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AGUA da CHUVA em INSTALAÇÕES

PREDIAIS
(Questões Técnicas para o USO)

Eng.Civil: Calil Abumanssur


Mestre em Recursos Hídricos e Meio Ambiente

Curitiba – Set/2007
Ciclo Hidrológico
1. CONCEITOS

• Reciclagem
• Reuso
• Recuperação da Água
• Uso Racional da Água
™ USO RACIONAL DA AGUA

™ “Consiste em sistematizar as intervenções


que devem ser realizadas em uma edificação,
de tal forma que as ações de redução do
consumo sejam resultantes de amplo
conhecimento do sistema, garantindo sempre
a qualidade necessária para a realização das
atividade consumidoras, com o mínimo de
desperdício.”
2. Porque Uso Racional

™ Bem finito

™ Otimização de processos

™ Ganhos ambientais

™ Tendência de aumento de custos da água


tratada.
3. Tipos de Uso e Reuso

™ Águas residuárias (resíduos de processos).

™ Águas de chuva.
3.1 Quando pensar em Uso Racional e Reuso

™ Na fase do planejamento e de projetos;

™ Na reforma ou reformulação de utilização


(mudança de finalidade);

™ Na adequação e investimentos na melhoria de


processos;
3.2 Aplicações com Uso Racional e Reuso

™ Reuso Agrícola
™ Reuso urbano para fins não potáveis
™ Reuso Industrial
™ Reuso no Meio Ambiente
™ Recarga de Aqüíferos
™ Reuso para fins potáveis
Uso da água doce no mundo

10%
20%

1
2
3

70%

Fonte: PubliFolha
REUSO INDUSTRIAL

™ O reuso e reciclagem na indústria constitui-se,


em ferramentas de gestão fundamentais para
a sustentabilidade da produção industrial.

™ A prática de reuso industrial pode ser


extendida na produção de água para caldeiras,
em sistemas de resfriamento como água de
reposição, em lavadores de gases e como
água de processos.
REUSO AGRICOLA

™ O uso consultivo do setor agrícola, é, no Brasil,


de aproximadamente 70% do total de água
consumida.

™ Efluentes adequadamente tratados podem ser


utilizados para aplicação em:
Culturas de alimentos não processados comercialmente
Irrigação superficial de qualquer cultura alimentícia, incluindo aquelas
consumidas cruas;

Culturas de alimentos processados comercialmente


Irrigação superficial de pomares e vinhas

Culturas não alimentícias


Pastos, forragens, fibras e grãos

Dessedentação de animais
REUSO URBANO

™ Na área urbana os usos potenciais são os seguintes:


™ irrigação de campos de golfe e quadras esportivas
™ faixas verdes decorativas ao longo de ruas e estradas,
™ torres de resfriamento,
™ parques e cemitérios,
™ descarga em toaletes,
™ lavagem de veículos,
™ reserva de incêndio,
™ recreação,
™ construção civil
™ limpeza de tubulações,
™ sistemas decorativos tais como espelhos d’água,
™ chafarizes, fontes luminosas,
USOS RESIDENCIAS DE AC

• Descarga de
vasos
sanitários
• Lavagem de
pisos
• Irrigação de
jardins
• Lavagem de
roupas
• Lavagem de
carros
REUSO no MEIO AMBIENTE

Wetlands, habitats naturais, aumento do fluxo de água;

Estabelecimentos Recreacionais;

Contato acidental (pesca e canoagem), e contato


integral com a água permitido;

• Represas e Lagos;

Lagoas estéticas em que o contato com o público não é


permitido

RECARGA de AQUIFEROS

™ A recarga artificial de aqüíferos com efluentes


tratados pode ser empregada para finalidades
diversas, incluindo o aumento de
disponibilidade e armazenamento de água,
controle de salinização em aqüíferos costeiros,
controle de subsidência de solos.
4. Concepção Básica p/ Sistema de
Reuso de Águas Residuárias

Captação Filtragem Tratamento

Reservação Reservação Distribuição/


Inferior Superior Consumo
5. Concepção Básica p/ Sistema de
Uso de Água de Chuva

Reservação
Captação Filtragem
Inferior

Reservação Distribuição/
Superior Consumo
6-Indicadores de Qualidade para
uso de água não potável

™ As duas situações: águas residuárias e água


de chuva não potável.
™ A utilização é restringida por indicadores.
™ Os indicadores não são numéricos.
™ Parâmetros numéricos podem e devem ser
determinados pelo responsável ou projetista
do sistema.
6.1 Água para irrigação, rega de jardim, lavagem de pisos.

™ Não deve apresentar mau cheiro;

™ Não deve conter componentes que agridam as plantas ou que


estimulem o crescimento de pragas;

™ Não deve ser abrasiva;

™ Não deve manchar superfícies;

™ Não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus ou


bactérias prejudiciais à saúde humana;
6.2 Água para descarga em bacias sanitárias.

™ Não deve apresentar mau cheiro;

™ Não deve ser abrasiva;

™ Não deve manchar superfícies;

™ Não deve deteriorar os metais sanitários;

™ Não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus


ou bactérias prejudiciais à saúde humana;
6.3 Água para refrigeração e sistema de ar condicionado.

™ Não deve apresentar mau cheiro;

™ Não deve ser abrasiva;

™ Não deve manchar superfícies;

™ Não deve deteriorar máquinas;

™ Não deve formar incrustações;


6.4 Água para lavagem de veículos.

™ Não deve apresentar mau cheiro;

™ Não deve ser abrasiva;

™ Não deve manchar superfícies;

™ Não deve conter sais ou substancias remanescentes após


secagem;

™ Não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus


ou bactérias prejudiciais à saúde humana;
6.5 Água para lavagem de roupa.

™ Deve ser incolor;

™ Não deve ser turva;

™ Não deve apresentar mau cheiro;

™ Deve ser livre de algas;

™ Deve ser livre de partículas sólidas;

™ Deve ser livre de metais (químico);

™ Não deve deteriorar os metais sanitários e equipamentos;

™ Não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus ou


b té i j di i i à úd h
6.6 Água para uso ornamental.

™ Deve ser incolor;

™ Não deve ser turva;

™ Não deve apresentar mau cheiro;

™ Não deve deteriorar os metais sanitários e equipamentos;

™ Não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus


ou bactérias prejudiciais à saúde humana;
6.7 Água para uso em construção civil.

™ Não deve apresentar mau cheiro;

™ Não deve alterar as características de resistência dos


materiais;

™ Não deve favorecer o aparecimento de eflorescência de


sais;

™ Não deve propiciar infecções ou a contaminação por vírus


ou bactérias prejudiciais à saúde humana;

™ Obs:(compactação do solo, controle de poeira, lavagem


de agregados, produção de concreto),
7. Padrões de Qualidade da Água
para Reúso

™ Exigências mínimas (indicadores) podem ser


definidos a partir de classes de água para as
atividades listadas;

™ Resolução CONAMA No.20/86;

™ Somente Água Doce;


7.1 Água Doce – Classe Especial

™ a) ao abastecimento doméstico sem prévia ou com simples


desinfecção.

™ b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades


aquáticas.
7.2 Água Doce – Classe 01

a) ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e


mergulho);

d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que


se desenvolvam rentes ao Solo e que sejam ingeridas cruas sem
remoção de película.

e) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies


destinadas á alimentação humana.
7.3 Água Doce – Classe 02

a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário (esqui aquático, natação e


mergulho) ;

d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas;

e) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies


destinadas à alimentação humana.
7.4 Água Doce – Classe 03

a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional;

b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;

c) à dessedentação de animais.
7.5 Água Doce – Classe 04

a) à navegação;

b) à harmonia paisagística;

c) aos usos menos exigentes.


8- Fontes Alternativas de Água
para Aproveitamento ou Reuso

™ São aquelas de classe 01 a 04;


™ Água Cinza;
™ Água Pluvial;
™ Água de drenagem de Terrenos;
™ Água de reuso da Concessionária;
™ Captação Direta;
™ Águas Subterrâneas;
9. Técnica para aproveitamento da
água de chuva

Reservação
Captação Filtragem
Inferior

Reservação Distribuição/
Superior Consumo
9.1 Captação de Água de chuva

™ Através das áreas expostas;

™ Condutores;
9.2 Filtração de Água de chuva

™ Necessidade de separação partículas;


™ Evitar entrada de vegetação;
™ Carreamento de materiais;
™ No mínimo filtração com peneira malha fina;
™ Opcional filtração com mantas geotextil,
dependendo da qualidade da água necessária;
9.3 Reservação

™ Reservação inferior no nível do solo;


™ Reservação superior para criar pressão;
™ Volumetrias dependem:
- consumo
- regime pluviométrico
9.4 Distribuição para Consumo

™ Água reservada Água consumida

™ Consumo ? consumo humano direto;

™ Hidraulicamente necessidade de 02 redes de


distribuição distintas;
Esquema de distribuição

Distribuiçao Consumo
Reservaçao I Rede I Potável

Distribuiçao Consumo não


Reservaçao II Rede II Potável
10. Restrições de Aplicações

™ A regra é:
Causou impacto negativo restringe uso.

™ Impacto Negativo: toda e qualquer ação ou


atividade, natural ou antrópica, que produz
alterações bruscas em todo o meio ambiente
ou apenas em alguns de seus componentes, de
modo adverso.
™ Poluição é a degradação da qualidade ambiental
resultante de atividades que direta ou indiretamente:
™ a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
população;

™ b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

™ c) afetem desfavoravelmente a biota;

™ d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

™ e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões


ambientais estabelecidos;
O que restringe o reuso das águas
residuárias e das águas de chuva?

™ A finalidade de uso.

™ Cada tipo de uso: parâmetros de qualidade


normalizados tanto pela ANVISA, CONAMA e
ABNT;

™ Parâmetros de qualidade industrial;

™ Legislações especificas onde houver;


Uso de água nas edificações

5%
10%
30%
1
2
20% 3
4
5

35%
11 – Técnicas para uso da água de
chuva
O sistema envolve:
™ Captação

™ Filtração

™ Reservação

™ Distribuição
12- Dimensionamento da Captação

™ Função da área exposta: telhados, terraços


(lajes) que determina a vazão;
™ A vazão de captação pode ser determinada
pelo uso da Fórmula Racional:

™ Q = C. i. A. 10-6 (m3/s)
3,6

C= altura lamina escoada/altura precipitação;


I= intensidade da precipitação em mm/h;
A= área de captação em m2;
™ Com a vazão escoada/captada:

- dimensiona-se calhas;

- dimensiona-se coletores;
13- Filtração/Tratamento

™ É função do uso;

™ A filtração é obrigatória;

™ Desinfecção no reservatório;
14 - Reservação

™ São duas as situações:


-Reservação inferior;
-Reservação superior;

™ São dependentes da demanda/consumo e do


fornecimento/abastecimento disponíveis;
15-Concepção do sistema
™ Considerar o alcance do projeto

™ A população que vai utilizar a água de chuva

™ Determinação da demanda

™ Estudos das séries históricas e sintéticas das


precipitações da região

™ Deve ser levada em conta a viabilidade técnica e


econômica de cada situaçao.
16-Sobre calhas e condutores

™ Devem ser observados os períodos de retorno


escolhido, a vazão de projeto e a intensidade
pluviométrica;
™ A água de precipitação inicial é descartada nestes
elementos do sistema;
™ O dispositivo de descarte é dimensionado pelo
projetista;
™ Devem ser previstas e grades e telas para remoçao
de detritos;
17-Sobre os reservatórios

™ Impedir a conexão cruzada;


™ Devem ser limpos uma vez por ano;
™ A água de chuva reservada deve ser protegida
contra a incidência direta da luz solar e do
calor, bem como, de animais que possam
adentrar o reservatório através da tubulação
de extravasão;
18-Sobre as instalações prediais

™ Devem atender a NBR 5626;


™ Diferenciar claramente as tubulações de água
potável das de água de chuva/residuárias;
™ Pontos de consumo devem ser identificados
com placa de advertência com a inscrição
“água não potável”;
19-Métodos de dimensionamento
para os reservatórios

™ De acordo com o projeto de norma da ABNT


00.001.77-001 de janeiro de 2007, estão sendo
sugeridos 06 métodos:
™ Método de Rippl
™ Método da simulação
™ Método prático brasileiro
™ Método prático alemão
™ Método prático inglês
™ Método prático australiano
20-Legislação
™ São Paulo

-Aborda não o uso racional, mas a contenção e destinação das águas


pluviais. É o decreto Lei Estadual 12.562/2007.

I - reduzir a velocidade de escoamento de águas pluviais para as


bacias hidrográficas em áreas urbanas com alto coeficiente de
impermeabilização do solo e dificuldade de drenagem;

II - controlar a ocorrência de inundações, amortecer e minimizar os


problemas das vazões de cheias e, conseqüentemente, a extensão
dos prejuízos;

III - contribuir para a redução do consumo e o uso adequado da


água potável tratada.
™Curitiba

- Aborda o uso racional e utilização de fontes alternativas


de águas. É a Lei Municipal 10.785/2003.

I – Especifica equipamentos e dispositivos;

II – Exigência de medição individualizada;

III – Engloba tanto água da chuva, como as águas


servidas provindas de tanque e chuveiros, para uso
em vasos sanitários.
™ Cascavel

- Aborda o uso racional e utilização de fontes alternativas de águas.


É a Lei Municipal 4.631/2007.

I – Exige estudos de soluções técnicas para equipamentos e


dispositivos;

II – Exigência de setor industrial usar a água de chuva;

III – Engloba edificações de interesse social, bens públicos


municipais;
Bibliografia:
™ Clarke,R;King,J. O Atlas da Água. PubliFolha, São
Paulo,2005.
™ ABNT. Projeto de Norma No.00.001-77-001 de
janeiro de 2007.
™ Conservação e Reuso da Água em Edificações.
Realização e Edição da ANA/FIESP/SINDUSCON-
SP.São Paulo,2005.
™ Mancuso,P.C.S e Santos,H.F. Reuso da Água.
Editora Manole. Barueri-SP, 2003.
™ http://www.agua-de-chuva.com/

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