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Após a leitura do texto abaixo, considerando que algumas estratégias não são nem
socialmente nem ambientalmente efetivas, e que outras estratégias realmente são capazes se
serem diferenciais para a sociedade e meio ambiente, crie uma empresa fictícia que tenha um
sistema de gestão ambiental e responsabilidade social implementado.
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Hoje, as empresas querem associar suas marcas a projetos, iniciativas e parcerias com ONGs,
divulgam as Metas do Milênio, os Princípios Pacto Global, ostentam as ISOs, apresentam relatórios.
Por outro lado, os gestores recebem uma avalanche de informações, banalizando as práticas e as
políticas de responsabilidade social e os processos de gestão. Parece que as preocupações estão
mais direcionadas a mostrar que somos “socialmente responsáveis” e “sustentáveis” do que
integrar a dimensão socioambiental nos negócios. E ainda se supõe que “sustentável” se refere aos
aspectos ambientais e “responsabilidade social” aos aspectos sociais, e que sustentabilidade é um
novo modelo de negócios, mais “moderno” do que responsabilidade social.
Existe uma confusão sobre a definição de sustentabilidade. Peter Senge1 afirma que evita usar a
palavra “sustentabilidade”, ou a utiliza o menos possível, porque é um termo tão genérico que as
pessoas percebem como um “ideal a ser atingido”, é interpretado como “ser menos mau” e envolve
retóricas e controvérsias que não criam um ambiente propício para a inovação e a busca de soluções.
Quais as razões para a confusão? O propósito deste artigo é mostrar a origem dos conceitos de
sustentabilidade e responsabilidade social empresarial (RSE) e como as retóricas e controvérsias
são uma cortina de fumaça para a gestão das organizações.
A evolução do conceito de responsabilidade social é diferente. Sua origem está nas questões éticas
que envolvem a relação entre empresas e sociedade e na filantropia empresarial.
A filantropia empresarial surgiu como um novo campo de atuação que vem conquistando crescente
visibilidade no Brasil, vindo compartilhar e disputar espaços com outras formas de ações privadas
em benefício público2. No entanto, a expressão “filantropia empresarial” está associada a referências
históricas como caridade, paternalismo e assistencialismo, que têm uma conotação negativa, porque
não trouxeram transformações sociais e econômicas efetivas para o desenvolvimento das
comunidades. Hoje, quando se pensa em filantropia empresarial nota-se consenso sobre a exigência
de que esse investimento ocorra como uma política da empresa, e não somente como um
compromisso pessoal do empresário. Assim, buscaram termos alternativos para designar as ações
próprias a esse campo, como investimento social, ação social empresarial, participação social ou
comunitária da empresa ou desenvolvimento social2.
Uma das grandes questões que são levantadas em relação aos temas sociais e ambientais é se
estes afetam a competitividade das empresas. Segundo a visão clássica da empresa, incorporar as
questões sociais e ambientais além da obrigação legal eleva os custos e reduz o lucro das empresas.
O debate sobre o conteúdo e extensão da responsabilidade social nos negócios foi intenso, no
sentido de contrapor o desempenho econômico ao social e ambiental.
O papel das empresas incluiria lucros, mas, em vez da maximização do lucro de curto prazo, os
negócios deveriam buscar lucros de longo prazo, obedecer às leis e regulamentações, considerar o
impacto não mercadológico de suas decisões e procurar maneiras de melhorar a sociedade por uma
atuação orientada para a responsabilidade e sustentabilidade dos negócios2.
O modelo da sustentabilidade é uma nova forma de fazer negócios, que tem como pressuposto o novo papel da
empresa na sociedade. Sustentabilidade e responsabilidade social trazem para o modelo de negócios a perspectiva
de longo prazo, a inclusão sistemática da visão e das demandas das partes interessadas, e a transição para um modelo
em que os princípios, a ética e a transparência precedem a implementação de processos, produtos e serviços.
* Pesquisadora e consultora da Fipe, Fernanda Gabriela Borger é professora da FIA e do Programa de Educação
Continuada GVPEC.
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Notas
1
SENGE, Peter. “The Sustainable Supply Chain an Interview with Peter Senge”, por Steven Prokesch. Harvard
Business Review, outubro de 2010
2
BORGER, Fernanda Gabriela. Responsabilidade Social: Efeitos da Atuação Social na Dinâmica Empresarial (tese
de doutorado), Departamento de Administração. São Paulo:USP, 2001
Fonte: http://www3.ethos.org.br/cedoc/responsabilidade-social-empresarial-e-sustentabilidade-para-
a-gestao-empresarial/#.V6jAPrgrK00
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