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1 Revista Brasileira de Bnsino de Foca, v.27, sweatin ong be 1, p. 121+ 136, (2005), Artigos de revisio sobre relatividade geral e cosmologia Solugées exatas das equagées de Einstein com simetria axial (Exact solutions t0 the Binstein equations with asial symmetry) Patricio S. Letelier! Departamento de Matematica Aplicada-IMECO, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil Discutimos a importancia das solucdes exatas das equagies de Einstein no desenvolvimento da relatividade sgeral, em particular as solugées com simetria axial. Apresentamos um resumo da teoria da gravitacao newtoniana colocando énfase nas solugdes exatas da equagao de Poisson, em particular a geracio de solucbes que representam discos, sendo também 0 critério de estabilidade de Rayleigh discutido neste coutexto. Fazemos um resumo da teoria da gravitacao de Einstein € apresentamosa solucao de Weyl que representa 0 campo gravitacional de um corpo com simetria axial, A geragao de solucdes exatas das equagoes de Einstein que representam 0 espaco- ‘tempo associada a discos finos, discos grossos e discos com halos é estudada usando uma extensia do método dasimagens. Os parametros fisicos dos discos tais como a densidade, a pressio @ a velocidade do som também. sio analisados em detalhe, A estabilidade de Rayleigh € a estabilidade hidrodinamica sao também estudadas para uma familia de discos finos isotrpicos previamente apresentada, Palavras-chave: simetria axial, discos, estabilidade, buracos negtos, solugbes exatas, equagoes de Einstein Wediscuss the relevance of the exact solutions to the Einstein equations in the development of general rela- tivity, in particular the solutions with axial symmetry. We present a summary of the N with emphasis in the generation of solutions to the Poisson equation that represent disks. Also the Rayleigh criterion of stability is discussed in this context. We give a summary of the Einstein theory of gravitation and present the Weyl solution that represent the gravitational field of a body with axial symmetry, The generation of exact solutions to the Einstein equations that describe the space-time associated to thin disks, thick disks and disks with halos is studied using an extention of the image method. The physical parameters of the disks such as, density, pressure, sound velocity are also analyzed in detail. Furthermore, both the Rayleigh stability and hydrodynamical stability are studied for a family of thin isotopie disks previously studied. Keywords: axial symmetry, disks, stability, black holes, exact solutions, Einstein equations, outra Introdugao linha de solugdes que sio usadas para represen- Existe uma variedade de solugdes exatas que ténn de- sempenhado um papel muito importante no desenvolvi- ‘mento tanto tebrico como experimental da relat dade geral [1]. Sem diivida a solugao mais importante € a solugiio de Schwarzschild, que representa o exte- rior de um corpo macigo com simetria esférica. Esta solucao esta na base dos trés testes clissicos da rela- tividade geral: 0 deslocamento de linhas espectrais pela presenca do campo gravitacional, o desvio de um feixe de luz que passa perto de uma estrela e a precessao do peridlio dos planetas. Além disso esta solugao deu origem ao conceito de buraconegro [2]. Destacamos também a solucio de Kerr, que repre- senta um buraco negro em rotacao, ¢ as solugdes que representam ondas gravitacionais, a mais sim- ples sendo a solugao de Einstein-Rosen, que representa uma onda com simetria cilindrica, Existe toda uma TE-mnal:leteleriime.snieamp br Copyright by the Sociedade B ira de Fisica, Printed in Beal tar 0 espago-tempo associado ao Universo, das quais destacamos as solugdes baseadas nia métrica de Fried- ‘mann, Solucdes que representam espacos homogéncos, também tém desempenhado um papel importante na compreensio de diversos problemas, tais como o da singularidade inicial do universo, das quais destacamos a solugao de Kasner ¢ Bianchi IX [1]. Solucies que representam espagos nao homogéneos foram con das em [3] Solugdes que representam 0 campo gravitacional de ‘um corpo com simetria axial representam wm papel im- portante tanto na teoria da gravitagao de Newton como na teoria da gravitagao de Einstein, ja que a forma na- tural de um fluido isolado anto-gravitante tem simetria axial. Em particular eonfiguragoes do tipo disco sao de muito interesse ja que podem ser usados para modelar galdxias e discos de acregao. 122 Solucdes que representam discos sem pressao radial foram estudadas primeiramente por Bonnor e Sacktield [4], e Morgan e Morgan [5], e com pressio radial por Morgan e Morgan [6]. Varias classes de solugoes exa- tas das equagoes de Einstein que representam discos fi- nos com ou sem pressao radial tém sido obtidas por diferentes autores [7]-[16]. Discos finos que podem ser considerados com fonte na métrica de Kerr foram apresentados em [17], ¢ discos com rotagao e fluxo de calor foram estudados em [18]. Também diseos com tensdo radial [19], campos magnéticos [20] e campos: ‘magnéticos ¢ elétricos foram considerados em [21]. Su- perposicdes nao lineares de um diseo com tim buraco negro foram obtidas primeiramente por Lemos e Lete- lier [10]. Discos de fluido perfeito com halos [22] e discos de fluido perfeito carregado [23] também tém sido es- tudados. Para um apanhado de discos finos veja por exemplo a Ref. [24] Nos trabalhos citados um método inverso foi usa- do para resolver as equagdes de Einstein, Em outras palavras, o tensor de energia-momento do disco foi com- putado a partir da métrica do espaco-tempo que repte- senta 0 disco, 0 método ¢ uma adaptacao do conhecido meétodo das imagens estudado em eletrostética, onde cortando e colando solugdes para 0 vacuo podem ser geradas solucies com fontes tipo disco. O método & apresentado esquematicamente na Fig. 1. O método di- reto, que é a resohucao das equagoes de Einstein dada a fonte (tensor de energia-momento) tem sido usado pelo grupo de Jena para gerar uma variedade de solucdes al- tamente nao triviais que representam discos [25]-[32] Mesmo que em una primeira aproximacao discos f- nos possamn ser usados como modelos titeis de galixias, (5 modelos mais realfsticos devem levar em conta a es- pessura do disco. A adicio de uma nova dimensio muda as propriedades dinamicas do disco, como por exemplo a sta estabilidade, Discos grossos em varios sistemas de coordenadas foram apresentados em [33] O método usado para construir os diseos grossos 6 uma generalizacdo do método das imagens, no qual além de cortar e colar as solucdes no vacuo adiciona-se um enchimento, Em [33] se discute uma funcao par- ticular de enchimento para engrossar os discos. Esque- ™maticamente o método é apresentado na Fig. 2 Neste trabalho apresentaremos uma visio panoré ica de alguns resultados relacionados com solugdes ¢- xatas das equagées dle Einstein que representam discos finos, discos finos com halos € discos grossos. Em par~ ticular estaremos interesados em modelos que represe! tem discos com caracteristicas fisicas semelhantes aos discos galiticos [34]. Em outras palavras, discos cuja densidade tenda a decair com a distincia, com massa finita e positiva, com pressao e nao com tensdo e com. velocidade do som dentro do disco menor que a veloci- dade da luz, Em resumo, discos feitos de matéria usual. ‘Também procuraremos discos estaveis perante pequue- nas perturbacoes. Letelier Na secio seguinte faremos um pequeno resumo da teoria da gravitagao de Newton, dando énfase & geracio de solugdes exatas da equagao de Poisson que representam discos finos. Também generalizare- mos estas solugdes para representar discos grossos ‘mostraremos alguns exemplos em cada caso. Concluire- mos a seco apresentando 0 critério de Rayleigh que ‘mostra 0 quanto uma érbita circular é estavel perante perturabagoes radiais [35] Na terceira secio apresentaremos as principais equagoes da relatividade geral. A solugao para um. espago-tempo estatico com simetria axial, a solugao de Weyl [36, 37], também serd apresentada, Além disso, a solucdo de Schwarzschild sera escrita em diversos sis- temas de coordenadas que servem de base para gerar as, solugdes dediseos. Na quarta segao estudaremos 0 m10- delo de disco de Morgam ¢ Morgam e a geracio de uma familia de solucoes que representam discos cuja matéria 6 um fluido anisotrdpico [22]. Também estudaremos a sgeracio de discos com halos de matéria isotrpica. Na uinta seco estudaremos a geracio de diseos grossos € apresentaremos uma solugo com boas propriedades fisicas, ‘Na pentiltima seco apresentaremos um estudo da estabilidade de discos finos, primeito usando a extensio relativistica do critério de Rayleigh e depois estudando a estabilidade “hidrodinamica” do diseo [38]. Encon- traremos que o disco fino isotrpico construido a partir da solugao de Schwarzschild em eoordenadas isotr6picas Sestavel. Na tiltima secao discutiremos alguns dos resultados apresentados ¢ faremos algumas consideragdes sobre es- ‘tudos eorrelatos, 2. Gravidade newtoniana A equagao da teoria da gravitagdo de Newton para uma particula que interage com outras descritas pela sta distribuigdo de massa p(s, y,2) €a equagao de Poisson para o potencial ®(z, y, 2): Vb = dnp a a equacdo de movimento de Newton € eave (2) (2.4.2). Quando particula se encontra em luma regio sem outras massas tem-se p = 0, ¢ a equagao de Poisson se reduz. & equacao de Laplace Vo =0. (3) Listaremos algumnas solugdes desta ultima equagao com simetria axial que podem ser escritas em termos, de funcdes elementares. Por simplicidade escolheremos as nossas unidades de tal forma que a constante da gravitacao de Newton, G, ea velocidade da luz, c, sejam Solugies exatas das equacies de Einstein com simetria axial iguais a unidade, G 1. Se necessario poderemos voltar as unidades normais onde Ge © possuem seus, valores usuais. 1, O potencial de uma particula pontual de massa M localizada na origem do sistemas de coordenadas M =-F @) onde R= VF FP er= VF +H. 2. O potencial de uma linha infinita de densidade dde massa linear ) localizada ao longo de elxo 2, $=2\lur (5) 3. O potencial de uma linha semi-infinita de densi- dade de massa linear \ ocalizada no eixo z entre z= a e2=+400 =A, He r+|\V@=2F Fr]. (6) 4. O potencial de um segmento de linha de densi- dade de massa linear \ localizada no eixo = entre = = a ez=b(b>a); B= Nn(Ho/ 1) (7) Separando a equagio de Laplace em coordenadas polares esférieas, a solucio geral para potenciais com simetria axial pode ser escrita em termos de polinémios de Legendre como a soma de duas séries o=dat Fiche + Doms JR). (8) A primeira série representa 0 potencial no exterior de uma distribuicdo limitada de massas, e a segunda repre- senta 0 potencial no interior de uma ajo exterior € macigo. Separando a equacao de Laplace em coordenadas esferoidais prolatas podemos escrever a solucio geral 123 como B=Y anQe(2)Pelv) + Yo bePeCAIPALW). (9) & & onde (Ry + R-)/Q2m), y= (Ry - R-)/(2m), Re= VP te Emp (10) sendo P(x) 0s polinémios de Legendre e Q,() as fangdes de Legendre. A primeira destas fungoes & Qo(z) = $n 2 Solugées da’ equago de Poisson que represen- tam discos finos podem ser construidas a partir de solugoes da equacdo de Laplace usando uma variagao do método das imagens. Como exemplo tomemos 0 po- tencial associado a uma particula pontual, como na Eq, (4). Primeiro desloque a particula para a posicio 2 = ~a, Entio o plano = = 0 divide o espago tridi- mensional em duas partes: a inferior, que contém a ‘massa pontual, e a superior, sem a massa. Facamos, uma reflexio no plano z = 0 da parte sem a massa. Este procedimento é equivalente a fazer a transformcao 2+ a+|2|em (4) eestd descrito na Fig. 1. Este método poderia ser chamado de desloque, corte e refiita, ¢ foi proposto por Kuzmin [39, 34] potencial do disco resultante é (aly A densidade superficial associada pode ser caleulada com a equacao de Poisson, lembrado que 2. (2), onde 6(2) 6 fungao delta de Dirac. Obtém-se Ma olr)= (12) aa ape Figura 1 - 0 método desloque, corte erefita. Primeiro desloque a massa, depois corte o espaco em duas partes ¢ finalmente reflta a parte sem massa em um plano perpendicular & direcao de deslocamento, O resultado & o potencial de um disco fino infinito. 124 Letelier Figura 2 ~ A primeira parte do método ¢ igual anterior. Apés cortar colocamos uma camada de matéria e depois fazemos a reflexio, O grafico de o/M esté representado na Fig, 3. O disco possui uma concentracio de massa central que de- cai rapidamente com a distancia, A massa total 6M, € quanto menor a maior 6 0 maximo da densidade. Este disco pode ser considerado como uma aproximagao de ordem zero de uma galéxia, Kuzmin (a= 1,2,3) sigma Figura 3= O disco de Kuzmin tem uma concentracio de massa central que decai rapidamente com a distancia O método desloque, corte ¢ reflita pode ser genera- lizado para produzir diseos gross0s, como no exemplo citado, no qual colocamos, depois do corte, uma ca- mada de matéria e fazemos a reflexio. Isto equiva- lente a fazer a transformacio 2 a+h(2) em (4), onde (2) & uma fungao que representa uma suavizacio de funcao |2|. O método esta representado na Fig. 2. Um exemplo de funcao A(=) é -2+C, 28a, A(z)=4 42+ BP, —a r, Fa(r?) = Fy(r). Consideremos uum deslocamento virtual da particula da posigao r para 4 posigao rf com o mesmo momento angular que em r. ‘Temos, neste caso, que F(e/)- = L(r)*/(mrf). Para se ter equilibrio (para que a particula tenda & posigao in- cial r) esta forga deve ser menor do que a forca gravita- ional correspondente F,(r?) = Fe(), ou seja, Fr). < F(rt)<. Conseqiientemente, L(r)? > L(n)?, e, para r € 1 muito proximos, temos que d[L(r)*I/dr > 0. Nas aplicagdes usualmente se utiliza 0 momento angular es- peeifico, h = L/m = rv demodo que a desigualdade se reduza afh(r)?|/ar > 0. (a7) 125 Em resumo, érbitas circulares que satisfazem & Eq. (17) (critério de Rayleig) sao estaveis perante per turbagdes radiais. No caso do potencial central new~ toniano, a segunda equagéo de Newton nos fornece v8/r = M/r?, ouseja, h? = Mred{h(r)?\/dr = M > 0. Logo, todas as drbitas circulares sio estaveis perante perturbagbes radiais. 3. Gravidade einsteiniana Na Relatividae Geral de Binstein a equacao equivalente A equacao de Laplace 6 a equagao de Einstein para 0 vécuo, Ry =0, (as) onde Ryw 60 tensor de Ricci definido por Ryw =8,03,~ O03, +03 WER (19) onde P3, 60 simbolo de Christoffel, dado por Ph, =4y"Odan+ Peto ~Sadnn)s (20) sendo guy a métrica do espaco-tempo, indices repetidos indicando soma de 0 a 3 e g#” os elementos da matriz inversa mate de gy A equagio equivalente & equagio de Poisson 6 a equacao de Einstein dita com matéria, Ru Fol -82T yw (21) sendo R= 9! Ryy 0 escalar de Ricci ¢ Ty 0 tensor de energia-momento associado A matéria. Na relatividade geral o movimento das particulas, 2!" = 2!(s), 6 determinada pela equagio da geodésica, Eat py det de® ds? “eds ds No caso de simetria esférica, a solugdo das equagoes de Einstein que correspondem ao potencial newtoniano(4) 6a solugio de Schwarzschild, (22) ae 7 —R°(sen*vdd? +g") (23) que representa um buraco negro. Esta métrica pode tomar diferentes formas dependendo do sistema de co- ordenadas utilizado, © campo gravitacional de corpos com simetria 6 representado por uma métrica com a mesma simetria, No caso de simetria axial estaitica a métrica do espaco- tempo se reduz a ds? = edt? — |e?" (dr? + do?) + Edy), (24) onde ¥, 1 @ & sao funcdes somente das coordenadas “cilindricas”, re 2. Estas trés fimgdes deserevem 0 campo gravitacional de um corpo com simetria axial 126 estético, No caso do vécuo a fungao = pode ser esco- Ihida sem perda de generalidade, como (18), neste caso, fornece Vb = rr +8, rls, = A primeira destas equagdes 6 a nossa conhecida equagio de Laplace, que ¢ linear e obedece ao principio da superposicao . A segunda, que determina 0 po- tencial v, & nao linear. Se u) satisfaz A equagio de Laplace, a integrabilidade da diferencial » 6 garantida. As solugies das Eqs. (25 ) (26) sio conhecidas na literatura como solugses de Weyl O limite newtoniano das solugies de Weyl pode ser definido como = lime A.r,2)/A, (27) onde A = ¢~, ¢ ¢, a velocidade da lz [42]. (A, 6a funcio @ no sistema usual de coordenadas, onde a velocidade da luz aparece de forma explicita. A solugio de Schwarzschild (23) nas coordenadas de Weyl pode ser associada ao potencial de uma barra. Consideremos uma barra centrada na origem de com- primento L e massa total rn, Temos (36] m | it Ro— Lb b= Big ARAL as) v= 2(2) | (29) m= ye(s- (30) Ry = mt (2+4) (31) Esta solugao pode ser interpretada como um buraco ne- gro distorcido [44,45], e é conhecida na literatura como solugio )-Weyl ou solucao de Zipoy-Voorhees [43, 46]. Quando m = L esta solugao se reduz exatamente A solucio de Schwarzschild [47]. Esta solugao est assoc ada ao termo monopolar da expansao do potencial em coordenadas esferoidais, para diferentes expansdes que tém como limitea solueao de Schwarzschild (veja [48)) A transformagao de coordenadas que leva esta métrica para a forma candnica ¢: [R(R-2m))}3 sind, 2=(R-m)cosd, (32) Agora, contrério da nossa primeira intuigio, a solugao de Weyl associada ao potencial (4) nao possti simetria esférica, Esta solucao é conhecida na literatura como solucao de Chazy-Curzon [49, 50). As fungoes ys Letelier 1 para esta solugio sho: oe 3, (33) eS SRT (3a) R= ret (2-20)? (35) Note que somente ¢) possi simetria esférica. Os invari- antes de curvatura associados a esta solugiio apresentam ‘um comportamento uum tanto curioso, possuindo uma igularidade direcional ‘A métrica de Schwarzschild também pode ser eserita de forma simples em coordenadas esféricas isotrépicas (Rg, ), como: 2 U-fF yee a a “oP Ta (le ftx (dR? + Redd” + R? sen?ddy?) (36) com . f=m/(2h) (37) A transformagio de coordenaclas que leva a solucao de Schwarzschild em coordenadas canénicas para coorde- nadas isotrépicas é: R= RL + m/2ie (38) A métriea de Weyl associada ao potencial (5) ¢ co- da na literatura como a métrica de Levi-Civita O cxitério de Rayleigh pode ser extendido para a relatividade geral de forma direta (veja Ref. [52] e li teratura ali citada). Em particular, se encontra para particulas orbitando ao redor de um buraco negro que altima érbita estavel possui raio R= 6m, 4, Solugdes que representam discos fi- nos € halos Solugdes das equacies de Binstein que representam a métrica associada a um disco fino tém sido muito es- tudadas, Existem trés métodos para se encontrar as solucbes. O primeiro consiste em fazer uso das eoorde- nadas de Weyl, nas quais pode-se encontrar a métrica do espaco-tempo associada a um potencial newtoniano. Entaopode-se associar a um modelo de disco newtoni- ano um espago-tempo via. equagies de Weyl. F preciso ter cuidado na andlise da solucao, lembrando que es- sas coordenadas nos guardam a surpresa de que uma barra com uma densidade particular &, na realidade, a solucao de Schwvarschild, O segundo método con- siste em uma adaptacdo de método “desloque, corte 6 reflita”, diseutido na segdo anterior. O terceiro 6 0 método direto, que consiste em dar o tensor de energia- momento do disco e resolver diretamente as equacoes de Einstein. Como um exemplo de aplicagao do primeiro método temos a solugio de Morgan e Morgan, que corresponde Solugies exatas das equacies de Einstein com simetria axial a solugio de Weyl do disco com potencial dado pela Eq. (14), que também pode ser representado como uma barra complexificada de comprimento L/2 = i a [41] Encontra-se, para as fungdes da métrica de Weyl, m_,,, [RelR] -ia = Tia 8 |ReiRprial’ (39) Lymy? (Re[R])? +a? v 5 () log RE (40) R= Vre4(z—ia)’. (41) © método “desloque, corte e reflita” tem sido apl cado a uma grande variedade de métricas. Em partieu- nden-Bell, Bicak e Katz aplicaram 0 método nas ‘urzon. Os discos que tém como base solugdes de Weyl apresentam 0 problema de io ter pressio radial, e portanto sio instaveis. Para estabilizar esses discos habitualmente se faz. a hipétese de contra-rotagio que consiste em supor que se tem um niimero igual de particulas girando tanto em um sen- tido como no sentido oposto. Desta forma se obtém ‘uma configuragao estavel. E curioso que na natureza cexistem galiixias onde se observa uma situacio como a deserita acima [53] © resultado mais signifcativo de aplicacio deste método é 0 apresentado em [22], onde se obtém um isco de matéria que é um fluido perfeito ¢ que, além disso, ¢ estavel A métrica do espaco tempo que representa o disco 6 dada pela métrica (36), escrita em coordenadas cilindricas: a-f" (a+ sP ds? = (1+ f)'(dr? + ray? + dz”) (42) com m 27F Gt Usando as equagoes de Einstein (21) pode-se caleular 0 tensor de energia-momento e, resolvendo o problema de autovalores, se obtém a densidade superficial do disco ce sua pressio isotrépica P, (43) La dma ay Fine P= 2mia (45) (m+ 2Vr? + a)*(m —2Vr +a") A massa total do diseo pode ser ealeulada com a ajuda da Eq, (44), encontrando-se: M [ [ evirmmerae Pom +4a). (46) A Eq. (44) mostra que a densidade de energia é sempre positiva (condigao de energia fraca). A pressio 6 positiva sem < 2vF=Faz. A condicao de ener- gia forte (7 + 2P > 0) também é satisteita, Es tas propriedades caracterizam um fluido composto de ‘matéria usual com gravitacao atrativa. Esta ndo é uma propriedade trivial, ja que € conhecido que o método “desloque, corte ¢ refita” algumas vezes fornece discos compostos de matéria exdtica, cordas eésmnicas [54] ou paredes césmnieas [55 Outro parimetro itil € a velocidade de propa- gacao do som V, definida por V? = 42, que pode ser calculada usando a Eq. (44) ¢ a Eq. (45), encontrando- (47) A condicio V? < 1 (matéria_ndo_taquidnica) nos fornece a desigualdade m < VR+a! ou m > 3VRF Fal. A condigao para a pressio & que a ve- locidade do som seja menor do que a velocidade da luz sfo simultaneamente satisfeitas quando m < VRE +a, Esta desigualdade ¢ valida em todo o disco se m < a Na Fig, 5 (a)-(c) mostramos @, Pe V para os valo- res dos parametros a = 1,0.¢ m = 0,2, 0,4, 0,6, ¢ 0,8 em fungio da variavel adimensional 7 = r/a Este disco possui tima concentracao de massa central que decai rapidamente. Se o disco ¢ infinito pode-se definir um efetivo onde a maior parte da massa est concen- trada, e eonsiderar 0 disco como fin Figura 5 - (a) Densidade superficial 6, (b) pressdo P e (c) velocdade do som V’ com a =1,0.¢ m = 0,2,0,4,0,6, €0,8 como fungirs de Ia 1s O método “desloque, corte ¢ reflita” também pode ser utilizado para obter solugdes das equagdes de Eins- tein associadas a discos com halos. procedimento é anélogo ao apresentado na Fig, 1, € esté mostrado na Fig. 6. Agora o ponto de partida é uma solucio que represente tanto o interior como o exterior de um corpo esférico. Como exemplo podemos tomar a solugao de Buchdahl [56], que representa 0 espago-tempo asso ado a uma esfera de fluido politropo tipo Lane-Emden com indice n = 5 / \_Ly Figura 6 - Hustragio do métod “deslaque, corte e rellta” para fa geracio discos com halos, Em Aa esfera de fluida perfelto & Aeslocada e cortada por um plano (linha pontilhada). Em B a parte de baixo 6 desconsiderada e a parte de cima 6 refltida no plano. As funges v e \ da métrica ds? = edt? — eM(dr? + r'dg? +d2*) (48) a aka o At VIFRP Te) [At VIET ye As condigies V < Le P > 0 sao ambas satisfeitas seA< }¥1+ha?, A Fig. 7 (a)-(c) mostra, respecti- a f a “a[AtVieRere] »_Af-a+2viFRe re] ~ Ve] Letelier ‘-mmr) , Toe) cad 49) com A. k constantes, 1 densidad, a pressfo¢ a velocidae do som desta solugo so dadas por [22], 34k - = eas VT (9) # (1) (52) (A= VP A condicao V_ <1 satisfeita se A < Aplicando ao método a solugao de Buchdahl en- contramos as seguintes expresses para a densidade de energia, a pressio e a velocidade do som sobre o disco: >] vamente, 7, Pe V como funcdes de # = r/m para um disco calculado a partir da solugao de Buchdahl Solugies exatas das equacies de Einstein com simetria axial 129 ) cus © oon oon oo oon wis ood 7 000s 004 002 dl ° (eh - os = of °. + § ¥ tt Figura 7 - (a) A densidade superficial de energia 0, Fa. (53), (b) a pressto P Eq. (54) e (c) a velocidade do som V Ba. (55), para um disco com A= 0,6; = 1;for a = 1,2 and 3 como fungao de F = Rr Na Fig. 8 (a)-(b) mostramos, respectivamente, a densidade p conjuntamente com a pressao p,e a veloci- dade V do halo ao longodo eixo z para A= 0,6; k= 1 > esfera de fluido, pois o disco esté completamente imerso no fluido, Note que as quantidades fisicas, tanto do halo como do disco, neste modelo, sao bem comportadas. a= 1. Note que nesta solucao nao temos fronteira na 0010 ‘ah oon2s us e ans oa 0030), ral oars} loons os 020 y oso F poy ois! \ 0.0010 as cow: \ al 0.005 a % 2 3 we oy z 7 6 s 0 Figura 8 - (a) A densidade p a press p (Eq, (51); (0) a velocidad do som V (Eq a0 longo do eixo 130 O método também pode ser aplicado a uma esfera composta de varias camadas de matéria com diferentes equagoes de estado. Neste caso poemos gerar uma solugao que represente tim disco com um halo feito de multi-camadas de matéria [22]. Na modelagem de es- trelas, os modelos de multi-camadas sio apropriados para representar de forma realista as diferentes partes da estrela, 5. Solugdes que representam discos grossos Como no caso newtoniano 0 método “desloque, corte e reflita” também pode ser usado no contexto da rela- tividade geral para produzir diseos grossos. Os melh res discos se obtém a partir da métrica com simetria esférica escrita em coordenadas cilindricas, conforme a Eq. (48). Em particular, na solugio de Schwarz- schild (42)-(37) fazemos R? = r?-+ (h +5)? com b> Oe h(z) dado pela Ea. (13). A continuidade das fungdes métricas e suas derivadas no plano z = +a & satisfeita pela continidade de h(z) ¢ de h'(z) nos planos: Letelier nentes do tensor de energia-momento no disco sio cal- culadas usando as equagoes de Einstein (21). Definindo a tetrada ortonormal {V*,1W*,¥*, 2"), com vi ¥/2(1,0,0,0), We=e"7(0,1,0,0), ¥*=e#/7(0,0,1,0), e ~n = 00,0,0,0), entcontramos que Tas =OVaVi+ PeWoWst DeYo¥it PyZuZo, (57) onde o = Tj é a densidade de energia, py = —Ty ‘ a tensio radial, py = —TY 6 a tensio azimutal © a tensio vertical, que 6 igual a tensio ra- Gial. A densidade de “massa” gravitacional efetiva € p=0+ Py +: + Py. A condicao de energia forte 6 equivalente A p > 0, condicio de energia fraca é ¢ > 0 ea condicao de energia dominante requer |p-/o| <1, z= a. Para |2| > a, as Eqs. (42)-(37) satisfazem as [p-/o| < 1 |p,/o| < 1. Usando as Eqs. (42)-(37) equagdes de Einstein no vacuo. Para|z| In/(2n +10), 00. De (60)- (63) encontramos [52], pea Heo (66) Tideo.t ~ 9.66 Be dideeR (67) DEI eeR— WRI ES Para o disco construido com a solugdo de Buchdal encontramos [22], wae) +e snr? VF a + mer? 2yiir? (1+ he set a?) (68) O critério de estabilidade de Rayleigh é sempre satis- feito quando a/mz 1,016, Na gravitacio newtoniana um corpo achatado com metria de reflexdo como um disco pode ser aproxi- mado por uma expansio multipolar. Em particular pode-se tomar os dois primeiros termos nao nulos, que sfo os termos monopolar e o quadrupolar. Na rela- tividade geral podemos fazer 0 mesmo. Na solugio de Weyl, podemos considerar © termo monopolar como sendo representado por , dada pela Eq. (31) com m = L, €0 termo quadrupolar o plano de simetria dado por i(r,0) -Qi/R, (69) onde Qj representa o momento quadrupolar de uma dis- tribuicao de matéria fora do corpo. Para um estudo de ‘momentos multipolares relativistas neste contexto veja [18]. Temos dois casos, Q, > 0. Qi < 0. O primeiro representa deformacdes oblatas, como discos ou anti, © o segundo deformagdes prolatas, como jatos, A Fig. 11 mostra as curvas he = 0 para a super- posigdo de um buraco negro ¢ um momento multipolar interno com ¥ dado por (69). O primeito grafico mostra caso oblato, ¢ 0 segunido, 0 caso de deformagdes pro- Tatas, No primeiro caso temos rbitas circulares estdveis na regido limitada pela curva superior ¢ 0 eixo Rena 132 regidio limitada pela curva inferior ¢ a curva horizo tal que representa 0 horizonte do buraco negro. No segundo grafico temos drbitas estdveis na regio limi- tada pelo eixo Re as curvas. A regido mais relevante éna qual R> Gm. Vemos que a regido de estabilidade aumenta 6 momento quadripolar interno. BH + Quadrupole (int.) 2 Qi BH + Quadrupole (int) sap / 4 45] 4 35] 2 109 08 07 06 05 04 03-02 01 0 Qi Figura 11. Curvas Wh. = 0 para a superposigio de um bu: aco negro ¢ um momenio multipolar interno. O primeiro grafico mostra o caso oblato, eo segundo o caso de deformacdes prolatas. Na primeira easo temos drbitascirelares estes ret limi- tada pela curva superior eo eixor ena regio limitada pela curva inferior ¢ a curva horizontal que representa o horizonte do buraco negro, No segundo grafico tems Grbitas estaveis na regio limi- tada pelo eixo A e as curvas. No caso prolato, tiltimo grafico da Fig. 11, vemos que o momento quadripolar auumenta a.zona de estabili- Letelier dade, sem momento quadripolar temos estabilidade so- ‘mente quando R > 6m, fato surprendente que é vélido somente para o tipo de drbitas estudadas, orbitas cit- culares no plano equatorial. Para érbitas genéricas as deformagoes internas prolatas introduzem uma grande instabilidade, ¢ pocemos ter 6rbitas muito irregulares on cdoticas tanto nos espagos-tempo estiticos como estaciondrios [57, 58} No sistema newtoniano equivalente, para 0 caso oblato temos um regido de instabilidade perto do cen- tro de atragao, sendo curva limite R= y/3Qi/m. Neste caso nao temos instabilidade no caso prolato. Também, neste caso, para érbitas nao equatotiais temos movi- ‘mento castico [57] A andlise da estabilidade “hidrodinamica” toma como ponto de partida o estudo de perturbagies de primeira ordem do tensor de energia-momento associ- ado a matéria que forma o disco [38]. O tensor deenergia-momento nao perturbado é: TH = (oUMU" + ppXPX" + DYYY"I6(2), (TO) sendo @, py € py tespectivamente a densidade super- ficial do disco, a pressao radial ¢ a pressio azinnutal Os quadrivetores (U", X,Y) so as componentes da tetrada ortonormal UN" =e"7(1,0,0,0), X¥ =e7/?(0,1,0,0), yes (0,0,0,1) my) Devido & forma do tensor de energia-momento (Eq, (70)), todas as quantidades sao fungoes somente da co- ordenada radial. Consideremos as perturabagoes da quantidade 4" na forma Aplt.r.~) =AMr) +d4M(trg), (72) sendo A"(r) a quantidade no perturabada_e SAM(t,r, 9) sua perturbaco. Aplicando a Eq. (72) na Eq. (70) e asumindo que a perturbagao nao modi- fica a métrica de fundo, em outras palavras, que a per- turbagao , 67*”, atua como um fluido de teste, as Eas. de conservacio para o disco fino podem ser escritas como (6r"); onde ;v denota a derivada covariante com respeito a, coordenada 2”. Supondo uma perturbagao da forma oAM(tr.g) sAM(rjellher—w), (74) as leis de conservacao perturbadas (Eq. (73)) podem ser escritas como [38] Solugies exatas das equacies de Einstein com simetria axial H=t BUS(oU' + &ipeX") + 5U"F(t,r, 00) + ExePeX? + GF (tr. peX")] + 6 [ik (OU! + &ip,¥*)] + do(—iww'U") = 0, (75) Pro XIX") + 4U"[-iw(oU" + &rpeX")] UT) + dpeG(r,r,XPX") onde 5U” e 6UY sao as componentes da tetrada pertur= bada = —X,/Us, & =-¥,/Ure FUL J,K)= Ky + KV}, +025), (78) GUL I,K) = Ka + K(Cfy +08), (79) sendo, como anteriormente, Christoffel, Queremos que as perturbagdes estejam de acordo com a equagao de estado do fluido. Entao, se p= p(r) ‘$08. sfimbolos de ea =a(r), temos que 5p, e 50 satisfazem 5p = 5p, = Spe = pdr, (80) 60 =0,,dr, (81) entao &p= ( be) be. (82) Pela substituigao de 6U" 6U? na Ba, (75),¢ usan- do as Eqs. (76), a Eq. (77) ¢ a relacdo dada pela Eq. (82), encontramos uma equacio diferencial de segunda ordem para a perturbagao da densidade é@ da forma Asba.y, + Bday + Coda =0, (83) sendo (As, Bs, C's) fungbes de (r,a,m,w, ks). Para es tudar a estabilidade do disco precisamos um critério de corte (“cut-off”) na coordenada radial para criar wm. disco finito, Orraio de corte Reus do disco 6 obtido pelo seguinte critério: a matéria do disco dentro do raio de corte deve ser mais de 90% da energia total do diseo infinito [38]. A Eq, (83) de segunda ordem 6 resolvida com duas condigdes de fronteira, uma quando r & Oe a outra no raio de corte. Quando r * 0 colocamos que a per- turbacio seja 10% do valor da energia nao pertur- dada, Na fronteira do disco colocanos 6a|-=r.4, = 0+ 44 que queremos que as perturbagdes sejam nulas para 100. Agora, consideremos © disco de Schwarz schild isotrépico com parimettos (a = 0,5,m = 0,4) Com esses parametros 0 raio do disco é r= 4 (aproxi- madamente 90% da energia esta dentro deste raio). Na Fig. 12 mostramog os perfis da “verdadeira” per- turbacio da energia da (= gba) para diferentes 133 modos de perturbagao (Eq. (74)). Vemos na Fig, 12 que 0s perfis da perturbacao da densidade sao estaveis, e que tém um carater oscilatério. Quando aumentamos 6 parimetro w 0 mimero de oscilagées aumenta dentro do disco, ¢ quando 0 mimero de onda k ¢ aumentado a amplitude da oscilagio decresce. Na Fig. 12 vemos ‘que hé um fator de aproximadamente 10~° entre a amplitude dos modos (w= 1, k= 0) ¢ (w= ) Figura 12 + Perfis da perturbagdo da densidade de energia para sum disco isotrdpion de Schwarzschild com pardmetees (a = 0,3, m'= 0,1). Os primeiros ts modos a para os trés primeiros inimeros de onda k so mostrades. Veros que, aumentando 0 modo 1, 0 mimero de oscilagies dentro do disco aumenta, ¢, ‘quando & aumenta, a amplitude decresce Na Fig. 13, apresentamos os perfis das perturbacdes da *verdadeira” pressio (Sp = yJx6p) e da compo- nente fisica da perturbacao da velocidade radial (60° 6U" /Jrr) para os primeiros trés modos w com k= 0,¢ os perfis da perturbacao da componente fisica da veloci- dade azimutal (60° = 6U* yap) para.os trés primeiros 134 modos w com k= 1. Os modos da perturabagao da ve- locidade azimutal com k = 0 sao nulos. Venos na Fig. 13 que a perturbacao da pressao tem os mesmos aspec- Letelier tos qualitativos que a perturbacao da densidade, As perturbagées das velocidades azinmutal e radial mostram um comportamento oscilatério diferente. aa os 2a Figura 13 = Perfis das perturbacdes da “verdadeira” presslo, velocidad radi 0,1). Vemos que as aspectos qualitativas da perturbacio da pressio sio os mesmnos que os da perturbacio da parametros ( 05, velocidade azimutal para um disco isotrdpico com densidad de energia. A amplitude da velocidade radial aumenta quando estamos perto da borda do disco. Neste caso devemos comparar 1 perturbagao com o valor da velocidade de escape das particulas que formam 0 disco para se ter um modelo consistente. A amplitude da volocidade azinutal € quase constante longe do centro do disco, Quando fizemos 0 corte do disco infinito para pro- duzir um diseo finito desconsideramos a fragao do disco que se extende até 0 infinito. Podemos modelar a pre- senca do exterior como uma perturbagao na borda do disco, Fazemos na borda do disco da|,=n... = € com € <6a|;=9. Os experimentos numéricos nos mostram que a perturbacdo na borda nio modifica os aspectos qualitativos da solugao. O disco continua estavel pe- rante as perturbagoes da forma (74). 7. Consideracées finais Ao longo do artigo mostramos algumas solucdes exa- tas das equacdes de Einstein que representam, prin- ipalinente, diversos modelos de discos finos e discos grossos. O tipo de fluido que representa a matéria da >] qual & composta o disco é descrita pela sua densidade € pressio, nos casos mostrados essas quantidades pos- suem boas propriedades e podem representar a matéria fisica usual. Para ir mais longe noque tange aos mode- los de matéria pode-se tentar resolver a equacio de Fokker-Planck relativistica para encontrar a equacio de distribuico associada & matéria, Nao & posivel en- contrar solugdes analiticas desta equagao, porém a sta resolucio pode ser modelada numericamente. Para o caso newtoniano, existem alguns poucos casos nos quais, se pode encontrar a funcao de distribuicio [34]. Para © aso relativistico no se conhece nem um caso de solugéo analitica da equagio de Fokker-Planck para dis- O estudo de érbitas em diferentes métrieas é um tema de pesquisa ativo, em especial o estudo da es- Solugies exatas das equacies de Einstein com simetria axial tabilidade de drbitas de particulas de teste movendo- se ao longo de geodésicas. Temos comportamentos tipicamente cadticos em sistemas fechados, que po- dem ser vistos usando secies de Poincaré [59, 61). Também temos 0 aparecimento de bacias fractais em sistemas abertos (62, 64]. Encontra-se que sistemas que sido integrdveis no contexto newtoniano poden ser integraveis no contexto da relatividade einsteiniana (62, 60} Nas solugdes de discos apresentadas, em geral, ndio temos outras singularidades & parte da delta de Dirac que representa 0 disco. O fato de que a teoria da relatividade geral & uma teoria nao linear pode-se traduzir no aparecimento de diversos tipos de singu- laridades, como singularidades cénicas, singularidades tipo soluco, singularidades de curvatura, ete. No caso das solugdes de Weyl estas singularidades tém sido continuam sendo muito estudadas (veja por exemplo (65). Existem diversos métodos para se gerar uma s0- Iucdio das equacdes de Einstein com rotacio (solu- (fo estacionéria) a partir de uma solugio sem rotacio (solucao estitica). Uma breve introducao aos métodos pode ser encontrada em [1]. Talvez 0 mais poderoso destes métodos seja 0 método do espalhamento inverso [66]. Solucdes estacionarias de discos super-impostas a buracos negros foram encontradas utilizando esta técnica [41]. Solugdes estaciondrias com campos mul polares foram estudadas em [67]. Referéncias [1] Um bom catélogo comentado de solugdes exatas das equagies de Einstein é H. Stephani, ef al. Exact So- lutions to the Binstein ‘s Field Equations (Cambridge, 2003), 2nd ed. [2] SW. Hawking and G.F.R. Bllis. The Large Seale Struc- ture of Space-Tirne (Cambridge University Press, Cam bridge, 1973). [B] A. Krasitisky, Inomogeneus Cosmological Models (Cambridge University Press, Cambridge, 1997) [4] W.A. Bonnor and A. Sackfild, Comm. Math, Phys. 8, 338 (1968). ‘T. Morgan and L. Morgan, Phys. Rev. 183, 1097 (1969). {6] L. Morgan and T. Morgan, Phys. Rev. D 2, 2756 (1970) [7] D. Lynden-Bell andS. Pineault, Mon, Not. R. Astron. Soe. 185, 679 (1978). [8] PS. Letetier and $.R. Oliveira, J. Math, Phys. 28, 165 (1987) [9] J.P-S. Lemos, Class, Quantum Grav. 6, 1219 (1989). 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