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2. Fillagdes e singularidades no eampo discursive Em recente evento patrocinad pela APPOA, Assocogdo Psicaalitiea de Porto Alegre, na fla de um destacado palestrante, ‘uv a seguinte declaragio: — Ea parti da equivocagdes que poddemos falar. se nds tvissemos 30 certesas, se ndo tixéssomos ‘vidas, por que falar ?Falamos wma alangue ou &a lalamgue que Jala em nbs... Jerusalinski) TLembro isso. como forma de me autorizar a falar sobre filiagdese singulardades no campo da Andlise do discurso, ja que tenho muita cetera das mins vids e, por ss, a ala 6, daly a fala. E € para falar, para ouvir e mais adiane, quem sabe, poder silenear, que estou agui hoje. Até porque, como dz, Maria Rita Kehl (1987), outta conhecida e respeitaa psianalist:[] a concrete ésilenciosa sé a falta tem necessidade da flap. 483). ‘O tema das fliadestraz emt algo de naturera ambivalente ‘que & cif, vezes, explicar para alguém de forae nem sempre € pacifico para os que estto dentro. Afinal iliaglo lembra fos, ependéncias, eruzamentos, aliangas, separagdes, patrimdnio, hotanga. Nope ess que apontam para sunido ¢ também para 4 desavenga, para aproximagdes distaneiamentos, para uma harmonia, enfim, sempre insiveleproviséria, como numa familia, ainda que os lagos sejam, quase sempre, defintivos. Mas 6 laco, ‘que simboliza ums fliag2o, assim como aeothee sustena, também aprisiona e limit. Como se vé, quanto mais proximes, maior 0 Fsco do confit... Esse ¢ mais im dos paradoxtos com que temos ‘de lidat om nossa Seca: tmmar distin, 6 que muitas vezes parece inissocivel é mito eportuno, por iso mesmo, que o tema das fiiagdes «esteja associado&s singularidades, uma bel ¢ iteressantepalavra “que nos leva para un fronteea do individual edo coletivo, Aprecio Paricularmentc esse sipniicante © acho que cle diz muito da specificidade do gesto de leitura edo gesto de interpretagao. Ser Singular ¢encontar na forma-sujito um moda de fazer presen, se destoar, mas sem fazer coro tio somente. Ou sea, sem rome! {5 fos que nos prendem a uma referéncia, ser eapazes de buscar caminhos propros dentro desseespagoe, assim, fazer a diferenea, pra falar dessa estan tra me ocorre a figuragio topoldgies do nd borromean, que vem li da psicaalise © que. simbolicamente, amarrou Lacan em todos 0s setidos. Ao contri Py hos circus olimpicos ques enconzam sbrepsos, odendo ser | SSesedos ou edad! sm ord do conjunt, ese no borome Se carter pelo elegant ineciicavel de seuss clos, de tn forma qued etada de um desi toda acacia afta sours dbs imemediavelent SEs him pono un bree eel rr ncaa como fara, na figuragan deste 8 felag ente os ts autores de que vamos tar nessa mesa, os quis cada un seu modo, onsucrn pars mulos ds grupos de pesqusa aqui presents paraigmas ferios ainda vvose olsantes.O que colocariames ono expeiidas propre para cada un dles — Pachens, Fea Bak ca oe 0.9 as sate mim, como peeaceranes spo esta coma 805 Tres (alsin do fo de que me det coma ao eserever ese texto, de te trem o ming nome. (Mishel Mikal. You propor um ensio inci de preenchimento desis es elo, een teagan eles us on J afoenes, tesa ssemas de pensameno gut, pli sua {Sta relevant, perc © sogue progzino and fj dscusscs, quesionamentes, disbes © tensionaments, ‘inal pens que 0 inbalho que se ext propondo aqui € uma {enna de mosrarmos os vnctos de que somos tibtario eque Aeabamos por faraecer, pelo modo como openmes no quado feorcospstemologco do dscuso: com e fespeto stimulants, Ine sen greet ni orders pens, neamente, quis seria os concei aque Menticartam'mais fortemente 0 preuso de cada autor. No fh de Pécheur seria, talven,a lingua um eonecio diferencia fda o interese especial de Péchewe pela anal e a impor, 2 Imtwatdagelingisica assume nesst pric, Ey m0 ARsccbrameno des, 2 icologia, 8 figura como verdadsry fiento a dar ssteriagdo a0 aparsto politicos e ao party fc. Haband, pr sua ver, chor apratos consis pa ops, estarao sujet, em sua duplaconfiguaydo,enqunio, i inierpelado assed, cenquant sujet do inconscient, “i ra Foucault talvez pudéssemos destacar, em vez da ogra nog de poder ou, melhor sind, as mlcroprticas de coca o centr do confit densi insincionaizada 2 entre classes, para qualquer modaldade de pric, por forga de umn feito capilarizador dessa nogo, no enfoque foucaultiano.Também Poderiamos slecionar, quem sabe, o conceit classico de episteme, {que condicionara inconscientemente, em cada época, 0 modo de formular problemas eas resposta qué a eles seriam dads. ‘Com relago a Bakhtin, um principio-chave a figurar como marca de seu pensamento singular sora talver 0 dialogismo, a inspirar outros fntos conceltos onganizados em tomo dessa mesina iia de era ma alteilace. Junto com el, poderiemos dstacar ‘outro principio fundamental, a ética bakthiniana da comunicagao humana, que passa pelos ‘géneros, tanto artisticos quanto do cotiiano, como um modo de organizagto © sistematizagao dos Sentdos. Enfim, esse esbogo de proposta_inicial, nto esgota, evidentemente,outaspossibildades de eseothae serve mais como luma provocagio (espero que bem-vinds) para ineitaroutras tantas indagagoes. Onde ficaria signa, questo Sempre lemibrada quando os referimos a Bakhtin? Ou, eno, o sistema, uma das pixdes ‘eelaradas de Foucault em toda sua vida? Por que nto escolher 0 fiscurso, quando se trata de PEcheux,jé que ele nunca escondet sea fasenio por essa nogdo, da qual esteve sempre em busca? Ocertoéque, qualquer quesejaamodalidadedepreenchimento desseselos, vai car sempre algo em aberto,um furon preenchio, ( interessante, por isso mesmo, me parece, nessa imibrieacZo entre ‘9s tts pensadores, na qual se buscam ainades e especifiidades, ‘muito menos as respostas que, eventualmente, possamos dr, do ‘que a inguictante sensapto de incompletude que essa sucessivas Fespostas nos prouzem, como se algo sempre flasse. Resta anda perguntar pelo espago comum que se forma no eneonro ds tres clreulos. Que conceito merecera estar a abrigado ra condigdo de element afm aos tr autores? Sendo &taefs fell ‘mareareque distingue eada um, mais diel ainda parece sera area ‘despontaro que os aproxims Vo tentar, pelo menos, parasusctar debate propor um coneeito que podetia ocupar esse espago comm, nas nao homogéneo, dos tes elos do nd. Propoaho 0 sistema, no na scepeto lings e estruturalsta, tal como Saussure o concebeu, mas um sistema discursivo, em termes pécheutianos, ‘como um corpo atravessado de falhas, um sistema discursivo, ‘ujasfronteiras nto sto fecadas e cuo principio de organizagio iio estt'no centro, Em Discurso: Exratura ou sAcontecimento?, x (1983) confirma esse canter esruural do discwso, 20 lo como um sistema ao qual se acess ¢ ao qual se desvela por suas fahas. Com essa nog, assim coneebida, no estariames, fuponho, ns afastande do eoresto teérico do projeto de Pécheux, fle articular 0 real da lingua 20 real da histéria. Assim, mantendo to sistema o que sri essecial~ una estrutura organizacional que omportafuros — podectamos aproximar os tes autores. Fea em herto como os dois outros ~ Foucault e Bakhtin ~ se sentriam Eancemidos por esse coneeito Este opetar constanie no espago do outro, cuidando para assegurar sua propria singularidade, constitu um dos rscos e dos tlesafos de quem tabalha no sutilequilibri sobre ie que delinita fs campos do saber, paradoxalimenteafastando-o e aproximando- fs, mas dixando sempre no snalisia a estanha © inguietante ensagdo de andar no fo da navalha, 43. A geracio althusserostacaniana ‘Ao tratarmos de heranga, em se uatando de Andlise do seus, ¢ ao nos repotaros a um de es nomes mais daiivos, Ine vem lembranga uma pergunta que tive ocaigo de fazer 4 Put Henry, no ine don os 9, quando de uma pssager Jo Ales Trancts pela Unicamp. Pergunte-the se Mishel Pcheux havia deisado hericiros na Franga quem seram eles? Resposta Paul Henry, que amsrevo de mania: ndoy Pécheus no cou herdeios propriament dios; mas deiou uma heranct, imparts por tds que com ele consiveram e que earam ‘iguma forma defmitivamente afetados por sua forma de mmpreender «lingua em sua eto com os sjeltese com deol Esc clara fcta por um interlocutor pivlepiado. de eux qu, junto com el mals compankia Wo psteanaita che Plo, integrot 0 grupo Tundador da Anise de Discurso Franga, nos ajuda eompreender um pouco melhor o estanho aso da Andis do disurso em sola Trans, que petcamenis aparece como cliques sendémica como Inscrgd nsituctonal, da mort de so principal expose. propio, emos a, Sto Caron, feliz oporumidade deconar om OU neoctor mente prvlegiado de Michel Pécheux ~ Jean-Jacques, Courtine -que tem nos ain, come tetemunta © ator desses stoi cla uma as ni is aueument da singulandae ds posgtes de Miche Pheu no aeeeRrtemente da Anise do dnc ne renga. lis, Curie Jiteelsomuto bemem seu texto "A estanha memsra da Anaine i blscus eoutul parodia cu concider de Phe SG) eSranho Ssptho da Andie do Discurso") aesenado ns confrenia de aber do | SEAD (Seminario de Estados em SK de Discurso tala em Porto Ale em 2003 " gurrao infect de Mice! Pécheux eatfou na politica peiava daceuerdae com um ves mitanaberament desardo, lie dels cstavam em maio de 68 care os apindores ds que MNSeniavar ears area pods na police se rebel ‘ana walebo cvicuar gente na Srbome, Ess. sri Sfmad de geri althssro aan, porque foram 0 dulcema de pensamento dos dois grandes estes — Althiscr CSE fi esterada por uma conjure de ator de orden ‘ven que az as, ns patavras de uma interante do grupo {titel Rincon de wn comanisno impose © (ereona mcntal de on mee. Os hers da revo alinssero- ‘etnfon, segundo Rouinesco (1998) foram condnados morte, ae sniciio ew lowcura por nto trem podido fer 0 to da esl faconsade Desnccessro diac que ness citag8o 168 “reer encontamosageles qe se sosttue anda Hoje “Sinumosos ste downs estamos a fla mesa mes Fanos ero qv suit a Andlise do Discurso, pce ue cancia coma ae do estas, como para de ‘Benton do mundo, das las das cosa ara toda un era {2 ntseeuaidade tances. Esa grag feunia pesuisadores, ‘nuance eserves pofessoes de diferentes et, ve tina ar camum mesg nena vasaladorarepresenada pelo STusimento exrutalisl, qe tomou de aso como um fm ‘re copes ec mus especcamente acess, de meados dos son Sat ial dow ‘rp echous (1985), em que pese sa erea a0 excess de ettuaisino, recoaece movimento, ge eNSzmcmeme taba 0 marco, ume ett ant post ‘Teindfevarci conta um pode feal diferente, que nia sere ‘rm ds coeasarsaber=[-] eal eontiumamerte eran Sreetseliad Figen © wn saber que nao se ansmit, Bo se 2 ‘aprende,ndo se ensina,e que, no entanto, exist producindo efetos {. 43) "que se encontra no entrecrizamento da linguagem e da Iisria (p. 4), Da mesa forma Pécheux reconhece na reveluio Goultural estrturalsta um carter anvnaresico, a0 levanar Sispeitas explicitas sobre as psicologias do ego, da consigncia, do ‘comportamento ou do sujeito episismico. F essassuspeitas, advete Pécheux, no sao engendradas por algum dio & humanidade ‘como freqlentemente se atribuia ao estruturalismo, mas se devemn ‘o reconhecimento de um ftoestrutural proprio & erdem humana, ‘simblica(p, 46). Mas, € também Pécheu que dhestpiur, (p48) ass gue Michel Pécheuxe seu grupo, 20 eonstiirem 4 Andlse do dxcueo como nova forma de pensameto sabre Tingiagem, ainda que, merpulhados na onda cstutrali, Consoguen emer del xileamete © constr gue tal osciapbo Consists num petigosodesvoterco, qu confer ds abordagens stu ume aparéncla denon ctaca reg. 4). 4.A relagio com Althusser e com Lacan Nao hi muitos dados sobre © modo com se deu essa relaglo {de Péchoux com os dois icones de sua geragdo. As povcas referencias ig tenos nos vem de Denise Maldiie,na sua obra fundamental, {Madura por Eni Orlandi como dngutewagdo db discurso: (reer che! Pecheus hoje, edo texto de Michel Pon, seu amigo pessoal ompanoio de idéase lus, inttulade Andlise do discurso (de jhe! Péchete) x Anal do inconsclene,apeesentado em Porto Jer quando do SEAD¢ depos taduzio por Mara do Roxio oli. ‘A relagio de Michel Pécheux com Louis Althusser € forte, inivae dina marcas em todos os seus proetos de longo curso. jsiconto se dé na farmora Lcale Normal Superiewr (ENS), Ue ‘mos 60, segundo Denise Maldidiee (2003), no & apenas fexcola prestigiosa, mas tm lugar de ardor tebrico (p17). E Ihasser¢o grande responsive por mantervivas essa fgudhas toda uma geragdo. Ele & sem davida, o grande fomentador da {erica que apitava efincinava os freqdentadores do. Quartel 8 General, da rus €°Uim (metarizagao empregada por Plon). Ea, {queem 1963, Pécheux obiém sua agregseio em filosofia, Quando Me emma na Escola lembra Denise, € ainda sartriano, ndo rompen om sa fini eaéliea. Q enconto com Althusser prog umn Choque e 0 fz madar de rum: ele decide, nos diz ela, sua ‘entrada ‘om poiica'(p. 17). final 0 Mestre ofereia a possbiidadeimpar ‘sAduora, camo bem selienta Denise, de pensar o mass fora ‘icuma vnlgata mecaniisa (p. 18). Ao que parece esa ela de ‘tvergnein €adimitagao para com omeste noe era correspondida. [At onde se sabe nio ha repisto publico de alguna maniesiagto ‘iblica postive favrdvel de Althusser para PEcheux, como ofizera om Foucault, por exemplo, também sev alun. ‘Com relagio a Lacan, Pécheux, a0 que se sabe, esteve presente no Seminério II, de 1964, Os 4 conceitos fundamentais iy Paicanstse,o primeiro realizado na Escola No‘mal Superior, {Sb on auspicis de Altus, eo ico a ser transerito« pblicado ‘Surane a vida de Lacan, Segundo nos diz Michel Plon (2005), esse Teo de Lacan &, exceto duas ow tres referéncias dos Escrito, a (herénca principal que fz Phen a Lacan, tendo em conta gue total de referencias en toda sua obra épequeno (p. 17). Desaco Goso tent, porque € onde parece haver, na avaliagdo de Plon, lima proxinidade maxima de Michel Péchews com o pensamento Tacrsano. "Tanto que 0 subsitulo francés (n'y ade cause de ce gui (locke), tradurido por Shi causa agua que falha, que consti inv angxo da versio inglesa de Les vers de la Police (The Frech Polical Winter: beginning ofa rectification, € uma citago exats ‘hued day ainda que sem uma explicit direla dessa fligo fda pate de Pécheus. "Nao vou ena na riqueza ecomplexiade des falhamento” ‘aque alude com insisténcia Pécheux, segundo a wrifha aberta por ‘akan: porque Michel Plon faz iso esplendidamente em seu tentor 6 f-eom a autridade dealguém que vivenciowesesfatos (foi parceiro dessa inguitagbes que tanto angustaram Pécheus ‘56 destacaria da andlise fet por Plon, que iso que “falhou” na ‘vento fedrica de Michol Pécheux, deve ser buscado do lado ‘dh paicandlive lacaniana (especialmente na relagdo entre o et © Sabet), edo lado do materialismo histrico (especialmente na {lagdo que Pésheux estabeleces com 0 marxismo, vi pensament0 {de Althusser (p. 36)). A atitude de ambivaleneia que Althusser tmanifestava com alguns conceits lacanianos, Pécheux reproduzia, tstabelecendo com cles uma relago de unheimlic,termo utilizado or Freud (1919), © que Pécheux, de acordo com Plon, traduzin fite apropriadamente como estanament familia: quanto nos com anda nossa démarche teética pelas trilhas do discurso? Como estamos lidando com isso que no Cessa de se inserever como falhafalia na teoria? ‘A resposta para essa queso que, evidentemente, nlo & simples de responder (o proprio Pécheux morreusem fizé-0), vaina SGiregio de marear as singulaidades do eampo dseursivo brasileiro us sn evi cancer dem om fidelidade referencia. Acho que podemos trier para nossa Tellexto, 0 que Roudinesco afm, com implacével Iueidez, em Felagao so esplio do pensament lacaniano, motivo de uma terrivel fisto entre os psicanalisas ranceses: a Escola ndo & partido, a fsa nao éreligio e sua obra nao & catecismo. ‘Pechews for um revokicindrio ¢ mort, como outros de sua perso, porenuciment, suelo ouloucura, nostermesdeRownes0 fop. cit sem ter stbido mportaro ato de uma revolugto fracassada, ia, prc, no gus nos canceme,redimensionada nossa realidad {00 nossa empo, mio rece te sido em vo, nem parece vest de fit anacronism, como aver inferessass a alguns. ara seguir na fenda aberta pela faa, dria que, cada um de ‘ns, que trbalhamos com a anise do discurso,tende a lidar com candigdo, de modo diferente: uns buscando dar conta da fal, olvendo-a; outros, nao a levando em conta, desconsiderando-a unto questo tebrica € outros ocupando-se dessa equivocagao utivel, como sendo da propria ondem do discuso e do sujet, i, preciso admitr que endo nose dice todo ndo se é (esse titulo anunciado jh algum tempo, talve como autoprovocagz, um fut ivr, eujaeserita no est anda iniciada). ‘Da mina parte ¢ falando do grupo de pesquisa em que me evo, dvia que a relacdo eom a Andlise do discurso de Michel ux continua sendo uma relaedo de munca acabar! Para dar um efeito de tsrmino a essa fala © tordela mais sliea,reparo com voots a letra de uma cangdo de Gilberto | que ainda nfo conhecia © que me chepow is mBos, quase por um acaso, Nela 0 objeto metaforizado € a fata, Tata do ‘jo oficio consiste em fazer caber nela © incabivel, Nio i também 0 diseurso, enquanto nosso objet, algo semelhante ‘Cujo preenchimeno, anda que da oréem do impossivel nos slza, rm cada anise sem cess, nos fazendo suportr 0 eeito incompletud ” Metifora Gilberto Git ima tata existe para comer alge, ‘Mas quan o poeta Padcesterqucrend Lm meta exit para ser um loo, ‘Mae quando o pote ds meta ‘Poe'esar qucrendo dizer» inatingve, or sso no se meta aexigir do poeta ‘Quesdtermineo conde emi lata Reta do poeta tdo-nade-cabe, ois ao poeta eabe facer ‘Com que na lata venkat eaber Oincabive Dele a meta do peta, no dscua, Delve a sua meta fora da disputa Meta dentro efor, at absolut Deixenasimpesmente metifor. Referdncias Bibliogrtieas ‘COURTINE, JJ, Aestranha memeria da Andlise do Discurso. In: INDURSRY, F LEANDRO FERREIRA, M,C. Mickel Pécheus ¢ (eanilise do discurso: uma relacio de ninca acabar. So Caos: (Cara, 2005, p. 25-32 FREUD,S.[1919}.Oestranho In: Edie Standard Brasileira. Rio de Janeito: Imago, 1996. ENT. MR. Apsicanslise eo dominio das paixdes. fn: CARDOSO, S (org), Os sents dapaisdo, Sao Paulo: FUNARTE, Companhia as Letras, 1987. p. 469-496. MALDIDIER, D4 inguitagdo do seuso. Campinas: Pontes, 2003 ROUDINESCO. E, Generis Rio de ane: Rete Dus, 1995 SECHEUX, M. [1983]. Discurso: estratura ow acontecimento Campinas: Pontes, 1990. LON, Michel Andlise do discurso (de Michel Pécheux) x Anilise {do inconscient. In: INDURSKY, F; LEANDRO FERREIRA, M. C Michel Pécheve a andlise do dsci30: uma refagdo de mines tacabar, So Carlos: Clralz, 2005 4% Capitulo 2 AD: Objetos e Deslocamentos ENTREMEIOS Da Anitase po Discurso: (0S DESAFIOS DE NOVOS OMJETOS. Marisa Grigoletto Universidade de Sto Paulo © tema “Anilise do discuso: objets e deslocamentos™ impde uma reflexdo de eunho teico, como propssito de pensarmos sobre integragio de novos objeto &Andlise do discursa.Tomando ‘inspira de Denise Maldidier (1986), para quem novos objetos Supdem "novos gestos de descrigzo, podemos dizer qu, por {eonsegléeia, eles demandam também deslocamentos na tori Para refer sobre 0 tema propost, escolhi inci 0 foco desta breve exposicao em um objet de ands que ver, jah algum tempo, sendo pesquisado por diversosanalstasdodiseursono Bras: a relagdo do sujeto coma lingua ou as linguas que fala, conhece, Tingua que o constitu, lingua matema, lingual estrangeras, lingua Iacional, situacao de imigraeio, situagdo de ensino. Esse objeto ¢ studado por analsts Jo discurso soba dca da relagdo do sujeito histra, sempre, mas também, em algumas pesquisa, numa i relagao de ondem psicanalitica ene lingua e sujete, sem sconsiderar a relagao com a histri, Sobre esse objeto, proporeialgumasconsideraydesnadireglo ‘uma apreximagao entre a Anise do discuso, as torizagbes de sobre modos de subjtivagio ea psicandise. No caso a lise do diseurso de base pechéutianae os estudos de Foucault, a >ximag€ um pouco mals rangila,emibora no sem diferenes a entativa de aproximar a Andlise do dscurso com a Psicandlise so & mais tensa, Nio se trata de querer recobrir cada umn {ns tertrios com prinepios e pressupostos de outo, mas de ttabalhar as frontiras entre eles para a compreen agente do objeto. Como bem observa Mariani (2006, p. 8): da meson na ua apres un primis verbo dent ex, 10 gsc Itemaional de nile do Disco, AAs discs, tl como Michel aches a prope, ea Picanalise,conforme ‘eeminamentoe de Jacques Latan, 28 hor modo, trabalbam com essa marpem ‘oiuadae constttiva dos sits © dos Senta, do equivoco que se nsaura ¢ faz Far voniade de uniade de tanseréaci ‘Gr comoncasieporgueiorporam oreal em. Sta anaises do simbslicoe do imagine. Apsara est fees, mink posing gue ass especies em muito diersnes consign da subjetidide Tet cams nga, guguct que cj 0 seiko raat gta ode sepa da posit de ngua mata, Fee a range de nga nacional o, ain, = ua = ng areas fronts lao et, condo, que no se inde erat nto, que a es fois ere qutio Roe eel Oooo da Arise do discurso, como Sbem0s, ae foc prio seno do sujto na histori: em Fouenally x ons 2 sun 0 proprio alr no texto “O seid 0 ao eee de to, er oa alise ds fenomenos Jo Pode a tw itr dos ieentes mods pels quae poder, res humans so Wanstmados om Sues aor cpa a peas, o foo slo oinconscene 0s fnament Pr gcusve, € peso Lent par as SEFEES de lingua dena iferenges ea, por exemplo conceit de Soa ese para plc, a sbjetivade € isto S210 tum aafonn osnasip op aSieUY et onafns ap oRSO ‘osungsiq 04 aSTIYNY YN davaIALrang ¥ OLTIENS 3q ici -istrico-ideolgica cu vor € eonstituida de um conjunto de Sores histrico-sociais ites esses apontamentos inicias, para este texto focalizarmos tres momentos, ue nio coineidem comastrés épocas te ese do discurvo.Primetramente, apontaremos a recotTEncia Fe Michel Pécheux a Louis Althusser para @ sustentco das ‘fimeirastescs em Andlise do Jseuso acevea da nope de suo: Primi Jeune momento, coincidem as entradas de Bakhtin Fr clvinda de Jaoquctine Auhier Rew acerea da nogo de Hotcogencidade, que problematiza lingua nos, funcionamentos rea eos ene consituigdo do sujet dono diseurso; em um isc ponents veremos como as tses foueaultanas acerca do ‘Gjeiowanhar lugar na Analise do disurs, impBem o poder como sae Suto acm gual 0 sujet pratieamente no teria existencs, [UBaSeven a subjetividade como um construto histrico-scil 1. Althusser: a interpelagio pela ideologia ‘0s primeios postulads em tomo da nogto-conecito de sujeito Gu rdoe de dicurso tiveram Louis Althusser como o sult hn quet Michel Pech se fers. Nesse momento, 2 Fi alga foo moti do eens aol Na seep? aor eo ologa existe como uma forma de dominos. dagucl a0 to tmagindia gue os homens fazem de sit Sere gm exten material em um aareho € sua ite plo invid eset. Fssesepontamentos so Fae sn pr una toa materia qv cag flags rms Pal rfernse 8 luas de classe, sendo que a cass ro ae ena idologe como forma de dominag, ocupe= ominous gad trabalho tanto pela qualiicglo come oo esa dclopevget. Las forma seb as formas di Per icligea que se assczra a reproduc da quaifica SE eae alka (ALTHUSSER, 1996, , 109), Pods Joe at apart Leologicos & 98 Aparctios Repressor a jatconioume defines lusserianas, funconam em £0" de Estado, eumentoidologic, wma Vez que, para ese aU ge mae sujet pelo asujetamento 8 sdeologi. ore (ide, p13 rer que 1) nao exse pri ‘ano sob uanés de wma deolgia € dentro dela: 2) na exe 7” eee expt na ie ‘aserpela of Indios COMO or Orde tl feta eae ann iri oe pene caer ah op iterate ctreepilor peta Cao aan aa hema trate som spicata i eer ee (1997, p. 129), ao conceber a nogio de ujeolpare a Analise do: (err moms eee cere Beni oy ee ene see ci fice cee rae ee yee cla ae ee ee so ei iy My tr Ean Soaks anne ta aes crea ate ae i «a imerpslagdo do inividuo om sucto de se tdscuran stun pela enicago (0 sujet) fo frag dicusiva gue 0 domi (to a qual oe constnido come sujet): est ‘Wentifeno, fandadradaunidade (magia) ‘sujet, pis no fo de qu os elementos ‘dinterdseuso[-Jgueconsinen, no dieu ‘ko seo, os trajok dagullo que o detennina, lo rensertos no discus do propio suet (PECHEUX, 1997, p. 168) a Nese momentde polenta ere Miche Piste preg emo sorma-sjeto” camo 0 que €veteulado por uma satis dacuriva dominant, quo sujeto se Mein Essa ‘errtien cmt sett em sa Pela com o sentido € eee Itenscrso aut que determina a domino da Jebmasfty(p Tes, Exec, Péshewx contin sand 0 ‘ereiemoToico «conser te ating ua tora M20 Subjela da subjeintade a pri do materia ase, Bece Sapontamentos, remem interruption pensamento ae etn, © cere 4 sega monica, deve to, com a8 We Auer Kevan, que, eoreboram TEA S80 peiinines map de sj para Arai do Sato Porm omoacsboragi erin de Pesan: €mareads fir slocamenion 0 retomareos, também ness tpico, para rfgnciamon espeificmente sis cficapes referents 00 eeGiRtcpande de sus breve ncurtoporacan pla recorncia Sogo dea” 2. Authier-Revuz: ¢ polifonia sada psicanal 6 sezundo recorte que fieros aera da. nogo de sito viens nope de heterogeneidae como cond sine qa non Suma ensncia do isang edo sujelto discursive, Tal concito path énfan na Anais do discus com as proposigies Je Authicr- Bee lass par de letras de Bakhtin € Lacan. Reiters-c, ikea presenga de diferentes vores interants dt vor d& um Seto som bse na nog de polfni,oaialmente,cunhada por Hii Bain apart eestadosdssnvolidos sobre ooranoe MeNauensice. No estado dese. pout era, Babin ‘oblceutizoao fanconament do discus como form de reer Shea complvinedoonance anne ps ses ‘Sov itretes vats presente em ua obra ri inigaimene,enconames nese, pesador 2 ng8o_ Je diatgiom, comida como integrans da composi do texto Freee gc revel odscurso como incrgdo ee os Sjiton, ‘io relghes que se etabelecm ele 0 eu eo outto "uta sTe9 onpyapu 0 2p igpstiog “y0ao> > 22pod 9p pms “oydtiaxs aod “eouitenbsop ‘eeu wudod ep oxSany wl Svs So sepjou OPUS Telos apod 0 we0s an opuMi! Ot peenppul BLN ow sop opSeczseuydios ‘utnswapgutesbivounyJapod ap uy tse ‘aL0U quasi ‘osoiou oucays oot ‘odi09 Gand oped op ovsbjar 2 pod 2p op20o4 DUM ap aod © To ammo muna? 2x aquosaony 0 nb spur (pL “a «gcc cn eosin toma ts ‘au oF ara Foucault (1995, p. 241), quanto ds vrelacies de poder fa Feacal 978 eer ape cream propane indents aise tae nr age po Toa i pepe oe son pa possi ee te dpodee ae pe OP nosed Soma eon eur Tem Tuer rar refi abe como, ess rele e som tn fe re saab coi sees eet, importa, prune pry © moms do ssa cn, tes ee © poses Sa Asn dep a Se il area Pesan ee Fr can oO Phraizadas no nexo social, Eno social que se definem as pasigdes: Sie ei or mae, © Ae sto, eas arin focoltana dete Gz Pe args ume Ps frags tana SELES ga pend m,n hsm emp 0 rs iment de" gaat pote A i dos uence ue amigos Pra secon = aren tnt aga, ep n tn pri sn ase de mnt enone amar can pci magi constr one ro pror coniin dos sine proces, eprom itive sejgen reaching essing ae ov roan de sujet odin feo, Cosine Oe cota, ee wl sues singe imentos moblizados para & reso sues, zonstruc’id jive vi dn etroide, ucomsng sin i ese tens Pn nc odes mac, Uma wee ae © we estas ne prt eee eo: Ee atrfa e Fucl ar sie eam PIT * oe a sbjevide pair ndgaes como: ge fos stato? Gunesoae Sapien elegans? oo oss moderes pum sje Vo camp? nr, Fooeut sict sje no send J Coniccmentprto sen do cipo contin eros fore cap pedo? Com sexs nsexuldae eon Stsanes i como suse sujetvade? Onto praca rc and que dncoer sore sje nao ignites er inne do stn ruc apten to pele exes ho sed and ms comig crn a it mat do govern dos: Ni soda wsobjetvay (CE .DO FILHO, 2005). oe ‘esenaspyoconsrandsinds ques formas epoduo oom stan megane do mundo soe tina sbjtvay de natn soe. Segundo, Campongo ope Foucault a ir de Sexton ed dem sie objets plas donde cs de rca spc parr ded pons devia) dew is com lat “acct en a 80 do sto sas cna elncs tbe concede dee ses 0 sgso se recimhee sob erin candies de I conta ns gan etre ase Shs m hom stem cp se pris capa eeprom sno Jo pode “ores fn ano dremel Ens nnd osc oan Ron (986 p15) eam quo capa depose de seaman, een. dso seta an 0 ide [7] ese soe emia a por mina ese pants (p 3), Dea Fok Totyenayod sco come ceva jess, pos pros plz. Asta hse © scien amped nerooe de Anne do dean Yee se mos reso com dsc a de Conclusto ‘Apis essasreflexdes sobre os deslocamentostericos acerea toa Andlisedo diseuso, etera-scocariterdeincompletude Ly do sxjito, aspect inerente 8s wansformagées istirieas todas we (ng fotmagtes da docorentes. Esse incomplete, para “lem das manifstages de ondem psicanalc, fundamen pa ‘Tecontnutdade da Histria gual sujet intgra como partie ‘Krum gu ty emuncagdes, como os enunciados, nos fas, stfu a digest propia entuidade«desconinsidd Neos concent Je tansfomagio, em que se desta 0 alamo cmeonstanttransito,procurandomolarosindviduos cepietole eprogugo da subetividade, a isch 6 ras do sui promove-tne desloamentos, ransformagdes taaleeese os ston, (eas)fomamse dscusose seals, {irsrcamente doperss) em, uu fed e jstoposiea ene aarti e drcominaldade hstrca ete poser € dscurso FOUCAULT. 1995), 7 ‘Now rs momentos tics destacados, apesr den aver einige etre ests qu os sustenta, 0 sujelto& pensido Sema‘ ajto cons por process que Ines so exierers Sie! Péshoue refer a uma eo no subjedva da sbjevidade siete de eflonoes thuscianas de base marist, end como ‘res ag nogdes de lla de clase © de teoogi; Jcqucine Nahi Revue pute mo soci que pssbiita pomsar o jet dative peanteraco socal conform postala Miki Bakhtin deere nodracant que revels sietoestanho as mesmo. 1 $AGeI" Rouen pons a sbjevidade. como historcament Nessus paride sabres sobre o suet; patcs de govermo ‘Senos ans des an posit arsfomeey saa eenceten A tera Procra da con desss process Te Riuivon do sujet e da subjetvidade ede suas manifestagdes sata’ amber se nsreve na Hist, logo & marca por Tovencis ¢desconinaidade Referéncias bibliogrificas ALTHUSSER, L, Ideologia e Aparelhos Ideoliyicos de Estado ‘(Notas para una investigneto) In: ZIZEK, S. (one). Ue Mapa ck Meofogia, Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janciro: Contraponto, 1996, pp. 105-182. AUTHIER-REVUZ, J, Heléogénéité monte et hébérogénié 0 ‘consitve: dons pour une approche d ute dans le dicous DRLAV. 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UmahisiiacricadasubjtidalepoPenre, Fa ti hy FALCAO, LF: SOUZA (One) feel de Mice oes Rio de ani Aehimé, 2005, P4150 Capitulo 3 AD: Conceitos e Objetos [Nosso OnseTO f TEXTO F-TEXTO f SUEITO. es a respeito do objeto edo método do etude da lingua Valdemir Miotello Universidade Federal de Sip Carlos ‘Gestudo da lingua viveuo século XX emestado de graca. Seu 0 foi se eonstituindo como lugat de cnc, tendo instaurado jo tabatho pionciro de Saussure elementos para a constitu’ Lingdistica de bases para os estudos das Cigncias Humanas, eral. F agregou o tabalho, o esudo e a pesquisa de muita boa. Eo estudo da lingua materna e mesmo oaprendizado de festangeinas mobilizarum muito esforgae aengao. struindo © Objeto do Estudo da Lingua ‘Ao se defini um corte ase estudado,principalmente se se constituindo tal estado com starus de ciel, & preciso defi oS Fecorts, seus eoncetos ea metedologia competent ‘ar conta do estido desse objeto. Saussure, ao se defrontar essa necessidae, ese vendo diate de dficuldades sem conta efiniro objeto da Lingistca, pois, no seu dizer, ele sempre ava. das faces (some artculagdo vocal; movimentos dos ‘acisticos ¢ impressio acistica; som enguanto unidade xa acistico-vocal e idéia enguanto unidade complexa, gica € mental Hinguagem enquanto individual e linguagem 0 social; linguagem -enquanto sistema e_linguagem 3f0 evolugio) opta por solucionar todas essasdifculdades, xo que ¢ necessdrlo colocar-se primeiramente no terreno etomé-la como norma de todas as ouras manifestagdes ‘De fto, entre tamtas dualidades, somente a lingua uscetivel dma deiniedo cazdnoma e fornece um ponto de satsfatério para oespirito Saussure, 1969, p. 16-17. Babin 20 sinttzar as posites dea cinta linge, pa la) ing um sistema mative, estive, de formas ubmetda a usa nora as esd lingu sos ingsticas qu extabslecenligagtes ete os sigs ingisticns onion Relonal Tbutario de Araraquar om r= deve minha Sede facional estar Toclleada tno municipio de Araraguara SP. (Process 0° 0682008, p64). 7 11. Idenifcadeecetaosede con condenamenjurtcosqueneviwreer aeeompetenci pars 0 prces ejolganento {2 Mama de Sean Enon tir ra derrminagi de competence enamas™é act de re ctor dein gi uri qe p.e20 As contribulgdes da psicandlise eda iota & nocd de As refletes protiias oo nor dos study ise do Discurso As dscusber sobre arate dsc nid is ean ar se ao dc isu oe Dem Sm ee pe Pars Rowdnso, por um ldo, hl sempre 0 ico oso do arquivo atrbuirlhe valor totare fenders cles i am oat is esos ibm spc ony aac rm sr hcp es GOR, 99) Ne ! to ple cll Jo age’ alanis a peripecivadshisin quinone pees ate, hand, consented ms ee 109 tw arguivo auséncia de vesiios os esquesimetos que tam Consors, Por outro lado, se analista nada tem do Sut, Too ests apagado ov dvr, seu gest tende para & Solernia drat den, pode una neeagao do eri, indo mancta de ums ogra. Assim, pa Routiesco Iie warigo wanna deanuna etn. vests ‘ppar argv quanto exes arquivo (206, p10) ‘Netra excess nm fai do anguvo devem set objevos Jo hala GARGENTINE 2006). ir Nal de argo: ume inpresid fendana 3. Det (20ony, ao pensar sobre o conto de aruivo na pespectva da fetclise ‘sponta qe fod argv ¢ a mesmo tempo nstuior PSmcrveder O arytvament toto prod quam resto Evento eat, aig 0 pasado eo fat infos no conse Shoviment da emor,Aguce ue at a sleo organzacio argu, fi eabelece, impondo sa tice, 0 resorts Me compart 6 arquivo, bem com esnsira (em um gestoderecale serpBrpccten etiana), de forma gts incoscet, parte Jo {he artrmnow i, prt, nema flo do aguvia om 0 ‘eto. um al arquivo" une pls de more (enomiagso ireyianay que leva ase envolver deal foma na tama que pass yor dese mal deena 2 ent a inpratis eatvas o arquivo, Deidara + 4 imprest crt ou sown, cj mans ao iimpreseas na superficie ow na espessura de um suporte {cases mareas podem estarem um ivr ou nos documentos ‘as privados, como, por exemplo, na prpri pee): 1a: figuras do recalque e da repressio, uma vez que essas ‘eixam marcas, ou sea, inserever ums impression lingua ‘eno discuso;, ‘+ apripria impress deixada sobre si mesino, como objeto td arquivo (no caso de Freud), sas ts formas de compreender as impressBs gravadas no arquivo, suxliam-nos a interpreti-lo de acordo com seu modo td aprescntago impresa, via, de carte isi...) crculagdo, com sua expresso lingulstico-dincursiva e também com a forms ‘Como osijeitoenuniadorrefere-se asi mesmo, TIniressenos, em ui Tecorte aqui necessirio, destacar 40 como as novas tecnologia interferem na eonstituigdo do arquivo, ‘exgindo novas formas de composigio eandise do arquivo, 5. Novas materialidades ‘composigies de arquivo jas exigem novas Asnovasteenologias disponiveisnaatualidade apresentam- nos transormag®es relativas ao mado de eirevlagd0 e&quantidade do material posivel de ser arquivado, Derrida (2001) inicia uma avaliagdo de como os abalos geo-teeno-Ligicos teriam tomado imeconhecivelo arquivo psicanaltio de Freud, se em seu tempo, ‘em ver de carts esritas 4 mao, estivessem disponives os cares teenies, 0 computador, a teleconference, sobre, 0 correo cletrniea (e-mail). Haveria um outro arquivo, pos conn b rguive, pois para O arquivo, como imprest esrtura,potese ‘utgenicahipomnsicaemgeral nioésomente © local de esocagem ede conserva de um conte anquivvel passa (A exrtura téenica do arquivo. anuvane determing também aesrtirado conti arquvive er Seu proprio surgimento ecm sua tlagSo com ffir, O arguivameso tanto produ quanto registra o evento tambim nossa expenéncia politics dos mets chimados de nfonnasto (2001,p.29) Em projeto de pesquisa em desenvolvimento, propusemo- nos organizar um arquivo com vista analisarodiscuso politic, para s50, clctamos material prodido no periodo pré-eleitoral do ‘pleto&presidéncia em 2006, O conjunto desse material ievou-nos a tonsiderar que na producio dos dscurses politicos intervém novos ‘regimes de discusividade, tendo em vista a amplitude (parece-nos inapreensivel) do material que cieula em formatosdiversos (sites ualizadosdiariamente, programas televisivs como propagandas ‘litrais, horiio politico eletorale debates, panfletos, entrevistas ‘para midiasimpresaseradiofOnieas, comentarios sabre 0 tema em 2 Apolo Cong el gon ie ai. cn nie es cee oe rae Se ora gtr tatoe Se Si cee ee ae cmos eee ee ae Some gcc es gy Ci ee eater ores 2 ata ide cree tener conic ils jens ater Pen Verficamos, de falo, ja no momento de coleta do corpus PR seat erent see ere te tS Pi i raaa eacptinn cet ester ee a ee alae ater ae Ba cmon cpm ee a ae ere mre an nat et anno creme mabe Her a ae Se ee as tml cepa ee Pere tale iaegebrenaueemca setae tf ceo se Tee 2 Whar inh so nce re ea aa mae set Pea a ce artes Sete Peter eras as cers Ss «0 anguivo sempee fo um enor como to pesto per fa. ais ttn ee desman vil gue no se agua d mesa mane. Ose anguninel se dha tam, {‘Snemo, so deteninar pela es Sryovate GOO p31) Referénctas bibliogratias CCOURTINE,J.).Quelquesproblémesthéoriquesctmethodologiques en analyse du discours. A propos du discoutscommunisteadressé ux chrctiens. Langage, nt 62. Paris: Didier Larose, 1981 COURTINE, J. Os deslizamentos do espeticulo politic. In GREGOLIN, Mk. Disewso e midia: a eultra do espetdcute, So Carlos: Ciaraluz, 2003, p. 21-34, DERRIDA, J. Maf de arquivo: uma impresdo freudiana, Trad Claudia de Moraes Rego. Rio de Janeiro: Relume Duma, 2001 FOUCAULT, M4 argueologia do saber: Ria de Janeiro: Forease Universita, 1986, GUILHAUMOU, J: MALDIDIER, D; ROBIN, R. Discours e Archive. Litge: Mardaga, 1994, GUILHAUMOU, 1; MALDIDIER, D. Da_enunciagio 0 acontecimento diseursivo em Andlise do Discurso. Traduzido por Freda Indursky. In: GUIMARAES, E, (orp) HstOria e Sentido na Linguagem. Caimpinas: Pontes, 1989. PECHEUX, M. 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