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PESQUISA OPERACIONAL PROFº ESP.

JULIO PASSOS PROGRAMAÇÃO LINEAR


Programação de Produção de Aço

Estudo de Caso.
Uma das maiores siderúrgicas do país, a USIAÇO, localizada no litoral paulista comercializa dois
tipos de Aço Metálico, Aço Damasco e Aço Temperado, abastecendo grandes montadoras do
mercado. Estes Aços Metálicos exigem os seguintes processos de produção para serem fabricados
na fundição da siderúrgica.

Cada tonelada de Aço Damasco consome 4 quilos de magnésio e de Aço Temperado consome 6
quilos do mesmo material. O estoque total de magnésio é de 60 quilos.

A demanda mínima destes aços metálicos para o atendimento do mercado é de no mínimo 12


toneladas mensais, sendo que para cada tonelada faturada de Aço Damasco o lucro é de R$ 2.00
e para o Aço Temperado é de R$ 3.00.

Com base nestas informações, construa o modelo matemático de programação linear que gere o
máximo lucro para a Siderúrgica USIAÇO.

Passo a Passo da Solução

1º Passo: Estruturação do Problema

 Quais são as variáveis de decisão?

X1 => Quantidade a produzir de Aço Damasco.

X2 => Quantidade a produzir de Aço Temperado.

 Qual é a função objetivo?

Max L = 2 X1 + 3 X2

 Quais são as Restrições Técnicas?

Restrição de Estoques

Estoque de Magnésio 60 quilos

Restrição de Demanda

Demanda Mensal Mínima de ambos os Aços Mínima: 12 toneladas.

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Resumindo as Restrições técnicas temos:

4 X1 + 6 X2  60 kg
X1 + X2  12 kg
X1 e X2  0 Restrições de não negatividade

Finalmente o modelo matemático do problema será dado da seguinte forma:

Max L = 2 X1 + 3 X2
Sujeito à:
4 X1 + 6 X2  60
X1 + X2  12
X1 e X2  0

2º Passo: Resolução Gráfica do Problema

1º. Transformar as Inequações das Restrições Técnicas (R1 e R2) em Equações, substituindo o
“” por “=”:
R1: 4 X1 + 6 X2  60 => 4 X1 + 6 X2 = 60
R2: X1 + X2  12 => X1 + X2 = 12

2º. Criar pontos de pares ordenados e resolvendo as equações e determinar X1 e X2:

R1: 4 X1 + 6 X2 = 60
Para o ponto “A”, se considerarmos X1 igual a 0 e resolvendo a equação temos que X2 será
igual a 10, Assim teremos o seguinte par ordenado:
A (0, 10)
Para o ponto “B”, se considerarmos X2 igual a 0 e resolvendo a equação temos que X1 será
igual a 15, Assim teremos o seguinte par ordenado:
B (15, 0)

R2: X1 + X2 = 12
Para o ponto “C”, se considerarmos X1 igual a 0 e resolvendo a equação temos que X2 será
igual a 12, Assim teremos o seguinte par ordenado:
C (0, 12)
Para o ponto “D”, se considerarmos X2 igual a 0 e resolvendo a equação temos que X1 será
igual a 12, Assim teremos o seguinte par ordenado:
D (12, 0)

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3º. Plotar os pontos de Pares ordenados A, B, C e D no plano cartesiano gráfico:

4º. Traçar as retas unindo os pontos de pares ordenados referente as restrições técnicas R1 e
R2:

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5º.Testar o ponto “W” (1, 1), para verificar se o mesmo pertence ou não a região de solução
no gráfico.

R1: 4 X1 + 6 X2  60 => substituindo os valor de X1 e X2 do ponto “W” na inequação R1


temos:
4 X1 + 6 X2  60
4 (1) + 6 (1)  60
4 + 6  60
10  60
Analisando a inequação, constatamos que este é um resultado VERDADEIRO, pois 10 é
menor do que 60, o que indica também que o ponto “W” faz parte da região de solução no
gráfico em Relação a Reta 1.

R2: X1 + X2  12 => substituindo os valores de X1 e X2 do ponto “W” na inequação R2


temos:
X1 + X2  12
1 + 1  12
2  12
Analisando a inequação, constatamos que este é um resultado FALOS, pois 2 NÃO é maior
do que 12, o que indica também que o ponto “W” NÃO faz parte da região de solução no
gráfico em Relação a Reta 2.

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6º. Encontrar a região de solução no plano cartesiano utilizando o Ponto “W”. Quando o ponto
“W” pertencer a região de solução no gráfico, o mesmo estará abaixo da reta, neste caso
abaixo em relação a reta R1 ele esta abaixo da reta e faz parte da região de solução. Assim
todo o lado de cima da Reta R1 é excluída através da marcação dos pontos marrons. Em
relação a reta R2 o ponto “W” não pertence a região de solução, assim toda a região a
qual pertence o ponto “W” é excluída conforme mostram os pontos em laranja.

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7º. Assim a região no gráfico que irá apresentar o máximo:

8º. Para verificar a inclinação das retas de lucros no plano cartesiano, vamos igualar a função
objetivo ao seu Mínimo Múltiplo Comum (MMC) de seus coeficientes 2 e 3 que será 6:

Max L = 2 X1 + 3 X2
Criação de Pontos para reta de lucro igual a 6.
2 X1 + 3 X2 = 6
Se considerarmos X1 igual a 0 e resolvendo a equação temos X2 igual a 2.
M (0,2)
Se considerarmos X2 igual a 0 e resolvendo a equação temos X1 igual a 3.
N (3,0)
Criação de Pontos para reta de lucro igual a 12.
2 X1 + 3 X2 = 12
Se considerarmos X1 igual a 0 e resolvendo a equação temos X2 igual a 4.
R (0,4)
Se considerarmos X2 igual a 0 e resolvendo a equação temos X1 igual a 6.
S (6,0)

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Graficamente, teremos os pontos M, N, R e S com as seguintes retas de lucro 6 e 12,
respectivamente.

Analisando o gráfico é fácil perceber que quanto mais formos aumentando o lucro de
maneira que a sua reta toque a ultima parte da região de solução, todos os pontos sobre a
reta de R1 será solução ótima e de máximo lucro.

9º. Testar qualquer ponto sobre a Reta R1 para encontrar o Lucro máximo:
Max L = 2 X1 + 3 X2
Ponto B (15,0): Max L = 2 (15) + 3 (0) = 30 + 0 = 30
Ponto Y (6,6): Max L = 2 (6) + 3 (6) = 12 + 18 = 30

Assim para que a siderúrgica USIAÇO tenha máximo lucro com as vendas dos aços, deverá
produzir 15 toneladas de Aço Damasco e 0 toneladas de Aço Temperado. Ou produzir 6
toneladas de Aço Damasco e 6 toneladas de Aço Temperado. Trata-se de um problema
com múltiplas soluções.

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Caso tenha dificuldades na compreensão desta resolução, assista a vídeo aula:
Link: https://youtu.be/Bba6W8Hfq6M

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Eduardo L. Introdução à Pesquisa Operacional: métodos e modelos para Análise
de Decisões, 3ª edição, Rio de Janeiro: LTC, 2004.
BARBOSA, M.A. e ZANARDINI, R.A. Iniciação à pesquisa operacional no ambiente de
gestão. Curitiba: Ibpex, 2010
BATALHA, Mario Otávio, CARVALHO, Marly Monteiro de; FLEURY, Afonso; SANTOS,
Fernando Cesar Almada. Introdução à Engenharia de Produção. Rio de Janeiro: Elsevier
Campus, 2008.
LACHTERMACHER, Gerson. Pesquisa operacional na tomada de decisões. Rio de Janeiro:
Campus, 2008.
MOREIRA, Daniel A. Pesquisa Operacional – curso introdutório – 2ª ed. rev. e atua. São
Paulo: Cengage Learning Pioneira, 2010.
SILVA, Ermes Medeiros da; SILVA et al. Pesquisa Operacional. 3ª.ed. São Paulo: Atlas,
1998.
O que é Pesquisa Operacional: Disponível em: http://www.sobrapo.org.br/o_que_e_po.php.
Acessado em: 22 de Junho de 2015.

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