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Luiz Gonzaga Roversi Genovese Andréia Guerra de Moraes Fernanda Catia Bozelli Simoni Torméhlen Gehlen Awdry Feisser Miquelin Lucia Helena Sasseron (Organizadores) Didlogo entre as multiplas perspectivas na pesquisa em Ensino de Fisica 2016 Copyright © 2016 Editora Livraria da Fisica 1 Edigao Diregao editorial: José Roberto Matinho Revisio: Paula Santos Capa: Fabricio Rib Projeto gréfico ¢ diagramagao: Fabricio Ribeiro Edigdo revisada segundo 0 Novo Acordo Ortogréfico da Lingua Portuguesa Dados Internacionais de Catalogagao na publicagéo (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Dialogo entre as multiplas perspectivas na pesquisa em Ensino de fisica. ~ S80 Paulo: Editora Livraria da Fisica, 2016. Varios autores. Outros organizadores: Luiz Gonzaga Roversi Genovese, Andréia Guerra de Moraes, Fernanda. tia Bozell, Simoni Torméhlen Gehlen, Awdry Feisser Miquelin, LUcia Helena Sasseron Bibliografia ISBN 978-85-7861-432-4 1. Fisica - Estudo e Ensino 2. Fisica - Pesquisa 3. Pratica de ensino 4, Professores - Formagao 5. Sociologia educacional. 1606975 000530.7 Indices para catélogo sistemstico: 4. Fisica: Estudo e ensino 530.7 ‘Todas 08 diraitos raservacins. Nenhuma parte desta obra poderd ser ranradirzida Ssejam quais forem os meios empregados sem a permissao da Editora. {os infratores aplicam-se as sangdes provistas nos artigos 102, 104, 106 6 107 da Lei N? 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 Euitora Livraria da Fisica ratiadatisica.com. O PAPEL DAS COMUNIDADES DE PRATICA NA PROMOGAO DO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORES E DO DIALOGO ENTRE A ESCOLA E A UNIVERSIDADE Pedro Guilherme Rocha dos Reis’ Universidade de Lisboa, Portugal/Instituto de Educagao O Desenvolvimento Profissional dos Professores e as Comunidades de Pratica desenvolvimento profissional dos professores constitui um Orr complexo de desenvolvimento pessoal e social, ali- cergado em conhecimentos cientificos ¢ pedagégicos, condi- cionado por fatores de natureza cognitiva, afetiva e social, alimentado por interagées sociais, experiéncias, vivéncias, reflexées e aprendiza- gens, ocorridas nos seus contextos profissionais (DAY, 1999; LOUCKS- HORSLEY, HEWSON, LOVE, STILES, 1998; PONTE, 1994, 1998). Trata-se de um proceso baseado numa dialética entre ago e reflexéio através do qual 0 professor, individualmente ¢ com outras pessoas (nomeadamente, colegas e investigadores), reformula as suas orienta- g6es pessoais relativamonte as finalidades do ensino oe desenvolve, de forma critica, 0 conhecimento, as técnicas ¢ a inteligéncia (cognitiva e afetiva) indispensdveis & melhoria da qualidade da sua pritica na sala de aula ¢ nas organizagées onde trabalham. O desenvolvimento profis- sional implica um compromoetimento com a aprendizagem continua, nao devendo ser confundido com a participagéio obrigatéria em cursos 1 E-mail: preis@jo.ulisboa.pt 174 Didlogo entre as miltiplas perspectivas na pesquisa em ensino de Fisica de formagao. Segundo Ponte (1994, 1998), implica uma ruptura com a perspectiva classica da formagio, marcada por légicas escolares ¢ por cursos destinados a colmatar os “déficits” de conhecimento do profes- sor (relativamente a contetidos disciplinares, assuntos pedagégicos ou questdes meramente instrumentais) através da transmissao de informa cio. Na sua opinifio, o desenvolvimento profissional pode ocorrer de muiltiplas formas (nomeadamente, através da participagaio em projetos ¢ om comunidades), integra a teoria e a pratica, promove a individuali- dade em vez da normalizagao, encara o professor como sujeito da for- magio ¢ nao como simples objoto, dedica uma atengao espocial As suas potencialidades ¢ atribui-lhe poder decisério relativamente as questées a estudar, aos projetos a empreender e ao modo de os executar. ‘As oxperiéncias de desenvolvimento profissional eficazes: 1, Sao orientadas por ideias claras e precisas sobre a educagio — por exemplo, uma concepgio de educagao como forga demo- cratizante ¢ como catalisador de desenvolvimento individual e transformagio social. 2. Valorizam os conhecimentos internos ao professor e construfdos na pratica, néo se centrando unicamente em conhecimentos e resultados de investigacao provenientes de fontes externas. 3. Constroem comunidades de pratica, encorajando os professo- res a partilharem as suas dificuldades e problemas com os seus colegas, a colaborarem na procura de solugdes, a assumirem ris- cos, a experimentarem novas abordagens, a aprenderem com as experiéncias ¢ a reflexio conjuntas. 4. Apoiam os professores a assumirem papéis de lideranga, nome- adamente, como agentes de mudanga e promotores de reforma. Dificilmente se conseguem consolidar mudangas de forma indi- vidual e num ambiente cultural e social hostil. Logo, as iniciativas de desenvolvimento profissional devem encarar o professor como mem- bro de uma comunidade ~ marcada por uma cultura — proporcionando experiéncias de desenvolvimento coletivo que reforcem a coesio do grupo e estimulem o trabalho colaborativo como estratégia de supera- Gio de dificuldades (DAVIS, 2003). & nesse contexto que 6 proposto o © PAPEL DAS COMUNIDADES DE PRATICA NA PROMOCAO DO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL... 475 conceito de comunidade de pratica como um sistema de aprendizagem social no qual os seus membros se retinem e interagem motivados por interesses profissionais comuns e pelo desojo de melhorar a sua pri- ica através: a) da partilha de conhecimentos, experidncias e ideias; b) do envolvimento em discussées e atividades comuns; c) da nogociagio dindmica e ativa de significados (WENGER, 1998, 2010). Nas escolas, essas comunidades sao, frequentemente, alimentadas por processos de pesquisa-reflexiio-agio, facilitando: a) a resolugio de problemas diag- nosticados em situagdes especificas; b) o desenvolvimento pessoal e profissional dos seus membros; c) a introdugéio de abordagens inova- doras de ensino e aprendizagem em sistemas resistentes a inovagio ¢ A mudanga; e d) a melhoria da intoragio (¢ eliminag&o do fosso) entre a comunidade docente e a comunidade de invostigadores em educagéo (COHEN; MANION, 1980; JOHNSON, 1993). A Comunidade de Pratica do Projeto “We Act - Promoting Collective Activism on Socio-Scientific Issues” O projeto “We Act”, iniciado em setembro de 2012, constitui o passo mais recente de uma linha de investigagao e intervencao desti- nada a apoiar a exploragiio educativa de controvérsias sociocientificas (CSC) e socioambientais (CSA), nas escolas portuguesas, como forma de preparar os alunos para uma participagao ativa e informada na socie- dade. Fases anteriores envolveram 0 desenvolvimento de materiais e abordagens para 0 apoio a discussio de CSC (presencial e através de interfaces digitais) em aulas de ciéncias e de filosofia ¢ a avaliagao do jas dos alunos (HILARIO; REIS, 2009; REIS, 1997, 2003). Noutras fases foram identificados os fatores que influenciam positivamente a discusséio de CSC nas aulas e na constru- Gao de conhecimento sobre como ajudar os professores a desenvolve- rem a confianga, a motivagao e os conhecimentos necessérios para a realizagéio dessas atividades (FREIRE et al., 2012; GALVAO et al., 2011; REIS, 2003, 2004, 2008, 2013; REIS; GALVAO, 2004a, 2004b, 2009). Contudo, a gravidade das CSC e das CSA que afetam a nossa socie- dade requer uma cidadania que esteja capacitada para ir mais além da identificagao e da discussao de possfveis causas ¢ solugées dessas seu impacto sobre as competé 176 Dialogo entre as miltiplas perspectivas na pesquisa em ensino de Fisica probleméticas. Requer uma cidadania fortemente comprometida com a resolugio dos problemas através de agiio coletiva democritica. A agéo coletiva baseada em pesquisa (fundamentada) 6 considerada frequen- temente um aspecto importante da alfabetizagao cientffica (HODSON, 1998) e uma forma de capacitar os alunos como criticos e criadores de conhecimento, em vez de os colocar no papel de consumidores de conhecimento como os sistemas de ciéncia escolar costumam fazer (BENCZE; SPERLING, 2012). Esse tipo de agao baseia-se no envolvi- mento dos alunos na pesquisa sobre problemiticas de base cientifica ¢ tecnol6gica que consideram socialmente relevantes, com 0 objetivo de identificarem possfveis solugées que tentarao levar & pratica nas comu- nidades onde vivem. Essa pesquisa pode ser priméria (envolvendo a recolha de dados pelos préprios alunos — por exemplo, sobre a quali- dade da égua que a populagao consome) ou secundaria (envolvendo a anélise de dados recolhidos por outras pessoas ou instituigdes — por exemplo, a andlise de dados recolhidos pela Prefeitura sobre a quali- dade do ar em diferentes zonas da cidade de Lisboa). Portanto, o objetivo principal do projeto “We Act” 6 0 desenvol- vimento, a utilizagao e o estudo de materiais e metodologias destinadas a apoiar professores ¢ alunos (dosde o primeiro ano de oscolaridade até a universidade) na realizagao de agdes informadas e negociadas sobre problemas sociais e ambientais de base cientffica e tecnoldgica (tam- bém denominados como Controvérsias Ciéncia-Tecnologia-Sociedade- Ambiente ou Controvérsias Sociocientfficas). Tem a intengio de identificar os fatores que influenciam positiva e negativamente o envolvimento nesse tipo de agio e de construir conhecimento sobre os processos de intervengdo mais apropriados ao desenvolvimento nos professores da confianga, da motivagao e dos conhecimentos necossé- rios para a realizagao desse tipo de agdes fundamentadas em pesquisa. O projeto envolve componentes de desenvolvimento, « fio e pesquisa e combina trés dreas distintas: a) a promogio de uma pesquisa ativa sobre problemiticas da vida real relacionadas com a ciéncia ¢ a tecnologia; b) o estimulo a participagao dos alunos em agées coletivas e democré- ticas para a resolugéio dessas problematicas; c) 0 apoio as duas primoi- ras éreas através de iniciativas envolvendo arte (por exemplo, drama, © PAPEL DAS COMUNIDADES DE PRATICA NA PROMOGAO DO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL... 477 representagio de papéis, desenhos animados, histérias em quadrinhos e cartazes) e da utilizagao de ferramentas da Wob 2.0 (por exemplo, para a produgio e disseminagao de podcasts, videos, foruns de discussio, blogs, hist6rias em quadrinhos e cartazes interativos). Esse projeto segue uma pedagogia critica, assumindo: 1) a edu- cago como uma forga democratizante ¢ um catalisador para o doson- volvimento individual e a transformagio social (DEWEY, 1916; FREIRE, 1993); e 2) a escola como um espago vivo para o didlogo libertador e nao como uma instituigdo destinada ao ensino para o exame, a con- formidade social e a competig&o entre os individuos e as sociedades (KELLNER; KIM, 2010). O projeto “We Act” visa estimular a reconstru- cao da alfabetizagao cientffica nas escolas como pritica coletiva, pro- movendo a agio comunitdria sobre CSC e reconhecendo os alunos e os professores como agentes de mudanga que utilizam a ciéncia para resolver os seus préprios problemas e, no processo, produzir novos conhecimentos (LEVINSON, 2008). Nesse contexto, os alunos de todas as idades sao considerados cidadaos e nao cidadaos futuros. O motor de todo este projeto 6 a sua comunidade de pritica, constitufda por professores de diferentes niveis de ensino ¢ instituigdes (escolas primérias, escolas secundérias, institutos politécnicos, univer- sidades, contros de pesquisa em educagio, centros de pesquisa em cién- cia), unidos pelo seu interesse comum em CSC e CSA. A grande maioria dos professores participa ou participou em programas de mestrado e/ ou doutorado em educagio no Instituto de Educagéo da Universidade de Lisboa. Portanto, muitos deles tém experiéncia em pesquisa educa- cional. Tratase de uma comunidade sem uma hierarquia definida e na qual a lideranga emerge espontaneamente em fungao do problema/difi- culdade que se onfrenta ¢ das competéncias de cada membro da comu- nidade para Ihe fazer face. Assim, ao longo dos dois anos que tem de funcionamento, sempre que um elemento da comunidade sente algum tipo de dificuldade no envolvimento dos seus alunos na realizagio de ages s6cio-politicas sobre alguma problomitica, alguns dos elementos desta comunidade mobilizam-se, de acordo como a sua disponibilidade e competéncias pessoais, no apoio a este colega. Logo, nao se trata de uma comunidade em que apenas pesquisadores/professores do ensino 178 Didlogo entre as maltiplas perspectivas na pesquisa em ensino de Fisica superior apoiam colegas dos restantes niveis de ensino. ‘Irata-se sim de uma comunidade na qual os seus elementos podem apoiar colegas de qualquer outro nivel de ensino, tudo dependendo das suas com- petdncias para fazer face a determinada dificuldade. Assim, tanto tm existido situagdes em que professores do ensino bdsico e/ou do ensino secundario apoiam colegas do ensino universitério na realizagio de projetos (envolvendo, por exemplo, o recurso a redes sociais e a outras ferramentas da Web 2.0 para a agéio sociopolitica), como outras situa- ges em quo colegas do ensino superior apoiam professores do ensino basico e/ou do ensino secundario na construgao de instrumentos ade- quados & avaliagio de compoténcias especificas dos alunos durante a realizagéo das agées coletivas sobre CSC ou CSA. Durante o ano letivo de 2011-2012 foram estabelecidos conta- tos a fim de convidar professores para essa comunidade. Todos os pro- fessores convidados compartilham um forte interesse na discussio em sala de aula de CSC e CSA e uma forte crenga na escola como uma forga importante para o desenvolvimento individual e a transformagao social. Alguns deles estéo profundamente envolvidos em educagio ambiental. Durante 0s tiltimos anos, seis desses professores desenvolveram pes- quisas académicas (quatro dissertagées de mestrado ¢ duas teses de doutorado) sobre as potencialidades educativas da discussaéo de CSC em sala de aula, sob a supervisio do coordenador do “We Act”. Outros sete professores desejavam desenvolver suas pesquisas académicas (cinco dissertagdes de mestrado, uma tese de doutorado e uma pesquisa de pés-doutorado) centradas na agio sociopolitica coletiva sobre CSC e CSA. Assim, consideraram 0 projeto “We Act” como um importante apoio para suas iniciativas de investigagao-agéio. Durante o seu curso de mestrado, varios professores desenvolveram conhecimento sobre agao sociopolitica coletiva e ferramentas da Web 2.0 em duas disciplinas (com a duragdo de um semestre): “Educacgaéo Ambiental” (2 professo- res) e “Concepgao de Recursos Educativos Digitais para a WWW” (7 professores). ‘Todos esses intorosses, priticas e percursos partilhados representam evidéncias de uma histéria de aprendizagem comum, que os professores desejam prosseguir e aprofundar através do seu envolvi- mento na comunidade de pratica do “We Act”. © PAPEL DAS COMUNIDADES DE PRATICA NA PROMOGAO DO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL. 179 ‘Ao longo do seu decurso, 0 projeto tem integrado varios outros professores que manifestam 0 dosojo de fazerem parte da comunidade de pratica que partilham os mesmos ideais. Atualmente, essa comuni- dade 6 constitufda por cerca de trinta professores de Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde e Colémbia. Apesar da existéncia de uma histria de aprendizagem comum, no infcio da comunidade, foram realizadas vérias reuniées na univer- sidade com o objetivo de se desenvolver uma visio partilhada para o projeto, através de uma negociagiio ativa e dinamica de significados e do planejamento do agées futuras. Nessas reunides foram discutidos varios temas: a) possfveis relagées entre os curriculos e diferente CSC ou CSA; b) a ago comunitéria baseada em pesquisa como um aspecto importante da alfabotizagao cientifica ¢ da capacitagao dos alunos como cidadaos; c) a mobilizagio de abordagons baseadas na arte ¢ na Web 2.0 para a agiio sociopolitica e a intervengio social; d) exemplos de técni- cas possiveis para avaliar as competéncias desenvolvidas pelos alunos durante as suas agdes. Os membros mais experiontes partilham suas experiéncias com o objetivo de desenvolverem o nivel de competéncia da comunidade e estimularem os menos experientes no planejamento e implementagao de iniciativas de agao sociopolitica coletivas sobre CSC e CSA. Um foco especial no conhecimento pedagégico pretende capa- citar 0s menos compotentes, ajudando-os a evitar ou superar alguns obstéculos normalmente associados a esse tipo de projeto. A comunidade “We Act” tem um papel de apoio e de desenvol- vimento coletivo durante todo o processo de planejamento e implemen- tagdo das agdes. As diferentes competéncias da equipo so mobilizadas com o fim de ajudar os professores a desenvolverem o conhecimento o a confianga para apoiarem o envolvimento dos alunos em agio demo- cratica ¢ coletiva de resolugio de problemas. Nao existe uma estrutura hierérquica definida, podendo cada membro assumir a lideranga de atividades especfficas de acordo com as suas competéncias. Logo, a lideranga emerge em fungio da capacidade de cada um para fazer face a problemas especificos ¢ mobilizar os colegas para determinadas ini- ciativas, Existem situagdes om que, por exemplo, professores do Ensino Bésico apoiam ativamente professores do Ensino Universitdrio na 4180 Dialogo entre as mltiplas perspectivas na pesquisa em ensino de Fisica dinamizagao de iniciativas de ag&o sociopolitica envolvendo o 1 aredes sociais. Todas as agdes apoiadas no Ambito desse projeto foram nego- equipe e seus alunos de forma a centrarem-se em CSC ou CSA (de ambito local, nacional e/ ou internacional) que os alunos considerassem socialmente relevantes (permitindo a realizagao de atividades de pesquisa baseadas em situa- gées da vida real). Logo, a selegao das problemiticas é feita na maioria dos casos pelos alunos, cabendo aos professores assogurar (através de negociagiio) que a problemitica escolhida se adequa ao projeto educa- tivo da escola e ao curriculo da disciplina em cansa. Assim, cabe ao ciadas coletivamente entre cada participante professor encontrar forma de conciliar a ac&io sobre determinada pro- blematica com um currfculo especftico. Durante o ano letivo de 2012-2013, realizaram-se diversas reu- niées em pequeno grupo a pedido de professores (com a participa- go de dois a quatro membros da comunidade de acordo com as suas compet@ncias e disponibilidade), com a finalidade de discutir ideias, objetivos, materiais, dificuldades e obstéculos dos seus projetos. Esses momentos constitufram também um contexto para a coordenagio de perspectivas, ages e contextos de acordo com os objetivos e os efeitos esporados do projeto “We Act”. Ocasionalmente, alguns desses mem- bros participaram posteriormente nas atividades de sala de aula dos seus colegas, exemplificando determinado tipo de préticas ou apenas observando e discutindo com o objetivo de apoiarem o desenvolvi- mento das competéncias da confianga dos seus colegas. Com base nos seus conhecimentos, alguns membros da comuni- dade colaboraram no desenvolvimento de materiais de avaliagao para as agées sociopoliticas (grelhas de observagiio) e de questiondrios on- -line (pré e p6s) destinados a avaliar o impacto do projeto sobre as con- cepgées dos alunos sobre: a) a educagiio em cidncia; b) a agtio coletiva; ¢ c) anatureza da ciéncia. Esses materiais, desenvolvidos de acordo com 0s objetivos do projeto, foram disponibilizados a todos os membros da comunidade, que aplicaram, pelo menos, 0 questionério (pré e pds) centrado nas concepgées dos alunos sobre a ago sociopolitica. Esta constitui uma das dimensées mais importantes da comunidade pois,

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