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—_— LT Projeto de Instalagdes de Desidratacdo de Lodo com a Utilizagao de Filtros Prensa de Placas. ENG? TEREZA CRISTINA LAMPOGLIA (1) ENGO PEDRO GOMES DE LYRA (1) ENG® LUIZ BENONI MANZOCHI (2) Neen ee en 1. INTRODUCAO Nos processos convencionais de tratamento de esgotos faz-se 2 remo: ‘lo dos slides através de operacdes de decantagio ou de flotardo, geran do 0 todo, ‘Quando extra/do de um decantador ‘ou de um flotador, © lodo apresenta-se bastante fluido, geralmente com um twor de umidade de aproximadamente 99%. Antes de ser submetido as fases seguintes de tratamento e/ou disposi fo final, 0 lodo bruto ¢, na maioria dos casos, adensado, de modo a que, diminuido 0 seu volume, sejam reduzi dos 0¢ custos de capital e de operacdo e manutengho, Nas unidades de adensamento, por grevidade ou por flotagdo, 0 lodo un teriormente com um teor de umidade de 99%, tem esse teor baixado para cerca de 95%, reduzindo assim 0 seu volume para 1/5 do inicial 0 lode assim adensado apresentase ainda sob forma fluida podendo ser facilmente submetido a processos de ‘ratamento como digestéo, estabitiza- 80 quimica, ete, HIDROSERVICE — Engenharia de Pro Ietos Lede, Tratado ou nfo, 0 lodo adensado deve, antes da disposigao final ter 0 seu volume ainda mais reduzido, pe las razOes de custo jd citadas. Desidratacdo 6 0 processo de remo- fo de agua do lodo, pelo qual se obtem uma reducdo de volume maior do que 2 conseguida pelo adensamen- to, ‘A gesidratacdo de_um ledo que aumenta de 8% para 20% 2 concentra: cho de solidos, reduz o seu volume pa: ra 1/4 do inicial, O produto resultan- te 6 um material nfo fluido, ‘Assim, considerando-se os graus de adensamento e desidratagio acima ‘mencionados, 0 volume final de lodo corresponde a 1/20 do inicialmente gerado nas unidades de remacio de sblidos. [A desidratagio do lode pode ser tei te utilizando-e processos _naturais (capilaridade, gravidade, evaporacio), ‘como nas lagoas de todo e leitos de secagem, ou através de meios mecéni: cos. 2, EQUIPAMENTOS MECANICOS PARA DESIDRATACAO DO LoDo, Os equipamentos mecdnicos mais freqientemente utilizados para a desi- dratacio de lodos proveniemtes de es- ‘tages de tratamento de esgotos sani- téri0s $80: centrifugas; filtros a vécuo; filtrosprensa de cinto; filtrospprensa de placas. 2.1. CENTRIFUGAS Este equipamentos promovem a se- parago dos s6lidos por centrifugagio, em operaco cont/nua, A operago das centrifugas 6 sim: ples, limpa, e de custo relativamente baixo, Cuidados especisis devem ser tomados com relacdo as vibragdes & ruidos produzidos na operagdo do equipamento. Na meioria dos casos 0 efluente liquide das centrifuges carrega gran- des quantidades de sélidos finos néo sedimentaveis, Estes s6lidos, quando retornados a0 principio do processo, podem prejudicar a eficiéncia das uni- dades de decantagdo, Uma das mane: ras de contornar 0 problema ¢ com 2 adigio de produtos quimicos condicio: antes, aumentando a captura de s6li- «dos na centrifuge. ‘As centrifugas permite a obten: fo de um lodo com teor de umidade de até 70%. A llustragio 2.1. mostra um esque: ima simplificado do equipamento. 2.2, FILTROS A VACUO Este tipo de equipamento, de ope- aco cont/nua, promove a desidrata: REVISTA DAE ~ 69 nudragto 2.1 ~ Exquame de Contrifusa com camise side, Ho de lodo através da diferenca de presso entre duas faces de um meio filtrante, © meio filtrante € constituide de um tecido, natural ou sintético, que envolve um tambor, O tambor gira len tamente, tendo a parte inferior de sua superficie externa em contacto com 0 lodo. € feito vécuo parcial no interior do cilindro, © que pro: voca a passagem do liquide, através do meio filtrante, ficando 0 lodo desidratado aderante 3 superficie ex terna do cilindro, de onde & removi: do. A Ilustracéo 2.2 mostra um esque: ‘ma simplificado de um filtro a vécuo, © equipamento ¢ de fécil manuten 80, proporciona um filtrado com bai xa concentragio de solidos, ¢ permite a obtencéo de uma torta com teor de umidade de até 70%, aproximadamen: te. Os filtros a yécuo apresentam, nor: maimente, maior consumo de energia por unidade de lodo desidratado, que | ‘0s demais equipamentos. Precaugdes devem ser tomadas em relacio aos ru‘: dos causados pela operaggo dos equi pamentos auxiliares (bombas de v4 uo), L009 —farm ove SonSERIBS 2.3. FILTROS-PRENSA DE CINTO LE) ainda 0 prine(pio geral de funcionamento desse equipamento é o seguinte. © 0 lodo ¢ introduzido entre duas correias (uma das quais constitu © meio filtrante) que se deslocam por entre roletes, 0 quails promo- vem a compresséo de uma correia sobre a outa, fazendo com que 9 liquido deixe 0 odo através do meio filtrante, lustraglo 2.2 ~ Filtro de cinto » Futra a vicuo, 70 — REVISTA DAE ZONAS DE OPERACAO DE UM FILTRO a VACUO. conacounec ines roe Sele | escarole em meweke ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DE UM FILTRO DE CiNTO #0 equipamento ¢ de operagio con tinua, @ apresenta baie consumo de energia © A tora produzida pode alcancar lum teor de umidade de até 60%, © Estes equipamentos apresentarm-se em unidades com capacidades me- ores que os demas tipos, A Ilustragéo 2.2 apresenta 0 esque ma de funcionamento de um filtro de cinto, 24, FILTROS-PRENSA DE PLACAS As caracteristicas gerais dos filtros- prensa de placas, © os aspecios rete. rentes a0 projeto de uma instalaggo de desidratago de lodo com a utilizacgo desse equipamento, s80 abordados nos itens a seguir. 3, FILTROS-PRENSA DE PLACAS PRINCIPIOS DE FUNGIONAMENTO at © filtro-prensa de placas consti- tuido por uma série de placas verticais, rmantidas unidas na fase de process mento da desidrataedo, e separadas na fase de descerga da torta produzida (Wer Ilustragdes n®$ 3.1 6 3.2) filtro-prensa de placas opera en regime de bateladas, 'As placas so mais espessas nas bor. das do que nas partes centrais, forman dose assim recessos em ambas as suas faces. Esses recossos constituem 0 "vo: lume” do filtro, onde se aglutina o material que constitui a torts © tecido filtrante é assentado 30: bre as duas faces da placa, ‘As superficies dos dois tados da placa apresentam ranhuras que per ‘item 9 escoamento do filtrado. Na opatacdo de filtragem, as pla as 80 mantidas unidas, face a face, © ledo previamente condicionado ¢ bombeado para o interior do filtro: pronsa, e, através de orificios de ali mentacio, ¢ introduzido entre as pla cas. A pressio forca 0 liquido a passar pelo meio filtrante, ficando os solidos tetidos entre as placas. O filtrado & coletado pelas ranhuras das placas e ‘conduzido, através de dutos, para fo- redo filtro, A medida em que as tortas de Io: do se formam no interior das cdmaras, @ presso de alimentaco aumenta gradativamente, até alcangar um valor ue torna contraproducente prosseguir no processo, A injecdo é entdo paralisada e po- dese iniciar a operagdo de descarga das tortas formadas, A descarga das tortas ¢ feita sepa- randose as olacas uma a uma. Com a separecio, as tortas deslocamse para baixo, por gravidade, sando coletadas por dispositivos mecénicos que as con duzem para silos, de onde sio retiradas pare receber a destinagdo final Em geral 0s filtras.prensa sé proi tados para operar a pressio de 7 ou 15, bar (100 ou 225 psi) A pressdo de operagio do filtro “prensa deve ser fixada em funcio do tipo de lodo a ser desidratado, bem como do teor de sdlidos desejado para a torta, Assim, considerando-se a mesma duragdo de ciclo, 0 teor de sdlidos de torta produzida por um filtro-pren- sa operando a 16 bar deverd ser supe: rior équele produzide por um filtro com pressio de operaco de 7 bar. © espaco formado pela depressdéo de duas placas adjacentes determinard a espessura da torta, A espessura deve: 16 ser fixeda em fungio do tipo de lodo a ser desidratado, Assim, para to. dos que apresentam boa filtrabilidade, ‘0 usadas espessuras de 40 ou até 50 3.2, TIPOS DE FILTROS.PRENSAS DE PLACAS Existem basicamente dois tipos de filtros-prensa de placas: © Filtsos-prensa com estrutura lateral (Sidebar frame), nos quais as places so sustentadas por vigas laterais. @ Filtrosprensa com estruturs supe rior, (overhead frame}, onde as pla cas. so suspensas por uma viga situada na parte superior do equi: pamento. A Ilustragdo 3.3 mostra um esque: ma dos dois tipos de filtros-prensa de placas, ‘Ambos 0s tipos tem sido ampla- mente utilizados tanto na Europa co: mo nos Estados Unidos, e so produzi- ‘dos pela maioria dos fabricantes. Analisando 0s dois tipos de filtros veriticamse os seguintes pormeno- res: fl 2 ek sonra oe 00) ystapie 3.1 — FILTRO PRENSA — Esquema ‘de Alimentacio de Lodo # Descarga de Filtado, REVISTA DAE ~71 rE FWY weve ance) lustagio 3.2 ~ Filtro Prensa — Esquema da operagio da descarge ds torta, ‘© Mecanismo de Movimentacdo das Placas Nos filtros com viga superior os mecanismos para deslocamento das placas situamse na parte superior, elo que apresentam as seguintes vantagens: ndo hd possibilidade de ‘contato do mecanismo com a torta que estd sendo descarregeda; as placas so movimentadas através de um tinico onto, © que impossibilita o desatinha- mento que poderia ocorrer com uma estrutura fateral, uma vez que as pk cas seriam desiccadas através de dois pontos. © Manutengio Sendo 0s filtros com viga superior 72 ~ REVISTA DAE completamente abertos nas leterzis, isto facilita a observagdo visual, no criando dificuldade para eventual remosio manual da torta, Pelo con- trério, a estrutura com viga lateral dificulta 0 acesso para remogio manual da torta e cria obstéculos observagdo visual que é instrumento valioso para 0 controle da descarga da torta € verificagéo do estado da manutenoSo dos tecidos, © Remogao das Placas No caso de filtros com vigas late. rais a remogdo das placas ¢ feita por cime utilizando-se um conjunta de talha e ponte rolante, A estrutura com viga superior exige, além da talha © ponte rolante, 0 concurso de um equipamento especial para remover horizontalmente as placas. © Lavadores Autométicos Nos filtros de estrutura lateral © lavador automético € montado acima das places e no caso de insta- lagBes_com vérios filtros, © lavador automético € faciimente transterido de um filtro para outro com 0 uso da ponte rolante. No caso de filtros com estrutura superior, o lavador de: ve ser montado acima’das placas na viga superior, © que dificulta sua movi- mentagio de um filtro para outro, 3.3, TIPOS DE PLACAS No tocante aos materiais usados ara a fabricacdo das placas hi 4 tipos «a considerar: polipropileno, ago carbo. no revestido com borracha, ferro fun- dido e ferro ductil, As placas de polipropileno apresen tam como vantagens principais o pe queno peso e a elevada resisténcia corrosio, Este tipo de material tem do usado para placas quadradas de até 1,50 m x 1,50 m recomendando, no entanto, a maioria dos fornecedo: tes, 0 seu uso para placas de 1,20 m x 1,20 no méximo, em razio de sua bbaixa resisiéncia mecanica, Em face a crise de petrdleo este tipo de placa 8 no apresenta as vantagens de ou ‘ora, no que diz respeito 20 seu cus to. As placas de aco carbono, revesti- {das com borracha, s80 muito usadas na Inglaterra, pais que Ihes deu origem e ‘que até hoje desfruta da exclusividade de sua fabricacdo, Elas apresentam, em relacdo as pla- cas de ferro fundido, a vantagem de serem mais leves e mais baratas, A experiéncia norteamericana ndo tem sido bem sucedida com este tipo de placas importadas da inglaterra, devido 20 aparecimento de fissuras pa borracha de revestimento, Nestas condigdes, © aco ¢ exposto através das fendas e a0 contato com a agua, com 0 tempo, a corrosio se intensifi- a, culminando com a completa inuti: lizacio da placa, S80 causas responst vels pela ocorréncia de tal problema as grandes variagdes de temperatura @ que ficam sujeitas as placas durante (© perfodo de armazenamento antes do embarque, bem como durante o seu transporte por barco, Na expecta: ‘iva de solucionar este problema, al- guns fornecedores decidiram usar um novo tipo de borracha; no entanto ait dda no houve tempo suficiente para se chegar_ uma conclusio quanto 20 novo tipo de revestimento. © ferro fundido foi outrora um material muito comum para fabrica- fo de placas, porém com o advento do ferro dactil tem sido recentemen- te cada vez menos utilizado, (© ferro dictil 6, sem dovida, o material de utilizagéo mais comum no caso de instalagSes de grande porte. Dos motivos que justificam a suapr réncia ressaltam-se os seguintes: ress téncia 20 elevado pH do lodo condi cionado; resistBncia a0 baixo pH da solupfo de HCI utilizada na lavagem cida do filtro; excelentes caracter(s- ticas mecdnicas; menos peso que as placas de ferro fundido e vida ctil igual & das outras partes do filtro. 3.4, TECIDOS DE FILTRAGEM Na desidratagdo de lodo de esjo- to, 08 tecidos de filtragem mais co- mumente usados para revestimentos das placas, so os de fibras orgénicas sintéticas, tais como nylon e polipropi- leno. Em alguns casos, entre 0 tecido de filtragem e a placa é colocado um tecido mais grosso, que melhora a istribuiggo de pressio na érea de ‘tragdo, facilitando a descarga de filtra do e permitindo uma lavagem mais eficiente. Na seleglo de um tecido de filtra- ‘gem, 0 tipo de fibra também é um fa- tor importante, Para lodo de esgoto tem sido preferido 0 uso de tecido ‘monofilamentar, uma vez que a expe- ridncia mostra que o tecido multifila- ‘mentar sofre entupimento mais facil- mente, 6 mais dificil de limpar e néo promove boa liberacdo da torta. Mastrogio 3.3 — Esquema de Fi FILTRO PRENSA COM ESTRUTURA SUPERIOR Prensa com Estrutura Lateral (Sidebar Frame) ¢ com Estrutura Superior (Overhead Frame). 4, CARACTERISTICAS GERAIS DO PROCESSO 4,1, SISTEMAS COMPONENTES. Um esquema t/pico de desidratagso do lodo por filtros prensa ¢ mostrado ‘no fluxograma simplificado da Hlustra~ io 4. (s sistemas envolvidos no processo podem ser divididos em: © Sistema de rece ‘namento de lodo, ‘© Sistema de transferéncia do lodo. '® Sistema de preparacdo © dosagem de produtos quimicos. Sistema de condicionamento do lo: do, © Sistema de alimentacdo do filtro prensa, istema de filtraco e compres- sfo do lodo, ‘© Sistema de transporte da torta, ‘© Sistema de lavagem dos tecidos. yento @ armaze- 42. SISTEMA DE RECEBIMENTO E ARMAZENAMENTO DO Lobo ‘As vazbes de esgoto, tanto quanto a produgdo de lodo, sofrem flutuapdes ciclicas, em funglo de fatores tals co- mo: mudangas sazoneis, precipitacdes, mudanga do programa operacional das industries, etc. © armazenamento do lodo, antes de sor desidratado, permite um funcio- rnamento mais uniforme dessas instal Bes, bem como o seu funcionamento durante um periodo fixo difrio ou semanal. ‘Alm disso, no caso de desidratagdo de lodo bruto, o armazenemento per- mite uma mistura dos lodos primério ativado em proporgdes adequadas A desidrataglo. Os tanques de armazenamento de- vvem ser dotados de misturadores que, no caso de combinacio de lodos pri mérios e ativado, proporcionem uma homogeneizagSo da mistura, ¢ no ca- s0 de lodo digerido, sirva pare manter dos _produtos ‘quimicos requeridos para o condicionamento, Os tanques de armazenamento ‘deve ser provides de tomadas para retirada de sobrenadante, localizadas fem diferentes niveis, de modo que s® possa descarregar qualquer sobrena- dante que se forme durante perfodos de armazenamento. Este adensamen: ‘to ocorre particularmente quando se ‘opera com lodo digerido ou lodo cru retirado diretamente dos pogos dos decantadores. REVISTA DAE ~ 73 Os tanques devem ser cobertos, de- vido 8 possibilidade de ocorréncia de maus odores, Para minimizer 0 odor, devese limitar © tempo de armazenamento do lode. ‘Assim, no caso de instalagdes de desidratago que no funcionem conti- uamente, a operagdo deverd ser inicia- da pela mani com 0 lodo armazenado durante a noite. ‘A experidncia de diversas instala ‘9Bes de secagem de lodo mostra que, mesmo havendo equipamento para remogio de material gradedvel ¢ mon- tante dessas instalagBes, hd ainda pos. sibilidade de arrastamento com 0 todo de certos materiais fibrosos (fios, tra pos, etc.) que causaro problemas as bombas, misturadores © 20s equipa mentos de secagem, Desta forma, 0 gradeamento do lode, antes de ser desidratado, tem sido amplamente Fecomendado como sendo uma prote ‘odo de baixo custo para equipamentos ‘muito mais caros, 4.3, SISTEMA DE ‘TRANSFERENCIA DO topo O sistema de transferéncia do lodo compreende bombas e tubulacSes pa ra 0 Wansporte de lodo desde os tan- ‘ques de atmazenamento até os tan. ‘ques de condicionamento. Tanto as bombas de pisto como as de cavidade progressiva sio utilizadas para 0 recakjue de lodo, No entanto, ‘como as bombas de pistéo fo mais robustas @ envolvem muito menos ma nutengio, estas tem side mais empre- gadas, embora apresentem maior cus- to. No caso de uma instalagdo para desidratago de lodo bruto e lodo di- gerido, deverio ser projetados siste- ‘mas independentes de armazenamento e tansferéncia, uma vez que nfo é conveniente 2 desidratago dos dois tipos de lodo combinados. As bombas de transferdncia sf0 nor: malmente equipadas com variadores de velocidade para controle de vazio de lodo, 4.4, SISTEMA DE PREPARAGAO £ DOSAGEM DE PRODUTOS auiMicos: 44.1. Produtos Quimicos Condicionantes © condicionamento quimico do lo- do digerido objetiva, mediante a apli cagéo de produtos quimicos, metho: rar as caracteristicas de filtragio do lodo antes de sue desidrategio, A 74 — REVISTA DAE obtenc50 de um floco estével e resis- tente € de grande importancia, uma vvez que um floco fraco facilmente serd destruido sob presséo, prejudicando 0 proceso de desidratacdo. Quanto ao lodo bruto, € desejdvel obter a sua estabiliza¢do quimica, a0 fade do condicionamento prévio 4 desidrataggo, a fim de impedir o de. senvolvimento de microorganismos ge radores de odor, mediante a aplicaggo de um produto capaz de elevar 0 pH até 12,5 @ manté-lo nesse nivel duran. te um intervalo minimo de 0,5 2 2,0h, Dentre os condicionantes usados na desidratacdo podem ser citados: © Cloreto férrico (FeClz) + Cal © Sulfato ferroso (FeSO) + Cal Poliletestitos © uso do sulfato férrico tem sido limitado em decorréncia do elevado custo do produto, No caso de polietetrdlitos, 0 tipo a ser_usado deve ser determinado por meio de ensaios com o lodo a ser de- sidratado. A combinacgo de cloreto férrico @ cal tem sido amplamente emprega- dda para o condicionamento do lodo. Alm disso, no caso de lodo bruto, © uso do cal promove também a sua es- tabilizacdo, desde que usada na quan. tidade requerida, Em Lebanon, Ohio, a USEPA (Uni ted States Environmental Protection Agency} realizou estudos reletivos & estabilizagéo quimica do todo pelo ‘al. Nesses estudos 0 cal foi adiciona da ao lodo bruto em vétias proporgées ‘com objetivo de elevar o pH até 125 © manté-lo nesse nivel durante 30° minutos. Os resultados de t 1 Sulfatos férrico (Fep (SOg}g) + Cal estudos foram os sequintes: Dosagem de Cal em kg Ca(OH) /ka SST Tipo do Lodo Faixade | Dosagem Média | pH Final Dosage Lodo Primério 0.060,17 012 127 Lodo Ativado em Excesso | 021.0,43 0,30 126 As dosagens de cal e cloreto férrico recomendados para 0 condicionamen: ‘to de lodo, tanto bruto quanto digeri- do, para posterior desidratacdo por fil- ros prense, 580 apresentadas nos quadros a seguir: CONDICOES DE CONDICIONAMENTO PARA LODO BRUTO PRIMARIO E EXCESSO DE LODO ATIVADO Fonte | Sélidos ‘a Produtos Quimicos (%) ‘Sotidos (mt FeCl, na Torta ceo (%) USEPA 3-6 5 10 45 US Water Pollution a Control Federation 0-15 30-40 Manual de Tratamento da] — Agua de Degremont 1-19 40-50 - Passavant 10 45 25 Edwards a 4 Jones 3-8 (1) % em relagto ao total de solids do lodo, A detetminardo das taxas de dosa- gem stimas dos produtos quimicos condicionantes poderd ser verificada mediante a aplicagdo do teste de suc- 0 por capilaridade do lodo, (TSC) ‘CONDICOES DE CONDICIONAMENTO PARA LODO DIGERIDO ANAEROBICAMENTE Produtos Quimicos (%) Fonte | Sélidos a Sélidos | Tempo + (%) naTorta | de Ciclo Fetly ee 6) h) usepa | 6-10 5 10 45 20 US Water Pollution | 6-10 | 5-15 35-48 | 2-4 Controt Federation Manual de Tratamento da Aguade} — 7 | 1-225 | 35-50 | - Degremont Passavant | 6—10 5 10 45 20 Edwards & 3-6 | 3-6 5-25 35—s0 | 15-20 Jones (1) % em relaggo a0 total de sblidos do todo. coumeso ce namenraglo C6 4¢0 nox anne oF 40 NOH eu HWustragbo 4.2 — Eaquema de Apo 12 para Determinagso do TSC. antes € depois do condicionamento, para vérias taxas de dosagem. A avaliacdo do comportamento do lodo face a filtracdo por pressio pode: 13 ser feita mediante a aplicacdo do taste de resistencia especitica do lodo, antes e depois do condicionamento. A llustracio 4.2 mostra um esque ma do aparetho usado para a medigao do TSC, As tomadas para amostragem do lo. do poderdo estar localizadas na tubula ‘od0 de sucgo das bombas de alimenta Go dos filtrosprensa, junto aos tan ‘ues de condicionamento, 442. Aplicago de Cloreto Férrico © cloreto férrico ¢ normalmente fentregue em solucdo e deve ser ar: mazenado em tanques de material ou tevestimento adequados, pois é alta: mente corrosive. Para melhor disperséo no lodo, 0 cloreto férrico normalmente ¢ dilu do (em linha), 2 uma concentragdo de aproximadamente 10%, antes de sua aplicacéo, a qual pode ser feita com 8 utilizagZo de bombas dosa- doras. © volume de armazenamento deve ser tixado com base no consumo e nas condigdes locais de entrega do produ: to, Um armazenamento suficiente para 15 dias do consumo médio, 6 ‘um valor razodvel e atende possiveis falhas na freqiéncia de entrega, © cloreto férrico ndo € disponivel comercialmente em grande escala no Brasil, devendo, entretanto, ser amplia- da a sua producSo, em funcio da cres- eente demanda do produto que vem se verificando, 44.3. Aplicagio da Cal A cal & geralmente armazenada em silos de grande capacidade, granulada, ‘ou em p6, virgem ou hidratada, © volume de armazenamento tam: bem deve ser fixado com base nos consumos médios @ méximos, bem como nas condigdes locais de entre- 9a, Um volume de armazenamento suficiente para um consumo médio de 30 clas parece ser um valor adequa- do para atender a necessidade de pi co de consumo, bem como prevenir evontuais falhas’ na entrega do mate- rial A aplicagio da cal para o condicio namento € normalmente felta sob a forma de suspensio a 10% de CaO. REVISTA DAE — 75 4.44, Aumento da Quantidade de Sotidos Devido 20 Condicionamento Quimico Tendo em vista que parte dos pro: dutos quimicos aplicados para con- dicionemento so incorporados a0 odo sob 2 forma de sOlidos, podem ser considerados os seguintes acrésci- mos no volume de torta Prodato Quinies | Quanteade etida na ort “Adicenada kg de soeosiea de ‘euimica apeado) Gores Ferico 050 Gl 280 45. Elutriago E 0 processo mediante 0 qual o Jodo digerido € lavado com dgua pa: ra reduzir sua alcalidade, antes da aplicagdo dos produtos quimicos con dicionantes, Dessa forma, reduzse 2 demanda dos produtos necessérios 2 reacio com a alcalinidade do lodo. Hi, segundo alguns fornecedores de equipamentos, também uma me- Thora da performance da desidratagdo devido a reduce da alcalinidade e a climinago dos sélidos finos do todo, que saem com o efluente da elutriay ‘80 (0 elutriado). A ocorréncia de grande quantida de de slidos finos verificase princi palmente quando se processa 0 lodo atividado em excesso, quer separa do ou combinado com o lode prim: . Em viries estagSes de tratamento primério onde se operava com sucesso 8 alutriago do lodo, foram constata dos problemas pds obras de amplia fo transformando.as em instalardes de tratamento secunddrio, Nesses ca- 408 © elutriado, com elevado teor de sblidos, era recirculado e descarregado ne entrada da estaco, interferindo com os demais processos © como resultado havia uma redugdo da efi- ciéncla global da estaggo. O aumento da captura de s6lidos finos na elutia- ‘80, mediante a aplicardo de um po- Himero, foi 2 solugo encontrada para se contornar 0 problema no caso das stages om foco, Para as condicdes atuais, no Bra- sil, a economia que se conseque com 2 redugdo da quantidade de cal e de cloreto férrico através da elutriacdo ¢ sem divide inferior 20s gestos com polimero, que é um produto importe: do de elevado custo. 48. SISTEMA DE CONDICIONAMENTO DO Lobo 4.5.1. Dispersso dos Produtos Quimicos Os produtos quimicos aplicados de- 76 ~ REVISTA DAE vem ser homogeneamente dispersas no fodo a ser condicionedo. No caso do uso de cal e sal de fer ro, este deve ser aplicado antes do cal Os sistemas de dispersio mais uti lizados sd0: a) Disperséo “em linha” Os produtos quimicos sio injeta dos no interior das canalizagdes que eonduzem 0 lodo para os tanques de condicionamento. A dispersio € proporcionada por um “misturador estdtico”, © qual € constituido por uma peca que, intercalada na tubule ef, introduz no fluxo a turbuléncia necessdria a homogeinizacSo. Este sistema pode causar alguns problemas de manutencdo quando Uusado com todo, em decorréncia de entupimento. b) Dispersto em tanques de reagdo Neste caso 8 mistura # processa fem tanques, nos quais os produtos uimicos sf0 adicionados ao lodo. ‘A homogeinizaco ¢ promovida por misturadores mecanizados. As paredes dos tanques e 0s equi- pamentos devem ser protegidos con: tra 2 aco corrosiva dos sais de fer: 10. © tanque de reagdo deve apresen- tar um tempo de retencéo de cerca de 2 a3 minutos, periodo necessério pare que haja uma perfeita homogenei- zacio. 45.2. Tanques de Condicionamento Apés receber os produtos quimi cos @ devidamente homogeneizado, 0 todo € conduzido aos tanques de con dicionamento, nos quais se processa 2 floculacio do lodo, ¢ a sua estabilize ‘efo quando se tratar de lodo ngo dige- rido, Os tanques deve ser providos de ‘agitadores que assegurem @ manuten ‘fo da homogeneidade do lodo duran- te @ operacdo. A velocidade das pés dos agitadores no deve ser elevada de modo a no quebrar os flocos for- mados. A capacidade dos tanques deve ser definida em funcdo do tipo de opera Bo: a) Operagdo em batelades Neste caso os tanques operam de modo descontinuo. ‘Uma vez completada a alimentacio de um tanque, fechase a valvula de entrada e aguarda'se 0 tempo necessd rio & floculagéo e/ou 4 estabilizapdo quimica ‘Tempos muito longos podem causar 8 “deterioraed0” dos flocos, tornan: dos pegajoses, e dificultando 2 desi dratago do lodo que 0 processard na fase seguinte No caso de lodo bruto, quando a adic de cal visar também a estabili zaco do lodo, 0 tempo de detencso, deve ser de 30 minutes no minimo, a fim de que se completem as reardes quimicas ‘A capacidade dos tanques seré fun fo do volume a tratar e do tempo de detencéo, © nimero de tanques deve ser estabelecido levando em conta a capa- cidade dos filtrosprensa. Cada batela: da deve ter um volume suficiente para alimentar um numero inteiro de fil trosprensa, Este sistema operacional leva a tan ques de condicionamento de grandes capacidades e consequentemente a bombas de transferéncia e sistemas de dosagem © aplicagdo de produtos qui micos também de maior parte, Assim & aplicével a instalagSes de porte pe queno ou médio, b) Operacgo Continua 0s tanques de condicionamento so alimentados continuamente, porém ali mentam os filtrosprensas de forma descontinua, de conformidade com os ciclos operacionais destes equipamen: tos, Assim, além de proporcionar 0 tem: ‘po de retengio adequado 20 processo, (05 tanques devem também armazenar (© volume de iodo que recebem no perfodo em que ngo esté ocorrendo bombeamento para os filtros-prensa, 0 estabelecimento do volume dos tanques deve ser feito considerando-se: ‘© Capacidade das bombas do afluen te; @ Tempo de retencio necessério; ‘© Capacidade ¢ cictos de operacio das bombas do efluente que ali- menta os filtros-prenss, Um exemple de dimensionamen- to de tanques de condicionamento para operaedo continua 6 mostrado adiante, neste trabalho, Os tanques de condicionamento, devem ser fechados para possibilitar © controle de odores. Particularmen- te nos casos em que se adiciona cal, ‘corre liberagdo de grande quantida- de de aménia. Nestes casos, além de fechados, os tanques devem ser pro: vidos de ventilaggo e tubulacdes que ‘conduzem 0s gases para o exterior. Em cada caso deve ser estudads a conveniéncia © necessidade de se ‘aplicar tratemento acs gases, para evitar meus odores nas dreas circun vizinhas. 4.6. SISTEMA DE ALIMENTACAO DOS FILTROS-PRENSA, ‘Apés © condicionamento, 0 odo é bombeado 20s filtros-prenss. (© tempo necessério 4 desidratagio relaciona-se ndo 56 as caracteristicas do Jodo, mas também aos equipamentos mecdnicos envolvidos no processo. Es: tes devem ser dimensionados de forma {a nifo causar protongamento do ciclo de filtragd0 por restrigSes mecinicas, 0 sistema de alimentacdo deve ser dimensionedo para que 0 perfodo de enchimento de um filtro dure de 5 a 10 minutos. © enchimento do filtro em perio- do mais curto pode causar entupimen- to do meio filtrante, As bombas nor- malmente utilizadas nesse servigo 580 de pist8o ou de pistéo e diafragms, € de cavidade progressiva As caracteristicas das bombas de- ern permitir 0 enchimento répido do filtro-prensa na fase inicial,e alta pres- slo e vazdo decrescente na fase de prensagem. ‘Alguns fabricantes de filtros-pren- ‘2 sugerem o uso de duas bombas. Uma delas de alta vazio e baixa pres so, © a outra de vazdo varidvel e alta preisio. No inicio do ciclo, para se obter um enchimento répido, so liga ddas as duas bombas, Quando inicia-se (© aumento de presséo, a bomba de grande vazio ¢ desligada prosseguin: do em operacSo 2 bomba de alta pres- ‘sfo até encorrar-so a fase de prensa gem, Outros fabricantes recomendam o ‘uso de uma nica bomba, de alta pres- sfo ¢ va2io varidvel, tanto para 0 en- ‘chimento como para a prensagem, © uso de uma s6 bomba evita 2 queda de pressio que ocorre no filtro, ‘quando 6 desligada a bomba de enchi mento, 4,7, SISTEMA DE FILTRAGAO. © COMPRESSAO DO LODO. Este sistema é constituido pelo pré: prio filtro-prensa e alguns equipamen- +108 auxiliares, Um ciclo de operago de um filtro- -prensa compreende a5 seguintes fases distintas: © Préenchimento, © Filtragio, © Limpeza do nicleo. © Descarga da torta, Algumas instalagSes so projetadas para opersrem sem. as fases de préen- chimento e limpeze do nucleo. 4.7.1, Pré-enchimento E a operagdo que consiste em en cher 0 filtro com um liquido, antes de nele se introduzir 0 lodo. 0 objetivo & promover melhor dis- tribuigge do lodo no interior do fil orprense, para se conseguir melhor cficiéncia ne desidratacdo © tortas mais homogéneas, © préenchimento pode ser fei 10 utilizandose 0 filtrado do ciclo anterior, armazenado para esta fina lidade, ¢ bombeado para o interior do filtro, Quando a torta aderir 20 tecido filtrante, dificultando 2 descarga, po: dese, para evitar este inconveniente, adicionar 20 liquide de pré-enchimen: to um material “peéfiltrante”, tal como terra diatomdcea ou cinza ("tly ash"), ‘Com isso forma-se uma camada jun to d superficie do filtro, que evita a aderéncia do lode. Normalmente, com lado de esgoto, este procedimen: to no se faz necessério, especialmen- te quando s@ usam altas dosagens de cal para seu condicionamento, 47.2. Filtrago Esta fase compreende 0 bombes: mento do lodo 2 ser desidratado, para © interior do filtro-prensa, até que se encerre a prensagem. No inicio desta fase deve ser evita- da a ovorréncia de pré-fltra¢go, que corre quando 3 filtragdo do lodo se inicia antes de estarem preenchidas com lodo todas as cavidades do filtro, ‘A ocorréncia deste fendmeno pro vora, no filtro, © apsrecimento de grandes pressOes diferencias. Em algumas instalagGes relata-se a ocorréncia de pressdes.diferenciais com valores até 4 kgf/em?. Esta difer renga de presséo provoca a deflexdo das placas, resultando camadas alter. nadas mais finas ¢ mais espessas de tortas de lodo, com alto teor de dgua Para se evitar este fendmeno, po dese prever a introduedo do todo no filtro pelas duas extremidades. Desta forma, diminur-se a distancia a ser per corrida pelo lodo, pare stingir a of mara mais distante, Além disto, caso haja_ um aumento prematuro da pres so em uma das extremidades, auto- maticamente mais lodo serd introduzi do pela outra, equilibrando desta for sma as pressées. Passado certo tempo apis o inicio do recalque de lado a0 filtro-prensa, a press no filtro comegaré a subir capi damente, As bombas de alimentacdo deverdo entéo sofrer um ajuste auto: mitico de sua vazdo em funcéo do aumento de presso, continuando a funcionar até que se atinjam as sequin: tes condigies: 1) a pressio no filtro atinja a pressfo final 2) a vardo de filtrado atinja um valor minimo pr6-Fixado, 4.7.3. Limpeza do Nacleo do Filtro Essa operacdo consiste em extrair 0 odo que fica contido no nicleo do fil- to (por onde se faz a alimentagio das places), quando encerrasse a fese de prensager. © objetivo 6 evitar que este odo, ainda ndo desidratado, seja descarrega: do com as tortas, 0 que pode causer problemas operacionais nos equipa- mentos de transporte e manuseio das, tortas, Isto 6 feito introduzindo-se ar com: primido por uma das extremidades do filtro, fazendo o lodo volter ao tanque de condicionamento. Esta operacdo tem duragdo de cerca de 2 minutos. 4.7.4. Descargada Torta ‘Apés a limpeze do nucleo do fil- +10, inicia-se a descarga das tortas. (© operador deve destravar o filtro @ acionar o mecanismo de abertura das pacas. Caso se verifique aderéncia da torta 0 tecido da placa, o operador dove auxiliar 0 seu desprendimento ‘com uma pd, (© tempo de descarga € de cerca do 6 segundos por placa, 4.8. SISTEMA DE TRANSPORTE DAS TORTAS. Este sistema inclui os equipamentos ecessérios para transporte desde 0 onto de descarga até 0 armazenamen- 10 nos silos. Quando o mecenismo de abertura das placas ¢ aciorado, a medida em ‘que cada placa 6 movida, as tortas so descarregades. ‘A torta descarregada ¢ dirigida a uma correia transportadora por meio de um funil metélico, disposto sob o filtro-prensa, Geralmente sd0 instalados fios me- tdlicos cortantes, no interior deste funil, a fim de provocar a quebra da torta quando do descarregamento. REVISTA DAE — 77 As correias transportadoras condu: 0m as tortas 20 silo de armazenamen: to, de onde sdo retiradas para receber a disposiglo final A descarga deve ser acompanhada pelo operador, para veriticar se as tor tas se desprendem totalmente, Caso parte da torts permaneys presa ao tecido de revestimento do filteo, © operador deverd remové-la manualmente, com 0 auxilio de uma pide madeira Neste caso 0 mecanismo de movi: mentacio das placas parard automat camente, quando © operador inter coptar 0 circuito de seguranes. © circuito de seguranga_normal- mente ¢ constituido por uma barreira Juminosa, que quando cortada inter rompe © funcionamento do mecanis mo de movimentagdo das placas. ‘Algumas vezes sio instalados cor: des situados acima dos filtros, que quando puxados recolocam 0 mecanis mo em funcionamento, 4.9. SISTEMA DE LAVAGEM DOS TECIDOS DE REVESTIMENTO DAS PLACAS A lavagem dos tecidos de revest: mento dos filtros tem por objetivo manter 0 equipamento operando com 235 taxas de filtragdo previstas. Dols tipos de lavagem sfo usual mente efetuadas, a lavagem com jatos de agua a alta pressio, e a lavagem com solugfo de dcide cloridrico a 5%, 4.9.1. Lavagam Com Jatos a Alta Pressfo Esta lavage tem 0 objetivo de remover particulas de lodo que fi- ‘cam retidas na fiago dos tecidos filtrantes ‘A lavagem ¢ felta com as placas separadas, e 05 jatos de égua incidin: do diretamente sobre @ superficie dos tecidos. Durante 2 operacdo formam-se aerosdis que se espalham pelo am: biente, Por esss razio recomenda-se que a favagem seja teita com agua potdvel, ¢ nfo usando o efluente tratado da ETE. ‘A quantidade de dgua e 0 tempo requerido para lavagem de cada pla 2 varia de acordo com 0 tamanho dos fitros, Estima-se que para um filtro com placas de 2,0 x 2,0 m, a vazdo de lavagem seja de 360 limin, com du: ago de 1,5 minutos por placa, 'As méquinas de lavegem das placas podem ser montadas acopladas ao fil- 78 — REVISTA DAE 0, ou entdo méveis, de forma @ se: rem usadas em mais de um filtro ‘As méquinas devem ser alimentadas por bombas com pressdo da ordem de 100 kg/cm? para obtencdo de uma boa lavagern. ‘A freqiéncia da lavagem 2 ata pressio & determinada por diversos Satores: tipo de lodo a ser desidratado, numero de horas de operacio do fil tro e eficiéncia do condicionamento quimico. Em condigdes normais de coperagdo, 6 de cerca de uma vez por 4.9.2. Lavagem Com Soluglo de Acide Cloridrico Esta lavage visa remover parts: culas de cal que fiquem incrustradas nas canalizagGes dos filtros e nos teci dos filtrantes. O dcido cloridrico rea- ge com 0 cal formando sais, Estes so removidos dissolvidos na qua de lavagem, A freqiléncia da lavagem com dci do cloridrico também esta vinculada 20 tipo de lodo ¢ a0 condicionamen to, Prevése que, em condigdes nor- mais de operago, ocorra mensalmen: te. © sistema para lavagem com solu ge de dcido cloridrico ¢ compost dos seguintes elementos principais: '* Tanque de armazenamento, 0 dcido 6 note armazenado, na mes: ma concentraedo em que € recebido, geralmente 30 a 33%. © volume desse tanque deve permi- tir © armazenamento de quentidade suficiente para um més de operacdo, © Tanque de diluicdo, Nesse tanque se processa a diluicdo do dcido & concentragfo de 5%, ade- quada & lavagern 0 volume do tanque deve ser sufi- ciente para 0 enchimento do filtro prensa e das tubulacdes, Deve ser prevista uma descarga de ‘cal no tanque de diluigdo. Este dispo: sitivo tem a finalidade de permitir a neutralizago da solugto, se necesss- rio, quando de sua disposigio final © Bombas de lavagem, As bombas de lavagem devem ter capacidade para encher o filtro-pren- 2 em cerca de 15 minutos. Estas bombas podem ser utilizadas para preparar 3 solucdo de lavagem. Para tanto succionam simuftaneamen- te do tanque de armazenamento de Acido ¢ do tanque de diluigéo, recal- cando para este. O operador deve con- toler a concentracio da mistura, desligando a bombs quando esta al- cangar 5% A lavagem ¢ felta com as placas fechadas, bombeandose a solugdo aoida do tangue de diluicdo para o interior do filtro. A solugio passa através dos tecidos filtrantes e retor- na ao tanque de diluicéo, A operacéo deve prosseguir, con tinuamente, com bombeamento em circuito fechado, até que se tenha assegurado uma boa limpeza, A solucdo dcida poderd ser rou tilizada desde que 2 lavagem anterior no a tenha reutralizedo, 4.10, SISTEMA DE CONTROLE AUTOMATICO As instalagdes_de grande porte, com indimeros equipamentos. envol vides, e que operem em regime con- tinuo, devem ser dotadas de um sistema de controle automético que permita 9 operagio segura, com dis- pendio de pouca m&o de obra, A seguir apresenta-se 0 Diagrama Légico de Funcionamento de uma instalagio de filtros-prensa_que ope: ra em regime continuo, 5, EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DE UMA INSTALACAO DE FILTROS- -PRENSA PARA DESIDRATACAO DE LODO: DIGERIDO 5.1, DADOS DE PROJETO a) Tipo de lodo a ser desidratado: Lo: do digerido, proveniente de mistura de lodo primério e excesso de lodo ativedo, b} Quantidade media de sdlidos por dia: @ 1? Etapa: 80.000 kg/d; @ Futuro; 200.000 kg/d, €) Teor de séiidos do lodo a ser de: sidratado:4,5%, 5.2. CRITERIOS PARA DIMENSIONAMENTO a) Periodo de operagio das instala- Wes: © 7 dias/semana, © 16 horas/dia, b} Teor de sélidos previsto na torta de lado: 40%, DIAGRAMA LOGICO DE FUNCIONAMENTO DOS FILTROS- PRENSA, b) Célculo do Numero de Tortas por Daa Ease JancnrarFoseune ay fear CTE Foomatic seat oiciauaeure. J coarser [perso or eoeeane rum esa ) Densidade estimads para a torta de lodo: 1.160 kg/m3, 4) Espessura da torta; ~ 30 mm. ©) Pressio de operaedo do filtro- “prensa: 18 bars, f) Produtos Quimicos para condicio namento: © Cole Cloreto Fértico. 9) Texas de dosagem de produtos uimicos (% s6lidos secos) © 10-20% C20 (média 15%) © 7,5:10% FeCl. hh} Lodo quimico formado: © Cloreto Férrico: 80% FeCl do- sado i) Fator de pico para o lodo: 1,25. 5.3. DIMENSIONAMENTO DO FILTRO PRENSA. a) Estimativa do volume didrio de 24 Maxima: 55 = 6.240 tortas por dia eee FETE] sande tito-prensa com pacas de non 20m espenura de tora = 30 eH He rea poe Seda pfs feats ee 2] volume por place = 20x 20x T x 0,03 = 0,12m?/placa, Adotado: ear novens BE ere a jetliner come 0,1 m2 /placa. prereset ‘@ Numero Didrio de Tortas: Eee Peer CH eet bese 18 etaps t ieee 200 a] pe was: 22-2000 ona perda (irarboece Tomah : a earT] Tamm I 260 Jaewntto 41200 pod | Maxima: => = 2.600 tortas por dia a ; pov {eee Fina ietsav0. tf 499 peor hee poate || ned: $22 «4.990 tortes por ia {eos ements V4 ot | I | J ©) Determinagio do Namero de Filtros Prensa Para facilitar @ selego do numero de filtrosprensa e de placas, foi prepa- rado o grafico apresentadana llustragéo 5.1 onde & apresentado 0 valor da pro- \duedo didtia de torta em funeio don? de placas por filtro, niimero de filtros prensa e numero de ciclos por dia, Do grafico vemos que para as con- digdes de produgdo média do todo, na 19 Etapa seriam necessirios 3 filtros com 130 placas; ¢ na etapa final, 6 filtros com 150 placas (2,0 x 2,0 m) cade um, Selecionado: 12 Etape: 3 filtrosprense, com estrutura para 150. placas, com 130 placas instaladas. Futuro: 6 filtrosprensa com 150 placa, tortas: No item seguinte 6 feita a verifica- Projeto Futuro Wormat_[Mc__| Normel_| Mie 2. ~ Sélidos do lodo |kgith 80.000 | 100.000 | 200.000 | 250.000 b.—Dossgem media de FeCl, iky/s) } 6.000 | 7500 | 16000 | 18.750 1c, — Lodo quimico FeCl iks/d) 3.000 | 3750 | 7500 ) 9.375 4d. ~ Dosager: média de Cat (Kia 12000 15000 | 30.000 | 37.500 @, — Lodo quimico C20 (kg/h 9.600 | 12000 | 24000 | 20.000 1, Total de Solidos Prod, (kg) 92.600 | 115.750 | 231.500 | 289.375, 9, ~Concentrario de Sélidas da Torta 40 40 40 40 cs h = Densigade da tortaikg/m?) rico | 1160 | 1.160 | 1.160 |= Volume de Torta produzido im‘ ici] 200 250 499 | 624 REVISTA DAE — 79 fo para diferentes condigdes opera ionais, e para atendimento da condi 0 de maximo futuro, 4} Verificacdo das Condigdes de Operacio, Verifica-se que as instalacdes tém condigdes de atender as necessidades de produgio de tortas, inclusive para (9 maximo futuro, operando nessa condigdo com 7 ciclos didrios, 5.4, DIMENSIONAMENTO DAS BOMBAS DE ALIMENTACAO DOS FILTROS Estabelecendo que enchimento de cada filtro com 150 placas dure 7,5 minutos, @ va2d0 3 bombear se- at , =e 20 mB min = 120 mbm 8 Ts min Usar dues bombas por filtro, cada uma com capacidade de 60 m°/h. 5.5, CAPACIDADE DOS TANQUES DE CONDICIONAMENTO Seré adotado um tanque de condi cionamento para cada filtro-prensa Sero entdo, instalados tés tanques ra primeira etapa e outios trés para a etapa final ‘Cada tanque serd dimensionado pa- ra poder armazenar a vazdo provenien te do tanque de armazenamento, no perfodo de 20 minutos que decorre entre dois enchimentos consecutivos do filtro. Rojee Faw CN Fox prensa salads Je nimero >| 3 ]e6le je camaro 39 | 130° | 150. | 150 Je capacidade do filtro (m3) 13 13, 15, 15, Torta de lodo a ser processada (n?/d) 200 250 499 624 Gperaeso norma |@ filtros em operacdo 3 3 6 6 IS hora we | | i | os Je ciclo/filtro 51 64 55 69 |e duraciio maxima do ciclo (h} 31 26 29 23 opmacio de emerges Je Filtros operando 2 2 5 5 Snort wo | % | 1% | 2 cose o7 | “o6 | ‘e7| “8s |e durac3o maxima do ciclo (h) 2,6 25 24 24 V = 20x 2,0m9/min = 40 m? ‘Serio adotados tanques com 60 m? de capacidade cada um. 5.6. DIMENSIONAMENTO DAS BOMBAS DE TRANSFERENCIA DE LODO PARA OS TANQUES DE CONDICIONAMENTO Seré adotada vazio idéntica a de alimentago do filtro, Assim, cade tanque de condicionamento serd li- mentado por uma bombe com ca ppacidade de 120 m3 jh. 5.7, VERIFICAGAO DO FUNCIONAMENTO 00S SISTEMAS DE TRANSFERENCIA DE LODO E DE CONDICIONAMENTO. E ALIMENTAGAO DOS FILTROS-PRENSA, © objetivo dessa verificagio é conhecer 0 comportamento da varia- ‘eGo do volume de lodo armazenado to tanque de condicionamento, 30 Jongo dos ciclos operacionais do fil: ‘ro, e conhecer 0 perfodo que decor- re entre duas ligagBes sucessivas da bomba de transferéncia de lodo, = 8 ‘Wustraglo 6.1 — Grifico para slepHo dos Filtra Prensa e do nimero de pcos 80 — REVISTA DAE A verificagio 6 feita para a condi fo futura. ‘© Lodo a ser processado: 200.000 kg SSTidia. © NO de ciclos por dia:5,5 ciclos/dia, ‘© NO de filtros prensa: 6. Lodo a ser processado por ciclo por filtro: 6.060 kg SST/ciclo, © Teor de sblidos: 4.5%. © Volume de lodo a ser processado por ciclo por filtro: 134,7 m9, © Acréscimo de volume devido a adi- io de cloreto férrico. Dosagem de FeCly por ciclo 6.060 x 0,075 = 454,5 kg FeCl Volume de solugdo de FeCl; & cone. 10% = 4,5 m3, © Acréscimo do volume devido a adigéo de cal: Dosagem de C20 por ciclo = 6.060 x 0,15 = 909 kg a0. Volume de leite de cal 2 10% same ase ¢ —teicio © Volume por filtros: 134,74 4,54 9.1 =148.3m9 total a ser processado A ilistrago 5.2. mostra a ope. ago das bombas de elimentagdo dos filtrosprenso e das bombas de transferéncia de lodo, bem como a variagfo do volume do tanque de condicionamento, Para a elaboragdo desse gréfico foram feitas as seguintes considera Bes: 2} Bomba de Transferéncia de Lodo, © Acionamento para (10m). nivel baixo © Parada para nivel alto (50 m9). b) Ciclo de Fittro-Prensa: Faw Duragéo Pr@ enchimento Sin Enchimento 20min Prensogem 108 min Limpoza de ndeleo. 2 min Descarga ds tora 15min Total 150 minutos (2.5 horas) ©) Bombas de Alimentago dos Filtros, Durante 0 enchimento as duas bombas operam com a méxima va- Durante a prensagem a vazio das dues bombas variard, até um valor minimo, quase nulo, tendo sido ado- tado para oonstrupgo do gréfico © valor médio de 60 m’ /h 6, DESENHOS TIPICOS DE UMA INSTALAGAO Os interessados nos desenhos ori- ginais do projeto de uma instalago de filtros:prensa devem entrar em contato com a Eng? Tereza Cristina Lampogtia, do Departamento de Saneamento da HIDROSERVICE. © projeto foi elaborado pela HI- DROSERVICE, para a SABESP — Companhia de Sancamento Bésico do Estado de S40 Paulo. As instalagBes tém capacidade para Gesidratar © lodo produzido na Esta- fo de Recuperagio de Qualidade de Agua do ABC, A ERQ ABC terd capa cidade para tratar a vazSo de 6 m3/s 1a primeira etapa, © 15 m®/s na etapa final, REVISTA DAE — 81

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