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5 maneiras eficazes para

anunciar Deus aos ateus e


agnósticos
Gelsomino Del Guercio | Nov 04, 2015

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Um filósofo francês lança o "Anti-Manual da Evangelização",


com sugestões curiosas e interessantes

Qual é a maneira mais eficaz de falar de Deus hoje? Dirigindo-nos


principalmente a uma pessoa ateia ou agnóstica, de que modo
podemos despertar o seu interesse e talvez estimular a sua conversão?
Em seu livro “Comment parler de Dieu aujourd’hui : Anti-manuel
d’évangélisation” (“Como Falar de Deus hoje? Anti-manual da
Evangelização“, em livre tradução do título), o filósofo
francês Fabrice Hadjadj oferece algumas possíveis “soluções”.
Vejamos cinco delas:

1) Fale de maneira “divina” e nunca banal

“Falar de Deus não significa falar de ‘outro’. O Uno pode ser enunciado
através dos outros e os outros podem se afirmar graças ao Uno”.

Ou seja, de Deus não se fala adequadamente nem como uma “Super


Coisa” nem como se fosse uma coisa trivial. Trata-se de falar dele de
maneira… divina. Vamos tentar um exemplo. Quando se fala de uma
moça bonita, pode-se elevar a conversa para um enfoque em que, ao
mesmo tempo, se superem as banalidades e se fale com uma
“profundidade acessível”, tocando-se em realidades que podemos
experimentar: “Ela é mesmo bonita, mas qual é o sentido da vida
dela?”; “Por que será que a beleza do seu corpo fala misteriosamente à
minha alma?”.

Em resumo: não banalizar, mas também não transformar o discurso


em algo complicado, distante, abstrato, inatingível. Falar de Deus é
“falar daquele que fala”, é “falar da Palavra”: é falar de Alguém que se
comunica. Portanto, é falar de uma “comunicação interior” que nos
chega ao coração e nos convida a “conversar” com uma realidade
superior, mais profunda, mais cheia de sentido, transcendente e que…
não conseguimos explicar com palavras – mas “entendemos” porque é
uma experiência que todos podemos ter.

2) Abra-se ao diálogo com qualquer interlocutor

Falar de Deus “também significa amar, inseparavelmente, aquele com


quem falamos sobre Ele, porque significa reverberar sobre ele a Palavra
que lhe dá a existência e, portanto, deseja infinitamente que ele exista”.

O autor dá o exemplo do missionário diante de uma pessoa hostil. “Se


eu vim anunciar a Palavra de Deus, e Deus é Providência, então é Deus
mesmo que coloca esta pessoa no meu caminho. Eu preciso honrar esta
pessoa, embora ela se porte de modo bastante desagradável (…) Tenho
que admirar a poesia do seu rosto e o enigma da sua existência”.
Desta perspectiva, “todo fanfarrão acaba se revelando ‘Palavra de Deus’
por causa da sua própria presença. É a Palavra de Deus quem lhe dá o
ser. É o amor de Deus que cria esta pessoa do nada e a vivifica”. A
própria existência dessa pessoa evoca o mistério inexplicável do ser. E
esse mistério faz pensar no sentido, na origem e na finalidade do ser.

3) Dê testemunho ao anticristão

Deus, portanto, está presente até no mais anticristão dos homens.


“Talvez não com a presença da graça, mas, pelo menos, com a presença
de criação, com a presença de imensidão. Quando eu falo sobre Deus
com o meu ‘inimigo’, devo estar consciente de que Deus está
plenamente empenhado em criar esse meu ‘inimigo’ com amor”.

Esta é uma constatação decididamente “desestabilizadora”, observa


Hadjadj: “Eu tenho que falar sobre Deus com essa pessoa deixando-me
antes interpelar por ela, acolher a sua presença, responder à sua
inimizade atestando a sua bondade originária. E é justamente o
espanto diante da sua bondade originária, para além da antipatia
inicial, que pode nos ajudar a chegar ao coração do ‘inimigo’”.

É essencial que “o mensageiro de Deus não tenha medo de dar


testemunho diante daquele que parece distantíssimo da fé” – a
exemplo do apóstolo São Paulo.

4) Testemunhe a misericórdia

O evangelizador, hoje, corre o perigo de parecer um “palhaço” por


causa da desproporção entre Aquele de quem fala e aquilo que ele é: a
sua boca é pequena demais para o Infinito, o seu coração é estreito
demais para o Amor sem medida.

O cristão, observa Hadjadj, “não tenta ser engraçado, mas é ridículo às


próprias custas. O Espírito é espirituoso. Pense no mistério da
Trindade: um só Deus, e isso até vá lá, mas… em três Pessoas. Pense no
mistério da Encarnação: o homem que come peixes conosco é a Palavra
eterna”.
Como, então, falar de Deus sem parecer um palhaço? Pode ser
mediante o testemunho da misericórdia. Por exemplo, “quando passo
ao lado de um sem-teto cujo cheiro me dá náuseas”: sei demonstrar
que Deus está presente em todos, mesmo naqueles que ninguém vê?

5) Fale ao coração, com humildade

Falar de Deus significa promover com quem está conosco uma


“conversão do coração e do olhar. Deus quer nos ensinar a humildade”.

Por isso, pregue-O com o exemplo. Seja humilde. Dê sinais discretos.


Faça o bem sem buziná-lo aos quatro ventos. Viva com uma
generosidade que, em si mesma, fale de transcendência.

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