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O código dos Homens

(The way of men)

1. O código dos homens é o código da gangue

"Nossos corpos nos classificam no grupo dos machos ou das fêmeas. Interagimos socialmente no
papel de membros de um grupo ou de outro. Esses grupos não são arbitrários ou culturais, mas
básicos e biológicos. É como machos que os machos têm de negociar com o grupo dos machos e
das fêmeas. O que distingue um macho não é apenas sua reação às fêmeas, também a outros
machos reagimos como machos. Sermos quem somos tem tudo a ver com a forma como nos
vemos em relação a outros machos, na qualidade de membros do grupo dos machos.

Um homem não é meramente um homem, mas um homem entre homens num mundo de homens.
Ser bom em ser homem tem a ver com a capacidade de obter sucesso com outros homens, no
contexto de grupos de homens, mais que com a relação que se mantém com uma mulher ou grupo
de mulheres. Quando se diz a um homem que seja homem, o que se está pedindo é que ele seja
mais parecido com outros homens, mais parecido com a maioria dos homens, e, de preferência,
mais parecido com aqueles homens que outros homens tenham em grande estima." (pág.4)

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"A masculinidade diz respeito a ser homem no contexto de um grupo de homens. Acima de tudo,
a masculinidade diz respeito ao que os homens esperam uns dos outros." (pág. 4)

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"Entender o que os homens esperam uns dos outros exige que se entenda do que eles mais
freqüentemente necessitam uns dos outros, e que se perceba como essas necessidades forjaram a
psicologia masculina.

Livre de veleidades morais e despida das características locais, a masculinidade em estado bruto,
que todo homem reconhece instintivamente, tem a ver com ser bom em ser homem no contexto
de uma reduzida gangue de homens, prontos a combater pela sobrevivência.

O Código dos Homens é o Código da Gangue." (pág. 5)

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2. O perímetro

"Quer vocês sejam nossos primitivos ancestrais; quer sejam desbravadores; quer sejam náufragos,
perdidos num lugar remoto; quer sejam sobreviventes de um holocausto nuclear ou de um
apocalipse zumbi. Repito: o motivo não importa. Para quaisquer seres humanos sem acesso à
tecnologia avançada, no fim das contas o quadro é mais ou menos o mesmo. É preciso definir seu
grupo. E preciso definir quem faz parte dele e quem não faz, e identificar as ameaças latentes. E
preciso demarcar e preservar uma espécie de zona de segurança ao redor do perímetro de seu
grupo. Todo o mundo terá de se virar e contribuir para a sobrevivência, a não ser que o grupo
concorde em proteger e alimentar alguém que não possa contribuir, por causa da idade ou de
doença. E quanto àqueles que puderem trabalhar, será preciso decidir quem fará o quê, em vista a
competência de cada um, a afinidade entre eles e o sentido prático da coisa." (Pág. 6)

"As coisas do jeito que são, algumas diferenças biológicas entre homens e mulheres pouco têm a
ver com a gravidez ou a amamentação. O normal é os homens serem maiores e mais fortes que as
mulheres; eles são mais audaciosos, são provavelmente mais inclinados a tarefas que envolvam
mecânica e, em geral, têm um senso de orientação mais apurado. Os homens têm uma propensão
inata às atividades agressivas; quando seus níveis de testosterona são altos, eles assumem mais
riscos e buscam mais emoções. Os homens têm mais interesse em competir por prestígio, e,
quando obtêm sucesso, seu corpo proporciona um barato de dopamina e uma quantidade ainda
maior de testosterona." (pág. 7)

"O solitário não tem ninguém a quem pedir ajuda, ninguém a quem cubra sua retaguarda,
ninguém que vele por seu sono. Estando juntos, os homens têm mais chance de sobreviver que
separados. Eles sempre caçaram e combateram em pequenos grupos. O estado de natureza da
guerra é o conflito permanente entre reduzidas gangues de homens." (pág. 8)

"Todos os homens alistados num determinado exército fazem parte da mesma tropa, a diferença é
que a solidez dos laços entre eles aumenta à medida que o tamanho da unidade diminui. Nos
grupos menores, os homens são mais leais uns aos outros." (pág. 9)

"Sempre foi tarefa dos homens delimitar o perímetro, estabelecer um ambiente seguro, separar
nós e eles, e criar um círculo de confiança." (pág. 12)

"A história do Oeste americano é apenas uma das histórias. Quantas gangues, famílias, tribos e
nações não foram fundados por um pequeno grupo de homens que, a partir do zero, reivindicou
uma terra, defendeu-a, tornou-a segura e nela lançou raízes? Se os homens jamais tivessem feito
isso, hoje não haveria pessoas vivendo em todos os continentes." (pág. 12)

"Os outros homens precisam saber que podem contar com vocês, pois tudo têm importância, e sua
fraqueza, covardia ou incompetência podem causar a morte de algum deles ou ameaçar o grupo
inteiro. Os homens que forem bons nessa tarefa — os que forem bons na tarefa de serem homens
— merecerão o respeito e a confiança do grupo. Serão reverenciados e receberão melhor
tratamento que o dispensado aos que forem desleais ou com os quais não se puder contar."

3. As virtudes táticas

"Vir é a tradução latina de “homem”. A palavra “virtude” vem do latim “virtus”. Para os antigos
romanos, virtus significava macheza, e macheza significava valor marcial.4 Demonstrava virtus
aquele que exibisse força, coragem e lealdade à tribo na hora de defendêla ou de atacar os
inimigos de Roma." (pág. 14)

"Essas são as virtudes práticas de homens obrigados a confiar uns nos outros, num cenário da pior
espécie. Força, Coragem, Destreza e Honra são virtudes simples, funcionais. São virtudes de
homens que têm de responder aos irmãos primeiro, sejam esta gente boa ou inescrupulosa. Essas
virtudes táticas conduzem ao triunfo. São amorais, mas não imorais. Sua moralidade é primitiva e
vive isolada num círculo fechado. As virtudes táticas em nada se relacionam com questões morais
abstratas sobre conceitos universais de certo e errado. Certo é o que vence e errado é o que perde,
pois, perder representa a morte e o fim de tudo aquilo que tem importância." (pág. 15)

"No mundo inteiro, Força, Coragem, Destreza e Honra são as virtudes “alfa” dos homens. São
consideradas as virtudes masculinas fundamentais, pois sem elas não se pode nutrir nenhuma das
virtudes “superiores”." (pág. 16)

"Os homens que forem fortes, corajosos, competentes e leais serão respeitados e venerados como
membros valorosos da equipe de “nós”." (pág. 16)

"Os homens são dotados de diferentes impulsos, aptidões e temperamentos. A maioria deles é
capaz de se adaptar às atividades de caça e combate, à vida nas fronteiras do perímetro, mas há
quem não seja talhado para isso. Estes serão considerados menos viris e julgados menos homens.
Alguns se sentirão feridos em seus sentimentos. Não que seja justo, mas a justiça é um luxo ao
qual os homens dificilmente podem se permitir, em períodos extremos." (pág. 16)

"Os homens não são propensos a combater ou cooperar; eles são propensos a combater e
cooperar."

"É bom ser mais forte que outros homens de sua gangue, mas também é importante que sua
gangue seja mais forte que outras gangues. Os homens desafiarão seus camaradas e porão à prova
a coragem uns dos outros, mas sob muitos aspectos esses desafios intragrupais preparam os
homens para enfrentar a disputa com outros grupos."

"A reputação de um homem pode impedir que os outros homens do grupo mexam com ele, e a
reputação de um grupo pode fazer seus inimigos pensarem duas vezes antes de criar alguma
animosidade."

"se não houver ninguém para vir em seu auxílio, é melhor que você seja marrento ou pareça
marrento — e é provável que você também queira alguns caras marrentos prontos e dispostos a
lhe dar cobertura."

4. Força

"Hoje em dia é moda empregar a palavra “frágil” entre aspas, para evitar ofender as mulheres ao
identificá-las como sexo “frágil”. Mas as aspas não alteram a realidade humana elementar de que
os homens ainda são, em média, dotados de uma força física significativamente maior que a das
mulheres. Era de se esperar que pessoas sérias fossem capazes de admitir que uma coisa é
geralmente considerada verdadeira quando se de um fato verificável. Não há razão para se ter
reservas a esse respeito." 19

"Se nos dispusermos a fazer uma tentativa honesta de entender e definir a masculinidade ou a
macheza como aquilo que pertence aos homens ou é característico deles, à força física caberá um
lugar de destaque nessa definição. O Código dos Homens é o Código dos Fortes — pelo menos,
dos mais fortes." 20.

"A pessoa mais fraca é mais vulnerável. Ser menos forte significa ter menos chances de conseguir
afastar alguém que queira tomar alguma coisa — e, de um ponto de vista estritamente físico,
quanto menor a força, menor a capacidade de tomar dos outros o que quiser. Uma pessoa
excessivamente fraca não consegue sobreviver. É a força que possibilita todos os demais valores."
21

"Ficar mais forte — aumentar a força —significa aumentar a capacidade, seja na qualidade de
indivíduo, gangue ou nação, de fazer o que bem entender com relativa impunidade. E o que é a
liberdade, se não a capacidade de fazer o que bem entender?" 22

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