sem muita aderência aos princípios da
pesquisa e nem auditoria, mas uma livre difusão de idéias. Surgindo a escola Europeia.

Entretanto, esta escola declinou pelos seguintes motivos:

 Ausência de pesquisa indutiva para efetuar generalizações eficazes;


 Preocupação em demonstrar a Contabilidade como ciência do que conhecer
bem as necessidades informativas dos usuários, para construção de um modelo
ou sistema contábil adequado;
 Ênfase excessiva na teoria das contas (exagero das partidas dobradas),
inviabilizando a Contabilidade Gerencial;
 Inaplicabilidade de muitas teorias expostas;
 Queda no nível das faculdades: lotação de alunos, mal remuneração dos
professores.
Este fenômeno favoreceu o surgimento da escola americana, pois o surgimento de
gigantescas corporações, no início do século XX, bem como o desenvolvimento do
mercado de capitais e o extraordinário ritmo de desenvolvimento do país, constitui um
campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis norte-americanas. Uma vez
que o grau de desenvolvimento das teorias contábeis e de suas práticas está diretamente
associado, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento comercial, social e
institucional das sociedades, cidades ou nações, então a nova escola surgiu e se
disseminou no mundo.

A escola americana avançou, pois:

1. Grande avanço e refinamento das instituições econômicas e sociais;


2. Informação de médio e longo prazos nos demonstrativos, para que revelem
tendências;
3. Investimento em pesquisas sobre os princípios contábeis, pelos governos,
universidades e institutos de contadores;
4. IPCA (Instituto dos Contadores Públicos Americanos) é órgão atuante em
matéria de pesquisa contábil;
5. FASB (Financial Accounting Standards Board) e SEC (Security Exchange
Commission - a CVM deles) têm propiciado grandes avanços na pesquisa sobre
pronunciamentos contábeis.

Mas também esta escola sofreu declínio pelos seguintes motivos:

 Pouca importância atribuída à sistematização dos planos de contas;

 Apresentação de forma desordenada em livros-textos, dificultando identificar os


pontos importantes;

 Pouca consideração – por parte dos legisladores – na década de 70, para o


tratamento do problema inflacionário.

No Brasil, a legislação fiscal, ao longo dos anos (até 2007), tem tido influência nos
conceitos contábeis em virtude da falta de esclarecimentos de muitos contadores sobre
os limites da Contabilidade científica e da Contabilidade para fins fiscais. A
Contabilidade no Brasil é PARADOXAL: a qualidade das normas contábeis à
disposição é claramente superior à qualidade média dos profissionais que têm de
implementar estas normas – nossa legislação adianta-se em relação aos profissionais
que irão utilizá-las.

A falta de parâmetros teóricos, os contabilistas aceitaram os fiscais e confundiram


critérios técnicos com critérios fiscais. Em 2007 aconteceram 2 mudanças importantes:
a Lei 11.638/07, que alterou a Lei das S.A’s e a criação do CPC (Comitê de
Pronunciamentos Contábeis)

Historicamente a evolução foi a seguinte:

 1809: Escola de Comércio Álvares Penteado (ECAP) - aula de comércio da


corte;
 1856: transformação da ECAP no Instituto Comercial do Rio de Janeiro
 1902: Escola de Comércio Álvares Penteado, especializada no ensino superior
em Contabilidade (escola italiana, ainda);
 1920-1940: cada empresa (firma na época) tinha seu “guarda-livros”
 1946: fundação da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da
USP, com a criação do 1º. núcleo de pesquisa nos moldes norte-americanos, com
professores em tempo integral ao ensino e pesquisa – produzindo artigos e teses
acadêmicas de alto valor;
 1972: circular n.179, de 14/01/1972 “Normas e Princípios de Contabilidade” e,
ainda trazia, normas relativas a auditoria e ao profissional auditor no exercício
da profissão;
 1972: resolução n.220, de 10/05/1972 “Normas Contábeis e Elaboração de
Balanços”;
 1976: lei 6.404, de 15/12/1976 “Lei das Sociedades por Ações”, aplicável às
demais sociedades;
 1977: decreto-lei n.1.598, de 26/12/1977 alterava a legislação do Imposto de
Renda (DL 401, de 30/12/1968);
 1993: resolução n.750 (CFC) “Princípios Fundamentais de Contabilidade” –
alterada pela 1.282, de 28/05/2010. O novo nome dado para a resolução é
“Princípios de Contabilidade”
 Outros....

No Brasil a estrutura da contabilidade é definida por ÓRGÃOS


REGULAMENTADORES, tais como:

• CFC: Conselho Federal de Contabilidade


• CPC: Comitê de Pronunciamentos Contábeis
• CVM: Comissão de Valores Mobiliários
• BACEN: Banco Central do Brasil
• SUSEP: Superintendência de Seguros Privados
• RFB: Receita Federal do Brasil
• IBRACON: Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

EM DESENVOLVIMENTO... (Apresentar Slides)

Contabilidade é a linguagem dos negócios

A contabilidade surgiu e se desenvolveu para atender a determinadas necessidades


decorrentes de intercâmbio comercial . O que mais impulsionou a contabilidade foi a
evolução do comércio entre os povos, firmada pelo conceito das PARTIDAS
DOBRADAS – pelo qual cada registro contábil se comporia de 2 lançamentos, de
acordo com Luca Pacioli, 1494. É uma linguagem estruturada que se baseia num
conjunto de princípios, convenções e regras cujo entendimento se faz necessário para
que se possa interpretar as mensagens que pretende transmitir.

Os termos utilizados pela contabilidade são tirados da linguagem comum. Na


maioria dos casos os termos têm significados iguais aos que têm no dia-a-dia (caixa,
balanço, etc.), mas podem gerar confusão conforme a técnica de escrituração.

“ É um termo amplo que designa certas teorias, premissas comportamentais, regras


de mensuração e procedimentos para a coleta e apresentação de informações úteis das
atividades de uma organização” (Enciclopédia Britânica. Chicago: William Benton,
1964, v.1, p.78).

A contabilidade interessa a toda a comunidade, tais como:


• Fisco
• Proprietários
• Credores
• Administradores
• Entidades de finalidades não lucrativas

A contabilidade objetiva captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos


que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja
PF ou PJ. Assim, ele provê seus usuários de informações sobre o patrimônio de uma
entidade e suas mutações.

Escrituração

O sistema contábil estuda o patrimônio definido como o conjunto de bens, direitos e


obrigações pertencentes a uma ou mais pessoas, em seus aspectos estático ( econômico
e financeiro) e dinâmico (variações sofridas pela riqueza patrimonial) e nos seus
aspectos qualitativos e quantitativos visando desnudá-lo e mostrá-lo como está, no
intuito de propiciar condições de intervenção no mesmo (Favero et al, 1997, p.21).

As Normas Internacionais de Contabilidade


desde 2010 são atualizadas no Brasil com a introdução da lei 11.638/07, que provocou
profundas alterações na Lei das Sociedades por Ações, e com a lei 11.941/09, que
desatrelou a ligação da contabilidade às normas tributárias, com a criação do CPC
(Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e outras ações a contabilidade agora tem o
início de uma nova era sob as normas do IASB.

Ha a necessidade da prevalência da Essência sobre a Forma. Trata-se do pilar das


normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB, onde seu objetivo está em:
maior transparência, que redunda me menor custo do capital e menores riscos nas
decisões.

Exemplo da Forma - essência: Aluguel: despesa; Valor de recompra: dívida original


e encargos.

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