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Matematica No Ensino Medio 2serie PDF
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Geraldo Lins
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 2
1. Vinícius tem, guardados em seu cofrinho, 350 reais. Resolveu, a partir desse
momento, fazer uma poupança de forma que colocaria no cofrinho um real no
primeiro dia, dois no segundo, três no terceiro...e assim sucessivamente, até
o 30º dia. Quanto ele terá em seu cofrinho, passados os 30 dias?
2. A população de uma cidade cresce 2% a cada ano. Se em 1990 a população
era de 25 000 habitantes, quantos serão os habitantes dessa cidade, em
2007, mantida a mesma taxa de crescimento anual?
3. Observe a seqüência abaixo:
.
. . .
. . . . . .
. . . . . . . . . .
1 3 6 10
Esses números são chamados de números triangulares (veja a disposição e a
quantidade de pontos de cada termo). Qual será o décimo termo dessa seqüência?
2 R$ 3,278 7 R$ 3,184
3 R$ 3,255 8 R$ 3,214
4 R$ 3,246 9 R$ 3,213
5 R$ 3,171 10 R$ 3,181
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Verifique que os valores listados, que possuem uma certa ordenação, constituem uma
seqüência. Convenciona-se designar por uma letra minúscula qualquer (normalmente a) a
qualquer um dos termos de uma seqüência, usando como índice um número que denota a
posição do termo na seqüência. Assim, a notação a1 representa o primeiro termo da
seqüência, que no nosso exemplo do dólar é o valor 3,335. A notação a10 representa o
décimo termo e assim sucessivamente.
Quando desejamos falar sobre um termo qualquer de uma seqüência, escrevemos
an.
Você pode usar as seqüências para registrar diversas observações, como a produção de
uma fábrica em cada mês, o número de telefonemas que você dá por dia, a taxa de
inflação mensal etc. No exemplo que mostramos, da variação do dólar, não teríamos como
saber, por exemplo, a sua cotação no dia 15, ou no dia 20, já que a seqüência é variável e
depende de diversos fatores não previsíveis.
Em nosso curso vamos estudar umas seqüências muito especiais. Por sua regularidade,
conhecendo alguns termos, podemos calcular qualquer outro. A primeira delas chama-se
Progressão Aritmética. Uma progressão aritmética é uma seqüência na qual, dado um
primeiro termo, obtemos todos os outros acrescentando sempre a mesma quantidade. Por
exemplo, vamos partir do número 7 e acrescentar 3, diversas vezes:
7 10 13 16 19 22 ...
+3 +3 +3 +3 +3
O valor que acrescentamos a cada termo para obter o seguinte chama-se razão (R).
Portanto, nesse exemplo, temos: a1 = 7 e R = 3.
4, 4, 4, 4, 4, 4, 4, ...
Temos R = 0.
… uma progressão estacionária.
Você já deve ter percebido que é muito fácil sabermos o valor da razão de uma progressão
aritmética. Como a razão é a quantidade que acrescentamos a cada termo para obter o
seguinte, podemos dizer que: A razão de uma progressão aritmética é a diferença entre
qualquer termo e o anterior, a partir do segundo termo.
na 2a. progressão:
R=7-9=-2
R = 5 - 7 = - 2 etc.
na 3a. progressão:
R=4-4=0
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2) FÓRMULA DO TERMO GERAL DE UMA P.A
Passemos então a generalizar o que vimos nos exemplos. Considere a seguinte progressão
aritmética (de agora em diante representada por PA) de razão R:
a1 a2 a3 a4 a5 a6 .... an
+R + R + R + R + R + R ....
Suponha que você conhece o primeiro termo (a1), e a razão (R). Como faremos para
calcular qualquer outro termo? Observe as igualdades:
a2 = a1+ R
a3 = a1 + 2R
a4 = a1 + 3R
a5 = a1+ 4R
...................
a10 = a1 + 9R
Vemos então que, para calcular um termo qualquer (an) é preciso somar ao 1º termo, (n -1)
vezes a razão, ou seja:
Para entender bem o que estamos fazendo, imagine que você está no 1º degrau de uma
escada e deseja chegar ao 10º. Quantos degraus deve subir? É claro que são 9.
Se você está no 1º degrau e deseja chegar ao 25º, quantos deve subir? Deve subir 24,
lógico. Então, para chegar ao degrau número n, devemos subir (n -1) degraus.
Observe a aplicação dessa fórmula nos exemplos seguintes.
EXEMPLO 1: Qual é o trigésimo (30º) termo da progressão aritmética: 10, 17, 24, 31, 38, ...?
EXEMPLO 2: Um aluno escreveu todos os números ímpares desde 17 até 63. Quantos
números ele escreveu?
Solução: A progressão desse exemplo é a seguinte:
17, 19, 21, 23, ..., 63.
O primeiro termo é 17, o último termo é 63 e a razão é 2. Escrevemos então:
a1 = 17
an = 63
R=2
Substituindo esses valores na fórmula do termo geral, calcularemos n que é o número de
termos da progressão:
an = a1 + (n - 1).R
63 = 17 + (n - 1). 2
63 - 17 = 2n - 2
46 = 2n - 2
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48 = 2n
n = 24
A progressão tem, portanto, 24 termos.
an = a1 + (n - 1).R ou
a7 = a1 + 6. R ou 25 = 1 + 6.R ou ainda 24 = 6. R, o que acarreta R = 4. Logo, a P.A
procurada é: ( 1, 5, 9, 13, 17, 21, 25)
EXEMPLO 4:
Em janeiro, de certo ano, Lídia estava ganhando R$ 270,00 por mês. Seu patrão prometeu
aumentar seu salário em R$ 8,00 todos os meses. Quanto Lídia estará ganhando em
dezembro do ano seguinte?
Solução: Se o salário de Lídia aumenta R$ 8,00 todos os meses, então a seqüência dos
salários é uma progressão aritmética de razão igual a 8.
"Há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas o
verdadeiro grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes."
(Gilbert Keith Chesterton, escritor inglês)
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3) ALGUMAS PROPRIEDADES DAS PROGRESSÕES ARITMÉTICAS
Sempre que tivermos três termos consecutivos de uma P. A, o termo do meio será igual à
média aritmética dos outros dois.
x+z
Assim, se os termos: x, y, z, forem consecutivos de uma P.A, teremos que y= . Essa
2
propriedade decorre da própria definição da P.A, onde as diferenças entre dois termos
consecutivos devem ser iguais.
x+z
De fato, se y – x = z – y , isso acarretará que 2y = x + z ou y= .
2
EXEMPLO 5: Sabendo-se que ( 2x, 4x – 10, 4x , ...) são os três primeiros termos de uma
P.A, obtenha:
a) o valor de x
b) o valor da razão da P. A
c) o valor do 25º termo dessa mesma P. A
Solução:
De acordo com a propriedade apresentada, como são três termos consecutivos da P. A,
2x + 4x
teremos: 4x - 10 = = 3x . Logo, teremos x = 10. (pergunta a).
2
b) Se x = 10, então os três primeiros termos da P.A serão (20, 30, 40) e fica fácil perceber
que a razão é igual a 10.
Numa P.A finita, a soma de dois termos eqüidistantes dos extremos é igual à soma dos
extremos.
Exemplo:
9 + 11 = 7 + 13 = 5 + 15 = 3 + 17 = 20
Poderemos fazer a demonstração para o caso geral: (a1, a2, a3... ap, ... aq,.......... an)
__ p termos__ __ p termos__
Verifique que entre o primeiro termo e o termo ap existem p termos e entre o termo aq o
termo an também existem p termos. Por isso esses termos são denominados de
eqüidistantes dos extremos. Temos que provar que a soma desses dois termos (ap + aq ) é
igual à soma dos dois extremos da P.A (a1+ an).
Podemos visualizar os termos de uma progressão aritmética por meio de um gráfico como
este:
Os valores dos termos são representados pelas barras verticais que formam o desenho de
uma escada. Nessa escada, a altura de cada degrau é a razão da progressão aritmética.
Imagine que você se encontra no 3º andar de uma escada e que deseja atingir o 9º andar.
Quantos andares você terá de subir? É claro que a resposta é 6 andares. Isso, em
linguagem matemática pode ser representado por: a9 = a3 + 6 . R.
De modo geral, se estamos no degrau de número n e desejamos chegar ao degrau de
número m, devemos subir (m – n) degraus. No caso da P. A, teremos uma outra maneira
mais geral de escrever a fórmula, relacionando dois termos quaisquer e não
obrigatoriamente como primeiro termos. Ë a seguinte fórmula: am = an + (m – n) . R.
Exemplo 6:
A mesada de Luciana aumenta todos os anos de um valor constante de reais, combinado
com o seu pai. Sabemos que no 5º ano após o acordo, a mesada estava em R$ 80,00 e que
no 8º ano estava em R$ 110,00. Qual era o valor da mesada de Luciana no início desse
acordo?
Solução: Pelo que vimos na fórmula anterior, poderemos relacionar diretamente os valores
do 8º e do 5º ano de mesada.
a8 = a5 + 3 . R
1) Uma criança está brincando com palitos de fósforo. Observe o que ela está fazendo.
Se ela continuar construindo seguindo o mesmo critério usado até agora, quantos
quadrados ela terá construído com 250 palitos?
2) Achar três números em P. A e tais que a soma do primeiro com o terceiro seja 12 e o
produto do primeiro pelo segundo seja 24.
5) Qual o primeiro termo de uma P.A, de 49 termos, se o último termo vale 28 e a sua
razão é igual a ½?
7) Quantos números inteiros existem, de 13 até 902, e que NÃO são múltiplos de 3?
8) Qual a razão da P.A obtida quando inserimos 4 termos(meios aritméticos) entre 9 e 24?
10) Escreva uma P.A (crescente), de três termos, sabendo que a soma desses termos vale
12 e que a soma de seus quadrados vale 80.
1 5 3 7
12) Considere a seqüência ( , , , , ...) . Determine seus três próximos termos.
2 8 4 8
13) Seja uma P.A de 7 termos e razão igual a R. Se retirarmos o segundo, o terceiro, o
quinto e o sexto termos, teremos uma outra P.A, de razão ...
14) Em uma P.A o primeiro termo é igual a 0,402 e o segundo termo é igual a 0,502. Qual o
valor do décimo termo dessa progressão?
15) Quantos termos possui uma P.A cujo primeiro termo é igual a 10x – 9y, o último é igual a
y e a razão é igual a y – x (sendo y x)?
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4) SOMA DOS TERMOS DE UMA PROGRESSÃO ARITMÉTICA
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O texto anterior, extraído da revista Galileu Especial (Eureca), de abril de 2003, nos
mostra de uma forma simples como que o matemático alemão, Gauss, ainda criança,
conseguiu de forma genial uma prova para a soma dos termos de uma P.A. É claro que o
que está na reportagem não é uma demonstração rigorosa, nem genérica, mas, com auxílio
das propriedades que estudamos anteriormente, podemos aproveitar a idéia de Gauss e
deduzirmos tal fórmula. Vejamos:
S = a1 + a2 + a3 + ........ + an 2 + an 1 + an
É claro que tal soma não modificará, como fez Gauss, se a escrevermos em outra ordem.
Vamos escrever a mesma soma, de trás para frente:
S = an + an 1 + an 2 + ........ + a3 + a2 + a1
Se somarmos essas duas expressões, teremos:
(a1 + an ) . n
Logo, chegamos finalmente a, S= que é a fórmula clássica para obtermos
2
a soma dos termos de uma progressão aritmética.
Podemos visualizar o que está ocorrendo durante a soma dos termos de uma P.A
associando à uma progressão aritmética a idéia de uma “escada”. Vejamos essa situação
para uma P.A de sete termos.
Estamos querendo calcular a soma dos comprimentos de todos esses degraus. Vamos usar
do mesmo artifício usado pelo nosso brilhante Gauss.
(a1 + a 7 ) . 7
Dessa forma, temos 2S = (a1 + a 7 ) . 7 ou S =
2
Acredito que a “visualização” acima mostrada, bem como a história de Gauss (Revista
Galileu Especial) facilitarão que você se lembre de como proceder para somar todos os
termos de uma progressão aritmética.
Exemplo 7: Qual a soma dos 50 primeiros termos de uma P.A na qual a6 + a45 = 160?
Solução: Pela fórmula que acabamos de deduzir, sabemos que a soma dos 50 primeiros
(a1 + a50 ) . 50
termos de uma P.A. é dada por: S = mas, como sabemos que a1 + a50 = a6
2
(160) . 50
+ a45 = 160, teremos então: S = = 4000
2
Exemplo 8: Ao se efetuar a soma de 50 parcelas em progressão aritmética, 202 + 206 +
210 + ..., por distração não foi somada a 35ª parcela. Qual a soma que foi encontrada, por
engano?
Solução: Observamos que a razão da P.A é igual a 4 e que o primeiro termo é 202. Logo, já
podemos obter os valores da 35ª e da 50ª parcelas, necessárias à solução do problema.
Cálculo da 35ª parcela a35 = a1 + 34 . R = 202 + 34 . 4 = 338 (que terá de ser descontada do
total, já que ela foi “esquecida”).
Cálculo da 50ª parcela a50 = a1 + 49 . R = 202 + 49 . 4 = 398
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(a1 + a50 ) . 50 (202 + 398) . 50
Soma das 50 parcelas = S = = = 15000
2 2
Soma que foi encontrada, com a falta da 35ª parcela = 15 000 – 338 = 14 662
A primeira vez que você acionar a tecla = a máquina vai mostrar o termo 16 (segundo termo
da P.A). Nas outras vezes que você acionar a tecla =, sucessivamente, o visor da máquina
mostrará: 23, 30, 37, 44, ...até o termo que você desejar.
Iniciando por 15,86 e usando a razão 0,17, você irá obter o valor 81 para soma dos 5
primeiros termos da progressão.
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS (SÉRIE 2)
O jardineiro tem apenas um balde. Ele enche o balde na torneira, rega a primeira roseira,
volta para encher o balde, rega a segunda roseira, e assim por diante. Após regar a
décima oitava (18ª) roseira ele retorna para deixar o balde junto à torneira. Qual foi a
distância total percorrida pelo jardineiro?
53 50 47 44
x .x .x .x .....x 7
4) Calcular a soma de todos os termos de uma P.A cujo primeiro termo é 4, o último
termo é 46 e a razão é igual ao número de termos.
5) Obtenha a soma dos termos de uma P.A crescente, cujos dois primeiros termos são
2
as raízes da equação x – 10x + 24 = 0. O número de termos dessa progressão é o
dobro do valor do segundo termo.
10) Para escrever seus contos um escritor procede da seguinte maneira: escreve no
primeiro dia de trabalho 20 linhas, e nos dias seguintes, escreve o número de linhas
do dia anterior, acrescido de 5 linhas. Seu último conto tem 17 páginas, e em cada
página 25 linhas. Calcule em quantos dias esse conto foi escrito.
GABARITOS
SÉRIE 1
2
01) 83 02) 4, 6, 8 03) 464 m 04) 150 m 05) 180
06) 127 07) 594 08) 3 09) outubro 10) (0, 4, 8)
11) 12, 20, 36 12) 1, 9/8, 5/4 13) 3R 14) 1,302 15) 11
SÉRIE 2
-483
01) 2475 02) 846 m 03) x 04) 175 05) 180
06) 7 h 07) R = 3 08) 55 09) 25 10) 10
"Nós geralmente descobrimos o que fazer percebendo aquilo que não devemos fazer.
E, provavelmente, aquele que nunca cometeu um erro nunca fez uma descoberta."
(Samuel Smiles)
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MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO – PROF. ILYDIO PEREIRA DE SÁ
SEQÜÊNCIAS E PROGRESSÕES
Consideremos agora a seguinte situação: uma mercadoria, que em 1990 custava 100 reais,
teve seu preço reajustado nos 4 anos seguintes, sob taxa de 10% ao ano, sobre o preço do
ano anterior. Vejamos uma tabela representativa desses preços:
Ano Preço (R$)
1990 100,00
1991 110,00
1992 121,00
1993 133,10
1994 146,41
Se você pegar sua calculadora e dividir os valores de dois termos consecutivos dessa
seqüência, vai observar agora que os quocientes dessas divisões serão todos iguais.
Vejamos:
110 : 100 = 1,10 121 : 110 = 1,10 133,10 : 121 = 1,10 146,41 : 133,10 = 1,10
Esse tipo de seqüências, onde cada termo (a partir do segundo) é obtido através da
multiplicação do termo anterior por um fator fixo, denominado razão (q), é o que chamamos
de Progressão Geométrica (PG) e que estudaremos nesse capítulo.
Vejamos um exemplo inicial, para fixarmos o que já mostramos. Imagine uma progressão
geométrica, de razão igual a 2, começando no número 3.
x
Perceba que, se fosse uma progressão aritmética, de razão igual a 2, começando no três, o
crescimento seria bem mais lento: 3 5 7 9 11 13 15 17 21 ...
+2 +2 +2 +2 +2 +2 +2 +2
Você pode perceber, claramente, a mensagem que existe em frases do tipo: “A produção
de alimentos cresce em progressão aritmética, enquanto a população mundial cresce
em progressão geométrica”.
Podemos então resumir que uma P.G é uma seqüência onde cada termo, a partir do
segundo, é obtido pelo produto do termo anterior por um fator fixo, denominado razão.
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Podemos ainda afirmar que: A razão da PG é igual a qualquer termo dividido pelo anterior.
Em nosso estudo, por motivos práticos, nos deteremos nas progressões geométricas de
razões positivas (que é o que ocorre na grande maioria dos exemplos práticos) e, podemos
usar a seguinte classificação para as P.G.
OBS: É claro que existem progressões geométricas, normalmente teóricas, cuja razão
é negativa. Essas progressões, pelo fato de ter razão negativa, terão seus termos
variando de sinal e são ditas oscilantes.
Podemos, dessa forma, inferir que a fórmula para o cálculo de um termo qualquer de uma
P.G é:
n a = a .q
1
( n 1)
FATO CURIOSO: Se você comparar as definições dos dois tipos de progressões que
estamos estudando (aritméticas e geométricas), observará que o que na P.A é uma soma,
na P.G se transforma em uma multiplicação. O que na P.A é uma multiplicação (ou soma de
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parcelas iguais), na P.G é uma potenciação (ou multiplicação de fatores iguais). Se lembrar
também que a razão da P.A é indicada por R, enquanto que a da P.G é indicada por q, terá
um poderoso artifício para transformar as propriedades e fórmulas obtidas para a P.A, para
as propriedades e fórmulas da P.G.
Mas, mesmo sabendo essas fórmulas, é muito mais importante do que elas saber que,
como numa escada, quantos “saltos” devemos dar para ir de um termo ao outro. Somando
sempre um valor fixo, no caso da P.A e multiplicando sempre um valor fixo, no caso da P.G.
Cabe ainda ressaltar que, a fórmula da P.G pode ser escrita a partir de um termo inicial que
denotaremos por a0 o que se mostrará bastante vantajoso em diversos exemplos práticos
que mostraremos, como na biologia e na matemática financeira. Nesses casos, a fórmula
assumirá o seguinte aspecto:
a n = a 0 .qn
Você poderia (e deve) resolver diretamente essa questão, lembrando que do primeiro termo,
ao décimo segundo, teríamos 11 saltos da dar e, como se trata de uma P.G, era só
multiplicar o primeiro termo pela razão elevada ao expoente 11.
Exemplo 2:
Quantos termos tem a P.G (1, 3, 9, ...2187) ?
Solução:
Verificando que a razão é igual a 3 e, usando a fórmula do termo geral, teremos:
(n – 1) 7
a n = a 1.q( n 1)
ou ainda 3 = 2187 = 3 . Esse tipo de equação que obtivemos, onde a
incógnita se encontra no expoente, chamamos de equação exponencial e, como temos uma
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igualdade de potências de mesma base, é claro que seus expoentes terão de ser iguais,
logo, n – 1 = 7, o que acarreta n = 8.
Como estamos querendo a quantidade de bactérias 12 horas depois do início, temos que
obter o 13º termo dessa progressão geométrica. Logo, aplicando a fórmula do termo geral,
teremos:
12 12
a13 = a1 . q ou a13 = 1 . 8 = 68 719 476 736 bactérias.
Exemplo 4:
(ITA) Obtenha os valores de x e y, de modo que a seqüência seja uma P.G (2, x, y, 1458)
Solução:
Verificamos que o primeiro termo é igual a 2 e que o quarto termo da P.G é igual a 1458.
Logo, aplicando a fórmula do termo geral, teremos:
3 3 6 3
a n = a 1.q( n 1)
ou ainda 1458 = 2.q . Assim, q = 729 = 3 = 9 .
3 3
Nesse caso, temos uma equação do tipo q = 9 , o que acarretará que q = 9.
Conclusão: x = 18 e y = 162.
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CALCULADORAS E PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS
Exemplo 5:
Sr. Gastão aplicou R$ 1000,00 num investimento que valorizava o seu dinheiro 2% ao mês.
Quanto ele vai ter, 4 meses após o início da aplicação?
Solução:
Esse tipo de situação, da Matemática Comercial e Financeira, é o que denominamos
JUROS COMPOSTOS ou JUROS SOBRE JUROS formará sempre uma Progressão
Geométrica, como vimos no exemplo da introdução, a razão dessa P.G é o que
denominamos FATOR DE CORREÇÃO. Nesse exemplo, o fator de correção será igual a
1,02, pois 100% + 2% corresponde a 102% ou 1,02. Logo, teremos de calcular o resultado
4
de 1000 . (1,02) . Na calculadora basta fazer 1,02 x 1000 = = = = 1082,43.
O que vimos no exemplo acima é um dos grandes usos das progressões em nossa
vida – a Matemática do Dinheiro. As progressões geométricas podem (e devem) ser
observadas como uma seqüência de termos com taxa de variação constante (seja
para aumento ou para redução).
Sempre que tivermos três termos consecutivos de uma P. G (de razão positiva), o termo do
meio será igual à média geométrica dos outros dois.
Assim, se os termos: x, y, z, forem consecutivos de uma P.G, teremos que y = x.z . Essa
propriedade decorre da própria definição da P.G, onde o resultado (quociente) das divisões
entre dois termos consecutivos devem ser iguais.
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y z
De fato, se = , isso acarretará que y 2 = x.z ou ainda y = x.z .
x y
Essa propriedade poderia também ser obtida diretamente da propriedade similar da P.A,
bastando fazer as substituições das operações correspondentes.
d) o valor de x
e) o valor da razão da P. G
f) o valor do 6º termo dessa mesma P. G
Solução:
De acordo com a propriedade apresentada, como são três termos consecutivos da P. G,
teremos: 2x + 1 = ( x 2).(5 x + 10) . Dessa forma, (2x + 1) 2 = ( x 2).(5 x + 10) .
2 2
4x + 4x + 1 = 5x + 10x – 10x – 20
2
x – 4x – 21 = 0. Resolvendo essa equação, obteremos os resultados 7 e –3. Como a P.G é
crescente, logo, a resposta válida será o valor que gerar uma razão maior do que 1.
• vejamos a opção x = 7, teremos a seguinte P.G (5, 15, 45), que atende à
condição do problema.
• Vejamos agora a opção x = -3, teremos a seguinte P.G (-5, -5, -5)...que não
atende ao nosso problema.
Numa P.G finita, o produto de dois termos eqüidistantes dos extremos é igual ao produto
dos extremos.
Exemplo:
Você pode, mais uma vez, tirar essa propriedade diretamente da propriedade similar da P.A,
substituindo a operação de ADIÇÃO, pela de MULTIPLICAÇÃO.
Vamos supor, para exemplo, uma P.G cujo primeiro termo fosse igual a 1 e a razão fosse
igual a 1,5. Teríamos o seguinte tipo de gráfico:
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Seja S = a1 + a 2 + a 3 + ........ + an 2 + an 1 + an
Vamos multiplicar todos os termos dessa igualdade por q. Teremos então:
a2 a3 a4 an – 1 an
S. (q – 1) = an . q - a1
a n .q a1
S=
q 1
A fórmula acima pode assumir um outro aspecto, bastando substituir o an pela respectiva
expressão do termo geral da P.G. A fórmula da soma dos termos da P.G (finita) ficará então:
( qn 1)
S = a1.
(q 1)
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Portanto, temos duas expressões distintas para o cálculo da soma dos termos de uma P.G
finita. A escolha de qual usar em cada situação problema dependerá obviamente dos
parâmetros envolvidos em cada caso.
Exemplo 7:
Obtenha a soma dos 10 primeiros termos da P.G (2, 4, 8, ...)
Solução:
Para este caso, é melhor usarmos a segunda expressão da fórmula da soma da P.G, pois
temos o primeiro termo, o número de termos que queremos somar e a razão (q = 2).
( qn 1) (210 1)
S = a1. = 2. = 2.(1024 1) = 2046
(q 1) (2 1)
OBSERVAÇÃO:
Verifique que, quando numa P.G decrescente, o número de termos cresce indefinidamente
(dizemos que n tende ao infinito), a expressão dessa soma (que tenderá a um valor limite)
ficará bastante simplificada, pois o termo an tenderá a zero.
Verifique o exemplo: (12; 6; 3; 1,5; 0,75; 0,375; 0,1875; 0.09375, ...) observe que quanto
maior o número de termos, mais se aproxima de zero o último termo considerado.
a n .q a1 lim S =
a1
S= substituindo an por 0, teremos então 1 q
q 1
n
Exemplo 8:
Calcular a soma dos termos da P.G (16, 8, 4, 2, 1, ....)
Solução:
Verificamos que se trata do caso da P.G com razão menor que 1 (q = ½, P.G decrescente).
Quando o número de termos tender ao infinito, o último termo tenderá a zero e poderemos
aplicar a fórmula anterior, ou seja:
a1 16 16
lim S = = = = 32
1 q 1 1
1
2 2
n
Exemplo 9 (PUC):
Na figura está representado um conjunto infinito de círculos C0, C1, C2, .... Os diâmetros de
todos eles estão sobre um segmento de reta de comprimento igual a 1. Além disso, o raio de
Cn é a metade do raio de Cn – 1 . A área da região hachurada na figura é:
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Solução:
Pela figura, verificamos que a área hachurada é igual à diferença entre a área do maior
semicírculo (C0 ) e a soma das áreas dos demais semicírculos, a partir do C1.
1
2 .
r
a) Raio do semicírculo C0 = ½ . Área desse semicírculo = = 4 =
2 2 8
1
.
r2 16 =
b) Raio do semicírculo C1 = ¼. Área desse semicírculo = =
2 2 32
1
.
r2
c) Raio do semicírculo C2 = 1/8. Área desse semicírculo = = 64 =
2 2 128
Percebemos que cada área é igual a ¼ da área anterior, logo, essas infinitas áreas formam
uma P.G decrescente, de razão igual a ¼. Podemos, mais uma vez, aplicar a fórmula do
limite da soma, quando o número de parcelas tende a infinito. Considerando como primeiro
termo a área do semicírculo C1
a1 4
lim S = = 32 = 32 = . =
1 q 1 3 32 3 24
1
4 4
n
A) OS FATORES DE CORREÇÃO
Conforme já comentamos anteriormente, o grande uso prático das progressões geométricas
está nas seqüências de taxa de variação constante. Isso ocorre em muitas situações que
envolvem dinheiro, operações bancárias e comerciais.
Para que você resolva a maioria dessas questões que, independentemente de estarem ou
não nos concursos que realizamos – e estão – achamos fundamental enfocar com mais
detalhes os fatores de correção e a matemática do dinheiro.
Muita gente acha que a “Matemática do dinheiro” serve só para pagarmos nossas contas,
conferir trocos, coisas desse tipo. Mas não é somente isso, sabemos que o dinheiro, as
transações bancárias ou comerciais, estão cada vez mais presentes na vida de todas as
pessoas.
Se perguntarmos a uma pessoa qual o valor de 100 dólares, mais 100 marcos, mais 100
reais, ela provavelmente dirá que primeiramente precisamos converter todos esses valores
para uma mesma moeda, antes de efetuarmos a soma. Analogamente, precisamos tomar
cuidado com valores monetários no tempo. Será que 3 parcelas de 100 reais, pagas com
intervalos de 30 dias, correspondem a um único pagamento de 300 reais, numa Economia
com inflação?
Infelizmente, a maioria dos livros de matemática ignora esta fato, assim como ignoram
também a inflação. Esse tipo de erro é encontrado tanto em textos para o Ensino
Fundamental e para o Ensino Médio.
Você deve concordar comigo que, sem a Matemática, não conseguiríamos entender nossos
contracheques, calcular nossos aumentos de salário, identificar os produtos que
aumentaram demasiadamente de preço, constatar e criticar as propagandas enganosas,
reivindicar nossos direitos trabalhistas, ...
Nossa abordagem será feita de forma contextualizada, através de pequenas histórias que
servirão para nos apresentar e familiarizar com essa Matemática inserida nas transações
financeiras e de comércio.
História 1
O salário de Maria era, em agosto de 2001, de R$ 320,00 e, após muita luta, recebeu um
reajuste de 12% no mês de setembro de 2001. Qual o valor do salário que Maria passou a
receber a partir de setembro?
Professora Ana
Acho que você concorda comigo que a solução da professora Ana está correta, uma boa
solução, vejamos sua solução completa:
320 : 100 = 3,20
3,20 x 12 = 38,40
320 + 38,40 = 358,40
A solução do professor José, que também é muito boa, está correta também, certo?
Vejamos sua solução completa:
Verifique que os dois professores souberam aplicar seus conhecimentos para descobrir o
novo salário de Maria. O professor José apresentou uma solução um pouco mais rápida, e
ele conhece um fato importante que dá um significado da multiplicação: ele sabe que, ao
multiplicarmos 0,12 por 320,00, o resultado significa quanto vale 0,12 da quantia 320,00, ou
seja, quanto vale 12 centésimos de 320,00.
Gostaríamos que você acompanhasse conosco uma outra forma de resolver esse problema.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 26
Em agosto, a professora Maria recebia 100% do seu salário, certo? Mas em setembro
passou a receber 12 % a mais desse valor. No total, acho que você concorda comigo, ela
vai ficar com 112% desse salário!
Para achar 112% = 112/100 ou 1,12 de uma quantia, basta multiplicá-la por esse valor. Faça
na sua máquina de calcular a multiplicação 1,12 x 320,00 e compare com as respostas
encontradas pelos professores José e Ana.
Alguns alunos ou professores, que resolvem essa questão como o professor José ou a
professora Ana, podem achar melhor o modo como pensavam antes e continuar resolvendo
os problemas da mesma maneira.
História 2:
Durante uma liquidação, na loja “KOBRA KARO”, foi colocado um grande cartaz,
anunciando descontos de 15% para todas as mercadorias. Quanto passará a custar uma
calça jeans que, antes da promoção, custava R$58,40?
GRANDE LIQUIDAÇÃO!!!
Poderíamos desenvolver uma solução mais extensa, como a que a professora Ana fez na
História 1.
Que tal resolvermos da forma mais rápida, como também fizemos na história 1. Verifique o
que vai ocorrer se multiplicarmos 58,40 x 0,85?
58,40 x 0,85 = 49,64
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 27
Por que será que agora usamos o número 0,85 para gerar o desconto oferecido pela
loja?
Veja que podemos usar um raciocínio parecido com o que fizemos na história 1, ou seja:
Preço normal da calça = 100%. Desconto oferecido = 15%. Valor a ser cobrado na
liquidação = 100% - 15% = 85%.
Como sabemos que 85% correspondem a 85 centésimos ou a 0,85, temos a conclusão que
queríamos, encontrar o preço da calça com 15% de desconto, bastará multiplicar o preço
normal de 58,40 por 0,85.
Nesse caso temos:
• taxa percentual do desconto foi de 15%
• fator de redução (ou multiplicador) para 15% foi 0,85.
Acho que você concorda comigo que todo fator de aumento será um número maior do que 1
e todo fator de redução será um número menor do que 1. Por que será?
Solução:
Como o fator 1,025 corresponde à taxa percentual de 102,5%, verificamos que a correção
das cadernetas de poupança foi de 2,5%.
Você sabe que em nosso dia-a-dia é bastante comum encontrarmos situações de aumentos
ou reduções sucessivas, como na caderneta de poupança, nas liquidações, nos reajustes de
impostos ou mesmo de salários (menos comum, infelizmente). O que será que ocorre com
os fatores de correção nesses casos?
Vejamos um exemplo:
Você poderia usar um recurso, bastante válido, de supor um preço inicial para essa
mercadoria (normalmente usamos o valor de 100 reais, pois facilita nossos cálculos). Em
seguida, aumentar esse preço em 3% e depois em mais 4% sobre a primeira correção.
Comparando o preço final com os 100 reais, teremos a variação percentual procurada.
Preço inicial = 100 reais primeira correção (3%) = 103 reais segunda correção,
4% sobre 103 reais, ou seja, 0,04 x 103 = 4,12 reais, logo, o preço final será de 103 reais +
4,12 reais = 107,12 reais.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 28
Se compararmos o preço final de 107,12 reais, com o preço inicial de 100 reais, temos que o
aumento foi de 7,12 reais e, como esse acréscimo é sobre 100 reais, temos também que o
aumento percentual foi de 7,12%.
Gostaríamos de alertá-lo novamente sobre a agilidade que você pode adquirir, usando para
esse tipo de questões os fatores de correção, como já vimos anteriormente. Vejamos essa
outra possível solução.
Vamos chamar o primeiro preço da mercadoria de P. Você já deve estar sabendo que, com
um aumento de 3%, usando os fatores de correção, esse preço passará a ser de P x 1,03
(certo?). Com o segundo aumento de 4%, o preço passará a ser de P x 1,03 x 1,04 o que
corresponde a P x 1,0712, já que a multiplicação é associativa. Isto vai significar que,
independentemente do preço inicial ele está, após os dois aumentos sucessivos, sendo
multiplicado pelo fator 1,0712, o que corresponde a uma variação percentual de 7,12%, a
mesma resposta que achamos na primeira solução comentada.
Gostaríamos que você observasse esse importante fato nas transações comerciais e na
Matemática Financeira. Aumentos sucessivos (muito comuns em países como o Brasil)
geram um aumento acumulado que pode ser obtido através do PRODUTO dos fatores de
aumento correspondentes às taxas desses aumentos.
Um raciocínio parecido com esse seria feito para o caso de reduções sucessivas de preços
ou salários.
Reduções sucessivas podem ser também calculadas através do PRODUTO dos fatores de
redução correspondentes às taxas dessas reduções.
Uma crítica que fazemos à maioria dos livros didáticos do Ensino Fundamental é que eles
normalmente só abordam os chamados juros simples e, nesse caso, daria ao aluno a falsa
impressão de que os dois aumentos desse exemplo gerariam um aumento total de 7%. Tal
fato só estaria correto se os dois aumentos fossem sobre o valor inicial da mercadoria, ou
seja, se eles não fossem acumulativos, ou sucessivos – o que caracteriza uma situação
denominada juros compostos.
Exemplo 10:
Qual a variação percentual acumulada, gerada por dois aumentos sucessivos de 30%?
Solução:
Aplicando direto o conceito de fatores de correção, teremos: 1,3 x 1,3 = 1,69. Logo houve
um aumento acumulado de 69%.
Verifique que, se usássemos valores monetários, formando uma seqüência, como se trata
de taxa fixa de correção, teríamos uma situação muito particular e já conhecida nossa,
vejamos:
Logo, temos a seqüência (100, 130, 169), que é uma PROGRESSÃO GEOMÉTRICA de
razão igual a 1,3 (ou 1,30) o que corresponde a uma variação percentual fixa de 30% de
aumento.
O Fato que verificamos acima irá sempre acontecer quando as taxas de variação forem
constantes e aumentos ou reduções sucessivas. Teremos sempre a formação de
progressões geométricas.
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História 3:
O remédio que o Sr. João toma diariamente, para pressão alta, custava R$ 40,00 no mês de
abril de 2001 e passou a custar R$ 48,00. Qual foi o fator de correção e o aumento
percentual correspondente?
Você já sabe que ao multiplicarmos o valor inicial pelo fator de correção teremos o valor
final, no caso o preço do remédio com a correção. Isso também significa que, dividindo o
valor final pelo valor inicial, obtém-se o fator de correção.
No caso narrado na história 3, teremos que o fator de correção será igual a 48,00 : 40,00 =
1,225.
Espero que, nesse ponto de nosso curso, você já esteja sabendo que esse fator
corresponde a uma variação percentual de 22,5% (aumento do remédio).
Caso não tenha ainda percebido o que aconteceu, vale a pena observar que:
Quando multiplicamos o valor inicial por 1,225 (fator de correção) é como tivéssemos
multiplicado por (1 + 0,225). Multiplicar por 1 reproduz o valor inicial e multiplicar por 0,225
(ou 22,5 / 100) dará o aumento havido. Que em nosso caso corresponde a 22,5%.
Verifique também o importante fato de que os números decimais podem ser transformados
em percentagens por uma multiplicação por 100.
Veja:
Podemos resumir o que ocorreu nessa história, quando temos o fator de aumento e
queremos obter o percentual de aumento correspondente.
História 4:
Ritinha, que recebe um salário de R$ 340,00 por mês, verificou em seu contracheque que,
após todos os descontos sofridos por ela em um determinado mês, recebeu apenas
R$ 299,20. Você saberia determinar o percentual do desconto a que foi submetido o salário
de Ritinha?
Você já verificou, na história 3, que existe um modo de obtermos o fator de correção do
salário de Ritinha que, nesse caso, será um fator de redução.
Antes de continuar a leitura do comentário dessa história, verifique se você está sabendo
como determinamos o fator de correção.
Nesse caso, o fator de redução será igual a 299,20 : 340,00 = 0,88.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 30
Qual o percentual de redução do salário de Ritinha, ao ter sido multiplicado por 0,88?
Se eu disser que é de 12%, você saberia o porque dessa minha resposta?
O fato é que o 0,88 obtido como fator de redução corresponde a uma taxa de 88%. Como o
salário de Ritinha sem os descontos, corresponde a 100%, a redução sofrida será a
diferença entre 100% e 88%, concorda?
Uma outra forma de entender essa resposta, e semelhante a que vimos no fator de
aumento, e lembrar que 0,88 é igual a (1 – 0,12) e, se multiplicarmos o salário de Ritinha por
esse fator teremos a multiplicação por 1, que recompõe o valor do salário, sem descontos,
menos a multiplicação do salário por 0,12, o que representa os descontos ou seja, um
percentual de 0,12 x 100 ou 12 %.
Exemplos:
Fator de redução Redução gerada Percentual de redução
0,45 1 – 0,45 = 0,55 55%
0,95 1 – 0,95 = 0,05 5%
0,76 1 – 0,76 = 0,24 24%
0, 86 1 – 0,86 = 0,14 14%
História 5:
Esta historinha ocorreu (ou melhor, não chegou a ocorrer) na loja do Sr. Manoel, meu
vizinho, há muitos anos atrás.
Sr. Manoel pretendia usar uma estratégia para tentar movimentar sua loja – aumentaria o
preço de tabela de todas as mercadorias em 20% e depois, anunciando uma grande
liquidação, daria descontos de 20% para todos os artigos que vendia. Achava ele que,
agindo dessa forma, venderia pelos mesmos preços de antes, com a vantagem de estar
anunciando uma liquidação. Antes de continuar a leitura dessa história, qual a sua opinião
sobre a estratégia que ele pretendia usar?
Quando ele começou a efetuar os cálculos para compor a tabela fictícia que usaria como
referência, teve o susto de verificar que não ocorria como havia planejado e que seria
obrigado a vender por um preço inferior ao que cobrava anteriormente. Chamou-me para
perguntar o que estava ocorrendo, onde estava o erro de sua estratégia e, desistiu do
artifício após minha explicação.
Vamos supor que uma mercadoria custasse 100 reais, o Sr. Manoel, para compor a tabela,
teria de colocar o preço de 120 reais e quando fosse na tal “liquidação”, teria que dar um
desconto de 20% sobre os 120 reais, que corresponderia a um desconto de 24 reais. Logo,
teria de vender a mercadoria por 120 – 24 = 96 reais, gerando para ele uma perda de 4 %.
O fato é simples de ser entendido se você lembrar que o aumento inicial e o desconto
posterior foram ambos de 20%, só que sobre valores diferentes. Enquanto o aumento foi
sobre os 100 reais, o desconto teria de ocorrer sobre os 120 reais e, é óbvio que 20% sobre
120 é maior que 20% sobre 100.
Gostaria de lembrar que essa questão é também um caso de correções sucessivas
(aumento, seguido de redução) e, como já vimos anteriormente, podemos usar mais uma
vez os fatores de correção.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 31
1,2 representa o fator de correção ou multiplicador para um acréscimo de 20%, certo? E
0,80 (ou 0,8) representa o fator de correção para um desconto de 20%.
O produto 1,2 por 0,8 (aumento e redução sucessivos) gera um resultado 0,96, que é um
fator de redução. Qual o percentual dessa redução (que para o Sr. Manoel seria uma
perda)? Acertou se pensou em 4%. (lembra que temos de calcular 1 – 0,96 = 0,04 ou 4%).
História 6:
Vamos apresentar agora uma história que, provavelmente, você já se deparou com algum
fato semelhante em sua vida. Essas situações estão presentes no cotidiano de todas as
pessoas.
Você concorda com essa solução de meu aluno? Em caso negativo, apresente uma outra e
compare em seguida com o comentário apresentado.
Verifique comigo que esta solução (que aparentemente não tem nada de errada) não está
correta já que, quando o cliente paga a entrada de 50% (R$ 750,00), ele assume uma dívida
de R$ 750,00 e é sobre esse valor que nossos cálculos devem ser efetuados (é o que
denominamos de saldo devedor). Logo, os juros cobrados devem ser calculados verificando-
se o aumento de R$ 750,00 para R$ 900,00.
Se formos usar os fatores de correção, teremos que, neste caso, o fator de aumento
corresponde a 900 : 750 = 1,20.
Verifique que é uma resposta bem diferente da que meu aluno calculou e nós, por
desconhecimento ou falta de atenção, muitas vezes somos levados a calcular erradamente
os juros que estão inseridos nas compras que fazemos.
História 7:
Vejamos agora um fato interessante e que você talvez se assuste com a sua conclusão.
Imaginemos um jogo no qual a pessoa, em cada rodada, se ganhar recebe metade do
que possui na ocasião e se perder, perde metade do que tem no momento. Uma
pessoa, que entrou com R$ 128,00, fez 6 apostas consecutivas, ganhando 3 e perdendo
3 dessas apostas. O que podemos afirmar sobre esse apostador?
A) Que ele ganhou dinheiro.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 32
B) Que ele não ganhou, nem perdeu dinheiro.
C) Que ele poderá ganhar, ou perder dinheiro, dependendo da oredem em que
ocorrerem as 3 vitórias e as 3 derrotas.
D) Que ele perdeu 74 reais, independentemente da ordem em que ocorreram as vitórias
e as derrotas.
Solução:
Antes de mostrarmos a solução a este jogo, vamos tentar uma das hipóteses possíveis,
para buscar alguma pista, ou descartar opções de resposta.
Vamos supor que o nosso jogador tivesse ganhado as três primeiras rodadas e perdido as
três últimas.
A evolução de seu capital seria: 128 192 288 432 216 108 54. Note que o
jogador perdeu dinheiro e, como entrou com 128 reais e saiu com 54 reais a sua perda foi
de 128 – 54 = 74 reais. Com isso já podemos descartar as opções A e B, mas, será que se
as vitórias e derrotas ocorressem em outra ordem o resultado seria o mesmo? Vamos supor
agora que as vitorias e derrotas se alternassem. Vejamos o que ocorreria...
128 192 96 144 72 108 54. Percebemos que chegamos ao mesmo
resultado, uma perda de 74 reais. Mas poderia ser uma coincidência...
Vamos usar novamente os nossos fatores de correção e tentar uma explicação convincente
deste jogo.
Lembre-se que quando um valor aumenta em 50%, ele está sendo multiplicado por 1,5.
Lembre também que quando um valor reduz 50%, ele está sendo multiplicado por 0,5. O
nosso valor inicial, 128 reais, estará sendo multiplicado três vezes por 1,5 e três vezes por
0,5. Como a ordem dos fatores não altera o produto, confirmamos que, independentemente
da ordem das vitórias e derrotas, o resultado final será o mesmo. E qual será esse
resultado?
128 x 1,5x1,5x1,5x0,5x0,5x0,5 = 54
Na página 23, quando começamos a conversar sobre matemática e dinheiro, exibimos uma
reportagem da revista Veja, de junho de 2002, onde temos que a inflação (naquele
momento) acumulada nos oito anos do plano Real, era de 179%.
Baseando-se nessa informação e com a ajuda dos fatores de correção que acabamos de
estudar, você poderia agora verificar se todas as informações contidas no texto estão
corretas.
Podemos agora resumir, os principais conceitos que aprendemos nas historinhas que
apresentamos, com objetivo de apresentar os fatores de correção:
B) À VISTA OU A PRAZO?
É claro que existirão casos que as opções serão equivalentes, nesses casos, tanto faz uma
escolha ou outra. Vejamos um exemplo:
Na conseguiu um tipo de investimento que lhe paga juros de 5% ao mês pelo dinheiro que
aplicar. Ela entrou numa loja e viu que uma calça jeans pode ser comprada a vista por 80
reais ou ser adquirida com um cheque pré-datado, para 30 dias, por 84 reais. Repare que,
nesse exemplo apresentado, as duas opções são equivalentes, pois se ela aplicar os 80
reais por 30 dias, vai receber de juros 4 reais (5% de 80) o que permitirá exatamente cobrir
o cheque pré-datado.
Portanto, todas as decisões que envolvem compras ou investimentos estão apoiadas no fato
do valor que o dinheiro terá ou teve numa outra data, levando-se em conta a taxa de juros
que incide sobre os valores aplicados (pode ser a da caderneta de poupança, por exemplo).
Analogamente, caso o valor fosse considerado num período anterior, ou seja, n meses ou
n
períodos antes, o valor do dinheiro seria igual a M : (1 + i)
n
M DESVALORIZAÇÃO NO TEMPO M : (1 + i)
Solução:
Como se trata de uma antecipação de pagamento é claro que Lídia pagará um valor menor.
Aplicando o que vimos anteriormente, o valor será igual a 80 : (1,05) = 76,19 reais.
Exemplo 12:
Vinícius tomou um empréstimo de R$ 5000,00 a juros mensais de 5%. Dois meses depois,
ele pagou R$ 2500,00 e, um mês após esse pagamento, liquidou seu débito. Qual o valor
desse último pagamento?
Solução:
Entendemos que fica mais fácil perceber o que está ocorrendo mostrando um gráfico da
situação – é o que chamamos de fluxo de caixa.
5000
2500 x
3
2500 x 1,05 + x = 5000 x (1,05)
2625 + x = 5788,13
x = 3163,13
Exemplo 13:
Uma loja oferece uma mercadoria a vista por 400 reais ou então em duas parcelas iguais de
220 reais (para 30 e 60 dias). Qual a taxa de juros sobre o saldo devedor que está sendo
cobrada pela loja?
Solução:
Nesse caso está faltando o valor da taxa de juros cobrada, sugerimos chamar a incógnita do
problema de F, que é o nosso fator de correção. Fica mais simples trabalhar com essa
variável do que com 1 + i. No final do problema, subtraindo 1 do valor encontrado, teremos a
taxa procurada.
Vejamos o fluxo de caixa do problema.
400
220 220
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 35
2
400 . F = 220 . F + 220
2 2
40 . F = 22 . F + 22 ou 20. F – 11. F – 11 = 0
1) Obtenha o sexto termo de uma P.G, de razão positiva, onde o quinto e o sétimo
termos valem, respectivamente 9 e 16.
2) Qual o valor da soma dos sete primeiros termos de uma P.G definida por:
an = 3n 2 ?
3) A população de um país era de 3 000 000 de pessoas em 1999. Sabe-se que essa
população cresceu a uma taxa constante de 2% ao ano. Que população o país
atingiu em 2002?
4) Considere a progressão geométrica (100, 80, 64, ...). Qual a razão dessa P.G e a
sua representação como uma taxa de variação?
5) Qual o sétimo termo de uma P.G cujo quinto termo vale 5 e o oitavo termo vale 135?
8) A espessura de uma folha de estanho é 0,1 mm. Forma-se uma pilha com essas
folhas colocando-se uma folha na primeira vez e, em cada uma das vezes seguintes,
tantas quantas já houveram sido colocadas anteriormente. Depois de 33 dessas
operações, a altura da pilha será, aproximadamente:
9) (Escola Naval)
Divide-se um segmento de comprimento L em três partes iguais e retira-se a parte do
meio. Divide-se, em seguida, cada uma das partes que sobraram em três partes
iguais e retira-se a parte do meio. Repetindo-se essa operação uma infinidade de
vezes, qual será a soma dos comprimentos retirados?
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 36
10) (Escola Naval)
Ações de certa companhia valorizaram-se 10% ao mês, durante cinco meses
consecutivos. Quem investiu nessas ações obteve, durante esses cinco meses, um
lucro aproximado igual a:
a) 40% b) 50% c) 55% d) 60% e) 70%
11) (UFRJ)
Certa população de bactérias dobra a cada hora. Num certo dia, às 8 horas da
manhã, a população é de 1000 bactérias. A que horas a população será de 512 000
bactérias?
12) (AFA)
2 3
A raíz da equação 1 + x + x + x + ... + = 4 é igual a :
13) Luciana comprou um aparelho de som em três prestações (30, 60 e 90 dias da data
da compra). O aparelho à vista custava R$ 900,00 e as duas primeiras parcelas
foram de R$ 400,00. Se a loja está cobrando juros de 6% ao mês, qula será o valor
do terceiro pagamento que Luciana terá de fazer?
14) Uma loja oferece duas opções de pagamento para as compras. À vista, com 30% de
desconto ou em duas parcelas iguais, sendo a primeira paga no ato da compra.
Quanto está pagando de juros, em um mês, a pessoa que escolher a opção em dois
pagamentos?
15) Lídia comprou um relógio, pagando R$ 180,00 um mês após a compra e R$ 200,00
dois meses após a compra. Se foram pagos juros de 12% sobre o saldo devedor,
qual era o preço à vista desse relógio?
GABARITO (SÉRIE 3)
1093 04) q = 0,8 e
01) 12 02) 03) 3 183 624 05) 45
3 redução de 20%
06) 87,38% 07) reduz 1% 08) D 09) L/2 10) D
11) 17 h 12) ¾ 13) R$198,47 14) 150% 15) R$320,15
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 37
“Caso verídico narrado pelo professor Manoel H. Botelho à Revista do Professor de Matemática (SBM, nº 18)
Inesperadamente, numa terça-feira, chegou-me uma carta. Envelope branco, sem nome do
remetente. Dentro, um papel dizia simplesmente:
“Sr. Manoel.
Sou seu amigo. Sei o cavalo que vai ganhar no quarto páreo do
próximo sábado. Será o cavalo nº 3.
Atenciosamente,
Antônio Silva.”
Não sou de jogar, por princípios morais e por achar que, entendendo de Matemática e Teoria
das Probabilidades, o jogo não favorece ao jogador. Nem liguei para a enigmática carta. Quem
seria Antônio Silva?
Juro, mas juro mesmo, que a única conseqüência da carta foi eu ler, pela primeira vez na
minha vida, a seção de turfe no jornal de Domingo. Surpresa! Deu o cavalo nº 3 no quarto páreo
de sábado. Fiquei surpreso, intrigado. Ao ler os comentários do cronista do jornal, entendi tudo. O
cavalo nº 3 era o segundo principal favorito. Sua chance de ganhar era grande. Assim, até eu
acerto.
A história terminaria por aí se na outra quarta-feira eu não recebesse uma nova cartinha:
Aquilo agora era um desafio. Corri a ler a seção de turfe no jornal. Aumentando a minha
expectativa, o comentarista dizia: “No domingo, sexto páreo, o nº 2 não terá chances”. Por
curiosidade, ouvi a transmissão da corrida pelo rádio. Suspense! Ganhou o nº 2. Um misto de
angústia e surpresa me assaltou. Como o Antônio Silva podia saber quem ia ganhar? Afinal, o
número 2 era azarão!
Na terça-feira não recebi a nova cartinha, ou seria mais honesto eu dizer, não recebi a tão
esperada cartinha. Chegou a desejada na quarta-feira. Simples e objetiva como sempre.
“Sr. Manoel.
No domingo, primeiro páreo, vai dar o número 1.
Antônio Silva.”
Joguei e ganhei. Infelizmente joguei pouco e por isso pouco ganhei. Fiquei revoltado. Se muito
tivesse jogado, muito teria ganho.
A espera de uma nova cartinha foi em ambiente de alta tensão. E lá veio ela, agora na sexta-
feira. Os termos eram algo diferentes:
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 38
“Sr. Manoel.
Graças a meus conhecimentos, o Sr. teve três indicações certas para
jogar. O Sr. deve hoje estar rico com o que ganhou. Tenho o nome do
cavalo que vai dar no próximo sábado. Não quero dinheiro. Quero apenas
que o Sr. jogue em sociedade comigo. O Sr. trará no mínimo cinqüenta
mil reais e apostaremos esse valor no cavalo que eu lhe direi. O Sr. ficará
com a metade do valor da aposta e eu, com a outra metade. Amanhã lhe
telefono. Seu amigo,
Antônio Silva.”
O homem era meu amigo, seguramente. A proposta era muito boa. Ele jogaria junto comigo
(se bem que com meu dinheiro, destaque-se). Eta homem seguro de seus conhecimentos!
Dinheiro ele não queria. Queria apenas os boletos (poules) do jogo. Retirei o dinheiro do banco e
esperei o telefonema. Não teria sido melhor ele dar o seu telefone? Não entendi o anonimato.
Nem telefone, nem endereço. Só o nome, Antônio Silva. Afinal, por que um amigo permanece
incógnito? Seria modéstia? Ou seria acanhamento desse meu amigo?
Sábado de manhã o telefone tocou. Era Antônio. Marcamos o encontro. Sábado, no centro
da cidade, em frente ao Centro de Apostas. O meu amigo Antônio me esperaria junto ao poste,
segurando um jornal aberto na Seção de Turfe.
Solitário, fui para casa esperar que desse o cavalo nº 5 no quarto páreo. O locutor do rádio
foi dramaticamente claro na chegada desse páreo:
“Os cavalos Príncipe da Alegria (nº 2) e Seta Dourada (nº 6) chegam juntos e cruzam a
linha de chegada”.
Perdi. Até hoje não sei o porquê. Antônio nunca mais me procurou.
Peço aos leitores ajuda para deslindar esse mistério. O mistério de Antônio, o homem que
sempre ganhava (ou quase sempre) nas corridas de cavalos.
COMENTÁRIO:
O espertalhão do Sr. Antônio pegou uma lista telefônica, selecionou 10 mil pessoas
(Manoel entre elas) e dividiu-as em dez grupos, correspondentes aos 10 cavalos que
correriam um páreo. A cada grupo enviou cartas indicando um dos cavalos como
vencedor.
Os mil que receberam a indicação certa (obrigatoriamente mil), ele dividiu em 10
grupos de 100 e enviou novas dicas de cavalos para outro dia, aí por diante.
2) COMBINATÓRIA–PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO
(Adaptação do Projeto Educ@ar (USP / SC) e da aula 48 do Tele-curso, da Fundação Roberto Marinho)
Vejamos como o problema pode ser resolvido. Para todas as combinações possíveis,
precisamos pensar de maneira organizada. Isto pode ser conseguido, por exemplo, com a
ajuda de uma tabela retangular.
salame queijo presunto mortadela
pão de pão de forma pão de forma pão de forma pão de forma com
forma com salame com queijo com presunto mortadela
pão pão francês pão francês pão francês com pão francês com
francês com salame com queijo presunto mortadela
pão pão italiano pão italiano pão italiano com pão italiano com
italiano com salame com queijo presunto mortadela
Este último esquema, que lembra os galhos de uma árvore (deitada), é conhecido
como árvore das possibilidades.
Tanto com a tabela retangular como com a árvore das possibilidades, podemos
obter a solução do problema: contamos os tipos de sanduíche e chegamos a 12 tipos. O
que não se percebe ainda é o que o problema tem a ver com a multiplicação.
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Isso pode ser percebido com este raciocínio: para cada um dos tipos de pão
temos 4 tipos de recheio e, portanto, 4 sanduíches diferentes; como são 3 tipos de pão, os
sanduíches são 4 + 4 + 4, ou seja, 3 x 4 = 12.
Nesse raciocínio, procuramos combinar os tipos de pão com os tipos de recheio
para obter todos os tipos de sanduíche. É um exemplo de raciocínio combinatório, o qual
leva á multiplicação.
Você pode notar que a árvore de possibilidades é uma espécie de "desenho" do
raciocínio que fizemos: de cada um dos seus 3 "galhos" iniciais saem outros 4 "galhos",
dando um total de 12.
Quando podemos desenhar a árvore de possibilidades ou fazer uma tabela, como
no caso do problema dos sanduíches, o problema pode ser resolvido sem a multiplicação.
Mas, quando as possibilidades são muitas, a multiplicação facilita os cálculos. Já imaginou
desenhar a árvore se fossem 6 os tipos de pão e 12 os recheios?
Ao escrever o algarismo das dezenas não podemos usar aquele que já foi usado
nas centenas. Portanto, para cada uma das maneiras de escolher o dígito das centenas
temos duas maneiras de escolher o das dezenas.
Ao escrever o algarismo das unidades não podemos repetir nenhum dos dois que já foram
usados nas centenas e dezenas. Logo, para cada uma das maneiras de escrever os dois
primeiros algarismos temos uma só escolha para o último dígito.
Portanto, nas condições do problema, é possível escrever 3 x 2 x 1 = 6 números: 123, 132,
213, 231, 312 e 321.
O problema seguinte é parecido com o anterior. Mas há uma diferença entre eles!
• "Usando somente os algarismos 1, 2 e 3 queremos escrever números
de três algarismos. Vamos combinar que, num mesmo número, pode
haver repetição de algarismos. Quantos e quais números podem ser
escritos nestas condições?"
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Vamos construir a árvore das possibilidades para este problema:
Temos 3 possibilidades para escolher o algarismo das centenas. Para cada uma delas, há
3 maneiras de escolher o dígito das dezenas. Portanto há 3 x 3 = 9 modos de escolher
aqueles dois dígitos. Para cada uma destas 9 maneiras há 3 possibilidades de escolha
para o algarismo das unidades. Portanto, nas condições do problema, é possível escrever
3 x 3 x 3 = 27 números. Na árvore das possibilidades podemos ver quais são estes
números.
A palavra Matemática, para um adulto ou uma criança, está diretamente relacionada com
atividades e técnicas para contagem do número de elementos de algum conjunto. As
primeiras atividades matemáticas que vivenciamos envolvem sempre a ação de contar
objetos de um conjunto, enumerando seus elementos.
EXEMPLO 1:
Maria vai sair com suas amigas e, para escolher a roupa que usar·, separou 2 saias e 3
blusas. Vejamos de quantas maneiras ela pode se arrumar.
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solução:
EXEMPLO 2:
Um restaurante prepara 4 pratos quentes (frango, peixe, carne assada,
salsichão), 2 saladas (verde e russa) e 3 sobremesas (sorvete, romeu e julieta, frutas). De
quantas maneiras diferentes um freguês pode se servir consumindo um prato quente, uma
salada e uma sobremesa?
Solução:
EXEMPLO 3:
Se o restaurante do exemplo anterior oferecesse dois preços diferentes, sendo
mais baratas as opções que incluíssem frango ou salsichão com salada verde, de quantas
maneiras você poderia se alimentar pagando menos?
Solução:
EXEMPLO 4:
Quantos números naturais de 3 algarismos distintos existem?
Solução:
Um número de 3 algarismos c d u é formado por 3 ordens: Como o algarismo
da ordem das centenas não pode ser zero, temos então três decisões:
d1: escolher o algarismo da centena diferente de zero (9 opções).
d2: escolher o algarismo da dezena diferente do que j· foi escolhido para
ocupar a centena (9 opções).
d3: escolher o algarismo da unidade diferente dos que j· foram utilizados (8
opções).
EXEMPLO 5:
Solução:
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O algarismo das unidades pode ser escolhido de 5 modos (0, 2, 4, 6 e 8). Se o
zero foi usado como último algarismo, o primeiro pode ser escolhido de 9 modos (não
podemos usar o algarismo já empregado na última casa). Se o zero não foi usado como
último algarismo, o primeiro só pode ser escolhido de 8 modos (não podemos usar o zero,
nem o algarismo j· empregado na última casa).
EXEMPLO 6
As placas de automóveis eram todas formadas por 2 letras (inclusive K, Y e W) seguidas
por 4 algarismos. Hoje em dia, as placas dos carros estão sendo todas trocadas e
passaram a ter 3 letras seguidas e 4 algarismos. Quantas placas de cada
tipo podemos formar?
Solução:
No primeiro caso:
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Como cada letra (L) pode ser escolhida de 26 maneiras e cada algarismo (N) de 10 modos
distintos, a resposta é:
26 · 26 · 10 · 10 · 10 · 10 = 6 760 000
No segundo caso
26 · 26 · 26 · 10 · 10 · 10 · 10 = 26 · 6 760 000 = = 175 760 000
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
Exercício 1.
Numa sala há 5 homens e 5 mulheres. De quantos modos é possível selecionar um casal
homem-mulher?
Exercício 2.
a) Quantos números naturais de 2 algarismos distintos existem?
b) Quantos destes números são divisíveis por 5?
Exercício 3.
Quantas palavras contendo 3 letras diferentes podem ser formadas com um alfabeto de 26
letras?
Exercício 4.
Quantos são os gabaritos possíveis para um teste de 10 questões de múltipla escolha, com
5 alternativas por questão?
Exercício: 5.
Em um grupo existem 7 pessoas, entre elas Roberto e Ana. Quantas são as filas que
podem ser formadas, de modo que Roberto seja sempre o primeiro e Ana seja sempre a
última de cada fila?
Exercício 6:
O segredo de um cofre é formado por uma seqüência de 4 números distintos de 2 dígitos
(de 00 a 99). Uma pessoa decide tentar abrir o cofre sem saber a formação do segredo
(por exemplo: 15 - 26 - 00 - 52). Se essa pessoa levar 1 segundo para experimentar cada
combinação possível, trabalhando ininterruptamente e anotando cada tentativa já feita para
não repeti-la, qual ser· o tempo máximo que poderá levar para abrir o cofre?
Exercício 7:
a) Quantas são as placas de automóvel que podem ser formadas no atual sistema de
emplacamento Brasileiro?
b) O Sr.José Carlos Medeiros gostaria de que a placa de seu automóvel tivesse as iniciais
do seu nome (na ordem correta do nome). Quantas placas existem nestas condições?
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Exercício 8:
Uma bandeira formada por 7 listras que devem ser coloridas usando-se apenas as cores
verde, azul e cinza. Se cada listra deve ter apenas uma cor e não podem ser usadas cores
iguais em listras adjacentes, de quantos modos se pode colorir a bandeira?
Exercício 9:
Quantos divisores inteiros e positivos possui o número 360? Quantos desses divisores são
pares? Quantos são ímpares? Quantos são quadrados perfeitos?
Exercício 10:
Quantos subconjuntos possui um conjunto que tem n elementos?
Exercício 11:
De quantos modos podemos colocar 8 torres iguais em um tabuleiro 8×8, de modo que não
haja duas torres na mesma linha ou na mesma coluna?
Exercício 12:
O conjunto A possui 4 elementos, e o conjunto B, 7 elementos. Quantas funções f :
A → B existem? Quantas delas são injetivas?
Exercício 13:
Quantos são os anagramas da palavra PRATO, que começam por uma consoante?
Exercício 14:
Formando-se todos os números possíveis, de 5 algarismos, permutando-se os dígitos
1, 2, 3, 4, 5 e escrevendo-os em ordem crescente, responda:
a) Qual será a posição ocupada pelo número 43 251?
b) Qual será o valor da soma de todos esses números formados?
Exercício 15:
Quantas siglas, de 3 letras distintas, podem ser formadas a partir da escolha dentre as
letras: A, B, C, D, E, F?
09) a) 24 divisores
b) 18 divisores pares
01) 25 Modos
c) 4 divisores quadrados
02) A) 81 Números n
B) 17 Números 10) 2 subconjuntos
03) 15 600 palavras 11) 8! = 40 320 modos
4
04) 9 765 625 gabaritos 12) a) 7 = 2401 funções
b) 840 funções injetivas
05) 120 filas 13) 72 anagramas
06) 94 109 400 s 3 anos 14) 90ª posição
07) 10 000 placas 15) 120 Siglas
08) 192 modos PROVÃO 1: E
PROVÃO 2: D
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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM
GABARITO
01) 24 192 bilhetes 06) 8 100 000 números 11) 2352 números
02) 240 números 07) 10 peças 12) 48 modos
03) 30 240 suspeitos 08) 32 modos 13) 144 modos
09) a) 720 b) 120
04) 24 modos 14) 72 números
c) 24 d) 360
05) 600 modos 10) 505 números 15) 13 436 928 000
1) Definição:
Conforme já vimos em alguns problemas estudados anteriormente, em vários casos
surgiram produtos do tipo: 5.4.3.2.1 ou 8.7.6.5.4.3.2.1. Para estes casos é interessante
adotar-se alguma notação que simplifique este tipo de produto – surge então a notação
fatorial.
Definimos fatorial de um número natural n 2 como sendo o produto de todos os
números naturais de n até 1 – usamos a notação n !. Logo:
n! = n. (n-1).(n-2).(n-3)....3.2.1 n N, n 2
Exemplos:
a) 4! = 4.3.2.1 = 24
b) 8! = 8.7.6.5.4.3.2.1 = 40 320
c) 6! = 6.5.4.3! = 120
3! 3!
2) Função Fatorial
Da definição de fatorial é imediato que, dado um número natural n, existe e é único o
número n!. Dessa forma podemos definir uma função f, de N em R, tal que f(x) = x!. Essa
função é chamada função fatorial, seu domínio de definição é o conjunto dos números
naturais. Faça uma construção do gráfico desta função. Ela é contínua?
Observe que equações do tipo x! = a, mesmo que a seja um número natural, muitas
vezes terá solução vazia, já que a função f(x) = x! não é sobrejetora. No caso proposto,
como 24 = 4!, teremos x! = 4!, o que acarreta a solução x = 4.
4) Por que os pontos obtidos no gráfico de f(x) = x! não foram “ligados”, formando-se
uma curva?
3) PROBLEMAS DE CONTAGEM
A) PERMUTAÇÕES SIMPLES
Dados n objetos distintos: a1, a2, a3, .... an, cada ordenação obtida a partir desses n
objetos é denominada de uma permutação simples (porque todos são distintos) desses
elementos. Assim, como vimos anteriormente nos problemas de filas ou de anagramas, por
exemplo, temos n modos de escolha para o primeiro lugar, n – 1 modos de escolha para o
segundo lugar, ......1 modo de escolha para o último lugar, ou seja:
O número de modos de ordenar n objetos distintos é igual a n!. Podemos representar
o número de permutações simples de n objetos distintos por Pn. Logo, temos que:
Pn = n!
Exemplos:
1) Quantos são os anagramas da palavra FLAMENGO:
a) Sem quaisquer restrições? - teremos neste caso que determinar o
número de permutações simples das 8 letras distintas dessa palavra, ou
seja: P8 = 8! = 40320 anagramas.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 52
b) Que comecem por uma vogal e terminem por uma consoante? – teremos
nesse caso 3 opções de escolha para a primeira letra da palavra, 5
opções de escolha para a última letra e P6 = 6! = 720 para as demais
posições. Logo, aplicando o princípio fundamental da contagem, teremos
um total de 3 . 5. 720 = 10 800 anagramas.
c) Que tenham sempre juntas as letras A M, em qualquer ordem? Nesse
caso, essas duas letras devem ser consideradas como se fossem uma
única, acarretando a permutação de 7 elementos – as duas juntas e as 6
letras restantes, ou seja 7! = 5040 anagramas. Mas como a ordem não
foi dbefinida, elas poderão também permutar entre si, gerando 2! = 2
variações. Logo, aplicando novamente o princípio fundamental da
contagem, teremos um total de 50 040 x 2 = 10 080 anagramas.
Devemos tomar um certo cuidado com esse tipo de problema, pois o resultado não é
igual a 5! = 120 rodas, como poderíamos pensar “apressadamente”. Verifique que a roda
ABCDE, por exemplo, tem a mesma configuração que a roda EABCD, já que o que importa
agora é a posição relativa das crianças entre si. Dessa forma cada roda pode ser virada de
5 modos que repetem a mesma configuração. Assim, o número de rodas distintas que
podemos obter será igual a 120 : 5 = 24 rodas.
PCn = n ! = (n –1) !
n
Esse é outro caso que demanda um certo cuidado. A resposta seria 5! = 120
anagramas, caso todas as letras fossem distintas. Como temos duas letras A, é claro que
uma permutação entre essas duas letras não geraria anagramas novos. Assim sendo cada
anagrama foi contado 2! = 2 vezes (que são as letras repetidas). Logo, o número correto de
anagramas é 120 : 2 = 60 anagramas.
6) Essa é para você resolver. Quantos são os anagramas da palavra URUGUAI que
começam por vogal?
+ + + ^ ^ ^
Quantas são as possíveis seqüências distintas que podemos formar com esses
símbolos?
Perceba agora que estamos diante de permutações com alguns elementos repetidos,
no caso, temos:
3, 3
P6 = 6! = 20 seqüências
3!.3!
B) ARRANJOS SIMPLES
Dados n objetos distintos: a1, a2, a3, .... an, cada ordenação de p objetos (p<n) obtida
a partir desses n objetos recebe a denominação de arranjo simples de n elementos, na taxa
p ou arranjo de n, p a p (A n,p ).
Você pode verificar que um arranjo simples é, de certa forma, similar a uma
permutação simples, sendo que em cada grupamento formado usamos apenas p elementos,
dos n distintos disponíveis.
aei aeo aeu aie aio aiu aoe aoi aou aue aui auo
eai eao eau eia eio eiu eoa eoi eou eua eui euo
iae iao iau iea ieo ieu ioa ioe iou iua iue iuo
oae oai oau oea oei oeu oia oie oiu oua oue oui
uae uai uao uea uei ueo uia uie uio uoa uoe uoi
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 54
Observe que, para ocupar o lugar da primeira vogal, temos 5 possibilidades; por isso
escrevemos 5 linhas na horizontal. A segunda vogal pode ser escolhida entre as 4 restantes;
portanto, separamos quatro grupos em colunas verticais. Por fim, para a terceira vogal,
podemos escolher qualquer uma das três restantes. Indicando o número dos arranjos das 5
vogais tomadas 3 a 3 por A 5,3 no total, teremos:
A 5,3 = 5 X 4 X 3 = 60
Exemplo 2: Quantas siglas, de três letras distintas, podem ser formadas a partir das letras:
A, B, C, D, E, F e G?
Observe que você poderia resolver esse problema usando o princípio fundamental
da contagem (multiplicativo), e teria:
7 escolhas para a primeira letra da sigla, 6 escolhas para a segunda (já que são
letras distintas) e 5 possibilidades de escolha para a terceira letra da sigla. Pelo princípio
fundamental da contagem, teríamos: 7. 6. 5 = 210 siglas.
Ou seja:
A n,p = n! .
(n – p)!
Exemplo 3: Dez cavalos disputam um páreo no Jockei Clube. Quantos são os possíveis
trios para as três primeiras colocações nesta corrida?
Solução:
EXERCÍCIOS:
GABARITO
1) Sim, pois A n,n = n! = n !
0!
2) 23 760 modos
3) 600 modos
4) 4 536 números
5) 720 tentativas
AR m, p = mp
Exemplos:
a) Quantas são as siglas de três letras, escolhidas a partir das letras: A, B, C, D, E, F?
3
Como dispomos de 6 letras, para escolher 3, teremos AR 6, 3 = 6 = 216 siglas.
Como temos 5 opções de escolha, para cada uma das 20 questões, teremos neste caso
20
AR 5, 20 = 5
C) COMBINAÇÕES SIMPLES
Observe que duas combinações são diferentes quando possuem elementos distintos, não
importando a ordem em que os elementos são colocados.
Exemplo:
No conjunto E= {a,b.c,d} podemos considerar:
Observe que enquanto dois arranjos podem se distinguir pela ordem ou pela natureza
de seus elementos, duas combinações só se distinguem pela natureza de seus
elementos.
Consideremos o conjunto A = {a, b, c, d}. Vimos que as combinações três a três que se
podem formar com os quatro elementos de B são: abc, abd, acd, bcd. Permutando de todas
as formas possíveis os três elementos de cada combinação, obtemos os arranjos simples de
quatro elementos três a três, como indica o quadro:
A n,p n!
C n,p = =
p! (n - p)!.p!
Exemplo a: Sete pontos pertencem a um círculo. Quantos triângulos são definidos por
esses pontos?
Exemplo e: Uma urna contém 12 bolas das quais 7 são vermelhas e 5 são brancas.
De quantos modos podem ser tiradas 6 bolas das quais 2 são brancas?
Solução: Estamos novamente diante de um caso de combinações simples (verifique) e,
como queremos retirar 6 bolas, sendo 2 brancas, é lógico que as outras 4 deverão ser
vermelhas.
Teremos então que retirar 4, das 7 vermelhas disponíveis e retirar 2 das 5 brancas
disponíveis. Como são fatos simultâneos, os dois resultados deverão ser multiplicados
(princípio fundamental da contagem).
7! 5!
C 7,4 x C 5,2 = x = 35 x 10 = 350 modos.
3!.4! 3!. 2!
a ) C n,0 = 1 b) C n,n = 1
c) C n,p = C n, n - p
5) Seis homens e três mulheres inscreveram-se para trabalhar com menores carentes
num projeto da prefeitura local, mas serão escolhidos apenas 5 participantes. De
quantas formas podemos escolher a equipe de modo que haja sempre, pelo menos
uma mulher?
10) Duas retas r e s são paralelas. Existem 4 pontos marcados sobre r e outros 5 pontos,
marcados sobre s. Quantos são os triângulos que podem ser construídos unindo-se
3 desses 9 pontos?
11) Com 7 cardiologistas e 6 neurologistas que trabalham num hospital, quer-se formar
uma junta médica de 5 elementos. Quantas juntas podem ser formadas se devem
sempre participar 3 cardiologistas e 2 neurologistas?
12) De quantos modos podemos escolher 6 pessoas, incluindo pelo menos duas
mulheres, em um grupo de 7 homens e 4 mulheres?
GABARITO
• Dado um icoságono, quantos são os triângulos que podem ser construídos, a partir
de vértices não consecutivos desse icoságono?
• Quantos são os anagramas da palavra araraquara que não possuem duas letras a
consecutivas?
Existem dois teoremas (Lemas de Kaplansky) que enunciaremos a seguir e que nos
permitirão resolver questões semelhantes a que estão propostas.
Lema 1)
De quantos modos é possível formar um p-subconjunto (isto é um subconjunto com p
elementos), a partir do conjunto {1, 2, 3, ...,n}, no qual não haja números consecutivos?
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 60
É lógico que este processo de enumeração é exaustivo e nada prático, então, vamos
demonstrar que o número de p-subconjuntos, sem que hajam elementos consecutivos, a
partir do conjunto {1, 2, 3, ...,n} é:
f ( n, p ) = C n p + 1, p
Para facilitar o entendimento da fórmula, vamos usar a notação para os elementos que
farão parte do p-subconjunto e a notação para os que não farão parte dele.
Devemos perceber que, para 6 elementos, ficam definidos 7 posições possíveis (n + 1),
fixando os 3 lugares que seriam preenchidos pelos elementos que não farão parte do 3-
subconjunto, sobrariam 4 posições (n – p +1) para serem escolhidas 3 para serem
preenchidas pelos que farão parte do p-subconjunto.
Note que, se temos 3 elementos que não vão participar do p-subconjunto, temos 3 + 1
(n – p +1) posições para serem ocupadas pelos outros 3 elementos, que farão parte do
subconjunto. Logo, em nosso exemplo, temos uma única posição para os não participantes
( ) e C4,3 para os participantes ( ) do 3-subconjunto.
APLICAÇÕES:
1) As três provas de um vestibular devem ser realizadas na primeira semana do ano. De
quantos modos é possível escolher os dias das provas, de modo que não haja provas
em dias consecutivos?
Solução:
O que se deseja é a quantidade de 3-subconjuntos, a partir de um conjunto de 7 elementos
(os dias da semana) e de forma que não existam elementos consecutivos.
É uma aplicação imediata do 1º Lema de Kaplansky, e, aplicando a fórmula demonstrada,
teremos: f (7, 3) = C 5 , 3 = 10
2) Uma fila de cinema tem 15 cadeiras e devem sentar-se 15 alunos de um Colégio. De
quantos modos isso poderá ser feito, sabendo que os 5 rapazes do grupo não desejam
estar em cadeiras contíguas?
Solução:
Em primeiro lugar, devemos aferir os modos de escolha das 5 cadeiras, sem que existam
cadeiras consecutivas para esses rapazes. De acordo com o 1º Lema de Kaplansky,
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3) Quantos são os anagramas da palavra MISSISSIPI nos quais não há duas letras S
consecutivas?
Solução:
n-1 3
...
Caso B) Número de subconjuntos nos quais o elemento 1 não figura. Para formá-los
devemos escolher p elementos em {2, 3, 4, ...., n}, não podendo ser escolhidos elementos
consecutivos. Aplicando novamente o Lema 1, teremos: f (n 1, p) = C n 1 p +1 , p = Cn p, p
Logo, o resultado procurado será a soma das duas respostas obtidas (confirme!), que nos
remete à fórmula do Lema 2:
n
f 2 ( n, p) = Cn p, p
n p
APLICAÇÃO:
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1) Ana deve ter aula de tênis três vezes por semana, durante um semestre. Quantos são os
modos de escolher os dias de aula, se Ana não deseja ter aulas em dias consecutivos?
Solução:
Ana deve escolher 3 dos elementos do conjunto {domingo, segunda-feira, terça-feira,
quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado}, não podendo escolher dois dias consecutivos
e sendo domingo e sábado dias consecutivos.
Para que possamos entender melhor o nosso problema inicial, vamos supor que a
loja oferecesse os sabores: manga, abacaxi, goiaba, cereja e limão. Nas combinações
simples, desses 5 sabores, tomados 3 a 3, só teríamos composições do tipo: manga,
abacaxi, goiaba ou goiaba, cereja, limão ou abacaxi, goiaba, limão, etc...Como se pode
perceber, essa opção das combinações completas dará um resultado maior que na primeira,
que gerou 10 possibilidades de escolha.
x1 + x 2 + x 3 + x 4 + x 5 = 3
(n - 1 + p) !
CR n, p = Pn
n 1, p
1+ p =
(n 1)! . p !
Exemplos:
1) De quantos modos podemos comprar 4 salgadinhos em uma lanchonete que oferece
7 opções de escolha de salgadinhos?
10 !
CR 7, 4 = P106,4 = = 210.
6!. 4!
2) Podendo escolher entre 5 tipos de queijo e 4 marcas de vinho, de quantos modos é
possível fazer um pedido num restaurante, com duas qualidades de queijo e 3
garrafas de vinho?
Solução: temos que escolher os dois tipos de queijo, entre os 5 disponíveis (distintos
6!
ou não). Isto será igual a CR 5, 2 = P64,2 = = 15. Em seguida, temos que escolher
4!. 2!
6!
3 garrafas entre os 4 vinhos disponíveis, ou seja, CR 4, 3 = P63,3 = = 20. Logo, o
3!. 3!
número de pedidos de queijo e vinho, da acordo como proposto na questão, será
dado por 15 x 20 = 300.
Na análise combinatória muitas vezes somos levados a muito mais do que simplesmente
contar os elementos de conjuntos ou seqüências. Em algumas ocasiões o que se pretende é
verificar a existência, ou não, de conjuntos que satisfaçam a determinadas propriedades.
Uma importante ferramenta para essas situações é o princípio das gavetas de Dirichlet
(1805 – 1859, matemático alemão).
Prova (por absurdo) – se cada uma das gavetas contiver, no máximo, 1 objeto, o número
total de objetos colocados será igual a n – 1, o que contraria a hipótese de dispormos de n
objetos. Logo, em uma das gavetas pelo menos teremos que colocar 2 objetos, ao menos.
EXEMPLOS:
5) Qual o número mínimo de pessoas que deve haver em um grupo para que
possamos garantir que nele haja, pelo menos, 5 pessoas nascidas no mesmo mês?
Solução:
Devemos ter nesse grupo um mínimo de 49 pessoas, pois nesse caso, até 48
pessoas ainda não poderíamos garantir que 5 delas teriam nascido no mesmo mês,
12 meses x 4 = 48 pessoas.
Todos os exercícios virão com os respectivos gabaritos e você deve, sempre que
necessário, recorrer à teoria contida na apostila para tirar as suas dúvidas.
4) Sete pessoas, entre elas José e Pedro, estão reunidas para formar uma chapa
com presidente, secretário, segundo-secretário e tesoureiro para concorrer às
eleições de um clube. Determine em quantas das possíveis chapas:
a) José é o presidente e Pedro é o tesoureiro
b) José não é o presidente e Pedro não é o tesoureiro.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 65
5) Um deputado quer convocar 5 entre 8 políticos de seu grupo para uma reunião.
No entanto, dois desses políticos têm forte rixa pessoal. De quantos modos pode
ser feita a convocação de maneira que não compareçam simultaneamente os
dois citados?
6) De quantas maneiras diferentes uma família de 4 pessoas pode pedir almoço (um
prato para cada pessoa), em um restaurante que oferece 8 tipos de pratos?
7) Quantas são as funções injetoras que podemos definir do conjunto A, com 5
elementos, no conjunto B, com 8 elementos?
11) Quantos são os anagramas da palavra BUTANOL, que apresentam a sílaba TO?
13) O diagrama abaixo representa algumas ruas de uma cidade. De quantos modos
uma pessoa pode dirigir-se do ponto A ao ponto B, utilizando-se sempre dos
caminhos mais curtos (uma unidade de quadradinho de cada vez, horizontal ou
vertical)?
( x + 4)!+( x + 2)! 7
14) Resolva a equação: =
3.[( x + 3)]! 6
x+y+z+w+g+p=5
16) Quantos são os números inteiros, maiores que 4000 e menores que 9000,
formados por algarismos distintos e que são múltiplos de 5?
17) Aninha deve freqüentar a academia de musculação duas vezes por semana,
durante todo o ano. Quantos são os modos dela escolher os dias de suas aulas
se não deseja ter aulas em dias consecutivos?
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 66
18) Se os telefones de uma certa vila devem ter números de 5 algarismos, todos
começando com 23 e todos múltiplos de 5, então o número máximo de telefones
que a vila pode ter é:
21) De quantas maneiras três mães e seus respectivos três filhos podem ocupar uma
fila com seis cadeiras, de modo que cada mãe sente junto de seu filho?
22) Quantas são as maneiras de um cientista escolher pelo menos duas cobaias,
num grupo de seis cobaias?
24) Um casal e seus quatro filhos vão ser colocados lado a lado para tirar uma foto.
Se todos os filhos devem ficar entre os pais, de quantos modos distintos os seis
podem posar para a foto?
25) Observe o código abaixo, composto por 10 sinais, de dois tipos: e (cinco de
cada um). Quantos códigos distintos poderemos obter com esses 10 símbolos?
27) Sobre uma mesa colocam–se seis moedas em linha. De quantos modos
podemos obter duas caras e quatro coroas voltadas para cima?
29) Quantos são os números inteiros positivos, de cinco algarismos, em que dois
algarismos adjacentes nunca sejam iguais?
30) Um professor propôs para uma de suas turmas uma prova com 7 questões, das
quais cada aluno deveria escolher exatamente 5 questões para responder. Sabe-
se que não houve duas escolhas das mesmas 5 questões entre todos os alunos
da turma. Determine o número máximo de alunos que essa turma poderia ter.
31) Dado um decágono, quantos são os triângulos cujos vértices são vértices não
consecutivos desse polígono?
32) Quantos são os anagramas da palavra ARARAQUARA que não possuem duas
letras a consecutivas?
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 67
25) 252
21) 48 22) 57 23) 280 24) 48
30) 21
26) 6 / 7 27) 15 28) 720 29) 59 049
31) 50 32) 120
4) BINÔMIO DE NEWTON
Um binômio é qualquer expressão da forma x + y, ou seja, é a representação da soma
algébrica de duas quantidades distintas.
Vamos tomar agora o produto de seis binômios, todos iguais. Por exemplo:
(x + a )(x + a )(x + a )(x + a )(x + a )(x + a ) .
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 68
Como temos 64 maneiras de selecionarmos 6 letras, uma de cada binômio, e como todos os
binômios são iguais a (x + a ) teremos termos repetidos. Por exemplo, se tomarmos a letra a
nos 2 primeiros e a letra x nos 4 últimos, teremos a 2 x 4 , que irá aparecer toda vez que a
letra a for escolhida em exatamente 2 dos 6 binômios e a letra x nos 4 restantes. Como isto
pode ser feito de C 62 maneiras diferentes, afirmamos que o termo a 2 x 4 irá aparecer este
número de vezes, o que equivale a dizer que o coeficiente de a 2 x 4 é igual a C 62 .
Observando que qualquer termo consiste do produto de 6 letras, o termo geral é da forma
a p x q , onde p + q = 6, ou seja, cada termo é da forma a p x 6 p . Como esse termo aparece
C 6p vezes a expansão acima, organizada segundo as potências decrescentes de x, é dada
por
6
(x + a )6 = C 6p a p x 6 p
p=0
= C 60 a 0 x 6 + C 61 a1 x 5 + C 62 a 2 x 4 + C 63 a 3 x 3 + C 64 a 4 x 2 + C 65 a 5 x1 + C 66 a 6 x 0
= x 6 + 6ax 5 + 15a 2 x 4 + 20a 3 x 3 + 15a 4 x 2 + 6a 5 x + a 6
No caso geral (x + a ) , cada termo será da forma a p x n p . Note que o termo a p x n p irá
n
aparecer para cada escolha da letra a em p dos n fatores. Como tal escolha pode ser feita
n
de C np formas diferentes, temos: (x + a ) =
n
C np a p x n p
. Além disso, como,
p =0
p =0
T6 = C105 ( 5 y ) x 5
5
T6 = C105 ( 5) x 5 y 5 = 787.500 x 5 y 5 .
5
igualdade nos dá a soma pedida, que será igual a 2 n . Este valor representa também, o
número de subconjuntos de um conjunto contendo n elementos.
Observe que o exemplo 3 nos oferece uma importante propriedade das combinações e que
será muito útil na resolução de alguns problemas clássicos de Matemática Combinatória.
Vamos novamente destacar essa propriedade:
Repare que, para ficarmos de acordo com a propriedade mostrada anteriormente, visando
facilitar nossos cálculos, poderemos acrescentar as combinações que estão faltando (são
duas) e depois, subtrair da resposta obtida o valor que foi acrescentado. Logo, teremos:
C150 + C15
1
+ C152 + C153 + C154 + ..... + C15
15
= 215
Mas, C150 + C151 = 16
Dessa forma, a resposta procurada será igual a 215 - 16 = 32 752 comissões.
(a + b )0 = 1
(a + b )1 = a + b
(a + b )2 = a 2 + 2ab + b 2
(a + b )3 = a 3 + 3a 2 b + 3ab 2 + b 3
(a + b )4 = a 4 + 4a 3b + 6a 2 b 2 + 4ab 3 + b 4
(a + b )5 = a 5 + 5a 4 b + 10a 3b 2 + 10a 2 b 3 + 5ab 4 + b 5
(a + b )6 = a 6 + 6a 5 b + 15a 4 b 2 + 20a 3b 3 + 15a 2 b 4 + 6ab 5 + b 6
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 70
Coeficientes Binominais – Triângulo de Pascal
• Observe também que a soma de dois termos consecutivos de uma mesma linha do
triângulo corresponde ao termo da linha imediatamente inferior, isto é, C np + C np +1 = C np++11 .
Esta propriedade é conhecida como relação de Stifel
Linha 0 1
1ª linha 1 1
2ª linha 1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
.................................
1ª col
2ª col
col 0
Por uma questão de comodidade iremos evitar a notação de número binomial dando
preferência a notação de combinações por ser um pouco mais familiar aos estudantes que
já completaram um curso de análise combinatória. É claro que todas as propriedades das
combinações são naturalmente legadas aos números binomiais
da seguinte maneira:
• Multiplicando cada termo de (x + a) por x
• Multiplicando cada termo de (x + a) por a
• Somando os termos obtidos e efetuando a redução dos termos semelhantes.
...................................................................................................
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
1 7 21 35 35 21 7 1
. . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
Exemplo 6: Achar uma fórmula para a soma dos n primeiros inteiros positivos.
10
1
Exemplo 8: Calcule o termo independente de x no desenvolvimento de x + 3 2
x
p
6
3 1
3. Calcule a soma dos coeficientes do desenvolvimento de
x3 2y
Determine n.
12
4 2
3x .
x
8. Calcule: (x + y ) + (x y)
4 4
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 74
9. Explique porque não existe termo independente de x no desenvolvimento de
2 n +1
1
x+ .
x
m m m m
10. Calcule m sabendo que + + + .... + = 254 .
1 2 3 m 1
5) PROBABILIDADES
5.1) Origem Histórica
Para iniciar, vamos considerar algumas hipóteses: Rita espera ansiosamente o nascimento
de seu filho, mas ela ainda não sabe qual será o sexo da criança. Em outro caso, antes do
início de um jogo de futebol, o juiz tira "cara ou coroa" com uma moeda para definir o time
que ficará com a bola. Numa terceira hipótese, toda semana, milhares de pessoas arriscam
a sorte na loteria. Problemas como os acima são, hoje, objeto de estudo das probabilidades.
Esta definição a penas pode ser usada quando o conjunto dos casos é finito sendo que
todos têm a mesma possibilidade ocorrer (equiprováveis)!
Definições:
Exemplo:
a) Qual a probabilidade de, ao lançarmos dois dados distintos, a soma dos dois números ser
7?
Solução:
O Espaço amostral será aqui representado pelos 36 pares ordenados representativos das
pontuações possíveis desses dois dados. Poderemos representá-lo por uma tabela de dupla
entrada, vejamos:
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dados 1 2 3 4 5 6
1 (1,1) (1,2) (1,3) (1,4) (1,5) (1,6)
2 (2,1) (2,2) (2,3) (2,4) (2,5) (2,6)
3 (3,1) (3,2) (3,3) (3,4) (3,5) (3,6)
4 (4,1) (4,2) (4,3) (4,4) (4,5) (4,6)
5 (5,1) (5,2) (5,3) (5,4) (5,5) (5,6)
6 (6,1) (6,2) (6,3) (6,4) (6,5) (6,6)
Assinalamos os pares ordenados que atendem à condição proposta (soma 7), logo, a
6 1
probabilidade pedida será: p = = 16, 67 %
36 6
PROBABILIDADE X INTUIÇÃO
Lance a questão a seguir para seus alunos, logo nas aulas iniciais sobre probabilidades e
solicite que tentem estimar o resultado, intuitivamente, antes de aplicar a definição ou qualquer
processo de resolução.
“Num determinado país sabe-se que 10% da população está infectada pelo vírus do HIV.
Sabe-se também que, nos exames para detectar a doença, há 90% de acerto para o
grupo dos infectados e 80% de acerto para os não infectados. Determine”:
1. A probabilidade de que uma pessoa, cujo exame deu positivo para a doença, esteja
realmente infectada.
2. A probabilidade de que uma pessoa, cujo exame deu negativo para a doença, esteja
realmente sadia.
Solução:
Para facilitar, vamos supor que a cidade tivesse uma população de 1000 habitantes. De
acordo com o texto, teremos que 100 são portadores do vírus HIV e 900 não são portadores.
2) Total de não portadores detectados pelo exame: 10 % de 100 + 80% de 900 = 730
pessoas, das quais 720 são realmente não portadores desse vírus. Logo, temos a
probabilidade de 720 / 730 = 98,6 % de que uma pessoa, cujo exame deu negativo para a
doença esteja realmente sadia.
COMENTÁRIO:
Essa questão, que foi originalmente proposta aos candidatos ao Projeto Sapiens (Uma
espécie de vestibular em etapas, no Rio de Janeiro), propicia através de uma abordagem
simples e intuitiva, o enfoque de uma questão atual e de interesse de todos nas aulas de
matemática e pode, dependendo de nossos objetivos, propiciar outras discussões como
probabilidade condicional, por exemplo.
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5.3) Combinação de eventos
Exemplo:
Solução:
Sabemos que no Universo dos inteiros positivos, inferiores ou iguais a 100 (n(S) = 100), a
quantidade de números divisíveis por 2 é 50 (os pares) e a quantidade dos números
divisíveis por 5 é 20 (os terminados em zero ou em cinco). Sendo que os que são divisíveis
ao mesmo tempo por 2 ou por 5 (os múltiplos de 10) são 10. Logo, teremos:
50 1
p( E1 ) = =
100 2
20 1
p ( E2 ) = =
100 5
10 1
p( E1 E2 ) = =
100 10
1 1 1 3
Logo, p ( E1 E2 ) = + = = 60%
2 5 10 5
EXEMPLO 1
Num grupo de jovens estudantes a probabilidade de que um jovem, escolhido ao acaso,
tenha média acima de 7,0 é 1/5. Nesse mesmo grupo, a probabilidade de que um jovem
saiba jogar futebol é 5/6. Qual a probabilidade de escolhermos um jovem (ao acaso) que
tenha média maior que 7,0 e saiba jogar futebol?
Solução:
O fato de ter média maior que 7,0 não depende do fato de saber jogar futebol, e vice-versa.
Quando isso ocorre, dizemos que os eventos são independentes.
Repare que para encontrarmos P (A e B) efetuamos P (A) · P (B). Então, concluímos que,
quando A e B são eventos independentes (não têm “nada a ver” um com o outro):
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 78
P (A e B) = P (A) P (B)
EXEMPLO 2
Dos 30 funcionários de uma empresa, 10 são canhotos e 25 vão de ônibus para o trabalho.
Escolhendo ao acaso um desses empregados, qual a probabilidade de que ele seja canhoto
e vá de ônibus para o trabalho?
Solução:
Considere os eventos:
A : ser canhoto
B : ir de Ônibus para o trabalho
Claro que A e B são eventos independentes, portanto um não depende em nada do outro. A
probabilidade de os dois eventos (A e B) ocorrerem simultaneamente é calculada por
P(A e B) = P (A) · P (B).
Calculando:
P (A) = 10/30 = 1/3
P (B) = 25/30 = 5/6
P (A e B) = P (A) · P (B) = 1/3 . 5/6 = 5/18
EXEMPLO 3:
Alguns atletas participam de um triathlon (prova formada por 3 etapas consecutivas:
(natação, corrida e ciclismo). A probabilidade de que um atleta escolhido ao acaso termine a
primeira etapa (natação) é 4/7. Para continuar na competição com a segunda etapa (corrida)
o atleta precisa ter terminado a natação. Dos atletas que terminam a primeira etapa, a
probabilidade de que um deles, escolhido ao acaso, termine a segunda é ¾. Qual a
probabilidade de que um atleta que iniciou a prova, e seja escolhido ao acaso, termine a
primeira e a segunda etapas?
Utilizamos então a notação B/A, que significa a dependência dos eventos, ou melhor, que o
evento B/A denota a ocorrência do evento B, sabendo que A já ocorreu. No caso deste
exemplo, temos: B/A terminar a 2a etapa (corrida), sabendo que o atleta terminou a 1a etapa
(natação).
O enunciado deste problema nos diz que P(A) = 4/7 e P B/A = 3/4; assim,
P(A e B) = P(A) · P B/A = 4/7 . ¾ = 3/7.
A probabilidade de que um atleta, escolhido ao acaso, termine a 1a e a 2ª etapas é 3/7.
EXEMPLO 4
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No exame para tirar a carteira de motorista, a probabilidade de aprovação na prova escrita é
9/10. Depois de ser aprovado na parte teórica, há uma prova prática de direção para os que
já passaram no exame escrito, a probabilidade de passar nessa prova prática é 2/3.
Solução:
Considere os eventos:
A: aprovação na prova escrita.
B: aprovação na prova prática de direção.
Os eventos A e B não são independentes, pois é preciso ter aprovação na prova escrita
para fazer a prova prática de direção. Como a ocorrência de B está condicionada à
ocorrência de A, criamos o evento: B/A: ter aprovação na prova prática de direção, sabendo
que o candidato foi aprovado na prova escrita.
EXEMPLO 5:
Uma urna contém 4 bolas brancas e 2 vermelhas. Uma bola é retirada e, sem reposição,
uma segunda bola é retirada.
Considere os eventos:
Então: P(A) =
Tendo sido retirada uma bola branca e não havendo reposição na urna, restam 5 bolas
sendo 3 brancas, logo, a probabilidade de retirar-se outra bola branca é
3
P(B\A) =
5
2 3 2
Portanto P(A B) = P(A) P(B\A) = . =
3 5 5
4.3
C 4, 2 2
OBS: Este resultado poderia ser obtido diretamente da definição P(A B) = = 2 =
C 6, 2 6.5 5
2
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EXEMPLO 6:
Na Copa América de 1995, o Brasil jogou com a Colômbia. No primeiro tempo, a seleção
brasileira cometeu 10 faltas, sendo que 3 foram cometidas por Leonardo e outras 3 por
André Cruz. No intervalo, os melhores lances foram reprisados, dentre os quais uma falta
cometida pelo Brasil, escolhida ao acaso. Qual a probabilidade de que a falta escolhida seja
de Leonardo ou de André Cruz?
Solução:
Das 10 faltas, 3 foram de Leonardo e 3 de André Cruz. Portanto, os dois juntos cometeram 6
das 10 faltas do Brasil. Assim, a probabilidade de que uma das faltas seja a escolhida dentre
as 10 é 6/10 = 3/5 .
Também podemos resolver este problema da seguinte maneira:
Probabilidade de ser escolhida uma falta do Leonardo = 3/10 .
Probabilidade de ser escolhida uma falta do André Cruz = 3/10 .
A probabilidade de ser escolhida uma falta de um destes dois jogadores = 3/10 + 3/10 =
6/10 = 3/5.
Lembre-se de que qualquer uma das duas escolhas terá um resultado favorável.
Se A e B são os eventos (escolher uma falta de Leonardo ou escolher uma falta de André
Cruz), estamos interessados na probabilidade do evento A ou B.
Temos então, para esse caso que: P(A ou B) = P(A) + P(B)
Note que isso vale porque uma falta não pode ser cometida pelos dois jogadores ao mesmo
tempo, ou seja, o evento A e B é impossível.
Problema: Se eu tiver uma moeda viciada e a lançar várias vezes o que posso esperar como
resultado?
Exemplo: Qual a probabilidade de sair caras ou coroas numa moeda viciada em que a
chance de aparecer cara é duas vezes a chance de aparecer coroa.
Solução:
1) p(CA) =2 p(CO)
2) p(CA) + p(CO) = 1, por definição.
3) 2 p(CO) + p(CO) = 3 p(CO) = 1, de 1) e 2)
p(CO) = 1/3
p(CA) = 2/3
Definição: A probabilidade de um acontecimento E é igual à soma das probabilidades dos
resultados em E.
p(E) = s
s E
Exemplo: Admita que tem um dado viciado de modo que o número 3 aparece duas vezes
mais que qualquer dos outros números. Qual a probabilidade de sair um número ímpar
quando lançamos o dado uma vez?
Solução:
P(3) = 2s
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 81
P(1) = p(2) = p(4) = p(5) = p(6) = s
Logo, 2 s + 5 s = 1 ou s = 1/7
Seja E o evento esperado (sair um número ímpar), teremos: p(E) = p(1) + p(3) + p(5) = 4/7
Uma boa experiência que pode ser feita em classe e que, através do aumento do número de
registros, podemos verificar a aproximação do resultado obtido na prática, com o teórico.
Lançam-se cinco dados. Para ganharmos tem de sair o número 5 mas não pode sair o 6. Qual é
a probabilidade de ganhar?
Numa fase inicial do estudo das probabilidades, os alunos ainda não têm conhecimentos que
lhes permitam responder à pergunta com o valor exato. No entanto, podem obter
experimentalmente uma aproximação razoável.
Para isso, a cada grupo de alunos deve ser distribuído um conjunto de 5 dados (ou solicitar que
eles tragam de casa), pedimos que cada grupo faça uma série de sorteios (50, por exemplo) e
que registre os resultados obtidos, destacando de alguma forma os casos que forem favoráveis
ao evento proposto. Caso haja condições, podemos até simular tais sorteios numa calculadora
gráfica (TI-83, por exemplo).
Seja, por exemplo os seguintes resultados que poderiam ser obtidos por um grupo:
1 2 2 3 3
2 2 5 6 4
5 1 2 3 3
Verificamos facilmente que dos três sorteios anteriores, o único que nos é favorável é o terceiro,
ou seja, num universo de 3 sorteios, obtivemos a freqüência relativa de 1/3, ou 33%.
Se, numa turma, cada grupo fizer uns 50 sorteios, registrando o número de experiências e o
número de vezes favoráveis, facilmente chegamos a 500 resultados. Podemos juntar os
resultados de duas turmas, por exemplo e chegamos a 1000 experiências.
Num dos Colégios em que fizemos a experiência, em 1000 experiências, anotamos 276
sucessos, o que corresponde a uma freqüência relativa de 0,276 ou 27,6%.
Podemos então prever que a probabilidade de ganhar numa jogada vai ser próxima deste valor,
não longe dos 28%.
Claro que quantas mais experiências fizermos, mais confiança poderemos ter nos resultados ( e
isso devemos passar a nossos alunos, a experiência com grandes números). Se conseguirmos
juntar os resultados de várias turmas (10 000 sorteios, por exemplo), verificaremos que a
probabilidade de ocorrência do evento estará perto de 27%. Em seguida veremos o resultado
exato desta probabilidade, com o auxílio da Análise Combinatória.
Cálculo da probabilidade
Lançam-se cinco dados. Para ganharmos tem de sair o número 5 mas não pode sair o 6. Qual é
a probabilidade de ganhar?
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 82
Já vimos, experimentalmente, que o resultado procurado está próximo dos 27%. Agora vamos
obter o resultado exato.
O número de casos possíveis quando lançamos 5 dados são os arranjos com repetição dos 6
5
números, ou, pelo princípio multiplicativo: 6 x 6 x 6 x 6 x 6 = 6 = 7776
O número de casos favoráveis (sair 5 mas não sair 6) tem de ser feito em duas etapas:
Primeiro, não pode sair 6: são os arranjos com repetição dos números de 1 a 5.
5
Casos em que não sai 6 = AR 5,5 = 5 = 3125
Segundo, não pode sair 6 mas tem de sair 5. Então, aos 3125 casos anteriores temos de
subtrair os casos em que também não sai 5.
5
Casos em que não sai 6 nem 5 = AR 4,5 = 4 = 1024
2101
Logo: P(sair 5 mas não sair 6) = x 0,27019
7776
Reparemos que o valor obtido experimentalmente está bastante perto do valor teórico.
O JOGO
Faremos um breve relato do jogo para os que por princípios ou por inteligência nunca se
interessaram pelo mesmo.
As apostas podem ser feitas escolhendo-se no mínimo 6 e no máximo 15 dezenas dentre as 60
disponíveis, e enumeradas de 1 a 60. Cada aposta simples de 6 dezenas custa 1 real e, se
você marca 8 dezenas, por exemplo, terá de pagar 28 reais (pois estas 8 dezenas lhe
possibilitam concorrer com 28 jogos simples, que é o resultado de C8,6). A Caixa Econômica
Federal, que administra o jogo, sorteia seis dezenas distintas e são premiadas as apostas que
contêm 4 (quadra), 5 (quina) ou todas as seis (sena) dezenas sorteadas. Se num determinado
concurso ninguém acerta as seis dezenas, o prêmio fica acumulado para o concurso seguinte.
Existem C60,6 resultados possíveis para um sorteio. Esse número é superior a 50 milhões, mais
precisamente, ele é igual a 50 063 860. Acho que todos concordamos que só alguém muito
otimista acredita que vai ganhar com uma única aposta.
VOCÊ SABIA?
A ACUMULAÇÃO PROGRAMADA
Nas diversas loterias administradas pela Caixa, sempre que o prêmio maior não saía e a
quantia ele destinada acumulava para o concurso seguinte, o interesse dos apostadores
crescia, resultando num aumento considerável no número de apostas. Embora essa situação
fosse interessante para a Caixa, o governo e os lotéricos, a sua ocorrência dependia do acaso.
Com o objetivo de manter o interesse dos apostadores e conseqüentemente aumentar a
arrecadação, foi criada a acumulação forçada que reserva uma parte do prêmio (20% do total
destinado à Sena) para ser acrescentada ao rateio dos concursos cujos números terminam em
zero. Assim, por exemplo, em cada um dos concursos de números 201, 202, ... 209, vinte por
cento do prêmio da Sena ficam retidos para serem acrescentados ao prêmio do concurso 210.
No segundo semestre de 1999, repetidas acumulações fizeram com que o prêmio superasse
60 milhões de reais. Esse valor, em torno de 30 milhões de dólares, está no nível dos prêmios
de loterias do primeiro mundo, principalmente se levarmos em conta que, aqui no Brasil, ele é
isento de imposto de renda.
3. Se eu estiver disposto a jogar 28 reais, é melhor fazer um único jogo de 8 dezenas ou vinte e
oito jogos de 6 dezenas?
Essa é uma questão interessante, pois, embora as duas formas de jogar sejam equivalentes
(supondo 28 jogos distintos de 6 dezenas) no que diz respeito à sena, isso não é verdade com
relação à quadra e à quina. De fato, com um único jogo de 8 dezenas existirão C8,5 . C52,1 =
2912 resultados possíveis que darão o prêmio da quina ao apostador. Com um único jogo de 6
dezenas, o apostador terá C6,5 . C54,1 = 324 resultados contendo uma quina. Se os 28 jogos não
tiverem nenhuma quina em comum, o total de resultados favoráveis será igual a 28 x 324 =
9072. A probabilidade de acertarmos uma quina com o segundo sistema é mais do que três
vezes maior do que com o primeiro. Essa diferença é, pelo menos parcialmente, compensada
pelo fato de que, acertando uma quina com o jogo de 8 dezenas, receberemos três vezes o
valor do prêmio.
4. Vale a pena jogar?
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 85
Do ponto de vista teórico, é fácil ver que a resposta é não. De fato, você estaria colocando
dinheiro num jogo que destina apenas 44% da arrecadação para os prêmios e no qual a sua
probabilidade de ganhar alguma coisa que valha a pena é muito pequena. Para aqueles que
acreditam na sorte e gostam de arriscar de vez em quando, vejam algumas sugestões:
a) Nunca aposte muito dinheiro – de fato, com a aposta de 15 dezenas, que custará 5005 reais
(verifique), a sua probabilidade de ganhar o prêmio é aproximadamente igual a 1/10000 ou
0,01%. Portanto, a probabilidade de que você perca o seu dinheiro é bem grande (99,99%). Se
você é capaz de perder cerca de 5000 reais sem se importar, é lógico que é uma pessoa que
não precisa de loterias.
b) Aposte, de preferência nos concursos de final zero – Nesses concursos você não estará
contribuindo para o prêmio de futuros ganhadores, estará concorrendo a um prêmio maior e
principalmente a quantias que os outros já perderam.
EXERCÍCIOS:
1) DETERMINE AS PROBABILIDADES DE ACERTAR NA SENA, NA QUINA E NA
QUADRA, DE UM CONCURSO DA MEGA SENA, PARA UM APOSTADOR QUE JOGOU
12 DEZENAS.
2) QUANTAS QUADRAS E QUINAS ACERTOU TAMBÉM UM JOGADOR QUE APOSTOU
10 DEZENAS E ACERTOU A SENA?
3) VAMOS CONFERIR, USANDO A ANÁLISE COMBINATÓRIA, TODOS OS DADOS
CONTIDOS NAS TABELA DA MEGA-SENA APRESENTADA A SEGUIR:
Uma questão que se coloca muitas vezes perante os problemas de Probabilidades é o fato de
que eles normalmente possibilitam várias formas distintas de solução.
Quase sempre isso ocorre porque, perante a situação descrita no problema, podemos encontrar
diversos espaços amostrais, dependendo da abordagem que se faça. Para calcular a
probabilidade aplicando a definição de Cardano/Laplace, devemos dividir o número de casos
favoráveis pelo número de casos possíveis. Ora, a cada espaço de resultados irá
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 86
corresponder um diferente número de casos possíveis e, claro, um diferente número de casos
favoráveis.
O principal cuidado a ter é usar exatamente o mesmo método na contagem dos casos favoráveis
e na contagem dos casos possíveis, ou seja, não mudar de espaço de resultados durante a
resolução.
A professora de História resolveu levar os seus 15 alunos para ver um filme. Como o cinema
tem filas de precisamente 15 cadeiras, comprou uma fila inteira e distribuiu os bilhetes ao
acaso pelos alunos. As alunas Ana, Beth e Carla, por serem muito amigas, gostariam de
ficar juntas e numa das extremidades da fila.
Qual a probabilidade de que isso ocorra?
As três amigas querem ficar nos lugares 1, 2 e 3 ou 13, 14 e 15. Existem pelo menos quatro
processos de resolver o problema.
1º Processo
Vamos pensar apenas nos três bilhetes destinados às três amigas, não nos interessando a
ordem como elas ocuparão depois esses três lugares.
O espaço de resultados é o conjunto dos ternos não ordenados. Por exemplo, um dos seus
elementos é o terno {5, 7, 15}, que corresponde às três amigas receberem os bilhetes 5, 7 e 15
embora não saibamos o lugar exato em que cada uma delas se vai sentar.
Os casos possíveis são as diferentes maneiras delas receberem os 3 bilhetes de um conjunto de
15, ou seja, todos os ternos não ordenados formados a partir do conjunto de 15 bilhetes.
Casos Possíveis = C 15,3 = 455
Os casos favoráveis são apenas 2: ou recebem os bilhetes 1-2-3 ou os bilhetes 13-14-15.
2
P(ficarem juntas numa ponta) = 455
2º Processo
Vamos pensar nos três bilhetes destinados às três amigas, mas interessando-nos agora a ordem
como elas ocuparão depois esses três lugares. Continuamos a ignorar os outros 12 bilhetes.
O espaço de resultados é o conjunto dos ternos ordenados. Por exemplo, um dos seus
elementos é o terno {5, 7, 15}, ou seja, a Ana fica no lugar 5, a Bela no 7 e a Carla no 15.
Os casos possíveis são, portanto as diferentes maneiras de elas receberem 3 bilhetes de um
conjunto de 15, mas em que a ordem por que recebem os bilhetes é importante.
Casos Possíveis = A 15,3 = 2730
Se os bilhetes que elas receberem forem 1, 2 e 3, como a ordem interessa, há seis maneiras de
elas os ocuparem (são as permutações de 3). O mesmo se passa para os bilhetes 13, 14 e 15.
Logo, os casos favoráveis são 2 × P3 , ou seja, 12.
12 2
P(ficarem juntas numa ponta) = 2730 = 455
3º Processo
Desta vez vamos considerar todas as maneiras como os 15 alunos podem sentar-se nos 15
lugares.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 87
O espaço de resultados é constituído por todas as permutações dos 15 alunos pelas cadeiras.
Os casos possíveis são, portanto as permutações de 15. Casos Possíveis = P15 = 15!
Se as três amigas ficarem nos lugares 1, 2 e 3, podem permutar entre si, e os outros 12 alunos
também. O mesmo se passa se ficarem nos três últimos lugares. Então:
Casos Favoráveis = 2 × P3 × P12
2 × P3 × P12 2
P(ficarem juntas numa ponta) = P15 = 455
4º Processo
Vamos calcular a probabilidade pedida admitindo que os bilhetes vão ser entregues um a um às
três amigas.
A primeira vai receber o seu bilhete. Dos 15 lugares, há 6 que lhe servem (os três primeiros e os
três últimos).
Chegou a vez da segunda. Há 14 bilhetes e a ela só servem os dois lugares que restam na
ponta onde a primeira ficou.
Finalmente, a terceira, dos 13 bilhetes restantes, tem de receber o único que sobra na ponta
onde estão as amigas.
6 2 1 12 2
P(ficarem juntas numa ponta) = × × = = 455 .
15 14 13 2730
Apesar dessa diferença, as duas noções estão relacionadas. Com efeito, uma rápida
manipulação algébrica nos permite expressar uma em termos da outra:
p=f/(1+f)
f = p / ( 1 - p ) (VERIFIQUE)
EXEMPLO 1
Um micro-empresário concluiu que há uma chance de 3 em 2 que seu novo negócio tenha
sucesso. Traduzir isso em termos de probabilidade.
Solução:
O empresário expressou-se da maneira comum no cotidiano. Traduzindo isso para a
terminologia matemática, ele disse que a favorabilidade de seu negócio ter sucesso é f = 3/2
= 1,5, de modo que a probabilidade de sucesso é p = 1,5/2,5 = 0.6 = 60% .
EXEMPLO 2
Vejamos agora uma situação mais propensa a confusões: tratemos de expressar a chance
de tirarmos um 3 ao lançarmos um dado.
Se usarmos a probabilidade como medida de chance, diremos que a probabilidade de
sucesso é 1 / 6.
Mas o jogador prefere dizer que a favorabilidade do sucesso é 1 / 5. Claro que maior
confusão resultará se o jogador afirmar que a chance de sucesso é 1 / 5. O ouvinte poderá
entender que ele estava se referindo à probabilidade.
Isso leva a outro aspecto interessante. A maioria dos jogadores escolhe sua aposta de um
modo intuitivo e assim, ao dizer que aposta R$ 300 contra $ 200, nem sempre significa que
ele tenha calculado o verdadeiro valor da favorabilidade e que a mesma tenha dado f = 3/2.
Caso isso efetivamente ocorra, dizemos que a aposta é honesta.
EXEMPLO 3
O time de José mantém uma performance de 8 vitórias por cada 9 partidas jogadas e José,
confiante, aposta R$ 30 contra R$ 4 que seu time de futebol ganha a próxima partida.
Pergunta-se: essa aposta é honesta?
Solução:
Para responder, precisamos calcular a chance de vitória de seu time.
Poderemos dizer que p = 8/9 e que f = 8/9 / ( 1 - 8/9 ) = 8. De modo que a aposta seria
honesta se fosse R$ 32 contra R$ 4. Como são apenas R$ 30 contra os R$ 4, José está
fazendo uma aposta desonesta e que o favorece.
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c) Esperança Matemática ou Valor Esperado
Esse conceito surgiu antes da noção de probabilidade. Historicamente, foi introduzido para
quantificar o provável ganho de um jogador, mas hoje é aplicado nas mais diversas
situações. Como é muito mal entendido, vale a pena recordar sua definição:
DEFINICÃO:
Se uma variável aleatória assume valores v 1, v 2, ... , v n cujas probabilidades são,
respectivamente: p 1, p 2, ... , p n, sendo que p 1 + p 2 + ... + p n = 1, então o valor
esperado dessa variável é:
v 1 p 1 + v 2 p 2 + ... + v n p n
EXEMPLO 1
O governo avalia em 22%, 36%, 28% e 14% a probabilidade de que a venda da estatal XYZ
renda um lucro de R$ 2 500, R$ 1 500 e R$ 500, ou um prejuízo de R$ 500 (em milhares de
reais). Qual o lucro esperado?
Solução:
valor esperado = 2 500*0.22 + 1500*0.36 + 500*0.28 - 500*0.14 = 1 160 milhares de reais.
EXEMPLO 2
Usando a noção de valor esperado, podemos facilmente ver o quão equivocada é a
expectativa dos apostadores de jogos de cassino, jogo do bicho e loterias. Nesses jogos, em
média, o jogador sempre perde.
Comecemos por uma loteria simples e fácil de entender: jogadores apostam $5 em um
número de 000 a 999, recebendo $ 2 500 se o mesmo for sorteado. Interessado? Vejamos:
as probabilidades de acertar e errar são: 0.001 e 0.999, de modo que, em cada aposta, o
jogador em média recebe: 2500 * 0.001 - 5 * 0.999 = -2,495, ou seja: ele perde, em média,
$ 2.50 cada vez que jogar.
Ou seja, o jogador perde, em média, $ 0.0263 por cada $1 jogado. Observe que é mais
lucrativo ter cassino do que loteria. Procure verificar que o roubo ainda é maior se forem
usadas mais duas casas, lua e meia-lua, e que fica menor no caso das chamadas roletas
internacionais, que tem os números de 1 a 36 e mais uma casa 0. Deu para entender por
que tantas "boas almas" querem a legalização dos cassinos no Brasil ?
Probabilidade X Genética
A) Elementos de Genética:
Nos organismos vivos existem duas partes componentes: o soma e o gérmem. A segunda parte
é relacionada com a reprodução, que nos animais corresponde aos gametas (óvulo e
espermatozóide). Esses gametas, tanto os masculinos como os femininos, transportam 23
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 90
cromossomas que são estruturas em forma de filamentos. Nos cromossomas é que estão
contidos os gens, que são os responsáveis pela transmissão dos caracteres hereditários.
Quando há fecundação (união do espermatozóide ao óvulo) forma-se a célula ovo ou zigoto,
com 46 cromossomas, dispostos aos pares – é o início de uma nova vida. Os dois cromossomas
que constituem cada par são denominados cromossomas homólogos e os gens que se localizam
no mesmo lugar nos cromossomas homólogos são os que chamamos de alelos.
Os gens podem ser dominantes ou recessivos e costuma-se indicar os dominantes por letras
maiúsculas e os recessivos por letras minúsculas, dessa forma, um par representado por AA
significa dois gens dominantes.
Quando um organismo tem dois alelos iguais para uma determinada característica (AA, se dois
dominantes ou aa, se dois recessivos) dizemos que os gens para esse caráter estão em
homozigose e o organismo, para essa característica é homozigoto. Quando os gens são
diferentes (Aa, um dominante e um recessivo), dizemos que há heterozigose e o organismo é
dito heterozigoto para essa característica.
O gen dominante quer esteja em homozigose ou em heterozigose manifesta seu caráter. O gen
recessivo só pode se expressar quando estiver em homozigose (aa).
B) Modelo Matemático:
Geração parental (gametas – 50% A e 50% a) A é dominante e a é recessivo.
Aa x Aa
A a A a
AA Aa aA aa
1 1 1 1
4 4 4 4
1
A a
1
2 2
1 1 1
A AA Aa
2 4 4
1 1 1
a Aa aa
2 4 4
APLICAÇÕES:
1) Um casal heterozigoto com pigmentação normal teve como primogênito uma criança albina.
Determinar a probabilidade de que seus dois próximos filhos sejam albinos, lembrando que
albinismo é determinado por um gene recessivo a.
SOLUÇÃO
Se olharmos a tabela e o modelo mostrados anteriormente, notamos que, pelo fato de ser um
1
gene recessivo, essa característica só se manifestará no caso aa ( ). Lembramos também que
4
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 91
o fato da primeira criança ter sido albina não influenciará, nesse aspecto, o hereditariedade das
1
futuras crianças. Logo, a probabilidade de nascer uma criança albina será de , e a de que os
4
1 1 1
dois próximos filhos sejam albinos será de . = = 6,25%.
4 4 16
SOLUÇÃO:
Mulher Homem
Qq x Qq
QQ Qq Qq qq
3
Q é dominante, logo p = para cada filho nascido com queratose. Como os eventos
4
são independentes, teremos para os três nascerem com a anomalia, a probabilidade de:
3 3 3 27
. . = = 42,19%
4 4 4 64
Por exemplo:
Jogamos um dado honesto e consideramos sucesso a obtenção do números 3 ou 4. O fracasso
2 1 4 2
será constituído dos resultados: 1, 2, 5 ou 6. Teremos, nesse caso, s = = ef= = .
6 3 6 3
Vamos fixar da seguinte forma: obtenção dos sucessos nas k primeiras provas e dos fracassos,
nas n – k provas seguintes. Dessa forma, aplicando o princípio multiplicativo, teremos a
Cn , k .s k . f n k
APLICAÇÕES:
Sabemos que s = 1/5 ou 0,2 e que f = 4/5 ou 0,8. Como queremos exatamente 4 sucessos em
n = 10 provas e os eventos são independentes, podemos aplicar o teorema binomial:
2) Risco do efeito fatal – Admitamos que a probabilidade de que uma pessoa não morra, no
prazo de um mês após uma determinada operação de câncer é 82%. Qual a probabilidade de
que três pessoas que fizeram tal operação sobrevivam, ou seja, não morram em até um mês da
cirurgia?
Solução:
Temos, neste caso, s = 0,82 e f = 0,18. Estamos querendo que os três sobrevivam, ou seja,
k= 3, então teremos:
P= C 3,3 .0,82 3.0,18 0 = 0,5514 ou 55,14%
1 – Uma moeda é viciada, de forma que as caras são três vezes mais prováveis de
aparecer do que as coroas. Determine a probabilidade de num lançamento sair coroa.
Solução:
Seja k a probabilidade de sair coroa. Pelo enunciado, a probabilidade de sair cara é igual a
3k. A soma destas probabilidades tem de ser igual a 1.
2 – Um dado é viciado, de modo que cada número par tem duas vezes mais chances de
aparecer num lançamento, que qualquer número ímpar. Determine a probabilidade de num
lançamento aparecer um número primo.
Solução:
Pelo enunciado, podemos escrever: p(2) = p(4) = p(6) = 2.p(1) = 2.p(3) = 2.p(5).
Seja p(2) = k. Poderemos escrever: p(2) + p(4) + p(6) + p(1) + p(3) + p(5) = 1,
ou seja: a soma das probabilidades dos eventos elementares é igual a 1.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 93
Então, substituindo, vem:
Assim, temos:
3 – Das 10 alunas de uma classe, 3 tem olhos azuis. Se duas delas são escolhidas ao acaso,
qual é a probabilidade de ambas terem os olhos azuis?
Solução:
Solução:
Sejam os eventos: Evento A: sair o número 3; Evento complementar de A = A’: não sair o
número 3. Teremos: p(A) = 1/6 = p e p(A’) = 1 – 1/6 = 5/6
0,0042 ou 0,42%
5) UNESP 2000 - Numa cidade com 30000 domicílios, 10000 domicílios recebem
regularmente o jornal da loja de eletrodomésticos X, 8000 recebem regularmente o jornal do
supermercado Y e metade do número de domicílios não recebe nenhum dos dois jornais.
Determine a probabilidade de um domicílio da cidade, escolhido ao acaso, receber o jornal
da loja de eletrodoméstico X e não receber o jornal do supermercado Y.
SOLUÇÃO:
1 1
2 3
2
Esta figura sugere uma roleta de um programa de televisão. Gira-se o ponteiro e anota-
se o número que ele aponta ao parar; repete-se a operação. A probabilidade de que o
produto dos números obtidos seja igual a 6, é:
a) 1/9 b) 1/6 c) ¼ d) 1/3 e) ½
14) (Concurso para Professores – Ensino Fundamental – SME de Duque de Caxias – 2002)
Em um grupo de 20 pessoas, a probabilidade de que nele haja, pelo menos, duas
pessoas nascidas num mesmo mês é igual a:
a) 0,12 b) 0,6 c) 0,8 d) 1 e) 5/3
GABARITO
04) João
01) a) 68%
02) A 03) A 0,000119 e 05) 46 %
b) 80%
0,000024
06) E 07) B 08) C 09) A 10) 1,98 %
11) A 12) B 13) B 14) D 15) B
V) Matrizes e Determinantes
1. Introdução
Quando utilizamos programas gráficos nos computadores não nos damos conta do
que está por detrás das operações que efetuamos, mas é bom que saibamos que estas
operações só são possíveis porque antes mesmo de serem desenvolvidos os
computadores, o homem já havia desenvolvido a teoria das matrizes. Programas como o
Word, o Excel e outros, não poderiam ser criados se não existissem as matrizes. Cada
movimento executado com uma figura colocada na tela de seu computador corresponde a
uma operação de matrizes. A geração dos movimentos e deformações que vemos nos
efeitos especiais de cinema, da televisão, dos games de computadores e em inúmeras
simulações científicas está baseada na multiplicação de matrizes. Nestas aplicações, nosso
problema reside na rapidez com que precisamos realizar as multiplicações para que os
resultados pareçam mais realísticos. É aí, exatamente que entra a informática e quanto mais
ágeis forem os co-processadores de nossos computadores, tanto mais e melhores serão os
benefícios que deles podemos usufruir. Problemas que envolvem campos elétricos,
magnéticos, de tensões elásticas, térmicas, e etc, são reduzidos a sistemas de equações
lineares com número excessivamente grande de equações e incógnitas cuja solução só é
plausível com o uso de matrizes. Só para termos uma idéia de o quanto as matrizes fazem
parte de nossas vidas, basta saber que a distribuição de energia elétrica, de gás e outros
serviços como telecomunicação seriam absolutamente inviáveis em grande escala, como
nas redes estaduais, não fosse o uso de matrizes gigantescas operadas por computadores.
É bem comum no nosso cotidiano estarmos interessados em comparar medidas ou
aspectos de diversos objetos. A forma mais eficiente de fazermos isso é, através de uma
tabela de dupla entrada onde, numa das entradas relacionamos os objetos a serem
observados e na outra, as medidas ou aspectos que queremos comparar. Por exemplo,
suponha que estamos precisando comprar feijão, arroz, açúcar e café. Vamos pesquisar os
menores preços nos supermercados Baratão, Bom Demais e Pague Pouco e para
anotarmos seus preços fazemos a seguinte tabela:
Feijão(Kg) Arroz(Kg) Açúcar(Kg) Café(Kg)
Baratão 1,98 2,20 2,55 4,30
Bom Demais 2,10 2,38 2,15 3,95
Pague Pouco 1,80 2,40 2,30 4,15
Uma matriz é exatamente uma tabela como a que construímos acima com a única
diferença que não enfatizamos os significados das linhas e colunas (talvez por já estar
explícito).
1,98 2,20 2,55 4,30 %1,98 2,20 2,55 4,30"
2,10 2,38 2,15 3,95 ou ##2,10 2,38 2,15 3,95
1,80 2,40 2,30 4,15 #$1,80 2,40 2,30 4,15 !
É uma matriz quadrada cujos elementos fora da diagonal principal são todos nulos.
%3 0 0 0"
#0 5 0 0
Ex. F = #
#0 0 1 0
#
$0 0 0 4!
É uma matriz diagonal na qual todos os elementos da diagonal principal são iguais a
unidade. Abaixo apresentamos exemplos de matrizes identidades de 1ª, 2ª e 3ª ordem.
%1 0 0"
%1 0"
I 1 = [1] I2 = # I 3 = ##0 1 0
$0 1! #$0 0 1!
2.8 Matriz Simétrica
3. Igualdade de Matrizes
Duas matrizes A e B são iguais quando são do mesmo tipo mxn e apresentam elementos
que ocupam a mesma posição, iguais.
( ) ( )
Se A = a ij mxn e B = bij mxn , então A = B * a ij = bij
4.Matriz Transposta
Considere uma matriz M do tipo mxn, chamamos de matriz transposta de M (representamos
por M t ) a matriz do tipo nxm que se obtém trocando ordenadamente as linhas pelas
%1 7 0" %1 8 2 "
# #
colunas da matriz M. Ex. M = 8 6 1 a transposta será a matriz M = 7 6 4
t
# #
#$2 4 3! #$0 1 3 !
5. Operações de Matrizes
Duas matrizes são conformes para a adição se forem do mesmo tipo, e isto significa que se
as matrizes não forem do mesmo tipo não estará definida a adição entre elas. Dadas duas
( ) ( )
matrizes do mesmo tipo mxn A = a ij mxn e B = bij mxn , a adição destas matrizes tem como
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resultado uma outra matriz do mesmo tipo , digamos C = cij ( ) mxn
tal que cij = a ij + bij para
todo i {1, 2, 3, ....m}e todo j {1, 2, 3 , ......, n}
5.1.1 Propriedades da Adição de Matrizes
A justificativa para a validade das propriedades abaixo apresentadas decorre do fato de que
adicionar matrizes implica adicionar elementos (números reais) que ocupam as mesmas
posições nas matrizes. Como a adição de números reais apresenta estas propriedades, elas
serão preservadas para a adição de matrizes.
Propriedade Comutativa
A+B=B+A
Propriedade Associativa
A+(B+C)=(A+B)+C
A+0=0+A=A
O símbolo 0, aqui usado, representa a matriz nula de mesmo tipo que A
A + (-A) = 0
A matriz oposta representada pelo símbolo –A, é a matriz que se obtém quando trocamos o
sinal de todos os elementos da matriz A.
Transposta da Soma
(A + B) t = A t + B t
6.1.4 ( .A ) = .A t .
t
6.1.5 1. A = A.
-2 1
0 5
A.B
7 8
A soma dos produtos dos elementos das linhas da matriz A pelos elementos das colunas da
matriz B são colocados no 4º quadrante do jogo da velha. Assim, o resultado procurado é
2 14
A.B = 3 15
29 5
Convém notar que o produto B.A sequer é possível e a matriz A.B tem o mesmo número de
linhas da matriz A e o mesmo número de colunas da matriz B.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 101
6.3 Matriz Inversa
Dada uma matriz quadrada A, chamamos de matriz inversa de A e representamos por A -1 a
matriz que atende a seguinte condição A.A -1 = A -1 .A = I
Associativa
A.(B.C) =(A.B).C
Transposta do Produto
(A.B)t = B t .A t
Inversa do Produto
( A.B ) 1 = B 1
.A 1
Exercícios
1. Considere a matriz A = a ij ( ) 2x 3
tal que
/3i 2 j se i < 2,
a ij = . Construa a matriz A.
-i + 2 j se i 2
/cos( j ), se i = j
1
aij = . i . Determine a matriz A 2 .
1 sen , se i j
- 2
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5. Considere as matrizes:
%1 " % 0 3"
5 #
A = #2 e B=# 1 1 .
#
#$0 1 2! # 4 7!
$
1 2 1 3
6. Sejam as matrizes A = e B= .
3 1 3 1
Determine a matriz X, tal que X = A -1 . B
%16 1 10"
#
7. Obter a segunda linha da matriz A sabendo que: A = 13 1
1 8
#
#$11 1 7!
%2 3"
8. (
Calcular A + A 1
) 2
, sabendo que A 1
=#
$5 8!
9. (
Calcular A + A 1
)(A A 1
) sabendo que A = %#18 2"
17!
$
%a b"
10. Calcular, supondo que exista, a inversa da matriz A = # . Qual é a condição
$c d!
sobre a, b, c, d para que exista A 1 ?
Respostas
1 1 3
1. A = 2. a12 = 4 ; a13 = 8 ; a 23 = 3 3. Tome uma matriz de
4 6 8
2ª ordem qualquer, construa a transposta efetue o produto e use a igualdade de matrizes.
1 0 1 1
4. A 2 = 5. x 21 = 1 + 4 2 x 22 = 1 + 14 6. X =
0 1 0 2
10 0
7. a 21 = 3 ; a 22 = 2 ; a 23 = 2 8. 9.
0 10
288 72
288 288
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 103
d b
ad bc ad bc
10. A 1
= e ad bc 0
c a
ad bc ad bc
Testes de Vestibulares
8 0
3. (UFU-MG) Se A é uma matriz diagonal de ordem 2 tal que A 2 = , então A 1
0 27
é a matriz:
1
0 1 1
2 1 0 1 0
a) b) 2 c) 2 d)
1 0 1
0 0 1 0 3
3
1
0
e) 2
1 1
4. (UFRS) A matriz C fornece, em reais, o custo das porções de arroz, carne e salada,
usados num restaurante. A matriz P fornece o número de porções de arroz, carne e salada
usados na composição dos pratos tipo P1 , P2 , P3 desse restaurante.
arroz carne salada
1 arroz 2 1 1 prato P1
C = 3 carne P= 1 2 1 prato P2
2 salada 2 2 0 prato P3
7 4 9 2 2
a) 9 b) 4 c) 11 d) 6 e) 2
8 4 4 8 4
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 104
1 2 1
5. (ITA-SP) Sendo A = 0 3 2 , então o elemento da terceira linha e primeira
3 1 2
5 9 6 2 1
a) b) c) d) e)
8 11 11 13 13
1 0 0 3
A= 2 2 2 , B= 2 e A t é a transposta de A , é:
3 3 1 2
1 0 3 0 0
a) 2 1 (
b) 1 2 0 ) c) 2 2 2 2 2 2
0 0 6 2 3 2
1
d) 2 e) não existe a matriz X.
0
0 1 0
7. (MACKENZIE-SP) Com relação à matriz A = 1 1 1 a alternativa correta é:
0 0 1
a) A19 = I 3 b) A 20 = A c) A 21 = A 2 d) A 22 = A 2 e) A18 = I 3
x
8. (CESGRANRIO) Para que valores de k existe uma única matriz , tal que
y
k 1 2 x 0
= ?
1 k y 0
a) k 1 b) k = 2 c) k = 2 ou k = 1 d) k 2ek 1 e) k 2ek 1
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 105
sen cos 1
9. (UNIRIO) Para que a matriz A = sen 1 0 , seja inversível, é necessário
sen cos 0
que:
a) + 2k b) + 2k c) k d) 2k e) 2k ±
4 2 2
1. c 2. d 3. a 4. a 5. b
6. d 7. e 8. e 9. c 10. a
7. Determinantes
Determinante associado a uma matriz quadrada, é o número real obtido de forma
única por meio de operações efetuadas com os elementos de matriz.
Antes de darmos uma definição formal de determinante de uma matriz quadrada
qualquer, optamos por fazer uma apresentação homeopática, mostrando primeiramente
como calcular determinantes de matrizes de 1ª, 2ª e 3ª ordens. Na verdade esses
determinantes são os mais usados nos problemas que são abordados no Ensino Médio.
Em seguida daremos uma definição geral e constataremos que a forma como
calculamos os determinantes até 3ª ordem está absolutamente de acordo com esta
definição
= a11 a 22 a 33 + a12 a 23- a-31 +-a13 a 21 a 32+ a13+ a 22+ a 31 a11 a 23 a 32 a12 a 21 a 33
8. Propriedades dos determinantes
O cálculo do determinante associado á uma matriz pode ser simplificado através de certas
propriedades. A seguir serão descritas algumas dessas propriedades e, para tal, deve-se
considerar:
i) A e B matrizes quadradas de ordem m 2 ; e ii) uma fila como sendo uma linha ou uma
coluna.
Propriedade 1 - o determinante de uma matriz é igual ao determinante da sua transposta
det A = det( At ).
Propriedade 2 - se todos os elementos de uma fila de A forem nulos, então det A = 0.
Propriedade 3 - se duas filas paralelas de A forem trocadas de posição, será obtida uma
matriz B, tal que det B = - (detA).
Propriedade 9 - se A é uma matriz triangular (ver item 2.5), então det A é igual ao produto
dos elementos da diagonal principal de A.
Propriedade 10 - se uma fila de A é a composição linear de outras filas paralelas, então det
A = 0.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 107
Exemplo:
2 0 4 2 2.2. 1.4 4
A= 1 7 5 = 1 2( 1) 1.5 5
2 0 4 2 2( 2) 1.( 4) 4
1
Propriedade 11 - se a matriz A é inversível, então det( A 1 ) = . com det A 0.
det A
Teorema de Laplace O determinante de uma matriz quadrada é igual à soma dos produtos
dos elementos de uma fila ( linha ou coluna)pelos seus respectivos cofatores.
O teorema de Laplace nos permite calcular o determinante de uma matriz de qualquer
ordem. Como já temos regras práticas para o cálculo de determinantes de 1ª , 2ª e 3ª
ordem, só recorremos a esse teorema para o cálculo de determinantes de 4ª ordem em
diante. Convém ressaltar que o teorema de Laplace nos possibilita abaixar a ordem do
determinante. Assim, sua aplicação à um determinante de 4ª ordem, implicará no cálculo de
4 determinantes de 3ª ordem. A esta altura, pode-se perceber que o cálculo de
determinantes de 5ª ordem em diante, mesmo com a aplicação do teorema de Laplace, é
uma tarefa extremamente laboriosa e que justifica plenamente o uso de planilhas
eletrônicas, como por exemplo, o programa Lótus 1-2-3 ou Excel. De qualquer modo, a
escolha de uma fila com o maior número possível de elementos nulos facilita, por razões
óbvias, a aplicação deste teorema.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 108
10 - SOBRE MATRIZ INVERSA
10.1 Conforme foi observado no item 6.3 da unidade sobre matrizes, a forma de se obter,
se existir, a inversa de uma matriz envolve um processo pouco prático.
No entanto, se uma matriz é inversível de ordem 2, pode-se recorrer à uma técnica
alternativa para obtenção de A 1 .
a b 1 d b
se A = +A 1=
c d det A c a
Na verdade, é possível generalizar o processo acima para encontrar a inversa de uma
matriz de uma ordem qualquer, para tanto vamos definir a matriz adjunta de uma matriz
dada
Definição. Chama-se matriz cofatora de uma matriz A (representa-se por cof A) a matriz
que se obtém substituindo-se cada elemento da matriz A pelo seu respectivo cofator.
Definição. Chama-se matriz adjunta de uma matriz A, a matriz Adj. A = (cof A) , isto é, a
t
1
10.2. Se A é uma matriz quadrada de ordem m, existirá A se, e somente se, det A 0.
Exemplo
1 1 1 ........... 1 1
a b c .......... k l
D = a2 b2 c2 ........... k 2 l2
.................................
an 1
bn 1
cn 1
............ k n 1
ln 1
Solução:
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 109
1 1 1 1
7 4 8 3
Trata-se de um determinante de 4ª ordem cuja matriz é : . Então o
49 16 64 9
343 64 512 81
valor D do seu determinante será:
Solução:
2 3 1
5 0 4 .
1
1 3
3
Solução
Escolhemos o elemento 1 que ocupa a linha 3 e a coluna 2, isto é, i = 3 e j = 2. Portanto
temos:
2 3 1 1
3+ 2 2 3. 1 3.3 1 10
5 0 4 = ( 1) . 3 = ( 1) = ( 1)(4 + 50) = 54
5 4
1 5 3.0 4 0.3
1 3
3
EXERCÍCIOS – Série 1
a a a
a b b
a b c
1 2 6
2. Dada a matriz A = 0 3 1 , calcule seu determinante usando a regra
5 4 2
de Sarrus.
7 2 k
1 0 1
5 3 8
.
1 1 1
5. Calcule a 2a 3a
a2 4a 2 9a 2
3x 1 0 x
6. Calcule x de modo que 3 1 2 =0
1 0 1
1 1 1 ...... 1
1 1+ a 1 ....... 1
7. Calcule o valor do determinante : 1 1 1 + b ...... 1
.....................................
1 1 1 .... 1 + l
1 0 2 0 0 3 0 0
2 1 2 1 1 2 3 4
a) b)
3 2 4 1 4 3 2 2
1 1 1 2 2 2 3 3
1. a (a b )(b c ) 2. - 102 3. 9 4. k 5
1 1 2
5. 2a 3 6. x = 7.. a.b.c....l 8. A 1
=
2 1 3
9. X = { -1, 0, 1 } 10. a) 3 b) – 24
EXERCÍCIOS – Série 2
%2 5 1 3 "
#0 3 0 1
2. Sendo A = # , calcule det A.
#0 0 5 1
#
$0 0 0 10!
3. Use a regra de Chio para abaixar a ordem e resolver o determinante:
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 112
2 3 0 1
5 6 2 4
2 1 0 3
3 2 1 5
x 1 5 7
1 x 2 0 3
4. Obter x de modo que se tenha: = 23
x 1 5 4
x +1 6 4 0
2 0 0 0
1 1 0 0
5. Calcule o determinante:
0 6 8 0
4 5 3 7
1 5 6
6. Prove que o determinante 1 3 0 é múltiplo de 13.
1 9 5
1 2 4
7. Calcule o valor do determinante 1 5 25
1 3 9
%a b c" %a 5 1"
#
8. Dadas as matrizes A = 5 3 2 e B = ## b 3 2 de determinantes
#
#$ 2 4 6! #$ c 2 3!
não nulos, para quaisquer valores de reais de a, b e c, que relação deve existir entre
os de terminantes de A e B.
% k1 k2 k3 "
#
9. Seja a matriz M = # k 4 k5 k 6 na qual os elementos k1 , k 2 , k 3 , ......., k 9 , formam
#$ k 7 k8 k9 !
uma P.G., determine o valor de det M.
%1 0 0 "
# x
10. Calcule o valor de x, sabendo que o determinante da matriz # 1 2 0 é igual
#1 3 x x
4 !
$
a 256
1
1. A, B, D, E e F 2. 300 3. 40 4. 5. -112
2
3
6. use a propriedade 4 7. – 6 8. det A = 2.det B. 9. zero 10.
8
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Sistemas Lineares
1) Introdução:
O que é uma equação linear? E um sistema linear?
Exemplo: Uma companhia de navegação tem três tipos de recipientes A, B e C, que carrega
cargas em containers de três tipos I, II e III. As capacidades dos recipientes são dadas pela
matriz:
4 x1 + 5 x2 + 2 x3 = 42
3 x1 + 3 x2 + 2 x3 = 27
2 x1 + 2 x2 + 2 x3 = 33
Equação linear
onde
1. 4 x + 3 y - 2 z = 0
2. 2 x - 3 y + 0 z - w = -3
3. x1 - 2 x2 + 5 x3 = 1
1. 3 x + 3y x = -4
2 2
2. x + y = 9
3. x + 2 y - 3 z w = 0
4. x2 + y2 = -9
se trocarmos cada xi por ri na equação e este fato implicar que o membro da esquerda é
identicamente igual ao membro da direita, isto é:
Exemplo: A seqüência (5,6,7) é uma solução da equação 2x+3y-2z=14 pois, tomando x=5,
y=6 e z=7 na equação dada, teremos:
Exercícios resolvidos:
Resp : S = 3
onde
2x + y = 4
x + 3y = 2
x + 5y = 2
pois satisfaz identicamente a todas as equações do mesmo, isto é, se substituirmos x=2 e y=0,
os dois membros de cada igualdade serão iguais em todas as equações.
1. Sistema com uma única solução: As equações lineares abaixo representam duas
retas no plano cartesiano que têm o ponto (3,-2) como interseção.
x + 2y = -1
2x - y = 8
2. Sistema com infinitas soluções: As equações lineares representam retas
paralelas sobrepostas no plano cartesiano, logo existem infinitos pontos que
satisfazem a ambas as equações (pertencem a ambas as retas).
4x + 2y = 100
8x + 4y = 200
3. Sistema que não tem solução: As equações lineares representam retas paralelas
no plano cartesiano, logo, não existem pontos que pertençam às duas retas.
x + 3y = 4
x + 3y = 5
5) Sistemas equivalentes
Dois sistemas são equivalentes se admitem a mesma solução.
3x + 6y = 42 1x + 2y = 14
S1 S2
2x - 4y = 12 1x - 2y = 6
x+y=1
S1:
x - 2y = -5
ax – by = 5
S2:
ay – bx = -1
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 118
são equivalentes, então o valor de a2 + b2 é igual a:
a) 1 b) 4 c) 5 d) 9 e) 10
Solução:
Solução:
Teremos, expressando x em função de m, na primeira equação:
x = (10 + my) / 2
Substituindo o valor de x na segunda equação, vem:
3[(10+my) / 2] + 5y = 8
Ora, para que não exista o valor de y e, em conseqüência não exista o valor de x,
deveremos ter o denominador igual a zero, já que , como sabemos, NÃO EXISTE
DIVISÃO POR ZERO.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 119
Portanto, 3m + 10 = 0, de onde conclui-se: m = -10/3, para que o sistema seja
impossível, ou seja, não possua solução.
Existem três tipos de operações elementares que podem ser realizadas sobre um sistema linear
de equações de forma a transformá-lo em um outro sistema equivalente mais simples que o
anterior. Na seqüência trabalharemos com um exemplo para mostrar como funcionam essas
operações elementares sobre linhas. O segundo sistema (o que aparece à direita) já mostra o
resultado da ação da operação elementar. Nas linhas iniciais de cada tabela, você encontra a
operação que foi realizada.
3x + y + z = 20
2x - y - z = -15
-4x + y -5z = -41
Observação: Usamos Li+Lj->Lj para indicar a soma da linha i com a linha j com o
resultado na linha j. Usamos k Li->Li, para indicar que multiplicamos a linha i pela constante
k e o resultado ficou na linha i.
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 120
Passo 1: L1-L2->L1
3x + 1y + 1z = 20 1x + 2y + 2z = 35
2x - 1y - 1z = -15 ~ 2x-1y-1z=-15
-4x+1y-5z=-41 -4x+1y-5z=-41
Passo 2: L2-2.L1->L2
1x + 2y + 2z = 35 1x+2y+2z=35
2x - 1y - 1z = -15 ~ 0x - 5y - 5z = -85
-4x+1y-5z=-41 -4x+1y-5z=-41
Passo 3: L3+4.L1->L3
1x + 2y + 2z = 35 1x+2y+2z=35
0x-5y-5z=-85 ~ 0x-5y-5z=-85
-4x + 1y - 5z = -41 0x + 9y + 3z = 99
Passo 4:(-1/5)L2->L2,(1/3)L3->L3
1x+2y+2z=35 1x+2y+2z=35
0x - 5y - 5z = -85 ~ 0x + 1y + 1z = 17
0x + 9y + 3z = 99 0x + 3y + 1z = 33
Passo 5: L3-3.L2->L3
1x+2y+2z=35 1x+2y+2z=35
0x + 1y + 1z = 17 ~ 0x+1y+1z=17
0x + 3y + 1z = 33 0x + 0y - 2z = -18
Passo 6: (-1/2)L3->L3
1x+2y+2z=35 1x+2y+2z=35
0x+1y+1z=17 ~ 0x+1y+1z=17
0x + 0y - 2z = -18 0x + 0y + 1z = 9
Passo 7: L2-L3->L2
1x+2y+2z=35 1x+2y+2z=35
0x + 1y + 1z = 17 ~ 0x + 1y + 0z = 8
0x + 0y + 1z = 9 0x+0y+1z=9
Passo 8: L1-2.L2-2.L3->L1
1x + 2y + 2z = 35 1x + 0y + 0z = 1
0x + 1y + 0z = 8 ~ 0x+1y+0z=8
0x + 0y + 1z = 9 0x+0y+1z=9
Passo 9: Simplificar coeficientes
1x + 0y + 0z = 1 x=1
0x + 1y + 0z = 8 ~ y=8
0x + 0y + 1z = 9 z=9
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 121
Após o escalonamento, observamos que a solução obtida é exatamente fornecida pelo último
sistema.
/x + 2 y + z = 7
1
.2 x + 7 y + z = 21
1 3x 5 y + 2 z = 8
-
Vamos representar a matriz completa desse sistema:
Vamos multiplicar a 1ª linha por -2 e
%1 2 1 7 " somar com a 2ª, e também %1 2 1 7 "
# 2 7 1 21 multiplicar a 1ª linha por 3 e somar # 0 3 -1 7
# com a 3ª teremos: #
#$- 3 - 5 2 - 8! $# 0 1 5 13!
Vamos agora trocar de posição as duas últimas linhas, com o propósito de
que o coeficiente da variável y seja igual a 1 na 2ª equação.
Problema de aplicação:
UFBa 1995 – A tabela abaixo indica o consumo efetuado num restaurante, em três
mesas diferentes, especificando as porções consumidas de cada alimento e a conta
em reais.
Solução:
Sejam x , y e z os preços unitários (em reais) , das porções de arroz, feijão , frango e
w o preço unitário do refrigerante. Poderemos escrever o seguinte sistema linear:
3x + 2y + 3z + 4w = 11
2x + 1y + 1z + 2w = 6
6x + 5y + 9z + 10w = r
– 6x – 4y – 6z – 8w = – 22
6x + 3y + 3z + 6w = 18
6x + 5y + 9z + 10w = r
Vamos agora substituir as segunda e terceira equações, pela soma delas com a
primeira equação, resultando:
– 6x – 4y – 6z – 8w = – 22
– y–3z–2w=–4
y + 3z + 2 w = – 22 + r
7) Regra de Cramer
Você, quando era aluno do curso fundamental estudou várias técnicas para a solução de um
sistema do primeiro grau: adição, substituição, comparação, método gráfico. Agora, você vai
aprender uma regra que servirá para resolver sistemas lineares possíveis e determinados,
através do uso de DETERMINANTES. Esta regra é conhecida por REGRA DE CRAMER.
Vamos, em primeiro lugar, apresentar a solução para um sistema (2x2), ou seja, de duas
equações e duas incógnitas. Em seguida, generalizaremos a solução para um número maior de
equações e de incógnitas.
/a11 x + a12 y = b1
Seja o sistema: . vamos resolvê-lo pelo método da adição, como
-a21 x + a22 y = b2
fazíamos na 6ª série.
a 11 a 12 b1 a 12
D= = a 11a 22 a 12 a 21 Dx = = b1 a 22 b 2 a 12
a 21 a 22 b2 a 22
a 11 b1
Dy = = b 2 a 11 b1a 22
a 22 b2
Observe e responda. A partir do sistema dado, como foram obtidas as matrizes D, Dx e Dy?
Se você comparar os valores encontrados para esses determinantes com os valores obtidos
para x e y quando aplicamos o método da adição, pode concluir que:
DX D
x= e y= y o que só será válido para sistemas possíveis e determinados, ou seja,
D D
com D Z 0.
/2 x 5 y = 2
.
-3 x + 2 y = 16
Solução:
2 -5 2 -5
D= = 4 + 14 = 19 ( 0) Dx = = 4 + 80 = 76
3 2 16 2
2 -2
Dy = = 32 + 6 = 38
3 16
76 38
Logo, x = =4 e y= =2
19 19
Podemos agora, generalizar esse processo para um sistema de n equações e n incógintas.
Matriz Aumentada
a11 a12 ... a1j ... a1n b1
a21 a22 ... a2j ... a2n b2
... ... ... ... ... ...
an1 an2 ... anj ... ann bn
Matriz da incógnita xj: É a matriz Aj obtida ao substituirmos a coluna j (1<j<n) da
matriz A, pelos termos independentes das equações do sistema.
Matriz da incógnita xj
a11 a12 ... b1 ... a1n
a21 a22 ... b2 ... a2n
... ... ... ... ... ...
an1 an2 ... bn ... ann
Quando as posições j=1,2,3 estão relacionadas com x1, x2 e x3 e substituídas pelas incógnitas
x, y e z, é comum escrever Ax, Ay e Az.
Se det(A) é diferente de zero, é possível obter cada solução xj (j=1,...,n), dividindo det(Aj) por
det(A), isto é:
xj = det(Aj) / det(A)
Se det(A)Z0
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 126
Exemplo 1: Seja o sistema
2x + 3y + 4z = 27
1x – 2y + 3z = 15
3x + 1y + 6z = 40
2 3 4 27
1 -2 3 15
3 1 6 40
Como det(A)=7, o sistema admite uma única solução que depende dos determinantes das
matrizes Ax, Ay e Az, e tais matrizes são obtidas pela substituição 1ª., 2ª. e 3ª. colunas da
matriz A pelos termos independentes das três equações, temos:
27 3 4 2 27 4 2 3 27
6x= 15 -2 3 6y= 1 15 3 6z= 1 -2 15
40 1 6 3 40 6 3 1 40
x = det(6x)/det(A) = 65/7
y = det(6y)/det(A) = 1/7
z = det(6z)/det(A) = 14/7
Exemplo 2:
2x - y + z = 12
4x + 3y - 5z = 6
Teremos:
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x1 = 6 x1 / 6 = 120 / 24 = 5
x2 = 6 x2 / 6 = 48 / 24 = 2
x3 = 6 x3 / 6 = 96 / 24 = 4
Exemplo: O sistema
2x - y + 3z = 0
4x + 2y - z = 0
x - y + 2z = 0
Para esse tipo de sistema basta calcular o determinante associado à sua matriz incompleta.
Caso ele seja diferente de zero, o sistema será possível e determinado, ou seja, admite apenas
a solução trivial. Caso ele seja igual a zero, o sistema será indeterminado.
2 -1 3
4 2 - 1 = 8 - 12 + 1 - 6 - 2 + 8 = -3
1 -1 2
1) Resolva o sistema:
2) Discuta o sistema:
/x 2 z = 4
1
8) Resolva o sistema: . y + z = 0 pelos métodos de Escalonamento de Regra de Cramer.
1x + 4 y = 6
-
/2 x y = 10
1
9) Obtenha o valor de m, para que o sistema .3 x + 2 y = 8 tenha uma única solução.
1 x + my = 6
-
Matemática no Ensino Médio – Álgebra - IAp / UERJ – Profs. Ilydio Pereira de Sá e Geraldo Lins 130
/x + y + z = 1
1x + y + w = 2
1
10) Qual o valor da incógnita w no sistema: .
1x + z + w = 3
1- y + z + w = 4
Livro de Referência: DANTE, Luiz Roberto. Matemática, Contexto e Aplicações. São Paulo: Ática, 1999.
BIBLIOGRAFIA
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3. BRASIL – Revista do Professor de Matemática, SBM, nº 43
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5. IEZZI, G ET ALLI – Fundamentos de Matemática Elementar. SP – Ed. Atual, 1997
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7. INTERNET – www.cef.gov.br/loteria/probabilidades -
www.terravista.pt/enseada/1524/mat5.html - www.athena.mat.ufrgs.br
8. LIMA, ELON ET ALLI – A Matemática no Ensino Médio, RJ, SBM, 1998.
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10. REVISTA: EDUCAÇÃO E MATEMÁTICA – APM – Associação dos Professores de
Matemática de Portugal.
11. SIMON, G. & Freund J. – Estatística Aplicada: Economia, Administração e
Contabilidade. Bookman, Porto Alegre - 2000
12. TROTTA, F. Análise Combinatória, Probabilidades e Estatística. São Paulo: Ed.
Scipione, 1988