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Politécnico do Porto
Relatório de Estágio
Hematologia
Índice Geral
ÍNDICE DE QUADROS............................................................................................................................................ V
SIGLAS E ABREVIATURAS..................................................................................................................................... VI
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 1
CARATERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ACOLHEDORA – IPO PORTO.............................................................................................. 1
OBJETIVOS DE ESTÁGIO.................................................................................................................................................. 2
ENQUADRAMENTO TEÓRICO – HEMATOLOGIA ................................................................................................... 3
HEMATOPOIESE ........................................................................................................................................................... 3
MORFOLOGIA E FUNÇÃO DAS CÉLULAS SANGUÍNEAS............................................................................................................ 6
Eritrócito.............................................................................................................................................................. 6
Neutrófilo ............................................................................................................................................................ 6
Eosinófilo ............................................................................................................................................................. 6
Basófilo................................................................................................................................................................ 6
Linfócito............................................................................................................................................................... 7
Monócito ............................................................................................................................................................. 7
Plaqueta .............................................................................................................................................................. 7
AMOSTRAS .......................................................................................................................................................... 8
SANGUE PERIFÉRICO ..................................................................................................................................................... 8
Hemograma ........................................................................................................................................................ 8
ASPIRADO MEDULAR (MEDULA ÓSSEA) ........................................................................................................................... 10
FRAGMENTO DE MEDULA ÓSSEA.................................................................................................................................... 11
LÍQUIDOS BIOLÓGICOS ................................................................................................................................................ 12
EQUIPAMENTOS AUTOMÁTICOS ....................................................................................................................... 13
SYSMEX XN-9000TM.................................................................................................................................................. 13
Unidade SP-10 ................................................................................................................................................... 15
Unidade TS-500 ................................................................................................................................................. 15
IPU ..................................................................................................................................................................... 16
CELLAVISION® DM96 ................................................................................................................................................. 17
VES-MATIC 30/30 PLUS ......................................................................................................................................... 17
AEROSPRAY HEMATOLOGY SLIDE STAINER/CYTOCENTRIFUGE ............................................................................ 18
TÉCNICAS E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ......................................................................................................... 19
FÓRMULA LEUCOCITÁRIA ............................................................................................................................................. 19
ESFREGAÇO DE SANGUE PERIFÉRICO ...................................................................................................................... 20
Procedimento .................................................................................................................................................... 21
CONTAGEM DE RETICULÓCITOS ..................................................................................................................................... 22
Método manual................................................................................................................................................. 23
Método automático .......................................................................................................................................... 24
Valores de referência ........................................................................................................................................ 24
Causas de erro ................................................................................................................................................... 24
Valores patológicos ........................................................................................................................................... 24
HEMATÓCRITO .......................................................................................................................................................... 25
Microhematócrito ............................................................................................................................................. 25
PUNÇÃO DIGITAL........................................................................................................................................................ 25
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Relatório de estágio – Hematologia
Sérgio José Pinto Teixeira
iii
Relatório de estágio – Hematologia
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Índice de Figuras
Figura 7. Líquidos biológicos analisados pelo equipamento automático Sysmex XN 9000 --------------14
iv
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Figura 23. Programas de CQE em que o laboratório de hematologia do IPO participa --------------------35
Índice de Quadros
Quadro 1. Valores de referencia dos parâmetros analíticos do hemograma (no IPOFG) -------------------9
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Siglas e abreviaturas
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Relatório de estágio – Hematologia
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Introdução
Serve o presente relatório para descrever, sinteticamente, o trabalho realizado ao longo
do estágio da valência de hematologia, como parte integrante da Unidade Curricular de
Educação Clínica III, e relacioná-lo com os conhecimentos apreendidos.
A Educação Clínica III é uma unidade curricular de regime obrigatório e anual, inserida
no plano de estudos do 4º ano da Licenciatura de Análises Clínicas e Saúde Pública da Escola
Superior de Saúde do Porto (ESS) do Politécnico do Porto (P. Porto). O estágio proporciona ao
aluno, futuro profissional de Análises Clínicas, o contacto alargado com a prática profissional,
permitindo que este aprofunde e integre os conhecimentos adquiridos ao longo da sua formação
académica, no âmbito do exercício profissional, supervisionado. O presente estágio curricular
em contexto hospitalar foi realizado num período de quatro semanas, de 9 de janeiro a 3 de
fevereiro de 2017, no Serviço de Hematologia Laboratorial do Instituto Português de Oncologia
do Porto (IPO) Francisco Gentil, E.P.E. – Escola Portuguesa de Oncologia do Porto (EPOP).
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Objetivos de estágio
Os objetivos desta valência de estágio são os seguintes:
aplicar, aperfeiçoar e consolidar os conhecimentos adquiridos nos anos letivos
precedentes;
interagir com a equipa do laboratório de uma forma correta e coerente, com
consequente ajuda mútua, que permita o crescimento do estagiário enquanto
pessoa e futuro técnico de diagnóstico e terapêutica;
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Hematopoiese
A produção, desenvolvimento, diferenciação e maturação de todas as células sanguíneas
pode ser definida como o processo de hematopoiese. Este processo é regulado por diversos
fatores solúveis como as citocinas e fatores de crescimento hematopoiético. A hematopoiese
nem sempre ocorre no mesmo local, variando desde o desenvolvimento embrionário até à vida
adulta (Figura 1)(10) Durante o desenvolvimento embrionário, a hematopoiese tem lugar,
inicialmente na mesoderme do saco vitelino e durante o segundo até sete meses, no fígado e
baço. Só nos últimos dois meses do desenvolvimento fetal é que a medula óssea se torna o local
predominante para a hematopoiese. Em certas patologias, o fígado e o baço podem retomar as
suas funções(4). Na infância, a medula óssea nos ossos mais periféricos é gradualmente
substituída por gordura, até que na idade adulta mais de 70% da medula óssea está localizada na
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região pélvica, vértebras e esterno (Figura 1). Daí se explica os locais escolhidos para a
realização dos mielogramas(11).
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pró-linfócito;
linfócito T;
linfócito B.
Numa fase posterior, os linfócitos B diferenciam-se em plasmócitos (células produtoras
de imunoglobulinas).
Neutrófilo
Eosinófilo
Basófilo
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Linfócito
Os linfócitos (figura 3) têm um núcleo uniforme (esférico) que ocupa quase toda a célula
com coloração muito basófila (azul a lilás). O seu citoplasma é normalmente pouco abundante,
não tem grânulos e tem coloração basófila (lilás a azul claro). A sua função é imunorreguladora,
com os linfócitos T a atuarem diretamente nas infeções de células por vírus ou em células
tumorais e os linfócitos B sendo células produtoras de imunoglobulinas que são lançadas na
corrente sanguínea para ataque a agentes considerados “non self” e que representam uma
ameaça à normal homeostasia e funcionamento do organismo(7,16,17).
Monócito
Plaqueta
As plaquetas (figura 3) são corpúsculos anucleados com forma discoide e diâmetro 1,5 -
3,0 µm. Possuem citoplasma azul claro e grânulos azurófilos (muitas vezes difíceis de
distinguir). Derivam de células gigantes e poliploides da MO – megacariócitos. Intervêm no
processo da coagulação sanguínea e auxiliam a reparar a parede dos vasos sanguíneos, quando
estes sofrem qualquer dano(9,18,19).
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Amostras
Sangue Periférico
As amostras de sangue periférico são colhidas por punção venosa ou capilar para tubos
com anticoagulante EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético) ou citrato de sódio e enviadas ao
laboratório de Hematologia, onde os técnicos verificam o seu estado geral e se a proporção
amostra/anticoagulante está correta, antes de as colocarem no equipamento Sysmex XN-9000TM,
em modo automático (nos racks) ou manual.
Hemograma
O hemograma é um exame complementar de diagnóstico que permite estudar a função
hematológica pela quantificação dos componentes celulares do sangue e avaliação qualitativa da
sua morfologia(21).
O hemograma pode ser dividido em três partes:
leucograma (avaliação do grau de severidade de uma doença):
doenças infeciosas
leucemias
síndromes mielodisplásicos
síndromes mieloproliferativos
tumores metastásicos
etc.
eritrograma (avaliação de anemias e policitemias e investigação de doenças
hematológicas);
plaquetograma (avaliação de alteração plaquetária).
A primeira parte consiste na contagem total e diferencial de leucócitos, enquanto a
segunda se baseia no estudo das alterações dos eritrócitos, da hemoglobina e dos seus índices e
a terceira na contagem e no estudo morfológico das plaquetas(9).
Os resultados dos hemogramas são transmitidos, automaticamente, pelo sistema
informático do equipamento Sysmex XN-9000TM, de forma a serem interpretados e validados
pelo médico patologista. No entanto, durante a interpretação de um hemograma, é necessário ter
em atenção os possíveis erros ocorridos, desde a colheita da amostra até à sua análise (ex.:
amostra com coágulo ou volume insuficiente).
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Quadro 1 Valores de referencia dos parâmetros analíticos do hemograma (no IPOFG) (22).
Hemograma Parâmetros Valores de Referência
WBC 4,00 – 11,00 x 103/µL
NEUT# 2,00 – 7,50 x 103/µL
NEUT% 40,0 – 75,0 %
LYMPH# 1,50 – 4,00 x 103/ µL
LYMPH% 20,0 – 45,0 %
MONO# 0,20 – 0,80 x 103/µL
Leucograma
MONO% 2,0 – 10,0 %
EO# 0,04 – 0,40 x 103/µL
EO% 1,0 – 6,0 %
BASO# 0,02 – 0,10 x 103/µL
BASO% 0,0 – 1,0 %
IG 0%
RBC 3,8 – 4,8 x 106/µL
HGB 12 – 16g/dL (M) | 13 – 18g/dL (H)
HCT 36,0 – 46,0 % (M) | 40,0 – 50,0 % (H)
MCV 83 – 101 fL
Eritrograma MCH 27,0 – 32,0 pg
MCHC 31,5 – 34,5 pg
RDW-SD/RDW-CV 11,5 – 14,5 %
NRBC# 0,0 x 103/µL
NRBC% 0,0/100 WBC
Plaquetas (PLT) 150 – 400 x 103/µL
Volume Plaquetário Médio 7,2 – 11,1 fL
(MPV)
Plaquetograma
PDW 25,0 – 65,0 %
PLCR 0%
PCT 0,12 – 0,36 %
Quando a contagem de plaquetas apresenta um valor muito baixo, este pode ser
confirmado pela repetição da análise com amostra de sangue periférico colhida em tubo com
citrato de sódio. A explicação para este acontecimento pode ser o facto de o EDTA provocar
agregação plaquetária, sem que esta esteja associada a distúrbios da coagulação ou alterações da
função plaquetária. Neste caso, o resultado da contagem de plaquetas (sem efeito de
anticoagulante) é obtido pela fórmula:
RBC em EDTA x PLT em citrato
RBC em citrato
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Líquidos Biológicos
Os líquidos biológicos são fluídos corporais que preenchem determinados espaços e
cavidades do organismo. Este líquidos têm funções protetoras, de transporte, de excreção de
metabolitos e de manutenção da homeostasia(7,9). Estas amostras são requisitadas pelo clínico
para estudar e avaliar certos estados patológicos e ajudar na decisão da escolha da terapêutica
adequada para cada caso. Os líquidos biológicos normalmente analisados no laboratório de
hematologia, são:
líquido cefalorraquidiano
líquido pleural
líquido ascítico
liquido peritoneal
líquido pericárdico
outros
O processamento destes espécimes é efetuado em duas etapas:
contagem em câmara de Neubauer (figura 5)
citologia (contagem diferencial) em lâmina corada – citoesfregaço
Procedimento:
com uma pipeta Pasteur retirar uma amostra do líquido e encher a câmara, com
cuidado para não formar bolhas de ar;
colocar em câmara húmida durante 5 minutos;
findo o tempo, proceder à contagem das células encontradas na totalidade dos
retículos.
O resultado é dado em unidade/μl, uma vez que a câmara tem um volume de 1 μl.
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Equipamentos Automáticos
A automatização é cada vez mais um ponto forte nos laboratórios permitindo
melhorar a qualidade dos ensaios, dar resposta ao aumento do volume de trabalho
aumentando a produtividade e diminuindo o tempo de resposta e ao mesmo tempo é
possível uma redução de custos.
Sysmex XN-9000TM
O Serviço de Hematologia Laboratorial do IPO, possui um sistema robotizado de análise
automática que desempenha uma panóplia de funções sem a intervenção do técnico – Sysmex
XN 9000TM. Este sistema foi projetado e otimizado especificamente para gerar elevados fluxos
de trabalho e mais complexos(25). Esse analisador automático é robusto e utiliza uma
metodologia que inclui lise celular específica e coloração fluorescente, permitindo a avaliação
da morfologia celular de forma detalhada. Com este sistema, é possível executar hemogramas e
esfregaços automaticamente a partir do mesmo tubo(26). Associado ao sistema Sysmex XN
9000TM existe um software de gestão desenvolvido pela Sysmex, o SIS, que permite a integração
de todos os analisadores de hematologia Sysmex(22).
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Hematócrito
Unidade SP-10
Unidade TS-500
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IPU
Unidade que armazena as regras de decisão clínica e gera ações manuais, de forma a
auxiliar na organização dos pedidos pendentes. Assim, algumas tarefas que se encontrem
suspensas, poderão avançar manualmente, como por exemplo:
transferência de laminas para o equipamento CellaVision® DM96;
execução de esfregaços sanguíneos manualmente;
verificação de presença de coágulo na amostra;
pedido de nova amostra.
Os parâmetros analisados no equipamento Sysmex 9000TM são os seguintes(Quadro3):
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CellaVision® DM96
O equipamento hematológico CellaVision® DM96 (figura 8) é um dispositivo
automático que localiza automaticamente as células num esfregaço de sangue periférico, realiza
a pré-classificação leucocitária, avalia morfologicamente a série eritrocitária e realiza uma
contagem estimada das plaquetas(27). É constituído numa unidade alimentadora de lâminas,
uma unidade ótica constituída por um microscópio e uma câmara (designada como scanner de
lâminas), bem como um sistema informático contendo o software de obtenção de classificação
CellaVision® Blood Diferential, para o diferencial de células sanguíneas. Este sistema permite
ainda confirmar ou modificar a classificação atribuída a leucócitos (contagem diferencial),
eritrócitos (caracterização morfológica) e plaquetas(28–31).
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Fórmula leucocitária
A fórmula leucocitária consiste num exame microscópico do esfregaço sanguíneo que
permite avaliar de modo qualitativo e quantitativo as diferentes celulares(17,19,35,36).
Quando as populações leucocitárias não são bem definidas e, em muitos casos, o
analisador automático não consegue definir a respetiva contagem diferencial, deve-se então
realizar um esfregaço de sangue periférico e fazer a contagem diferencial de leucócitos
manualmente, de modo a serem estabelecidas as respetivas percentagens.
Os eritrócitos e as plaquetas podem ser avaliados qualitativamente:
eritrócitos:
anisocitose
anisocromia
poiquilocitose
plaquetas:
anisocitose
agregações plaquetárias importantes na avaliação de falsas
trombocitopenias)
A avaliação quantitativa é realizada relativamente aos leucócitos. A contagem
diferencial dos leucócitos tem elevada relevância no diagnóstico hematológico por ser
importante ferramenta na definição de perfis patológicos. A diferenciação dos diferentes
leucócitos é possível graças às características particulares e funções de cada uma destas
células(4,9).
A contagem efetuada para a fórmula leucocitária é feita através de observação de duas
lâminas de esfregaço sanguíneo coradas pela técnica de Wright. Percorre-se o esfregaço em
duas zonas: da franja para a cabeça e no centro. Contam-se 200 (100 + 100) células de
leucócitos, em linha ou em castelo (figura 12), e determina-se percentagem dos diferentes
subtipos leucocitários (figura 13).
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Procedimento:
Realizar o esfregaço e respetiva coloração;
Colocar o esfregaço no microscópio e focar inicialmente com a objetiva de 10x,
passando posteriormente para a de 40x;
Observar de forma geral o esfregaço;
Observar com a objetiva de 100x e efetuar a contagem de 200 células (da franja para a
cabeça e no centro);
Estabelecer as percentagens de cada leucócito(16).
Cálculo do resultado:
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Procedimento
A realização de um esfregaço sanguíneo requer as seguintes etapas (figura 14):
identificar o esfregaço com o número de registo da amostra, na extremidade
fosca da lâmina de vidro;
colocar uma gota de sangue, com cerca de 2mm de diâmetro, no centro da
lâmina, a 1cm da extremidade fosca;
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Contagem de reticulócitos
Os reticulócitos são células jovens que representam uma fase intermédia entre os
eritroblastos da medula óssea e os eritrócitos maduros. Estes eritrócitos jovens, de maiores
dimensões relativamente aos eritrócitos maduros, caracterizam-se pela presença de ribossomas e
RNA (ácido ribonucleico) no seu citoplasma(22). Estas células imaturas são libertadas da MO
para a circulação sanguínea e demoram cerca de 24 horas até se tornarem eritrócitos maduros.
A contagem de reticulócitos é um método que avalia a atividade eritropoética da MO,
sendo também útil para diagnosticar e monitorizar o tratamento de algumas anemias, quando
associada aos valores do hematócrito e da concentração de hemoglobina(22).
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Método manual
O princípio da contagem de reticulócitos, através do método manual, consiste na
determinação do nº de reticulócitos presentes no sangue periférico com a ajuda de
corantes vitais que precipitam os ribossomas evidenciando a substância granulofilamentosa
visível ao microscópio. Esta substância apresenta uma cor azul-acizentada devido à presença de
material nuclear residual (de cor azulada) associado à cor avermelhada da hemoglobina(22,36)
(figura 15).
Procedimento:
filtrar o corante Azul de cresil e preparar o material necessário;
colocar num tubo de ensaio X gotas de corante e X gotas de sangue,
consoante o valor de hemoglobina da amostra. Para valores elevados a
quantidade de corante deverá ser o dobro da quantidade de sangue; para
valores diminuídos de hemoglobina deve-se colocar o dobro da quantidade
sangue relativamente ao corante. Para hemoglobinas normais as quantidades
são iguais;
homogeneizar a mistura e deixar repousar durante 20 minutos;
Findo o tempo de incubação, realizar dois esfregaços (não devem ser muito
espessos para que a visualização das células ao microscópio seja correta);
Utilizando a objetiva de imersão, contar os reticulócitos presentes em 1000
eritrócitos e estabelecer a percentagem(36).
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Método automático
A contagem dos reticulócitos pelo método automático é efetuada através da técnica de
citometria de fluxo, sendo os reticulócitos agrupados em:
Índices de baixa frequência – LFR;
Índices de média frequência – MFR;
Índices de alta frequência – HFR,
consoante o eu conteúdo em RNA(22).
Valores de referência
Causas de erro
Alteração do corante;
Mistura inadequada do sangue e do corante;
Incubação excessivamente prolongada;
Precipitados do corante sobre o esfregaço(36).
Valores patológicos
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Hematócrito
O hematócrito pode-se definir como a percentagem de eritrócitos presentes num
determinado volume de sangue total. A determinação deste analito pode ser executada por
métodos diretos [macrométodo (Wintrobe) e micrométodo (Adams – tubos capilares)] ou
indiretos (nos equipamentos automáticos), conhecendo-se o volume globular médio e o número
de eritrócitos:
Hematócrito = (eritrócitos x VGM)
Microhematócrito
O microhematócrito consiste na separação dos eritrócitos do plasma, através do
processo de centrifugação de uma amostra de sangue total, durante um período de tempo
determinado. É o método direto mais utilizado atualmente (é o método utilizado no laboratório
de hematologia do IPO), devido a ser uma análise muito precisa, com uma reprodutibilidade de
aproximadamente 100%, e de rápida execução, devido ao pouco tempo de centrifugação e ao
baixo volume de amostra utilizado(9,22,36).
Para a determinação do hematócrito de uma amostra são utilizados dois tubos capilares
de 75 mm de comprimento e 1 mm de diâmetro. Preenche-se cada tudo com sangue da amostra,
por capilaridade, até 15 mm da extremidade. Sela-se a extremidade inferior com plasticina e
centrifuga-se a 12000 rpm durante 2 minutos.
Após a centrifugação os eritrócitos sedimentam no fundo do tubo, seguidos de uma fina
camada de leucócitos e outra de plaquetas (buffy coat), acima da qual se encontra o plasma.
A leitura do valor do hematócrito é efetuada com a utilização de uma régua de leitura
própria (Heraeus Christ)(22,36).
O valor de hematócrito encontrado deve ser expresso em termos de percentagem (L/L),
por se tratar de uma relação entre dois volumes, como já foi referido. A partir desse valor é
possível calcular o valor da hemoglobina:
Hemoglobina = hematócrito / 3
Os resultados podem ser afetados por diversos fatores (ex.: má homogeneização da
amostra, uso incorreto de anticoagulante, danos nos tubos capilares)(36).
Punção digital
A colheita de sangue por punção digital é um método de microcolheita capilar muito
utilizado para doentes pediátricos. Este tipo de colheita assume um papel importante nesses
casos na medida em que permite obter amostras adequadas com um volume pequeno. Este
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procedimento permite evitar a colheita de sangue por catéter ou punção venosa em crianças, já
que nestas o procedimento pode ser de difícil execução ou o apresentar risco elevado de
infeção(22).
O sangue capilar é composto por uma mistura de sangue proveniente de arteríolas e
vénulas, bem como por fluídos intercelulares e intersticiais. Como a pressão nas arteríolas é
mais elevada, a proporção de sangue arterial é maior do que de sangue venoso(22).
O procedimento da punção digital consiste na perfuração com a lanceta (figura 16) na
face palmar interna da falange distal (extremidade) dos dedos médio ou anelar em crianças
maiores de um ano ou em adultos, preferencialmente da mão não dominante por esta ser menos
calejada.
O aquecimento do local de colheita aumenta o fluxo do sangue até 7x, facilitando a
obtenção de maiores volumes de amostra.
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colocar o microvette junto ao local da punção, para que haja absorção de sangue
por capilaridade (deve-se ir limpando o dedo, de vez em quando, de forma a
impedir a formação do tampão plaquetária);
homogeneizar muito bem o microvette para evitar a formação de coágulo;
pressionar o local de punção, para promover a formação do tampão plaquetário;
desinfetar novamente o dedo e colocar um penso rápido.
Aproveitar duas gotas do microvette, antes de o fechar, para efetuar os esfregaços
nas duas lâminas.
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wintrobe;
westergreen(43).
O método automático é operacionalizado na rotina laboratorial do IPO através do
equipamento Ves-Matic 30. O método de Westergreen é o método de referência e consiste em
deixar um tubo de sangue exatamente na vertical e em repouso durante 1h. Findo esse tempo lê-
se a altura dacoluna de plasma (no limite de separação do plasma dos eritrócitos
sedimentados).Posteriormente, ao fim de duas horas (passada 1 hora da primeira determinação)
realiza-se outra leitura(43)(4).
A determinação da VSG engloba as seguintes etapas:
formação de aglomerados de eritrócitos;
queda destes aglomerados a uma velocidade constante definida pela dimensão
dos eritrócitos e do tubo utilizado;
agregação dos eritrócitos na coluna de sedimentação.
A VSG encontra-se alterada em várias situações:
processos inflamatórios;
gravidez;
idade avançada;
tumores.
A forma como se processa a sedimentação dos glóbulos parece ser afetada por três
fatores: glóbulos vermelhos, plasma e pelos fatores mecânicos que os envolve, ou seja, depende
da diferença de densidade entre as células e o plasma. É, no entanto, um exame bastante
inespecífico no diagnóstico de patologias, usado apenas como auxiliar de diagnóstico,
tratamento e acompanhamento de diversas condições clínicas, tais como:
mieloma múltiplo
leucemias
doenças inflamatórias ou infeciosas
artrite reumatoide(22).
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Mielograma
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Colorações citoquímicas
A finalidade da coloração é dar cor a diferentes estruturas que compõem os tecidos(45).
As técnicas de coloração citoquímica e citoenzimática permitem que se obtenham informações
relevantes para uma correta distinção das várias linhagens celulares, de bastante utilidade para o
diagnóstico das doenças hemato oncológicas(12,17,44).
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Mieloperoxidase (MPO)
A fosfatase alcalina dos leucócitos está presente nos grânulos dos neutrófilos. Esta
enzima hidrolisa substratos contendo fosfato em produtos com capacidade de se ligar
fortemente aos corantes usados nesta técnica de coloração. Assim, a atividade da enzima esta
diretamente relacionada com o tamanho e intensidade da cor dos grânulos observados no
esfregaço (SP ou MO), ao microscópio ótico.
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Ferro (Perls)
A coloração de Naftol AS-D Cloraceteto Esterase (figura 22) põe em evidência esterases
celulares típicas dos granulócitos (principalmente neutrófilos e dos seus precursores). Nos
linfócitos e monócitos estas enzimas encontram-se praticamente ausentes(7,8,17). A técnica
baseia-se na incubação de esfregaços sanguíneos com a enzima, na presença de um sal diazónio
estável, havendo hidrólise enzimática das ligações éster, com libertação de compostos de naftol
livres. Estes compostos, quando ligados ao sal diazónio, originam precipitados com coloração
vermelha. A sua utilidade no diagnóstico consiste em distinguir granulócitos de agranulócitos e
efetuar uma caracterização rápida de leucemias agudas.
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A esterase não específica, α-naftil butirato esterase, é usada para identificar células da
linhagem monocítica. Esta enzima é detetada principalmente nos monócitos e seus percursores,
e os locais onde apresenta elevada atividade apresentam grânulos de cor castanha-escura. As
esterases constituem uma referência conveniente para o diagnóstico diferencial de LMA, uma
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Controlo da Qualidade
O laboratório de análises clínicas deve assegurar que os resultados produzidos reflitam,
de forma fidedigna e consistente, a situação clínica apresentada pelos pacientes, assegurando
que não representem o resultado de alguma interferência no processo.
O Programa de Controlo de Qualidade é o conjunto de técnicas e procedimentos que
permitem, de modo contínuo, avaliar o desempenho laboratorial. Compreende técnicas
quantitativas que monitorizam fontes de erro, avaliam a magnitude desses erros e alertam o
laboratório sempre que se verifica uma deterioração da qualidade dos resultados.
A validação dos resultados analíticos implica o cumprimento de determinados princípios
de boas práticas laboratoriais. O laboratório de hematologia do IPO Porto possui um sistema de
qualidade que engloba um conjunto de procedimentos de controlo de qualidade interno e está
também inserido em programas de controlo de qualidade externo.
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Sérgio José Pinto Teixeira
UK NEQAS
INSA
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Conclusão
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