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Escola das Engenharias

Semestre 2018.1

Logística e Produção

Profª Especialista:
Eng. Raphaela Queiroz

raphaela.queiroz@fpb.edu.br
PLANO DE ENSINO
EMENTA:

• Conceitos, ferramentas e técnicas de logística no processo


de produção de edifícios;
• Aspectos logísticos de sistemas de transportes em obras;
• Planejamento de espaços físicos no canteiro;
• Posicionamento racional de equipamentos;
• Definição, projeto e implantação do canteiro de obras.
COMPETÊNCIAS

CRIAÇÃO DE SOLUÇÕES: Conceber a criar sistemas, produtos e processos na


área da construção civil, visando inovar e atender as demandas da sociedade;
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS: Planejar e desenvolver projetos na área da
construção civil, considerando a viabilidade técnica, cultural, econômica, social e
ambiental.
GESTÃO DE OBRA: Supervisionar, coordenar, gerir e orientar tecnicamente a
obra de construção civil;
AVALIAÇÃO TÉCNICA:Vistoriar, periciar, inspecionar, fiscalizar, avaliar e emitir
relatório referente à projeto e obra de construção civil
PRODUÇÃO TÉCNICA E ESPECIALIZADA: Elaborar documentos, estudos
preliminares, normas, procedimentos e especificações técnicas na área de
construção civil.
QUALIDADE DE OBRA: Controlar a obra de construção civil visando a
padronização, mensuração e sistematização da qualidade.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

1. Fornecer ao aluno definições, conceitos, classificações,


aspectos de evolução e de atualização acerca das
tecnologias vinculadas à construção civil, com enfoque
no
setor de edificações;
2. Propiciar a compreensão dos sistemas e subsistemas
da edificação, bem como seus processos de construção;
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

3. Envolver o aluno com os principais aspectos e condicionantes


relacionados aos sistemas construtivos e tecnologias: projeto,
racionalização, industrialização, inovação e seleção tecnológica,
implantação de sistemas de qualidade e produtividade, aspectos
de gerenciamento, avaliação de desempenho, economia, novos
paradigmas e tendências da construção, dentre outros;

4. Desenvolver métodos de melhoria da utilização dos espaços


físicos disponíveis, de forma à possibilitar que as equipes e
máquinas trabalhem com segurança e
eficiência; aumentando a produtividade da mão-de-obra e
reduzindo os desperdícios em geral;
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - UNIDADE 1

1. DEFINIÇÕES E CONCEITOS GERAIS


- Conceito de Construção Civil e de Tecnologia do
Ambiente construído;
- Classificação da Construção Civil;
- Características do Setor;
- O setor da construção civil na economia nacional;
- Tipos de edificações: classificações;
- Aspectos Gerais da Construção;
- Evolução Tecnológica;
- Desafios Atuais;
- Sistemas e Subsistemas da edificação
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - UNIDADE 1

2. CANTEIRO DE OBRAS
- Aspectos físicos: projeto e logística;
- Aspectos humanos: dignificação da mão-de-obra;
- Segurança e higiene;
- Sustentabilidade: resíduos;
- Avaliação de Canteiros

3. CONSTRUÇÃO ENXUTA: Histórico, conceitos,


princípios e aplicações
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - UNIDADE 2

1. ASPECTOS DE PROJETO E RACIONALIZAÇÃO


CONSTRUTIVA
1.1) Racionalização construtiva no Brasil;
1.2) Construtibilidade
- Conceitos Básicos;
- Durante as etapas de concepção e projeto;
- Durante a etapa de construção;
1.3) Tipos de Projeto;
1.4) Coordenação de Projetos;
1.5) Construção personalizada;
- Modificações de Projeto durante a execução da obra
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - UNIDADE 2

2. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA CONSTRUÇÃO


CIVIL
- Conceitos de Inovação Tecnológica;
- Seleção Tecnológica;
- Novos Equipamentos;
- Visão Sistêmica
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - UNIDADE 3

1. CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA
- Novos sistemas construtivos e tecnologias;
- Construções pré-moldadas;
- Construção seca;
- Painés de vedação e instalações hidráulicas;

2. SISTEMAS DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE


2.1) Produtividade
- Fatores que afetam a produtividade;
- Causas de perda de produtividade;
- Melhoria da produtividade;
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - UNIDADE 3

2.2) Patologias da Construção: Casos Típicos


2.3) Implantação do Sistema da Qualidade
2.4) Certificação de Empresas;
2.5) PBQPH
2.6) Gestão da Qualidade
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Aulas expositivas teóricas, com o uso do quadro


branco e data show, orientações individuais e em grupo,
visitas técnicas à canteiros de obras, apresentação de
exemplos imagens para a consolidação do aprendizado e
estudos de caso.

ATIVIDADES DISCENTES

Pesquisas na biblioteca, relatórios das visitas técnicas,


elaboração de trabalhos em grupo, estudos de caso e
participação nas aulas.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO

UNIDADE 1:
• Prova escrita individual, sobre todos os assuntos
discutidos e textos fornecidos. (nota de 0 a 10).
• Exercícios Propostos (nota de 0 a 2).

UNIDADE 2:
• Nota do Teste de Progresso

UNIDADE 3:
• Seminário e Trabalho Escrito: Aplicação da Logística em
um Canteiro de Obras, para aumentar e melhorar a
produtividade, com o preenchimento de Check List
CRONOGRAMA DAS AVALIAÇÕES

UNIDADE 1 22/03/2018

UNIDADE 2 – TESTE DE 02/05/2018


PROGRESSO
UNIDADE 3 21/06/2018

PROVA FINAL 28/06/2018

APS – Atividade Prática 02/06/2018


Supervisionada
Informativos gerais

1. NÃO PODE FILMAR A AULA

2. CELULAR SÓ PODE SER


ATENDIDO FORA DA SALA DE
AULA

3. CHAMADA – TOLERÂNCIA –
15 MINUTOS

4. DIA DE PROVA – CELULAR


DESLIGADO

5. FIQUEM À VONTADE PARA


ESCLARECER QUALQUER
DÚVIDA
Informativos gerais

6. NOS EVENTOS EXTRACLASSE, ORGANIZADOS PELA


COORDENAÇÃO DE CURSO, QUE VENHA OCORRER NO
HORÁRIO DA AULA E DENTRO DA FACULDADE,
HAVERÁ A APURAÇÃO DA FREQUÊNCIA;

7. NÃO É COMPETÊNCIA DO DOCENTE DA DISCIPLINA


O ABONO DE FALTAS. CONFORME REGIMENTO GERAL
DA INSTITUIÇÃO E A LEGISLAÇÃO QUE REGE O
ENSINO SUPERIOR VEDA A CONCESSÃO DE ABONO DE
FALTAS;

8. AO OCORRER AUSÊNCIA POR QUALQUER DOS CASOS


CONSTANTES NA LEGISLAÇÃO DE FREQUÊNCIA EM
REGIME DE EXCEÇÃO, AGIR CONFORME ORIENTAÇÃO
DO MANUAL DO ALUNO (DISPONÍVEL NO SITE DA FPB
EM DOCUMENTOS NORMATIVOS);
Informativos gerais

9. A CHAMADA SERÁ REALIZADA NO FIM


DA AULA;

10. O ALUNO SÓ PODERÁ SE AUSENTAR DA


SALA DE AULA UMA ÚNICA VEZ, FICANDO
PROIBIDO O “ENTRA E SAI”. CASO
CONTRÁRIO, NÃO SERÁ PERMITIDO O
RETORNO À SALA DE AULA E SERÁ
CONSIDERADA UMA FALTA;
PARA AS ATIVIDADES DE CASA:

11. OS ESTUDOS DIRIGIDOS, SEMINÁRIOS E


DEMAIS ATIVIDADES DEVERÃO SER
ENTREGUES NAS DATAS DETERMINADAS,
NÃO SERÃO ACEITOS TRABALHOS A
POSTERIOR DA DATA MARCADA;
Informativos gerais

12. ESTUDOS DIRIGIDOS, SEMINÁRIOS E DEMAIS


ATIVIDADES IDENTIFICADAS COMO CÓPIAS DE TRABALHO
DE COLEGAS, AMBOS RECEBERÃO NOTA ZERO;

13. NÃO HÁ REPOSIÇÃO. NA AUSÊNCIA/INSUFICIENCIA DE


NOTA, O ALUNO REALIZARÁ PROVA FINAL.

14. CASO O ALUNO SEJA PEGO SE UTILIZANDO DE


RECURSOS ILÍCITOS DE AUXÍLIO PARA REALIZAÇÃO DA
PROVA (FILANDO), SUA PROVA SERÁ RETIDA E ESSE
RECEBERÁ NOTA ZERO.

15. O SUCESSO DA NOSSA DISCIPLINA DEPENDE DO


REPEITO
MÚTUO EM SALA DE AULA
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

• BALLOU, Ronald H..


GERENCIAMENTO DA CADEIA
DE SUPRIMENTOS / LOGISTICA
EMPRESARIAL. 5ª ed. PORTO
ALEGRE: BOOKMAN, 2006. 616.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

• VIEIRA, HELIO FLAVIO. LOGÍSTICA


APLICADA À CONSTRUÇÃO
CIVIL: COMO MELHORAR O
FLUXO DE PRODUÇÃO NAS
OBRAS. SÃO PAULO: PINI, 2006.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

• NOVAES, ANTONIO GALVÃO.


LOGÍSTICA E GERENCIAMENTO
DA CADEIA DE DISTRIBUIÇÃO:
ESTRATÉGIA, OPERAÇÃO E
AVALIAÇÃO. RIO DE JANEIRO:
CAMPUS EDITORA, 2004. 409.
INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, a maior preocupação dos gestores esteve


relacionada aos aspectos técnicos, não dando a devida
importância aos desperdícios, prazos e retrabalhos.

Os investimentos sempre foram aplicados na área técnica e


esquecendo de outras frentes que aparentemente não
impulsionavam a produção, por exemplo a Logística.

Diante do enorme crescimento do mercado da construção civil,


as médias/grandes empresas tentam se modernizar para se
manter competitivas no cenário atual do mercad10o.
Segundo o conceito da construção enxuta, devemos
desenvolver o ciclo da melhoria continua em nossos
canteiros, agilizando os processos construtivos e
reduzindo os desperdícios, não podendo ser confundido
unicamente com redução de custos.

Poderá haver momentos que investindo mais em um setor,


promoverá a redução de custos em outros, na intenção de
melhorar a qualidade de modo que atenda as expectativas
finais do cliente.

Baseado nos conceitos da construção enxuta,


abordaremos o tema de Logística do Canteiro de Obra.
O QUE É LOGÍSTICA?

“Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de


Suprimento que Planeja, Implementa e Controla o
fluxo e armazenamento eficiente e econômico de
matérias primas, materiais semiacabados e produtos
acabados, bem como as informações a eles relativas,
desde o ponto de origem até o ponto de consumo,
com o propósito de atender às exigências dos
clientes”.
CONCEITO

 Éa atividade que viabiliza negócios, não apenas por


aproximar as partes – os vendedores e os
compradores – mas, essencialmente, para reduzir
drasticamente custos com materiais e sua
movimentação.

 A LOGÍSTICAse preocupa em encontrar o caminho


mais ágil e econômico para juntar demanda e
oferta, permitindo preços acessíveis, dentro dos
prazos e dos padrões exigidos pelo cliente.

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CONCEITO

ALogística é dividida em dois tipos de atividades - as principais


e as secundárias:
Principais: Transportes, Gerenciar os Estoques, Processamento
de Pedidos.

Secundárias: Armazenagem, Manuseio de materiais,


Embalagem, Obtenção / Compras, Programação de produtos e
Sistema de Informação.
EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA

PROF. Ms. DELANO CHAVES 15


A LOGÍSTICA
COMO UM SISTEMA
“Trata de todas atividades de movimentação e
armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos
desde o ponto de aquisição da matéria-prima até
o ponto de consumo final, assim como dos fluxos
de informação que colocam os produtos em
movimento, com o propósito de providenciar
níveis de serviço adequados aos clientes a um
custo razoável.”
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Logística no Canteiro de Obras
Logística de Suprimento
Serviço ao Cliente
Logística de Produção
Logística de Distribuição

Logística de Transporte
Armazenagem / Estoque

Logística Reversa

Logística Aduaneira 17
CONCEITOS

Canteiro de obra, segundo a Norma Regulamentadora 18


NR 18 do Ministério do Trabalho e Emprego é: Área de trabalho fixa e
temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de
uma obra.
Os CANTEIROS DE OBRAS, são setores de
produção, formados por uma célula em constante
transformação, modificando-se à medida que avançam as
fases da obra.

Projeto orientado à produção em canteiro:


- Impede a ociosidade de equipamentos / mão-de-obra;
- Diminui os tempos de deslocamento;
- Racionaliza e organiza as atividades e uso dos espaços;
- Impede operações repetidas em locais diferentes ;
- Minimiza interferências;
- Garante a segurança dos trabalhadores;
- Garante a boa convivência com os vizinhos
PROBLEMAS QUE GERAM IMPACTOS NO ORÇAMENTO
DA OBRA

• Negligências nos aspectos fundamentais de produção, automação,


qualificação, produtividade, não inserir a cadeia de suprimentos no
processo, especialização, treinamento e toda a organização de
materiais de uma forma geral e isso gera descumprimento dos
prazos.

• Improvisações, retrabalhos, muitas perdas, desperdícios

COMO MUDAR ESSA POSTURA?????

Buscando uma eficiência através de atividades produtivas!!


Ou seja: processos, programas, qualificação de mão-de-obra,, inclusive
dos engenheiros, certificações de produtos de qualidade dentro do
canteiro de obras.
O QUE É LOGÍSTICA?
Processo de gerenciar estrategicamente a aquisição,
movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados
e os fluxos de informações correlatas através de uma organização de
seus canais de marketing de modo à poder maximizar a lucratividade
presente e futura através do atendimento dos pedidos à um baixo
custo.
Ela precisa de uma administração que vise, integre e coordene
de forma eficaz todos os elos dentro dessa cadeia produtiva
INTRODUÇÃO

Há alguns anos, a construção civil priorizava a área técnica-


estrutural em detrimento da área de suprimentos. Hoje, com o
aumento da competitividade, a preocupação com o gerenciamento do
fluxo de suprimentos, principal responsável pela ineficiência,
desperdícios e improvisação no ambiente produtivo, passou a merecer
ou a exigir um destaque bem maior.
Os métodos construtivos sofreram evoluções consideráveis:
a montagem passou a tomar lugar da produção in loco e a
movimentação dos materiais nos canteiros começou a ser
especializada, com a utilização de equipamentos compatíveis,
gerenciamento próprio e maior destaque no planejamento da obra.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a logística não é
um novo processo ou uma metodologia administrativa. Ela sempre
existiu, desde os tempos mais remotos, quando o homem começou a
produzir mais do que necessitava, começando a precisar de locais de
armazenagens, além de transportes para dar vazão à necessidade de
trocas dos excedentes com seus vizinhos. A logística é um termo de
muita evidência em todos os setores empresariais. Hoje, todas as
grandes empresas, nos mais diversos setores, utilizam a logística como
forma de administrar seus fluxos produtivos, com resultados
satisfatórios.
As empresas da construção civil, por sua vez, possuem
departamento de logística que cuida da administração de materiais, de
serviços e da distribuição de pessoas e equipamentos, com as diversas
atividades relacionadas.
Em busca de um diferencial que possa oferecer
vantagens no mercado, muitas empresas estão apostando
na Logística como ferramenta de competitividade, tendo
como principal objetivo aplicar de maneira eficaz o
gerenciamento das estratégias de fluxos de materiais e
informações.
Ao ser corretamente entendida e aplicada, a
logística permite desenvolver estratégias para a redução
de custos e o aumento do nível de serviço ofertado ao
cliente.
Modernização dos processos construtivos

O canteiro de obras na construção civil vem se


aproximando cada vez mais, e de maneira perceptível, à forma de
operar de uma indústria seriada, onde processos repetitivos
começam a dominar o ambiente operacional.
A crescente introdução de componentes pré-fabricados
com nível considerável de padronização, seguindo a linha da
industrialização seriada, começa a oferecer condições de ganhos
em produtividade e redução de custos.
A inutilização de materiais e componentes que facilitam a
movimentação e a armazenagem também constitui um fator de
extrema importância nesse processo que, evidentemente, exige
equipamentos compatíveis como empilhadeiras, antes inimaginável
dentro de um canteiro.
Estes aspectos assim colocados estão exigindo, portanto, uma
mudança de ação radical em relação ao paradigma dos sistemas
construtivos, através de uma alteração na forma de gestão, o qual
também terá que se adequar a estas evoluções.
Ou seja, para isso é necessária também a introdução de
melhorias gerenciais relacionadas à logística, planejamento e controle de
produção, associado tudo isso a uma tecnologia de informação
compatível e bem desenvolvida.
A gerência de suprimentos (logístico-operacional) será a
responsável mais direta com relação aos aspectos mencionados
anteriormente, como: planejamento produtivo; qualidade dos serviços,
mão-de-obra e materiais; continuidade produtiva; produtividade;
integração com fornecedores externos e internos; integração com todos
os agentes envolvidos; fluxos e tecnologias de informação, etc.
Os dez mandamentos da logística na
construção civil
Toda construtora que busca o sucesso na realização dos
seus empreendimentos deverá obedecer aos dez mandamentos
da logística na construção civil, sobre a pena do atraso da obra e
desembolsos muito além do necessário.

Primeiro mandamento: Planejar sempre e antes de tudo.


Falhas no planejamento de uma obra acarretam o re-trabalho,
atrasos e pagamento de multas desnecessárias. No Brasil se
planeja mal e pouco. Pode-se dizer, que é a grande falha dos
executivos que tem como sua maior característica sair fazendo.

Segundo mandamento: Padronizar buscando sempre uma


família de padrões. Além da padronização dos materiais da
obra é muito importante a padronização dimensional. Da mesma
forma que os planejadores devem buscar a padronização dos
módulos de carga que possibilitam a melhor escolha
dos equipamentos de movimentação dos materiais.
•Terceiro mandamento: Integrar a movimentação dos materiais e
dos sistemas de informação com os prestadores de serviços e
os supridores da obra.

•Quarto mandamento: Simplificar, para não desperdiçar. A boa


solução é aquela óbvia, que promove expressões do tipo: – Porque não
pensei nisto antes? – Mas é lógico. Bem bolado.

•Quinto mandamento: Respeitar a Força da Gravidade, nunca


esquecendo que levar para baixo é sempre mais fácil

•Sexto mandamento: Controlar o processo e materiais. Nunca


esquecendo da máxima, Só é possível melhorar aquilo que é medido.
Indicadores de desempenho são fundamentais para a boa logística da
obra civil. Controlar também o fluxo de materiais e principalmente,
controlar estoques o grande responsável pelo escoamento financeiro e
desperdício.
Sétimo mandamento: Respeitar a Segurança do Trabalhador, pois
são eles os principais prejudicados.

Oitavo mandamento: Mecanizar e se possível automatizar. A


mecanização possibilita uma maior velocidade de deslocamento tanto
horizontal como vertical. Permite o empilhamento dos produtos
desimpedindo a circulação melhorando o fluxo dos materiais na obra.

Nono mandamento: Criação, mas sempre considerar que a


possibilidade de erro é menor nas técnicas consagradas. Sem
perder a criatividade saber utilizar técnicas inovadoras, porém
consagradas. O novo sempre possibilita surpresas por vezes não muito
agradáveis.

Décimo mandamento: Sustentabilidade, respeito à natureza e ao


meio ambiente. Buscar a sustentabilidade no momento da construção
e após o edifício concluído. O planeta agradece.
Uma das principais
dificuldades das construtoras hoje é
o suprimento de materiais na obra
quando o assunto é centro
urbano. Em São Paulo, por exemplo,
além da restrição aos caminhões
betoneira, que só podem circular de
manhã e à tarde, existe a restrição ao
tráfego de caminhões pesados em
grandes vias de acesso da capital,
entre 5h e 21 h. Somado a isso a
restrição ao barulho, das 22h às 5h, só
há uma pequena janela na qual é
possível trabalhar. Hoje uma das
possibilidade que as construtoras
estão adotando em suas obras é
justamente a agenda logística que tem
a finalidade de programar as entregas
de insumos junto ao fornecedor.
O planejamento de chegada de materiais nesse caso deve ser
pensado desde a fase de projeto. Não dá para pensar em um projeto
sem pensar na produção, o que vai ser determinante para ajudar a
escolher uma solução. A logística de recebimento do material, na
sequência e hora certas também é importante, porque se a carga
atrasar, você vai ter uma equipe parada. E quando se fala em transporte
de material, é preciso pensar na segurança do transporte também. Está
tudo interligado.
Muitas construtoras estão optando para utilizar os materiais
industrializados, pois proporcionam uma melhor logística de descarga,
facilitando a movimentação de caminhões e aumentando a eficiência da
obra, além de contribuir com a redução de perdas. Produtos como
telas prontas e barras cortadas e dobradas dispensam esses
procedimentos dentro da obra, contribuindo para reduzir o ruído.
Outros procedimentos que causam barulho e,
consequentemente, transtorno aos vizinhos, são o martelete para
corte de rocha, serra de corte de madeira, perfuratriz para
implantação de cortina, bombas para elevar o concreto nas lajes.
Uma medida que aperfeiçoa a eficiência da logística na obra, e
que vai na vertente da industrialização da construção, é a prática das
obras possuir um profissional de logística qualificado que gerencie
todos os processos de planejamento e operação logística no canteiro
buscando muitas vezes a prática da mecanização como empilhadeira,
grua, guindaste hidráulico, paletização ou mesmo uso de código de
barras no canteiro sendo cada vez mais presente, não só por conta das
restrições, mas pelas questões de prazo, custo e rastreabilidade dos
materiais.
Um ponto importante nas obras urbanas é justamente a
descarga ou seja planejar a descarga mecanizada é fundamental nesse
caso. Muitas empresas descarregam no "processo a granel", com o
operário fazendo várias viagens para descarregar o material do
caminhão. Ele poderia receber o material paletizado para ser
transportado com uma manipuladora ou grua evitando o desperdício
e acabando com esse tipo de trabalho desqualificado e assim
ganhando mais tempo para programar novas cargas.
Um outro ponto a observar em obras urbanas é a
quantidade de rede elétrica, muitas obras ficam entre prédios
residenciais e casas onde muitas vezes essas redes interferem na
entrada de caminhões, muitas vezes esses caminhões transportando
equipamentos de grande porte como por exemplo uma carreta com
escadas rolantes ou simplesmente caminhões que transportam
caçambas para entulho. Em muitos casos esses detalhes só são
percebidos no momento que a carga chega na obra.
As preocupações da logística nas obras urbanas não param
por aí. Suas responsabilidades também incluem a redução do consumo
de materiais e recursos naturais e da produção de resíduos. O
processo poderá se sofisticar ainda mais no futuro, quando todas as
potencialidades da modelagem de informação para a construção,
também conhecida pela sigla BIM, forem incorporadas no dia a dia das
empresas envolvidas na concepção e execução dos empreendimentos.
Mas ainda falta um amadurecimento do meio técnico
brasileiro.
Primeiro, padronização no Brasil é quase um tabu. Enquanto
o mundo inteiro padroniza materiais, isso não ocorre aqui. Então, fica
difícil ter um banco de dados e uma biblioteca para projetar. Sofremos
muito por essa falta de padronização. Também existe dificuldade de
acesso ao software de modelagem, ou por custo, ou por
incompatibilidade com equipamentos.
OBRAS SEM LOGÍSTICA

Abaixo foto representando a falta de planejamento em logística que


resulta em desorganização, desperdício e dificuldade de aproveitamento do
canteiro de obra.
OBRAS SEM LOGÍSTICA

Abaixo foto com tijolos cerâmicos na frente de obra pela falta de


projeto de logística e recebimento mecanizado. Alguns fornecedores
entregam tijolos e blocos em pallets, no entanto, grande parte dos canteiros
não está preparada para receber os mesmos e acaba por tornarem manual o
que deveria ser mecanizado.
OBRAS SEM LOGÍSTICA

Nesta foto pallets de alvenaria quebrados por estarem posicionados


no corredor de caminhões.
OBRAS SEM LOGÍSTICA

Na foto abaixo o descarregamento manual de insumos que chegam


paletizados. Um absurdo em matéria de logística!
O PROJETO DO CANTEIRO É ESTRATÉGICO PARA
REDUZIR DESPERDÍCIOS, GARANTIR A SEGURANÇA E
ELEVAR A PRODUTIVIDADE

Toda obra, independentemente do tipo, localização ou


porte pressupõe a existência de um canteiro onde tudo
acontece. Apesar disso, ainda são poucas as construções
realizadas em áreas planejadas e organizadas de forma
estratégica, visando elevar a produtividade, reduzir os
desperdícios.
O projeto de canteiro bem planejado propicia o
aumento da eficiência dos trabalhos, racionalização de recursos e
otimização das condições de trabalho. Paralelo a isso, o canteiro
é o cartão de visitas da construtora e pode exercer um papel
motivacional importante junto aos trabalhadores.
Um projeto de canteiro bem concebido evita que a
desorganização e falta de espaços físicos provoquem excessiva
movimentação de materiais, equipamentos e pessoas, levando ao
desperdício de tempo e à perda de suprimentos.
Informações como o cronograma, sistemas construtivos a
serem empregados, demanda por materiais e mão de obra
disponível, servem de base para o projeto do canteiro, que será
melhor quanto mais precisas forem as informações obtidas junto às
etapas de desenvolvimento dos projetos do produto e da produção.
No passado, esse tipo de preocupação com os canteiros
era mais comum em obras industriais e de infraestrutura, mas hoje,
até pelo aumento do tamanho dos empreendimentos, esse
movimento já chega à construções média e pequenas, como casas e
escolas.
Projetar o canteiro é mais do que simplesmente desenhar
uma proposição física para o arranjo dos elementos.
É discutir toda a vida da construção, incluindo, eventualmente,
críticas e sugestões quanto ao próprio produto ou aos processos
pensados para sua realização.

Etapas:
· Análise das particularidades da obra, do cronograma e dos recursos
disponíveis;
· Definição do layout dos espaços de produção, áreas de circulação,
alojamentos, escritórios administrativos e demais partes do canteiro;
· Modificações no decorrer do empreendimento de forma evolutiva e
integrada com cada fase da obra.

O escopo não contempla apenas a previsão das áreas de


trabalho fixas e temporárias, mas também os espaços para
armazenamento de insumos, vias de circulação de materiais e pessoas,
sistemas de transporte vertical e horizontal, além de toda infra
estrutura de apoio técnico/ administrativo.
Outra parte importante é a concepção das áreas de vivência
(refeitório, ambulatório, instalações sanitárias, vestiário etc.), que devem
seguir as recomendações da NBR 1367, que trata das áreas de vivência
em canteiros de obras, e da NR-18, que aborda as condições e meio
ambiente do trabalho na indústria da construção. Além de dar vazão
aos fluxos de produção, o projetista de canteiros tem entre suas
atribuições criar um modelo de arranjo físico ajustável ao projeto de
produção do empreendimento.
LOGÍSTICA INTEGRADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Controle no recebimento e no transporte de


materiais no canteiro de obras.

O objetivo principal da implantação do projeto de logística é a


padronizados dos processos de logística, com adoção do sistema de
logística em todos os canteiros.

Objetivos da implementação

> Criação de indicadores de consumo por pavimento.


> Mapeamento dos reais índices de volume de entulho.
> Melhor controle de materiais e abastecimento.
> Aumento da produtividade.
> Equilíbrio do planejamento.
> Controle real dos insumos.
Procedimentos afetados
> Conferência de notas
.> Operação e quantidade de funcionários envolvidos nos transportes
.> Procedimentos operacionais de conferência e descarga.
> Especificação e utilização dos equipamentos alocados.

Vantagens
> Adequar a descarga de materiais de todos os fornecedores para o tipo
de embalagem padrão.
> Preservação da integridade dos materiais.
> Reduzir a permanência dos caminhões na obra.
> Garantir o endereçamento eficiente dos materiais nos locais de
aplicação de acordo com sua utilização (just in time).
> Criar índices de consumo, perdas e desperdício de materiais.
> Otimizar prazos.
> Reduzir custos de materiais e mão-de-obra envolvidos na descarga.
> Minimizar a quantidade de entulho.
> Otimizar a geração de informações relevantes à tomada de decisões
estratégicas.
> Aumento da produtividade a partir da melhoria no escoamento
de materiais.

Abaixo algumas fotos de trabalhos de logística executados

Logística de
armazenamento em
canteiro de obra.
Logística de estoque
Armazenamento de insumos.
Descarga de material utilizando garfo pallet.
Movimentação de insumos utilizando garfo pallet.
Gafisa implementa sistema de logística industrial
em obra-piloto
Construtora encontra nos diferenciais da indústria a solução
para a circulação de suprimentos da obra e desenvolve sistema junto
a um operador logístico.

A implementação de processos industrializados na construção vem


trazendo progressos na execução de diversas etapas da obra, como com a utilização
de materiais tecnológicos, fôrmas, elementos pré-fabricados ou prontos. Uma obra-
piloto em Santos (SP), da Gafisa, vem agora trazer a logística industrial para dentro da
obra, em um sistema desenvolvido com uma empresa de logística que trabalha com
indústrias.
O sistema industrial de logística implementa-se quando se inicia a etapa de
alvenaria, arranjando a chegada e distribuição de materiais na obra. As mudanças se
deram desde a padronização dos paletes até a mudança do uso da cremalheira, que
passa a ser controlada integralmente pela construtora e não mais dividida entre os
empreiteiros de acordo com horários combinados.
A coordenadora de logística, Patrícia Falcão, conta que foi
até a indústria para aproveitar ideias e processos que poderiam ser
utilizados na construção civil. "Por que eles têm tanta tecnologia
diferenciada e a construção continua no bloco sobre bloco? A gente
não evoluiu praticamente nada, enquanto a indústria evoluiu muito",
compara a engenheira. A partir de uma análise dos processos
internos, foram identificados gargalos e retrabalhos que poderiam ser
otimizados. "O processo de logística busca a menor quantidade
possível de movimentação de qualquer coisa", explica Patrícia, "e toda
movimentação implica gasto, que não é visível mas está embutido no
preço do fornecedor".
Para resumir a ideia do projeto, a coordenadora faz uma
analogia com a indústria alimentícia, que abastece os supermercados
com produção, pedido e distribuição: "No caso de uma construção, o
ponto de atendimento é o andar".
COMPARE O TRANSPORTE
COM E SEM LOGÍSTICA
Logística na prática

Das quatro fases da obra (escavação e início das


fundações; início da alvenaria; finalização da alvenaria e início da
fachada e desmobilização da obra), o sistema piloto de logística
é implantado no início da alvenaria. Já no início da chegada dos
materiais, uma mudança: os caminhões estacionam e fazem o
descarregamento dentro da obra. Há uma área específica, a doca
de materiais, para a qual está planejada somente essa função.
Quando o caminhão chega, é feita uma conferência
cega: o material é conferido sem a nota fiscal, checando se a
quantidade é a mesma. Feita a conferência, um operador de
logística, no escritório, emite um código de barras para cada
palete, indicando onde ele será armazenado na torre. No código
estão discriminados a obra, o produto e onde irá se posicionar
para estoque (exemplo: rua 1, coluna 50, 1° andar). Este é o
endereçamento.
Também estão sendo utilizadas "bandeirolas", uma identificação
maior, feita de um papel-sulfite A4. Segundo Patrícia, essas bandeirolas são
usadas porque o pessoal, em geral, ainda não está acostumado com o
sistema, "e também não é uma situação como em uma farmácia, onde se
sabe que toda uma parte [do estoque] é um tipo de material", conta. O
material então é descarregado com os próprios paletes (veja quadro), por
meio de uma empilhadeira, e levados ao local já endereçado no
almoxarifado.
O descarregamento de cimento, por exemplo, dura cerca de
cinco minutos. Ao mesmo tempo, já se encontram próximo à área de
docas os paletes vazios, para serem devolvidos ao fornecedor quando
essa for a exigência, como no caso do cimento.
O almoxarifado divide-se em ensacados (que compreende cal,
rejunte, argamassa colante, cimento e areia) e de cerâmica (interna ou de
fachada). Há também agrupamentos de tinta, drywall, blocos de concreto,
churrasqueiras pré-fabricadas, além de uma área de segregação e
assistência técnica e revisão de obra.
Nessa obra de Santos especificamente, a descarga e o
armazenamento são no mesmo nível do recebimento, o que facilita bastante
o transporte. Normalmente se descarregaria no térreo e armazenaria no
subsolo. Além disso, o pé-direito duplo do andar também permitiu um
armazenamento maior. Por outro lado, não foi feito nessa obra, mas o
projeto de logística prevê um processo de ensacamento na própria obra.
Uma máquina recebe a areia a granel e realiza o ensacamento e
paletização.

Distribuição dos materiais

Quando os materiais são separados para subir a um andar


específico, é feita a etiqueta do "picking". O termo veio da indústria e trata
do material "escolhido" para distribuição. Na etiqueta está discriminado o
bloco e o andar para onde será destinado o palete para ser utilizado
(exemplo: bloco 1, 11o andar). Na cerâmica a separação é diferenciada. Às
vezes se sobe o palete inteiro, mas como há a personalização de
apartamento, é difícil o andar inteiro demandar a mesma cerâmica. Separa-
se, por exemplo, vários tipos de cerâmica e uns sacos de argamassa.
Tanto quando o material é depositado como quando ele é
retirado, o operador "pistola" o código de barras da etiqueta e o código
que se encontra no local de armazenamento. A empilhadeira leva os
paletes necessários para perto da cremalheira, onde dois funcionários,
por meio de um carro paleteiro, carregam a cremalheira com dois paletes,
que já têm destino certo anotado no "picking". É função do empreiteiro
distribuir o material pelo andar, o que deve obrigatoriamente ser feito
para não impedir o trânsito no pavimento e nem sobrecarregar a laje.

A etiqueta do picking informa para qual


bloco e andar o palete deve ser enviado.
No caso de cerâmicas, também é indicada a
unidade
Sempre se sobe no dia a quantidade de material que será
utilizado no dia seguinte. Se ainda faltar material, seja por quebra ou
gasto excessivo, há as requisições que são preenchidas para o que for
preciso extra, fora do planejamento. A subida desse material deve ser
encaixada no planejamento do dia.
O planejamento de material que será usado é calculado a
partir da planta. Quantifica-se, por exemplo, a metragem quadrada de
alvenaria, a espessura do revestimento e chega-se à quantidade de
gesso. "Se essa tarefa é executada em quatro dias, então em cada dia
subirá ¼ dessa quantidade calculada", explica Patrícia.
Em cada andar é executado somente um tipo de serviço por
vez. Se, por exemplo, está sendo colocada a cerâmica, não há nenhum
apartamento daquele andar executando gesso.
Essa sequência de execução é chamada de macrofluxo, e
facilita a criação de índices de consumo de materiais, o que não
existia antes.
Processo de implementação
O processo todo começou em 2008. A coordenadora, Patrícia, e
o operador de logística estudaram por um ano o processo ideal. "O
gargalo da obra é o transporte vertical.
As pessoas colocavam bloco a bloco dentro da cremalheira,
saco a saco, não tinha como otimizar?", disse ela.
Aí foi concebido o palet para entrar na cremalheira, e o
transporte seria feito inteiramente com ele. Foi necessário, então,
planejar quanto material é necessário. “A obra passa o planejamento do
dia e da semana", explica Patrícia. Também foi adotada a subida de
material no dia anterior, para que o operário não fique esperando nas
primeiras horas de trabalho.
"Então tivemos a ideia: vamos tirar todos os 'donos' do
transporte vertical e colocar um só", conclui. Assim, as atividades da
cremalheira puderam ser concentradas no horário normal de trabalho, o
que reduziu as horas extras, comuns em obras. E, como há planejamento
de material, não se sobe além do necessário, o que também ocuparia
mais tempo.
Todo o processo de logística foi desenvolvido antes de ele
se aplicar na obra: desenvolvimento da caixa de entulho, testes em
obra com empilhadeira, plataformas de descarga nos andares,
paletização, planejamento da área de descarga, desenvolvimento da
área de armazenamento, testes com coletores, enfim, preparação do
sistema em geral. Todo o projeto foi desenhado e testado em partes
antes de ter início efetivo na obra.

Os almoxarifados são organizados


em ruas e colunas
Antes do começo da obra, também, a construtora teve que se
reunir com todas as empresas fornecedoras de mão de obra para
apresentar o projeto. A negociação foi tanto comercial como de
logística, garantindo que os fornecedores "abraçariam" o novo sistema.
Para cada fornecedor de materiais, teve que ser acordado o
formato do palete, de 1 m x 1,2 m, e com paletização feita em 1 t, o que
difere, por exemplo, da paletização usual do cimento que é em 2 t.
Outra coisa é que o palete é utilizado pela construtora, então
ele deve ser deixado na obra.
A dificuldade de aprovação do projeto na empresa, conta
Patrícia, não foi tanto pela parte financeira - o projeto se pagou - mas
pela aprovação da nova tecnologia. "Houve uma redução de custo de
fornecedor x redução de mão de obra, que fechou a conta. O receio
era que, se o projeto não desse certo, teríamos que contratar a mão de
obra que o empreiteiro havia retirado, o que seria um rombo", explica.
Resultados e pendências
Segundo Patrícia, houve redução de consumo de materiais de
5% a 20%, em média, com alguns casos que ultrapassaram esta faixa,
sendo atingido mais de 30% de economia. Patrícia ressalta que,
tratando-se de uma obra piloto, esses números são muito incipientes.
"Materiais como o gesso, por exemplo, têm variação também em
virtude da espessura, e assim podemos acompanhar o consumo por
outros indicadores", conta.

Operador de logística externo


Uma empresa de operação logística, vinda da indústria, foi
contratada para trabalhar dentro dessa obra-piloto, para fazer a
organização de estoque e abastecimento de andares. Na equipe se
encontram o operador do sistema global, dois operadores de
empilhadeira, dois de cremalheira e outros funcionários que fazem a
movimentação, limpeza do andar e organização do estoque. A empresa
não tinha experiência em obras, ainda não existe alguém na indústria
que tenha.
"Encontramos uma pessoa que comprou a ideia, e agora estamos
desenvolvendo outras pessoas e até mão de obra própria", conta Patrícia.
A Gafisa está construindo mais três obras com esse sistema de logística,
uma em São José dos Campos, SP (com operador) e as outras, em São
Paulo e São Bernardo (SP), com funcionários da própria construtora para
supervisionar o sistema.
Descarga dos materiais
1. Quando o produto chega com nota fiscal, seu próprio código de
barras é utilizado para verificação da quantidade. A partir daí, o
operador pode gerar as etiquetas de endereçamento de cada palete.
2. O mesmo funcionário que faz a conferência coloca as
bandeirolas de identificação e opera a empilhadeira
3. Os materiais são retirados com o palete. A descarga chega a
levar cinco minutos, e a liberação do caminhão, incluindo todos
os processos burocráticos, é feita em cerca de 20 minutos

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