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das Taxas
Donovan Mazza Lessa
06/11/15
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Taxa e o Sistema Nacional Tributário
• Competência Comum dos Entes Federados
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Taxa e o Sistema Nacional Tributário
• Tributos Vinculados: decorrem de uma atividade Estatal
diretamente relacionada ao contribuinte.
(i) taxa em razão da prestação de serviço público específico e
divisível ou do exercício do poder de polícia; e
(ii) contribuição de melhoria decorrente de obras públicas.
Teoria do Custo/Benefício: a) somente quem dá causa ao
gasto específico deverá arcar com o custo da atividade; b) o
valor a ser pago deve custear a atividade estatal relacionada ao
contribuinte (contraprestação);
Inaplicabilidade do princípio da capacidade contributiva,
quando tomado pela acepção de variação conforme a
disponibilidade econômica do contribuinte.
Obs: nas taxas, a capacidade contributiva só se aplica como
limitação ao poder de tributar, para proteger o mínimo existencial e
proibir o excesso (confisco).
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Taxa e o Sistema Nacional Tributário
• Técnicas de Repartição da Competência:
a) Impostos: rígida repartição de competência, com a
discriminação dos impostos de cada Ente da Federação,
ressalvada a competência residual da União (art. 154, I);
b) Taxas e Contribuição de Melhoria: “competência anexa”, ou
seja, será competente para instituir e cobrar a taxa o Ente que
for competente para prestar o serviço ou exercer o poder de
polícia; será competente para instituir a contribuição de
melhoria o Ente que realizar a obra pública.
A CF indica as materialidades possíveis das taxas (prestação do
serviço público específico e divisível ou exercício do poder de
polícia), mas não enumera cada uma das taxas que podem ser
criadas (estas serão instituídas de acordo com a política fiscal do
Ente competente).
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Taxas de Polícia
• Art. 78 do CTN: “Considera-se poder de polícia atividade da
administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse
ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e
aos direitos individuais ou coletivos”
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Taxas de Polícia
• Presunção do Exercício de Polícia: a) objeto deve ser apto a ser
fiscalizado; b) deve haver justificada necessidade da realização
periódica da fiscalização; c) a atividade exercida pelo Estado deve
realmente compreender uma atividade que corresponda ao
exercício do poder de polícia.
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Base de Cálculo
• Base de Cálculo: aspecto quantitativo da hipótese de incidência.
Confirma a natureza do tributo e sua hipótese de incidência.
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Base de Cálculo
• As taxas não podem variar segundo a capacidade contributiva do
contribuinte.
Ex: Taxa de Inspeção Veicular deve ser igual para o dono de um Fusca
e para o dono de uma Mercedes Benz, pois igual será o custo da
atividade fiscalizatória.
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Base de Cálculo
• Podem variar segundo características pessoais do contribuinte
que impactem na intensidade da atividade estatal (“critério da
equivalência”)
Obs: o critério adotado pela lei para variação da taxa deverá ser
adequado à aferição do custo incorrido pelo Estado, sob pena de
inconstitucionalidade.
Ex: Taxa de Localização e Funcionamento de Estabelecimento
Industrial e Comercial, a variar conforme número de empregados;
inconstitucionalidade, pois o elemento de discriminem é inadequado à
aferição do custo da atividade fiscalizatória (RE 190.776)
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Base de Cálculo
• Caso da Taxa de Fiscalização da CVM (Lei nº 7.940/89): tabela com
valores fixos que variam conforme o capital social da empresa
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Base de Cálculo
• Advertência: apesar da infelicidade da Ementa, o STF não julgou
ser válida a variação da taxa conforme a capacidade contributiva
do contribuinte.
A análise dos votos proferidos mostra que, na verdade, o STF
considerou que, quanto maior o capital social das empresas, maior a
complexidade de suas atividades e, portanto, maior o esforço
fiscalizatório.
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Base de Cálculo
“TAXA: CORRESPONDÊNCIA ENTRE O VALOR EXIGIDO E O CUSTO
DA ATIVIDADE ESTATAL. - A taxa, enquanto contraprestação a uma
atividade do Poder Público, não pode superar a relação de razoável
equivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida
ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte,
considerados, para esse efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à
base de cálculo fixadas em lei. - Se o valor da taxa, no entanto,
ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição do
contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de onerosidade
excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência entre os
fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do
contribuinte, de outro), configurar-se-á, então, quanto a essa modalidade
de tributo, hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 150,
IV, da Constituição da República”. (STF, Pleno, ADI-MC-QO nº
2.551/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 02.04.03)
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Base de Cálculo
• Casos de Desproporção Manifesta entre o valor da taxa e o custo
da atividade:
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Conclusões
• Transparência quanto às estimativas de custos consideradas para
a fixação das taxas, com a necessidade da inclusão dos critérios
na lei instituidora do tributo para fins de publicidade e controle,
inclusive judicial.
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Obrigado!
• Donovan Mazza Lessa
• E-mail: donovan@sachacalmon.com.br
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