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Introdução:
Segundo o próprio Locke (1998, p.46), a linha de pensamento que deu origem
aos Dois Tratados sobre o governo teve início com a seguinte citação: É com grande
alegria que leio o livro do Sr. Hobs, De Cive, bem como seu Leviatã, sobre os direitos
da soberania, tema sobre o qual o homem algum que conheci até hoje tratou de forma
mais abrangente e judiciosa.
Para ele, escrever sobre o governo, era algo constrangedor, tanto que procurou
manter seus registros e obras no anonimato, embora eles fossem lidos e comentados por
Montesquieu, Rosseau, Burke e outros mais.
Em 1689 formou-se a Junta Comercial, mas foi somente em 1696, que fizeram
dele um membro dela, remunerado.
Locke (1998, p.26) salienta que a sua primeira preocupação foi com a autoridade
do Estado na religião e, em seguida, com a lei natural que sancionava tal autoridade, e
com o funcionamento da lei natural na experiência. Ele proclamou firmemente sua
submissão à autoridade.
Locke escreveu “Cartas sobre tolerância”, Dois Tratados sobre o governo, além
do Ensaio sobre o intelecto humano, A racionalidade do cristianismo, em 1695, e
Pensamento sobre a educação, em 1693.
É contundente a crítica que faz ao inatismo, pois para ele todo aquele que sustenta que
o conhecimento do conteúdo vem anteriormente à experiência, está equivocado.
Embora o ser humano natural exerça tal liberdade, é necessário que haja,
conforme o Segundo Tratado do Governo (o capítulo IV, p. 35), uma ferramenta, que
possa licenciar tal liberdade.
Nesse sentido, a autoridade do Estado é legítima e não arbitrária pois, por meio
do contrato, estabelece “um corpo de leis tão primorosamente composto” como se sua
preservação “fosse a única garantia do equilíbrio desta nação” ( LOCKE, 1998).
Locke nega que a autoridade real tenha sido concedida a Adão por Deus, e que
fosse transmitida por sucessão aos seus filhos.
Ele rejeita o absolutismo, que coloca o soberano acima das leis, e logo, fora da
sociedade civil.
Para ele, o homem natural é livre, tem o direito à propriedade desde que ele
conquiste este direito, por meio do trabalho. Assim, nenhum homem tem o direito de
privá-lo da sua propriedade, nem causar dano, nem podendo tirá-la dele.
[...]os homens livres, são aqueles que passam o contrato social, são os
membros da nobreza, do clero, da gentruy, da burguesia comerciante e
financeiro; especialmente os proprietários esclarecidos, esses
burgueses que mostraram sua capacidade na administração de seus
bens; é a eles que cabe a responsabilidade dos cargos governamentais.
Dessa forma, podemos concluir que Locke faz menção à origem da sociedade
civil, e considera que a origem do poder político origina-se na mão de um soberano, o
qual representa o governo, que procura estabelecer a ordem entre os sujeitos por meio
de um contrato, garantindo a liberdade natural do homem.
Os limites passam a ser estabelecidos por meios de leis, as quais garantem que
nenhum sujeito tenha os seus direitos, quanto à propriedade e à segurança pessoal,
violados.
Reale (2004, p.108) afirma que cabe ao Estado fazer as leis e impô-las, isto é,
fazer com que sejam cumpridas. “Os limites do poder do estado são estabelecidos por
aqueles mesmos direitos dos cidadãos”.
Portanto, caso o Estado não garanta os direitos dos cidadãos, cabe a eles se
oporem ao Soberano. Costa ( 2006,p.28) destaca que O Estado Moderno defendido por
Locke,destaca
Karl Marx :
Em 1836, Marx ficou noivo de Jenny Von Westphalen, sua amiga de infância e
com quem, mais tarde, casou-se e teve seis filhos. Neste mesmo ano, Marx matriculou-
se, em julho de 1836, na Universidade de Berlim.
Marx foi, de fato, dirigente e organizador desse Conselho e, como tal, redigiu
numerosas mensagens, resoluções e documentos que eram emanados pela Associação
Internacional.
Assim, para Marx, fica evidente que as relações entre as diferentes nações
dependem do estágio do desenvolvimento das forças produtivas, da divisão de trabalho
e das relações entre cada uma delas. Este sistema de manufatura se mantém porque o
trabalhador é incapaz de fazer algo independente, e depende do subemprego oferecido,
causando a alienação do sujeito. Efetivamente com o trabalho, ocorre a divisão entre
trabalho intelectual e manual.
[...] implica todas estas contradições: repousa por sua vez sob a
divisão natural do trabalho na família e sobre a divisão da sociedade
em famílias isoladas e opostas, implica simultaneamente a repartição
do trabalho e dos seus produtos, distribuição desigual tanto em
qualidade como em quantidade; dá portanto origem à propriedade,
cuja primeira forma, o seu germe, reside na família, onde a mulher e
as crianças são escravas do homem.
Para Marx e Engels (2007, p.39) é esta contradição entre o interesse particular
e interesse coletivo que faz com que
Assim, para Marx ( 1998), a manufatura foi tomada pela indústria gigantesca
moderna; o lugar da classe média industrial, pelos milionários da indústria.
Marx faz uma crítica ao capitalismo, pois acredita que os homens entram em
determinadas relações necessárias, independente de suas vontades; relações de produção
que correspondem a um grau de desenvolvimento determinado de suas forças
produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção constitui-se a estrutura
econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se ergueu uma superestrutura
jurídica e política e à qual correspondem formas de consciência sociais
determinadas.(MARX,1998).
Locke tem uma visão um tanto quanto diferenciada de Marx, pois, para ele, o
ideal do liberalismo é que todos os sujeitos tenham condições de vida, e que tenham os
seus direitos garantidos.
Marx mostra que é humanamente impossível todas as pessoas terem os
mesmos direitos, pois quem determina as condições da propriedade é a burguesia. Para
ele, o modelo de produção determina a produção da vida material e condiciona o
processo de vida social, política e intelectual em geral. É a burguesia que coloca
obstáculos cada vez maiores à dispersão da população, dos meios de produção e da
propriedade. A conseqüência disso foi a centralização política e a criação de um
governo, um código de leis, um interesse nacional de classe, uma fronteira e uma tarifa
alfandegária. Os trabalhadores que compõem esse cenário precisam vender a si próprios
e, aos poucos, tornam-se mercadoria como qualquer outro artigo de comércio e são, por
conseqüência, expostos a todas as vicissitudes da competição, a todas as flutuações do
mercado.
Em Locke devemos enfatizar que, no seu sistema, é o poder dos homens sobre
os outros e não o poder sobre si mesmo que dá origem à autoridade política.
Para Marx, o homem perde a sua essência à medida que produz a mercadoria,
pois a alienação do sujeito consiste antes de tudo no fato de que o trabalho é externo ao
operário, ou seja, não pertence a seu ser e, portanto, em seu trabalho, ele não se afirma,
mas se nega; não pode se satisfazer e por isso, sente-se mais infeliz; não desenvolve
livre energia física e espiritual, mas desgasta seu corpo e destrói seu espírito.
Locke ( 1998,p.151) defende que, a propriedade, seja em sua acepção restrita ou mais
ampla, é insuficientemente protegida e inadequadamente regulamentada no estado de
natureza, e é essa inconveniência crítica que induz os homens a “ ingressar na
sociedade, para formar um povo, um corpo político sob um único governo supremo(...),
estabelecendo um juiz na Terra, investido de autoridade para resolver todas as
controvérsias.”
Encerramos aqui com alguns contrapontos, propostos por Locke e Marx que
influenciaram tanto os aspectos políticos, filosóficos e econômicos.
Considerações finais:
Marx (1998) afirma que o sistema feudal, sob o qual a produção industrial era
monopolizada, já não bastava mais para a demanda do crescimento do mercado,
portanto, o sistema de manufatura ocupou este ponto.
Locke enfatiza, ainda, que o Estado tem o poder de fazer as leis ( poder
legislativo) e de impô-las, e fazer com seja cumpridas.
Embora, reforce que todos nós possuímos uma política natural, pelo fato de
vivermos em sociedade e acredita que é no amor e na sociabilidade que construímos a
base da vida social.
Para ele é o poder dos homens sobre os outros e, não o poder sobre si mesmo
que dá a origem à autoridade política.
Referências:
BEAUD, Michel . História do capitalismo: de 1500 até os nossos dias. Michel Beaud; trad. Maria
Ermantina Galvão Gomes Pereira. S.P: Brasiliense, 2004.
DURKHEIM, [ET all]. Introdução ao Pensamento Sociológico. Coletânea de Textos organizada por
Ana Maria de Castro e Edmundo Fernandes Dias. 18ª Ed. S.P. Centauro, 2005.
LARROYO, Francisco. História geral da Pedagogia. Trad. Luiz Aparecido Caruso. São Paulo : Editora
Mestre Jou., Tomo I.
LOCKE, Jonh. Dois Tratados sobre o governo/ Jonh Locke: tradução Julio Fischer. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
MARX, Karl, 1818- 1883. A ideologia alemã/ Karl Marx e Friedrich Engels: trad. Luis Claudio de
Castro e Costa. 3ª Ed. S.P: Martins, Fontes, 2007.
_________________O manifesto comunista/ Karl Marx e Friedrich Engels; trad. Maria Lucia Como,
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.