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DIREITO DAS

SUCESSÕES

(9) ACEITAÇÃO e REPÚDIO


DA HERANÇA
Profa. Dra. Zamira de Assis

herança jacente

ABERTURA DELAÇÃO DEVOLUÇÃO

CHAMAMENTO (vocação)

SOBREVIVÊNCIA ACEITAÇÃO
REPÚDIO

CAPACIDADE

REPRESENTAÇÃO

APTIDÃO DIGNIDADE VULGAR


SUBSTITUIÇÃO
FIDEICOMISSÁRIA

DIREITO DE
ACRESCER
CARACTERÍSTICAS

Pessoalidade (com desvios) Não anulável por erro


Individualidade Forma
Irrevogabilidade Efeitos
Prazo
Transmissibilidade
Incondicionalidade Espécies de Aceitação
Indivisibilidade Repúdio e Direito de
Fracionalidade Credores

ACEITAÇÃO: ATO PERSONALÍSSIMO

CAPÍTULO IV
Aceitação da herança
Artigo 2050.º (Efeitos)
1. O domínio e posse dos bens da herança
adquirem-se pela aceitação,
independentemente da sua apreensão material.

2. Os efeitos da aceitação retrotraem-se ao


momento da abertura da sucessão.
OUTORGA CONJUGAL
Artigo 1683.º
(Aceitação de doações e sucessões. Repúdio da
herança ou do legado)

1. Os cônjuges não necessitam do consentimento


um do outro para aceitar doações, heranças ou
legados.

2. O repúdio da herança ou legado só pode ser


feito com o consentimento de ambos os cônjuges, a
menos que vigore o regime da separação de bens.

RESPONSABILIDADES PARENTAIS
RELATIVAMENTE AOS BENS DOS FILHOS

Artigo 1889.º
(Actos cuja validade depende de autorização do
tribunal)

1. Como representantes do filho não podem os pais, sem


autorização do tribunal:

j) Repudiar herança ou legado;

l) Aceitar herança, doação ou legado com encargos, ou


convencionar partilha extrajudicial;
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO TUTOR
Artigo 1938.º
(Actos dependentes de autorização do tribunal)

1- O tutor, como representante do pupilo,


necessita de autorização do tribunal:

a) Para praticar qualquer dos actos mencionados


no n°1 do artigo 1889°;

c) Para aceitar herança, doação ou legado, ou


convencionar partilha extrajudicial;

INDIVIDUALIDADE/SINGULAR

CAPÍTULO IV - Aceitação da herança

Artigo 2051.º
(Pluralidade de sucessíveis)

Sendo vários os sucessíveis, pode a herança


ser aceita por algum ou alguns deles e
repudiada pelos restantes.
IRREVOGABILIDADE

Artigo 2061.º (Irrevogabilidade)


A aceitação é irrevogável.

Artigo 2066.º (Irrevogabilidade)


O repúdio é irrevogável.

PRAZO
Artigo 2059.º
(Caducidade)

1. O direito de aceitar a herança caduca ao fim de dez


anos, contados desde que o sucessível tem
conhecimento de haver sido a ela chamado.

2. No caso de instituição sob condição suspensiva, o


prazo conta-se a partir do conhecimento da verificação
da condição; no caso de substituição fideicomissária, a
partir do conhecimento da morte do fiduciário ou da
extinção da pessoa colectiva.
TRANSMISSIBILIDADE

Artigo 2058.º (Transmissão)

1. Se o sucessível chamado à herança falecer sem


a haver aceitado ou repudiado, transmite-se aos
seus herdeiros o direito de a aceitar ou repudiar.

2. A transmissão só se verifica se os herdeiros


aceitarem a herança do falecido, o que os não
impede de repudiar, querendo a herança a que
este fora chamado.

INCONDICIONAL
Artigo 2054.º (Aceitação sob condição, a
termo ou parcial)
1. A herança não pode ser aceita sob
condição nem a termo.

Artigo 2064.º (Repúdio sob condição, a


termo ou parcial)
1. A herança não pode ser repudiada sob
condição nem a termo.
INDIVISIBILIDADE
Artigo 2054.º (Aceitação sob condição, a termo
ou parcial)
1. …
2. A herança também não pode ser aceita só em
parte, salvo o disposto no artigo seguinte.

Artigo 2064.º (Repúdio sob condição, a termo


ou parcial)
1. …
2. A herança também não pode ser repudiada só
em parte, salvo o disposto no artigo 2055.º

FRACIONAMENTO
Artigo 2055.º
(Devolução testamentária e legal)

1. Se alguém é chamado à herança, simultânea ou


sucessivamente, por testamento e por lei, e a aceita ou
repudia por um dos títulos, entende-se que a aceita ou
repudia igualmente pelo outro; mas pode aceitá-la ou repudiá-
la pelo primeiro, não obstante a ter repudiado ou aceitado pelo
segundo, se ao tempo ignorava a existência do testamento.

2. O sucessível legitimário que também é chamado à herança


por testamento pode repudiá-la quanto à quota disponível e
aceitá-la quanto à legítima.
ANULABILIDADE
Artigo 2060.º
(Anulação por dolo ou coacção)
A aceitação da herança é anulável por dolo ou
coacção, mas não com fundamento em simples
erro.
Artigo 2065.º
(Anulação por dolo ou coacção)
O repúdio da herança é anulável por dolo ou
coacção, mas não com fundamento em simples
erro.

FORMA
CAPÍTULO IV - Aceitação da herança
CAPÍTULO V -
Artigo 2056.º (Formas de aceitação)
Repúdio da herança
1. A aceitação pode ser expressa ou
tácita.
Artigo 2063.º (Forma)
2. A aceitação é havida como expressa
quando nalgum documento escrito o
sucessível chamado à herança declara
O repúdio está sujeito
aceitá-la ou assume o título de herdeiro
com a intenção de a adquirir. à forma exigida para a
3. Os actos de administração praticados alienação da herança.
pelo sucessível não implicam aceitação
tácita da herança.
CAPÍTULO IV - Aceitação da herança

Artigo 2057.º

(Caso de aceitação tácita)

1. Não importa aceitação a alienação da herança,


quando feita gratuitamente em benefício de todos
aqueles a quem ela caberia se o alienante a repudiasse.

2. Entende-se, porém, que aceita a herança e a aliena


aquele que declara renunciar a ela, se o faz a favor
apenas de algum ou alguns dos sucessíveis que seriam
chamados na sua falta.

ALIENAÇÃO DA HERANÇA
Art. 2124° / Art. 2130°

FORMA DE ALIENAÇÃO:
- por escritura pública ou por documento
particular autenticado
- documento particular
EFEITOS DA ACEITAÇÃO E REPÚDIO
CAPÍTULO V -
CAPÍTULO IV -
Repúdio da herança
Aceitação da herança
Artigo 2062.º (Efeitos do
Artigo 2050.º (Efeitos) repúdio)
1. … Os efeitos do repúdio da
herança retrotraem-se ao
momento da abertura da
sucessão, considerando-se
2. Os efeitos da como não chamado o
sucessível que a repudia,
aceitação retrotraem-se
salvo para efeitos de
ao momento da representação.
abertura da sucessão.

(9) ACEITAÇÃO e REPÚDIO


DA HERANÇA

disposições específicas
CAPÍTULO IV - Aceitação da herança

Artigo 2052.º

(Espécies de aceitação)

1. A herança pode ser aceita pura e


simplesmente ou a benefício de inventário.

2. Têm-se como não escritas as cláusulas


testamentárias que, directa ou indirectamente,
imponham uma ou outra espécie de aceitação.

CAPÍTULO IV - Aceitação da herança

Artigo 2053.º

(Aceitação a benefício de inventário)

A aceitação a benefício de inventário faz-se


requerendo inventário, nos termos previstos em
lei especial, ou intervindo em inventário pendente.

Lei n.º 41/2013, de 26 de Junho - CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Lei n.º 23/2013, de 05 de Março - REGIME JURÍDICO DO PROCESSO DE


INVENTÁRIO
CAPÍTULO V - Repúdio da herança

Artigo 2067.º (Sub-rogação dos credores)

1. Os credores do repudiante podem aceitar a herança


em nome dele, nos termos dos artigos 606.º e
seguintes.

2. A aceitação deve efectuar-se no prazo de seis


meses, a contar do conhecimento do repúdio.

3. Pagos os credores do repudiante, o remanescente


da herança não aproveita a este, mas aos herdeiros
imediatos.

Cód. Processo Civil - Lei 41/2013 - 26-06

Artigo 1041.º Ação sub-rogatória

1 - A aceitação da herança por parte dos credores


do repudiante faz-se na ação em que, pelos meios
próprios, os aceitantes deduzam o pedido dos seus
créditos contra o repudiante e contra aqueles para
quem os bens passaram por virtude do repúdio.

2 - Obtida sentença favorável, os credores podem


executá-la contra a herança.
Recurso de Apelação nº 441/11.8TBOAZ.P1 - Relator: LUÍS LAMEIRAS
Descritores: INSOLVÊNCIA REPÚDIO DA HERANÇA, ACEITAÇÃO DA
HERANÇA, REQUISITOS, ÓNUS DA PROVA (Data do Acordão: 17-06-2013)
I – Se uma pessoa, cujo património não chega para a cobertura das suas
dívidas, repudia uma herança de que fazem parte bens penhoráveis, abre-se
ao respectivo credor faculdade de a poder, ele, aceitar em nome do seu
devedor (artigos 2067º, nº 1, do Código Civil, e 1469º, nº 1, do Código de
Processo Civil);
II – A investidura do credor nesse direito potestativo tem, porém, como requisito
constitutivo, que o seu exercício seja essencial à satisfação ou garantia do
direito de crédito (artigo 606º, nº 2, do Código Civil);
III – Essa essencialidade significa que o credor, sem o exercício da
substituição, ficará desprovido de poder ver satisfeito o seu crédito ou, pelo
menos, numa situação de forte e séria probabilidade de o não poder ver;
IV – Na acção sub-rogatória é ónus do credor a prova dos factos que
evidenciem a situação referida em III –, mostrando, por um lado, a insuficiência
patrimonial para a satisfação do crédito e, por outro, a solvência da herança
rejeitada para a colmatar;
V – Estando o crédito salvaguardado por alguma garantia real de obrigações,
deve considerar-se, ao menos por princípio, arredada a constituição do direito
potestativo à sub-rogação; e só assim não será se o credor provar que, mesmo
accionando a garantia, não ficará a coberto da insuficiência patrimonial.

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