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Idealizadora e Fundadora: Danda D Oxum

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Informativo Mensal - Edição Nº 001, Salvador, 29 de julho de 2010
reCeitas espirituais
Odú: conheça mais
sobre você. 09
aConteCiMento
Pai Augusto César abre
as portas para o Ifá.08
Mãe Rosa fala sobre os
últimos acontecimentos
no seu terreiro. 08
Meio aMbiente
Parque São Bartolomeu
pede atenção. 07
Cultura
Mulheres Negras são
homenageadas no 25
de julho. 20
Culinária
Receita da Dadá: Efó. 18
estilo
Estilo Black: a moda afro
ganha força no mundo
fashion. 11
Tata Valdemir, Lauro de Freitas,
convida todos para a Festa de
Tempo no dia 10 de agosto
100 anos de Axé no
Terreiro Opo Afonjá

Festa comemorativa ao centenário de um dos locais sagrados


do Candomblé baiano, aos cuidados da sua matriarca Mãe Stela
de Oxossi, faz seguidores pensarem na sua espiriualidade. 10
Religiosidade | Mãe Ana, Mãe Valquíria, Mãe Bete e Mãe Elza em Odum Adotá
Quarteto da fé
Figuras importantes no candomblé e detentoras
de uma sabedoria que é passada de geração em
geração, as Yalorixás, Mãe Ana de Ogum, Mãe
Valquíria de Oxum, Mãe Bete de Oxalá e Mãe
Elza de Oxossy, contam como estão e como
foi a trajetória religiosa nesses 50 anos [ Odum
Adotá ] de história no Candomblé. 03
Feijoada
comemorativa
aos 50 anos
de Negra Jhô
faz história.
15
02 | IfáNotícias | Edição Nº 001, 29 de julho de 2010
Itan: A criação do Mundo

Por: Obá Oriaté Vinicius


de Oxalá e Yalorixá e Apetebi Danda de Oxum
Fonte: Apoio
Quando Deus manda uma
mensagem a alguém, Ele não
dá termos minuciosos como
referência. Ele conta com o
mensageiro para usar seu
próprio senso comum ou discrição
para executar a tarefa.
Deus apenas espera resultados
positivos e é permitido ao mensageiro
fazer quatro de dois e
dois.
Os primeiros habitantes
desta terra foram as 200 divindades.
Nesse momento a terra
era chamada DIVINOSFERA.
As divindades eram os únicos
com capacidade espiritual
para se comunicar entre o céu
e a terra. Eles são capazes de
saber, ao mesmo tempo, o que
está acontecendo na terra e no
céu com seus poderes extravisionários.
O céu se tornou muito
populoso e o Pai onipotente
distribuiu tarefas entre as divindades
para que atendessem,
pessoalmente, as súplicas de
suas crianças.
Por essa razão, Ele decidiu
criar um novo Firmamento para
divindades e humanos conviverem,
como um modo de
despovoamento dos céus. Na
verdade, o que não divulgou
às suas criaturas era que estava
indo transfigurado no ar
fino, de modo que depois disso
pudesse somente ser comunicado
com espírito.
a criação Da Divinosfera
Em um dos encontros semanais
do Conselho Divino, Deus
perguntou às divindades, quais
delas estavam preparadas para
ir a terra criar uma nova habitação.
Deus os informou que
todos que se apresentassem
voluntariamente iriam dentro de
uma ordem do Conselho Divino
para estabelecer na terra, as
leis naturais que fizeram do céu
um bonito lugar para se viver.
As mesmas regras, ali usadas,
seriam seguidas na terra.
Haviam apenas dois conjuntos
amplos de regras que Ele
lhes daria:
1 | Ninguém tiraria vantagem
indevida de Sua
ausência física para
atribuir a si mesmo
-Sua função de Pai de
todo o Universo. Todos
eles deveriam respeitar o
criador de tudo, ou seja,
eles sempre dariam início
aos seus trabalhos, na
terra, prestando o devido
respeito a Ele como Pai
eterno.
2 | Ninguém deveria fazer
aos outro o que não gostaria
que os outros lhes
fizessem; regra a qual é
conhecida como Regra
Dourada . Isto era
necessário para que eles
não fossem mortos sem
um julgamento apropriado,
pelas divindades.
Eles não furtariam as pro

priedades uns dos outros,


como no céu a punição seria a
morte. Eles não se oporíam uns
contra os outros, um seduzindo
a esposa do outro ou fazendo
outra coisa para o outro que resultaria
em sofrimento.
Eles deveriam se opor ao
ímpeto de vingança uns contra
os outros, já que todos os desacordos
mútuos deveriam ser
resolvidos através de um julgamento
público no Conselho das
Divindades. Acima de tudo, eles
deveriam respeitar sua regra divina
tudo quanto alguém fizer
para prejudicar seu equivalente
divino, a retribuição virá para o
agressor dez vezes mais.
Finalmente, Ele informou que
o segredo do sucesso estava
em ouvir sempre a voz silenciosa
da divindade chamada
Perseverança.
a primeira tentativa De
estabelecer a viDa na terra
Oposto ao motivo deste
conjunto de regras e regulamentos,
Deus desenvolveu um
plano para despachar todas
as divindades para a terra simultaneamente
sem nenhum
aviso prévio. Uma bela manhã,
portanto, Deus chamou a sua
criada Arugba para convidar
cada uma das divindades, em
suas respectivas casas, para
aparecerem no palácio celeste
na manhã seguinte para um
desígnio especial.
Deus preparou uma câmara
especial completamente equipada
com vários implementos
com os quais as divindades
usariam para executar suas
tarefas na terra. Arugba pôs-se
a caminho muito cedo naquela
manhã. A mensagem de Arugba
para cada uma das divindades
foi clara:
Meu pai me enviou para
convidá-lo a se preparar para
uma tarefa especial amanhã
pela manhã. Você deve
começar se preparando para
partir em missão, assim que a
mensagem divina lhe for dada.
Você não deve retornar para
sua casa antes de embarcar na
missão.
mensagem | A maioria das
Divindades levou a mensagem
ao pé-da-letra e não se preocupou
em se informar com
seus próprios conselheiros ou
guardiões em como começar
a tarefa que Deus tinha reservado
para eles. Arugba visitou
as casas das divindades por
ordem de idade, Orúnmìlá, o
mais moço das divindades, foi
o último a ser visitado.
Entretanto, Orúnmìlá que
estava habituado a criar circunstâncias
de divinação toda
manhã, foi avisado por Ifá que
deveria fazer um banquete
naquele dia, em particular, em
antecipação a uma visita em
sua residência. Na hora que
Arugba alcançou a casa de
Orúnmìlá, já era muito tarde da
noite, não tinha feito nenhuma
refeição desde a manhã e es-
Edição Nº 001, 29 de julho de 2010 | 03 | IfáNotícias
mesmos instrumentos que os A sacola divina do próprio
iniciados no culto de cada uma Pai Todo Poderoso, para recdas
divindades usam na ini-olher as coisas que ele estava
ciação, nos dias de hoje. levando; e o privilégio de ir para
a terra com Arugba, para fazêachaDo
| Quando Orúnmìlá los lembrar das regras do céu.
chegou ao Palácio de Deus, Seus quatro pedidos foram
todos os outros já tinham ido. atendidos. Como ele estava
Ele se curvou ao Pai Todo-partindo, ele coletou quatro
Poderoso e igualmente seguiu plantas diferentes, que um sacmarchando
em ordem imedi-erdote de Ifá usa para todos os
atamente para a terra. Ele foi seus preparativos. Ele também
informado como os outros, a coletou amostras de plantas e
recolher todo instrumento que animais que pôde colocar nas
ele achasse na Câmara Espe-mãos. Ele guardou sua coleção
cial. Contudo, todos os instru-na sacola que Deus havia lhe
mentos disponíveis tinham sido dado.
coletados pelos outros e havia
uma única inútil concha de sacola | A sacola divina
caracol. tinha a misteriosa capacidade
de acomodar qualquer coisa,
Ele não tinha escolha, não importando o tamanho e
agarrou-se a ela e então também produzir tudo o que
suplicou a Deus que já era preciso para isso. Quando
que não tinha nada mais Orúnmìlá alcançou o portão
para resgatar da Câmara para a terra, ele encontrou to-
Especial, que lhe desse: das as outras divindades pen-
O Camaleão -a mas velha duradas nos ramos da palmeidas
criaturas na casa de ra. Ele também não tinha opção
Deus, para aconselhá-lo exceto se unir a eles. Depois
em como tentar resolver os de estar sentado nos ramos
problemas da fixação das da palmeira por algum tempo,
habitações terrestres; O Arugba, que estava escondida
benefício de ir a terra com a dentro da sacola divina, recomulticolorida
galinhaomés mendou-o a pegar a concha do
caracol, virar a boca da mesma
tava com muita fome quando
alcançou a casa de Orúnmìlá.
Antes de permitir que ela entregasse
a mensagem divina,
Orúnmìlá a persuadiu a fazer
uma refeição. Ela comeu até
se satisfazer e então contou a
Orúnmìlá que Deus queria que
ele comparecesse em seu palácio
no próximo dia, junto com
as outras divindades para uma
missão especial.
Em reconhecimento a hospitalidade
de Orúnmìlá, ela confidenciou,
a ele, revelando detalhes
da missão que Deus tinha
reservado para eles.
alerta | Ela o alertou para
que pedisse por três favores
especiais para Deus em adição
a qualquer instrumento que ele
coletaria da Câmara Especial
para sua missão. Ele deveria
perguntar pelo CAMALEÃO,
(Alagemo, em Yorùbá e
OMAENEROKHI, em Bini), a
galinha multicolorida, doméstica
de Deus e a bolsa especial
do próprio Deus (Akponimijekun,
em Yorùbá e Agbavboko,
em Bini).
Nós veremos o significado
deste pedido especial mais
tarde. Em uma última ressalva,
Arugba informou Orúnmìlá que
na sua missão. Com estas palavras
de aviso Arugba partiu
para casa, tendo completado
sua tarefa.
Na manhã seguinte, uma
após a outra, todas as divindades
apresentaram-se no
Palácio Divino de Deus. Tão
logo chegaram, Deus pediu
para cada um deles prosseguir
na jornada para a terra sem
regressar aos seus respectivos
lares. Um após o outro vieram
e se moveram marchando em
ordem para partir para a terra.
surpresa | As primeiras divindades
a chegarem na terra
logo descobriram que não
havia solo para pisar. Todo o
lugar era alagado. Havia uma
única palmeira que se encontrava
no meio das águas com
suas raízes no céu, que era o
portão para o mesmo. Eles estavam
chegando e não tinham
nenhum outro lugar para ficar,
exceto nos ramos da palmeira.
Era um momento realmente
muito difícil.
Antes de partir do céu, cada
uma das divindades recolheu
da Câmara Especial de Deus
todo o material e instrumentos
de suas preferências. São os
se ele assim o desejasse, poderia
também persuadir Deus
em levála
acompanhando-o
na água, porque continha a
base do solo da terra e que faria
04 | IfáNotícias | Edição Nº 001, 29 de julho de 2010 Edição Nº 001, 29 de julho de 2010 |
IfáNotícias
o chão firme para pisarem. sceu da palmeira para a terra, criou vários problemas par
a as olhar os traços físicos, do pes-
Orúnmìlá que tinha coletado e sua primeira tarefa foi trans-divindades. Uma após outra,
coço em diante, mas explicou
a concha do caracol vazia da plantar as plantas que trouxe lutava para retê-la. O
conflito as dificuldades que ele tinha ex-
Câmara Especial de Deus, não do céu. Depois disso, todas as por Arugba logo trouxe à ton
a a perimentado na terra nas mãos
sabia do seu conteúdo. Nen-outras divindades desceram pior das divindades. A violênc
ia de seus irmãos divinos. Ele rechum
deles a não ser Arugba para a terra, uma depois da de alguns, isto é, Sàngó, Sank-lamou
que as regras celestes
sabia que a concha continha o outra. Este é o motivo porque pana, Ògún etc., combates
não estavam sendo seguidas
Segredo da terra. a palmeira, a primeira a ser cri-mútuos com todas as defesas na
terra. Após ter ouvido o rela

ada, é respeitada por todas as á sua disposição. to revelado por Orúnmìlá, Deus
ensinamento | Quando Orún-divindades. É o antepassado Neste momento, Orúnmìlá convenceu-o
a permanecer
mìlá virou a boca da concha de sua estirpe. foi o primeiro a retornar ao céu momentane
amente no céu,
do caracol para baixo, o es-Todas as divindades parti-para fazer um relato a Deu
s. O mas, enviou o obstáculo, o
casso conteúdo de areia caiu ram da palmeira para estabe-papel de protetora de Aru
gba mais poderoso de todas as di-
na água e começou a borbul-lecer seus vários domicílios perdeu-se para as divindades, vi
ndades, (Elenini em Yorùbá e
har. Dentro de pouco tempo, em diferentes partes da terra. porque ela tinha sido
privada da Idoboo em Bini) para verificar o
grande quantidade de areia Orúnmìlá sendo o mais jovem companhia de Orúnmìlá, com relatório
Orúnmìlá.
começou a se empilhar ao re-de todas as divindades morou quem ela veio ao mundo. Q
uando Elenini chegou a
dor da palmeira. Depois de e serviu a cada um dos mais Todas as outras divindade
s terra, ele observou o espetácmuitos
montes terem se for-velhos, um de cada vez. Ele tinham se estabelecido com ulo d
o restante das divindades.
mado, Arugba falou outra vez a serviu Ògún, Sàngó, Olokún, os instrumentos que eles cole-E
le ficou satisfeito com o relato
Orúnmìlá de dentro da sacola, Eziza etc. taram na Câmara Especial de de Orúnmìlá e ficou re
so de
desta vez, recomendando-o a No decurso de sua servidão, Deus. De sua parte, Orúnmìlá que
com a privação predomideixar
cair a galinha nos mon-uma das divindades apoderou-tinha perdido o uso de todas
as nando na terra, as divindades
tes da areia. Como a galinha se de Arugba. Ele foi desta ma-coisas que ele troux
e, inclusive pudessem acabar guerreando
espalhou os montes, a área da neira despojado de sua Con-até a Sacola Divina, dos qu
ais umas contra as outras.
terra começou a expandir. É a selheira Chefe e confidente. sem os conselhos de Arugb
a,
mesma operação que a galinha É importante neste estágio ele não sabia como usar. De
Odú Adotá na Bahia, 50 anos de está executando até hoje. Onde mencionar que a iniciação n
s de ter levado uma vida de
Mande dúvidas,
quer que a galinha seja encon-religião de Orúnmìlá ou Ifismo privações e penúria, ele decid
artigos e sugestões
trada percebe-se que ela usa é uma tentativa para recordar voltar para o céu para pe
rguntar
para nosso e-mail.
os pés para dispersar a areia na este processo da partida do a Deus porque a vida
na terra
religiosidade no Candomblé
Esperamos seu
terra. céu e chegada no mundo, para era tão dolorosamente diferente
contato.
Depois do solo ter sido ex-se estabelecer através da pal-da vida no céu. Até as quatro

Por: Yalorixá e Apetebi Danda


pandido sobre uma extensa meira. plantas que ele trouxe do céu
de Oxum
área, as outras divindades que
não o ajudaram, apesar de elas
estavam pasmas com a miste-A mulher que carrega serem usadas unicamente du-
expediente
Essas quatro mulheres são (Família Encarnação), com soas que jamais Mãe Ana de a recebeu d
e braços abertos.
riosa performance de Orúnmìlá, os Ikins, em sua cabeça, rante a iniciação de Ifá até hoje,
exemplo de amor, respeito, quem ela conviveu até 1976. Ogum irá esquecer. Ela não pode
ria deixar
mandaram ele descer e camin-para Ugbodu é chamada e elas também são usadas para
dedicação e união, há 50 Em 1977 inicia o seu pri-de contar entre risos junto
har no solo para verificar se po-de Arugba. É consid-alguns preparados medicinais
anos atrás todas muito jovens, muDança | No mesmo ano, meiro iaô, o Sr. José Luis Fer-com
sua irmã de barco, Mãe
Idealizadora e Fundadora |
deria suportá-los. No entanto, erado um fato que Orún-feitos por Orúnmìlá.
exatamente no ano de 1960, Mãe Ana resolve se mudar para reira Omo Odé (in memória), Be
te, os apelidos que elas
Danda D Oxum
Arugba aconselhou Orúnmìlá a mìlá nunca casou com
começa essa grande história. uma grande cidade chamada e daí por diante nunca mais rec
eberam na época: Barco
Editor Responsável | Danda
soltar primeiro o camaleão no Arugba, também não é retorno | Quando foi o mo-
Dentro da casa do Oxumaré São Paulo, aonde apenas che-parou, hoje com inúmeros fil-cla
ndestino, Yao bossa nova,
D Oxum
solo. aconselhável a nenhum mento de Orúnmìlá retornar
são iniciadas pela Yalorixá gou com seu malão de rou-hos de santo. E assim, ela Catedráti
a , e até hoje são
Edição | Afro Jhow e Angéli-
O camaleão andou sobre iniciado de Ifá casar com para o céu, ele foi até o pé da
da época Mãe Simplícia (in pas, seus búzios e com uma im-agradece a todos os orixás conhec
idas como Quarteto
ca Marques.
o solo furtivamente, temendo uma mulher que o acom-palmeira e subiu para seus ra
memória),
hoje cada uma de-ensa vontade de vencer. Alugou por ter feito dela uma grande pa
rada dura .
Designer | Sávio Marques
que pudesse desmoronar sob panha com o UGBODU. mos onde ele se transfigurou
las com muito bom humor um quartinho com a ajuda de Yá e uma grande mulher. Neste
dia ilustre, receber-
Colaboradores | Negra Jhô,
seus pés. Mas o chão agüen-Por isso, não é aconsel-para o céu. De volta ao céu,
conta trechos das suas vidas. amigos, os mesmos que a indi-am a visita de um gra
nde Ba-
Lara de Castro, Chico
tou firme, e esta é a mesma hável que uma esposa ele foi o único das muitas divin-
Mãe Ane de Ogum, conta cavam para jogar seus búzios. agraDecimento | Babá PC, balorixá, P
ai Carlinhos de Oyá.
Gonçalves, Afa, Rosângela
prudência que o camaleão tem participe da cerimônia, dades a ver a última forma física
que aos 15 anos quando se Sem nenhuma vergonha, joga-hoje Babalorixá da Case de Ma
s essa história fica para a
Maria.
até os dias de hoje. Por este pois poderá ser seduzida do próprio Deus.
iniciou tudo era bem diferente, va búzios para seus clientes, em Oxumaré, por estar
realizando próxima edição.
motivo o camaleão pisa gentil-pela morte ou por outros. O Deus Onipotente que era
mais se lembra de tudo. Em cima do seu malão de roupas, esta grande cerimônia, em Cont
ato: Rua Caviúna, 123
mente no solo.
conhecido por nunca perder
[71] 8284 2084, [71] 9287 1970, ela foi para o Rio de Ja-e assim começou a atrair
vários homenagem aos 50 anos de Pq. Jacarandá Taboão da
Logo que Orúnmìlá teve
7880, [21] 7702 6480
a calma, estava aborrecido di

neiro, onde foi muito feliz, con-clientes, amigos e adeptos da vida religiosa e
também não Serra São Paulo. Tel.: 011
A presença de Arugba
certeza de que o solo estava ante de Orúnmìlá. Ele apresen

id:12*3381 59 vivia lá com uma grande família religiosidade como: Nanci de poderia d
eixar de agradecer a 4203-5760, atende com búzi

como única mulher em volta,


suficientemente forte, ele de-tou suas desculpas a Deus por
ifanoticiasbahia@hotmail.com tradicional do Candomblé Oxum, Adelaide e Alencar, pe
s-todo povo de São Paulo que os com hora marcada.
Religiosidade | Mãe Ana, Mãe Valquíria, Mãe Bete e Mãe Elza em Odum Adotá
PRotesto | Comunidade se
reúne para pedir soluções,
no caso Parque
São Bartolomeu ,
as autoridades

06 | IfáNotícias | Edição Nº 001, 29 de


Negro.
Cidadão.
Lutador.
Por: Vlady Alves
A muito tempo se lutou pela
igualdade e acima de tudo pela
oportunidade! Esses valores
que eram mantidos em baús
de controles burgueses vêm
se deteriorando ao longo dos
tempos, talvez seja devido o
enferrujamento das correntes
ali existentes, que não mais resistem
as fortes marteladas dos
negros.
Os mesmos mostram a
força presente dos seus ancestrais
com um jargão dos antigos
entreguemos ao tempo , pois
ele reflete diante dos olhos escuros
as mudanças e as vitórias
conquistadas ao longo dos
anos. Se vamos falar de negros
que lutam pela nossa cultura e
pela igualdade, então podemos
falar de Carlinhos Brown. Esse
Homem-Negro Vitorioso nos
remete a ter muito respeito até
mesmo pela a sua historia no
cenário baiano, nacional e internacional.

multireferencial | O Cantor,
Compositor, Percussionista e
Empresário tem realmente um
acervo de atividades que são
desenvolvidas durante algumas
décadas, um homem de origem
Pobre Simples Trabalhador,
conseguiu construir um império
cultural e enriquecedor e que
beneficia as camadas mais simples,
despertando os trigres de
julho de 2010
Em busca do respeito
ao ser humano, ele é
mesmo brown
BRown | Músico, compositor e cantor é antes de tudo um cidadão.
olhos azuis esverdeados que outros, o projeto Ta Rebocado
aqui dormiam na Bahia. que se trata da construção
Com bastante luta e por comunitária, visando urbanizadiversas
vezes escalando ção do bairro, e outros trabalmontanhas
para lutar em pró hos sociais que preparam os joda
classe desfavorecida, ele vens para estarem qualificados
desenvolveu alguns trabalhos para o mercado de trabalho.
sociais como:Associação Pracatum
-que foi criada no bairro artista | Falar desse filho dos
do Candeal, no mesmo local Deuses ancestrais iria levar to-
onde o mesmo nasceu e se das as pagina de nosso jornal,
criou, tornando-se um celeiro mais o Antonio Carlos de Freitmusical
para a música baiana, as Carlinhos Brown realmente
a Pracatum Escola de Música entende o que é a arte nos mais
onde ensina o uso dos instru-diversos seguimentos, desde
mentos de percursão, como o Rock em que ele tocava na
timbaus, agogôs, berimbaus e Banda Mar Revolta em 1979,
em 1984 tocou na Banda
Acordes Verde do Cantor Luiz
Caldas, foi um dos criadores do
Samba-Reggae em 1985, na
década de 90 tornou-se líder
do grupo Timbalada, em 1996
decidiu seguir carreira solo, em

tares de floresta, cercada de período da escravidão no Brasil,


2002 formou o projeto Trib

rios e cachoeiras da Bacia do acolheu quilombos importantes


alistas com a Cantora Marisa
Cobre, importante reserva de na disseminação da cultura ne-
Monte e o Cantor Arnaldo An

água potável, parte integrante gra na região, neste quilombo


tunes e ao longo desses anos
do sistema de abastecimento foi onde viveu a rainha Zeferina,
já cantou com diversas celeb

local, localizada na periferia da uma mulher emblemática, com


ridades do mundo da música.
cidade, entre Pirajá e o subúr-uma visão a frente do seu tem-
Esse homem que trilha camin

bio ferroviário. po e símbolo do candomblé.


hos valiosos, com certeza tem
Em 1633, o local abrigou Sendo hoje o Parque Sagrado
muito á agregar valores a nossa
o primeiro sermão público do do Candomblé.
rica Bahia.
Meio aMBiente | Beleza natural revela sua face em cachoeira na reserva ambiental
Parque São Bartolomeu.
Parque São Bartolomeu
pede atenção urgente

Por: Afro Jhow


Devido à sua extensa reser-padre jesuíta Antônio Vieira. A
va de mata atlântica, o Parque importância histórica e cultural
Metropolitano de São Bar-do Parque São Bartolomeu é
tolomeu é reconhecido como transversal a própria história
área de preservação ambien-da Bahia. O local foi palco da
tal desde de 2001, através do Batalha de Pirajá, momento
Decreto Estadual nº 7.7970. fundamental para a independ-
O parque possui 1550 hec-ência do Estado. Durante o
08 | IfáNotícias | Edição Nº 001, 29 de julho de 2010
Editoral
Sempre pensei na minha re-criticar, enfim, discutir religião. se torne nosso tabul
eiro, nosso
ligião, como algo sério, transforma-Aqui é seu espaço, sinta-se a terreiro, nossa casa,
nosso rádor,
e como uma protetora de seg-vontade para dizer o que pensa dio, nosso portal, no
sso álbum
redos, ritos e rituais trazidos para o e entrar em contato com a gente de fotogr
afia, o que você quiser.
Brasil pelos nossos irmãos da África a hora que você quiser, como Somos um verdadeiro
calhá
muitos anos atrás. sabemos, sozinhos somos pou-deirão efervescente, pensante
Por que a Bahia? Como pode cos, mas, juntos podemos ser um de idéias, ideais, libe
rdade de
um estado que é uma verdadeira milhão e a voz de milhões com expressão e acima de tudo
nação, em costumes, cultura, re-certeza mais cedo ou mais tarde seriedade e ética com
a nosligiosidade
não ter um veículo de será ouvida. sa religião, que é o principal
Até que enfim nasceu! comunicação dessa massa do O IFÁ Notícia chegou para su-foco do noss
o trabalho.
Como uma mãe que gera Axé, oprimida, discriminada e mui-prir essa necessidade, a nec
es-Sem querer repetir chavões
um filho durante nove meses, tas vezes renegada aos guetos. sidade do meu povo d
izer o que ou clichês, e sim a minha idéia,
esse projeto gerado em quase Chegou a hora de mudar, mudar esta fazendo, o que e
sta pensan-o que vem na minha cabeça
um ano, é a concretização de o cenário social, político, religioso do. Seja lá assuntos per
inentes agora é a vontade de dizer ...
muitos sonhos, trabalho, suor, desse Estado, os pequenos esao
Candomblé ou não. Esse é o sinta-se em casa, pode encaminhadas,
idas e vindas a forços são os que fazem as grandes primeiro exemplar de muitos que t
rar...
Salvador, essa terra que eu diferenças. É hora do meu povo ter virão e espero que com
a pitada
amo tanto. voz. Voz para falar, escrever, pensar, de cada irmão do candomblé, ele Axé
Mãe Rosa conta
experiências noterreiro

Por: Yalorixá e Apetebi


Danda D Oxum
e ofendida pala falta de respeito
do ser humano para com o sagrado.

No me de Agosto teremos
uma grade matéria com está
mulher guerreira, que é símbolo
de força e luta dentro dom candomblé.
mãe miana De oxum | Ela é
do Rio de Janeiro, hoje aos 85
mãe rosa | Até hoje, apesar da anos de idade e 65 anos de
reparação traz com ela magoas santo, também está sofrendo
e tristezas de um grande desres-com grandes intolerâncias repeito,
não só ao patrimônio mais ligiosas, que também vão ser
sim sentiu se muito mais atingida relatadas neste jornal.
laDo negativo (oshobo)
Muitas intrigas, mulher falsa
e fofoqueira, guerras espirituias,
guerras de morte, muitos barulhos,
ejos sem fim, destruição em
família, separação com morte e
sangue, vingança e falsidade prosperam
na vida da pessoa, pedem
e não pagam, sempre em dívidas,
vícios que levam a morte ou cadeia,
seu símbolo pelo lado negativo
e uma Bandeira Vermelha representando
as guerras, aventuras
amorosas com final desastroso,
fúria incontrolada, casos judiciais,
agressividade, falta de escrúpulos.
Quando aparece no jogo deve se
levantar três vezes tanto o consulente,
como o olhador, pois este
Odu, enganou a própria morte,
pondo sobre um buraco que cavou,
um casaco de Igbin branco,
representando seu Ori, quando
o pássaro preto da morte avistou
aquilo, pensando tratar-se de
Ejionile o carregou para o mundo
dos mortos. Este Odu
parte negativa é muiCuidado ao tratarem del
Babalorixá abre
portas para Ifá

Babalorixá Augusto Cesar matéria completa na nossa


Lacerda, filho de Mãe Menininha próxima edição.
do Gantois, formação acadêmica
em Artes Plásticas e diretor
fundador de arte do ARAKETU.
O Babalorixá Augusto César
recebeu o Ifá Noticias em seu
Terreiro de braços abertos,
conversou sobre a importância
de um veiculo de comunicação
direcionado a cultura de matriz
africana na cidade. E disse,
Será muito bom e importante,
desde o momento que seja um
trabalho sério, que mostre a
beleza da religião, mais não o
sagrado .
Não deixe de confirir a

Edição Nº 001, 29 de julho de 2010 | 09 | IfáNotícias


Odú: conheça mais
sobre você mesmo

Por: Yalorixá e Apetebi Danda D Oxum

Fonte: Apoio
Odun regente do mês: 08
Èjiogbè
I I
I I
I I
I I
EJIONILE
É o responsável pelas colheitas,
para saciar a fome dos homens
e dos animais e o responsável
pelo movimento de rotação
que provoca depois de cada noite
o surgimento de um novo dia.
Controla os raios, as chuvas e os
mares, a cabeça humana, os animais
velozes, todos os pássaros
brancos que são consagrados
a Óósáálá, como o Lékelêke, O
Elefante, o Cão, as Montanhas, a
Árvore Yrokô, as Árvores do caule
fino, a Terra, o Mar e todas as coisas
naturalmente brancas. Rege o
sistema respiratório e tem também
sob suas ordens, a Coluna Vertebral
e todo o Complexo de vasos
sanguíneos do corpo humano,
sabe-se porém, que o sangue não
lhe pertence, mas sim, a Osa-Meji.
laDo positivo (ire)
Independência, riqueza inesperada,
boa saúde, Caminhos abertos,
sorte no amor, corpo esguio
e belo, vitória sobre os inimigos,
vitória na ordem financeira, corpo
fechado contra malefícios, pessoas
sérias e boas, justas e benevolentes,
trabalham sempre em
prol dos demais, nunca pensam
somente em si quando bem sucedidas,
procuram ajudar os menos
favorecidos. Todo lado positivo
deste Odu, fala em prosperidade.
Conforto, fortuna e longos anos
de vida. Sendo este Odu o dono
das guerras, também trás vitórias
e muita sensualidade. São batalhadores,
gostam de trabalhar e
não depender de ninguém, não
por orgulho pois são pessoas simples
e humildes. Nasceram para
trabalhar com papeis. São um
tanto calados. Tem estatura larga,
pés espalhados e largos,são muito
econômicos mias não miseráveis.
Não temem perigo algum, não
procuram brigas mais não recusam
uma quando vem.
trás muito ódio acumulado dentro
de si.
sauDação a ejionile
Baba Ejionile, Mi Kan Jiogbe
Ità Ikù ma hun Nu Mio
Tradução
Salve Ejionile, que os caminhos da
morte,
Não a conduzam a nós.
Proibições de Ejionile
Este Odu proíbe a seus filhos de
usar roupas vermelhas e pretas ou
de cores muito escura. Carne de
galo. Bolo de Acaçá que tenha sido
enrolado em folha de bananeira.
Usar pérola negra, Onix e Corais
Negros. Não deve matar os ratos.
Comer ovos fritos, palmitos, sendo
estas a mais terrível de suas Kisilas.
tipos De Doenças

Loucura, queda de cabelo,


dor de cabeça, derrame cerebral
e toda doença relativa a
em sua
to destrutivo.
e, pois
cabeça e a
cegueira.
YaloRixá e aPeteBi | Danda
D Oxum apresenta receitas
espirituais para melhorar
a vida.
www.aritanadeoxossi.com.br
Ed.Themis, 398 -1º andar, sl 104, Centro | Praça da Sé
[71] 3328 4063, [71] 4731 8783, [71] 9128 2220
10 | IfáNotícias | Edição Nº 001, 29 de julho de 2010
Opo Afonjá comemora centenário
na Câmara de Vereadores
Por: Yalorixá Iapetebi Danda
D Oxum
A história do centenário
deste terreiro é marcada por
várias ações de valorização da
religião Afro no Brasil.
Em julho deste ano, na Câmara
de Vereadores de Salvador,
foi homenageado o Terreiro
Ilê Axé Opo Afonjá, em sessão
especial, pela vereadora Olívia
Santana.
história | Quando a Mãe
menininha visitou Getulio Vargas,
apresentou-lhe a altivez
e a complexidade da religião
de matriz africana. Este acontecimento
foi tão relevante
que abriu caminhos para que
o Decreto-Lei nº 1.202 fosse
promulgado pelo Presidente da
República do Brasil, no qual foi
vetado qualquer interdição aos
exercícios dos costumes religiosos
do Candomblé.
Preservando toda a memória
do terreiro e os costumes ancestrais,
quatro iyalorixás estiveram
à frente do Ilê Axé Opo
Afonja, nestes 100 anos: Mãe
Bada, Mãe Senhora, Mãe Ondina
e, atualmente, Mãe Stella de
Oxossi.

Edição Nº 001, 29 de julho de 2010 | 11 | IfáNotícias


Estilo Black: a moda afro ganha força
no mundo fashion
Por: Afro Jhow e Danda D Oxum Contato:
Salão Negra | Frei Vicente, 04, Pelourinho, Salvador - BA
kimundo@bol.com.br
(71) 3321 8332
A moda a cada dia vem se inserido no cotidiano das pessoas, a
mesma disperta olhares e inspira mentes criativas para os anseios
dos fashionistas. Falar de moda é tratar do desejo e da tendência,
portanto, agora em diante vocês irão ficar por dentro do que há de
melhor nas passarelas, mais óbvio, em um seguimento até em tão
não muito assediado, ou seja, a moda com o toque africano. Portanto,
vamos ficar por dentro das belíssimas vestes que encantam
os mestres da alta costura.
Dara Dara | O Ifá Notícias destaca nesta primeira edição, o trabalho
da Estilista Fátima Negrann que desenvolve dentro do espaço
Empório Afro Moda Cultura & Tradições, fantásticas criações
para sua Grife Empório Afro. A mesma residente da então cidade
maravilhosa
( Rio de Janeiro ), lançou sua primeira coleção em 1º de Julho
de 1999, no Centro Cultural José Bonifácio. A sua inspiração partiu
das influências Nigerianas e da Costa do Marfim, onde expressou
nas passarelas os belos tecidos africanos e que garantiu o certificado
da identidade cultural das raízes de nossos antepassados.
Tendo como temática Expressando beleza interior, através de
elegantes roupas . Ao longo desses dez anos de carreira, ela tem
encantado a muitos e garantido o seu espaço com sua arte em
tecidos, peles, pedras, fibras, aplicações e máscaras e as lindas
estampas que definem a cultura africana.
12 | IfáNotícias | Edição Nº 001, 29 de julho de 2010 Edição Nº 001, 29 de julho de 2010 |
IfáNotícias
Re-significação das tradicões

a tiPologia das ReligiÕes de MatRiZ aFRiCana e o iMPaCto aMBiental


Por: Ms.Sueli Santos Conceição
Negra Jhô, reuniu artistas
de diversos estilos
para comemorar os seus
50 anos, no dia 18 de julho,
às 13h, no Largo Teresa
Batista, no Pelourinho,
em Salvador. Confirmaram
presença no evento
ícones do caldeirão musical
como Tonho Matéria,
Aloísio Menezes, Sangue
Brasileiro, Pagode dos
Parceiros, Afro Jhow,
Carlos Belfort, Matildes
Charles e Jerônimo. Negra Jhô,
aos 50 anos,
mostra o quê
que a baiana tem
Niver
Os negros africanos trazidos na integra das comunidades
ao Brasil, país que apresentava tradicionais africanas.
uma grande diversidade de fau-Muniz Sodré (1988) faz uma
na e flora, em condições de es-classificação conceituando os
cravos no período colonial, de-territórios levando em considerpararam-
se com um universo ação o ponto de vista de acesdesconhecido
e misterioso que so em quatro tipos: 1) território
era necessário dominar, para público, que abrange ruas,
que eles pudessem sobreviver praças, ônibus, teatros etc; 2)
física e culturalmente. território de casa ou privado, ou
A adaptação ao novo habitat seja, qualquer lugar nomeado
e às novas condições sociais como ar ou então espaço
deram lugar a substituições particular da sala de trabalho;
indispensáveis das plantas 3) território interacional, definido
que não foram encontradas pelas áreas de acesso restrito a
no Brasil. Acredita-se que a pessoas legitimadas, como por
procura e a identificação de exemplos estudantes inscritos
espécies vegetais objetivavam numa universidade; 4) território
a manutenção de aspecto pri-de corpo, relacionando com o
mordial de sua cosmovisão, e, espaço pessoal, como o próp-
Meio aMBiente | Preservação é necessária
para contemplação espiritual
portanto, da sobrevivência de rio corpo e o espaço adjacente
africano, no movimento de re-o seu lugar de transmissão e
uma identidade enquanto ne- esta é uma delimitação visível
territorialização, encontra no preservação. Segue afirmando
gro e africano. do espaço que acompanha
culto da tradição a possibilidade que o espaço do terreiro vai ser
o individuo, sendo capaz de
de viver um continuum, apesar o lugar de reterritorialização de
chegaDa | Pode-se deduzir se expandir ou contrair-se de
de espaço e tempos históricos uma cultura fragmentada, de
que a chegada de levas de ne-acordo com a situação e cara-
diferentes. Na acepção de Mu-uma cultura de exílio. É ali que
gros em condições de escravos cterizando-se, portanto pela
niz Sodré: Afirma-se não como o indivíduo vai reviver, vai tentar
ao continente americano con-flexibilidade.
forma paralisante, mas como refazer a sua família, e o seu clã,
duziu-os, obrigatoriamente, Entre as quatro classifi

algo capaz de configurar a per-que tal como na África, são for

a um confronto com a flora cações feitas pelo autor, a que


manência de um paradigma ne-mados independentemente de
aqui existente; necessidade é relevante para esta pesquisa,
gro na continuidade histórica. laços sangüíneos. No espaço
de encontrar elementos veg-é o território interacional, por
Segundo Sodré (1988), o do terreiro, o indivíduo buscará
etais que, de alguma forma, entender que para ser partici

africano, emigrante nu, trazido o sentido de pertencimento a


reproduzissem as espécies da pante das religiões de matriz
como escravo, tendo perdido o uma coletividade e ritualistica

flora original. africana se faz necessário um


seu território físico, ao chegar à mente vai reencontrar a sua
A primeira atividade realizada credenciamento prévio, para
diáspora, busca a reterritoriali-nação.
pelos africanos trazidos como que se possa comungar de
zação no terreiro. Os espaços religiosos exibem
escravos no Brasil foi recompor todas as práticas religiosas. O
elementos que funcionam como
a sua cultura, mantendo a sua que se busca no espaço religi

espaço | Vai ser nesse es-demarcadores simbólicos do ter-


identidade, mesmo tendo que oso não é o território físico, mas
paço território político-mítico-ritório religioso, sendo por vezes
agregar signos de outras cultur-sim político.
religioso que o patrimônio perfeitamente identificáveis aos
as, reinventando suas tradições
simbólico do africano e seus olhosdeobservadoresatépouco
milenares. Mantendo perto de si reterritoriliazação | O
descendentes vão encontrar atenciosos. Esta demarcação
vestígios, traços e lembranças referido autor diz que o homem
14 | IfáNotícias | Edição Nº 001, 29 de julho de 2010 Edição Nº 001, 29 de julho de 2010 |
IfáNotícias
simbólica do assentamento,
kota Valdina Pinto, do terreiro vores sagradas, está cada vez
bandeira de tempo, cumieiras,

Tanuri-Junçara. Rodeada por mais apertado pelo concreto


quartinhas, mariôs nos remete
plantas na varanda da casa das casas que multiplicam-se
a uma primeira analise dos tem-
onde vive, no Engenho Velho ao redor.
plos religiosos na condição de
da Federação, ela demonstra
território.
cuidado até mesmo com as migracão | Nos últimos 20
Segundo Santos (1999) o

pequenas ervas, Todas as fol-anos, tem havido uma grande


estudo da organização do es

has e árvores são sagradas, migração de terreiros da capipaço


não pode negligenciar a
independentemente de você tal para região metropolitana de
analise concomitante da forma,
conhece-las ou não. Aquelas Salvador, principalmente para
função, processo e estrutura,
desconhecidas apenas ainda Lauro de Freitas e Camaçari,
bem como a analise de como
não foram catalogadas, mas já em busca de espaço. Essa falesses
componentes interagem
foram codificadas pelo Criador. ta de área verde dificulta cada
na criação e modelagem do es-
Elas podem, inclusive, arma-vez mais a missão das pessoas
paço através do tempo. Aponta
zenar a cura para uma doença especialmente designadas para
ainda que o entendimento dos
que ainda vai aparecer , expli-entrar em contato com as planlugares
depende da condição
ca. Foi justamente por conhec-tas sagrada: o babalossain e
do eixo das sucessões e do invadida | Atualmente território er as propriedades de ca
da er-babá ewé -pessoa responsáv
natuReZa
urbano
eixo das coexistências ao abor

vas que Ossain, divindade das el pela coleta e manuseio das


dar as múltiplas possibilidades
plantas medicinais e litúrgicas, plantas.
do uso do espaço relacionadas foi escolhido para ficar ao lado Durante anos, eles
se pre-resistência | Indo de En-e animais, a população acaba
aos diferentes uso do tempo ravés do espaço de lugares. ernas. Anthony Giddens argu-
tratar das religiões de matriz de Orunmilá nas consultas. param para assumir a respo
n-contro à estrutura dos espaços por modificarem seus hábitos
(ver também Santos, 1988, Fazendo complementar ao menta que: nas sociedades africa
na, que são obrigadas a sabilidade de fazer rituais e ofer-característicos que predo
mi-alimentares, costume e algu

nam na cidade de Salvador, mas tradições, neste contexto


1994; Abreu, 1997). aporte teórico-prático sugerido tradicionais, o passado é ven-re-s
ignificar suas tradições para atenção | O Terreiro Bate endas especificas para Ossain
Na acepção de Santos pela geografia cultural, nas pa-erado e os símbolos são valori-que
possam resistir às modi-Folha, localizado no bairro da -orixá patrono da vegetação os te
mplos religiosos de matriz os pesquisadores das áreas
africana, que apresentam um de biologia, antropologia en

(1999), o espaço é tempo acu-lavras de Carl Sauer: [...] se in-zados porque contêm e p
erpet-ficações sociais ao longo do Mata Escura, considerado o e das folha -antes de
retirar
mulado e os lugares são os es-teressa, portanto, pelas obras uam a experiência de ge
rações. tempo. espaço religioso de matriz af-qualquer mínima parte da veg-modelo de esta
belecimento frentam um grande desafio que
paços do acontecer solidário. humanas que inscrevem na A tradição é um meio de lidar Viver
em comunidades de ricana de maior dimensão da etação. É preciso pedir per-comunitário qu
vem ao longo é se dedicar a compreender a
Isto faz com que, mesmo com superfície terrestre e exprimem com o tempo e o espaço,
in-religiões de matriz africana é capital baiana. Os seus 155 mil missão para que a fo
rça espir-do tempo re-significando as complexidade contemporânea
o caráter hegemônico da glo-uma expressão característica. serindo qualquer atividade ou
também preservar hábitos que m², de vegetação fazem do ter-itual da planta esteja presente
suas tradições mediante a ne-em uma dinâmica rápida e concessidade
de sobrevivência e stante.
balização, os lugares e as suas A área cultural constitui assim experiência particular n
a comu-incluem desde o momento e reno um santuário onde árvores naquele momento , expl
ica
manifestações culturais se um conjunto de formas inter-nidade do passado, presente a
forma exata de retirar cada centenárias são divindades Mauro Rossi, babá ewé do Ilê resis
tência. Onde os elemen-Assim, tradições que potos
naturais que são sagrados dem ser religiosas ou não, po

afirmem, cada vez mais, como dependentes e se diferencia e futuro, os quais, por
sua vez, folha, até o uso de plantas in-tratadas com todo respeito e Axé Opô Aganjú.
têm dificuldade de manter-se dem ser consideradas como
espaço de pertencimento, funcionalmente de outras áreas são reestruturados por práticas
dicadas para vários problemas merecedoras de cuidados es-As significativas modifii
dentidade
e resistência. (Sauer, 1996). sociais recorrentes (Giddens, de saúde ou rituais reli
giosos. peciais. Algumas delas, como cações ocorridas nas religiões nos espaços dos temp
los, por uma invenção, ou seja, como
o Iroco (Fícus doliaria M.art., de matriafricana com in-causa das pressões sofridas
um conjunto de práticas atu1990,
pp.37-8). Mesmo no delicado momento
z o
entenDimento | Pode-se iDentiDaDe | Um outro as-Apoio-me no referido au-em que u
m jovem iniciado, pre-Maraceae) conhecida como tenso processo de urbanização por uma
cidade injusta que os alizadas em função de uma
dizer, então, que as novas con-pecto da questão da identidade tor fazendo uma reflexão
, para para receber pela primeira gameleira, o Idakô ou Dankô podem ser constatadas
nas atingem. Além da diminuição comunidade do passado. De
figurações espaciais como um está relacionado ao caráter para demonstrar como as re-vez
a divindade em seu próprio (Bambusa vulgaris Scharad., estruturas dos seus espaços d
os seus espaços, muitas ervar acordo com Hobsbawm &
dos aspectos marcantes para o de mudança. A globalização, ligiões de matriz africanas, v
em corpo, as folhas são fundamen-Gramineae) popularmente con-físicos, naturais e de
procedi-importantes para o uso nos seus Ranger (1997), as tradições se
rituais estão rareando. Promov-opõem ás invenções ou rotinas
entendimento de novas culturas por exemplo, é um processo se posicionando ao longo
do tais. É com a seiva dessas plan-hecida como bambu e Apaoká mentos espirituais. C
omo uma
econômicas e políticas que, or-de mudança que causa um tempo dentro do processo de tas
que sua pele é banhada. O (Artocarpus integrifólia L.f., forma de resistência as gran
des endo uma intensa dinâmica pragmáticas, sendo inventadas
ganizadas à escala do planeta, grande impacto nas comuni-globalização. Sabemos que liq
uido extraído de uma mistura Moraceae) conhecida popu-modificações, algumas medi-nos t
erreiros; processo de mi-quando ocorrem mudanças
estão criando um novo mundo, dades tradicionais no que se o processo de urbanização é se
creta é também o alimento larmente como jaqueira são das foram tomadas pelos sac-gração pa
ra áreas cada vez amplas e ou rápidas no ambie
devem ser também analisa-refere à identidade cultural. As uma das expressões do fenô-que
ajuda a aguçar a mediu-consideradas verdadeiros erdotes nos templos religiosos ma
is distantes do centro e um ente social, comportando tamdos
à luz das investigações orixás. para manter as sua tradições, circuito externo para aquisiç
adaptações no intuito de
comunidades são obrigadas a meno globalização, que pode nidade. No Brasil, esses conge
ográficas.
Quando essa dis-re-significar as suas tradições ser interpretada também como hecimento
s encontraram eco Mas, há cada vez menos ter-levando em consideração o que do vegetal.
conservar alguns costumes.
sertação norteia sobre espaços acompanhando o processo de modernidade. Mas, como é que n
a espiritualidade dos índios e reiros com áreas vastas como preceitua a religião de ma
triz af-Atualmente vivencia-se o
e territórios, no que concerne a desenvolvimento. as comunidades tradicionais se c
aboclos conhecedores, so-o Bate Folha. O Bogum por ex-ricana. A discussão acerca d
a que era anunciado em décadas religiosiDaDe | É inegável o
realidade urbana, tendo como As sociedades modernas comportam dentro desta con-b
retudo, do poder de cura das emplo, santuário da nação Jeje, relação com o meio ambiente p
assadas por biólogos, ambi-aumento da religiosidade nos
resultado uma aplicabilidade são sociedades em mudanças strução social? Existem vários raíz
s. que cultua os Voduns, já deteve natural, as políticas de urbaniza-entalistas e ci
entistas sociais; o ambientes urbano, também
prática, está contribuindo com constantes, rápida e perma-aspectos importantes a serem
uma parte considerável do En-ção, circuito das ervas, dinâmica
desaparecimento de espécies é inegável que a fidelidade às
o
entendimento da realidade nente. Segundo Hall esta é a analisados para responder e
ste ecologia | O reflexo dessa genho Velho da Federação, e dos terreiros e modificações
dos animais e vegetais, aquecimen-religiões de matriz africana dito
global e como conseqüência; minui na mesma proporção. È
não somente a partir do espaço principal distinção entre as so-questionamento. Particula
ri-convivência saudável apresen-hoje, apesar da existência de espaços são características d
s

extinção de espécies vegetais necessário ressaltar que as re

dinâmico, mas, sobretudo, at-ciedades tradicionais e as mod-zando mais um pouco, v


amos ta-se em pessoas como Ma-um jardim com algumas ár-sa re-significação.
16 | IfáNotícias | Edição Nº 001, 29 de julho de 2010 Edição Nº 001, 29 de julho de 2010 |
IfáNotícias
ligiõesdematrizafricanasurgem uma grade curiosidade: Por caindo e gemendo , Lembra a
dadas. Chorei muito quando As agressões ao meio am-da laje, olhando rituais que são
no Brasil como um produto de que eu me refiro a minha casa
filha de santo Zildeth oliveira de a árvore morreu. Na época, a biente não ficaram pre
sas no restritos , denuncia mãe Índia.
invenção o resultado de uma de Candomblé Dandalunda
Souza. perícia constatou que foi en-passado. Hoje, moradores do As pressões constant
es
adaptação e síntese dos vários como roça, se lá não tem um
Era ao redor do Azanaodô venenamento mesmo, mas Bogum preocupam-se com promovidas
pelo processo de
sistemas de cresça oriundos espaço de terreiro? Conver

que, todos os anos, no dia 6 de nunca descobrimos quem foi tiros disparados de u
ma lage urbanização vêm forçando as
do continente africano, durante sando com o Antropólogo Fá

janeiro era realizada uma bonita o responsável conta Zildeth. vizinha no terreno do
san-religiões de matriz africana remais
de três séculos do período bio Lima, ele me disse que não
festa em homenagem à árvore- Minha mãe ficou tão chateada tuário. significarem sua tradiçõe
da escravidão. Com isso surgi existem diferenças entre casa
orixá Zanodô. Na cerimônia que vendeu o terreno , relata Os disparos não colocam somente n
a estrutura física,
diversas identidades religio-de candomblé, terreiro de can

todas as filhas de santo saiam Zaildes Iracema de Mello, a mãe em risco apenas as
aves, mas como, também na liturgia. É
sas assumidas como raízes ou domblé e roça. Segundo Fábio
vestidas de branco, com tab-Índia atual doné da casa. Aterra as crianças e idosos que
circu-um a forma de resistência e adnação
que marcaram as fron-a expressão roça era utilizada
uleiros repletos de frutas sobre que antes abrigava as raízes lam na comunidade Zo
ogodô equação ao que chamamos de
teiras litúrgicas da cada comu-pelo povo de santo mais antigo,
as cabeças. agora é coberta por cimento. bogum Male Rundó, o Bogum. modernidade, desen
volvimento
nidade, terreiro, que a partir do pois os terreiros encontravam-
Com a morte da árvore af-Atingem também uma área e globalização.
século XIX, começam a adquirir se longe das cidades. E que
simbologia | As oferendas ricana, a comunidade perdeu verde destinada aos rituai
s re-Expressões que têm como
visibilidade e legitimidade social. as expressões, terreiro de can
eram colocadas ao redor da uma importante celebração. ligiosos mais secretos da casa
. simbologia as grandes estrudomblé
e roça de candomblé,
árvore sagrada. No mês de se-Apesar de rituais em home- é uma seqüência de atos de turas d
concretos que deforconjuntura
| No contexto têm o mesmo sentido, ambos
tembro, em plena primavera, a nagem a Zanodô ainda serem desrespeito ás nossa tradições.
mam espaços e sucumbem
baiano os grupos de culto a referem-se a templos religiosos
Azanaodô mostrava sua flores feito no interior do terreiro, a Chegaram a podar alg
umas de comunidades.
orixás, voduns, inkisis, encan-de matriz africana.
singulares, brancas e avelu-liturgia da festa foi podada. nossas árvores e ficam e
ncima
tados e caboclos se organizam Mas, atualmente existe um
e delimitam suas respectivas outro termo, que é Terreiro de
identidades religiosas forman-Lage , termo que é utilizado
do fronteiras a partir das suas pejorativamente por alguns
divindades cultuadas, dos indivíduos pertencentes as
natuReZa PReseRvada | Terreiro do
ação de emprego e renda, bem calendários litúrgicos, das lin-referidas comunidades relig
io-
Babalorixá Augusto César
como educação profissional.guagens e seqüências rituais sas, que indica a falta de axé
A arte e axé
adotadas, apresentando uma de uma roça, pois a religião de

Por: Afro Jhow


canDomblé em ação
variabilidade, de acordo ao matriz africana preceitua que o
sentimento de pertenças às ori-axé deve ser plantado no chão, As Comunidades Afro Religi
osas
Fonte: lumoura.com.br
gens africanas agregada. no barro não pode haver estru-associação brasileira De sempre
desenvolveram ações que
como se perdêssemos alguém no Brasil, como o obi, também
Podemos verificar esse sen-turas de concretos. Mas, será preservação Da cultura vão além d
o simples culto religioso.
de nossa convivência, alguém conhecido como noz-de-cola,
Menelaw Sete é um artista
timento de pertença nos report-que os terreiros urbanos com o afro amerínDia -afa No
entanto a discriminação e
de nossa família, porque elas interessou aos portugueses,
baiano conhecido como o Pi

ando a Barth, quando o autor desejo de manter seus rituais, preconceito histórico
produzem in

fazem parte da nossa vida , porque sabiam que alimenta-apresentação


casso Brasileiro, por causa de
aborda a diferença entre as após a modificação de suas formaçõesdistorcidas, fazendocom
defini egbome Cici. Quando riam, a baixo custo, seus escra-O momento atual em qu
e vive-
suas obras de traços e cores
culturas e diz que, a diferença áreas perdendo o seu terreno, que a nossa sociedade
não consiga
uma dessas antigas árvores vos. Mas, para o jeje-nagô, ess-mos, exige de nós a manunte
nção
fortes.
é mantida pelas fronteiras que para a especulação imobiliária enxergar o tamanho e a imp
ortância
se vai, uma parte da cultura e es vegetais não eram apenas do regime democrático e a
con-
O menino pobre que nas

PiCasso BRasileiRo | Ateliê


é representado por duas cat-sendo obrigados a acomodar dessa assistência comunitária p
res

ceu na periferia de Salvador, do artista mostra produção


egorias: a atribuição e a identi-o seu um terreiro na lage , tada pelo povo do Axé, que m
uito
da religiosidade vai junto com usados na dieta alimentar. Eles tribuição para a form
ação de uma
cheia de cores
ela. Como externalizou a Doné propiciavam, através de sua uti-sociedade sustentável, p
articipativa,
em1964,foialfabetizadonuma
ficação. A identificação ocorre deixa de ter força no seu axé contribui para a humanização
Runhó uma das mais respei-lização nos ritos de iniciação, socialmente justa e consciente d
o
escola espírita e começou
na interação das fronteiras, ou é uma re-significação das desenvolvimento sócio-educativo e
tadas sacerdotisas Do Bogum por exemplo, a construção de pleno exercício da cidadania,
onde
seus primeiros rabiscos com
que constitui a identidade. A tradições, em um processo de profissional do nosso pov
o.
o Mestre Almiro Borges na dé-canti. Suas obras buscam cenas
atribuição é própria do grupo de resistência? A população Candomblecista
Tentaram em vão, acabar com sua identidade e a manutenção as diferenças sejam respeitadas
.
cada de 70. de uma realidade que todos nós
dentro, enquanto que a identifi-raramente é reverenciada em pro

as águas, o que é impossível. de uma cosmovisão que os dif-A Associação Brasileira de


Persistiram em exterminar as erenciava do grupo dominante, preservação da Cultura Af
ro Amerí-
De lá para os dias de hoje, conhecemos, porém não damos
cação é do grupo de fora. Barth o sagraDo | Para quem vive gramas de rádio e TV e vê exalt
ada
aquele menino se tornou um importância alguma, o menino
expõe também que a formação em um terreiro, conviver com o a sua religião e essa falta de
visibi

matas. Como conseguir? Sem-o que, a longo prazo, deu en-dia -AFA, Instituição sem fi
ns lu-
dos artistas brasileiros mais fazendo malabares no sinal, um
de novos grupos ocorre através sagrado que está representado lidade acaba contribuin
do para o
pre restara uma porção, por sejo á construção de comuni-crativos, criada por iniciativa de
um
conhecido e admirado pelo bêbado caído numa esquina, a
da fluidez das suas fronteiras, através dessas árvores é natu-avanço deste pensamento co
letivo
menor que seja, para que o Jeje dades próprias. desejo de tornar visível as raízes
mundo a fora. Sua inquietude mulher com uma criança no colo
quando é possível, e permiti-ral e cria, no decorrer dos anos, preconceituoso, daí a i
mportância
sobreviva. Sem água e matas, Quatro anos após a morte africanas e indígenas que foram
interior proporcionou expor pedindo esmola, na verdade sua
do a intersecção dos grupos fortes laços de fé, admiração e da promoção de meios que opor-
o Jeje não sobrevivera . da religiosa, em 1979, um dos resistentemente preservadas n
as
suas obras em países como arte funciona como uma denúnpromovendo
a confluência de respeito. Por isso, quando se tunizem a visibilidade destas ações
mais importantes símbolos da Comunidades Terreiro, transforma
Alemanha, EUA, Espanha, cia social e nada mais justo que
culturas provocando a sua re-pergunta a um morador dessas de responsabilidade so
cial, que
cultura | Falar sobre as religiosidade da casa também este desejo em atitudes e ações
Bélgica, França e Argentina. um artista como Menelaw Sete
historias das árvores e fol-perdeu a vida A árvore sagrada sócio-ambientais, políticas e
edu

significação. comunidades qual a sensação acontecem no dia a dia das Comu-


Menelaw tem forte influên-seja conhecido e reconhecido
As diferenças espaciais ex-que fica quando uma dessas nidades Terreiro, reconhecen
do e
has é também refletir sobre a Azanaodô, única dessa espécie cativas, congregando esforços c
m
ciacomartistascomoPortinari, pelo povo brasileiro, já que sua
preservação da identidade cul-trazida da África, foi envene-instituições governamentais, O
NG s
istentes entre os templos re-plantas deixa de viver, a maio-incentivando-as.
tural. A introdução de algumas nada. Ela gemeu a noite toda, e iniciativa privada, vi
sando a ger-
Tarsila do Amaral e Di Caval-obra é a cara do Brasil.
ligiosos, despertaram em mim ria pensa na palavra tristeza. é AFA
plantas provenientes da África como se tivesse chorando. Foi
18 | IfáNotícias | Edição Nº 001, 29 de

palácio De oxossy
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casa Da nigéria
A Casa da Nigéria é um centro
cultural que conta com museu
de peças do artesanato nigeriano,
acervos de livros para
consulta e outros materiais com
informações sobre a Nigéria.
Fechada para reforma há 2 meses,
a Casa da Nigéria possui um
espaço multimídia para exibições
de filmes e vídeos, cursos de
línguas como o iorubá, além de
história e civilização e turismo. O
local deve se tornar uma referência
no intercâmbio cultural entre
Brasil e Nigéria.
A Casa fica na Rua das Portas
do Carmo, nº. 26 Largo do
Pelourinho, tem três pavimentos
e está inserida na poligonal de
tombamento federal do IPHAN
Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional e é patrimônio
da Santa Casa de Misericórdia
da Bahia. O sobrado foi construí-
do no início do século XVII.
Informações: 71 9236-1006
efó
Culinária
01 Kg de folha língua de vaca
Já catada e cozida ao bafo
1Kg de camarão seco descascado
e separado a cabeça dividido
ao meio
200 Gr de Castanha
200 Gr de amendoin torrado
03 Cebolas médias descascadas
02 colheres de sopa, gengibre
ralado
02 xícaras de leite de coco
01 Xicara de chá azeite de dendê
06 colheres de sopa coentro
02 colheres de sopa de cebolinha
03 colheres de sopa de azeite de
oliva
Junte a castanha, amendoin, cebola,
metade do camarão, coentro,
cebolinha, gengibre, leite de
coco e bata no liquidificador. O
coentro bate no pilão como manda
a tradição.
Junte a folha da língua de vaca
com todos ao temperos batidos e
leve ao fogo médio por 20 minutos,
não deixe de mexer sempre,
acrescente o restante do camarão
seco o azeite de dendê, prove p
sabor e desligue o fogo.
arroz leite
500 gr de arroz branco não parbolizado
02 xicaras de água
500 ml de leite de coco
Sal a gosto
200 gr de coco ralado
Cozinhe o arroz deixe a água secar,
acrescente o leite de coco e
deixe secar. Úmido retire do fogo
e acrescente o coco ralado para
decoração.
Axé,
Dadá
Edição Nº 001, 29 de julho de 2010 | 19 | IfáNotícias
Atabaque: o som é a
alma do terreiro
O Álbum Sem luta não
há vitória lançado em 08
de maio de 2010, tem o
objetivo de fortalecer e
divulgar as diversas expressões
da música negra,
dando uma injeção de energia/
ousadia e sonoridade
nas discussões políticas
em torno da questão racial
da cidade, compreendendo
que a cena musical
emprenhada pelos negros
soteropolitanos pode fortalecer
a luta, afinal como
diria o cantor Wilson Simonal
Com uma canção também
se luta irmão.
Afro Jhow iniciou a sua carreira
artística com 15 anos, passando
por vários movimentos
expressivos da cultura baiana
como: O Samba reggae, Afoxé,
Reggae, Funk e o Hip Hop. Em
1997 passou a interagir exclusivamente
a cultura ou movi-
mento Hip Hop, levando toda
a bagagem de outros estilos
musicais.
estilo | Afro Jhow parte pra
carreira solo no ano de 2008,
e em outubro de 2009 grava o
seu primeiro disco solo intitulado
Sem Luta não há Vitória .
Inspirado em toda sua trajetória
artística, tendo como principal
referencia, a emancipação da
carreira artística de sua mãe
Negra Jhô . Unificando ritmos
e consolidando suas vertentes,
desenvolveu um estilo próprio
para difundir as suas músicas.
Afro Jhow trás em suas
composições histórias de superação,
valores étnicos,
política, espiritualidade e
contemporaneidade. Assim
são escritas as obras
do Rapper baiano em
questão.
Vale conferir a música
inédita Cordeiro de Nana ,
faixa 11 do álbum, que trás
a releitura do dito popular
de Nanã, remixado na
voz de Donna Liu. Com a
interpretação e criação de
Afro Jhow, onde o rapper
busca nas raízes africanas
o resgate da cultura popular
baiana.
Vale ressaltar que no
Youtube, rede social da
internet tem o vídeo clip
da música Cordeiro de
Nanã , onde tem a assinatura
de produção e criação
do próprio artista. Um dos
vídeos clips mais clicados
no momento. Youtube: Afro
Jhow Cordeiro de Nana.
Contatos para shows :
Email.: mcsjhow@hotmail.
com
www.myspace.com/
afrojhow
Tel.: 71 3321-6867 /
9997-7637
20 | IfáNotícias | Edição Nº 001, 29 de julho de 2010
Grandes mulheres
negras e brasileiras

Por: Danda D Oxum

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