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Tecnologias para a EAD

Via Internet

Mário Sérgio da Silva Brito

A educação a distância (EAD) pode e tem sido


realizada por diversos meios, seja rádio, correio, telefone,
televisão, dentre outros. No entanto, o sucesso dos cursos
não depende unicamente da tecnologia empregada, assim
como, muitas experiências atuais não obtêm o êxito esperado
devido a diversos fatores alheios ao meio tecnológico
utilizado. Entretanto, não se pode negar que o surgimento
de novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC),
originadas na década de 60 e consolidadas nos anos 90, têm
corroborado sensivelmente para o crescimento do ensino a
distância.
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As NTIC provocaram uma revolução não somente
no campo da educação, mas também influenciaram todo o
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estilo de vida da sociedade do final do século XX. A


característica principal que impulsionou sua aplicação na
EAD foi a possibilidade de manter, de forma fácil e rápida,
a interação professor-aluno. A mediação desta interação
pode ser realizada por diversos métodos e técnicas que se
utilizam de abordagens síncronas e assíncronas. As
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EDUCAÇÃO

abordagens síncronas são aquelas onde professor e aluno


devem estar utilizando o meio no mesmo instante. Já nas
assíncronas, a interação pode se dar independente da
presença de ambos, podendo ser realizada em momentos
distintos.
As abordagens síncronas têm como vantagem a
possibilidade de interação em tempo real, não sendo
necessário esperar para obter respostas ou realizar
discussões. Entretanto, sua utilização é limitada, não somente
porque encontram mais empecilhos tecnológicos para serem
implementadas, como sempre haverá problemas de
compatibilidade de horários, além das restrições de tempo
do próprio professor que não poderá estar o tempo inteiro
disponível para este tipo de interação. Como síncronas,
podem ser citadas as interações mediadas por chat (bate-
papo), telefone e videoconferência.
Como no modelo assíncrono não há necessidade da
presença dos atores do processo ensino-aprendizagem no
mesmo momento, torna-se mais flexível a interação entre
eles. A possibilidade de o aluno enviar suas dúvidas a
qualquer momento e o professor poder respondê-las sem a
preocupação da iminência do final da aula estabelece uma
dinâmica importante para o desempenho dos alunos e os
estimula a criarem questões bem elaboradas, colaborando
para a sistematização de suas dúvidas e uma melhor
organização de seus questionamentos acerca do tema em
estudo. Como exemplos do modelo assíncrono, podem ser
citados o correio eletrônico (e-mail), os fóruns de discussão,
o correio, a televisão, as páginas web, as listas de discussão,
dentre outros. 63

Entretanto, segundo Romani e Rocha (2001), há que


se levantar alguns pontos que podem interferir na efetividade EDUCAÇÃO

dos mecanismos baseados em abordagem assíncrona:


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· tempo de resposta: é preciso que as questões e/


ou considerações efetuadas pelo aluno sejam
prontamente respondidas, sob pena de desmotivar o
aluno;
· sobrecarga do professor: caso não seja realizado
um planejamento adequado, o professor pode ser
inundado por um mar de perguntas e/ou
considerações. Dessa forma, será incapaz de
responder a todos, além de causar um retardo no
tempo de resposta aos alunos;
· motivação do aluno: é preciso estar atento a
procedimentos que mantenham o aluno com um nível
de motivação elevado, colaborando assim para que
se sinta cada vez mais impelido a interagir com o
professor e com os demais alunos. É preciso que ele
perceba que suas questões são importantes e que
sua colaboração é extremamente relevante para o
crescimento do grupo como um todo. Vencer a timidez
do aluno é uma difícil tarefa que permeia o processo
de ensino-aprendizagem em qualquer metodologia,
seja ela a distância ou presencial;
· sistematização de questões: deve ser uma
preocupação constante dos envolvidos no curso, pois
questões evasivas serão menos compreendidas pelo
professor, interferindo no tempo de resposta, e
poderão não ter o resultado que o aluno esperava,
interferindo em sua motivação;
· sistematização das respostas: o professor
também deverá estar preparado para responder de
forma clara o objeto de dúvida do aluno. De sua
clareza e objetividade dependerá a motivação do
aluno, pois saberá que pode contar com o apoio da
equipe de ensino nos momentos em que tiver
64 dificuldades;
Para melhor entender as tecnologias de EAD e
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compreender suas características positivas e negativas,


serão apresentadas a seguir algumas tecnologias utilizadas
atualmente. Serão primariamente enfocados os mecanismos
de comunicação e informação disponíveis na Internet, visto
que as demais tecnologias, como televisão, rádio, CD-ROM,
dentre outras, não fazem parte do escopo deste trabalho.
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EDUCAÇÃO

Logicamente não se descarta a importância destes meios


para a elaboração de experiências em EAD, muito menos
se questiona ou põe em xeque a possibilidade de sucesso ou
a qualidade de cursos realizados com estas tecnologias.
Internet
A Internet tem se mostrado como um meio natural
para a difusão da EAD em todo o mundo. O motivo principal
é a diversidade de ferramentas de interação que possui.
Ademais, seu baixo custo e a popularização alcançada desde
a década de noventa, fez com que aos poucos fosse se
tornando parte indispensável na vida das pessoas. É claro
que há muito o que evoluir não somente no aspecto
tecnológico, mas sobretudo no que diz respeito à sua
democratização, permitindo o acesso de camadas da
população de baixa renda.
Bittencourt (1999) acrescenta, como vantagens da
Internet, a possibilidade do rompimento de barreiras
geográficas de espaço e tempo, permitindo ainda o
compartilhamento de informações em tempo real, o que apóia
o estabelecimento de cooperação e comunicação entre
grupos de indivíduos. Outro ponto positivo da Internet é a
disponibilidade de mecanismos de mediação síncronos ou
assíncronos, que podem ser utilizados ao mesmo tempo, ou
não. A combinação destes mecanismos torna a Internet um
meio flexível e dinâmico para o estabelecimento da EAD. 65
Buscaremos relacionar aqueles mecanismos que mais têm
EDUCAÇÃO
sido utilizado.

HTML
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A Hypertext Markup Language (HTML) é uma


linguagem criada para a manipulação e exibição de
hipertextos disponíveis em todos os servidores da Internet.
Por meio dela, é possível se realizar a interligação entre
documentos com o auxílio de “links” (Bittencourt, 1999).
A HTML se apresenta como um dos principais
mecanismos de apoio a EAD na Internet, visto que sua
utilização permite a disponibilização do material didático
necessário para o desenvolvimento das aulas, criando
apostilas on-line que podem ser utilizadas pelos alunos.
Entretanto, suas possibilidades vão muito além da simples
apresentação de documentos, que em conjunto com outras
linguagens como Java, VBscript, PHP, JavaScript, dentre
outras, permite o acesso a diversas outras ferramentas que
surgiram originalmente independentes e hoje se encontram
integradas a uma página HTML. Dessa forma, o usuário
tem uma maior diversidade de recursos, com dispositivos
de interface semelhantes, e o administrador de um curso de
EAD pode contar com inúmeras ferramentas administrativas
para gerenciar o curso e permitir maior interação entre
professor e aluno. É mediante a integração da HMTL com
outras linguagens e com Sistemas Gerenciadores de Banco
de Dados (SGBD) que são construídos os ambientes virtuais
proporcionando ao aluno a sensação de estar em um Campus
Virtual.
Os documentos HTML são apresentados e
manipulados por aplicativos desenvolvidos para possibilitar
a navegação entre as páginas, denominados de Browsers
ou Navegadores. Diversos navegadores estão disponíveis
na Internet, possibilitando uma grande variedade de recursos,
além de possibilitar a integração com Plugins, que permitem
adicionar novas funções ao navegador advindas de outros
66 produtos ou fabricantes, tais como o Macromedia Flash,
que permite a visualização de conteúdo animado no
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navegador.

E-mail
Como ratificado por Laudon e Laudon (1999) e
Goldwein (1998), o e-mail, correio eletrônico, é um dos
serviços mais utilizados na Internet. Com ele é possível
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EDUCAÇÃO

enviar correspondências em texto, ou com arquivos de


quaisquer tipos anexados (por exemplo imagens ou textos),
para qualquer pessoa de forma assíncrona.
O e-mail causou grande impacto nas relações de
comunicação entre pessoas e organizações, reduzindo
substancialmente os custos com a comunicação e
aumentando a velocidade de transmissão da informação.
Antes a comunicação era realizada basicamente por telefone
e correios, o que acarretava em altos gastos com ligações
de longa distância e na espera durante dias para que algum
documento fosse enviado via correios, quando estes não
eram extraviados.
Tem se tornado comum nos mais diversos campos e
com variados objetivos, podendo tanto ser utilizado para o
envio de uma simples mensagem para um amigo, como para
o envio de propagandas em malas diretas contendo recursos
gráficos sofisticados, como animações em Flash.
Na EAD, o e-mail exerce um papel fundamental, pois
é responsável pela interface entre alunos-professores, alunos-
alunos e professores-professores, ou seja de um modo geral,
engloba todos que estão envolvidos com o curso ou com a
administração do ambiente virtual, fazendo questionamentos,
comentários ou sugestões. Entretanto, sua utilização deve
ser exercida com cuidado, pois pode se tornar em um
instrumento de desmotivação do aluno caso não sejam
observados certos aspectos como os citados anteriormente:
tempo de resposta; sobrecarga do professor; sistematização
de questões; e sistematização de respostas (Romani; Rocha,
2001).
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Fórum
EDUCAÇÃO
Os fóruns representam discussões assíncronas
realizadas por meio de um quadro de mensagens, que dispõe
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de diversos assuntos e temas sobre os quais o usuário pode


emitir sua opinião, sendo possível ainda, contra-argumentar
opiniões emitidas por outros usuários formando uma cadeia
dinâmica de debates.
Um fórum pode ser classificado por assuntos e as
mensagens relacionadas em ordem cronológica, mantendo
uma organização hierárquica das mensagens, podendo
identificar a seqüência da discussão e a que assunto estão
relacionadas (Fischer, 2000).
Ao estabelecer uma gama variada de temas que
podem ser acessadas a qualquer momento, os fóruns se
tornam uma ferramenta importante para o desenvolvimento
da EAD. Além de emitir opinião, o aluno pode utilizá-los
para o esclarecimento de dúvidas, mediante a leitura do que
já tenha sido abordado pelos demais membros do grupo.
Porém, como as demais ferramentas disponíveis para
a EAD, a utilização do fórum necessita de certos cuidados,
pois, em muitos casos, o aluno não se sente motivado a
participar do fórum, ou apresenta timidez em expor suas
idéias ao grupo por escrito. Esta afirmação é ratificada por
estudo de Giannella, Salles e Struchiner, que aponta o fórum
como uma ferramenta muito rica para a construção
colaborativa de conhecimento, onde tanto alunos como
professores podiam sugerir temáticas e incluir
comentários livremente (2001: 30), e apesar disso
comprova um baixo número de contribuições em um fórum.
Santanché (2001) apresenta como possíveis razões
para a baixa participação dos alunos em fóruns a dificuldade
de organização de debates que seguem uma metodologia e
a falta de objetividade dos participantes de um debate. No
entanto, destaca que a solução para o problema pode advir
da estimulação do aluno pelo professor ou de inovações
metodológicas na concepção das ferramentas de fórum, tais
68 como a one minute essay, a recitation-style e a
confrontation and debate, propostas por Jackson e
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Madison e implementadas pelo ambiente de EAD POLIS.


A estratégia de confrontação e debate chama a
atenção pela estimulação do aluno. Neste modelo, o aluno é
solicitado a escolher entre duas alternativas relacionadas a
um tema. Em seguida deve comentar a razão pela qual
escolheu determinada alternativa.
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EDUCAÇÃO

Após a primeira interação, o sistema apresenta um


comentário de outro aluno que anteriormente defendeu a
outra alternativa como resposta e pede que ele comente a
posição daquele aluno.
Após analisar e comentar as posições de seus colegas,
o aluno poderá decidir se deseja manter sua opinião inicial
ou modificar sua posição acerca do tema justificando sua
decisão.
Este mecanismo é apenas um exemplo de como
podem ser criadas alternativas para a melhoria da motivação
e participação do aluno. Novas formas e modelos podem
ser criados ou adaptados para a solução deste problema. É
claro que não depende apenas de ferramentas tecnológicas.
A metodologia utilizada pelo professor será fundamental para
se alcance sucesso na utilização do fórum na EAD.

Chat
O Chat, mais conhecido no Brasil como bate-papo, é
outra ferramenta que pode ser aplicada a EAD, tendo como
objetivo principal o estabelecimento de discussões síncronas
por via textual (Fischer, 2000). Os participantes do chat,
identificados por pseudônimos, podem enviar e ler
mensagens, estabelecendo uma discussão em grupo e, ainda,
trocar mensagens de forma reservada e particular.
Esta possibilidade de “conversar on-line” pode ser
utilizada com diversos objetivos na EAD: esclarecimento
de dúvidas, discussões ou debates, dentre outros. No
entanto, existe grande possibilidade de apresentar
desmotivação e/ou desvio do objetivo pretendido. Como o
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mecanismo é aberto, ou seja, não existe controle de software
sobre o que será discutido, ou mesmo na ordem da discussão,
EDUCAÇÃO
muitos alunos podem perder o estímulo em participar da
discussão ou desviar o papo para um assunto adverso à
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TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

finalidade do encontro.
Muitos alunos podem, ainda, sentir-se inibidos a emitir
opiniões, seja por receio de expor suas idéias ao grupo e ser
repreendido ou chacoteado, ou simplesmente pela falta de
experiência com o ambiente utilizado, ou por não conseguir
acompanhar o ritmo ágil e de certa forma desordenado de
uma seção de chat.
Assim, o professor exerce um papel fundamental para
o bom aproveitamento deste instrumento. Ele deve estar
atento para identificar os alunos que não estão participando
e instigá-los a se expressar, com o cuidado de não parecer
uma obrigatoriedade, o que poderia provocar maior retração
por parte do aluno. É preciso, ainda, que o professor esteja
atento a desvios na discussão, emitindo considerações que
levem o grupo a retomar o objetivo pretendido.
Para que o professor possa melhor desempenhar sua
função de coordenador de debates ou discussões em chats,
é preciso que a ferramenta utilizada lhe forneça uma série
de informações gerenciais que o auxiliem na identificação
de possíveis problemas. Dentre as possibilidades gerenciais
estão o controle de autorização, permitindo acesso apenas
a alunos de uma turma, quando necessário; saber a
freqüência de intervenção dos participantes; excluir da sala
usuários que não respeitem as normas estabelecidas; saber
quais alunos estão realizando conversas paralelas, pois a
depender da freqüência isto pode interferir no debate do
grupo; além de várias outras possibilidades que auxiliem o
professor na tarefa de coordenar a discussão (Fischer,
2000).
Outro aspecto importante é a possibilidade de
armazenar toda a discussão realizada e disponibilizar o
conteúdo para que um aluno que não participou do evento
70 possa se inteirar do que foi discutido, ou para que algum
membro do grupo possa examinar com mais cuidado a
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

discussão realizada. É importante ainda para que o professor


analise o andamento e qualidade da discussão e o
comportamento dos alunos, podendo, assim, traçar novas
metodologias a serem utilizadas nestes encontros, além de
observar o nível de conhecimento exposto pelos alunos,
identificando fatores positivos e negativos que podem ou
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EDUCAÇÃO

devem ser explorados durante a realização do curso.


Uma opção muito comum é a utilização dos chats no
próprio navegador de Internet, desenvolvidos em linguagens
como o java, php, asp e outras, possibilitando assim uma
interface de maior familiaridade aos usuários. Dessa forma,
é possível a integração de sistemas de chat no próprio
ambiente virtual no qual o curso será desenvolvido,
restringindo a utilização a participantes do curso, ou
convidados.
Os sistemas de chat existentes dispõem de várias
alternativas de interface visando minimizar a sensação de
distância e impessoalidade destes sistemas. Nesse sentido,
Carneiro (2002) e Andrade e Beiler (1999) apresentam
alguns destes produtos como o Microsoft Chat, que usa a
metáfora de histórias em quadrinhos para o desenvolvimento
da discussão, onde o usuário escolhe um personagem que o
represente e se expressa com o auxílio de balões, que podem
representar pensamentos, cochicho ou fala normal. Os
personagens podem ainda exprimir emoções faciais,
selecionando uma dentro da coleção de ícones que as
representam.

Figura 1 - Interface do Microsof Chat (Carneiro, 2002) 71

EDUCAÇÃO
De forma semelhante, o The Palace (Fig. 2), a
conversação é realizada por meio de balões, com os
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participantes dispostos em uma sala virtual e representados


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por ícones, denominados de avatares.

Figura 2 - Interface do The Palace (Andrade; Beiler, 1999)


Lista de Discussão
As listas de discussão são particularmente
interessantes para a realização de cursos a distância, pois
possibilitam o envio de correspondências eletrônicas a um
único endereço, sendo repassadas a um grupo de endereços
previamente cadastrados em um Servidor de Listas. Assim,
reduz-se sensivelmente o esforço no envio de mensagens
para o grupo e possibilita que qualquer membro do grupo
possa enviar dúvidas ou comentários que deseja compartilhar
com todo os integrantes.
As listas de discussão podem ser livres ou moderadas,
ou seja, as mensagens enviadas podem estar sujeitas à
aprovação de uma pessoa, chamada de moderador, que irá
decidir se o conteúdo da mensagem deve ou não ser
repassado para o grupo. Dessa forma, evita-se que circule
na lista informações que não dizem respeito a seu objetivo,
pois sem controle a lista seja sobrecarregada com mensagens
diversas, fazendo com que os usuários tenham suas caixas
de mensagens lotadas com grande número de
correspondências, causando-lhe transtorno no recebimento
72 e tempo leitura de tais mensagens. Entretanto, a moderação
reserva um trabalho extra ao professor, que pode preferir
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uma alternativa mais simples, deixando a lista sem restrições,


apenas estabelecendo normas de conduta na utilização da
lista.

Realidade Virtual
Segundo Whatis, a realidade virtual pode ser definida
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como a simulação de um ambiente real ou imaginário


EDUCAÇÃO

que pode ser visualizado em três dimensões, podendo


fornecer uma experiência visual interativa em tempo real
com sons, sensações táteis e outras formas de interação
(2001:1), gerando assim uma percepção da realidade nos
usuários desta tecnologia.
Esta interface possibilita que, por meio de movimentos
naturais e tridimensionais do corpo, o usuário manipule e
visualize objetos e dados em tempo real com a utilização de
dispositivos como capacete de visualização e controle, luva,
dentre outros.
Na Internet, vem sendo implementada basicamente
pela Virtual Reality Modeling Language (VRML), ou
Linguagem para Modelagem em Realidade Virtual, que
permite que um desenvolvedor distribua ambientes virtuais
na Web, possibilitando a manipulação de objetos
tridimensionais.
Sua principal restrição para a Internet é ainda a
largura de banda, além do custo de acessórios e
equipamentos, caso pretenda reproduzir sensações não
visuais. Logo, a utilização da realidade virtual na EAD ainda
é mais uma promessa que uma realidade. Porém, não se
pode negar as perspectivas que esta tecnologia irá introduzir
no ensino a distância, como também seu potencial para
aplicação no ensino presencial (Santanché, 2001).

Videoconferência
A videoconferência é definida por Oliveira (1996)
como um conjunto de facilidades de telecomunicações que
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permite aos participantes, em duas ou mais localidades
distintas, estabelecer uma comunicação bidirecional
EDUCAÇÃO
mediante dispositivos eletrônicos de comunicação, enquanto
compartilham, simultaneamente, seus espaços acústicos e
E
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

visuais, tendo a impressão de estarem todos em um único


ambiente.
A videoconferência é uma das melhores ferramentas
de abordagem síncrona, pois possibilita o uso de imagem e
som em tempo real e é a única que possibilita a explorar a
linguagem corporal, a qual é responsável por 80% das
impressões do indivíduo durante uma interação (Musey apud
Fischer, 2000). Entretanto, este sistema ainda não pôde se
tornar uma realidade popular devido a seu alto custo e à
falta de uma infra-estrutura de telecomunicações adequada
(Cardoso Neto, 2001).
A videoconferência pode ser oferecida por meio das
salas de videoconferência ou por meio do computador, cujas
conexões podem ou não ser realizadas pela Internet. Essas
salas são formadas por auditórios equipados com TV’s,
câmeras de vídeo e consoles de controle. As soluções por
computador são compostas por modem, placa processadora
de som e imagem, uma pequena câmera e um microfone,
além do software para videoconferência (Cardoso Neto,
2001). Esta solução apesar de mais barata e acessível, possui
mais limitações, principalmente devido a baixa largura de
banda disponível para transmissão de imagem e som via
Internet.
Muitas vezes, os que optam por utilizar
videoconferência via Internet são obrigados a limitar o uso
dos recursos disponíveis, tais como utilizar somente o áudio,
sem imagens, ou estabelecer mecanismos de controle, tais
como, só o professor transmite imagens e os alunos
transmitem apenas áudio. Muitas outras estratégias podem
ser adotadas para viabilizar o seu uso enquanto não se dispõe
de infra-estrutura mais adequada para seu funcionamento.
Os sistemas de videoconferência dispõem de outras
74 ferramentas que facilitam a interação entre os participantes,
fazendo com que se tornem ambientes mais completos e
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

interativos. Com este intuito, as salas de videoconferência


também dispõem de computadores, além de outros
equipamentos como as câmeras digitalizadoras de
documentos, onde um documento colocado sobre ela pode
ser visualizado por todos os participantes da conferência.
Podem ser apontados como vantagens da
E
EDUCAÇÃO

videoconferência em relação ao ensino presencial (Carneiro,


2001, Fischer, 2000):
· aumento da motivação dos alunos;
· amplia a capacidade de comunicação e
apresentação;
· agilidade e aumento da produtividade, pois permite
maior interação entre os participantes;
· economia de recursos, com a redução dos gastos
com viagens;
· economia de tempo, evitando o deslocamento físico
para um local especial;
· comodidade de estar em mais de um lugar ao
mesmo tempo, pois permite a comunicação
simultânea entre pessoas distantes umas das outras;
· resolução parcial de problemas de planejamento e
agendamento de encontros, aulas ou reuniões, pois
não é necessário deslocamento pelos participantes,
resultando em praticidade;
· mais um recurso de pesquisa, já que a reunião pode
ser gravada e disponibilizada posteriormente;
· visualização de documentos e alteração pelos
integrantes do diálogo em tempo real;
· compartilhamento de aplicações;
· compartilhamento de informações (transferência de
arquivos).
Na Internet, a videoconferência traz ao modelo de
EAD alguns avanços relacionados à tão criticada
impessoalidade existente nas demais ferramentas. Ela
permite estabelecer um contato visual entre o alunos e 75

professores, deixando este de ser um mero referencial


simbólico que faz contato por cartas eletrônicas para EDUCAÇÃO

desenvolver a personificação dos indivíduos envolvidos na


E
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

interação.
É claro, como já foi dito, existem limitações
tecnológicas e estruturais para um bom funcionamento da
videoconferência. Se não forem tomados os cuidados
necessários, pode se tornar em um instrumento de
desmotivação do aluno, visto que tentará falar com o
professor e apenas verá uma imagem intercalada por uma
seqüência de outras imagens que apenas sugerem a
ocorrência de algum movimento e sons que de tão
interrompidos se torna impossível produzir um significado
compreensível.
Alguns softwares para videoconferência via Internet
já estão disponíveis para uso, tais como: Cu-SeeMe da
desenvolvido por Tim Dorcey na Universidade de Cornell,
EUA; o NV, desenvolvido por Ron Frederick na Xerox
PARC, EUA; o VIC, desenvolvido por Steven McCane e
Van Jacobson no Lawrence Berkeley Laboratory e
University of California, Berkeley, EUA; o IVS,
desenvolvido por Thierry Turletti no Inria, Sophia-Antipolis,
França; o sistema do MCRLab, desenvolvido por Louis
Lamond e Grant Henderson na Universidade de Ottawa,
Canadá; o TVS do Laboratório TeleMídia, PUC-Rio; e o
NetMeeting, da Microsoft (Oliveira, 1996).
Os softwares de videoconferência para Internet são
geralmente baseados em uma interface que apresenta as
imagens daqueles que estão conectados no momento. A
maioria disponibiliza ainda outras ferramentas adicionais
como um chat (bate-papo) para a interação via texto. Este
recurso é fundamental para superar obstáculos de
comunicação, substituindo parte do que seria dito, em áudio,
por textos.

76 Quadro Branco
Quadro Branco é uma ferramenta que possibilita
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

transcender às limitações impostas pela interface de texto


para a discussão e difusão de idéias entre participantes de
um curso on-line. Muitos assuntos e conceitos não podem
ser compreendidos rapidamente por meio de texto escrito,
por voz, ou até mesmo mediante gestos transmitidos por
vídeo. Em situações presenciais, isto também acontece,
E
EDUCAÇÃO

sendo necessário a utilização de outros recursos.


Desenhando esquemas e/ou gráficos em papel ou em um
quadro, é possível elucidar estes casos, proporcionando
visualmente uma seqüência lógica para o fluxo das
informações que se quer transmitir. Nesse sentido, o Quadro
Branco busca reproduzir esta situação com uma janela em
branco, onde se pode escrever, desenhar, colar dados e
imagens, cujo conteúdo é propagado para os demais
participantes dispersos geograficamente.
A utilização de um Quadro Branco eletrônico possui
características que precisam ser observadas, algumas
precisam de suporte tecnológico, enquanto outras podem
ser resolvidas com o estabelecimento de normas e regras
de utilização:
· quem pode escrever: deve-se decidir se todos os
usuários poderão escrever no quadro. Isto pode gerar
confusão, pois dificulta saber quem escreveu o quê,
e a seqüência com que as informações foram
adicionadas, já que os usuários estão dispersos
geograficamente. Uma solução simples, mas que
diminui a interação, é permitir que apenas o professor
possa escrever no quadro;
· quando escrever: o professor pode autorizar o aluno
a usar o quadro quando este solicitar, garantindo assim
maior clareza das informações. Como solução
tecnológica, pode-se usar um mecanismo de controle
da caneta, que o professor liberaria, quando
necessário, para um dos participantes;
· controle de cores: o estabelecimento de uma cor 77

de caneta para cada participante possibilitaria a


identificação do conteúdo com o seu autor. Entretanto, EDUCAÇÃO

em um número não muito grande, pode gerar uma


E
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

certa confusão visual com o excesso de informações;


· controle do apagador: deve-se definir quem detém
o controle do apagador, pois este pode interferir no
desenvolvimento de idéias de outros participantes.
Com o controle de cores, cada participante poderia
apagar conteúdo escrito com sua cor.
Com a definição de normas, ou com a criação de
suportes tecnológicos, o quadro branco se constitui como
uma ferramenta excelente para a apresentação ou discussão
de idéias em grupo. Claro, que seus resultados, vão depender
bastante da forma como será utilizado, mas isto é uma
característica comum a todas as tecnologias educacionais
disponíveis.

Outras Tecnologias
Uma gama variada de tecnologias estão disponíveis
nos diversos cursos e ambientes de EAD existentes em
todo o mundo, sendo impossível catalogar toda sua extensão.
Entretanto, na seqüência deste estudo serão apresentados
alguns ambientes de EAD, que reúnem várias tecnologias
em um único website, possuindo ainda características
necessárias para o gerenciamento do curso, como por
exemplo, funções administrativas de um curso.

Ambientes de EAD
Ambientes de EAD, denominados por Fischer (2000)
como Sistemas de Gerenciamento para a EAD (SGEAD),
são ferramentas que possibilitam a criação, administração
e manutenção de cursos a distância, ofertando diversos
recursos de interação que visam proporcionar o fácil
estabelecimento de comunicação, síncrona ou assíncrona,
entre os envolvidos no processo de ensino, bem como sua
78
relação com o conteúdo didático disponível.
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

Apesar de não ser fator preponderante para o sucesso


de cursos a distância (Sherry, 1996), o oferecimento de bons
e diversos recursos de interação permite ao professor uma
maior flexibilidade para definir a metodologia que será
utilizada para o desenvolvimento do curso. Não é preciso
que o professor lance mão de todas as alternativas
disponíveis, entretanto, para cada situação, ou seja, para
E
EDUCAÇÃO

cada público, objetivo, área de conhecimento ou conteúdo a


ser abordado, o professor poderá ter ferramentas disponíveis
para dar suporte às necessidades de aprendizagem dos
alunos.
Existem diversos ambientes de EAD, dentre
proprietários e gratuitos, que se utilizam de várias
ferramentas de comunicação e interação, alguns baseados
em uma tecnologia simples, outros mais sofisticados. Para
maior compreensão de como estes ambientes funcionam, a
seguir serão apresentados alguns deles, ressaltando suas
principais características.

Aulanet
O Aulanet é um ambiente desenvolvido pelo
Laboratório de Engenharia de Software (LES), do
Departamento de Informática da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO), com apoio do CNPq.
Desde o início de seu projeto, em 1997, o Aulanet tem
conquistado grande espaço, sendo utilizado por diversas
instituições brasileiras e internacionais, tendo mais de 4 mil
cópias distribuídas. Apesar de ser um software de
distribuição gratuita, é representado e distribuído,
exclusivamente, pela empresa Eduweb (http://
www.eduweb.com.br).
Segundo Lucena et al (1999), o ambiente foi
concebido com o objetivo de proporcionar a manipulação
de cursos por usuários leigos, não necessitando que o autor
seja um expert em informática. Assim, com uma interface
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mais amigável, o Aulanet pode proporcionar uma transição
da sala de aula convencional para a sala de aula virtual de
EDUCAÇÃO
maneira mais tranqüila, possibilitando, também, sua utilização
como ferramenta de apoio a cursos presenciais (Fischer,
E
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

2000).
O Aulanet prevê a existência de três grupos de
usuários:
o administrador: que desempenha as funções
administrativas, gerenciamento do cadastro de alunos e
professores, configuração da interface, dentre outras;
o professor: que cria os cursos a serem ministrados,
gerencia o conteúdo, controla a agenda do curso, dentre
outras funções. É possível ainda existir outros professores,
co-autores, no mesmo curso;
o aluno: é o usuário final do curso, que pode acessar
o conteúdo disponibilizado pelo professor, interagir com os
demais usuários por meio de ferramentas de comunicação
disponíveis no ambiente, além de poder receber o status de
co-autor e colaborar com o professor na produção de
material.
Estes usuários interagem entre si e com o ambiente
por meio de ferramentas disponíveis em mecanismos
definidos pelo sistema como de comunicação, cooperação
e coordenação. Elas são definidas pelo professor durante a
configuração de cada curso, indicando quais recursos
estarão ou não disponíveis àquele curso, de acordo com as
necessidades instrucionais de cada público alvo e/ou área
de estudo.
Mecanismos de Comunicação: Com eles é realizada
a comunicação entre professores e alunos e entre alunos.
Este mecanismo dispõe de ferramentas de comunicação
assíncrona, tais como: o e-mail; o grupo de discussão,
semelhante a uma lista de discussão, onde é possível o envio
de mensagens que são distribuídas para todos os membros
do curso e, ainda, armazenadas no ambiente, podendo ser
acessadas no futuro; o grupo de interesse, onde a discussão
se dá no sistema de fóruns de discussão. Para a comunicação
80 síncrona, existem as ferramentas de debate, onde a interação
entre os participantes pode ser realizada por meio de
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

ferramentas de texto, com o uso de chat (bate papo), ou


pelo software de videoconferência CuSeeMe®.
Mecanismos de Coordenação: são aqueles voltados
ao planejamento de tarefas e à avaliação, tais como: a agenda
do curso, onde se divulgam os eventos do curso, como as
sessões de chat, datas de provas, trabalhos e exercícios; as
E
EDUCAÇÃO

notícias do curso, onde são apresentadas outras notícias


relativas ao curso ou à temática estudada, informes, dentre
outras; as provas, os exercícios e os trabalhos, que permitem
ao professor definição e configuração dos instrumentos de
avaliação do curso. As provas são gerenciadas por uma
ferramenta de criação e correção automática, possibilitando
a avaliação formativa do aluno.
Mecanismos de Cooperação: de onde provêm o
instrumental pedagógico que será disponibilizado ao aluno
pelo professor, tais como: transparências, representadas por
apresentações em Powerpoint; apresentação gravada,
disponibilizando arquivos do tipo RM, de conteúdo
previamente gravado e convertido para o referido formato;
texto de aula, permitindo a utilização de textos no formato
HTML ou PDF; livros textos no formato HTML; bibliografia,
apresentando a bibliografia, ou URL, como material de
referência do curso; demonstração, exibindo demonstrações
sobre a área de estudo em forma de figuras (formatos GIF
ou JPG) ou vídeos (formatos RM, AVI ou MOV); co-autoria
de professor, onde o professor, autor do curso, pode convidar
outros professores para se tornarem co-autores do curso,
podendo publicar materiais nos formatos já descritos
anteriormente; co-autoria de alunos, onde o professor pode
indicar alunos para publicarem material instrucional no curso,
devendo ser certificado pelo professor antes da publicação.
O aprendiz irá acessar o curso pela interface de aluno,
onde após indicar o curso que deseja assistir, será
apresentada uma janela com as informações do curso,
contendo ementa, descrição e imagem do curso, ou seja, a 81

tela de apresentação inicial do curso e, ainda, uma segunda


janela simbolizando um controle remoto, onde o aluno poderá EDUCAÇÃO

ter acesso aos mecanismos de comunicação, cooperação e


E
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

coordenação selecionados e configurados pelo professor.


Com todas suas facilidades e serviços, o Aulanet se
constitui um bom ambiente para a EAD. É claro que pode,
deve e vem sendo otimizado mediante atualizações periódicas
realizadas pela empresa Eduweb, detentora do código do
ambiente, acrescentando novas opções e atendendo
expectativas apresentadas pelos usuários.

WebCT
Desenvolvido pela University of British Columbia, no
Canadá, é uma ferramenta voltada à construção de
ambientes educacionais para a web. É uma das mais
utilizadas em todo o mundo, sendo atualmente usada por
mais de 1500 instituições em 61 países (BOLETIM-EAD,
2001, Cunha; Campos; Santos, 1999, Fischer, 2000).
Todo o funcionamento do curso se dá por meio de
páginas WWW, construídas pelos próprios professores, que
podem ainda personalizar o ambiente incorporando novas
ferramentas ou alterando o layout do curso.
O ambiente dispõe de uma variedade de ferramentas,
como chat, auto-avaliação, controle de acesso, lista de
discussão, correio eletrônico, geração de índices automáticos,
calendário de curso, homepage de alunos, pesquisa de
conteúdo de cursos, caderno de anotações, dentre outras.
Outra ferramenta interessante é a possibilidade de
criar grupos de trabalhos, determinando uma área onde um
grupo de alunos pode interagir. Nesta área apenas os
membros do grupo podem escrever, porém os demais alunos
podem observar as colaborações que foram realizadas.
Os usuários do WebCT estão divididos em quatro
classes:
Administrador: tem a responsabilidade de administrar
82 a inclusão e exclusão de cursos no ambiente, além de
controlar senhas de usuários. Após a criação de um curso,
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

sua manipulação é transferida ao Designer. O WebCT


permite a existência de apenas um usuário administrador.
Designer: para cada curso existe um Designer, ou
Projetista, normalmente esta posição é assumida pelo
professor responsável pelo curso. O Designer tem como
funções o gerenciamento do curso e a manutenção e a
E
EDUCAÇÃO

inserção de conteúdo. Assim, ele deve elaborar provas e


exercícios, controlar notas, checar o progresso dos alunos,
criar grupos de trabalhos, além de gerenciar contas de
estudantes.
Assistente: são indivíduos que possuem os mesmos
privilégios que os alunos podendo, entretanto, fazer a
correção de provas e alterar as notas dos alunos. Cada curso
pode ter um número ilimitado de assistentes.
Estudante: são os usuários do curso, tem número
ilimitado, não podem fazer alterações em conteúdo, exceto
em áreas de apresentação de trabalhos, homepage de alunos
e área de anotações. Mais informações sobre o WebCT,
estão disponíveis no endereço http://www.webct.com.

Web Course in Box (WCB)


O WCB é um ambiente comercial desenvolvido pela
Virginia Commonwealth University. A princípio é voltado
para suporte a cursos presenciais, sendo acessado na web
por meio de navegadores com versões iguais ou superiores
a 4.x. Pode ser instalado sob as plataformas UNIX, Windows
NT ou Macintosh. Possui uma interface simples, mas que
permite algum nível de personalização dos componentes
visuais.
Os cursos realizados no WCB podem ser acessados
pelo endereço http://www.wcbcourses.com/, que dispõe
de uma lista de instituições e seus cursos ministrados com
utilização do WCB, alguns com conteúdo de acesso restrito,
e outros com algumas partes de acesso livre. Mais
informações sobre o ambiente WCB podem ser encontradas
83
em http://www.wcbinfo.com/.
O ambiente provê ferramentas de comunicação, como
EDUCAÇÃO
fórum e chat e e-mail para contato com o professor;
administrativas, como notícias do curso e agenda; de
E
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

avaliação, como exercícios autocorrigíveis; didáticas, como


transparências e referências na web; e ainda a possibilidade
de alunos e professores criarem suas próprias home-pages
(Fischer, 2000).

Lotus® LearningSpace
O Lotus® LearningSpace é um ambiente de EAD
desenvolvido pela Lotus® Education e pela IBM®, com
base no software Domino. É um software comercial que
cria uma infra-estrutura virtual necessária para o ensino a
distância, permitindo que apostilas, anotações de aula,
gráficos, tabelas e vídeos sejam acessados de forma remota,
via Internet ou na intranet de uma instituição.
O LearningSpace é um ambiente composto por
módulos:
· programação (schedule): é utilizado para
apresentar uma lista de tarefas e atividades que serão
realizadas durante o curso. A partir desta o usuário poderá
ter acesso ao conteúdo de qualquer uma das aulas, exercícios
e testes relacionados. Pode ser exibido em tópicos, provendo
uma estruturação hierárquica do curso, ou por um calendário.
· centro de recursos (media center): este módulo
funciona como uma biblioteca do curso armazenando textos,
imagens, áudio e vídeo disponíveis. Estes recursos multimídia,
mantidos pelos responsáveis pelo curso, podem ser
classificados por título, autor, palavra-chave ou tipo da mídia,
além de dispor de uma área de anotações.
· sala de aula (course room): é o local onde serão
realizadas as discussões e tarefas do curso. A ferramenta
de discussão permite a criação de tópicos a serem discutidos
no formato de fórum, que pode ser apresentado por aluno
ou por data. Possibilita, ainda, a criação de enquetes
84 automáticas gerenciadas pelo próprio aluno, além do envio
de arquivos anexados. As tarefas sugeridas pelo professor
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

poderão ser encaminhadas pelos alunos por meio de


arquivos, podendo ser realizados trabalhos em equipe.
· perfis (profiles): neste são exibidas informações
sobre os participantes do curso e as avaliações realizadas.
As informações disponíveis podem ser exibidas na forma
texto e/ou imagens.
E
EDUCAÇÃO

· gerenciador de avaliações (assessment


manager): este módulo é de acesso exclusivo aos instrutores.
Nele serão executadas as avaliações da performance do
aluno, assim como a atribuição de notas.
Apesar das características apresentadas, no que
concerne a ferramentas de comunicação e interatividade, o
LearningSpace, na sua versão mais atual, conta apenas com
chat, videoconferência e sistema de mensagem online, a
exemplo do famoso ICQ. Esta versão permite ainda a
capacidade de personalização do lay-out.
Nas versões anteriores, mediante um servidor
LearningSpace, havia a possibilidade de adicionar
componentes que realizem o suporte à interface áudio visual,
tais como o Microsoft NetMeeting, o Data Beam Java
Application Sharing, o Data Beam Java Virtual Classroom,
o Data Beam MeetingTools e o Data Beam Farsite.

TopClass
Software desenvolvido pela WBT Systems (Web-
Based Training Systems) que é utilizado por mais de 600
organizações e instituições em todo o mundo. Dispõe de
ferramentas de colaboração e administração que permitem
o gerenciamento do ambiente e a comunicação e interação
entre os participantes. O TopClass dispõe uma ferramenta
de autoria, o TopClass Publisher, que permite ao professor
a rápida criação, estruturação e publicação de cursos. É
possível a adição de recursos multimídia como áudio, vídeo,
animações, dentre outros (Micropower, 2002).
85
O ambiente usa o conceito de turmas, onde os alunos
matriculados terão a sua disposição os cursos oferecidos,
EDUCAÇÃO
que podem ser ofertados para apenas um aluno, ou turma
específica.
E
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

O TopClass é composto de uma interface simples,


com poucas variações entre a visão disponível para o aluno
e para o professor, dispondo de ferramentas de colaboração,
administração e interação, tais como:
E-mail: com uma ferramenta de e-mail interno os
participantes podem se comunicar enviando e recebendo
mensagens, podendo, ainda, anexar arquivos, organizar as
mensagens em pastas e subpastas e incluir HTML.
Lista de discussão: funciona como um fórum de
discussão, podendo ser moderada, ou não. O ambiente
possibilita a existência de uma lista de discussão para cada
turma.
Quadro de avisos: normalmente usado para
comunicar listas para leitura e outras informações para uso
de todos os participantes do curso.
Utilitários: oferecem opções que permitem alterar
senha ou exibir o retrato on-line.
Bate-papo integrado: o ambiente dispõe de uma
ferramenta de chat, desenvolvida pela MicroPower, com
recursos específicos e especialmente voltados para o
TopClass. Existem salas totalmente abertas e salas
exclusivas para cada turma ou cada curso. As informações
podem ser gravadas e disponibilizadas para acesso posterior.
Relatórios e estatísticas: todas ações dos alunos são
gravadas em um banco de dados do sistema (Oracle 8.0.6
Standard ou Oracle Enterprise Edition). Estas informações
são retornadas aos instrutores por meio de relatórios coletivos
e individuais configuráveis.
Pesquisa de conteúdos de cursos: o TopClass possui
uma ferramenta para a busca e pesquisa, mediante palavras-
chave, de conteúdos armazenados no banco de cursos do
sistema
O estudante pode visualizar a sua progressão no curso
86 consultando seu registro de classificações. O Top Class
mantém um registro de status das mensagens publicadas
TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS

na área de conferências, permitindo que cada estudante


visualize rapidamente quais as mensagens lidas e não lidas.
Em relação à interatividade e à comunicação não são
disponibilizadas ferramentas de suporte à videoconferência
ou de transmissão de áudio e vídeo no ambiente.
Diante do exposto, é possível perceber que as
E
EDUCAÇÃO

tecnologias para a EAD são diversas, algumas são simples


e estão disponíveis para utilização pelo professor de acordo
com suas necessidades de ensino. Outras são incipientes e/
ou extremamente complexas, necessitando de muitos
estudos e desenvolvimento para se constituírem como uma
alternativa real diante dos recursos tecnológicos de
informação e comunicação disponíveis.
Contudo, o desenvolvimento da educação a distância
não é carente apenas de tecnologias ou fórmulas miraculosas.
É preciso que os profissionais de educação tenham maior
contato com estas tecnologias e conheçam suas
possibilidades e perspectivas, podendo assim perceber como
integrá-las no seu cotidiano de ensino.

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2001.
Mário Sérgio da Silva Brito (brito@uefs.br)
é graduado em Informática (UCSal),
especialista em informação em saúde, mestre
em saúde coletiva (UEFS) e professor da
Universidade Estadual de Feira de Santana/
BA (UEFS).

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