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24/03/2018 Baixa Mesopotâmia - InfoEscola

Baixa Mesopotâmia
Por Thiago Augusto Ramos César

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Por volta de 3100-2900, na época inicial do bronze, a baixa mesopotâmia já se


apresentava urbanizada, e apresentava 14 cidades que subordinavam outra menores e
numerosas aldeias. Trata-se, de fato, da mais antiga região urbanizada do mundo,
assim, sendo a pioneira no processo de urbanização, sem ter um modelo à seguir.
Soluções tiveram que ser encontradas para os problemas que iam aparecendo ao logo
de 4 milênios enquanto o modo de vida urbano era consolidado, explicando a
longevidade do processo.

No Egito, aonde a urbanização


demorou 2,5mil anos, se
cogita à possibilidade de
terem aprendido o processo
com os mesopotâmicos.
Dentre as dificuldades
encontradas pelos
Mesopotâmicos, foi a
dependência dos rios para a
agricultura. Eles se
encontravam em vazante no
periodo de semear, e em
cheia na época em que os
cereais já estavam crescidos.
Essas necessidades levaram à
criação de sistemas de diques,
barragens, canais de irrigação
e drenagem, que dependiam
de um enorme esforço para Mapa da Mesopotâmia. (William Robert Shepherd / via Wikimedia Commons)
manutenção. Há comprovação
arqueológica de que desde a
pré história os Mesopotâmicos efetuavam comércio, às vezes com povos distantes,
conseguindo assim materiais como ferro para a metalurgia, pedra, madeira, etc... .

Pesquisadores defendem a hipótese de que os primeiros órgãos estatais foram os


templos, mas outros defendem a hipótese de que, desde sua formação, as instituições
eram controladas por dois órgãos posteriores: O conselho de anciãos e a assembléia dos
homens livres. O surgimento, comprovado por provas documentais da época, de
templos administrativos ocorreu ainda no quarto milênio, mas o palácio real só apareceu
no terceiro milênio.

Essa explicação é necessária para diferenciar a baixa mesopotâmia do início dos tempos
históricos, aonde surgem as primeiras fontes escritas detalhadas. No terceiro milênio, a
Baixa Mesopotâmia era dividida em duas partes: Os Sumérios, que falavam o sumério
,língua abandonada em 1900 a.c e o país de Akkad, aonde era falado o Acádio,
língua pertencente ao grupo semita que prevaleceria na região. Mas o que chama mais
atenção à Mesopotâmia é sua homogeniedade cultural, apesar das duas línguas faladas.

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As cidades Mesopotâmicas eram constituídas de três partes: A cidade amuralhada, a


cidade externa (fora dos muros) e o porto fluvial, que servia para o comércio externo.

A monarquia na mesopotâmia ocorreu de forma ocasional e eletiva em primeira


instância, mas o monarca deveria consultar o conselho e a assembléia antes de ir à
guerra. Na segunda metade do terceiro milênio, o rei passa à residir em um palácio
completamente separado do templo, e já não carrega consigo a função de sumo-
sacerdote, mas um dos pré-requisitos para a monarquia era ter o controle da cidade de
Nippur, cujo santuário era o centro religioso da Suméria. Um dos fatores essenciais para
o surgimento da monarquia permanente, hereditária e separada do templo foi o
comando militar, necessário para a defesa das cidades e rotas marítimas e para os
saques e pilhagens de outras cidades. As funções administrativas do templo, do
conselho e da assembléia foram diminuindo à medida que o poder monárquico
aumentou, esse tendo responsabilidades até na supervisão das obras de irrigação.

O primeiro governo que podemos denominar de império, foi criado por Sargão I, de
Akkad, que unificou a mesopotâmia e seus arredores imediatos, fundando uma capital,
denominada Akkad ou Agadé. Tal império não durou muito, em função de ataques
externos e revoltas internas. Ao fim do terceiro milênio, a monarquia estava bem
consolidada na mesopotâmia. O palácio se tornara, economicamente e politicamente,
mais poderoso que o templo.

No entanto, durante o período de apogeu imperial, o poder monárquico mesopotâmico


nunca se aproximou do poder monárquico egípcio. A religião mesopotâmica era
politeísta, algumas delas geraram legado para outras culturas, como Inanna, inspiração
para a Athena grega. Na concepção mesopotâmica, não existia separação entre o
mundo natural e sobrenatural, tudo era dotado de vontade própria. A própria monarquia
é uma criação divina na concepção mesopotâmica. Existiam, basicamente, 3 vertentes
religiosas conhecidas: a religião sacerdotal dos templos, a religião monárquica, que se
reservava às funções religiosas do monarca, com bastante fontes de pesquisa, e a
religião popular, bastante desconhecida.

As maiores divindades sumero-arcadianas eram Anu, Enlil, Enki, Ninhursag ou Nitu,


Nanna ou Sin, Utu, e Innana. Cada grande deus tinha um santuário principal situado em
apenas uma das principais cidades-estado (embora cultuados em toda a mesopotâmia).
Eram organizados festivais religiosos,que contavam com a presença do rei em pessoa.
Os sacerdotes se organizavam hierarquicamente e seguiam uma rígida divisão do
trabalho. O rei era classificado um representante ou capataz dos deuses, e devia
consultar os sacerdotes para interpretar mensagens divinas que lhe chegavam.

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