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experimentos em projetos de
pesquisa de engenharia civil
Contributions to experiment design in civil engineering
research projects
Resumo
onduzir experimentos planejados estatisticamente em projetos cujo
No momento em que se faz uso de métodos Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo
estatísticos para avaliação de experimentos, demonstrar que as pesquisas realizadas em
materiais de construção civil podem ser
ressalta-se a importância de um planejamento
prévio para que se obtenha, a um custo mínimo, a enriquecidas quando os ensaios são planejados
maior quantidade de informações sobre as estatisticamente, utilizando técnicas de
fracionamento.
características dos fatores considerados. Quando,
por exemplo, não é determinado previamente o
tamanho ótimo de uma amostra, pode-se utilizar Programas experimentais e o
um número mais elevado de repetições para tirar as planejamento de experimentos
mesmas conclusões que poderiam ser obtidas a
partir de uma amostra de menor tamanho. Por Para explicar a importância do planejamento de
outro lado, um número insuficiente de amostras ensaios em programas experimentais e os seus
pode gerar incertezas que impossibilitem qualquer benefícios, na seqüência são apresentados três
conclusão referente aos fatores estudados. Além exemplos de programas experimentais conduzidos
disso, ensaios não sistematizados, quando muitos com concreto, envolvendo um número considerado
fatores estão envolvidos, dificultam ou mesmo de variáveis com diversos níveis de controle, em
impedem qualquer análise estatística posterior. que o planejamento de experimentos foi concebido
como projeto fatorial fracionado. A condução dos
Em um experimento bem projetado é necessário, ensaios conforme o planejamento tornou o
segundo Nanni e Ribeiro (1987):
programa experimental enxuto, o que possibilitou
(a) definir claramente os objetivos do problema; a obtenção de dados confiáveis, a realização de
(b) indicar quais são as variáveis primordiais, uma análise estatística mais elaborada e, desta
dependentes e independentes; forma, respostas confiáveis.
20 30 63 0,35 15
21 15 63 0,60 15
22 30 63 0,60 15
23 25 28 0,45 20
24 25 28 0,45 20
25 25 28 0,45 0
Central
26 25 28 0,45 0
27 25 28 0,45 10
28 25 28 0,45 10
29 40 28 0,45 10
30 5 28 0,45 10
31 25 28 0,28 10
Estrela
32 25 28 0,75 10
33 25 7 0,45 10
34 25 91 0,45 10
35 30 14 0,35 0
36 15 14 0,35 0
37 30 14 0,60 0
38 15 14 0,60 0
Cubo
39 30 63 0,35 0
40 15 63 0,35 0
41 30 63 0,60 0
42 15 63 0,60 0
Fonte: Hofmann (2001)
Tabela 2 – Projeto do experimento fracionado
a/c
0,32 0,28 0,25
dmáx 25,0
a/c
Concreto com sílica ativa (10%)
Projeto e análise dos experimentos resistência, com e sem adições de sílica ativa, e as
completo e fracionado em ensaios de concretos convencionais (resistências de até 40
MPa). As variáveis de controle adotadas e os seus
de resistência à compressão em CC respectivos níveis são apresentados na Tabela 4.
e CAR2
Após definidas as variáveis controladas, o próximo
Como consideração inicial na apresentação deste passo no projeto de experimentos deste estudo foi
programa experimental, ressalta-se que ele foi a determinação do tamanho ótimo da amostra e
concebido e executado em um período anterior aos verificação da normalidade da distribuição. Era
demais programas até então apresentados, quando preciso verificar se três exemplares (número já
a cultura de planejamento estatístico não havia consagrado para concretos convencionais)
sido assimilada nas pesquisas em materiais de forneceriam resultados com a confiabilidade
construção civil desenvolvidas na UFRGS. desejada para concretos de alta resistência. Para
A variável de resposta empregada para realizar a tanto, foram moldados 30 corpos-de-prova de
comparação de análises entre experimentos mesmo traço para posterior rompimento à
executados de forma completa e fracionada é compressão aos 28 dias. Uma vez comprovada a
resistência à compressão. Primeiro é apresentada a hipótese de normalidade da distribuição dos dados,
análise da matriz completa de dados, para então ser calculou-se o tamanho da amostra, conforme a
possível proceder à comparação. equação 1.
Adições Relação
Tipo de Idade Nº de corpos-de-
de s.a. Ensaios Realizados
Cura a/(c + s.a.) (dias) prova*
(%)
Câmara 0,25
1 Compressão simples - fc 504
Úmida 0,28
0
3 Tração por compressão
Ambiente 0,32 504
7 diametral - ft,D
0,37
Câmara 28
0,45 Tração por flexão - ft,F 504
Úmida 63
10 0,50
91 Deformação transversal e
Ambiente 0,58 504
longitudinal
TOTAL 2 2 7 6 4 2016
*
Considerando três exemplares por amostra
Tabela 5 – Variáveis analisadas no programa experimental de resistência à compressão em CC e CAR
60
40
20
20 40 60 80 100
fc - Valores estimados (MPa)
ambiente
tipo de cura
úmida
sílica ativa
0% 10%
relação água/(c + sa) relação água/(c + sa)
0,25 0,28 0,32 0,37 0,45 0,50 0,58 0,25 0,28 0,32 0,37 0,45 0,50 0,58
28 63 91
U U
idade (dias)
ambiente
U U U U
U U U U U U
7
U U U U
3
U U
1
tipo de cura
28 63 91
U U
idade (dias)
U U U U
úmida
U U U U U U
7
U U U U
3
U U
1
100
90
Resistência à compressão (MPa)
80 2
r =93%
70 2
r =93%
60
50
40
Projeto completo
30 Projeto fracionado
20 Médias reais
10
0 20 40 60 80 100
Idade (dias)
Figura 9 - Relação entre resistência à compressão e idade
90 Projeto completo
Projeto fracionado
80
Médias reais
70
60
50
40
30
20
10
Úmida Ambiente
Tipo de cura
100
90 Projeto completo
Projeto fracionado
80 Médias reais
70
60
50
40
30
20
10
0 10