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Introdução

“Nada na biologia faz sentido exceto à luz da evolução”


(Dobzhansky, 1973)

Segundo as Orientações Curriculares para o Ensino Médio “os conteúdos de


Biologia devem propiciar condições para que o educando compreenda a vida
como manifestação de sistemas organizados e integrados, em constante
interação com o ambiente físico-químico. O aluno precisa ser capaz de
estabelecer relações que lhe permitam reconhecer que tais sistemas se
perpetuam por meio da reprodução e se modificam no tempo em função do
processo evolutivo, responsável pela enorme diversidade de organismos e das
intrincadas relações estabelecidas pelos seres vivos entre si e com o
ambiente... Deve, também, reconhecer-se como agente capaz de
modificar ativamente o processo evolutivo, alterando a biodiversidade
e as relações estabelecidas entre os organismos”.

Os PCN+ do MEC reconhecem a importância desse estudo ao colocar a


origem e evolução da vida como um dos temas estruturadores para o ensino da
biologia.

[...]Os temas estruturadores têm a função de ajudar o professor


a organizar suas ações pedagógicas, configurando-se como
meios para atingir os objetivos do projeto pedagógico da escola,
e não como objetivos em si”.
(Orientações Curriculares para o ensino médio, p. 21).

Ainda segundo os PCN+: “A origem e evolução da vida é um tema de


importância central no ensino de Biologia. Conceitos relativos a esse
assunto são tão importantes que devem compor não apenas um
bloco de conteúdos tratados em algumas aulas, mas constituir uma
linha orientadora das discussões de todos os outros temas”.

Para o documento Evolução, Ciência e Sociedade(2002), elaborado


por oito sociedades científicas americanas e editado pelo biólogo
Douglas Futuyma “o ensino dessa disciplina (evolução) contribui para
formar uma cidadania informada, capaz de tomar decisões pensadas
e de se adaptar a mudanças”.

Em sua dissertação “EVOLUÇÃO BIOLÓGICA:CONCEPÇÕES DE ALUNOS E


REFLEXÕES DIDÁTICAS (PUC-RS, 2008)”, Aline Castilho Melo nos diz que
“Segundo o professor Antonio Carlos Rodrigues de Amorim, membro
da Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia (SBEnBio), algumas
áreas da biologia, como a botânica a Zoologia e a Taxonomia, possam
ser ensinadas de forma independente da evolução (PIOLLI; DIAS, 2004),
torna-se necessário o estudo da história evolutiva dos organismos
como forma de permitir que os alunos possam estabelecer ligações
entre essas áreas. Caso contrário o ensino ficará restrito apenas ao
entendimento de cada organismo como entidades desprovidas de
relação com outros seres.

Podemos perceber que para todos os estudiosos do assunto, o tema


Evolução dos Seres Vivos é de vital importância para que haja
entendimento claro da Ciência da Biologia.

A evolução não pode ser trabalhada nas escolas como apenas mais
um tópico do ensino de biologia, visto que aperece vinculada a temas
dos mais diversos nos meios de comunicação, e algumas de forma
exagerada e distorcida, o que contribui para aumentar a dificuldade
que a maioria das pessoas tem sobre esse assunto. Pesquisas
diversas tem sido feitas visando compreender os diversos aspectos
envolvidos no processo de aquisição de conhecimento sobre o
assunto origem da vida e evolução dos seres vivos.

No entanto, na maioria das escolas brasileiras não é isso que se vê,


seja nas aulas de ciências ou biologia, nas turmas de pré-vestibular e
até mesmo nas universidades.

E quais seriam os motivos para que a Teoria da evolução não seja


adotada como esse eixo integrador no ensino da biologia?

Os pesquisadores apontam várias falhas que causariam essa


dificuldade. Segundo a Profª Mary Ângela Leivas Amorim, da
Universidade Federal de Santa Maria, no documento “DESAFIOS PARA
O ENSINO DO TEMA EVOLUÇÃO BIOLÓGICA”, os principais problemas
seriam:

- Resistência dos criacionistas;


- Material didático;
- Currículo escolar;
- Deficiência na formação do professor;
- Concepções dos alunos;

RESISTÊNCIA DOS CRIACIONISTAS

“No principio Deus criou o céu e a terra”, essa passagem do livro bíblico
de Gênesis resume o pensamento criacionista. Eles afirmam que uma entidade
sobrenatural criou o universo, o nosso planeta e todas as formas de vida que
existem nele. O movimento criacionista tem sido mais atuante nos Estados
Unidos, porém no Brasil já se mostra bastante expressivo.

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística


(Ibope) e publicada em janeiro de 2005 na edição n° 346 da revista Época,
mostrou que 33% da população brasileira crê que o ser humano foi criado por
Deus a cerca de 10 mil anos, enquanto 54% acredita que este surgiu há
milhões de anos, mas através de um processo dirigido por Deus. 89%
acreditam que o criacionismo deva ser ensinado nas escolas e 75% acham que
deve substituir o evolucionismo.

DEFICIÊNCIA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

Segundo a pesquisa de Rosana Tidon, do Instituto de Ciências


Biológicas da Universidade de Brasília os professores embora achem
fácil compreender os Princípios Básicos da Teoria Evolutiva, muitas
vezes tem dificuldade em diferenciar conceitos como Darwinismo e
Lamarckismo. Além disso, a Pesquisadora aponta a existência de
“confusões vocabulares”, onde palavras como “evolução”, sendo
sinônimo de progresso e “adaptação” sendo usado no sentido de
melhoria, já se tornaram parte integrante do vocabulário dos alunos e
professores.

O presente trabalho tem por finalidade identificar e analisar possíveis


problemas relacionados ao estudo do tema evolução dos seres vivos dentro da
disciplina biologia entre os alunos do ensino médio da Escola Frei Miguel de
Bulhões no município de São Miguel do Guamá, sendo para isso solicitado aos
alunos desta escola que respondessem a um questionário contendo perguntas
sobre a importância deste Tema

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