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Curso para Componentes da CIPA SAFETY CURSO PARA COMPONENTES DA CIPA INTRODUGAO Nosso curso tem como finalidade educar para pratica de Seguranca do Trabalho, Assim, sabemios da necessidade de se implantar uma estrutura voltada a preveneao capaz de nortear os riscos de acidentes nas atividades do trabalho. Neste sentido, procuramos direcionar nossa metodologia, recursos didaticos, etc., em atendimento ao curriculo basico para 0 curso de componentes da CIPA — Comissao Interna de Prevencao de Acidentes na Norma Regulamentadora, NR — 5 da Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho. Ao longo dos tempos, a experiéncia tem mostrado que a preparagao prévia do individuo contribui sensivelmente para a melhoria do seu desempenho. No que diz respeito @ seguranga, os esclarecimentos ao trabalhador quanto as possiveis condigdes inseguras dos ambientes de trabalho e dos procedimentos seguros que devera adotar 6 fundamental para 0 sucesso de Programa Prevencionista Com a aplicacéo do curso para membros da CIPA, acreditamos promover a combinagao individuo — cargo - seguranga, alicercando no treinamento, a implantagao de conceitos e medidas de prevencao de acidentes do trabalho. A existéncia da CIPA, ja constitui um avango a insensatez. Os resultados serao colhidos quando empregado e empregador estenderem aos demais empregados, doutrinas de Seguranca, reunides, palestras, treinamentos, atendimento das solicitagdes que previnem acidentes e doencas ocupacionais. Enfim, trabalhar 0 elemento humano é fator complexo, mas possivel. A vocé, “Cipeiro”, desejamos bom proveito no curso e sucesso em sua gestdo ( ccaon Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 2 SAFETY CURSO PARA COMPONENTES DA CIPA CONTEUDO PROGRAMATICO. 1- INTRODUGAO A SEGURANCA DO TRABALHO Conceito Legal Conceito Prevencionista Outros casos considerados como Acidentes do Trabalho Il-INSPEGAO DE SEGURANCA Conceito e Importancia Otjetivos Levantamento das Causas dos Acidentes Ill -INVESTIGACAO DOS ACIDENTES Procura das Causas do Acidente ‘Ato Inseguro (acabou?) Condigao Insegura Fator Pessoal de Inseguranga IV - ANALISE DOS ACIDENTES Comunicagao do Acidente Medidas de Seguranca a serem adotadas Dias Perdidos Dias Debitados Estatisticas \V - CAMPANHAS DE SEGURANCA SIPAT (Semana Interna de Prevengao de Acidentes do Trabalho) VI-RISCOS AMBIENTAIS Agentes Fisicos Agentes Quimicos Agentes Biol6gicos ‘Agentes Mecanicos Mapas de Risco VIl- NR-5 COMISSAO INTERNA DE PREVENGAO DE ACIDENTES - CIPA Organizagao e funcionamento da CIPA Reunido da Cipa Organizacao e Finalidades Forma de Atuacao dos Representantes Reuniio Ordindria e Reuniao Extraordinaria Realizacao Pratica de uma Reunido de Cipa Organizagao e Funcionamento da Cipa Vill - PRIMEIROS SOCORROS Material Necessério para Emergéncia Tipos de Emergéncia Como Prestar Primeiros Socorros Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 3 SAFETY 1X - AIDS Entendendo a Sigla A Aga do HIV Como se Transmite HIV Reduzindo Riscos X — EQUIPAMENTOS DE PROTECAO INDIVIDUAL Exigéncia Legal para Empresas e Empregados Caracteristicas dos EPI's mais usados nas Empresas e a forma de sua utilizacao XI - PRINCIPIOS BASICOS DA PREVENCAO DE INCENDIO Normas Basicas Classes de Incéndio ¢ tipos de Equipamentos para seu combate Sinalizagao dos Extintores Posicionamento dos Extintores Identificagao dos Extintores Brigada contra Incéndio Treinamento Recomendagées para 0 caso de incéndio Prevengao de Incéndio Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 4 SAFETY 1- INTRODUGAO A SEGURANGA DO TRABALHO ‘As empresas so centros de producao de bens materiais ou de prestacao de servicos que tem uma importancia para as pessoas que a elas prestam colaboragdo, para as comunidades que se beneficiam com sua produgao e, também, para a nacdo que tem seus fatores de progresso 0 trabalho realizado por essas empresas. Nas empresas encontram-se presentes muitos fatores que podem transformar-se em agentes de acidentes dos mais variados tipos. Dentre esses agentes podemos destacar os mais comuns: ferramentas de todos os tipos; maquinas em geral; fontes de calor; equipamentos méveis, veiculos industriais, substancias quimicas em geral; vapores ¢ fumos; gases e poeiras, andaimes ¢ plataformas, pisos em geral e escadas fixas e portateis. As causas, entretanto, poderao ser determinadas e eliminadas resultando na auséncia de acidente ou na sua reducdo, como sera explicado mais adiante quando forem abordados os Fatores de Acidentes. Desse modo muitas vidas poderao ser poupadas, a integridade fisica dos trabalhadores sera preservada além de serem evitados os danos materiais que envolvem maquinas, equipamentos e instalagdes que constituem um valioso patriménio das empresas. Para se combater as causas dos acidentes e se implantar um bom programa de prevencao necessario se torna, primeiramente, conhecer-se a sua conceituagao. 1) CONCEITO LEGAL (de acordo com o artigo 19 da Lei n.° 8213 de 24 de julho de 1991). “ACIDENTE DO TRABALHO E AQUELE QUE OCORRE NO EXERCICIO DO TRABALHO A SERVICO DA EMPRESA, PROVOCANDO LESAO CORPORAL OU PERTURBAGAO FUNCIONAL QUE CAUSE A MORTE, OU PERDA, OU REDUCAO, PERMANENTE OU TEMPORARIA, DA CAPACIDADE PARA O TRABALHO". 2) __CONCEITO PREVENCIONISTA: . . - “ACIDENTE E A OCORRENCIA IMPREVISTA E INDESEJAVEL, INSTANTANEA OU _NAO, RELACIONADA COM O EXECICIO DO TRABALHO, QUE PROVOCA LESAO PESSOAL OU DE QUE DECORRE RISCO PROXIMO OU REMOTO DESSA LESAO’. Diterenga entre o CONCEITO LEGAL e 0 CONCEITO PREVENCIONISTA: A diferenga entre os dois conceitos reside no fato de que no primeiro é necessério haver, apenas lesao fisica, enquanto que no segundo sao levados em consideragGes, além das lesdes fisicas, a perda de tempo e os materiais. 3) CLASSIFICAGAO DOS ACIDENTES DO TRABALHO a) ACIDENTE DO TRABALHO OU SIMPLESMENTE ACIDENTE: E a ocorréncia imprevista e indesejavel, instanténea ou nao, relacionada com o exercicio do trabalho, que provoca lesao pessoal ou de que decorre risco préximo ou remoto desta lesao. b) ACIDENTE SEM LESAO: E 0 acidente que nao causa lesao pessoal ©) _ ACIDENTE DE TRAJETO: E 0 acidente sotrido pelo empregado no percurso residéncia para 0 trabalho ou deste para aquela. d) — ACIDENTE IMPESSOAL: E aquele cuja caracterizagao independe de existir acidentado (tempestades, abalos sismicos, tufdes, etc.) e) ACIDENTE INICIAL: E 0 acidente impessoal desencadeador de um ou mais acidentes. Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 5 SAFETY ll- INSPEGAO DE SEGURANCA CONCEITO E IMPORTANCIA A inspecéo de seguranca consiste na observagéo cuidadosa dos ambientes de trabalho, com 0 fim de descobrir, identificar riscos que poderdo transformar-se em causas de acidentes do trabalho e também com o objetivo pratico de tomar ou propor medidas que impecam a acdo desses riscos. A inspecdo de seguranga se antecipa aos possiveis acidentes, mas quando repetidas, alcangam outros resultados: favorecem formagéo e 0 fortalecimento do espirito prevencionista que os empregados precisam ter; servem de exemplo para que os prdprios trabalhadores exercam, em seus servigos, controles de seguranca; proporcionam uma cooperagao mais aprofundada entre os Servicos Especializados e CIPA's e os diversos setores da empresa; dao aos empregados a certeza de que a direcao da empresa e o poder iiblico (no caso das inspegées oficiais) tém interesse na seguranca do trabalho. 2- LEVANTAMENTOS DAS CAUSAS DOS ACIDENTES Alguns atos inseguros podem ocorrer durante uma inspegdo de seguranga. Os processos educativos, a repeti¢ao das inspecdes, as campanhas e outros recursos se prestarao a reduzir sensivelmente a ocorréncia de tais atos. Quanto as condigées inseguras, elas se tornam mais aparentes, mais visiveis, mais notadas Porque sao situacdes concretas, materiais mais duraveis que alguns atos inseguros que, as vezes, aconteceu em poucos segundos. Condigées Inseguras — Problemas de iluminagao, ruidos e trepidagdes em excesso, falta de protetores em partes méveis de maquinas e nos pontos de operagao, falta de limpeza e de ordem, passagens obstruidas, pisos escorregadios ou esburacados, escadas entre pavimentos sem protecdes, condigdes sanitarias insatisfatorias, ventilagao deficiente ou imprOpria, ferramentas desarrumadas, ferramentas defeituosas, substancias altamente inflamaveis em quantidade excessivas na area de producdo, ma distribuigao de maquinas e equipamentos, condutores de eletricidade com revestimento estragado, roupas muito largas, colares, anéis, cabelos soltos em operagdes com maquinas de engrenagens méveis, calgados improprio, transito perigoso de material rodante, calor excessivo, residuos inflamaveis acumiulados, equipamentos de extingao de fogo (se estéo desimpedidos, se podem ser facilmente apanhados, se estéo em situacdo de Perfeito funcionamento). Atos Inseguros — atos imprudentes, inutiizag&o, desmontagem ou desativacdo de protegdes de méquinas, recusa de utilizagao de equipamento individual de protega0, operago de maquinas e equipamentos sem habilitagao e sem treino, operacao de maquinas em velocidade excessiva, brincadeira, posigao deteituosa no trabalho, levantamento de cargas com utiliza¢ao defeituosa dos musculos, transporte manual de cargas sem ter viséo do caminho, permanéncia debaixo de guindastes e de cargas que podem cair, uso de fusiveis fora de especificacao, fumar em locais onde ha perigo de fogo, correr por entre maquinas ou em corredores e escadas, alterar 0 uso de ferramentas, atirar ferramentas ou materiais para os companheiros e muitos outros. A presenca de representantes da CIPA nas inspegdes de seguranga é sempre recomendavel, pois a assimilago de conhecimentos cada vez mais amplos sobre as questées de seguranga e higiene e medicina do trabalho vai tornar mais produtivo, mais completo o trabalho educativo que a comissao desenvolve. Além disso, a renovagao dos membros da CIPA faz com Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 6 SAFETY que um némero sempre maior de empregados passe a aprofundar os conhecimentos exigidos para a solugao dos problemas relativos a acidentes e doencas do trabalho. Ill - INVESTIGACAO DOS ACIDENTES Cabe a CIPA investigar, participar, com 0 SESMT quando existir da investigagdo dos acidentes ocorridos na empresa. Além disso, no caso de acidente grave a CIPA deveré reunir-se, extraordinariamente, até dois dias apés 0 infortunio. A CIPA tem como uma de suas mais importantes fungdes estudar os acidentes para que eles nao se repitam, ou ainda evitar outros que possam surgir. Para tal devem conhecer as causas dos acidentes, ou seja, 0 que os faz acontecer, para que possam entao agir de modo a corrigir procedimentos, métodos e/ou situagdes inadequada & prevengao de acidentes. PROCURA DAS CAUSAS DOS ACIDENTES Trés so os motivos que podem gerar a ocorréncia de um acidente. Cabe a CIPA estar atenta para evitar o acidente, através da identificacao e andlise desses fatores que sa ATO INSEGURO CONDICAO INSEGURA FATOR PESSOAL DE INSEGURANGA 1) ATO INSEGURO — é a violagao (consciente) de procedimento consagrado como correto. Sao fatos comuns: a falta de uso de proteg6es individuais; a inutiizagao de equipamentos de seguranca; o emprego incorreto de ferramentas ou o emprego de ferramentas com defeitos; 0 ajuste; a lubrificagao e a limpeza de maquinas em movimento; a permanéncia debaixo de cargas suspensas; a permanéncia em pontos perigosos junto a méquinas ou passagens de veiculos; a operagdo de maquinas em velocidade excessiva; a operagao de maquinas sem que o trabalhador esteja habiltado ou que nao tenha permissao; 0 uso de roupas que exponham a riscos; 0 desconhecimento de ogo; as correrias em escadarias e em outros locais perigosos; a utilizacao de escadas de mao sem a estabilidade necessdria da manipulagao de produtos quimicos; 0 habito de fumar em lugares onde ha perigo. 2) CONDICAO INSEGURA - é 0 risco relativo a falta de planejamento do servigo e deficiéncias materiais no meio ambiente, tais como: * Construcdo e instalagdes em que se localiza a empresa: a) prédio com rea insuficiente, pisos fracos e irregulares; b) iluminagao deticiente; c)_ ventilagao deficiente ou excessiva, instalagdes sanitarias improprias e insuticientes; 4) excesso de ruidos e trepidagoes; e) falta de ordem e de limpeza; f) instalagdes elétricas impréprias ou com deteitos. + Maquinaria a) localizacao imprépria das maquinas; b) falta de protecdo em méveis e pontos de operagao; c) maquinas com defeitos. + Matéria-prima: Troinamento para Componentes da CIPA- Atualiza¢o 09/2011 7 SAFETY a) matéria-prima com deteito ou de ma qualidade; b)__matéria-prima fora de especificagao * Protecdo do trabalhador: a) protegdo insuficiente ou totalmente ausente; b) roupas nao apropriadas; ¢)_calgado impréprio ou de falta de calcado; d) equipamento de protecdio com defeito. © Produga @) cadéncia mal planejada; b) velocidade excessiva; c) ma distribuicao. * Horarios de trabalho: a) esforcos repetidos e prolongados; b) ma distribuicao de hordrios e tarefas. 3) FATOR PESSOAL DE INSEGURANCA - é 0 que podemos chamar de “problemas pessoais do individuo” e que agindo sobre o trabalhador podem vir a provocar acidentes, como por exemplo: Problemas de satide néo tratados; f Contlitos familiares; Falta de interesse pela atividade que desempenha; Alcoolismo; Uso de substancias toxicas; Falta de conhecimento; Falta de experiéncia; Desajustamento fisico, mental ou emocional @rIogeena A investigagao de acidentes nao poderé nunca ter aspecto punitivo, pois o objetivo maior no 6 “descobrir culpados”, mas sim causas que provocam o acidente, para que seja evitada sua repeticao. CONSEQUENCIAS DO ACIDENTE E o efeito do acidente, ou seja, sao lesdes sofridas pelo homem e ainda os danos materiais e equipamentos. « Lesdes pessoais * Perda de tempo + Danos Materiais ; Lesao Pessoal ou Lesdo — é qualquer dano sofrido pelo organismo humano, como conseqiiéncia do acidente do trabalho. - Natureza da lesao: é a expresso que identifica a lesdo. Ex.: escoriagdo, choque elétrico. - Localizagao da lesao: indica a sede da lesao. - Lesao com perda de tempo - lesdo pessoal que impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao acidente. Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 8 SAFETY NOTA: Essa leséo provoca morte, incapacidade total permanente, incapacidade parcial permanente ou incapacidade temporaria total. - Lesao sem perda de tempo - é lesdo pessoal que nao impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente IV- ANALISE DE ACIDENTES Todo acidente traz informagées titeis para aqueles que se dedicam sua prevencéo. Sendo um acidente nao comum, raro, pode revelar a existéncias de causas ainda nao conhecidas, causas que permaneciam ocultas e que nao haviam sido notadas pelos encarregados da seguranga Sendo um acidente comum, sendo a repetigao de um infortunio, ja ocorrido, pode revelar possiveis falhas nas medidas de prevenc&o que, por alguma razao a ser determinada, nao esto impedindo essa repeticao ‘A GIPA deve participar em varios aspectos relacionados com o estudo dos acidentes, preocupando-se em analisd-los e elaborando relatorios, registros, comunicagoes e sugestoes entre outras providéncias, conforme o determinado na NR-5, item 5.16 da Portaria n.? 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho. A descrigao do acidente deve ser feita com os pormenores possiveis, deve ser mencionada a parte do corpo atingida e devem ser incluidas as informagdes do encarregado. O diagnéstico da lesio sera estabelecido pelo médico. Constardo, ainda, descrigdes de como se desenvolveram os 1ados ao acidente e a causa ou as causas que Ihe deram origem. Esta investigagao icipagéo de membro da CIPA, que deve concluir ainda sobre a causa do acidente, as possiveis responsabilidade (principalmente atos inseguros) e propor medidas, a quem deva tomé- las, para evitar que continuem presentes os riscos ou que eles se renovem. Convem ressaltar que 0 estudo de acidentes nao deve limitar-se aquelas considerados graves. Pequenos acidentes podem revelar riscos grandes. Por outro lado, acidentes sem lesdo devem se estudados cuidadosamente, porque podem transformar-se em ocorréncias com vitima. Perceber, em fatos que parecem nao ter gravidade, os perigos, os riscos que em ocasiao futura se revelardo fontes de acidentes graves, 6 capacidade que os membros da CIPA devem desenvolver Disso dependerd, em grande parte, a reducdo ou a solucdo definitiva de muitos problemas na area de seguranga do trabalho. COMUNICACAO DE ACIDENTES: A comunicagéo de acidentes 6 obrigagao legal ‘Assim, 0 acidentado, ou quem possa fazer isso por ele, deve comunicar 0 acidente logo que se dé a ocorréncia. Convém lembrar que nem todos os acidentes do trabalho ocorrem no recinto da empresa. A empresa, por sua vez, deve fazer a comunicagao do acidente a Previdéncia Social até o 1° (primeiro) dia util seguinte a0 da ocorréncia e, em caso, de morte, de imediato & autoridade competente, sob pena de multa varidvel, entre o limite minimo eo limite maximo do salério-de-contribuigao, sucessivamente aumentada nas reincidéncias, aplicada e cobrada pela Previdéncia Social. O acidentado ou seus dependentes receberao copia da comunicagao, bem como o sindicato da categoria. A comunicacdo deve conter informacdes pormenorizadas. Tudo isso esta na lei. Mas, comunicar 0 acidente & empresa, as, pessoas encarregadas de tomar providéncias na area da seguranga tem importancia especial. E que, conhecido 0 fato, podem ser postas em execucdo as medidas imediatas e as de prazos maiores destinadas a corrigir a situagao que esta provocando o acidente que atinge um trabalhador e que pode atingir outros se nao forem removidas, eliminadas Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 9 SAFETY as causas. Mesmo o mais leve acidente pessoal deve ser comunicado e também os acidentes sem, lesao. ‘A Comunicacao de Acidente de Trabalho (CAT) devera ser preenchida em 6 vias sendo: INSS ‘Ao segurado ou dependente Sindicato dos Trabalhadores Empresa SUS Delegacia Regional do Trabalho PaseNa CADASTRO DE ACIDENTADOS Assim como, na empresa, existem preocupacdes com controles de qualidade, producao, de estoque e de outros elementos da atividade produtiva, também com os acidentes deve existir igual ‘ou maior interesse. © acompanhamento da variagao na ocorréncia do infortunio exige que se fagam registros cuidadosos sobre acidentados com relatérios completos. Tais registros podem colocar em destaque a situagao dos acidentes por rea da empresa por causa, por tipos de lesoes, por dias da semana, por idade dos acidentados e por muitos outros fatores. Todos esses angulos de viséo, esses campos especiais de estudos vao-se complementar nas estatisticas que devem satisfazer as exigéncias legais e também as necessidades dos érgzios da empresa encarregados de resolver problemas de seguranca. Os proprios acidentes de trajeto devem merecer estatisticas especiais. DIAS PERDIDOS Para um estudo mais cuidadoso a respeito de acidentes, 6 necessério juntar dados e colocé-los em condigdes de se prestarem a comparagées entre departamentos de atividades semelhantes ou mesmo diferentes e entre empresas que possibilitem tais comparages Um dos dados que se prestam aos célculos que vao formar as estatisticas ¢ 0 relacionado aos dias perdidos nos acidentes. Trata-se dos dias em que 0 acidentado nao tem condigdes de trabalho por ter sofrido um acidente que Ihe causou uma incapacidade temporaria. Os dias perdidos sao contados de forma corrida, incluindo domingos e feriados, a partir do dia seguinte ao do acidente até o dia anterior o da alta médica. No acidente sem perda de tempo, caso em que o acidentado pode trabalhar no dia do acidente ou no dia seguinte, nao sao contados dias perdidos. DIAS DEBITADOS Nos casos em que ocorre incapacidade parcial permanente ou capacidade total permanente ou a morte, aparecem os dias debitados. Eles representam uma perda, um prejuizo econémico que toma como base uma média de vida ativa do trabalhador calculada em vinte (20) anos ou seis mil (6000) dias. E uma tabela aceita e utilizada internacionalmente, que foi elaborada pela “International Association of Industrial Accident Board and Comission”, e que esta transcrita a seguir: Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 10 SAFETY NATUREZA AVALIACAO DIAS PERCENTUAL DEBITADOS Morte 100 6.000 Incapacidade total e permanente 100 6.000 Perda da visdo de ambos olhos 100 6.000 Perda da viséo de um olho 30 1.800 Perda do brago acima do cotovelo 75 4.500 Perda do brago abaixo do cotovelo 60 3.600 Perda da mao 50 3.600 Perda do 1° quirodatilo (polegar) 10 600 Perda de qualquer outro quirodatilo (dedo) 5 300 Perda de dois outros quirodatilos, 12% 750 Perda de trés outros quirodatilos (dedos) 20 1.200 Perda de quatro outros quirodatilos (dedos) 30 1.800 Perda do 1° quirodatilo (polegar) e qualquer quirodatilo (dedo) 20 1.200 Perda do 1° quirodatilo (polegar) e dois outros quirodatilos (dedos) 25 1.500 Perda do 12 quirodatilo (polegar) e trés Outros quirodatilos (dedo) 33% 2.000 Perda do 1° quirodatilo (polegar) e quatro outros quirodatilos (dedo) 40 2.400 Perda da perna acima do joelho 75 4.500 Perda da perna, no joelho ou abaixo dele 50 3.000 Perda do pé 40 2.400 Perda do 1 pododatilo (dedo grande) ou de dois outros ou mais pododatilos (dedos do pé) 5 300 Perda do 1 pododatilo (dedo grande) de ambos os pés 10 600 Perda de qualquer outro pododatilo (dedo do pé) 0 0 Perda da audigao de um ouvido 10 600 Perda da audigdo de ambos os ouvidos 50 3.000 Os dias debitados constituem, ainda, dado a ser incluido nos Quadros | a Ill da NR 4 ~ SESMT - Portaria n.° 3.214.de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho. ESTATISTICAS Com 0 numero de acidentados, com 0 numero de dias debitados, podem ser calculados dois valores, denominados Taxa de Frequéncia e Taxa de Gravidade. Muito embora nao se trata de dados que precisem ser encaminhados a DRT, eles sao de grande importadncia, pois se prestam a comparagées destinadas a acompanhar a evolugao dos problemas relativos a acidentes. 1) Taxa de Freqiiéncia: representa o nimero de acidentados, com perda de tempo, que podem ocorrer em cada milhao de homens ~ horas - trabalhadas. A formula é a seguinte: Numero de acidentados com perda de tempo X 1.000.000 Homens — horas - trabalhadas Ex.: Se numa fabrica houve em um més 5 acidentes e nesse més foram trabalhadas 100.000 (cem mil) horas, 0 calculo sera feito da seguinte maneira: Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 u SAFETY 5X 1.000.000 = 50,00 700.000 A taxa de Freqiiéncia sera 50.00. A muttiplicacao por um milhdo se presta a tornar possivel a comparacdo das Taxas de Freqiiéncia entre departamentos de uma mesma empresa, entre empresas diferentes e mesmo entre empresas de paises diversos desde que usem 0 mesmo sistema de calculo. 2) Taxa de Gravidade: representa a perda de tempo (dias perdidos + dias debitados) que ocorre em conseqiiéncia de um acidente em cada milhao de homens — horas - trabalhadas. A formula da Taxa de Gravidade 6 a seguinte: perdidos + dias debitados) X 1.000.000 Homens — horas - trabalhadas, Os dias debitados sé aparecem quando do acidente resulta a morte ou incapacidade total ou permanente ou a incapacidade parcial permanente. Nesses casos, é preciso consular a tabela especial para o calculo dos dias debitados segundo a natureza de lesdes, tabela esta ja transcrita Ha portanto, dois célculos possiveis para a TG. Ex.: Se numa industria houve trinta_( 30) dias perdidos com acidentes, em um més com 100.000 homens — horas - trabalhadas, a TG seré calculada da seguinte forma: 300 Seriam 300 dias perdidos em 1.000.000 (um milhao) de horas trabalhadas. Se num dos acidentes ocorreu uma leséo que provocou uma incapacidade parcial permanente com 300 (trezentos) dias debitados, o célculo passaré a ser este: 300 X 1.000.000 = 33.000 700.000 TERMOS USADOS NAS FORMULAS: 1-ACIDENTADO COM PERDA DE TEMPO - é aquele cuja lesao, oriunda de acidente do trabalho, © impede de voltar ao trabalho no dia seguinte ao do acidente. 2. HOMENS-HORAS TRABALHADAS - é 0 tempo real em que os empregados permaneceram expostos aos riscos do trabalho, a servigos do empregador. 3- DIAS PERDIDOS: Sao os dias que 0 empregado ficou afastado do trabalho, para recuperacdo da lesao, sofrida em consequéncia de acidente. Nao sao contados o dia do acidente e o dia da alta. Faz-se a contagem de dias corridos, incluindo domingos, feriados e outros dias que por qualquer motivo, nao houve expediente no estabelecimento 4- DIAS DEBITADOS: Sao nimeros de dias que se somam aos dias perdidos, nos casos de morte ou de qualquer incapacidade permanente, total ou parcial, adquirida por algum acidentado, de acordo com tabela especifica para tal fim. Ha outros calculos que enriquecem e valorizam as estatisticas. Eles so realmente importantes e servem como argumento nas divulgacdes educativas que sao feitas em favor da prevengao de acidentes. Permitem identificar as principais causas de acidentes, os riscos mais freqientes e que merecem medidas de corregao mais rapidas. As estatisticas possibilitam o Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 2 SRArETY controle dos resultados dos programas de seguranga desenvolvidos, ou seja, saber se estéo sendo eficientes ou nao. Também, através dos dados estatisticos, 6 possivel fazer-se o levantamento de falhas de seguranca que um acidente apenas néo permitiria que fossem notadas. E conveniente fazer uma referéncia especial aos chamados acidentes de trajeto que aparece separadamente dos demais infortunios. Estes sdo acidentes que ocorrem no trajeto da residéncia para o trabalho e do trabalho para a residéncia do empregado. E 0 trajeto usual que 0 empregado percorre, para este tipo de acidente, convém fazer estudos a parte porque eles, também, pesam negativamente nas atividades da empresa V- CAMPANHAS DE SEGURANCA Entre as atribuigdes da Comissao Intema de Prevengao de Acidentes — CIPA estéo a promocao do interesse dos empregados pelos assuntos ligados & Prevengéo de acidentes e de doencas do trabalho, a proposigao de cursos e de treinamentos para os empregados, a promogao anual da Semana Interna de Prevencao de Acidentes do Trabalho (SIPAT) e a proposicéo aos empregados de que concedam prémios as sugestées sobre assuntos relacionados as atividades da CIPA. Pode-se dizer que a CIPA estd sempre envolvida em campanhas. Cabe a CIPA promover, anualmente, a Semana Intema de Prevengdo de Acidentes do Trabalho, comunicando a DRT a sua programagao (NR -5, item 5.16, alinea “o’) e participar junto com a empresa anualmente de Campanhas de Prevengao da AIDS (NR-5, item 5.16, alinea “p’) As Semanas Internas procuram criar uma mentalidade prevencionista ou reforcd:la quando ela existe. Essas semanas podem ter como objetivo a divulgacao de medidas gerais de prevencao, ou, também, de medidas preventivas especiais para determinados tipos de acidentes. Uma vantagem das Semanas est na sua atuagao intensa, 5 concentrada dentro de um certo periodo de tempo. MINISTERIO DA SAUDE Durante um a campanha do género, podem ser desenvolvidas competicdes entre departamentos da empresa, podem ser realizados concursos com prémios especiais, podem ser promovidos cursos com distribuicao de folhetos, com —_projegdes. cinematograficas, com demonstragdes praticas, com apresentacao e estudo de cartazes. As sugestées devem ser incentivadas na época das campanhas & mantidas permanentemente. As Semanas devem ser criativas, fazendo divulgagao macica de idéias prevencionistas como: frases especiais, simbolos impressos em folhetos e em pequenos brindes. O trabalhador que vive uma campanha, que ¢ influenciado por ela, adquire um grau maior de conhecimentos, de conscientizagao. O que se pode esperar, de imediato, ¢ a reducdo dos acidentes em geral ou de algum tipo especial, com melhoria na produtividade, com diminuig&o em Prejuizos materiais, com garantias maiores para os prazos de produg4o e entrega, etc, principalmente, 0 fator mais importante da atividade produtiva, 0 elemento humano, o patriménio maior em qualquer empreendimento. ‘ipa arma tea propaganda SE Sh VI- RISCOS AMBIENTAIS ‘Sao considerados riscos ambientais os agentes fisicos, quimicos, biolégicos, mecanicos ergonémicos existentes nos ambientes de trabalho e capazes de causar danos & satide do trabalhador em fungao de sua natureza, ou intensidade e tempo de exposigao. Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 1B SAFETY GRUPO 2 GRUPO 4 VERMELHO ‘AMARELO Riscos Riscos QUIMIcOs ERGONOMICOS Esforgo fisico intenso Levantamento e transporte manual de peso Exigéncia de postura Inadequada Controle rigido de produtvidade Imposi¢ao de ritmos excessivos Trabalho em turnoe notumo Jomadas de trabalho prolongadas Monotonia e repetitividade Outras situagdes ‘causadoras do STRESS fisico e/ou psiquico A legislacao determina que os agentes nocivos devam ser ELIMINADOS ou CONFINADOS no ambiente de trabalho. ‘Além disso, impde as empresas o pagamento do adicional de insalubridade, sempre que os niveis encontrados no ambiente de trabalho nao estejam em acordo com as normas emitidas pelo Ministério do Trabalho. O pagamento adicional ndo isenta as empresas de fornecerem Equipamentos de protecao Individual e deverao ser esgotados todos os meios disponiveis para controle dos riscos ambientais, néo se coadunando a pratica de insalubridade ¢ no cuidar para que os agentes agressivos sejam eliminados do ambiente. Agentes agressivos inibem o trabalhador e fazem com que as empresas percam seus valiosos recursos humanos com doenca ou acidentes. Deve-se, procurar estabelecer, no caso da empresa possuir em sua fase de produgao agentes agressivos, uma politica de recrutamento @ selecdo voltada para cuidar para que nao haja agravamento de situagao de doenga ja existentes, através de exames admissionais realizados por médicos do trabalho, ¢ adotando-Ihes sistemas de exames complementares para cada fung4o da empresa. ‘A CIPA podera em muito ajudar a combater tal situacdo, a partir do momento que traz tais assuntos as suas reunides e que passa a despertar maior interesse de quantos militam na empresa para o problema. Alem disso, os membros da CIPA devem adotar uma postura maior de orientagao desses riscos ao trabalhador e o que representam para eles e suas familias. A verificagao da empresa desses agentes no meio ambiente de trabalho, somente pode ser feita com a utilizagao de instrumentos proprios (no caso de ruido ~ Medidor de Nivel de Pressao Sonora, no caso de iluminamentos ~ luximetro, etc.) e por profissionais devidamente habilitados Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 4 SAFETY pelo MTE, como técnicos e engenheiros de seguranga do trabalho, bem como médicos do trabalho. A Associagéo Brasileira para Prevengéio de Acidentes — ABPA, sempre que solicitada podera orientar a empresa em como proceder nos casos da suspeita de agentes agressivos no meio de trabalho, podendo também ser solicitado auxilio ao proprio Ministério do Trabalho através dos Servigos de Seguranga e Medicina do Trabalho existentes nas delegacias regionais em todos os Estados. MAPA DE RISCO INTRODUCAO QUANTO A IMPLANTACAO DO MAPA DE RISCO A LEGISLACAO BRASILEIRA CLASSIFICACAO DE RISCOS RISCOS QUIMICOS, FISICOS, BIOLOGICOS, ERGONOMICOS , ACIDENTES O QUE E MAPA DE RISCOS QUEM FAZ PLANTA OU CROQUI ESTUDOS DOS TIPOS DE RISCOS EXEMPLO DE RISOCS EM ALGUMAS ATIVIDADES E FUNGOES RELATORIO PARA A DIREGAO DA EMPRESA O AGENTE MAPEADOR QUESTIONARIO 1. INTRODUGAO A prevencao de acidente de trabalho no Brasil registra décadas de iniciativas sem sucesso. Em 1944 foi criada a primeira legisiacao estabelecendo a obrigatoriedade de formacao das Comissées Internas de Prevengao de Acidentes CIPAs. A partir de 1970 0 avango da industrializagao resultou no aumento do nimero de acidentes, que i& era alto. Criou se uma série de normas para enfrentar essa situacdo, dentre elas a obrigatoriedade das empresas maiores de terem profissionais especializados (engenheiros, médicos e tecnicos) na rea de seguranga e medicina do trabalho. Mas a quantidade de acidentes continuou a crescer, mesmo quando o ritmo da atividade econémica se reduziu. Em 1975 e 1976 o Brasil chegou a ter quase 10% dos seus trabalhadores acidentados. Ha quase meio século 0 quadro se mantém e, se nesse periodo nao se conseguiu reduzir os acidentes de trabalho no Brasil, € porque o modelo de prevengao, paternalista, esta errado. Problemas crdnicos exigem solugdes inovadoras. E nessa situagao de persisténcia de elevados indices de acidentes de trabalho, com grandes perdas humanas ¢ econémicas, que surge o Mapa de Riscos. Esse instrumento representa uma tentativa inédita no Brasil, de comprometer @ envolver os trabalhadores e também os empresérios com a soluao de um problema que interessa a todos superar. 2. Quanto a Implantagdo do Mapa de Riscos Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 Is SAFETY Implantado pela Portaria n° de 17 de agosto de 1992 do Ministério do Trabalho e da Administracdo, ele é obrigatério nas empresas com grau de risco e nimero de empregados que exijam a constituigéo de uma Comissao Interna de Prevencao de Acidentes. © mapa de riscos € a representagao grafica dos riscos de acidentes nos diversos locais de trabalho, inerentes ou ndo a0 proceso produtivo, de facil visualizagao e afixada em locais acessiveis no ambiente de trabalho, para informagao e orientagao de todos os que ali atuam e de outros que eventualmente transitem pelo local, quanto as principais, areas de risco. No mapa de riscos, circulos de cores e tamanhos diferentes mostram os locais e os fatores que podem gerar situagdes de perigo pela presenga de agentes fisicos, quimicos, biolégicos, ergonémicos de acidentes. © Mapa de riscos é elaborado segundo a Portaria n° 25, pela CIPA, ouvidos os trabalhadores envolvidos no proceso produtivo e com a orientagao do Servigo Especializado em Seguranca e Medicina do Trabalho SESMT da empresa, quando houver. E considerada indispensavel, portanto, a participagao das pessoas expostas ao risco no dia-a-dia. © Mapeamento ajuda a criar uma atitude mais cautelosa por parte dos trabalhadores diante dos perigos identificados e graficamente sinalizados. Desse modo, contribui para a elimina ou controle dos riscos detectados. Para o empresario, as informacdes mapeadas sao de grande interesse com vista & manutengao e a0 aumento da competitividade, prejudicada pela descontinuidade da producao interrompida por acidentes, Também permite a identificagdo de pontos vulnerdveis na sua planta, Primeira medida nao paternalista na area, 0 mapa de risco 6 um modelo participativo e pode ser um aliado de empresarios e empregados para evitar acidentes, L encontrar solugées praticas para eliminar ou controlar ; sooos = riscos e melhorar o ambiente e as condigdes de trabalho con eae ose 1. | © € Produtividade, com isso ganham os trabalhadores, F ©) com a protegao da vida, da saiide © da capacidade profissional. Ganham as empresas, com a reducdo de perdas por horas paradas, danos em equipamentos e CIPA F—— =] desperdicios de matérias primas. Ganha o Pais, com a ====|_ ——— | reducio dos vultosos gastos do sistema previdenciario no pagamento de pensdes e com o aumento da produtividade geral da economia. © mapeamento deve ser feito anualmente, toda a vez que se renova a CIPA. Com essa reciclagem cada vez mais trabalhadores aprendem a identificar e a registrar graficamente os focos de acidentes nas empresas, contribuindo para elimind-los ou controla-los. 3. A Legislacao Brasileira Com redagao dada pela Portaria n? 25 de, incluiu se na NR 5, item 5.16, alinea o, “elaborar, ouvidos os trabalhadores de todos os setores do estabelecimento e com a colaboragao do SESMT, quando houver, o MAPA DE RISCOS, com base nas orientacbes constantes do anexo IV devendo © mesmo ser refeito a cada gestao da CIPA Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 16 SAFETY ANEXO MAPA DE RISCOS 1. © Mapa de Riscos tem como objetivos: a) reunir as informagées necessarias para estabelecer 0 diagnéstico da situacéo de seguranca e satide no trabalho na empresa,b) possibilitar, durante a sua elaboragao, a troca e divulgagao de informagdes entre os trabalhadores, bem como estimular sua participagao nas atividades de prevengao. 2. Etapas de elaboracao: a) conhecer o processo de trabalho no local analisado: - 0s trabalhadores:ntimero, sexo,idade treinamentos profissionais ede seguranca e sade, jornada, - 0s instrumentos e materiais de trabalho, - as atividades exercidas, o ambiente. b) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificagao da tabela 1, ©) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficacia: ‘+ medidas de proteco coletiva; ‘+ medidas de organizagao do trabalho; ‘+ medidas de protegao individual; ‘+ medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatérios, vestiérios, armarios, bebedouro, tefeitério, area de lazer; ¢) identiticar os indicadores de satide: ‘+ queixas mais freqdentes e comuns entre os trabalhadores; ‘© expostos aos mesmos riscos; * acidentes de trabalho ocorrido: * doencas profissionais diagnosticadas; A intensidade do risco, de acordo com a percepgao dos trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes de circulos. 3. Apés discutido e aprovado pela CIPA, 0 Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverd ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visivel e de facil acesso para os trabalhadores 4. No caso das empresas da industria da construgao civil, 0 Mapa de Riscos do estabelecimento deverd ser realizado por etapa de execugao dos servigos, devendo ser revisto sempre que um fato novo e superveniente, modificar a situacéo de riscos estabelecidas. A realizagao do mapa ¢ informada formalmente ao empregador por meio da cépia da ata da respectiva reunio da CIPA. Apés 30 dias ele devera dizer se cabe a adogéo das medidas sugeridas pela CIPA para eliminar os focos de risco. Os prazos para adogao das medidas sao negociados entre as Cipas e as empresas. A falta de elaboragao e de afixagao, nos locais de trabalho, do mapa de riscos ambientais pode implicar em multas de valor elevado. A maior multa, no campo da Seguranca do Trabalho, 6 aplicada em casos extremos, quando fica evidenciada a posigao do empregador em fraudar a lei ou resistir a fiscalizagao. Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 7 SAFETY Além das situagdes extremas existem outras previstas na NR 28 da Portaria 3.214178 (com a redacao dada pelas Portarias n0 3, de 10 de julho de 1992, e 7, de 5 de outubro de 1992), que também implicam multas vultosas. Quando 0 Mapa de riscos nao for refeito em cada gestdo da CIPA, quando o empregador deixar de se manifestar no prazo de 30 dias apés 0 recebimento do relatério da CIPA e quando a direcdo do estabelecimento deixar de fazer as alteracdes nos locais de trabalho, dentro do prazo combinado com a CIPA a empresa poderd sofrer penalidades pelo Ministério do Trabalho e Emprego. E interessante notar que, neste Ultimo caso, a Cipa passa a ser investida de uma competéncia de fiscalizar a prépria empresa, cabendo the nao sé negociar o prazo com o empregador como, principalmente, encaminhar 4 DRT uma cOpia do mapa de riscos e do relatério, para andlise @ inspegdo. critério de dupla visita por meio do qual compete ao agente de inspecao do Trabalho orientar e dar conselhos técnicos para 0 cumprimento da legislacao trabalhista tem a duraco de 90 dias a partir da data de vigéncia das novas disposigées, isto significa que 0 critério da dupla visita, no mapeamento de riscos ambientais, deixou de surtir efeitos a partir do dia 20 de margo de 1993, 90 dias apos a vigéncia da Portaria n° 5192, ou seja, 20 de dezembro de 1992. A excegao é quando se trata de estabelecimento ou local de trabalho recentemente inaugurado, casos em que igualmente se observard 0 critério da dupla visita. Na primeira visita a fiscalizagdo nao faz autuagao, apenas orienta. Fixa um determinado prazo e retoma para uma segunda visita, a partir da qual a empresa estard sujeita a sangdes do Ministério do Trabalho. S6 ¢ obrigada a fazer 0 mapa de riscos a empresa que deve ter CIPA. Mesmo quando esse érgo for inoperante ou nao tiver condigdes de realizar 0 mapa de riscos, no entanto, a empresa é quem estard exposta a unico em fungao disso A fiscalizagao e as penalidades a que estéo sujeitas as empresas que deixarem de elaborar 0 mapa de riscos ou 0 fizerem incorretamente encontram se previstas na Norma Regulamentadora NR 28 da mesma Portaria 3.214/78, com a redacao dada pela Portaria n° 7, expedida pelo mesmo érgao em 5 de Outubro de 1992. Cabe ao empregador dar condigdes para a realizagdo do mapeamento de riscos ambientais atixando-o, em local visivel. O mapa de riscos sera executado pela CIPA, depois de consultados os trabalhadores de todos os setores produtivos da empresa 4, Classificago dos Riscos Ambientais Os tiscos estdo presentes nos locais de trabalho e em todas as demais atividades humanas, comprometendo a seguranca e a sade das pessoas e a produtividade da empresa. Esses riscos podem afetar o trabalhador a curto, médio e longo prazos, provocando acidentes com lesdes imediatas e/ou doencas chamadas profissionais ou do trabalho, que se equiparam a acidentes do trabalho. Qs agentes que causam riscos @ satide dos trabalhadores e que costumam estar presentes nos locais de trabalho so agrupados em cinco tipos: ‘© agentes quimicos; agentes fisicos; agentes biologicos; agentes ergonémicos; agentes mecanicos (acidentes) agentes psicossociais. Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 Is SAFETY Cada um desses tipos de agentes 6 responsavel por diferentes riscos ambientais que podem provocar danos a satide ocupacional dos funcionérios da empresa. Para fazer o mapa de riscos, Consideram se os riscos ambientais provenientes de: GRUPO! 1. Agentes quimicos: S40 considerados agentes quimicos, aqueles capazes de provocar riscos a sauk névoas, vapores, gases, produtos quimicos em geral, neblina, etc. poeira, fumos, Qs principais tipos de agentes quimicos que atuam sobre o organismo humano, causando problemas de satde, sdo: gases, vapores e névoas; aerodisperstides (pociras e fumos metlicos). Riscos a sade Os gases, vapores e névoas podem provocar efeitos irritantes, asfixiantes ou anestésicos: Efeitos irritantes: sA0 causados, por exemplo, por Acido cloridrico, Acido sulfirico, aménia, soda caustica, cloro, que provocam irritagdo das vias aéreas superiores. Efeitos asfixiantes : gases como hidrogénio, nitrogénio, hélio, metano, acetileno, didxido de carbono, monéxido de carbono e outros causam dor de cabeca, néuseas, sonoléncia, convulsées, coma e até morte. Efeitos anestésicos : a maioria dos solventes organicos assim como o butano, propano, aldeidos, acetona, cloreto de carbono, benzeno, xileno, alcoois, tolueno, tem agao depressiva sobre o sistema nervoso central, provocando danos aos diversos drgaos. 0 benzeno especialmente 6 responsavel por danos ao sistema formador do sangue. Os aerodisperséides: que ficam em suspensdo no ar em ambientes de trabalho, podem ser poeiras: minerais, vegetais, alcalinas, incdmodas ou fumos metalicos: Poeiras minerais: provém de diversos minerais, como silica, asbesto, carvao mineral, e provocam silicose quartzo), asbestose (asbesto), pneumoconioses (ex.: carvao mineral, minerais em geral ). Poeiras vegetais : sao produzidas pelo tratamento industrial, por exemplo, de bagaco de cana de agicar e de algodéo, que causam bagacose e bissinose, respectivamente Poeiras alcalinas: provém em especial do calcario, causando doenca pulmonares obstrutivas crénicas, como enfisema pulmonar. Poeiras incémodas: podem interagir com outros agentes agressivos presentes no ambiente de trabalho, tomando os mais nocivos a sade, Fumos metélicos : provenientes do uso industrial de metais, como chumbo, manganés, ferro etc, causam doenga pulmonar obstrutiva crénica, febre de fumos metélicos, intoxicagdes especificas, de acordo com 0 metal. Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 19 SAFETY GRUPO II 2. Agentes fisicos Sao considerados agentes fisicos, aqueles capazes de provocar riscos a satide: ruidos, vibragées, radiagdes ionizantes e nao ionizantes, pressées anormais,temperaturas extremas, iluminacao deticiente, umidade, etc. Riscos a saude Ruidos provocam cansa¢o, itritagdo, dores de cabega, diminuigao da audigao (surdez temporaria, surdez defintiva e trauma actstico), aumento da pressao arterial, problemas no aparelho digestivo, taquicardia, perigo de intarto, Vibragées cansago, irritagao, dores nos membros, dores na coluna, doenga do movimento, artrite, problemas digestivos, lesdes ésseas, lesdes dos tecidos moles, lesées circulatorias. Calor ou frio extremos taquicardia aumento da pulsacao, cansaco, irritagao, fadiga térmica, prostrago térmica, choque térmico, perturbacdo das fungSes digestivas, hipertensao. Radiagdes ionizantes alteracdes celulares, cancer, fadiga, problemas visuais, acidentes do trabalho. Radiagées ndo-ionizantes queimaduras, lesdes na pele, nos olhos e em outros érgaos. & muito importante saber que a presenca de produtos ou agentes no local de trabalho como por exemplo radiagdes intravermelho, presentes em operagdes de foros, de solda oxiacetilénica; ultravioleta, produzida pela solda elétrica; de raios laser podem causar ou agravar problemas visuais ( ex catarata, queimaduras, lesdes na pele, etc.), mas isto ndo quer dizer que, obrigatoriamente, existe perigo para a saude, isso depende da combinagao de muitas condigdes como a natureza do produto, a sua concentracao, 0 tempo e a intensidade que a pessoa fica exposta a eles, por exemplo. Umidade doencas do aparelho respiratorio, da pele e circulatérias, e traumatismos por quedas. Press6es anormai oxiggt embolia traumatica pelo ar, embriaguez das profundidades, intoxicagdo por @ gas carbénico, doenca descompressiva GRUPO III 3. Agentes biolégicos Microrganismos ¢ animais so os agentes biolégicos que podem afetar a satide do trabalhador So considerados agentes biolégicos os bacilos, bactérias, fungos, protozoarios, parasitas, virus. Entram nesta classificagao também os escorpides, bem como as aranhas, insetos e ofidios peconhentos. Riscos a saude Pode causar as seguintes doencas: Tuberculose, intoxicagao alimentar, fungos (microrganismos causadores intecgdes), brucelose, malaria, febre amarela As formas de prevencdo para esses grupos de agentes biolégicos sao: vacinacdo, esterllizagao, higiene pessoal, uso de EPI; ventilacdo, controle médico e controle de pragas. Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 20 SAFETY GRUPO IV 4, Agentes ergonémicos S80 0s agentes caracterizados pela falta de adaptacéo das condigGes de trabalho as caracteristicas psicofisiolégicas do trabalhador. Entre os agentes ergondmicos mais comuns esto: * trabalho fisico pesado; posturas incorretas; posicdes incdmodas, repetitividade: monotonia, ritmo excessivo; trabalho em turnos e trabalho notumo, jomada prolongada; Riscos a saude Trabalho fisico pesado, posturas incorretas e posigdes incimodas provocam cansago, dores musculares e fraqueza, além de doengas como hipertenséo arterial, diabetes, ulceras, moléstias nervosas, alteragdes no sono, acidentes, problemas de coluna, etc. Ritmo excessivo, monotonia, trabalho em turnos, jornada prolongada, conflitos, excesso de responsabilidade provocam desconforto, cansago, ansiedade, doengas no aparelho digestivo (gastrite, tlcera), dores musculares, fraqueza, alteragdes no sono e na vida social (com reflexos na satide @ no comportamento), hipertensao arterial, taquicardia, cardiopatias (angina, intarto), tenossinovite, diabetes, asmas, doengas nervosas, tensao, medo, ansiedade. GRUPO V S. Agentes de acidentes (mecanicos): Sao arranjo fisico inadequados ou deticiente, maquinas e equipamentos, ferramentas defeituosas, inadequadas ou inexistentes, eletricidade, sinalizacao, perigo de incéndio ou explosao, transporte de materiais, edificacdes, armazenamento inadequado, etc Essas deficiéncias podem abranger um ou mais dos seguintes aspectos: * arranjo fisico inadequado; + edificacdes; + sinalizagbes * ligagdes elétricas; * ~maquinas e equipamentos sem protegao, ‘© equipamento de protecao contra incéndio; ferramentas deteituosas ou inadequadas, EPI inadequado, armazenamento e transporte de materiais. lluminagao deficiente - fadiga, problemas visuais, acidentes do trabalho. Riscos a saude Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 au SAFETY ‘+ Arranjo fisico: quando inadequado ou deficiente, pode causar acidentes e provoca desgaste fisico excessivo nos trabalhadores. ‘+ Maquinas sem protegao: podem provocar acidentes graves. ‘+ Instalagées elétricas deficientes: trazem riscos de Curto circuito, choque elétrico, incéndio, queimaduras, acidentes fatais. ‘+ Matéria prima sem especificagao e inadequada: acidentes, doencas profissionais, queda da qualidade de produgao. ‘+ Ferramentas defeituosas ou inadequadas: acidentes, com repercussao principalmente nos membros superiores. Falta de EPI ou EPI inadequado ao isco: acidentes, doencas profissionais. ‘Transporte de materiais, pecas, equipamentos sem as devidas precaucées: acidentes. Edificagdes com defeitos de construgao: a exemplo de piso com desniveis, escadas fora de auséncia de saidas de emergéncia, mezaninos sem protecao, passagens sem a altura necessétia, quedas, acidentes. + Falta de sinalizagao das saidas de emergéncia, da localizacao de escadas e caminhos de fuga, alarmes, de inc&ndios: ces desorganizadas nas emergéncias, acidentes. + Armazemamento e manipulagdo inadequados de inflamaveis e gases, curto circuito, sobrecargas de redes elétricas: incéndios, explosdes + Armazenamento e transporte de materiais: a obstrugao de areas traz fiscos de acidentes, de quedas, de incéndio, de explosao ete. ‘+ Equipamento de protecao contra inc&ndios: quando deficiente ou insuficiente, traz efetivos riscos de incéndios ‘+ Sinalizacao deficiente: falta de uma politica de prevengao de acidentes, nao identificagao de equipamentos que oferecem fisco, nao delimitagao de areas, informacdes de seguranca insuficientes etc. comprometem a sade ocupacional dos funciondrios 5. Riscos Quimicos, Fisicos, Biolégicos, Ergonémicos, Acidentes 5.1. Agentes Quimicos Os agentes quimicos mais comuns apresentam-se sob as seguintes formas: Formas dos Agentes Quimicos Forma Gasosa Monéxido de carbono Bidxido de enxotre Vapores de solventes 6xido de hidrogénio Amonia Acido cloridrico Acido sutfirico Sulfeto de carbono Sulfeto de hidrogénio Forma solida Soda em escamas, pos, posiras de silica, granito, algodao, etc Forma fiquida Aicalis Acidos Solventes 5.1.1 Contaminantes ambientais Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 2 SAFETY No ambiente de trabalho, podemos encontrar seis tipos mais comuns de agentes quimicos ou substancias contaminates: Poeiras ‘S40 produzidas mecanicamente por ruptura de particulas maiores. Exemplo: fibras de amianto poeiras de silica. Fumos Os chamados fumos so particulas sélidas produzidas por condensacao de vapores metalicos. Exemplos: fumos de 6xido de zinco nas operagdes de soldagem com ferro, de chumbo em trabalhos a temperaturas acima de 500°C e de outros metais em operagées de fusdo. Fumacas Fumacas produzidas pela combustao incompleta como a liberada pelos escapamentos dos automéveis, que contém monéxido de carbono, so contaminantes ambientais e representam riscos de acidentes e a satde. Neblinas As neblinas séo particulas liquidas produzidas por condensagao de vapores. Exemplos: anidrido sullurico, gés cloridrico, etc. Gases Os gases sao dispersdes de moléculas que se misturam com o ar. Exemplo: GLP Gas Liquefeito de Petréleo, mondxido de carbono, gas sulfidrico, gas cianidrico, ete. Vapores S40 dispersdes de moléculas no ar que podem se condensar para formar liquidos ou sélidos em condigdes normais de temperatura e presséo. Exemplos: vapores de benzol, dissulfito de carbono, etc. 5.1.2 Fatores que influenciam a toxicidade dos contaminantes ambientais Deve se lembrar que a presenca de produtos ou agentes no local de trabalho nao quer dizer que, obrigatoriamente, existe perigo para a satde. O risco representado pelas substancias quimicas depende dos seguintes fatores: a) Concentragao: Quanto maior for a concentragdo do produto, mais rapidamente os seus eleitos nocivos se manifestardo no organismo. b) indice respiratorio: Representa a quantidade de ar inalado pelo trabalhador durante a jornada. ©) Sensibilidade individual: & 0 nivel de resisténcia de cada um. varia de pessoa para pessoa. 4) Toxicidade: E 0 potencial t6xico da substdncia no organismo. e) Tempo de exposicao: E 0 tempo que o organism fica exposto ao contaminante. 5.1.3 Vias de penetracao dos agentes quimicos O agente quimico pode penetrar no trabalhador pela pele (via cutanea), pela boca e estémago (via digestiva) e pelo nariz e pulmées (via respiratéria) Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 2B SAFETY Via Cutanea Os Acidos, dlcalis e solventes, ao atingirem a pele, podem ser absorvidos ou provocar lesées como carogos ou chagas (acne quimica), podendo também comprometer as mucosas dos olhos, boca ¢ nariz. A soda em escamas e os pos também podem penetrar na pele e contaminer. Esses problemas podem acontecer quando os trabalhadores manipulam produtos quimicos sem equipamentos de protecdo individual EPI como luvas, aventais, botas, mascaras e éculos de seguranga. Via Digestiva A contaminacao do organismo ocorre pela ingestao acidental ou néo de substancias nocivas, Presentes em alimentos contaminados, deteriorados ou na saliva. Habitos inadequados como alimentar se ou ingerir liquidos no local de trabalho, umedecer os labios com a lingua, usar as méos para beber agua e a falta de higiene contriuem para a ingestao de substancias nocivas. Ha casos de ingestdo acidental ou proposital de acidos, dlcalis, solventes. Conforme o tipo de produto ingerido, podem ocorrer lesdes (queimaduras na boca, es6fago e estémago). Via Respiratéria ‘As substncias penetram pelo nariz e boca, afetando a garganta e chegando aos pulmées. Através da circulagéo sangilinea, podem seguir para outros drgaos, onde manifestarao seus efeitos téxicos. Substancias quimicas na forma de pé em suspensao no ar podem facilmente penetrar no organismo pela respiracao. Particulas muito pequenas podem vencer as barreiras naturais das vias respiratorias, chegando a atingir partes mais profundas do pulmao. Em todos esses casos pode existir risco ‘de contaminagao se os funcionérios néo usarem os equipamentos de protecao individual ou se ndo houver sistemas de ventilacao ou exaustdo adequados 5.1.4 Riscos possiveis dos produtos quimicos para a salide 0 quadro a seguir mostra a utilizagao, os riscos e as conseqiiéncias para a satide de alguns dos principais produtos quimicos utilizados pelas indistrias, a depender da toxicidade de cada um no ambiente de trabalho. Possiveis Riscos dos Produtos Quimicos Principios Sintomas e |Produto |uso \Riscos paraa Saude _|Conseqiéncias Provaveis a| partir da Contaminagéo |Antiménio|Empregado nas |Encontra-se associado [Sabor metalico. Dores de sstomago igas com chumbo, —_ com o chumbo e 0 1u complicagées intestinais. rsénico, fabricagao de ;eus compostos podem |Vémitos, diarréia, ritar Irritabilidade, paterias, graxeiras, _plhos, pele emucosas _fadiga, vertigens e dores jas vias jmusculares. Jnetais para imprensa, fespiratérias. Pése — Reducao dos glébulos jumos brancos. Treinamento para Componentes da CIPA ~ Atualizaco 09/2011 24 ‘oldagens, 1m provocar leses 10s. fabricagao de tintas, fpulmes tc. SAFETY |Lesées nos musculos rdiacos. |Chumbo jsado como catodo de| Penetra no organismo terias na onstrugao, em intas, vernizes, tubulagdes, etal de imprensa, hpor inalagao e ingestao. Pode provocar lesdes hos rins e no figado. unigdes, fabricaco |Alguns compostos do Provocar cancer. Deméncia, fadiga, cdlicas nduta, anemia, jegeneracao dos fins e figado e depressao do NC - [Sistema Nervoso Central. us mpostos organicos podem rovocar lesdes cerebrais, Iteragdes Imentais, ansiedade, delirio e Imorte. [Mercurio mercurio acumula-se 108, jermémetros, ins, figado, bago e metros, 50s, 0 mbas de vacuo _envenenamento provoca ontatos létricos e na extracao le 1uro e por dentistas. inchaco das glandulas alivares e pode resultar m ueda dos dentes € uiceras na a @ nas gengivas. Nauseas, Vomitos, diaréia, faléia, jores abdominais, tremores, konvulsées, espasmos Inusculares e lalteragao de conduta, lervosismo, irritabilidade, ansiedade e Hepressao. Zinco \s fumos provocam a [Dermatite, irritagoes: jebre igestivas metaliirgicos rovocando nduseas & calatrio, /omitos. jatdo, bronze e jebre alla e secura na a), jalvanizacao. }eus CoMpostos rejudicam os hos, a pele e as jucosas. |Niquel|Usado em ligas com 0 Pode provocar dermatite [Dor de cabeca, falta de ar, go . jettigens, 1a producéo de lergias. E também um _|vémitos, febre alta, tosse, Aquinas, gente Kelitio, utoméveis & ancerigeno, podendo —_jalucinagées, diminuigo omponentes, tingir fsanguinea e étricos, como s pulmées, acavidade |morte. atalisador asal m banhos eletroliticosjos ossos e 0 estémago. m Troinamento para Componentes da CIPA— Atualizagio 09/2011 hos eletroliticos niquelagem), bateria .cumuladores e no S, SAFETY lAluminio jsado na construgao, fambém, como igmento sm algumas pinturas igas amo a de aluminio. induistrias aerondutica ferece forma de 9. na produgao industrial de aspantes eno uso de ixas & ebolos. 0 0b a e hos [olhos, enfisema ou fibrose pulmonar. pO pode provocar irritagao Possiveis Riscos dos Produtos Quimicos Principios Sintomas e |Produto juso IRiscos para a Sade ‘Conseqiiéncias Provaveis a partir da Contaminagdo Acatileno|Gas basico no [Transforma-se em narcbtico |Vertigens, cefaleia, proceso Indisposicao fe solda quando se mistura como _festomacal e dificuldades xigénio, Je corte de metais. fprovocando sonolénciae _respiratorias. rda dos ntidos. [fcido ~ [Jsado na dssolicdo E txco para pele, os |irlagdo das mucosas jitrico hos ea \nariz, ratamento de ucosa das vias, Joarganta e olhos), opressao inérios sspiratorias. talicos. IPode produzir edema raxica, angustia, Jpulmonar. kespiracao lagitada, nduseas, vertigens, salivagdo, sensagao de adiga Imuscular e bronquit. Acido |Usado como IProvoca initacao do sistema|Tosse, pneumonia quimica issolvente Isurico fra degradaco de Fespiattrio. Quando diuido frosdo dos dentes, ndusea, certs inérios. Forma-se_fcausar dermatite e lesdes _omitos e dores abdominais. s ‘spontaneamente no jpulmdes. Seus vapores sao {ratamento do minério|corrosivos para a pele e os le Ihos.. notre Troinamento para Componentes da CIPA— Atualizacio 09/2011 SAFETY |Cloro |Usado na extragao _|Irrita os olhos, a pele & Causa sensacao de pica pe bas, ardor guns mingrios na_ fas mucosas das vias le congestio nos olhos e na Jpele e feletrolise de alguns jespiratorias. hipertensdo. Em altas doses| . ode etais. E liberado pausar ios Jases de explosdo e Jeolapso respiratério. le fusao. |Cadmio”|Usado na Os fumos podem causar _ |Febre alta, queimago na jalvanizacao oarganta, je outros metais paralenvenenamento. hosse, nauseas, opressao ino peito, evitar corrosao. lvomito, dor de cabega e IFacilita 0 . jcianose Jprocesso de solda. & |coloragao azulada por leficiéncia sado em algumas le oxigénio no sangue). de motores, aterias de “Admio, niquel, foguetes, jnisseis e avides |Metanot [0 metariol (alcool eleitos no organismo _ [Disturbios visuals, vertigens, |netilico) 6 um élcoo! |pela contaminagao através perturbagdes igestivas, fetirado da madeira elrespiragao, ingestéoe _iritag4o nas mucosas do lo ntato com nariz. 0 y4s natural. Também la pele. Se ingerido, pode _ cantata com os olhos pode rovocar roduzir shamado de carbinol cegueira e ser fatal frritagao, lacrimejamento, 7 fsensagao 001 de madeira. je queimacao e cegueira. 0 lUsado como tata com a pele pode sar ymbustivel de lermatose. eiculos. ‘orrem jor de Agentes Quimicos Tipicos de Algumas Industria Industria | Processo ou ‘Agentes quimicos potencialmente nocivos Operacao que podem estar presentes no ambiente de trabalho ‘Aciaria | Fundigaio Poeiras contendo silica livre cristalizada, Oxido de ferro, silicatos, carbonatos, monéxido de carbono (CO), didxido de emxotre (50), {umos de fésforo, chumbo, ferro, manganés (fungao da composigéo do metal fundido) Troinamento para Componentes da CIPA— Atualizacio 09/2011 SAFETY Abridores, cardas, Poeira de algodao. Algodéio | batedores filatérios conicaleiras, etorcedeiras Mercerizagao Hidr6xido de sédio, acido sulfurico. Branqueamento Hipoclorito de sédio, cloro de sédio ‘Acabamento Para - nitroteriol acrilonitrila Borracha | Preparagao da mistura_| Aminas aromaticas (ex.: 4 difenil amima, naffil Natural amima). Solventes orgénicos. Borracha Tolueno diisocianato ou outros isocianatos. sintético - Acido acético, écido sulfirico, Actilonitrila, cloro butadieno, estireno, etilbenzeno, isoproperio, dicloroetano Boles de Estirol, feriol, ormaldeido, Acido acrilico, plastico dissulfeto de carbono, tetracloreto de carbono. Caigados | Colagem Solventes organicos constituintes da cola (ex. benzerio, tolueno, xileno) Cera Coro naftalina ou difenil Cerdmica | Manuseio matérias- | Poeira contend silica livre cristalizada, primas Rebarbagao, polimento, esmaltacao Esmaltagao Chumbo, poeira contendo silica livre cristalizada. Limpeza, decoragao Benzeno, nitrobenzerio, tricloroetilerio, aguarras, poeira contendo silica livre cristalizada. Desmonte de caixas | Querosene, poeira contendo silica livre cristalizada. Fermentagao Didxido de carbono (CD2). Cerveja Revestimentos des _| Tricioetileno. vasilhames Vazamento de gases | Aménia. Refrigerantes Freon. Choque | Reparagao de material | Poeira contendo silica livre refratério e corte cristalizada. Reparagao de sistemas | Mondxido de carbono (CO). de wansr 340, Coleta de alcatréo Nattil amima. Retorta Benzopireno. Couro Berizerio, xilerio, toluol Espelhos Acido cloridrico (HCI), nitrato de prata, amonia, hidréxido de prata, amina. Explosives Nitroglicerina, dinitrato de etileno glicol, tetilo, trinitrotolueno. Treinamento para Componentes da CIPA — Atualizacio 09/2011 28 Agel SAFETY Agentes Quimicos Tipicos de Algumas Indiistrias Industria] Processo ou Operagao | Agentes quimicos potencialmente nocivos que podem estar presentes no ambiente de trabalho Fibra de Posira de silica live no manuseio de matéria vvidro prima Em geral Poeira de fibra de vidro. Colagem Aicool metilico. Acetato de etila. Fibras Diosulfeto de carbone (CS), benzeno, acido attticiais acético, gas sulfidrico (H2S), acidos inorganicos e Refrigerante Refrigerant_| Vazamento de Gases | Amonia de hidrocarbonetos halogenados. Siderirgica Monéxido de carbono (CO), poeira de éxido de ferro. Tintas ‘Sais de chumbo, 6xdo de zinco, 6xido de ferro, éxido de cromo (pigmentos). icovis, esteres, cetonas e éteres de glicol (solventes). Acidos inorganicos. Vidro Silica, chumbo, poeira de soda e potassa, didxido de enxofre (S02). ntes Quimicos Presentes em Varios Tipos de Industrias Processo ou ‘Agentes quimicos potencialmente nocivos que podem Operagao estar Presentes no trabalho Decapagem ‘Acido sulfarico, acido cloridrico, acido fosférico, Acido nitrico, Acido tiuoridrico. Desengraxamento | Gasolina, querosene, tetracioreto de carbono (C14), hidrocarbonetos clorados (tricloroetileno), tetracloroetileno. Fosfatizagao Acido crémico- Galvanizagao Fumos de éxido de zinco. Acido cloridrico, aménia, acido sulfurico. Jateamento de areia_| Poeira contend silica livre cristalizada. Polimento eletrolitico | Acido fost6rico, acido sulfurico, vapores de solventes , de metais organicos. Revelacao ‘Amino derivados (fenolamina), acidos fortes, dlcalis fortes, fotogréfica aldeidos (lormaldeldo), amimas alifaticas Solda ou cone

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