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Aula 04

Direito Penal p/ PM-DF (Soldado) - Com


videoaulas Professor: Renan Araujo
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AULA 04: CONCURSO DE PESSOAS E CONCURSO DE !
CRIMES

SUMÁRIO
!
1. CONCURSO DE PESSOAS .............................................................................. 3
1.1. Conceito, natureza e características ......................................................... 3
1.2. Requisitos ................................................................................................ 4
1.3. Modalidades ............................................................................................. 8
1.3.1. Coautoria ................................................................................................ 8
1.3.2. Participação ........................................................................................... 12
1.4. Comunicabilidade das circunstâncias ..................................................... 15
1.4.1. Espécies de elementares e de circunstâncias .............................................. 15
1.4.2. Cooperação dolosamente distinta ............................................................. 17
2. CONCURSO DE CRIMES .............................................................................. 19
2.1. Conceito e natureza ............................................................................... 19
2.2. Espécies ................................................................................................. 19
2.2.1. Concurso material (ou real) de crimes ....................................................... 19
2.2.2. Concurso formal de crimes ...................................................................... 21
2.2.3. Aplicação da pena no concurso formal ....................................................... 22
2.2.4. Crime continuado ................................................................................... 23
2.2.5. Requisitos para a configuração do crime continuado .................................... 24
2.2.6. Aplicação da pena no crime continuado ..................................................... 26
2.2.7. Crime continuado e conflito de leis penais no tempo .................................... 26
2.2.8. Crime continuado e prescrição ................................................................. 27
2.2.9. Aplicação da pena de multa no concurso de crimes ..................................... 27
3. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 28
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4. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 44


5. GABARITO ................................................................................................. 76
!
!
Olá, meus amigos!

Hoje é dia de estudarmos dois institutos que costumam ser


bastante cobrados em provas de concursos públicos: concurso de
pessoas e concurso de crimes.

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Portanto, muita atenção, pois há várias teorias doutrinárias que !

podem cair na prova. Temos muitas questões interessantes!

Os reflexos destes institutos sobre os crimes em espécie


serão analisados dentro de cada aula específica.

Bons estudos!

Prof. Renan Araujo

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1.! CONCURSO DE PESSOAS !

1.1.! Conceito, natureza e características


O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração
de dois ou mais agentes para a prática de um delito ou
contravenção penal.
O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída
de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos,
a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Mas como compreender a natureza jurídico-penal de uma


conduta criminosa praticada por diversas pessoas? Três teorias
surgiram:
•! Pluralista (ou pluralística) - Para esta teoria cada pessoa
responderia por um crime próprio, existindo tantos crimes
quantos forem os participantes da conduta delituosa, já que a
cada um corresponde uma conduta própria, um elemento
psicológico próprio e um resultado igualmente particular1.
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•! Dualista (ou dualística) – Segundo esta teoria, há um


crime para os autores, que realizam a conduta típica
emoldurada no ordenamento positivo, e outro crime para os
partícipes, que desenvolvem uma atividade secundária.
•! Monista (ou monística ou unitária) – A codelinquência
(concurso de agentes) deve ser entendida, para esta teoria,
como CRIME ÚNICO, devendo todos responderem pelo
mesmo crime. É a adotada pelo CP. Isso não significa que
todos que respondem pelo delito terão a mesma pena. A pena
de cada um irá corresponder à valoração de cada uma das
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, São
Paulo, 2015, p. 548

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condutas (cada um responde “na medida de sua !
culpabilidade). Em razão desta diferenciação na pena de cada
um dos infratores, diz-se que o CP adotou uma espécie de
teoria monista temperada (ou mitigada).

O concurso de pessoas pode ser, basicamente, de duas espécies:


•! EVENTUAL – Neste caso, o tipo penal não exige que o fato
seja praticado por mais de uma pessoa. Isso não impede,
contudo, que eventual ele venha a ser praticado por mais de
uma pessoa (Ex.: Furto, roubo, homicídio).
•! NECESSÁRIO – Nesta hipótese o tipo penal exige que a
conduta seja praticada por mais de uma pessoa. Divide-se
em: a) condutas paralelas (crimes de conduta unilateral):
Aqui os agentes praticam condutas dirigidas à obtenção da
mesma finalidade criminosa (associação criminosa, art. 288
do CPP); b) condutas convergentes (crimes de conduta
bilateral ou de encontro): Nesta modalidade os agentes
praticam condutas que se encontram e produzem, juntas, o
resultado pretendido (ex. Bigamia); c) condutas
contrapostas: Neste caso os agentes praticam condutas uns
contra os outros (ex. Crime de rixa)

1.2.! Requisitos
Mas quais são os requisitos para que se possa falar em
concurso de pessoas? Cinco são os requisitos para que seja
caracterizado o concurso de pessoas:
•! Pluralidade de agentes – Para que possamos falar em
concurso de pessoas, é necessário que tenhamos mais de
uma pessoa a colaborar para o ato criminoso. É necessário
que sejam agentes culpáveis? A doutrina se divide, mas
prevalece o entendimento de que todos os comparsas devem
ter discernimento, de maneira que a ausência de culpabilidade
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por doença mental, por exemplo, afastaria o concurso de


agentes, devendo ser reconhecida a autoria mediata. Assim,
se uma pessoa, perfeitamente mental e maior de 18 anos
(penalmente imputável) determina a um doente mental (sem
qualquer discernimento) que realize um homicídio, não há
concurso de pessoas, mas autoria mediata, pois o autor do
crime foi o mandante, que se valeu de uma pessoa sem
vontade como mero instrumento2 para praticar o crime.
Não há concurso, pois um dos agentes não era culpável. Essa
regra só se aplica aos crimes unissubjetivos (aqueles em

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
2
WELZEL, Hans. Derecho Penal, parte general. Ed. Roque Depalma. Buenos Aires, 1956,
p. 106

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que basta um agente para sua caracterização). Nos crimes !
plurissubjetivos (aqueles em que necessariamente deve
haver mais de um agente, como no crime de associação
criminosa, por exemplo – art. 288 do CP), se um dos
colaboradores não é culpável por qualquer razão,
mesmo assim permanece o crime. Nos crimes
eventualmente plurissubjetivos (crime de furto, por exemplo,
que eventualmente pode ser um crime qualificado pelo
concurso de pessoas, embora seja, em regra, unissubjetivo)
também não é necessário que todos os agentes sejam
culpáveis, bastando que apenas um o seja para que
reste configurado o delito em sua forma qualificada.
Nessas duas últimas hipóteses, no entanto, não há
propriamente concurso de pessoas, mas o que a Doutrina
chama de concurso impróprio, ou concurso aparente de
pessoas. Contudo, essa ressalva só se aplica ao caso de
concurso entre culpável e “não culpável que possui
discernimento”. Assim, se o agente culpável se vale de
alguém sem culpabilidade como mero instrumento, sem que
ele possua qualquer discernimento, teremos sempre autoria
mediata. No caso do concurso entre um agente culpável e um
menor de 17 anos, por exemplo (não culpável por
inimputabilidade), pode ser reconhecido o concurso de
pessoas (concurso aparente), já que o menor possuía
vontade e esta vontade convergia com a do imputável, não
tendo sido utilizado como mero instrumento.
•! Relevância causal da colaboração – A participação do
agente deve ser relevante para a produção do resultado, de
forma que a colaboração que em nada contribui para o
resultado é um indiferente penal. Além disso, a colaboração
deve ser prévia ou concomitante à execução, ou seja,
anterior à consumação do delito. Se a colaboração for
posterior à consumação do delito, como o fato já ocorreu, não
há concurso de pessoas, podendo haver, no entanto, outro
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crime (favorecimento real, receptação, etc.). Porém, se a


colaboração for posterior à consumação, mas
combinada previamente, há concurso de pessoas. Ex:
Imagine que Poliana decide matar seus pais, e combina com
seu namorado para que ele esteja às 20h em ponto na porta
de sua casa para lhe ajudar na fuga. Assim, a conduta do
namorado (auxiliar na fuga) é posterior à consumação, mas
fora combinada anteriormente, havendo, portanto, concurso
de pessoas. Diversa seria a hipótese, no entanto, se o
namorado tivesse ido à casa da namorada sem saber que
deveria lhe ajudar na fuga. Lá chegando, a namorada conta o
ocorrido e ele, a partir daí, concorda em auxiliá-la na fuga.

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Nessa hipótese, o namorado comete o crime de favorecimento !
pessoal (nos termos do art. 348 do CP). Cuidado com isso!
•! Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo) – Também é
conhecido como concurso de vontades. Assim, para que
haja concurso de pessoas, é necessário que a colaboração dos
agentes deva ter sido ajustada entre eles, de modo que a
colaboração meramente causal, sem que tenha havido
combinação entre os agentes, não caracteriza o concurso de
pessoas. Trata-se do princípio da convergência. Caso haja
colaboração dos agentes para a conduta criminosa, mas sem
vínculo subjetivo entre eles, estaremos diante da autoria
colateral, e não da coautoria.
•! Unidade de crime (ou contravenção) para todos os
agentes (identidade de infração penal) – Nos termos do
art. 29 do CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Daí
podemos perceber que se 20 pessoas colaboram para a
prática de um delito (homicídio, por exemplo), todas elas
respondem pelo homicídio, independentemente da conduta
que tenham praticado (um apenas conseguiu a arma, o outro
dirigiu o veículo da fuga, outro atraiu a vítima, etc.). As
condutas dos agentes, portanto, devem constituir algo
juridicamente unitário3.
•! Existência de fato punível – Trata-se do princípio da
exterioridade. Assim, é necessário que o fato praticado pelos
agentes seja punível, o que de um modo geral exige pelo
menos que este fato represente uma tentativa de crime, ou
crime tentado. Para a caracterização do crime tentado, é
necessário que seja dado início à execução do crime. Se o fato
ficar meramente no plano abstrato, no plano da cogitação,
não há fato punível, nos termos do art. 14, II do CP. O art. 31
do CP determina, ainda, de modo específico para a hipótese
de concurso de pessoas, que a colaboração só é punível se
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o crime for, ao menos, tentado: Art. 31 - O ajuste, a


determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

CUIDADO! Na autoria mediata, não basta que o executor seja um


!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

!BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 553!

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inimputável, ele deve ser um verdadeiro INSTRUMENTO do !
mandante, ou seja, ele não deve ter qualquer discernimento no caso
concreto.
Ex.: José e Pedro (este menor de idade, com 17 anos) combinam de
matar Maria. José arma o plano e entrega a arma a Pedro, que a
executa. Neste caso, Pedro é inimputável por ser menor de 18 anos, mas
possui discernimento, não se pode dizer que foi um mero “instrumento”
de José. Assim, aqui não teremos autoria mediata, mas concurso
aparente de pessoas.
Ex.2: José, maior e capaz, entrega a Mauro (um doente mental sem
nenhum discernimento) uma arma e diz para ele atirar em Maria, que
vem a óbito. Neste caso há autoria mediata, pois Mauro (o
inimputável) foi mero instrumento nas mãos de José.
Mas esta é a única hipótese de autoria mediata? A resposta é
negativa. A melhor Doutrina divide a autoria mediata em três hipóteses,
basicamente4:
1 – Autoria mediata por erro do executor – Neste caso, aquele que
pratica a conduta foi induzido a erro pelo mandante (erro de tipo ou erro
de proibição). Ex.: Médico que entrega à enfermeira uma injeção
contendo determinada substância tóxica, e determina que esta aplique
no paciente, alegando que se trata de morfina, para aliviar a dor5. A
enfermeira, aqui, não atua dolosamente (do ponto de vista “finalístico”),
pois apesar de dar causa à morte do paciente (causalidade física, pois foi
ela quem injetou a substância), não dirigiu sua conduta a este resultado.
O domínio do fato pertencia ao médico, o real infrator.
2 – Autoria mediata por coação do executor – Aqui o infrator coage
uma terceira pessoa a praticar um delito. Em se tratando de coação
MORAL irresistível, teremos um agente não culpável (a coação moral
irresistível afasta a culpabilidade). Desta forma, aquele que executa o faz
em situação de não culpabilidade. A culpabilidade recai apenas sobre o
coator, não sobre o coagido. Ex.: Médico que determina à enfermeira
que aplique sobre o paciente uma dose cavalar de veneno. O médico,
porém, não esconde da enfermeira que se trata de veneno, ao contrário
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deixa isso bem claro. Porém, diz à enfermeira que se ela não fizer o que
foi determinado, irá matar sua filha. Vejam que, neste caso, a enfermeira
sabe que está injetando o veneno, de forma que age dolosamente, mas
ainda assim sem culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa.
3 – Autoria mediata por inimputabilidade do agente – Nesta
hipótese o infrator se vale de uma pessoa inimputável para a prática do
delito. A inimputabilidade, aqui, pressupõe que o executor (inimputável)
não tenha discernimento necessário6. Caso o executor, mesmo
inimputável, possua discernimento, não haverá autoria mediata. Ex.:
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
+
!BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 560
5
O exemplo é de Hans Welzel. (cf. WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 106)
,
!WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 107-108!

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José, 20 anos, organiza um plano para furtar uma loja de eletrônicos, e !
combina com Marcelo, de 17, a execução do plano. Neste caso, não há
autoria mediata, pois Marcelo, a despeito de sua inimputabilidade legal,
tem discernimento para não ser considerado como “objeto”. Por outro
lado, no mesmo exemplo, imaginemos que Marcelo tenha 30 anos, mas
seja absolutamente incapaz de entender o que se passa (doente mental
completo). Neste caso, a inimputabilidade de Marcelo afasta o
reconhecimento do concurso de pessoas com José, que responderá como
autor mediato do crime.

1.3.! Modalidades

1.3.1.! Coautoria
Para entendermos o fenômeno da coautoria, devemos,
primeiramente, estudar o que seria a autoria do delito.
Várias teorias, ao longo do tempo, procuraram definir o conceito
de AUTOR.
O conceito extensivo de autor não diferencia autor e partícipe,
considerando que todos aqueles que concorrem para o crime são autores
do delito. Esse conceito é baseado numa premissa “causal-naturalista” de
que todo aquele que dá causa ao delito (por qualquer forma), deve ser
considerado autor do crime.
Contudo, como pelo conceito extensivo de autor não era possível
definir quem era autor e quem era partícipe, surgiu a teoria subjetiva
da participação, que considerava como autor aquele que pratica o fato
como próprio, que quer o crime “como próprio”, como seu, e partícipe
aquele que quer o fato como alheio, pratica uma conduta acessória ao
“crime de outra pessoa”.7 Isso era fundamental para a fixação da pena de
cada um, já que aos autores deveriam ser aplicadas penas, em tese, mais
severas.
Como o conceito extensivo apresentou mais problemas que 69305692168

soluções, surgiu o conceito restritivo de autor8. Para esta teoria


restritiva9, autor e partícipe não se confundem. Autor será aquele que
praticar a conduta descrita no núcleo do tipo penal (subtrair, matar,
roubar, etc.). Todos os demais, que de alguma forma prestarem
colaboração (material ou moral), serão considerados partícipes. Esta foi
a teoria adotada pelo CP.
Agora que já sabemos que o CP diferencia autor e partícipe,
precisamos saber qual é o critério para se diferenciar um do outro.
Três teorias surgiram.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
7
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 555
8
ZAFFARONI, Eugenio Raul. PIERANGELI, José Henrique. Manual de Direito Penal
Brasileiro – Parte Geral. Ed. Revista dos Tribunais, 7º Ed. 2002, p. 572.
9
Também chamada por alguns de teoria dualista ou objetiva.

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A primeira teoria, a teoria objetivo-formal, estabelece que autor !
é quem realiza a conduta prevista no núcleo do tipo, sendo partícipes
todos os outros que colaboraram para isso, mas não realizaram a conduta
descrita no núcleo do tipo. Para esta teoria, por exemplo, no crime de
homicídio, somente seria autor aquele que efetivamente praticasse a
conduta de “matar” alguém. Todos os outros colaboradores seriam
partícipes. O grande problema desta teoria é considerar o autor
intelectual (mandante) como partícipe, e não como autor. Mais que isso:
Essa teoria não explica o fenômeno da autoria mediata (quando alguém
se vale de um inimputável para cometer um crime).
A segunda teoria, a teoria objetivo-material, entende que autor é
quem colabora com participação de maior importância para o crime, e
partícipe é quem colabora com participação reduzida, independentemente
de quem pratica o núcleo do tipo (verbo que descreve a conduta
criminosa – matar, subtrair, etc.).
A terceira e última teoria, a teoria do domínio do fato, criada pelo
pai do finalismo, Hans Welzel10, e posteriormente desenvolvida por Claus
Roxin, defende que autor é todo aquele que possui o domínio da
conduta criminosa, seja ele o executor (quem pratica a conduta
prevista no núcleo do tipo) ou não11. Para esta teoria, o autor seria aquele
que decide o trâmite do crime, sua prática ou não, etc. Essa teoria
explica, satisfatoriamente, o caso do mandante, por exemplo, que mesmo
sem praticar o núcleo do tipo (“matar alguém”), possui o domínio do fato,
pois tem o poder de decidir sobre o rumo da prática delituosa.
Para esta teoria, o partícipe existe, e é aquele que contribui para a
prática do delito12, embora não tenha poder de direção sobre a conduta
delituosa. O partícipe só controla a própria vontade, mas a não a conduta
criminosa em si, pois esta não lhe pertence.

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A teoria do domínio do fato tem por finalidade estabelecer uma


diferenciação entre autor e partícipe a partir da noção de “controle da
situação”. Aquele que, mesmo não executando a conduta descrita no
núcleo do tipo, possui todo o controle da situação, inclusive com a
possibilidade de intervir a qualquer momento para fazer cessar a
conduta, deve ser considerado autor, e não partícipe.
O controle (ou domínio) da situação pode se dar mediante13:

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
10
WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 105
11
MUÑOZ CONDE, Francisco. Teoría general del delito. Ed. Temis Editorial. Bogotá,
1999, p. 155-156
12
WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p.117-119
13
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 557-558

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1 - Domínio da ação - O agente realiza diretamente a conduta !
prevista no tipo penal
2 - Domínio da vontade - O agente não realiza a conduta
diretamente, mas é o "senhor do crime", controlando a vontade do
executor, que é um mero instrumento do delito (hipótese de autoria
mediata).
3 - Domínio funcional do fato - O agente desempenha uma
função essencial e indispensável ao sucesso da empreitada criminosa,
que é dividida entre os comparsas, cabendo a cada um uma parcela
significativa, essencial e imprescindível.
Em todos estes casos, o agente será considerado autor do delito.

A teoria do domínio do fato, porém, não se aplica aos crimes


culposos, pois neste não há domínio final do fato, pois o fato final
(resultado) não é buscado pelos agentes, que pretendiam outro
resultado14.
A teoria adotada pelo CP é a teoria objetivo-formal,
considerando autor aquele que realiza a conduta descrita no núcleo do
tipo, já que denota sua “vontade de autor” (animus auctoris), em
contraposição à “vontade de colaboração” do partícipe (animus socii).
Entretanto, considera-se adotada a teoria do domínio do fato para
os crimes em que há autoria mediata, autoria intelectual, etc., de
forma a complementar a teoria adotada.
Esta é, portanto, a posição doutrinária a respeito da posição do
CP sobre a diferença entre autor e partícipe.
Desta maneira, após entendermos quem seria considerado autor do
delito para o CP, podemos definir a coautoria como a espécie de concurso
de pessoas na qual duas ou mais pessoas praticam a conduta descrita no
núcleo do tipo penal. Assim, no crime de roubo, se duas ou mais pessoas
entram num banco, portando armas, e anunciam um assalto, todas elas
praticaram a conduta descrita no núcleo do tipo do art. 157, § 2°, I e II
do CP (subtrair para si ou para outrem, mediante violência ou grave
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ameaça...). Logo, todas são coautoras do delito.


No mesmo exemplo, o motorista que fica do lado de fora (o “piloto
de fuga”) é considerado partícipe, pois embora concorra para a prática do
delito, não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Contudo,
para a teoria do domínio do fato o motorista é autor, pois detém o
controle funcional do fato (divisão de tarefas).
Por outro lado, José, que apenas emprestou o carro para o roubo,
não podendo influenciar, de alguma forma, no desfecho posterior do
delito (uma vez esgotada sua participação), é considerado partícipe.

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
14
Idem, p. 558

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A coautoria pode ser funcional (ou parcial), que é aquela na qual !
a conduta dos agentes são diversas e se somam, de forma a produzir o
resultado. Assim, se Ricardo segura a vítima para que Poliana a
espanque, ambos são coautores do crime de lesão corporal, mediante
coautoria funcional.
Porém, a coautoria pode ser, ainda, material (direta), que é a
hipótese em que ambos os coautores realizam a mesma conduta. Assim,
no exemplo acima, se Ricardo e Poliana espancassem a vítima, ambos
seriam coautores mediante coautoria material.
No quadro abaixo vou mostrar para vocês algumas hipóteses
polêmicas de aplicação do instituto da coautoria:

!! Admite-se a coautoria nos crimes próprios, desde que ambos


os agentes possuam a qualidade exigida pela lei, ou que, aqueles
que não a possuem, ao menos tenham ciência de que o outro
agente age nessa qualidade;
!! Não se admite a coautoria nos crimes de mão-própria, pois
são considerados de conduta infungível, só podendo ser praticados
pelo sujeito especificamente descrito pela lei;
!! A Doutrina se divide quanto à possibilidade de coautoria em
crimes omissivos, da seguinte forma:
1 – Parte entende que NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE COAUTORIA
OU PARTICIPAÇÃO (Concurso de agentes), pois TODAS AS
PESSOAS PRATICAM O NÚCLEO DO TIPO, DE MANEIRA
AUTÔNOMA;
2 – Outra parte da Doutrina entende poderia haver concurso de
pessoas, na modalidade de coautoria, mas é minoritário;
3 – A Doutrina ligeiramente majoritária entende que é possível
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PARTICIPAÇÃO, mas NÃO COAUTORIA.

!! Na autoria mediata não há concurso de pessoas entre autor


mediato autor imediato, respondendo apenas o autor mediato, que
se valeu de alguém sem culpabilidade para a execução do delito.
!! Entretanto, é possível coautoria e também participação na autoria
mediata, desde que haja colaboração entre os agentes
mediatos. NUNCA HAVERÁ CONCURSO DE PESSOAS ENTRE
AUTOR MEDIATO E AUTOR IMEDIATO.
!! CUIDADO! Na coação física irresistível, não há autoria mediata,
mas autoria direta, pois o agente que realiza a ação não possui
conduta, já que não há vontade. Nesse caso, aquele que pratica a

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coação física irresistível é autor direto, não mediato; !
!! Admite-se a autoria mediata nos crimes próprios, mas não nos
crimes de mão própria (há alguns doutrinadores que entendem ser
possível).

1.3.2.! Participação
Conforme estudamos, no Brasil adotou-se o conceito restritivo
de autor, distinguindo-se autor e partícipe. Adotou-se, ainda, a
teoria objetivo-formal, de forma que podemos definir a participação
como a modalidade de concurso de pessoas na qual o agente colabora
para a prática delituosa, mas não pratica a conduta descrita no núcleo do
tipo penal.
A participação pode ser:
•! Moral – É aquela na qual o agente não ajuda materialmente
na prática do crime, mas instiga ou induz alguém a praticar
o crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no
psicológico do autor do crime, reforçando a ideia criminosa,
que já existe na mente deste. O induzimento, por sua vez,
ocorre quando o partícipe faz surgir a vontade criminosa na
mente do autor, que não tinha pensado no delito;
•! Material – A participação material é aquela na qual o
partícipe presta auxílio ao autor, seja fornecendo objeto para
a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. É
também chamada de cumplicidade. Este auxílio não pode
ser prestado após a consumação, salvo se o auxílio foi
previamente ajustado.

Já que o partícipe não pratica a conduta descrita no núcleo


do tipo penal, como puni-lo?
A punibilidade do partícipe não pode ser realizada diretamente pela
descrição do fato típico. De fato, aquele que empresta uma arma para
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que alguém mate outra pessoa, não poderia responder por homicídio, pois
o art. 121 do CP diz: “matar alguém”. Aquele que empresta a arma não
está “matando”, por isso se diz que não há, aqui, adequação típica
imediata.
Contudo, a punibilidade do partícipe é possível porque há normas de
extensão da adequação típica (no caso, o art. 29 do CP), que permitem a
extensão do raio de aplicação do tipo penal para aqueles que, de alguma
forma, tenham contribuído para o delito. Trata-se da chamada
adequação típica mediata.
Como a conduta do partícipe é considerada acessória em relação à
conduta do autor (que é principal), o partícipe é punido em razão da

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teoria da acessoriedade15. Porém, existem quatro teorias da !
acessoriedade:
•! Teoria da acessoriedade mínima – Entende que a conduta
principal deva ser um fato típico, não importando se é ou não
um fato ilícito. EXEMPLO: Imagine que Marcio e João
combinam de matar Paulo. Na data combinada para a
execução, Marcio guia o carro até o local e fica esperando do
lado de fora. João se dirige até Paulo e, após uma discussão,
Paulo começa a agredir João, que na verdade mata Paulo
em legítima defesa. João matou Paulo em legítima defesa e
não em razão do ajuste com Marcio (não tendo praticado fato
ilícito, mas apenas típico), mas por esta teoria, mesmo assim
Marcio responderia como partícipe do crime. Veja que João,
de fato, matou Paulo. Contudo, o fato não é ilícito, pois João
agiu em legítima defesa. Porém, para esta teoria, ainda que a
conduta de João seja considerada apenas típica, mas não
ilícita, Marcio deveria ser punido. O pior de tudo é que, neste
caso, Márcio, que não praticou a conduta seria punido, mas
João seria absolvido pela legítima defesa.
•! Teoria da acessoriedade limitada – Exige que o fato
praticado (conduta principal) seja pelo menos uma conduta
típica e ilícita. Assim, no exemplo dado acima, a conduta do
partícipe Marcio não é punível, pois a conduta principal,
apesar de típica, não é ilícita. Veja que, para esta corrente
Doutrinária, se o fato praticado pelo autor NÃO FOR
ILÍCITO (Ainda que seja um fato típico), em razão de
legítima defesa, etc., o partícipe não deve ser punido;
•! Teoria da acessoriedade máxima – Para esta teoria, o
partícipe só será punido se o fato for típico, ilícito e praticado
por agente culpável. Essa teoria faz exigência irrazoável, pois
a culpabilidade é uma questão pessoal do agente, não
guardando relação com o fato. Assim, imagine que Carlos,
maior de idade, seja partícipe de um roubo praticado por
Lucas, menor de idade. Para esta corrente, Carlos não
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poderia responder pelo roubo praticado (na qualidade


de partícipe), pois Lucas (o autor principal) é
inimputável (não tem culpabilidade), sendo o fato
apenas típico e ilícito, sem o complemento da
culpabilidade.

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15
A teoria da acessoriedade deriva de uma das teorias dos FUNDAMENTOS da
punibilidade do partícipe, que é a TEORIA DO FAVORECIMENTO (ou da CAUSAÇÃO), que
diz que o partícipe deve ser punido por ter coloborado para que o delito fosse realizado.
Em contraposição a esta, havia a teoria da participação na culpabilidade, que defendia
que o partícipe deveria ser punido apenas por exercer “influência negativa” sobre o
autor. Esta última foi abandonada pela Doutrina há algumas décadas.

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•! Teoria da hiperacessoriedade – Exige que, além de o fato !
ser típico e ilícito e o agente culpável, o autor tenha sido
efetivamente punido para que o partícipe responda pelo
crime. É ainda mais irrazoável que a última. Imagine que José
seja partícipe de um roubo praticado por Marcelo. No decorrer
do processo, Marcelo vem a falecer (o que gera a extinção da
punibilidade de Marcelo, nos termos do CP). Para esta
corrente, como houve extinção da punibilidade em
relação a Marcelo (o autor do delito), o partícipe (José)
não poderá mais ser punido.

O Nosso CP não adotou expressamente nenhuma das quatro


teorias, mas com certeza não adotou a teoria da acessoriedade mínima
nem a teoria da hiperacessoriedade (as extremas).
A Doutrina entende que a teoria que mais se amolda ao
nosso sistema é a teoria da acessoriedade limitada16, exigindo que
o fato seja somente típico e ilícito para que o partícipe responda pelo
crime.
Questões interessantes acerca da participação:

!! A lei admite a redução da pena de 1/6 a 1/3 se a participação é de


menor importância (art. 29, § 1° do CP). Isto não se aplica às
hipóteses de coautoria, mas apenas à participação;
!! A Doutrina admite a participação nos crimes comissivos por
omissão, quando o partícipe devia e podia evitar o resultado (art.
13, § 2° do CP).
!! A participação inócua não se pune. Assim, se A empresta uma
faca a B, de forma a auxiliá-lo a matar C, e B mata C usando seu
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revólver, a participação de A foi absolutamente inócua, pois em


nada auxiliou no resultado. Da mesma forma, se A instiga B a
matar C, e B realiza a conduta porque já estava determinado a
isso, a instigação promovida por A não teve qualquer eficácia, pois
B já mataria C de qualquer forma.
!! Participação em cadeia é possível: Assim, se A empresta uma
arma a B, para que este a empreste a C, a fim de que este último
mate D, tanto A quanto B são partícipes do crime, por prestarem
auxílio material em cadeia.
!! A participação em ação alheia ocorre quando o partícipe, sem
qualquer liame subjetivo com o autor, contribui de maneira culposa
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
−,
!BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 565!

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para a prática do delito. Assim, o funcionário público que não !
tranca a porta da repartição ao final do expediente, e esta vem a
ser furtada por um particular na madrugada, responde por peculato
culposo (art. 312, § 2° do CP), enquanto o particular responde por
furto. Não há concurso de pessoas pois falta o liame subjetivo
entre ambos (coerência de vontades).

1.4.! Comunicabilidade das circunstâncias


O art. 30 do CP estabelece que:
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Antes de estudarmos a comunicabilidade ou não das circunstâncias,


devemos diferenciar a mera circunstância da circunstância elementar do
crime.
A circunstância elementar é aquela que se refere a algo
indispensável para a caracterização do crime. Assim, a circunstância
“alguém” no crime de homicídio, é uma elementar, pois se o fato for
praticado contra um animal, por exemplo, não haverá homicídio.
Por sua vez, a mera circunstância não é indispensável à
caracterização do crime, pois apenas agregam um fato que, se presente,
aumenta ou diminui a pena. Assim, o “motivo torpe” é uma circunstância
não-elementar, ou mera circunstância, pois caso o fato seja praticado
sem essa circunstância, continua a existir homicídio, no entanto, sem a
qualificadora.

1.4.1.! Espécies de elementares e de circunstâncias


Podem ser subjetivas (de caráter pessoal), quando relativas à
pessoa do agente. É o caso da condição de funcionário público, que é
pessoal, pois se refere ao agente. 69305692168

Podem ser, ainda, objetivas (ou de caráter real), quando se


referem ao fato criminoso em si, seu modus operandi, etc. Assim, o
emprego de violência, no crime de roubo (art. 157 do CP) é uma
elementar objetiva.
As condições pessoais não se confundem com as
circunstâncias ou elementares de caráter pessoal. As primeiras são
fatores pessoais do agente, que independem da prática da infração penal.
Assim, o fato de o agente ser menor de 21 anos é uma condição pessoal,
e não uma circunstância de caráter pessoal, tampouco uma elementar.
Com base nesses três institutos (elementares, circunstâncias e
condições pessoais), podemos extrair três regras do CP:

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"! As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se !
comunicam – Se A contrata B, para que este mate C, em
razão deste último ter estuprado sua filha, A comete o crime
de homicídio privilegiado, em razão do relevante valor moral
(art. 121, § 1° do CP). Entretanto, B não comete o crime de
homicídio privilegiado, pois a circunstância “relevante valor
moral” é pessoal, não se estendendo ao coautor;
"! As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se
comunicam – Porém, é necessário que a circunstância
tenha entrado na esfera de conhecimento dos demais
agentes. Imagine que A contrata B para matar C. B informa
a A que usará de emboscada (portanto, homicídio qualificado,
nos termos do art. 121, § 2° do CP), e A concorda com isto.
Nesse caso, a circunstância objetiva “emboscada” (relativa ao
meio utilizado), se comunica, pois embora A não tenha usado
de emboscada, concordou com esta prática por B.
Diversamente, se B praticasse o crime mediante emboscada
sem nada comunicar ao mandante, A, esta circunstância não
se comunicaria, por não ter entrado na esfera de
conhecimento de A;
"! As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas
ou subjetivas – No entanto, mais uma vez se exige que
estas elementares tenham entrado no âmbito de
conhecimento dos demais agentes. Imaginem que Júlio,
servidor público, convida Marcelo a entrar na repartição onde
trabalham, valendo-se da condição de Júlio, para subtrair
alguns computadores. Caso Marcelo conheça a condição de
funcionário público de Júlio, ambos respondem pelo crime de
peculato-furto (art. 312, § 1° do CP). Caso Marcelo
desconheça essa circunstância elementar, responde ele
apenas pelo crime de furto, pois a ausência dessa
circunstância faz desaparecer o crime de peculato-furto, mas
a conduta ainda é punível como furto comum.
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Não confundam coautoria com autoria colateral. Na coautoria, deve


haver vínculo subjetivo ligando as condutas de ambos os autores. Na
autoria colateral, ambos praticam o núcleo do tipo, mas um não
age em acordo de vontades com o outro. Imaginem que A e B,
desafetos de C, sem que um saiba da existência do outro, escondem-se
atrás de árvores esperando a passagem de C, a fim de matá-lo. Quando
C passa, ambos atiram, e C vem a óbito. Nesse caso, não houve

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coautoria, mas autoria colateral. Entretanto, aí vai mais uma informação: !
Imaginem que o laudo identifique que apenas uma bala atingiu C, direto
na cabeça, levando-o a óbito. Nesse caso, o laudo não conseguiu apontar
de qual arma saiu a bala que matou C. Nesse caso, como não se pode
definir quem efetuou o disparo fatal, ambos respondem pelo crime de
homicídio TENTADO, pois não se pode atribuir a nenhum deles o
homicídio consumado, já que o laudo é inconclusivo quanto a isto. Este é
o fenômeno da autoria incerta. No entanto, se ambos estivessem agindo
em conluio, com vínculo subjetivo, ou seja, se houvesse concurso de
pessoas, ambos responderiam por crime de homicídio CONSUMADO,
pois nesse caso seria irrelevante saber de qual arma partiu a bala que
levou C a óbito.

1.4.2.! Cooperação dolosamente distinta


A cooperação dolosamente distinta, também chamada de
“participação em crime menos grave”, ocorre quando ambos os agentes
decidem praticar determinado crime, mas durante a execução, um deles
decide praticar outro crime, mais grave. Nesse caso, aplica-se o art. 29, §
2° do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

EXEMPLO: Imaginem que Camila e Herval combinam de realizar um


furto a uma casa que imaginam estar vazia. Camila espera no carro
enquanto Herval adentra à residência. Entretanto, ao chegar à residência,
Herval se depara com dois seguranças, e troca tiros com ambos, levando-
os a óbito (sinistro esse cara). Após, entra na casa e subtrai diversos
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bens. Volta ao carro e ambos fogem.


Camila não quis participar de um latrocínio (que foi o que
efetivamente ocorreu), mas apenas de um furto. Assim, segundo a
primeira parte do § 2° do art. 29 do CP, responderá somente pelo furto.
Entretanto, se ficar comprovado que Camila podia prever que o
latrocínio era provável (se soubesse, por exemplo, que Herval estava
armado e que havia a possibilidade de ter seguranças na casa), a pena do
crime de furto (não a do latrocínio!!) será aumentada até a metade.
A lei diz “até a metade”, logo, o aumento pode não chegar a
esse patamar. O aumento de pena irá variar conforme o grau de
previsibilidade do crime mais grave para o qual Camila não se
predispôs, mas era previsível.

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!

CUIDADO MASTER! Existe uma questão muito controvertida no que se


refere ao concurso de pessoas. É a possibilidade (ou não) de
concurso de pessoas em crimes CULPOSOS.
São muitas, MUITAS ideias diferentes. Cada autor inventa alguma coisa
para vender seu livro, certo? Bom, resumidamente, podemos definir a
Doutrina majoritária da seguinte forma:
COAUTORIA EM CRIMES CULPOSO – É possível, pois é possível que
duas pessoas, de comum acordo, resolvam praticar uma conduta
imprudente, por exemplo. Ex.: Dois rapazes resolvem atirar um móvel do
10º andar de um prédio, sem intenção de atingir ninguém, mas acabam
lesionando uma pessoa.
PARTICIPAÇÃO EM CRIME CULPOSO – Depende. Podemos estar
falando de participação DOLOSA ou participação CULPOSA.
DOLOSA – Não cabe participação dolosa em crime culposo, pois a
Doutrina entende que não há “unidade de vontades” entre os agentes
(um quer o resultado a título de dolo, e o outro, executor, é apenas um
descuidado). Assim, não há “vínculo subjetivo” entre eles no que tange
ao resultado. Logo, cada um responde por sua conduta.
CULPOSA – É possível, pois é possível que alguém, por culpa, induza,
instigue ou preste auxílio ao executor de uma conduta também culposa,
e haveria “unidade de vontades”.
CUIDADO: O STJ entende que NÃO cabe nenhum tipo de
participação em crime culposo. Parte da Doutrina também segue
este entendimento.
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Por fim, o que é “multidão delinquente” ou “multidão


criminosa”17? São considerados pela doutrina como aqueles atos em que
inúmeras (incontáveis, uma multidão) pessoas praticam o mesmo delito,
agindo em concurso de pessoas, muitas vezes sem um acordo prévio,
mas cada uma aderindo tacitamente à conduta da outra. Ex.:
Linchamentos, brigas de torcidas organizadas, saques a lojas ou a
carretas tombadas, etc.
A Doutrina sustenta que, mesmo nestes casos, têm-se
CONCURSO DE PESSOAS, pois há vínculo subjetivo entre estas pessoas,
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
17
O termo “multidão criminosa” é utilizado, dentre outros, por René Ariel Dotti (cf.
DOTTI, René Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. Ed. Revista dos Tribunais. 4º ed.
São Paulo. 2012, p. 459)

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ainda que tácito (não explícito). O agente que praticar o delito nestas !
condições, porém, deverá ter sua pena atenuada, nos termos do art. 65,
e do CP, já que se trata de situação em que há maior vulnerabilidade
psicológica para que uma pessoa venha a aderir a uma conduta
criminosa. Por outro lado, os que promoverem, organizarem ou liderarem
a conduta criminosa terão suas penas agravadas (art. 62, I do CP).

2.! CONCURSO DE CRIMES

2.1.! Conceito e natureza


Assim como é plenamente possível que duas ou mais pessoas se
unam para praticar determinado delito, é plenamente possível que de
uma mesma conduta (ou de uma série de condutas interligadas) surjam
vários crimes.
O concurso de crimes pode ser de três espécies: concurso
formal, concurso material e crime continuado.
A exata caracterização de cada um dos institutos é bastante
importante, pois isso influenciará na adoção do sistema de aplicação da
pena.
Três também são os sistemas de aplicação da pena:
•! Sistema do cúmulo material – Aqui, ao agente é aplicada a
pena correspondente ao somatório das penas relativas a cada
um dos crimes cometidos isoladamente. Foi adotado no que
tange ao concurso material (art. 69 do CP), no concurso
formal impróprio ou imperfeito (art. 70, caput, 2° parte) e no
concurso de penas de multa (art. 72 do CP);
•! Sistema da exasperação – Aplica-se ao agente somente
a pena da infração penal mais grave, acrescida de
determinado percentual. Foi acolhido no que se refere ao
concurso formal próprio ou perfeito (art. 70, caput, primeira
parte, do CP) e ao crime continuado (art. 71 do CP);
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•! Sistema da absorção – Aplica-se somente a pena da


infração penal mais grave, dentre todas as praticadas, sem
que haja qualquer aumento. Foi adotado
(jurisprudencialmente) em relação aos crimes falimentares.

2.2.! Espécies

2.2.1.! Concurso material (ou real) de crimes


Está regulado pelo art. 69 do CP:
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas

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privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação !
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena
privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais
será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado
cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e
sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Nesse fenômeno, o agente pratica duas ou mais condutas e produz


dois ou mais resultados. Pode ser homogêneo, quando todos os crimes
praticados são idênticos, ou heterogêneo, quando os crimes são
diferentes.
Esse cúmulo de penas deve ser aplicado pelo Juiz na hora da
sentença, se os processos tiverem sido reunidos por conexão, ou pelo Juiz
da execução, caso tenham sido aplicadas as penas em processos diversos
(nos termos do art. 66, III, a da LEP).
Se for imposta pena de reclusão a um dos crimes e de detenção a
outro, executa-se primeiramente a de reclusão, nos termos do art. 69,
caput, segunda parte, do CP.
Só será possível a aplicação de penas restritivas de direitos a um
dos crimes se em relação aos outros foi aplicada pena também restritiva
de direitos ou, em caso de ter sido aplicada pena privativa de liberdade,
esta foi suspensa (é o chamado sursis), nos termos do art. 69, § 1° do
CP.
As penas restritivas de direitos podem ser cumpridas
simultaneamente, desde que compatíveis. Assim, a pena de limitação de
final de semana não pode ser cumprida simultaneamente com outra
restritiva de direitos idêntica (limitação de final de semana), pois nesse
caso o agente estaria cumprindo apenas uma das penas (e pagando as
duas o malandro!). Entretanto, é plenamente possível o cumprimento
simultâneo de pena restritiva de direitos consistente em prestação de
69305692168

serviços à comunidade e outra consistente em prestação pecuniária ($$),


pois isso não importa em prejuízo a ninguém (nem ao Estado nem ao
infrator).
Só é possível a suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei
9.099/95) se o somatório das penas mínimas previstas para todos os
crimes for inferior a um ano. Assim, se o acusado praticou dois crimes em
concurso material, sendo a pena mínima de ambos estipulada em 03
meses de detenção, é possível a suspensão condicional do processo.

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2.2.2.! Concurso formal de crimes !

No concurso formal, ou ideal, o agente, mediante uma única


conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Nos termos do
art. 70 do CP:
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo
anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra
do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Primeiramente, deve ser esclarecido a vocês que deve haver


unidade de conduta e pluralidade de resultados. No entanto, a
unidade de conduta não significa unidade de atos, pois existem condutas
que podem ser fracionadas em diversos atos, como no caso de alguém
que mata outra pessoa com diversas pauladas na cabeça. Embora neste
caso haja diversos atos, há unidade de conduta.
O concurso formal será homogêneo se todos os crimes cometidos
mediante a conduta única forem idênticos, e será heterogêneo se os
crimes praticados forem diversos.
O concurso formal pode ser, ainda, perfeito ou imperfeito:
•! Concurso formal perfeito (próprio) – Aqui o agente
pratica uma única conduta e acaba por produzir dois
resultados, embora não pretendesse realizar ambos, ou
seja, não há desígnios autônomos (intenção de, com uma
única conduta, praticar dolosamente mais de um crime). Esse
tipo de concurso só pode ocorrer, portanto, entre crimes
culposos, ou entre um crime doloso e um ou vários crimes
culposos. Exemplo: Imaginem que Camila, dirigindo seu
Bugatti pelas ruas de São Paulo, em altíssima velocidade,
atropela, sem querer, um pedestre, que vem a óbito, e causa
69305692168

lesões graves em outro pedestre. Nesse caso, Camila


responde pelos crimes de homicídio culposo e lesão corporal
culposa em concurso formal, aplicando-se a ela a pena do
homicídio culposo (mais grave) acrescida de 1/6 até a
metade;
•! Concurso formal imperfeito (impróprio) – Aqui o agente
se vale de uma única conduta para, dolosamente,
produzir mais de um crime. Imaginem que, no exemplo
anterior, Camila desejasse matar o pedestre, antigo desafeto,
bem como lesionar o outro pedestre (sua ex-sogra). Assim,
com sua única conduta, Camila objetivou praticar ambos os
crimes, respondendo por ambos em concurso formal

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imperfeito, e lhe será aplica a pena de ambos !
cumulativamente (sistema do cúmulo material), pois esse
concurso formal é formal apenas no nome, já que deriva de
intenções (desígnios) autônomas, nos termos do art. 70,
segunda parte, do CP.

2.2.3.! Aplicação da pena no concurso formal


Via de regra, no concurso formal o sistema utilizado é o da
exasperação, utilizando-se como base a pena do crime mais grave,
aumentada (exasperada) de 1/6 até a metade (art. 70, primeira parte, do
CP).
O quantum do aumento (entre 1/6 e metade da pena usada como
base) será definido mediante a análise da quantidade de crimes
praticados. Se praticados poucos crimes, aplica-se o aumento mínimo; se
praticados diversos crimes mediante a única conduta, aplica-se o
aumento em seu montante máximo.
Trata-se, portanto, de uma fórmula de aplicação da pena que visa a
beneficiar o réu, em razão do menor desvalor de sua conduta.
Entretanto, se estivermos diante de concurso formal
imperfeito (impróprio), aplica-se a regra estabelecida pelo art. 70,
segunda parte, do CP, ou seja, o sistema do cúmulo material, pois
o agente se valeu de uma única conduta para praticar diversos crimes de
maneira dolosa, agindo com intenções autônomas (desígnios autônomos).
Há, ainda, a figura que se denominou de concurso material
benéfico, que ocorre quando o sistema da exasperação se mostra
prejudicial ao réu em relação ao sistema da cumulação.
EXPLICO: Imaginem que o agente tenha cometido homicídio
doloso simples (pena de 06 a 20 anos) e tenha, culposamente, mediante
a mesma conduta, lesionado levemente uma terceira pessoa, cometendo
o crime de lesões corporais culposas em concurso formal com o homicídio
(art. 129, § 6° do CP, pena de 02 meses a um ano de detenção).
Nesse exemplo acima, o sistema da exasperação é muito prejudicial
69305692168

ao réu. Imaginem que o infrator tenha sido condenado pelo crime de


homicídio a 10 anos de reclusão (crime mais grave). Nesse caso, pelo
sistema da exasperação, por ter havido concurso formal, essa pena deve
ser aumentada de 1/6 até a metade. Logo, a pena dele variará de 11
anos e 08 meses a 15 anos de reclusão (pena base + 1/6 e pena base +
metade). Pelo sistema do cúmulo material, como a pena de lesões
culposas é bem pequena, a pena do agente variaria de 10 anos e dois
meses a 11 anos de reclusão. Nesse caso, percebam, o sistema da
exasperação é prejudicial ao réu. Assim, a lei estabelece que, nesse caso,
ELE NÃO SE APLICA, aplicando-se o sistema do cúmulo material, pois o
sistema da exasperação foi criado para beneficiar o réu e não pode ser
aplicado quando resultar em prejuízo a ele. Nos termos do § único do art.
70 do CP:

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Art. 70 (...) !
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra
do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

2.2.4.! Crime continuado


Também conhecido como continuidade delitiva, é a espécie de
concurso de crimes na qual o agente pratica diversas condutas,
praticando dois ou mais crimes, que por determinadas condições, fazem
entender que todos fazem parte de uma única cadeia delitiva. Nos termos
do art. 71 do CP:
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar,
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser
havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer
caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Duas teorias buscam explicar este instituto:


•! Teoria da ficção jurídica – Para esta teoria, a
continuidade delitiva é uma ficção, pois, na verdade,
existem diversos crimes, tendo a Lei considerado os diversos
atos como apenas um crime, para fins de aplicação da pena.
Esta teoria foi desenvolvida por Francesco Carrara;
•! Teoria da realidade, ou da unidade real – Para esta teoria, o
crime continuado é, por sua própria natureza, um único delito,
não havendo que se falar em ficção jurídica.
69305692168

O nosso CP adotou a teoria da ficção jurídica, pois a


consideração dos diversos delitos como um único crime se dá apenas para
fins de aplicação da pena, tanto que, no que tange à prescrição, eles
são considerados crimes autônomos, nos termos do art. 119 do
CP:
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá
sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

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2.2.5.! Requisitos para a configuração do crime continuado !

A Doutrina entende serem três os requisitos do crime continuado:


a) pluralidade de condutas; b) pluralidade de crimes da mesma
espécie; e c) condições semelhantes de tempo, lugar, modo de
execução e outras semelhanças.
Há divergência doutrinária quanto à necessidade de haver ou não
unidade de desígnio.
A pluralidade de conduta decorre da redação do art. 71, que fala
em “mediante mais de uma ação ou omissão”.
A pluralidade de crimes causa polêmica. O que seriam crimes
da mesma espécie? A Doutrina e a Jurisprudência não são pacíficas.
Parte minoritária entende que crimes da mesma espécie são aqueles que
tutelam o mesmo bem jurídico. Assim, para essa corrente, furto,
estelionato, apropriação indébita, etc., seriam todos crimes da mesma
espécie, pois seriam todos “crimes contra o patrimônio”.
No entanto, a corrente que prevalece, inclusive no STJ, é a de
que crimes da mesma espécie são aqueles tipificados pelo mesmo
dispositivo legal, na forma simples, privilegiada ou qualificada,
consumados ou tentados. Assim, seriam crimes da mesma espécie
roubo e roubo qualificado.
Vejamos:

(...) Não há continuidade delitiva porque os crimes de falsificação de


documento público e falsidade ideológica não são da mesma espécie.
(...)
(AgRg no AREsp 311.775/SC, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
27/05/2014, DJe 03/06/2014)
69305692168

Entretanto, essa corrente entende que, além de serem tratados


no mesmo dispositivo legal, devem tutelar o mesmo bem jurídico.
Assim, roubo simples (art. 157) e latrocínio (art. 157, § 3° do CP) não
seriam crimes da mesma espécie, pois o latrocínio tutela, ainda, o direito
à vida, e não somente o patrimônio.
O STJ já solidificou este entendimento:

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(...) !
1. Os crimes de roubo e latrocínio, apesar de serem do mesmo gênero, não são
da mesma espécie. No crime de roubo, a conduta do agente ofende o
patrimônio. No delito de latrocínio, ocorre lesão ao patrimônio e à vida da
vítima, não havendo homogeneidade de execução na prática dos dois delitos,
razão pela qual tem aplicabilidade a regra do concurso material.
(...)
(HC 186.575/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 27/08/2013,
DJe 04/09/2013)

Por fim, a semelhança entre os delitos deve obedecer à conexão


de quatro gêneros: temporal, espacial, modal e ocasional.
A conexão temporal exige que os crimes tenham sido cometidos
na mesma época. Mesma época não implica mesmo momento. A
jurisprudência tem entendido que os crimes não podem ter sido
cometidos em um lapso temporal superior a 30 dias. No entanto, no que
se refere aos crimes contra a ordem tributária, o STF já entendeu que
pode haver continuidade delitiva desde que os delitos tenham sido
cometidos em lapso temporal não superior a 03 anos.
A conexão espacial indica que, para que seja considerada
continuidade delitiva, os crimes devem ser cometidos no mesmo local. A
Jurisprudência entende que a conexão espacial só estará presente se os
crimes forem cometidos na mesma cidade, ou, no máximo, na mesma
região metropolitana.
A conexão modal se verifica quando o agente pratica o crime
sempre da mesma maneira, seja pelo modo de execução, pela utilização
de comparsas, etc.
A conexão ocasional não possui previsão expressa na Lei, mas
parte da Doutrina a entende como a necessidade de que os primeiros
crimes tenham proporcionado uma ocasião que gerou a prática dos
crimes subsequentes.
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Com relação à unidade de desígnios, ou seja, a necessidade de que


todos os crimes praticados na verdade tenham sido partes de um único
projeto criminoso, a Doutrina é dividida, mas a maioria da Doutrina,
bem como a Jurisprudência, entendem ser necessária essa unidade
de desígnios, de forma que a mera reunião dos demais requisitos não
configura a continuidade delitiva se os crimes foram praticados de
maneira isolada, sem nenhum vínculo entre eles. Isso significa que a
maioria da Doutrina e a Jurisprudência adotam a teoria objetivo-
subjetiva, desprezando a teoria objetiva pura, que não prevê a

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necessidade de unidade de desígnios. !

2.2.6.! Aplicação da pena no crime continuado


Existem três espécies de crime continuado: simples, qualificado e
específico. Entretanto, em todos os casos se aplica o sistema da
exasperação.
No crime continuado simples, as penas dos delitos parcelares são as
mesmas. Exemplo: 10 furtos simples praticados em continuidade delitiva.
Nesse caso, aplica-se a pena de apenas um deles, acrescida de 1/6 a 2/3
(varia conforme a quantidade de delitos).
No crime continuado qualificado, as penas dos delitos praticados são
diferentes, de modo que se aplica a pena do mais grave deles, aumentada
de 1/6 a 2/3.
Por fim, o crime continuado específico está previsto no § único do
art. 71 do CP:
Art. 71 (...)
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, nos crimes dolosos cometidos com violência ou grave


ameaça à pessoa, sendo as vítimas diferentes, poderá o Juiz aplicar a
pena de um deles (ou a mais grave, se diversas), aumentada até o triplo.
Vejam que se adotou o mesmo sistema da exasperação, entretanto, o §
único previu um quantum maior a ser acrescido à pena-base. A lei não
estabelece a quantidade mínima nesse caso, mas a
Jurisprudência, inclusive o STF, entende que o mínimo aqui
também é de 1/6. 69305692168

Aqui também se aplica a regra do “concurso material benéfico”, ou


seja, se o sistema da exasperação se mostrar mais gravoso, deverá ser
aplicado o sistema do cúmulo material.

2.2.7.! Crime continuado e conflito de leis penais no tempo


Se durante a execução do crime continuado sobrevir lei nova, mais
gravosa ao réu, esta última é aplicada, pois o crime continuado se
considera praticado quando cessa a continuidade delitiva. Assim, sendo o
tempo do crime o momento em que cessa a continuidade, a lei nova
chegou a vigorar antes de sua consumação, aplicando-se a este, por ser a
lei vigente ao tempo do crime.
Este entendimento está, inclusive, sumulado pelo STF:

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;<=>?≅!ΑΒ!211 !
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME
PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA
CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.

2.2.8.! Crime continuado e prescrição


Nos crimes continuados, por haver mera ficção jurídica de crime
único, apenas para fins de aplicação da pena, a prescrição é calculada
em relação a cada crime isoladamente.
Entretanto, para o cálculo da prescrição RETROATIVA (a que
leva em consideração a pena “em concreto”), leva-se em conta a pena
mínima estabelecida para a pena-base, desprezando-se o acréscimo
que seria aplicado em decorrência da continuidade delitiva.
EXEMPLO: Se há dois furtos qualificados praticados em continuidade
delitiva (penas mínimas de dois anos), tendo a sentença aplicado a pena
mínima, por exemplo (02 anos), acrescida de determinado percentual
decorrente da continuidade delitiva (1/4), a prescrição é calculada tendo
por base a pena aplicada, mas sem computar o acréscimo decorrente da
continuidade delitiva (apenas 02 anos, e não 02 anos + ¼, que seria 02
anos e 06 meses).
Para termos uma ideia de como isso influencia a prescrição, se
utilizássemos os “dois anos e seis meses” como base para o cálculo da
prescrição retroativa, ela ocorreria em 08 anos, por força do art. 109, IV
do CP.
Como devemos considerar a pena aplicada, sem o acréscimo (02 anos), a
prescrição retroativa terá o prazo de 04 anos, por força do art. 109, V do
CP.

Esta previsão consta do verbete n° 497 da súmula do STF:


;<=>?≅!ΑΒ!692
QUANDO SE TRATAR DE CRIME CONTINUADO, A PRESCRIÇÃO REGULA-SE
69305692168

PELA PENA IMPOSTA NA SENTENÇA, NÃO SE COMPUTANDO O ACRÉSCIMO


DECORRENTE DA CONTINUAÇÃO.

2.2.9.! Aplicação da pena de multa no concurso de crimes


Assim prevê o art. 72 do CP:
Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e
integralmente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, o art. 72 do CP prevê a aplicação do sistema do


cúmulo material no que tange às penas de multa. Essa aplicação é
inquestionável no concurso material e no concurso formal.

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No entanto, no que se refere ao crime continuado, há forte !
divergência.
A primeira corrente (amplamente majoritária na Doutrina) entende
que esta regra também se aplica ao crime continuado, por não ter a Lei
feito qualquer distinção.
A segunda corrente (majoritária na Jurisprudência, inclusive
no STJ), entende que, nesse caso, não se aplica a regra do art. 72,
por ter a lei entendido que se trata de crime único, mediante
ficção jurídica.

Bons estudos!
Prof. Renan Araujo

3.! EXERCÍCIOS DA AULA

01 - (FGV - 2008 - PC-RJ - OFICIAL DE CARTÓRIO)


Com relação ao concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta.
a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
b) Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída
de um sexto a um terço.
c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste, salvo quando previsível o resultado mais
grave, caso que será aplicada a pena do crime mais grave.
d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime.
e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo
69305692168

menos, a ser tentado.

02 - (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME UNIFICADO)


Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede ajuda a Lara, amiga de
longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o crime, o
melhor horário, local etc. Após longas discussões de como poderia
executar seu intento da forma mais eficiente possível, a fim de não deixar
nenhuma pista, Sofia pede emprestado a Lara um facão. A amiga
prontamente atende ao pedido. Sofia despede-se agradecendo a ajuda e
diz que, se tudo correr conforme o planejado, executará o homicídio
naquele mesmo dia e assim o faz. No entanto, apesar dos cuidados, tudo
é descoberto pela polícia.

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A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria, !
assinale a afirmativa correta.
A) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a
agravante de o crime ter sido praticado contra ascendente. Lara, por sua
vez, é apenas partícipe do crime e deve responder por homicídio, sem a
presença da circunstância agravante.
B) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio,
incidindo, para ambas, a circunstância agravante de ter sido, o crime,
praticado contra ascendente.
C) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio.
Todavia, a agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente
somente incide em relação à Sofia.
D) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a
agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente. Lara, por sua
vez, é apenas partícipe do crime, mas a agravante também lhe será
aplicada.

03 - (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR)


Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que
A) coautores são aqueles que, atuando de forma idêntica, executam o
comportamento que a lei define como crime.
B) partícipe é aquele que, também praticando a conduta que a lei define
como crime, contribui, de qualquer modo, para a sua realização.
C) é possível a coautoria nos crimes de mão própria.
D) é admissível a coautoria nos crimes próprios, desde que o terceiro
conheça a especial condição do autor.
E) é inadmissível a participação nos crimes omissivos próprios.

04 - (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA - PROCESSUAL)


Maria, enfermeira, por ordem do médico João, ministrou veneno ao
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paciente, supondo tratar-se de um medicamento, ocasionando-lhe a


morte. Nesse caso,
A) não há concurso de agentes, mas apenas um autor mediato, pela
realização indireta do fato típico.
B) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria co-autora.
C) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria partícipe.
D) há concurso de agentes, figurando tanto João como Maria na condição
de autores.
E) há concurso de agentes, figurando Maria como autora e João como co-
autor.

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05 - (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA ADMINISTRATIVO) !
José instigou Pedro, agindo sobre a vontade deste, de forma a fazer
nascer neste a ideia da prática do crime. João prestou auxílio a Pedro,
emprestando-lhe uma arma para que pudesse executar o delito. José e
João são considerados, tecnicamente,
A) co-autores.
B) autores.
D) partícipe e co-autor, respectivamente.
E) co-autor e partícipe, respectivamente.

06 - (FCC - 2008 - MPE-CE - PROMOTOR DE JUSTIÇA)


Nos chamados crimes monossubjetivos,
A) o concurso de pessoas é eventual.
B) o concurso de pessoas só ocorre no caso de autoria mediata.
C) o concurso de pessoas é necessário.
D) não há concurso de pessoas.
E) há concurso de pessoas apenas na forma de participação.

07 - (FCC - 2011 - TRE-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA)
De acordo com o Código Penal brasileiro,
A) não há distinção entre autores, co-autores e partícipes, que incidem de
forma idêntica nas penas cominadas ao delito.
B) os autores, co-autores e partícipes incidem nas penas cominadas ao
delito na medida de sua culpabilidade.
C) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a
dos co-autores e partícipes.
D) ao autor principal e aos co-autores será obrigatoriamente imposta
pena mais alta que a dos partícipes. 69305692168

E) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito, sendo


que os co-autores e os partícipes terão obrigatoriamente a pena reduzida
de um sexto a um terço.

08 - (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO -


SEGURANÇA)
João instigou José a praticar um crime de roubo. Luiz forneceu-lhe a
arma. Pedro forneceu-lhe todas as informações sobre a residência da
vítima e sobre o horário em que esta ficava sozinha. No dia escolhido,
José, auxiliado por Paulo, ingressou na residência da vítima. José
apontou-lhe a arma, enquanto Paulo subtraiu-lhe dinheiro e jóias. Nesse
caso, são considerados partícipes APENAS

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A) Luiz e Pedro. !
B) João, Luiz, Pedro e Paulo.
C) João, Luiz e Pedro.
D) José, Pedro e João.
E) João, José, Luiz e Pedro.

09 - (FCC - 2011 - TRE-TO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA)
No concurso de pessoas,
A) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída
de metade.
B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
C) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena do crime cometido, reduzida de um a dois terços.
D) as circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam,
sejam, ou não, elementares do crime.
E) a instigação e o auxílio, em qualquer hipótese, são puníveis mesmo
que o crime não ocorra.

10 - (FCC – 2006 – BCB – ANALISTA)


Aquele que, sem praticar ato executório, concorre, de qualquer modo,
para a realização do crime, por ele responderá na condição de
a) coautor.
b) partícipe.
c) autor mediato.
d) coautor moral.
e) autor.
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11 - (FCC – 2010 – SEFIN/RO – AUDITOR-FISCAL)


José, sabendo que seu desafeto Paulo estava andando de bicicleta numa
estrada estreita, instiga João, motorista do veículo em que se encontrava,
a imprimir ao veículo velocidade elevada, na esperança de que Paulo
venha a ser atropelado. João passa a correr em alta velocidade e atropela
Paulo, mais adiante, ocasionado-lhe a morte. Nesse caso, ambos
responderão pelo crime, sendo que
a) ambos responderão por culpa.
b) José responderá por culpa e João por dolo eventual.
c) Jose responderá por dolo eventual e João por culpa.
d) ambos responderão por dolo eventual.

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e) José responderá por dolo direito e João por dolo eventual. !

12 - (FCC – 2012 – ISS/SP – AFTM)


A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que
a) a importância da participação não influi na pena a ser imposta.
b) não é possível participação por omissão em crime comissivo.
c) é possível a participação em crime omissivo puro.
d) não pode haver participação em contravenção.
e) é possível participação dolosa em crime culposo.
13 - (FCC – 2009 – DPE/MA – DEFENSOR PÚBLICO)
Os requisitos para a ocorrência do concurso de pessoas no cometimento
de crime são:
a) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o
comportamento do partícipe e o resultado do crime e vínculo objetivo-
subjetivo entre autor e partícipe.
b) presença física de autor e partícipe, nexo de causalidade entre o
comportamento do coautor e o resultado do crime; vínculo subjetivo entre
autor e partícipe e identidade do crime.
c) presença física de autor e partícipe, pluralidade de comportamentos,
nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado do
crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime.
d) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o
comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo objetivo entre
autor e partícipe e identidade do crime.
e) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o
comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo subjetivo
entre autor e partícipe e identidade do crime.

14 - (FCC – 2012 – TJ/GO – JUIZ ESTADUAL)


69305692168

Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que


a) nos crimes plurissubjetivos o concurso é eventual.
b) a autoria mediata configura coautoria.
c) nos crimes funcionais a condição de servidor público do autor não se
comunica ao partícipe não funcionário, se este desconhecia a condição
daquele.
d) a participação de menor importância constitui circunstância atenuante,
a ser considerada na segunda etapa do cálculo da pena.
e) as mesmas penas deverão ser aplicadas a todos os coautores e
partícipes.

15 - (FCC – 2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


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A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar: !
a) Para fins de aplicação da pena no concurso de pessoas é irrelevante
que a participação tenha sido de menor importância.
b) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena do crime mais grave.
c) É possível a participação em crime comissivo puro.
d) As condições e circunstâncias pessoais comunicam-se entre os
coautores e partícipes quando não forem elementares do crime.
e) Pode ocorrer participação culposa em crime doloso ou participação
dolosa em crime culposo.

16 - (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE


REGISTROS - PROVIMENTO)
Necessariamente, autores e partícipes recebem
a) penas idênticas.
b) penas, respectivamente, mais e menos graves.
c) penas, respectivamente, menos e mais graves.
d) penas igualmente graves, mas de espécies distintas.
e) penas igualmente graves, salvo se diversa for sua culpabilidade.
!
17 - (FCC - 2013 - DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO)
Se alguém instiga outrem a surrar inimigo comum, mas o instigado se
excede e mata a vítima, é correto afirmar que
a) a conduta do partícipe é atípica.
b) o partícipe poderá responder por lesão corporal, sem qualquer
aumento de pena, se não podia prever o resultado morte.
c) o partícipe poderá responder por homicídio doloso, mas fará jus,
necessariamente, ao reconhecimento da participação de menor
importância. 69305692168

d) o partícipe poderá responder por lesão corporal, com a pena


aumentada até um terço, se previsível o resultado letal.
e) o partícipe não poderá responder por homicídio doloso, mesmo que
tenha assumido o risco do resultado morte.

18 - (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Indivíduos que são alcançados pela lei penal, não porque tenham
praticado uma conduta ajustável a uma figura delitiva, mas porque,
executando atos sem conotação típica, contribuíram, objetivamente e
subjetivamente, para a ação criminosa de outrem
a) não são punidos por atipicidade da conduta.

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b) são coautores e incidem na mesma pena cabível ao autor do crime. !
c) são concorrentes de menor importância e têm a pena diminuída de um
sexto a um terço.
d) são considerados partícipes e incidem nas penas cominadas ao crime,
na medida de sua culpabilidade.
e) podem ser coautores ou partícipes e a pena, em qualquer caso, é
diminuída de um terço.

19 - (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO)


No que tange ao concurso de pessoas nos crimes de corrupção ativa e
passiva, o Código Penal adotou a teoria
a) monista.
b) causal.
c) dualista.
d) pluralística.

20 - (VUNESP – 2002 – SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS)


No crime de concussão, a circunstância de ser um dos agentes funcionário
público:
a) não é elementar, não se comunicado, portanto, ao concorrente
particular.
b) é elementar, mas não se comunica ao concorrente particular.
c) é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, ainda que este
desconheça a condição daquele.
d) é elementar comunicando-se ao concorrente particular, este conhecia a
condição daquele.
e) não é elementar, comunicando-se, em qualquer situação ao
concorrente particular.
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21 - (FUNIVERSA – 2009 – PC/DF – AGENTE)


No concurso de pessoas, o Código Penal diferencia o “co-autor” do
“partícipe”, propiciando ao juiz que aplique a pena conforme o juízo de
reprovação social que cada um merece, em respeito ao princípio
constitucional da individualização da pena (art. 5º, XLVI da Constituição
Federal). Relativamente ao concurso de pessoas, assinale a alternativa
incorreta.
(A) A pessoa que conduz um inimputável à prática de uma conduta
delituosa responde pelo resultado na condição de autor mediato.
(B) Na autoria colateral, há divisão de tarefas para a obtenção de um
resultado comum.

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(C) Quanto à natureza jurídica do concurso de agentes, o Código Penal !
adotou a teoria unitária ou monista.
(D) Admite-se a co-autoria no crime culposo.
(E) As circunstâncias objetivas comunicam-se, desde que o co-autor e o
partícipe delas tenham conhecimento

22 - (FUNIVERSA – 2013 – PM/DF – SOLDADO COMBATENTE)


Um adulto e dois menores resolveram praticar o crime chamado
popularmente de “sequestro relâmpago” e dividir o produto do crime. O
adulto levou os menores, em seu carro, ao local para a realização do
crime e retornou para a sua casa. Os menores abordaram uma vítima que
estava entrando em seu veículo e a levaram consigo, deixando-a na
rodovia mais próxima trinta minutos depois. Saíram do local na posse do
veículo subtraído e, posteriormente, venderam-no para outro grupo de
receptadores. A respeito da situação hipotética, assinale a alternativa
correta.
(A) No fato, não há concurso de agentes, uma vez que os dois menores
foram os responsáveis por abordar a vítima.
(B) O sujeito ativo do crime, o adulto, está amparado pela excludente de
ilicitude, uma vez que apenas dirigiu seu carro e retornou para casa, não
tendo abordado a vítima em conjunto com os menores.
(C) No caso, há tipicidade e culpabilidade na conduta do adulto, bem
como é o caso de concurso de pessoas, mesmo tendo sido o crime
praticado em companhia de inimputáveis.
(D) Há uma excludente de culpabilidade do adulto, uma vez que a
reprovação da sua conduta deve ser menor que a dos dois menores.
(E) Não haverá a punibilidade do adulto, em função de o fato praticado
pelos menores ser excludente de culpabilidade.

23 - (FUNIVERSA – 2009 – PC/DF – DELEGADO)


Em cada uma das alternativas a seguir, há uma situação hipotética
69305692168

seguida de uma afirmação que deve ser julgada. Assinale a alternativa


em que a afirmação está correta.
(A) João e José, matadores profissionais, colocam-se combinadamente
em um desfiladeiro, cada qual de um lado, esperando Pedro passar para
eliminá-lo. Quando Pedro se aproxima, os dois disparam, matando-o.
Nessa situação hipotética, caso seja impossível verificar quem foi o
responsável pelo disparo que o matou, ambos responderão em autoria
colateral por homicídio tentado.
(B) Caio colocou-se no quintal de uma casa para vigiar a rua enquanto
seus comparsas invadiam o lugar para subtrair bens. Dentro da casa, um
dos invasores surpreendeu a todos ao sacar uma arma e matar o

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proprietário. Nessa situação hipotética, todos os envolvidos responderão !
pelo latrocínio, mas não haverá aumento de pena para Caio.
(C) Dora resolveu matar seu filho recém-nascido logo após o parto. Para
tanto, recebeu ajuda de Carmem, enfermeira do hospital. Nessa situação
hipotética, segundo a doutrina majoritária, por ser o estado puerperal
uma circunstância incomunicável, Dora responderá por infanticídio
enquanto Carmem responderá por homicídio doloso.
(D) Henrique, desejando matar seu pai, equivocou-se e matou seu irmão.
Nessa situação hipotética, é correto afirmar que Henrique responderá por
fratricídio.
(E) Paulo pretendia matar seu desafeto André, que estava em um show
acompanhado da esposa, Marta. Ciente de que poderia acertar Marta,
Paulo disparou contra André acertando-o letalmente e ferindo Marta
levemente. Nessa situação hipotética, considerando que Paulo disparou
uma única vez, é correto afirmar que ele responderá pelos delitos de
homicídio e lesão corporal leve em concurso formal imperfeito.

24 - (FCC – 2013 – TRT1 – JUIZ)


Quanto aos demais agentes do crime, o parentesco entre o autor e a
vítima;
a) comunica-se, desde que elementar ao tipo.
b) comunica-se sempre, desde que por aqueles conhecido.
c) comunica-se para agravamento genérico da pena concreta.
d) comunica-se para atenuação genérica da pena concreta.
e) não se comunica em qualquer hipótese.

25 - (FCC – 2014 – METRÔ-SP – ADVOGADO)


Joaus, Joseh e Pedrus acertaram, mediante prévio ajuste, a prática de um
crime de furto qualificado em residência. Pedrus escolheu a residência e
emprestou seu veículo para o transporte dos objetos furtados. Joaus
arrombou a porta da residência indicada por Pedrus e entrou. Joseh
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entrou em seguida. Joaus e Joseh recolheram todos os objetos de valor,


colocaram no veículo e fugiram do local. Nesse caso,
a) Joaus, Joseh e Pedrus foram coautores.
b) Joaus foi autor, Joseh partícipe e Pedrus autor mediato.
c) Joaus e Joseh foram partícipes e Pedrus foi autor imediato.
d) Joaus, Joseh e Pedrus foram autores.
e) Joaus e Joseh foram coautores e Pedrus partícipe.

26 - (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO)


No concurso de pessoas,

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a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para ! o
mesmo fim, conhecendo a conduta alheia.
b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para
todos os concorrentes.
c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para
a atividade delituosa de outrem, dispensada a prévia combinação entre
eles.
d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.
e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.

27 - (FCC – 2014 – TJ-CE – JUIZ)


Em tema de concurso de pessoas, é possível afirmar que
a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa,
responderá pelo crime menos grave que quis participar, mas sempre com
aumento da pena.
b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora
desnecessária a prévia combinação.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são puníveis,
se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
ainda que elementares do crime.
e) a participação de menor importância constitui causa geral de
diminuição da pena, incidindo na segunda etapa do cálculo.

28 - (FCC – 2015 – CNMP – ANALISTA)


No concurso de pessoas,
a) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste, essa pena será aumentada de 1/3 a 2/3, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
69305692168

este cominadas, na medida de sua periculosidade.


c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime.
d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega a ser
consumado.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída
até metade.

29 - (FUNCAB – 2012 – PC-RJ – DELEGADO)

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Alfredo, querendo matar Epaminondas, sobe até o terraço de um prédio !
portando um rifle de alta precisão, com silencioso e mira telescópica. Sem
ser visto, constata a presença de Gildenis, outro atirador, em prédio
vizinho, armado com uma escopeta, também preparado para matar a
mesma vítima, tendo Alfredo percebido sua intenção. Quando
Epaminondas atravessa a rua, ambos começam a atirar, vindo a vítima a
morrer em face, unicamente, dos disparos efetuados por Gildenis.
Analisando o caso concreto, leia as assertivas a seguir:
I. Há, no caso, autoria colateral incerta.
II. Alfredo e Gildenis devem responder por homicídio consumado,
inobstante o disparo fatal ter sido produzido unicamente pela arma de
Gildenis.
III. Tanto Alfredo, quanto Gildenis, agiam em concurso de pessoas.
IV. Alfredo é o autor direto e Gildenis o autor mediato.
Agora, assinale a opção que contempla a(s) assertiva(s) verdadeira(s).
a) Apenas a I.
b) Apenas a II.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I e II.
e) I, II, III e IV.

30 - (FGV - 2014 - DPE-DF - ANALISTA - ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA)
Maria foi condenada pela prática do crime de estelionato cometido contra
entidade de direito público (§ 3º do Artigo 171 do CP) em concurso
material com o crime de falsidade documental (Art. 298 do CP). De
acordo com a sentença condenatória, Maria teria apresentado declaração
falsa com assinatura atribuída a determinado servidor público em que
este último reconheceria a existência de união estável entre ambos. Com
isso, Maria passou a receber pensão por morte, como dependente do
aludido funcionário público. 69305692168

Exclusivamente sob o prisma do concurso de crimes, a sentença:


a) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a existência
de concurso formal entre as condutas atribuídas a Maria, já que ela não
as teria realizado com desígnios autônomos.
b) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a existência
de crime continuado entre as condutas atribuídas a Maria, já que ela as
teria realizado nas mesmas circunstâncias de tempo, lugar e modo de
execução.
c) está correta ao condenar Maria pela prática de ambos os crimes, em
concurso material, pois a conduta realizada ofendeu dois bens jurídicos
distintos.

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d) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a absorção !
do crime de falsidade documental pelo crime de estelionato, uma vez que
aquele se exauriu neste último, sem mais potencialidade lesiva.
e) está incorreta, pois o magistrado deveria ter condenado Maria apenas
pela prática do crime de falsidade documental, já que o crime de
estelionato, neste caso, configura mero exaurimento do falso.

31 - (FGV - 2014 - DPE-DF - ANALISTA - ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA)
Chico furtou duas camisas em determinada loja de departamentos. Ao
deixar a loja, o alarme soou e Chico acabou sendo preso, processado e
condenado pela prática do crime tipificado no Artigo 155 do Código Penal.
O magistrado, ao realizar a dosimetria da pena, fixou a pena base em 2
(dois) anos de reclusão e, considerando que as duas camisas foram
furtadas nas mesmas circunstâncias de tempo, lugar e modo de
execução, aplicou a regra prevista no Artigo 71 do Código Penal e
aumentou a pena em mais 6 (seis) meses, tornando-a definitiva em 2
(dois) anos e 4 (quatro) meses de reclusão. Entre a data do recebimento
da denúncia e a da sentença condenatória passaram-se mais de 4
(quatro) anos, e o magistrado acabou por reconhecer, na própria
sentença condenatória, a extinção da punibilidade pela prescrição. Sobre
a sentença, pode-se afirmar que:
a) está incorreta quanto à continuidade delitiva, porque Chico praticou
crime único, mas a prescrição deve ser reconhecida.
b) está incorreta, porque Chico praticou dois crimes, em concurso
material.
c) está correta quanto à continuidade delitiva, mas incorreta quanto ao
reconhecimento da prescrição.
d) está correta quanto à continuidade delitiva e quanto ao
reconhecimento da prescrição.
e) está incorreta, porque Chico praticou dois crimes, em concurso formal,
mas a prescrição deve ser reconhecida. 69305692168

32 - (FGV - 2014 - DPE-RJ - TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO)


Quanto ao âmbito de incidência do crime continuado e sua caracterização,
é correto afirmar que :
a) a lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao crime
permanente, mesmo se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência.
b) a superveniência da Lei nº 12.015/2009 não tornou possível o
reconhecimento da continuidade delitiva dos antigos delitos de estupro e
atentado violento ao pudor, ainda que praticados nas mesmas
circunstâncias de tempo, modo e local e contra a mesma vítima.
c) na aplicação da pena privativa de liberdade, o aumento decorrente de
concurso formal ou de crime continuado não incide sobre a pena-base,
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mas sobre a pena acrescida por circunstância qualificadora ou causa !
especial de aumento.
d) a majoração derivada de concurso formal ou ideal de delitos deve
incidir sobre a pena-base, e não sobre aquela a que já se ache acrescido
o quantum resultante da aplicação das causas especiais de aumento.
e) no crime continuado, a redução do prazo de prescrição por causa da
menoridade se dá quanto a todos os crimes que compõem a ficção
jurídica, ainda que seu reconhecimento alcance delitos praticados depois
de completar vinte e um anos de idade.

33 - (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VI -


PRIMEIRA FASE)
Otelo objetiva matar Desdêmona para ficar com o seguro de vida que
esta havia feito em seu favor. Para tanto, desfere projétil de arma de fogo
contra a vítima, causando-lhe a morte. Todavia, a bala atravessa o corpo
de Desdêmona e ainda atinge Iago, que passava pelo local, causando-lhe
lesões corporais. Considerando-se que Otelo praticou crime de homicídio
doloso qualificado em relação a Desdêmona e, por tal crime, recebeu
pena de 12 anos de reclusão, bem como que praticou crime de lesão
corporal leve em relação a Iago, tendo recebido pena de 2 meses de
reclusão, é correto afirmar que
a) o juiz deverá aplicar a pena mais grave e aumentá-la de um sexto até
a metade.
b) o juiz deverá somar as penas.
c) é caso de concurso formal homogêneo.
d) é caso de concurso formal impróprio.

34 - (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V -


PRIMEIRA FASE)
As regras do concurso formal perfeito (em que se adota o sistema da
exasperação da pena) foram adotadas pelo Código Penal com o objetivo
69305692168

de beneficiar o agente que, mediante uma só conduta, praticou dois ou


mais crimes. No entanto, quando o sistema da exasperação for prejudicial
ao acusado, deverá prevalecer o sistema do cúmulo material (em que a
soma das penas será mais vantajosa do que o aumento de uma delas
com determinado percentual, ainda que no patamar mínimo).
A essa hipótese, a doutrina deu o nome de
a) concurso material benéfico.
b) concurso formal imperfeito.
c) concurso formal heterogêneo.
d) exasperação sui generis.

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35 - (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - II ! -
PRIMEIRA FASE)
Com relação ao concurso de delitos, é correto afirmar que:
a) no concurso de crimes as penas de multa são aplicadas distintamente,
mas de forma reduzida.
b) o concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de uma
ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes com dependência fática e
jurídica entre estes.
c) o concurso formal perfeito, também conhecido como próprio, ocorre
quando o agente, por meio de uma só ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes idênticos, caso em que as penas serão somadas.
d) o Código Penal Brasileiro adotou o sistema de aplicação de pena do
cúmulo material para os concursos material e formal imperfeito, e da
exasperação para o concurso formal perfeito e crime continuado.

36 - (FGV - 2010 - PC-AP - DELEGADO DE POLÍCIA)


Relativamente ao concurso de crimes, analise as afirmativas a seguir.
I. A pena será ainda agravada em relação ao agente que promove, ou
organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes.
II. A pena será ainda agravada em relação ao agente que coage ou induz
outrem à execução material do crime.
III. A pena será ainda agravada em relação ao agente que instiga a
cometer o crime alguém não-punível em virtude de condição.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
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37 - (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM)


Maria Joaquina, empregada doméstica de uma residência, profundamente
apaixonada pelo vizinho Fernando, sem que este soubesse, escuta sua
conversa com uma terceira pessoa acordando o furto da casa em que ela
trabalha durante os dias de semana à tarde. Para facilitar o sucesso da
operação de seu amado, ela deixa a porta aberta ao sair do trabalho.
Durante a empreitada criminosa, sem saber que a porta da frente se
encontrava destrancada, Fernando e seu comparsa arrombam a porta dos
fundos, ingressam na residência diversos objetos.
Diante desse quadro fático, assinale a opção que apresenta a correta
responsabilidade penal de Maria Joaquina.

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a) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade de !
partícipe, eis que contribuiu de alguma forma para o sucesso da
empreitada criminosa ao não denunciar o plano.
b) Deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso de
agentes, afastada a qualificadora do rompimento de obstáculo, por esta
não se encontrar na linha de seu conhecimento.
c) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua
participação irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa.
d) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro.

38 - (FGV – 2014 – OAB – XV EXAME DE ORDEM)


Roberto estava dirigindo seu automóvel quando perdeu o controle da
direção e subiu a calçada, atropelando dois pedestres que estavam
parados num ponto de ônibus. Nesse contexto, levando-se em
consideração o concurso de crimes, assinale a opção correta, que
contempla a espécie em análise:
a) concurso material.
b) concurso formal próprio ou perfeito.
c) concurso formal impróprio ou imperfeito.
d) crime continuado.

39 - (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO)


Analise detidamente as seguintes situações:
Casuística 1: Amarildo, ao chegar a sua casa, constata que sua filha foi
estuprada por Terêncio. Imbuído de relevante valor moral, contrata
Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida do estuprador. O serviço
é regularmente executado.
Casuística 2: Lucas concorre para um infanticídio auxiliando Julieta,
parturiente, a matar o nascituro – o que efetivamente acontece. Lucas
sabia, desde o início, que Julieta estava sob a influência do estado
69305692168

puerperal.
Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre o
concurso de pessoas (concursus delinquentium), é correto afirmar que
A) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e
Ronaldo pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe. No exemplo
2, Lucas e Julieta responderão pelo crime de infanticídio.
B) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e
Ronaldo pelo crime de homicídio simples (ou seja, sem privilégio pelo fato
de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, Lucas, que
não está influenciado pelo estado puerperal, responderá por homicídio, e
Julieta pelo crime de infanticídio.

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C) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado ! e
Ronaldo pelo crime de homicídio simples (ou seja, sem privilégio pelo fato
de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, tanto
Lucas quanto Julieta responderão pelo crime de homicídio (ele na
modalidade simples, ela na modalidade privilegiada em razão da
influência do estado puerperal).
D) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e
Ronaldo pelo crime de homicídio qualificado pelo motivo fútil. No exemplo
2, Lucas, que não está influenciado pelo estado puerperal, responderá por
homicídio e Julieta pelo crime de infanticídio.

40 - (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII -


PRIMEIRA FASE)
Zenão e Górgias desejam matar Tales. Ambos sabem que Tales é pessoa
bastante metódica e tem a seguinte rotina ao chegar no trabalho: pega
uma xícara de café na copa, deixa-a em cima de sua bancada
particular, vai a outra sala buscar o jornal e retorna à sua bancada
para lê-lo, enquanto degusta a bebida. Aproveitando-se de tais dados,
Zenão e Górgias resolvem que executarão o crime de homicídio
através de envenenamento. Para tanto, Zenão, certificando-se que
não havia ninguém perto da bancada de Tales, coloca na bebida
0,1 ml de poderoso veneno. Logo em seguida chega Górgias, que
também verifica a ausência de qualquer pessoa e adiciona ao café mais
0,1 ml do mesmo veneno poderoso. Posteriormente, Tales retorna
à sua mesa e senta-se confortavelmente na cadeira para degustar
o café lendo o jornal, como fazia todos os dias. Cerca de duas horas
após a ingestão da bebida, Tales vem a falecer. Ocorre que toda a
conduta de Zenão e Górgias foi filmada pelas câmeras internas presentes
na sala da vítima, as quais eram desconhecidas de ambos, razão pela
qual a autoria restou comprovada. Também restou comprovado que
Tales somente morreu em decorrência da ação conjunta das duas
doses de veneno, ou seja, somente 0,1 ml da substância não seria
capaz de provocar o resultado morte. Com base na situação descrita, é
69305692168

correto afirmar que


a) caso Zenão e Górgias tivessem agido em concurso de pessoas,
deveriam responder por homicídio qualificado doloso consumado.
b) mesmo sem qualquer combinação prévia, Zenão e Górgias
deveriam responder por homicídio qualificado doloso consumado.
c) Zenão e Górgias, agindo em autoria colateral, deveriam responder
por homicídio culposo.
d) Zenão e Górgias, agindo em concurso de pessoas, deveriam
responder por homicídio culposo.

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4.! EXERCÍCIOS COMENTADOS !

01 - (FGV - 2008 - PC-RJ - OFICIAL DE CARTÓRIO)


Com relação ao concurso de pessoas, assinale a afirmativa
incorreta.
a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
b) Se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída de um sexto a um terço.
c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste, salvo quando previsível o
resultado mais grave, caso que será aplicada a pena do crime mais
grave.
d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime.
e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime
não chega, pelo menos, a ser tentado.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Item certo, na forma do art. 29 do CP.
B) CORRETA: Item correto, pois se trata de previsão contida no §1º do
art. 29 do CP.
C) ERRADA: Aqui temos o que se chama de COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE
DISTINTA. Neste caso, o agente que quis participar do crime MENOS
GRAVE responderá sempre por ESTE CRME. Contudo, se for previsível a
ocorrência do crime mais grave, este agente terá a sua pena (relativa ao
crime MENOS GRAVE) aumentada até a metade, nos termos do art. 29,
§2º do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) 69305692168

(...)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
D) CORRETA: Item correto, previsão expressa no art. 30 do CP.
E) CORRETA: Item correto, pois no Direito Penal pátrio não se pune a fase
anterior à execução do delito, chamada de cogitatio, nos termos do art.
31 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA ERRADA É A LETRA C.
02 - (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME UNIFICADO)

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Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede ajuda a Lara, amiga !
de longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o
crime, o melhor horário, local etc. Após longas discussões de
como poderia executar seu intento da forma mais eficiente
possível, a fim de não deixar nenhuma pista, Sofia pede
emprestado a Lara um facão. A amiga prontamente atende ao
pedido. Sofia despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo
correr conforme o planejado, executará o homicídio naquele
mesmo dia e assim o faz. No entanto, apesar dos cuidados, tudo é
descoberto pela polícia.
A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da
autoria, assinale a afirmativa correta.
A) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a
agravante de o crime ter sido praticado contra ascendente. Lara,
por sua vez, é apenas partícipe do crime e deve responder por
homicídio, sem a presença da circunstância agravante.
B) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de
homicídio, incidindo, para ambas, a circunstância agravante de ter
sido, o crime, praticado contra ascendente.
C) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de
homicídio. Todavia, a agravante de ter sido, o crime, praticado
contra ascendente somente incide em relação à Sofia.
D) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com
a agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente.
Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime, mas a agravante
também lhe será aplicada.
COMENTÁRIOS: A teoria restritiva sustenta a tese de que autor do delito
é aquele que pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal (no caso
em tela, o verbo “matar”), sendo partícipes todos aqueles que, não
praticando a conduta descrita no núcleo do tipo, prestam algum tipo de
auxílio (moral ou material).
No caso em tela, apenas Sofia praticou a conduta descrita no núcleo do
69305692168

tipo penal (matar), de forma que apenas esta é considerada AUTORA do


delito.
Lara, por sua vez, não é considerada autora do delito, mas PARTÍCIPE,
por ter prestado auxílio material (emprestando a faca) à Sofia.
Com relação à agravante (de ter sido praticado contra ascendente), esta
não é extensível à Lara, pois se trata de circunstância agravante de
caráter pessoal, aplicável apenas ao infrator que possui laço de
parentesco com a vítima, nos termos do art. 65, II, e, C/C art. 30 do CP:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
(...)

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II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de !
11.7.1984)
(...)
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
[...]
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

03 - (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR)


Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que
A) coautores são aqueles que, atuando de forma idêntica,
executam o comportamento que a lei define como crime.
ERRADA: Embora seja coautor todo aquele que pratica o comportamento
definido como crime, não é necessário que a conduta seja idêntica, pois
pode haver hipótese de coautoria funcional, na qual os agentes praticam
condutas diversas, que se complementam.
B) partícipe é aquele que, também praticando a conduta que a lei
define como crime, contribui, de qualquer modo, para a sua
realização.
ERRADA: O partícipe não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo;
C) é possível a coautoria nos crimes de mão própria.
ERRADA: Nos crimes de mão própria não se admite coautoria, em razão
de o crime dever ser praticado especificamente por determinada pessoas;
D) é admissível a coautoria nos crimes próprios, desde que o
terceiro conheça a especial condição do autor.
CORRETA: Nos crimes próprios é plenamente possível a coautoria, desde
que o outro agente tenha pleno conhecimento da condição do outro
coautor.
E) é inadmissível a participação nos crimes omissivos próprios.
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ERRADA: Nos crimes omissivos próprios se admite a participação moral,


quando, por exemplo, alguém induz outra pessoa a se omitir.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

04 - (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA - PROCESSUAL)


Maria, enfermeira, por ordem do médico João, ministrou veneno
ao paciente, supondo tratar-se de um medicamento,
ocasionando-lhe a morte. Nesse caso,
A) não há concurso de agentes, mas apenas um autor mediato,
pela realização indireta do fato típico.

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B) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria co-!
autora.
C) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria
partícipe.
D) há concurso de agentes, figurando tanto João como Maria na
condição de autores.
E) há concurso de agentes, figurando Maria como autora e João
como co-autor.
COMENTÁRIOS: Nesse caso, há autoria mediata, pois o Médico João se
valeu de uma pessoa sem culpabilidade (obediência hierárquica) para
praticar um delito. Assim, não há que se falar em concurso de agentes, de
forma que A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

05 - (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA ADMINISTRATIVO)


José instigou Pedro, agindo sobre a vontade deste, de forma a
fazer nascer neste a idéia da prática do crime. João prestou
auxílio a Pedro, emprestando-lhe uma arma para que pudesse
executar o delito. José e João são considerados, tecnicamente,
A) co-autores.
B) autores.
C) Partícipes.
D) partícipe e co-autor, respectivamente.
E) co-autor e partícipe, respectivamente.
COMENTÁRIOS: Nesse caso, ambos apenas auxiliaram (moralmente e
materialmente) o autor a praticar o delito, motivo pelo qual são
considerados partícipes do crime.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

06 - (FCC - 2008 - MPE-CE - PROMOTOR DE JUSTIÇA)


Nos chamados crimes monossubjetivos,
69305692168

A) o concurso de pessoas é eventual.


B) o concurso de pessoas só ocorre no caso de autoria mediata.
C) o concurso de pessoas é necessário.
D) não há concurso de pessoas.
E) há concurso de pessoas apenas na forma de participação.
COMENTÁRIOS: Nos crimes monossubjetivos, em regra o delito é
praticado por um único agente, não sendo necessária a pluralidade de
agentes. Portanto, nestes crimes (que são a regra), o concurso de
agentes é meramente eventual.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

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07 - (FCC - 2011 - TRE-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA !
JUDICIÁRIA)
De acordo com o Código Penal brasileiro,
A) não há distinção entre autores, co-autores e partícipes, que
incidem de forma idêntica nas penas cominadas ao delito.
B) os autores, co-autores e partícipes incidem nas penas
cominadas ao delito na medida de sua culpabilidade.
C) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais
alta que a dos co-autores e partícipes.
D) ao autor principal e aos co-autores será obrigatoriamente
imposta pena mais alta que a dos partícipes.
E) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito,
sendo que os co-autores e os partícipes terão obrigatoriamente a
pena reduzida de um sexto a um terço.
COMENTÁRIOS: Com relação à punibilidade de cada um dos
participantes do evento criminoso, o CP prevê que cada um seja punido
de acordo com sua culpabilidade, não estabelecendo, em abstrato, penas
mais graves para um ou para outro, bem como não estabelecendo que as
penas devam ser idênticas. Nos termos do art. 29 do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

08 - (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO -


SEGURANÇA)
João instigou José a praticar um crime de roubo. Luiz forneceu-
lhe a arma. Pedro forneceu-lhe todas as informações sobre a
residência da vítima e sobre o horário em que esta ficava
sozinha. No dia escolhido, José, auxiliado por Paulo, ingressou na
residência da vítima. José apontou-lhe a arma, enquanto Paulo
subtraiu-lhe dinheiro e jóias. Nesse caso, são considerados
69305692168

partícipes APENAS
A) Luiz e Pedro.
B) João, Luiz, Pedro e Paulo.
C) João, Luiz e Pedro.
D) José, Pedro e João.
E) João, José, Luiz e Pedro.
COMENTÁRIOS: João e Luiz são partícipes, pois auxiliaram José a
cometer o crime, o primeiro, moralmente, e o segundo, materialmente.
Pedro por sua vez, também é partícipe, pois forneceu informações ao
autor do crime, auxiliando-o materialmente. Já Paulo e José são autores

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do crime, pois praticaram a conduta descrita no núcleo do tipo e roubo !
(art. 157 do CP).
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

09 - (FCC - 2011 - TRE-TO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA


JUDICIÁRIA)
No concurso de pessoas,
A) se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída de metade.
B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
C) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos
grave, ser-lhe-á aplicada a pena do crime cometido, reduzida de
um a dois terços.
D) as circunstâncias e as condições de caráter pessoal se
comunicam, sejam, ou não, elementares do crime.
E) a instigação e o auxílio, em qualquer hipótese, são puníveis
mesmo que o crime não ocorra.
COMENTÁRIOS: Com relação à punibilidade de cada um dos
participantes do evento criminoso, o CP prevê que cada um seja punido
de acordo com sua culpabilidade, não estabelecendo, em abstrato, penas
mais graves para um ou para outro. Nos termos do art. 29 do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Na participação de menor importância, a pena é diminuída de um sexto a
um terço, não de metade (art. 29, § 1° do CP). Além disso, quando o
agente quis participar de crime menos grave (tendo outro agente
cometido um crime mais grave), aplica-se ao primeiro a pena do crime
previsto (NÃO A DO CRIME COMETIDO!), aumentada até a metade, CASO
FOSSE PREVISÍVEL A PRÁTICA DO CRIME MAIS GRAVE (art. 29, § 2° do
CP).
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A cooperação dolosamente distinta, também chamada de “participação


em crime menos grave”, ocorre quando ambos os agentes decidem
praticar determinado crime, mas durante a execução, um deles decide
praticar outro crime, mais grave. Nesse caso, aplica-se o art. 29, § 2° do
CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

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Quanto à comunicabilidade das circunstâncias pessoais, nos termos do !
art. 30 do CP, elas só se comunicam quando elementares do crime.
A instigação e o auxílio só são puníveis se o crime chegar, pelo menos, a
ser tentado (art. 31 do CP).
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

10 - (FCC – 2006 – BCB – ANALISTA)


Aquele que, sem praticar ato executório, concorre, de qualquer
modo, para a realização do crime, por ele responderá na condição
de
a) coautor.
b) partícipe.
c) autor mediato.
d) coautor moral.
e) autor.
COMENTÁRIOS: O Brasil adotou a teoria diferenciadora (num conceito
RESTRITIVO de autor), de viés objetivo-formal, distinguindo-se autor e
partícipe segundo a conduta realizada: autor é aquele que pratica a
conduta prevista no núcleo do tipo penal e partícipe é todo aquele que,
sem realizar a conduta descrita no núcleo do tipo, participa do evento
criminoso. Assim, podemos definir a participação como a modalidade de
concurso de pessoas na qual o agente colabora para a prática delituosa,
mas não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal.
A participação pode ser:
•! Moral – É aquela na qual o agente não ajuda materialmente na
prática do crime, mas instiga ou induz alguém a praticar o crime. A
instigação ocorre quando o partícipe age no psicológico do autor do
crime, reforçando a ideia criminosa, que já existe na mente deste.
O induzimento, por sua vez, ocorre quando o partícipe faz surgir a
vontade criminosa na mente do autor, que não tinha pensado no
delito; 69305692168

•! Material – A participação material é aquela na qual o partícipe


presta auxílio ao autor, seja fornecendo objeto para a prática do
crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. Este auxílio não
pode ser prestado após a consumação, salvo se o auxílio foi
previamente ajustado.
DESTA FORMA, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

11 - (FCC – 2010 – SEFIN/RO – AUDITOR-FISCAL)


José, sabendo que seu desafeto Paulo estava andando de bicicleta
numa estrada estreita, instiga João, motorista do veículo em que
se encontrava, a imprimir ao veículo velocidade elevada, na

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esperança de que Paulo venha a ser atropelado. João passa !a
correr em alta velocidade e atropela Paulo, mais adiante,
ocasionado-lhe a morte. Nesse caso, ambos responderão pelo
crime, sendo que
a) ambos responderão por culpa.
b) José responderá por culpa e João por dolo eventual.
c) Jose responderá por dolo eventual e João por culpa.
d) ambos responderão por dolo eventual.
e) José responderá por dolo direito e João por dolo eventual.
COMENTÁRIOS: A questão é bem difícil, pois exige atenção do
candidato. Senão vejamos:
Todo fato típico necessariamente engloba um elemento subjetivo, que
pode ser o dolo ou a culpa. Vejamos o que o CP nos diz a respeito do
elemento subjetivo:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Crime doloso(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-
lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Crime culposo(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido
por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O crime será doloso quando o agente quiser o resultado ou aceitá-lo como
CONSEQUÊNCIA NECESSÁRIA (dolo direto de primeiro e segundo grau,
respectivamente) ou, ainda, quando o agente aceitar o resultado como
provável e, mesmo não o querendo, assuma o risco de sua ocorrência,
sem se importar com a eventual ocorrência do mesmo (dolo indireto, na
modalidade de dolo eventual). Há, ainda, o dolo alternativo, que é a
modalidade de dolo indireto na qual o agente pratica a conduta visando
69305692168

dois resultados alternativos, ou seja, qualquer um deles é querido pelo


autor.
O crime pode ser, ainda, culposo, quando o agente não quer o resultado
nem aceita, de forma alguma, sua ocorrência, no entanto, por violação de
um dever de cuidado, o resultado acaba por ocorrer.
A culpa pode ser consciente, quando o agente prevê a possibilidade de
ocorrência do resultado (mas acredita que poderá evitá-lo) ou
inconsciente, quando o agente sequer chega a prever a possibilidade de
ocorrência do resultado.
CUIDADO: A previsão do resultado não é necessária (pois há a culpa
inconsciente), mas a possibilidade de que o resultado fosse previsto
(também chamada de PREVISIBILIDADE) é necessária, eis que se não
havia qualquer possibilidade de prever aquele resultado, não há culpa.
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No caso da questão, o enunciado expressamente diz que a estrada era !
estreita, de forma que imprimir alta velocidade em um veículo, numa
estrada estreita, havendo um ciclista na mesma, é assumir o risco da
ocorrência do resultado. Desta maneira, João responderia por homicídio
doloso por dolo eventual. Porém, a Banca entendeu que ele
responderia apenas por culpa (imprudência).
A conduta de José é induzir alguém a praticar um ato de imprudência,
mas com uma finalidade dolosa (provocar eventuais danos ao ciclista
Paulo).
Assim, entendo que o induzimento (portanto, participação) à
prática de um crime doloso deve gerar a responsabilização de
quem induziu pelo mesmo crime daquele que realizou a conduta,
nos termos do art. 29 do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
A Banca adotou o entendimento de que José responde por dolo eventual e
João por culpa, pela imprudência. Em minha visão, João agiu como dolo
eventual também.
Entendo que ambos devam responder por dolo eventual (letra D).
Portanto, a AFIRMATIVA CORRETA É A LETRA C (RESULTADO DA
BANCA)

12 - (FCC – 2012 – ISS/SP – AFTM)


A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que
a) a importância da participação não influi na pena a ser imposta.
b) não é possível participação por omissão em crime comissivo.
c) é possível a participação em crime omissivo puro.
d) não pode haver participação em contravenção.
e) é possível participação dolosa em crime culposo.
COMENTÁRIOS: 69305692168

A) ERRADA - A alternativa está errada, pois a participação de cada


agente determina na quantidade da pena a ser aplicada. Vejamos:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída
de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
B) ERRADA - É possível a participação omissiva no crime comissivo,
através da omissão de quem tenha o dever legal de evitar o resultado.
Não agindo, será considerado partícipe, nos termos do art. 13, §2º do CP.

C) CORRETA - De fato, é possível a participação em crime omissivo puro,

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na modalidade de participação moral à prática da omissão. EXEMPLO: !
Alguém que instiga um funcionário público a deixar de praticar um ato de
ofício por sentimento pessoal. Nesse caso estará participando do crime de
prevaricação (art. 319), na modalidade de participação moral;
D) ERRADA - Não há qualquer vedação ao concurso de agentes para a
prática de contravenções.
E) ERRADA - A Doutrina majoritária não admite a participação dolosa em
crime culposo, por entender que como o crime culposo não é direcionado
à prática de um delito, impossível o liame subjetivo entre autor e
partícipe, indispensável à ação mediante concurso de agentes.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

13 - (FCC – 2009 – DPE/MA – DEFENSOR PÚBLICO)


Os requisitos para a ocorrência do concurso de pessoas no
cometimento de crime são:
a) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o
comportamento do partícipe e o resultado do crime e vínculo
objetivo-subjetivo entre autor e partícipe.
b) presença física de autor e partícipe, nexo de causalidade entre
o comportamento do coautor e o resultado do crime; vínculo
subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime.
c) presença física de autor e partícipe, pluralidade de
comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do
partícipe e o resultado do crime; vínculo subjetivo entre autor e
partícipe e identidade do crime.
d) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o
comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo
objetivo entre autor e partícipe e identidade do crime.
e) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o
comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo
subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime.
69305692168

COMENTÁRIOS: O concurso de pessoas pode ser conceituado como a


colaboração de dois ou mais agentes para a prática de um delito
ou contravenção penal.
O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída
de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Circunstâncias incomunicáveis

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Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter !
pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos,
a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Cinco são os requisitos para que seja caracterizado o concurso de


pessoas:
•! Pluralidade de agentes culpáveis (e, obviamente, de
condutas)
•! Relevância da colaboração (nexo de causalidade)
•! Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo)
•! Unidade de crime (ou contravenção) para todos os agentes
•! Existência de fato punível
Vejam que a questão trata de apenas quatro, esquecendo da "existência
de fato punível", que para alguns autores não é um requisito, por ser
inerente à própria noção de delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

14 - (FCC – 2012 – TJ/GO – JUIZ ESTADUAL)


Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que
a) nos crimes plurissubjetivos o concurso é eventual.
b) a autoria mediata configura coautoria.
c) nos crimes funcionais a condição de servidor público do autor
não se comunica ao partícipe não funcionário, se este desconhecia
a condição daquele.
d) a participação de menor importância constitui circunstância
atenuante, a ser considerada na segunda etapa do cálculo da
pena.
69305692168

e) as mesmas penas deverão ser aplicadas a todos os coautores e


partícipes.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Nos crimes plurissubjetivos o concurso é NECESSÁRIO, pois
o crime depende da presença de mais de um sujeito ativo ou passivo para
sua caracterização.
B) ERRADA: A autoria mediata não configura coautoria pois na autoria
mediata não há vínculo, liame subjetivo entre o autor mediato e a pessoa
que é "usada" como mero instrumento para a prática do delito.
C) CORRETA: A condição de funcionário público nos crimes
funcionais é uma ELEMENTAR do delito, que se comunica aos

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demais agentes, DESDE que estes conheçam a condição de !
funcionário público do comparsa, nos termos do art. 30 do CP,
pois não se pode punir alguém por algo que não conhecia
(responsabilidade objetiva).
D) ERRADA: A participação de menor importância é CAUSA DE
DIMINUIÇÃO DE PENA, a ser aplicada na TERCEIRA fase da dosimetria da
pena, nos termos do art. 29, §1º do CP.
E) ERRADA: As penas devem ser aplicadas na medida da culpabilidade
de cada um dos agentes, nos termos do art. 29 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

15 - (FCC – 2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar:
a) Para fins de aplicação da pena no concurso de pessoas é
irrelevante que a participação tenha sido de menor importância.
b) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos
grave, ser-lhe-á aplicada a pena do crime mais grave.
c) É possível a participação em crime comissivo puro.
d) As condições e circunstâncias pessoais comunicam-se entre os
coautores e partícipes quando não forem elementares do crime.
e) Pode ocorrer participação culposa em crime doloso ou
participação dolosa em crime culposo.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Nos termos do art. 29, §1º, a pena poderá ser diminuída de
um sexto a um terço caso a participação seja de menor importância.
B) ERRADA: A pena a ser aplicada, neste caso, é a do crime MENOS
grave, podendo haver uma majoração caso fosse previsível a ocorrência
do crime mais grave, nos termos do art. 29, §2º do CP.
C) CORRETA: Cuidado! A Banca induz o candidato a achar que se
está a tratar de crime OMISSIVO puro, mas na verdade fala em
69305692168

crime COMISSIVO puro, que admite plenamente a participação. A


participação em crime OMISSIVO puro é controvertida na
Doutrina.
D) ERRADA: As circunstâncias pessoais não se comunicam, e regra,
salvo se ELEMENTARES do crime, nos termos do art. 30 do CP.
E) ERRADA: A Doutrina não admite a participação dolosa em crime
culposo (e o STJ também não), nem a participação culposa em crime
doloso.
Para que haja participação, a homogeneidade subjetiva é requisito
indispensável. Assim, só há participação dolosa em crime doloso, não
sendo possível cogitar da ocorrência de participação culposa em crime
doloso, ou, da participação dolosa em crime culposo.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. !

16 - (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE


REGISTROS - PROVIMENTO)
Necessariamente, autores e partícipes recebem
a) penas idênticas.
b) penas, respectivamente, mais e menos graves.
c) penas, respectivamente, menos e mais graves.
d) penas igualmente graves, mas de espécies distintas.
e) penas igualmente graves, salvo se diversa for sua
culpabilidade.
COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 29 do CP, cada um será punido na
medida de sua culpabilidade:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Assim, não há como definir, a princípio, quem receberia pena mais grave
e quem receberia pena menos grave. Também não podemos afirmar,
categoricamente, que receberiam penas idênticas.
Assim, a alternativa que melhor resolve a questão é a letra E, eis que, de
fato, havendo culpabilidade igual, receberão penas igualmente graves. Se
a culpabilidade for distinta, receberão penas distintas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

17 - (FCC - 2013 - DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO)


Se alguém instiga outrem a surrar inimigo comum, mas o
instigado se excede e mata a vítima, é correto afirmar que
a) a conduta do partícipe é atípica.
b) o partícipe poderá responder por lesão corporal, sem qualquer
aumento de pena, se não podia prever o resultado morte.
69305692168

c) o partícipe poderá responder por homicídio doloso, mas fará


jus, necessariamente, ao reconhecimento da participação de
menor importância.
d) o partícipe poderá responder por lesão corporal, com a pena
aumentada até um terço, se previsível o resultado letal.
e) o partícipe não poderá responder por homicídio doloso, mesmo
que tenha assumido o risco do resultado morte.
COMENTÁRIOS: Aqui temos o que se chama de cooperação dolosamente
distinta, que ocorre quando um dos agentes quis participar de CRIME
MENOS GRAVE, mas outro dos comparsas acabou praticando CRIME MAIS
GRAVE. Vejamos:

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Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas! a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Vejam que, em qualquer caso, o agente que quis praticar o crime menos
grave receberá a pena DESTE. Entretanto, se o crime mais grave (e que
efetivamente ocorreu) era previsível, a pena será aumentada até a
metade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

18 - (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Indivíduos que são alcançados pela lei penal, não porque tenham
praticado uma conduta ajustável a uma figura delitiva, mas
porque, executando atos sem conotação típica, contribuíram,
objetivamente e subjetivamente, para a ação criminosa de outrem
a) não são punidos por atipicidade da conduta.
b) são coautores e incidem na mesma pena cabível ao autor do
crime.
c) são concorrentes de menor importância e têm a pena diminuída
de um sexto a um terço.
d) são considerados partícipes e incidem nas penas cominadas ao
crime, na medida de sua culpabilidade.
e) podem ser coautores ou partícipes e a pena, em qualquer caso,
é diminuída de um terço.
COMENTÁRIOS: Como o CP adotou a teoria objetivo-formal para
distinguir autor e partícipe (sendo autor aquele que pratica a conduta
descrita no núcleo do tipo e partícipe aquele que colabora, de alguma
forma, com a conduta do autor), temos que a alternativa correta é a letra
69305692168

D, pois tais pessoas são consideradas partícipes e incidem nas penas


cominadas ao crime, na medida de sua culpabilidade. Vejamos:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

19 - (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO)


No que tange ao concurso de pessoas nos crimes de corrupção
ativa e passiva, o Código Penal adotou a teoria
a) monista.
b) causal.

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c) dualista. !
d) pluralística.
COMENTÁRIOS: No que tange aos crimes de corrupção ativa e passiva o
CP adotou a teoria pluralista ou pluralística (exceção à teoria monista), eis
que num mesmo contexto criminoso, em relação ao corruptor e ao
corrompido, cada um responderá por um delito diferente (o particular por
corrupção ativa e o funcionário por corrupção passiva).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

20 - (VUNESP – 2002 – SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS)


No crime de concussão, a circunstância de ser um dos agentes
funcionário público:
a) não é elementar, não se comunicado, portanto, ao concorrente
particular.
b) é elementar, mas não se comunica ao concorrente particular.
c) é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, ainda
que este desconheça a condição daquele.
d) é elementar comunicando-se ao concorrente particular, se este
conhecia a condição daquele.
e) não é elementar, comunicando-se, em qualquer situação ao
concorrente particular.
COMENTÁRIOS: No concurso de agentes na prática de crime PRÓPRIO, a
condição exigida pelo tipo penal (no caso da concussão a condição de
funcionário público), pertencente a apenas um dos comparsas, aos
demais se estende, quando for ELEMENTAR do delito.
Vejamos:
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
A condição de funcionário, neste caso, sendo elementar, comunica-se ao
69305692168

outro comparsa, de forma que a ele se aplica, DESDE QUE ele conheça a
existência desta condição em relação ao outro comparsa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

21 - (FUNIVERSA – 2009 – PC/DF – AGENTE)


No concurso de pessoas, o Código Penal diferencia o “co-autor” do
“partícipe”, propiciando ao juiz que aplique a pena conforme o
juízo de reprovação social que cada um merece, em respeito ao
princípio constitucional da individualização da pena (art. 5º, XLVI
da Constituição Federal). Relativamente ao concurso de pessoas,
assinale a alternativa incorreta.

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(A) A pessoa que conduz um inimputável à prática de uma !
conduta delituosa responde pelo resultado na condição de autor
mediato.
(B) Na autoria colateral, há divisão de tarefas para a obtenção de
um resultado comum.
(C) Quanto à natureza jurídica do concurso de agentes, o Código
Penal adotou a teoria unitária ou monista.
(D) Admite-se a co-autoria no crime culposo.
(E) As circunstâncias objetivas comunicam-se, desde que o co-
autor e o partícipe delas tenham conhecimento
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Esta é a exata definição de autoria mediata, ou seja, é a
prática de um delito mediante a utilização de um inimputável como mera
“ferramenta”.
B) ERRADA: Item errado pois na autoria colateral não há nenhum ajuste,
nenhuma combinação entre os agentes, de forma que não há que se falar
em divisão de tarefas. Na autoria colateral há, apenas, coincidência de
execução por parte de duas pessoas distintas, que não se encontram
agindo em acordo de vontades.
C) CORRETA: Item correto, pois o CP, de fato, adotou a teoria monista
em relação ao concurso de agentes, ou seja, como regra, todos aqueles
que participam de uma empreitada criminosa são responsabilizados pelo
mesmo tipo penal.
D) CORRETA: A Doutrina majoritária entende possível a COAUTORIA em
crime culposo, embora existam vozes em contrário.
E) CORRETA: Item correto. As circunstâncias de caráter objetivo (não
pessoais) se comunicam entre os agentes, exigindo-se, sempre, que
todos os coautores e partícipes dela tenham conhecimento.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA B.

22 - (FUNIVERSA – 2013 – PM/DF – SOLDADO COMBATENTE)


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Um adulto e dois menores resolveram praticar o crime chamado


popularmente de “sequestro relâmpago” e dividir o produto do
crime. O adulto levou os menores, em seu carro, ao local para a
realização do crime e retornou para a sua casa. Os menores
abordaram uma vítima que estava entrando em seu veículo e a
levaram consigo, deixando-a na rodovia mais próxima trinta
minutos depois. Saíram do local na posse do veículo subtraído e,
posteriormente, venderam-no para outro grupo de receptadores.
A respeito da situação hipotética, assinale a alternativa correta.
(A) No fato, não há concurso de agentes, uma vez que os dois
menores foram os responsáveis por abordar a vítima.

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(B) O sujeito ativo do crime, o adulto, está amparado pela !
excludente de ilicitude, uma vez que apenas dirigiu seu carro e
retornou para casa, não tendo abordado a vítima em conjunto com
os menores.
(C) No caso, há tipicidade e culpabilidade na conduta do adulto,
bem como é o caso de concurso de pessoas, mesmo tendo sido o
crime praticado em companhia de inimputáveis.
(D) Há uma excludente de culpabilidade do adulto, uma vez que a
reprovação da sua conduta deve ser menor que a dos dois
menores.
(E) Não haverá a punibilidade do adulto, em função de o fato
praticado pelos menores ser excludente de culpabilidade.
COMENTÁRIOS: No caso em tela temos o que se chama de “concurso
aparente de pessoas”, pois há ajuste de vontades entre um imputável e
um inimputável.
Devemos saber que a autoria mediata somente ocorre quando o “agente
em culpabilidade” não possui qualquer vontade, qualquer discernimento,
sendo um mero instrumento nas mãos do autor mediato.
Não há, por fim, qualquer hipótese de exclusão da ilicitude ou da
culpabilidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

23 - (FUNIVERSA – 2009 – PC/DF – DELEGADO)


Em cada uma das alternativas a seguir, há uma situação hipotética
seguida de uma afirmação que deve ser julgada. Assinale a
alternativa em que a afirmação está correta.
(A) João e José, matadores profissionais, colocam-se
combinadamente em um desfiladeiro, cada qual de um lado,
esperando Pedro passar para eliminá-lo. Quando Pedro se
aproxima, os dois disparam, matando-o. Nessa situação
hipotética, caso seja impossível verificar quem foi o responsável
69305692168

pelo disparo que o matou, ambos responderão em autoria


colateral por homicídio tentado.
(B) Caio colocou-se no quintal de uma casa para vigiar a rua
enquanto seus comparsas invadiam o lugar para subtrair bens.
Dentro da casa, um dos invasores surpreendeu a todos ao sacar
uma arma e matar o proprietário. Nessa situação hipotética, todos
os envolvidos responderão pelo latrocínio, mas não haverá
aumento de pena para Caio.
(C) Dora resolveu matar seu filho recém-nascido logo após o
parto. Para tanto, recebeu ajuda de Carmem, enfermeira do
hospital. Nessa situação hipotética, segundo a doutrina
majoritária, por ser o estado puerperal uma circunstância

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incomunicável, Dora responderá por infanticídio enquanto !
Carmem responderá por homicídio doloso.
(D) Henrique, desejando matar seu pai, equivocou-se e matou seu
irmão. Nessa situação hipotética, é correto afirmar que Henrique
responderá por fratricídio.
(E) Paulo pretendia matar seu desafeto André, que estava em um
show acompanhado da esposa, Marta. Ciente de que poderia
acertar Marta, Paulo disparou contra André acertando-o
letalmente e ferindo Marta levemente. Nessa situação hipotética,
considerando que Paulo disparou uma única vez, é correto afirmar
que ele responderá pelos delitos de homicídio e lesão corporal
leve em concurso formal imperfeito.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Se os agentes estão agindo COMBINADAMENTE, ou seja,
mediante acordo de vontades, é irrelevante definir de qual arma partiu o
disparo fatal. Neste caso, ambos respondem pelo homicídio na forma
consumada.
B) ERRADA: Neste caso, todos os agentes responderão pelo FURTO.
Haverá aumento de pena, contudo, para todos os demais agentes, se era
previsível a conduta daquele que atirou. Esse é o instituto da cooperação
dolosamente distinta. Vejamos:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
C) ERRADA: Atualmente a Doutrina majoritária e a jurisprudência
entendem que tal circunstância (ser a mãe e estar no estado puerperal),
a despeito de ser pessoal, se comunica aos demais agentes, por se tratar
de elementar do delito. 69305692168

D) ERRADA: Item errado, pois, neste caso, Henrique será


responsabilizado pelo crime de homicídio levando-se em conta as
características da pessoa visada, ou seja, seu pai, por se tratar de “erro
sobre a pessoa”.
E) CORRETA: Neste caso, o agente praticou um homicídio doloso e um
crime de lesões corporais (leves). Contudo, não há concurso formal
PERFEITO porque o segundo resultado não adveio de culpa, mas de dolo
(eventual), de maneira que o agente praticou dois crimes dolosos
mediante uma única conduta, havendo desígnios autônomos. Trata-se de
uma questão mal formulada, pois é possível entender que houve apenas
culpa em relação às lesões corporais leves, e aí teríamos concurso formal
perfeito.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. !

24 - (FCC – 2013 – TRT1 – JUIZ)


Quanto aos demais agentes do crime, o parentesco entre o autor e
a vítima;
a) comunica-se, desde que elementar ao tipo.
b) comunica-se sempre, desde que por aqueles conhecido.
c) comunica-se para agravamento genérico da pena concreta.
d) comunica-se para atenuação genérica da pena concreta.
e) não se comunica em qualquer hipótese.
COMENTÁRIOS: O parentesco entre um dos comparsas e a vítima, em
regra, não se comunica aos demais comparsas, ou seja, é irrelevante em
relação a eles. Contudo, em determinados casos, quando este grau de
parentesco for uma das questões elementares do tipo penal, haverá
comunicação com os demais comparsas, como ocorre no crime de
infanticídio, em que o parentesco de um dos comparsas (a mãe) e a
vítima (filho) irá se estender aos demais agentes do delito, possibilitando
sua punição pela conduta de infanticídio, nos termos do art. 123, c/c art.
30 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

25 - (FCC – 2014 – METRÔ-SP – ADVOGADO)


Joaus, Joseh e Pedrus acertaram, mediante prévio ajuste, a
prática de um crime de furto qualificado em residência. Pedrus
escolheu a residência e emprestou seu veículo para o transporte
dos objetos furtados. Joaus arrombou a porta da residência
indicada por Pedrus e entrou. Joseh entrou em seguida. Joaus e
Joseh recolheram todos os objetos de valor, colocaram no veículo
e fugiram do local. Nesse caso,
a) Joaus, Joseh e Pedrus foram coautores. 69305692168

b) Joaus foi autor, Joseh partícipe e Pedrus autor mediato.


c) Joaus e Joseh foram partícipes e Pedrus foi autor imediato.
d) Joaus, Joseh e Pedrus foram autores.
e) Joaus e Joseh foram coautores e Pedrus partícipe.
COMENTÁRIOS: Neste caso, Pedrus prestou auxílio material, ao fornecer
seu veículo e escolher a residência do furto. Contudo, o AUXÍLIO de
Pedrus para por aí, ele não tem mais nenhuma participação no crime e
não detém o domínio final do fato (poder de intervir e fazer cessar a
atividade criminosa, por exemplo), de maneira que não pode ser
considerado autor intelectual.
Também não pode Pedrus ser considerado “autor”, na concepção formal
de autor, segundo a qual autor é aquele que pratica a conduta descrita no

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núcleo do tipo, por uma questão simples: Até o final da atuação de !
Pedrus o crime sequer havia sido iniciado (estava apenas na fase da
cogitatio, ou fase de atos preparatórios). Assim, como dizer que ele
“praticou o núcleo do tipo”? Impossível. Assim, Pedrus NÃO É AUTOR
(naturalmente, nem coautor).
Joaus e Joseh, por sua vez, praticaram a conduta descrita no núcleo do
tipo penal, de forma que são autores (coautores) do delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

26 - (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO)


No concurso de pessoas,
a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para
o mesmo fim, conhecendo a conduta alheia.
b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e
subjetivamente, para todos os concorrentes.
c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de
contribuir para a atividade delituosa de outrem, dispensada a
prévia combinação entre eles.
d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.
e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois se há liame subjetivo entre eles teremos
coautoria, e não autoria colateral, que pressupõe o desconhecimento de
um em relação à conduta do outro.
B) ERRADA: Item errado, pois em regra, a infração penal será a mesma
para todos os comparsas, por força da adoção da teoria monista pelo CP.
C) CORRETA: Item correto, pois a existência de vínculo subjetivo (liame
subjetivo) entre os comparsas é indispensável, embora não seja
necessário o prévio ajuste entre eles, pois um pode aderir à conduta do
outro, que já se encontra em andamento, por exemplo.
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D) ERRADA: Embora o termo correto seja “núcleo do tipo”, o item está


errado, pois não é necessário que todos pratiquem a conduta descrita no
núcleo do tipo. Aqueles que o fizerem serão autores. Os que apenas
prestarem auxílio serão partícipes.
E) ERRADA: Item errado, pois a existência de vínculo subjetivo entre os
comparsas é indispensável para a caracterização do concurso de agentes.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

27 - (FCC – 2014 – TJ-CE – JUIZ)


Em tema de concurso de pessoas, é possível afirmar que

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a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, !
responderá pelo crime menos grave que quis participar, mas
sempre com aumento da pena.
b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora
desnecessária a prévia combinação.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, ainda que elementares do crime.
e) a participação de menor importância constitui causa geral de
diminuição da pena, incidindo na segunda etapa do cálculo.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois na cooperação dolosamente distinta (ou
diversa), o agente responde sempre pelo crime menos grave, mas o
aumento de pena só é aplicável se o crime mais grave (que efetivamente
ocorreu) era previsível, nos termos do art. 29, §2º do CP.
B) CORRETA: Item correto, pois a existência de vínculo subjetivo (liame
subjetivo) entre os comparsas é indispensável, embora não seja
necessário o prévio ajuste entre eles, pois um pode aderir à conduta do
outro, que já se encontra em andamento, por exemplo.
C) ERRADA: Item errado. Cuidado! Vejamos a redação do art. 31 do CP:
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa
em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Vejam, assim, que EM REGRA tais condutas não são puníveis, mas a Lei
pode dizer o contrário para determinadas situações, por isso o item está
errado, pois diz que NUNCA SERÃO puníveis.
D) ERRADA: Se forem elementares do delito, tais condições irão se
comunicar, nos termos do art. 30 do CP.
E) ERRADA: De fato, a participação de menor importância constitui causa
geral de diminuição de pena, prevista no art. 29, §1º do CP. Contudo, ela
incidirá na TERCEIRA FASE da aplicação da pena, e não na segunda.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

28 - (FCC – 2015 – CNMP – ANALISTA)


No concurso de pessoas,
a) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste, essa pena será aumentada
de 1/3 a 2/3, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais
grave.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua periculosidade.

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c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter !
pessoal, salvo quando elementares do crime.
d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime
não chega a ser consumado.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída até metade.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: O aumento de pena (no caso de ser previsível o crime mais
grave) é de “ATÉ A METADE” e não de um a dois terços, na forma do art.
29, §2º do CP.
B) ERRADA: Item errado, pois cada um irá responder na medida de sua
CULPABILIDADE, nos termos do art. 29 do CP.
C) CORRETA: Item correto, pois é a exata previsão do art. 30 do CP:
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo
quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

D) ERRADA: Tais condutas (ajuste, o auxílio, etc.) não são puníveis se o


crime não chega a ser, ao menos, tentado (e não consumado, como diz a
questão), pois isto é o que prevê o art. 31 do CP:
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa
em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

E) ERRADA: A pena, neste caso, pode ser diminuída de um sexto a um


terço, nos termos do §1º do art. 29 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

29 - (FUNCAB – 2012 – PC-RJ – DELEGADO)


Alfredo, querendo matar Epaminondas, sobe até o terraço de um
prédio portando um rifle de alta precisão, com silencioso e mira
telescópica. Sem ser visto, constata a presença de Gildenis, outro
atirador, em prédio vizinho, armado com uma escopeta, também
preparado para matar a mesma vítima, tendo Alfredo percebido
69305692168

sua intenção. Quando Epaminondas atravessa a rua, ambos


começam a atirar, vindo a vítima a morrer em face, unicamente,
dos disparos efetuados por Gildenis. Analisando o caso concreto,
leia as assertivas a seguir:
I. Há, no caso, autoria colateral incerta.
II. Alfredo e Gildenis devem responder por homicídio consumado,
inobstante o disparo fatal ter sido produzido unicamente pela
arma de Gildenis.
III. Tanto Alfredo, quanto Gildenis, agiam em concurso de
pessoas.
IV. Alfredo é o autor direto e Gildenis o autor mediato.

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Agora, assinale a opção que contempla a(s) assertiva(s) !
verdadeira(s).
a) Apenas a I.
b) Apenas a II.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I e II.
e) I, II, III e IV.
COMENTÁRIOS:
I – ERRADA: No caso, a autoria é CERTA (sabe-se que o disparo fatal
partiu de Gildenis).
II – CORRETA: Isso porque Alfredo, ao perceber a intenção de Gildenis
(que era a mesma intenção que a sua), ADERIU subjetivamente (adesão
de vontade) à conduta de Gildenis. Parte da Doutrina defende que, neste
caso, tem-se concurso de agentes em relação à Alfredo, de forma que ele
responde pelo resultado mesmo sem ter sido seu causador, por estar
agindo em concurso de pessoas com Gildenis (ainda que Gildenis não
saiba). Isso não é unânime, mas foi o entendimento da Banca.
III – ERRADA: Item errado, pois Gildenis NÃO agiu em concurso de
agentes, pois não tinha conhecimento da conduta de Alfredo, de maneira
que não havia como aderir subjetivamente à conduta deste. Assim,
Gildenis atuou acreditando agir sozinho, de forma que resta afastado o
concurso de agentes (pelo menos em relação à Gildenis, com a ressalva
do item anterior, de acordo com parte da Doutrina).
IV – ERRADA: Item errado, pois não há qualquer relação do fato com o
instituto da autoria mediata.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

30 - (FGV - 2014 - DPE-DF - ANALISTA - ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA)
Maria foi condenada pela prática do crime de estelionato cometido
contra entidade de direito público (§ 3º do Artigo 171 do CP) em
69305692168

concurso material com o crime de falsidade documental (Art. 298


do CP). De acordo com a sentença condenatória, Maria teria
apresentado declaração falsa com assinatura atribuída a
determinado servidor público em que este último reconheceria a
existência de união estável entre ambos. Com isso, Maria passou a
receber pensão por morte, como dependente do aludido
funcionário público.
Exclusivamente sob o prisma do concurso de crimes, a sentença:
a) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a
existência de concurso formal entre as condutas atribuídas a
Maria, já que ela não as teria realizado com desígnios autônomos.

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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι!
b) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido !a
existência de crime continuado entre as condutas atribuídas a
Maria, já que ela as teria realizado nas mesmas circunstâncias de
tempo, lugar e modo de execução.
c) está correta ao condenar Maria pela prática de ambos os
crimes, em concurso material, pois a conduta realizada ofendeu
dois bens jurídicos distintos.
d) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a
absorção do crime de falsidade documental pelo crime de
estelionato, uma vez que aquele se exauriu neste último, sem
mais potencialidade lesiva.
e) está incorreta, pois o magistrado deveria ter condenado Maria
apenas pela prática do crime de falsidade documental, já que o
crime de estelionato, neste caso, configura mero exaurimento do
falso.
COMENTÁRIOS: Podemos resolver esta questão pela análise simples do
verbete nº 17 da súmula do STJ:
Súmula 17 do STJ - "Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais
potencialidade lesiva, é por este absorvido".
Assim, o Juiz deveria ter condenado Maria penas pelo crime de
estelionato.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

31 - (FGV - 2014 - DPE-DF - ANALISTA - ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA)
Chico furtou duas camisas em determinada loja de
departamentos. Ao deixar a loja, o alarme soou e Chico acabou
sendo preso, processado e condenado pela prática do crime
tipificado no Artigo 155 do Código Penal. O magistrado, ao realizar
a dosimetria da pena, fixou a pena base em 2 (dois) anos de
reclusão e, considerando que as duas camisas foram furtadas nas
mesmas circunstâncias de tempo, lugar e modo de execução,
69305692168

aplicou a regra prevista no Artigo 71 do Código Penal e aumentou


a pena em mais 6 (seis) meses, tornando-a definitiva em 2 (dois)
anos e 4 (quatro) meses de reclusão. Entre a data do recebimento
da denúncia e a da sentença condenatória passaram-se mais de 4
(quatro) anos, e o magistrado acabou por reconhecer, na própria
sentença condenatória, a extinção da punibilidade pela prescrição.
Sobre a sentença, pode-se afirmar que:
a) está incorreta quanto à continuidade delitiva, porque Chico
praticou crime único, mas a prescrição deve ser reconhecida.
b) está incorreta, porque Chico praticou dois crimes, em concurso
material.

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c) está correta quanto à continuidade delitiva, mas incorreta !
quanto ao reconhecimento da prescrição.
d) está correta quanto à continuidade delitiva e quanto ao
reconhecimento da prescrição.
e) está incorreta, porque Chico praticou dois crimes, em concurso
formal, mas a prescrição deve ser reconhecida.
COMENTÁRIOS: A sentença está incorreta em relação à continuidade
delitiva, pois Chico não praticou dois crimes, mas crime único, embora
haja dois objetos materiais. Não há que se falar, portanto, em aplicação
da continuidade delitiva.
Em relação à prescrição, a sentença está correta. Isto porque, para fins
de cálculo da prescrição com base na pena aplicada, despreza-se a fração
de pena corresponde ao aumento pela continuidade delitiva (SÚMULA 497
DO STF). Assim, temos que para fins de prescrição a pena aplicada foi a
de “dois anos” (ou seja, sem considerar o aumento decorrente da
continuidade delitiva), de forma que ocorreu a prescrição, pois o prazo
prescricional baixaria para 4 anos, nos termos do art. 109, V do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

32 - (FGV - 2014 - DPE-RJ - TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO)


Quanto ao âmbito de incidência do crime continuado e sua
caracterização, é correto afirmar que :
a) a lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao
crime permanente, mesmo se a sua vigência é anterior à cessação
da continuidade ou da permanência.
b) a superveniência da Lei nº 12.015/2009 não tornou possível o
reconhecimento da continuidade delitiva dos antigos delitos de
estupro e atentado violento ao pudor, ainda que praticados nas
mesmas circunstâncias de tempo, modo e local e contra a mesma
vítima.
c) na aplicação da pena privativa de liberdade, o aumento
69305692168

decorrente de concurso formal ou de crime continuado não incide


sobre a pena-base, mas sobre a pena acrescida por circunstância
qualificadora ou causa especial de aumento.
d) a majoração derivada de concurso formal ou ideal de delitos
deve incidir sobre a pena-base, e não sobre aquela a que já se
ache acrescido o quantum resultante da aplicação das causas
especiais de aumento.
e) no crime continuado, a redução do prazo de prescrição por
causa da menoridade se dá quanto a todos os crimes que
compõem a ficção jurídica, ainda que seu reconhecimento alcance
delitos praticados depois de completar vinte e um anos de idade.
COMENTÁRIOS:

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A) ERRADA: A lei penal nova será aplicada neste caso, desde que entre !
em vigor antes da cessação da continuidade ou permanência, nos termos
do verbete nº 711 da súmula do STF.
B) ERRADA: O STJ entende que é possível, sim, nestes casos, reconhecer
a continuidade delitiva. Deve-se atentar, porém, para os casos em que
teremos crime único.
C) CORRETA: Item correto, pois o aumento decorrente do concurso de
delitos é aplicado ao final, após a aplicação das demais eventuais
qualificadoras:
PENA. CONCURSO FORMAL. CALCULO DO AUMENTO (CRITÉRIO). O CALCULO
DA MAJORAÇÃO PELA CONTINUIDADE DELITIVA DEVE INCIDIR SOBRE A
PENA TOTAL QUE O JUIZ FIXARIA SE NÃO HOUVESSE ESTE AUMENTO, E
NÃO SOBRE A PENA-BASE SIMPLESMENTE (PRECEDENTE: RECR. N. 86.032-
SP). (...) (STF - RE: 87674 SP , Relator: CUNHA PEIXOTO, Data de
Julgamento: 15/12/1978, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 16-03-
1979 PP-01824 EMENT VOL-01124-02 PP-00387 RTJ VOL-00091-03 PP-
00935)
D) ERRADA: Pelos mesmos fundamentos que tornam o item anterior
correto.
E) ERRADA: Tendo em conta a redação do art. 119, a Doutrina entende
que, neste caso, a redução do prazo prescricional alcança apenas os
delitos praticados antes de o agente completar 21 anos, ainda que haja
continuidade delitiva entre estes e os delitos praticados após completar
21 anos:
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá
sobre a pena de cada um, isoladamente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

33 - (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VI -


PRIMEIRA FASE)
Otelo objetiva matar Desdêmona para ficar com o seguro de vida
que esta havia feito em seu favor. Para tanto, desfere projétil de
arma de fogo contra a vítima, causando-lhe a morte. Todavia, a
69305692168

bala atravessa o corpo de Desdêmona e ainda atinge Iago, que


passava pelo local, causando-lhe lesões corporais. Considerando-
se que Otelo praticou crime de homicídio doloso qualificado em
relação a Desdêmona e, por tal crime, recebeu pena de 12 anos de
reclusão, bem como que praticou crime de lesão corporal leve em
relação a Iago, tendo recebido pena de 2 meses de reclusão, é
correto afirmar que
a) o juiz deverá aplicar a pena mais grave e aumentá-la de um
sexto até a metade.
b) o juiz deverá somar as penas.
c) é caso de concurso formal homogêneo.
d) é caso de concurso formal impróprio.

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COMENTÁRIOS: O Juiz, neste caso, deverá somar as penas, ou seja, !
aplicar o chamado CONCURSO MATERIAL BENÉFICO. Isso porque, no caso
em tela, temos uma espécie de concurso formal, no qual o agente
mediante uma só conduta, e com um só intento, acaba por produzir dois
resultados. Pela redação do art. 70 do CP, deveria o Juiz tomar a pena do
crime mais grave como base e sobre ela aplicar um percentual de
exasperação. Contudo, ainda que o Juiz aplicasse o percentual mínimo
(1/6), a quantidade de “exasperação” ficaria muito acima daquilo que o
agente receberia de pena se estas fossem somadas (dois anos ao invés
de dois meses), de forma que a exasperação, no caso, se mostra como
um sistema mais prejudicial que o cúmulo material, de forma que deve
ser aplicado este, nos termos do art. 70, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

34 - (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V -


PRIMEIRA FASE)
As regras do concurso formal perfeito (em que se adota o sistema
da exasperação da pena) foram adotadas pelo Código Penal com o
objetivo de beneficiar o agente que, mediante uma só conduta,
praticou dois ou mais crimes. No entanto, quando o sistema da
exasperação for prejudicial ao acusado, deverá prevalecer o
sistema do cúmulo material (em que a soma das penas será mais
vantajosa do que o aumento de uma delas com determinado
percentual, ainda que no patamar mínimo).
A essa hipótese, a doutrina deu o nome de
a) concurso material benéfico.
b) concurso formal imperfeito.
c) concurso formal heterogêneo.
d) exasperação sui generis.
COMENTÁRIOS: Quando a conduta, por si só, seja hipótese de concurso
formal, mas o cálculo de aplicação da pena pelo sistema da exasperação
(art. 70 do CP) se demonstrar mais prejudicial que o cálculo de aplicação
69305692168

pelo sistema do cúmulo material (art. 69 do CP), o art. 70, § único do CP,
determina que aplica-se o sistema do cúmulo material. Vejamos:
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo
anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela
regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

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A esse sistema foi dado o nome de cúmulo material benéfico (concurso !
material benéfico).
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

35 - (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - II -


PRIMEIRA FASE)
Com relação ao concurso de delitos, é correto afirmar que:
a) no concurso de crimes as penas de multa são aplicadas
distintamente, mas de forma reduzida.
b) o concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de
uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes com
dependência fática e jurídica entre estes.
c) o concurso formal perfeito, também conhecido como próprio,
ocorre quando o agente, por meio de uma só ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes idênticos, caso em que as penas serão
somadas.
d) o Código Penal Brasileiro adotou o sistema de aplicação de
pena do cúmulo material para os concursos material e formal
imperfeito, e da exasperação para o concurso formal perfeito e
crime continuado.
COMENTÁRIOS: A afirmativa A está errada, eis que no concurso de
crimes as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente, nos
termos do art. 72. A afirmativa B também está errada, eis que dá a
definição de concurso formal, não de concurso material. A letra C
caracteriza bem o concurso formal, no entanto, peca quanto às
consequências, já que as penas não são somadas, aplicando-se o sistema
da exasperação, nos termos do art. 70 do CP.
Já a letra D está correta, eis que o sistema do cúmulo material (soma das
penas) é aplicado ao concurso material e ao concurso formal imperfeito
(agente pratica uma só conduta, atingindo mais de um bem jurídico, só
que com a intenção de lesionar os dois), nos termos dos arts. 69 e 70,
segunda parte, do CP. Já o sistema da exasperação é previsto para o
69305692168

concurso formal próprio ou perfeito (com uma só conduta atinge dois


bens jurídicos, sem a intenção de lesionar ambos) e ao crime continuado,
conforme podemos extrair dos arts. 70 e 71 do CP.
PORTANTO, A AFIRMATIVA CORRETA É A LETRA D.

36 - (FGV - 2010 - PC-AP - DELEGADO DE POLÍCIA)


Relativamente ao concurso de crimes, analise as afirmativas a
seguir.
I. A pena será ainda agravada em relação ao agente que promove,
ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes.

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II. A pena será ainda agravada em relação ao agente que coage !
ou induz outrem à execução material do crime.
III. A pena será ainda agravada em relação ao agente que instiga
a cometer o crime alguém não-punível em virtude de condição.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Item correto, nos termos do art. 62, I do CP:
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II – CORRETA: Item também correto, nos termos do art. 62, II do CP:

Agravantes no caso de concurso de pessoas


Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Lembrando que se coação moral for irresistível, somente o coator
responde pelo crime.
III – CORRETA: Item correto, na forma do art. 62, III do CP:
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)69305692168

(...)
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade
ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

37 - (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM)


Maria Joaquina, empregada doméstica de uma residência,
profundamente apaixonada pelo vizinho Fernando, sem que este
soubesse, escuta sua conversa com uma terceira pessoa
acordando o furto da casa em que ela trabalha durante os dias de
semana à tarde. Para facilitar o sucesso da operação de seu

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amado, ela deixa a porta aberta ao sair do trabalho. Durante !a
empreitada criminosa, sem saber que a porta da frente se
encontrava destrancada, Fernando e seu comparsa arrombam a
porta dos fundos, ingressam na residência diversos objetos.
Diante desse quadro fático, assinale a opção que apresenta a
correta responsabilidade penal de Maria Joaquina.
a) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade
de partícipe, eis que contribuiu de alguma forma para o sucesso
da empreitada criminosa ao não denunciar o plano.
b) Deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso
de agentes, afastada a qualificadora do rompimento de obstáculo,
por esta não se encontrar na linha de seu conhecimento.
c) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua
participação irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa.
d) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro.
COMENTÁRIOS: No caso em tela, Maria Joaquina não deverá responder
por qualquer infração penal, já que sua conduta foi absolutamente
irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa. A colaboração de
Maria Joaquina não teve qualquer relevância para o fato criminoso, de
maneira que não é punível (um dos requisitos da punibilidade da
participação é a relevância causal).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

38 - (FGV – 2014 – OAB – XV EXAME DE ORDEM)


Roberto estava dirigindo seu automóvel quando perdeu o controle
da direção e subiu a calçada, atropelando dois pedestres que
estavam parados num ponto de ônibus. Nesse contexto, levando-
se em consideração o concurso de crimes, assinale a opção
correta, que contempla a espécie em análise:
a) concurso material.
b) concurso formal próprio ou perfeito. 69305692168

c) concurso formal impróprio ou imperfeito.


d) crime continuado.
COMENTAÁRIOS: No caso em tela temos o clássico exemplo de concurso
formal perfeito, ou concurso formal próprio, pois o agente, mediante uma
única ação ou omissão, e agindo sem desígnios autônomos, produziu mais
de um resultado, nos termos do art. 70 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

39 - (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO)


Analise detidamente as seguintes situações:

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Casuística 1: Amarildo, ao chegar a sua casa, constata que sua !
filha foi estuprada por Terêncio. Imbuído de relevante valor
moral, contrata Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida
do estuprador. O serviço é regularmente executado.
Casuística 2: Lucas concorre para um infanticídio auxiliando
Julieta, parturiente, a matar o nascituro – o que efetivamente
acontece. Lucas sabia, desde o início, que Julieta estava sob a
influência do estado puerperal.
Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre
o concurso de pessoas (concursus delinquentium), é correto
afirmar que
A) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado
e Ronaldo pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe.
No exemplo 2, Lucas e Julieta responderão pelo crime de
infanticídio.
B) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado
e Ronaldo pelo crime de homicídio simples (ou seja, sem privilégio
pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No
exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo estado
puerperal, responderá por homicídio, e Julieta pelo crime de
infanticídio.
C) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado
e Ronaldo pelo crime de homicídio simples (ou seja, sem privilégio
pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No
exemplo 2, tanto Lucas quanto Julieta responderão pelo crime de
homicídio (ele na modalidade simples, ela na modalidade
privilegiada em razão da influência do estado puerperal).
D) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado
e Ronaldo pelo crime de homicídio qualificado pelo motivo fútil.
No exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo estado
puerperal, responderá por homicídio e Julieta pelo crime de
infanticídio.
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COMENTÁRIOS:
Caso 01 – Tendo Amarildo agido mediante relevante valor moral, logo
após injusta provocação da vítima, Amarildo responde por homicídio
privilegiado, mas essa circunstância, por ser de caráter pessoal, não se
comunica a Ronaldo, que responde por homicídio qualificado pelo motivo
torpe (mediante paga ou promessa de recompensa);
Caso 02 – Embora o delito de infanticídio seja crime próprio, que só pode
ser praticado pela mãe contra o próprio filho, durante o estado puerperal,
é atualmente pacífico o entendimento no sentido de que é possível
concurso de agentes, desde que o comparsa saiba da condição de sua
comparsa, ou seja, saiba que ela está matando o próprio filho sob a
influência do estado puerperal. Assim, ambos responderão por
infanticídio;

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Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. !

40 - (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII -


PRIMEIRA FASE)
Zenão e Górgias desejam matar Tales. Ambos sabem que Tales é
pessoa bastante metódica e tem a seguinte rotina ao chegar no
trabalho: pega uma xícara de café na copa, deixa-a em cima
de sua bancada particular, vai a outra sala buscar o jornal e
retorna à sua bancada para lê-lo, enquanto degusta a bebida.
Aproveitando-se de tais dados, Zenão e Górgias resolvem que
executarão o crime de homicídio através de envenenamento.
Para tanto, Zenão, certificando-se que não havia ninguém
perto da bancada de Tales, coloca na bebida 0,1 ml de
poderoso veneno. Logo em seguida chega Górgias, que também
verifica a ausência de qualquer pessoa e adiciona ao café mais
0,1 ml do mesmo veneno poderoso. Posteriormente, Tales
retorna à sua mesa e senta-se confortavelmente na cadeira
para degustar o café lendo o jornal, como fazia todos os
dias. Cerca de duas horas após a ingestão da bebida, Tales vem
a falecer. Ocorre que toda a conduta de Zenão e Górgias foi
filmada pelas câmeras internas presentes na sala da vítima, as
quais eram desconhecidas de ambos, razão pela qual a autoria
restou comprovada. Também restou comprovado que Tales
somente morreu em decorrência da ação conjunta das duas
doses de veneno, ou seja, somente 0,1 ml da substância não
seria capaz de provocar o resultado morte. Com base na
situação descrita, é correto afirmar que
a) caso Zenão e Górgias tivessem agido em concurso de
pessoas, deveriam responder por homicídio qualificado doloso
consumado.
b) mesmo sem qualquer combinação prévia, Zenão e Górgias
deveriam responder por homicídio qualificado doloso
consumado. 69305692168

c) Zenão e Górgias, agindo em autoria colateral, deveriam


responder por homicídio culposo.
d) Zenão e Górgias, agindo em concurso de pessoas,
deveriam responder por homicídio culposo.
COMENTÁRIOS: No caso em tela, Zenão e Górgias agiram em autoria
colateral, e NÃO em concurso de pessoas, pois não havia qualquer vínculo
subjetivo entre eles (um não conhecia a conduta do outro).
Em se tratando de autoria colateral, cada um dos agentes somente
responde pela sua conduta, e não pelo resultado ocorrido.
Não há que se falar em concurso de agentes, pois um desconhecia a
conduta do outro. Contudo, caso estivessem agindo em concurso, ambos

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(98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι!
responderiam pelo resultado, ou seja, homicídio doloso qualificado !
consumado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

5.! GABARITO

1.! ALTERNATIVA C 22.! ALTERNATIVA C


2.! ALTERNATIVA A 23.! ALTERNATIVA E
3.! ALTERNATIVA D 24.! ALTERNATIVA A
4.! ALTERNATIVA A 25.! ALTERNATIVA E
5.! ALTERNATIVA C 26.! ALTERNATIVA C
6.! ALTERNATIVA A 27.! ALTERNATIVA B
7.! ALTERNATIVA B 28.! ALTERNATIVA C
8.! ALTERNATIVA C 29.! ALTERNATIVA B
9.! ALTERNATIVA B 30.! ALTERNATIVA D
10.! ALTERNATIVA B 31.! ALTERNATIVA A
11.! ALTERNATIVA C 32.! ALTERNATIVA C
12.! ALTERNATIVA C 33.! ALTERNATIVA B
13.! ALTERNATIVA E 34.! ALTERNATIVA A
14.! ALTERNATIVA C 35.! ALTERNATIVA D
15.! ALTERNATIVA C 36.! ALTERNATIVA E
16.! ALTERNATIVA E 37.! ALTERNATIVA C
17.! ALTERNATIVA B 38.! ALTERNATIVA B
18.! ALTERNATIVA D 39.! ALTERNATIVA A
19.! ALTERNATIVA D 69305692168
40.! ALTERNATIVA A
20.! ALTERNATIVA D
21.! ALTERNATIVA B

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