INTRODUÇÃO
JUSTIFICATIVA
Este trabalho justifica-se pelo fato de que a qualidade da educação nas escolas
públicas continua sendo um desafio crucial a ser enfrentado em Minas Gerais. Acreditamos
que somente a educação pode transformar vidas, e é essencial para atender às necessidades do
país e para a construção de uma sociedade de conhecimento. A educação pode ser tomada
como um dos mais complexos processos constitutivos da vida social.
Para KENSKI, “a exigência de um novo tempo, um novo espaço e outras maneiras
de pensar e fazer educação. O amplo acesso e o amplo uso das novas tecnologias condicionam
a reorganização dos currículos, dos modos de gestão e das metodologias utilizadas na prática
educacional”. ( 2003, p.92).
Assim percebe-se que o desafio atual para a sociedade e para a educação escolar não
se situa mais em termos de democratização do acesso e sim na oferta de um ensino que atenda
a padrões mínimos de qualidade. O monitoramento sistemático do sistema educacional
realizado anualmente por meio do censo escolar e a cada dois anos pelo Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica (SAEB) tem mostrado que a capacidade de atendimento das
redes de ensino já é suficiente para assegurar a matrícula a todas as crianças, embora ainda
existam déficits localizados em determinadas regiões do País. Dessa forma, o principal
objetivo passa a ser a promoção da permanência e da aprendizagem dos alunos, ou seja,
assegurar-lhes as condições de sucesso escolar. Para isso, torna-se indispensável para as
escolas públicas de Minas Gerais a elaboração de um projeto político pedagógico constituído
e planejado de forma participativa dando clareza à escola sobre que tipo de ensino deseja
ministrar para seus alunos, a ação e a participação do inspetor escolar nesse processo com
vista à eficácia social da instituição escolar são essenciais, antes o inspetor escolar era visto
como um fiscalizador, hoje sua atuação não é exercida apenas no administrativo, mas, e
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OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Focar a qualidade do Ensino como fator importante para a ação do inspetor escolar nas
escolas públicas de Educação Básica.
METODOLOGIA
E tudo isso só não basta. É evidente que a escola precisa preparar o educando para as
relações sociais e para o mundo do trabalho. Isto é legal e incontestável, no entanto, mais uma
vez, deparamos com um problema bem maior para a pedagogia do século XXI, que é adequar
às propostas pedagógicas e às práticas docentes a esse novo perfil de homem que a sociedade
do “conhecimento” deseja.
modernidade. Não basta colocar todas as crianças na escola, nem basta aumentar o número de
horas dentro dela. Uma má escola, com mais tempo de permanência, continuará sendo uma
má escola. As escolas ainda se sentem fortemente pressionadas pelas expectativas tradicionais
das famílias, pela pressão do acesso às melhores universidades, pelo cipoal de normas das
várias instâncias administrativas, pela força da cultura educacional convencional. Mesmo as
universidades mais avançadas tecnologicamente continuam apegadas às aulas com
transmissão de conteúdo, fragmentadas em disciplinas, com presença obrigatória e pouca
flexibilidade e inovação.
Nesse sentido se o ensino brasileiro for estruturado para suportar as diferenças, talvez
possa ficar mais claro para nós que pátria se deseja. A transformação dependerá de cada um de
nós. Só com o poder transformador da educação continuada chegaremos ao crescimento. A
educação forma pessoas tecnicamente superiores e motivadas para assumir desafios, riscos e
atitudes inovadoras, além de dar condições às pessoas de entenderem o seu papel na sociedade
e melhoraram a sua qualidade de vida. Segundo a UNESCO (1998), “O analfabetismo
funcional é um problema significativo em todos os países industrializados ou em
desenvolvimento.”É importante sabermos que uma nação que investe na educação, contribui
ativamente no crescimento econômico e no desenvolvimento social e cultural da sociedade e
do país. Ainda tomando por base pesquisas da UNESCO, verifica-se que a educação é um
fator diferencial, uma vez que através dela os indivíduos têm maiores chances de conseguir
trabalhos qualificados, além de participação ativa na vida democrática podendo desta forma,
ter pleno conhecimento dos seus direitos e deveres e usufruir os mesmos. Infelizmente, vive-
se em uma profunda crise, principalmente no âmbito educacional, onde ainda grande parte da
população não tem acesso a educação público de qualidade e os que o têm não adquirem
conhecimentos considerados essenciais, por este apresentar insuficiências com relação a
investimentos, má remuneração aos docentes que nele atuam e inexistência de
comprometimento dos governantes com relação a esta causa.
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um dos principais meios de realização de mudança social ou, pelo menos um dos recursos de
adaptações das pessoas, em um mundo em mudança. Podendo, na atualidade, inclusive ser
vista como um investimento, mas ela ainda continua a provocar desigualdades. Regional e
global. Ele afirma que a educação é um dos meios que os homens lançam mão para
satisfazerem suas necessidades.
Segundo MORIN (2000), a sociedade contemporânea possui elementos
diversificados e complexos, isto significa que o ensino precisa estar atento à complexidade da
vida contemporânea. O ensino é um dos aspectos do processo educacional, mais voltado para
as questões da prática docente. Assim, tem objetivos específicos e trata da avaliação de
desempenho do aluno, dos conteúdos, das metodologias, enfim, do que e do como ensinar.
Caracteriza-se por ser uma atividade deliberada, sistemática e planejada, ocorrendo em
horários e locais determinados; faz parte da educação escolar, porém esta é mais do que
ensino.
Sabe-se que a educação escolar é o processo formativo que acontece dentro da escola
e que também diz respeito à formação do cidadão, aos hábitos, às atitudes e aos valores. Tem
como especificidade o fato de influir sobre as pessoas durante um tempo grande e contínuo de
suas vidas. O processo educativo que se dá na escola relaciona-se aos outros processos que
ocorrem na sociedade, influenciando-os e sendo influenciado por eles. Para TEIXEIRA
(1977), promover a democracia, no campo da educação comum para todos, é oferecer
escolas dominantemente pública, mas de qualidade para todos. Esta é a fase que estamos a
viver na educação nacional.
Ora, a realidade de nossas escolas hoje deixa ao século XXI o desafio de colocar o
esforço pedagógico (o ensino) a serviço das metas educacionais, visando o equilíbrio entre o
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“ser saber” e o “saber ser”, isto é, entre o sujeito cognoscente e o sujeito social, consciente,
equilibrado e responsável. A revisão dos projetos pedagógicos e as reformas curriculares já
em andamento no país legitimam-se pela busca de uma nova relação entre homem e
conhecimento para democratizar o saber e fazer dele uma bússola capaz de nortear a formação
de posturas críticas e as tomadas de decisão.
Hoje a educação precisa ser reinventada, fazendo com que ela faça parte da vida e do
cotidiano dos alunos, incluindo-os na cultura das comunidades brasileiras. Por tudo isso, a
educação é essencialmente um apontar de possibilidades, de distinções, de relações e de
humanidade. Educar é abrir, erguer, questionar, duvidar e ensinar a duvidar, é ser modesto em
saber ajudar. É viver e aprender.
A Constituição de 1988 dispõe sobre a educação em seu artigo 205 ela prescreve: “A
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” ALVES (1997) considerando que a
educação é direito de todos e dever do estado, diz que é impositivo que, quando oferecida, sob
a forma de ensino sistematizado, esteja norteada por princípios básicos que calçam o mundo
dos valores e o chão das significações da organização escolar e dos ritos educativos ALVES
(2004, p.35). PIAGET (1998) advoga que esse direito não se restringe ao "pleno direito à
educação", mas que seja uma educação de qualidade e voltada para o pleno desenvolvimento
da personalidade humana, levando em consideração a paz entre as várias nações. O direito por
si só não é o bastante, e que a gratuidade somente do ensino de primeiro grau, com um olhar
de justiça social, não passa de uma mera afirmação social. Entretanto, para ele, não basta
ampliar o ensino de primeiro grau e implantar o segundo grau com caráter gratuito, mas é
preciso também programar uma relação aluno/escola/aprendizagem, em que haja tarefas que
levem o aluno a compreender e participar ativamente da vida social.
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Nesse contexto falar de educação é falar de tentativas e de pressupostos, uma vez que
a educação, enquanto processo, refere-se a povos, lugares, épocas, culturas e histórias
diferentes – daí se ter, conseqüentemente, várias educações porque são vários os
determinantes, são vários os conceitos. De que educação falamos? De uma que liberta ou de
uma que escraviza? De uma que vivencia e se aprende nos grupos étnicos e familiares e/ou de
uma que se busca, porque se é dada em lugares determinados com conteúdos elencados em
ritos pré-assinalados? Formal ou informal, meio ou fim, produto ou processo, prática
individual ou prática coletiva, autoritária ou democrática, opressora ou libertadora,
reprodutivista ou crítica?
No mundo de hoje, a maior violência que podemos cometer com a dignidade humana
é, sem dúvida, a inércia, o consentimento com a condição de milhares de brasileiros não
desenvolverem a capacidade de ler, escrever, acessar o conhecimento de forma que possa
desempenhar uma participação autêntica na sociedade. As pesquisas estão aí confirmando que
na sociedade letrada em que vivemos, quanto maior a participação do sujeito na cultura
escrita, maior será a convivência com domínios de raciocínio abstrato, maior será a
capacidade de realizar tarefas que exijam controle, inferências e ajustes constantes. O sujeito
que lê e escreve é uma pessoa mais participativa socialmente, mais responsável e solidária;
implica percepção mais aguda do sentido da vida e do fazer histórico humano.
Para alcançar a educação que o Brasil precisa, foram definidas 5 Metas específicas
simples, compreensíveis e focadas em resultados mensuráveis, que devem ser atingidas até 7
de setembro de 2022:
As metas do (PNE) para o Brasil, com o apoio de parceiros como a UNESCO, que
vem promovendo projetos e ações em prol da melhoria da qualidade da educação pública
podem passar da intenção a realidade. A sociedade precisa assimilar positivamente o seu
papel nesse processo de mudança, em que a melhoria da qualidade do ensino é a meta de
todos. Os pais estão cobrando melhores serviços educacionais para seus filhos, e a avaliação
sistêmica, seus processos de realização e seus resultados têm sido fartamente utilizados pelos
usuários do sistema escolar nessa sua postura de consumidor atento de um serviço que vai
interferir decisivamente no futuro de seus filhos, estudantes da escola pública.
Está em vigência o Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pela Lei nº 10.172,
de 09 de janeiro de 2001, com duração estipulada em dez anos. O PNE é mais que um plano
da União. Os objetivos e metas traçados são da nação brasileira. É para todo o Brasil que se
quer o novo panorama educacional. Cada estado, o Distrito Federal e cada município estão
presentes, como parte constitutiva. Ele contempla as questões das verbas, a dedicação e
formação dos professores, a infra-estrutura das escolas. Mas a meta mais importante é a de
“Universalizar o acesso a “Educação Básica no Ensino Fundamental”.
O PNE é um plano global, que atende toda a educação brasileira, tanto no que se
refere aos níveis de ensino e modalidades de educação, quanto no envolvimento dos diversos
setores da administração pública e da sociedade. Ao ser sancionado em 9 de janeiro de 2001,
esse plano consolida um desejo e um esforço histórico de mais de 60 anos de história da
educação brasileira, e é a realização do sonho de diversos educadores.
Não há como construir uma sociedade livre, justa e solidária sem uma educação,
pautada pela construção da autonomia, pela inclusão e pelo respeito à diversidade. Só é
possível garantir o desenvolvimento nacional se a educação for alçada à condição de eixo
estruturante da ação do Estado, de forma a potencializar seus efeitos. Reduzir desigualdades
sociais e regionais se traduz na equalização das oportunidades de acesso à educação de
qualidade para todos. Anísio diz que “a educação é de interesse público,” pelo fato de ser a
educação considerada uma necessidade individual e não apenas uma vantagem.
objetivo tornar a gestão escolar mais eficiente e eficaz, voltada à aprendizagem de todos os
alunos.
desejos e objetivos que definem, afinal, sua identidade. Uma reavaliação periódica desse
projeto permite um atendimento mais afinado com o perfil da clientela da escola, amplia a
eficácia do trabalho e contribui para o crescimento de quem trabalha nele. Entende-se que a
avaliação do PPP deverá ser como bússola que reorientará o trabalho da comunidade escolar.
A conquista da qualidade exige enfrentar este desafio. RANGEL, diz que: “O PPP da escola
será, então, mais uma referencia mais uma fonte de estudo, integração do trabalho, pesquisa,
estimulados pelos setores da escola.” (2003, p. 94).
Para Salmaso (2008),
(...) torna-se importante reforçar a compreensão cada vez mais ampliada de
projeto educativo como instrumento de autonomia e domínio do trabalho
docente pelos profissionais da educação, com vistas à alteração de uma
pratica conservadora vigente no sistema publico de ensino. E essa concepção
de projeto político pedagógico como espaço conquistado que deve construí o
elemento diferencial para o aparente consenso sobre as atuais formas de
orientação da pratica pedagógica.
Conclui-se que a melhor forma de viabilizar que o PPP da escola seja atualizado no
cotidiano da escola e de operacionalizá-lo, na prática, é, contraditoriamente, esquecer, de
início, a sua dimensão conceitual. O importante não é o seu conceito, mas sim a sua vivência
no interior da escola e da comunidade escolar. Para VASCONCELOS, (2008, p. 54)
“Articular o Projeto Político Pedagógico e a Proposta Curricular é um desafio constante a ser
enfrentado pelos educadores. O inspetor escolar nesta ótica contribui para o resultado do
sucesso desta inter-relação de uma escola pública de qualidade para todos e acima de tudo
democrática.” Assim, a escola, vista como uma organização que congrega a comunidade
escolar em geral tem como objetivo principal o sucesso da aprendizagem de seus alunos,
formando cidadãos aprendentes e co-participantes de uma sociedade em mudanças destinada
ao bem-comum. Dessa maneira a participação efetiva do inspetor escolar supõe a convivência
com a pluralidade de idéias que garante o poder decisório. Nesse caso, participar significa
apoiar, orientar, colaborar, enfim, fazer o que já esta previsto para favorecer o
desenvolvimento humano pleno de todos, não só de seus alunos, mas também de professores,
e comunidade escolar. A questão pedagógica é o eixo central da proposta de construção da
autonomia escolar no novo modelo de inspeção da reforma educacional de Minas Gerais. A
descentralização pedagógica tem como objetivo principal trazer para o espaço da escola a
reflexão sobre o ensino e a busca de alternativas para superar o fracasso escolar, situação
crônica nas redes de ensino publico do País. Na perspectiva da reforma educacional de Minas
Gerais, é o projeto pedagógico que define a identidade da instituição escolar e a posição da
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Constata-se portanto que a inspeção escolar surge e é fruto de uma gama de fatores
que advem das relações estabelecidas entre o Estado burocratico e o sistema capitalista de
produção da epóca.Ela se revela então como um instrumento burocratico que traduz um
modelo politico social que é utilizado pelo Estado como um dos elementos de controle. O
Estado intervem no processo educacional atraves do planejamento e da legislação, fazendo
com que a educação exerça um papel que favoreça o proprio Estado. Essa legitimação ocorre
atraves da imposição da lei estabelecida pelo Estado utilizando de mecanismos de controledo
cumprimento da lei o que na educação muitas vezes muitas vezes é solicitado ao serviço de
inspeção. Esse controle normalmente é feito no sentido de verificar se as determinações
prescritas estão sendo cumpridas de acordo com o que foi definido.
Portanto o exame dos fundamentos da educação em Minas nos leva ao problema dos
fins da inspeção que para ser eficaz devera responder a uma necessidade real e resolver os
problemas reais, harmonizando a teoria com a prática num principio utilitário de inspeção
escolar e realidade. Como já se fez notar, os serviços chamados de inspeção, (ou de modo
geral, os de ação intermediária), devem revestir-se do duplo aspecto de oferecer informações e
recebê-las, de ajudar a decidir no plano operativo e levar a bem decidir nos escalões mais
altos. Quanto a este último aspecto, os inspetores, ou funcionários assemelhados, num serviço
qualquer, recolhem dados e devem sistematizá-los e interpretá-los, quanto isso lhes seja
possível. Assim, os serviços de inspeção passam a representar também funções de controle e
pesquisa. Controle, antes de tudo, significa balanço; refere-se a um confronto entre o que se
tenha planejado e o que efetivamente se tenha produzido. A origem do vocábulo põe em
destaque essa idéia. Controle (do francês, controle) significa o confronto entre papéis
diferenciados de diferentes órgãos, atividades ou pessoas delas encarregadas.
39
Constata-se, portanto que, o termo inspetor escolar tem sido muitas vezes utilizado
como se correspondesse à simples substituição ao termo administração e controle. Essa
situação é observada em trabalhos que apresentam as mesmas concepções e enfoques
convencionais da administração sob a denominação de inspeção escolar e, sobretudo, a
alteração de princípios valores concepções orientações e posturas que vem ocorrendo em
42
Como se pode ver a inspeção escolar como fiscalizadora já não é mais aceita.
Dimensionar o trabalho de inspeção para a construção de uma escola democrática. Propondo a
realização de um trabalho realizado em conjunto, com a participação de todos os seguimentos
da escola, de forma responsável é um desafio para todo profissional dessa área. Entretanto os
trabalhos desenvolvidos nas escolas públicas de Minas Gerais nos revelam que, nas escolas,
hoje, ainda existem inspetores burocráticos, tradicionais, que relutam em acompanhar uma
educação mais transformadora, inovadora e atualizada, porém existem muitos profissionais
que estão lutando por reciclar-se, por tornar a sua profissão e a sua pessoa, em agente
contribuidor de um mundo melhor, que se acredita conseguir através da Educação, embora a
realidade nacional aponte diversos outros problemas de diversas naturezas que interferem na
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formação do aluno como sujeito humanizador e cidadão. É preciso, ainda, que o profissional
responsável pela ação de inspeção escolar continue buscando ressignificar sua ação e
empreenda, de forma mais atualizada, em um agir coletivo, visando à melhoria da qualidade
de “Ensino” ao aluno e uma “Escola” mais eficaz aos novos tempos.
Nosso país está entre aqueles que mais reprovam. Segundo dados da
UNESCO e do INEP, de 1995 para 1996, o Ensino Médio reprovou 30,2%
dos alunos, um número que beira a um terço da população estudantil. Tal
porcentagem caiu de 2001 para 2002 para 20,2%, correspondendo a um
quinto da população estudantil. Já no Ensino Fundamental a porcentagem foi
de 26,7% de 1995 para 1996 e de 20,0% de 2001 para 2002. São números
absurdamente altos quando nos comparamos a outros países. Entre 107
países pesquisados na passagem de 2000 para 2001 no Ensino Fundamental,
ocupamos a incômoda 100ª posição. Enquanto reprovamos cerca de 20%, a
China reprova 1%, Cuba 1%, Alemanha 2%, Chile 2% e Argentina 6%. E
nem por isso, nossos alunos aprendem. Não sou daqueles que acredita que
haja uma relação direta entre índice de reprovação e qualidade do
aprendizado. Se fosse assim, teríamos uma educação muito mais eficiente
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que a Alemanha e a Suíça, só para citar dois exemplos. E não é o que
acontece. Provas como o PISA (prova internacional da OCDE) e o SAEB
(INEP, Brasil) mostram que nossos estudantes não têm se saído bem. Ao
contrário, têm se saído muito mal. Se de um lado a equação “altos índices de
repetência = aprendizagem efetiva” não é verdadeira, tampouco o é a
equação “baixos índices de repetência = aprendizagem efetiva”. Não
podemos importar dos países desenvolvidos apenas a estatística favorável e
“esquecer” de cuidar da qualidade da escola. Por que não pensar em outra
equação? Algo como “escola de qualidade = aprendizagem efetiva com
baixos índices de repetência.
Constata-se, portanto que o SAEB foi uma das primeiras iniciativas na América
Latina de conhecimento dos problemas e das deficiências do sistema educacional. Seu
principal objetivo é orientar as políticas governamentais de melhoria da qualidade do ensino.
Criado em 1990, teve seu segundo ciclo de aplicação em 1993. A partir de 1995 adquiriu um
papel central e estratégico no monitoramento do sistema educacional, ao buscar oferecer
informações para subsidiar o aperfeiçoamento de programas e projetos já em desenvolvimento
e a adoção de novas intervenções para a promoção de maior eqüidade e efetividade dos
sistemas de ensino. Além disso, passou a ser o termômetro da qualidade do aprendizado
nacional, comparando o desenvolvimento de habilidades e competências básicas entre anos e
entre as séries escolares investigadas, 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3º ano do ensino
médio.
3. CONCLUSÃO
Neste estudo ora apresentado, conclui-se que o trabalho do profissional que atua na
área de inspeção escolar, deve estar conectado a realidade da SEE, SRE e escolas locais,
contribuindo para melhoria da qualidade dos processos de ensino e aprendizagem de forma
ampla, mostrando que é possível criar espaços de ensino e aprendizagem significativos e
inovadores cumprindo o que determina a LDB nº 9394/96 que escreve: “a educação básica
visa desenvolver no educando a formação indispensável para o exercício da cidadania”. Urge
então, traçarmos um paralelo entre a inspeção escolar e a educação. É importante tratarmos de
uma nova cultura educacional, onde as ações do inspetor escolar realizadas com determinação
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Quando a gente diz: a luta continua, significa que não dá para parar.
O problema que a provoca esta aí presente. É possível e normal um desalento.
“O que não é possível é que o desalento vire desencanto e passe a imobilizar”
Paulo Freire (1991)
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49
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ANEXO 01