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SUMÁRIO
!
1. CONCURSO DE PESSOAS .............................................................................. 3
1.1. Conceito, natureza e características ......................................................... 3
1.2. Requisitos ................................................................................................ 4
1.3. Modalidades ............................................................................................. 8
1.3.1. Coautoria ................................................................................................ 8
1.3.2. Participação ........................................................................................... 12
1.4. Comunicabilidade das circunstâncias ..................................................... 15
1.4.1. Espécies de elementares e de circunstâncias .............................................. 15
1.4.2. Cooperação dolosamente distinta ............................................................. 17
2. CONCURSO DE CRIMES .............................................................................. 19
2.1. Conceito e natureza ............................................................................... 19
2.2. Espécies ................................................................................................. 19
2.2.1. Concurso material (ou real) de crimes ....................................................... 19
2.2.2. Concurso formal de crimes ...................................................................... 21
2.2.3. Aplicação da pena no concurso formal ....................................................... 22
2.2.4. Crime continuado ................................................................................... 23
2.2.5. Requisitos para a configuração do crime continuado .................................... 24
2.2.6. Aplicação da pena no crime continuado ..................................................... 26
2.2.7. Crime continuado e conflito de leis penais no tempo .................................... 26
2.2.8. Crime continuado e prescrição ................................................................. 27
2.2.9. Aplicação da pena de multa no concurso de crimes ..................................... 27
3. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 28
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Portanto, muita atenção, pois há várias teorias doutrinárias que !
Bons estudos!
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1.! CONCURSO DE PESSOAS !
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condutas (cada um responde “na medida de sua !
culpabilidade). Em razão desta diferenciação na pena de cada
um dos infratores, diz-se que o CP adotou uma espécie de
teoria monista temperada (ou mitigada).
1.2.! Requisitos
Mas quais são os requisitos para que se possa falar em
concurso de pessoas? Cinco são os requisitos para que seja
caracterizado o concurso de pessoas:
•! Pluralidade de agentes – Para que possamos falar em
concurso de pessoas, é necessário que tenhamos mais de
uma pessoa a colaborar para o ato criminoso. É necessário
que sejam agentes culpáveis? A doutrina se divide, mas
prevalece o entendimento de que todos os comparsas devem
ter discernimento, de maneira que a ausência de culpabilidade
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!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
2
WELZEL, Hans. Derecho Penal, parte general. Ed. Roque Depalma. Buenos Aires, 1956,
p. 106
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que basta um agente para sua caracterização). Nos crimes !
plurissubjetivos (aqueles em que necessariamente deve
haver mais de um agente, como no crime de associação
criminosa, por exemplo – art. 288 do CP), se um dos
colaboradores não é culpável por qualquer razão,
mesmo assim permanece o crime. Nos crimes
eventualmente plurissubjetivos (crime de furto, por exemplo,
que eventualmente pode ser um crime qualificado pelo
concurso de pessoas, embora seja, em regra, unissubjetivo)
também não é necessário que todos os agentes sejam
culpáveis, bastando que apenas um o seja para que
reste configurado o delito em sua forma qualificada.
Nessas duas últimas hipóteses, no entanto, não há
propriamente concurso de pessoas, mas o que a Doutrina
chama de concurso impróprio, ou concurso aparente de
pessoas. Contudo, essa ressalva só se aplica ao caso de
concurso entre culpável e “não culpável que possui
discernimento”. Assim, se o agente culpável se vale de
alguém sem culpabilidade como mero instrumento, sem que
ele possua qualquer discernimento, teremos sempre autoria
mediata. No caso do concurso entre um agente culpável e um
menor de 17 anos, por exemplo (não culpável por
inimputabilidade), pode ser reconhecido o concurso de
pessoas (concurso aparente), já que o menor possuía
vontade e esta vontade convergia com a do imputável, não
tendo sido utilizado como mero instrumento.
•! Relevância causal da colaboração – A participação do
agente deve ser relevante para a produção do resultado, de
forma que a colaboração que em nada contribui para o
resultado é um indiferente penal. Além disso, a colaboração
deve ser prévia ou concomitante à execução, ou seja,
anterior à consumação do delito. Se a colaboração for
posterior à consumação do delito, como o fato já ocorreu, não
há concurso de pessoas, podendo haver, no entanto, outro
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Nessa hipótese, o namorado comete o crime de favorecimento !
pessoal (nos termos do art. 348 do CP). Cuidado com isso!
•! Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo) – Também é
conhecido como concurso de vontades. Assim, para que
haja concurso de pessoas, é necessário que a colaboração dos
agentes deva ter sido ajustada entre eles, de modo que a
colaboração meramente causal, sem que tenha havido
combinação entre os agentes, não caracteriza o concurso de
pessoas. Trata-se do princípio da convergência. Caso haja
colaboração dos agentes para a conduta criminosa, mas sem
vínculo subjetivo entre eles, estaremos diante da autoria
colateral, e não da coautoria.
•! Unidade de crime (ou contravenção) para todos os
agentes (identidade de infração penal) – Nos termos do
art. 29 do CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Daí
podemos perceber que se 20 pessoas colaboram para a
prática de um delito (homicídio, por exemplo), todas elas
respondem pelo homicídio, independentemente da conduta
que tenham praticado (um apenas conseguiu a arma, o outro
dirigiu o veículo da fuga, outro atraiu a vítima, etc.). As
condutas dos agentes, portanto, devem constituir algo
juridicamente unitário3.
•! Existência de fato punível – Trata-se do princípio da
exterioridade. Assim, é necessário que o fato praticado pelos
agentes seja punível, o que de um modo geral exige pelo
menos que este fato represente uma tentativa de crime, ou
crime tentado. Para a caracterização do crime tentado, é
necessário que seja dado início à execução do crime. Se o fato
ficar meramente no plano abstrato, no plano da cogitação,
não há fato punível, nos termos do art. 14, II do CP. O art. 31
do CP determina, ainda, de modo específico para a hipótese
de concurso de pessoas, que a colaboração só é punível se
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inimputável, ele deve ser um verdadeiro INSTRUMENTO do !
mandante, ou seja, ele não deve ter qualquer discernimento no caso
concreto.
Ex.: José e Pedro (este menor de idade, com 17 anos) combinam de
matar Maria. José arma o plano e entrega a arma a Pedro, que a
executa. Neste caso, Pedro é inimputável por ser menor de 18 anos, mas
possui discernimento, não se pode dizer que foi um mero “instrumento”
de José. Assim, aqui não teremos autoria mediata, mas concurso
aparente de pessoas.
Ex.2: José, maior e capaz, entrega a Mauro (um doente mental sem
nenhum discernimento) uma arma e diz para ele atirar em Maria, que
vem a óbito. Neste caso há autoria mediata, pois Mauro (o
inimputável) foi mero instrumento nas mãos de José.
Mas esta é a única hipótese de autoria mediata? A resposta é
negativa. A melhor Doutrina divide a autoria mediata em três hipóteses,
basicamente4:
1 – Autoria mediata por erro do executor – Neste caso, aquele que
pratica a conduta foi induzido a erro pelo mandante (erro de tipo ou erro
de proibição). Ex.: Médico que entrega à enfermeira uma injeção
contendo determinada substância tóxica, e determina que esta aplique
no paciente, alegando que se trata de morfina, para aliviar a dor5. A
enfermeira, aqui, não atua dolosamente (do ponto de vista “finalístico”),
pois apesar de dar causa à morte do paciente (causalidade física, pois foi
ela quem injetou a substância), não dirigiu sua conduta a este resultado.
O domínio do fato pertencia ao médico, o real infrator.
2 – Autoria mediata por coação do executor – Aqui o infrator coage
uma terceira pessoa a praticar um delito. Em se tratando de coação
MORAL irresistível, teremos um agente não culpável (a coação moral
irresistível afasta a culpabilidade). Desta forma, aquele que executa o faz
em situação de não culpabilidade. A culpabilidade recai apenas sobre o
coator, não sobre o coagido. Ex.: Médico que determina à enfermeira
que aplique sobre o paciente uma dose cavalar de veneno. O médico,
porém, não esconde da enfermeira que se trata de veneno, ao contrário
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deixa isso bem claro. Porém, diz à enfermeira que se ela não fizer o que
foi determinado, irá matar sua filha. Vejam que, neste caso, a enfermeira
sabe que está injetando o veneno, de forma que age dolosamente, mas
ainda assim sem culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa.
3 – Autoria mediata por inimputabilidade do agente – Nesta
hipótese o infrator se vale de uma pessoa inimputável para a prática do
delito. A inimputabilidade, aqui, pressupõe que o executor (inimputável)
não tenha discernimento necessário6. Caso o executor, mesmo
inimputável, possua discernimento, não haverá autoria mediata. Ex.:
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+
!BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 560
5
O exemplo é de Hans Welzel. (cf. WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 106)
,
!WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 107-108!
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José, 20 anos, organiza um plano para furtar uma loja de eletrônicos, e !
combina com Marcelo, de 17, a execução do plano. Neste caso, não há
autoria mediata, pois Marcelo, a despeito de sua inimputabilidade legal,
tem discernimento para não ser considerado como “objeto”. Por outro
lado, no mesmo exemplo, imaginemos que Marcelo tenha 30 anos, mas
seja absolutamente incapaz de entender o que se passa (doente mental
completo). Neste caso, a inimputabilidade de Marcelo afasta o
reconhecimento do concurso de pessoas com José, que responderá como
autor mediato do crime.
1.3.! Modalidades
1.3.1.! Coautoria
Para entendermos o fenômeno da coautoria, devemos,
primeiramente, estudar o que seria a autoria do delito.
Várias teorias, ao longo do tempo, procuraram definir o conceito
de AUTOR.
O conceito extensivo de autor não diferencia autor e partícipe,
considerando que todos aqueles que concorrem para o crime são autores
do delito. Esse conceito é baseado numa premissa “causal-naturalista” de
que todo aquele que dá causa ao delito (por qualquer forma), deve ser
considerado autor do crime.
Contudo, como pelo conceito extensivo de autor não era possível
definir quem era autor e quem era partícipe, surgiu a teoria subjetiva
da participação, que considerava como autor aquele que pratica o fato
como próprio, que quer o crime “como próprio”, como seu, e partícipe
aquele que quer o fato como alheio, pratica uma conduta acessória ao
“crime de outra pessoa”.7 Isso era fundamental para a fixação da pena de
cada um, já que aos autores deveriam ser aplicadas penas, em tese, mais
severas.
Como o conceito extensivo apresentou mais problemas que 69305692168
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A primeira teoria, a teoria objetivo-formal, estabelece que autor !
é quem realiza a conduta prevista no núcleo do tipo, sendo partícipes
todos os outros que colaboraram para isso, mas não realizaram a conduta
descrita no núcleo do tipo. Para esta teoria, por exemplo, no crime de
homicídio, somente seria autor aquele que efetivamente praticasse a
conduta de “matar” alguém. Todos os outros colaboradores seriam
partícipes. O grande problema desta teoria é considerar o autor
intelectual (mandante) como partícipe, e não como autor. Mais que isso:
Essa teoria não explica o fenômeno da autoria mediata (quando alguém
se vale de um inimputável para cometer um crime).
A segunda teoria, a teoria objetivo-material, entende que autor é
quem colabora com participação de maior importância para o crime, e
partícipe é quem colabora com participação reduzida, independentemente
de quem pratica o núcleo do tipo (verbo que descreve a conduta
criminosa – matar, subtrair, etc.).
A terceira e última teoria, a teoria do domínio do fato, criada pelo
pai do finalismo, Hans Welzel10, e posteriormente desenvolvida por Claus
Roxin, defende que autor é todo aquele que possui o domínio da
conduta criminosa, seja ele o executor (quem pratica a conduta
prevista no núcleo do tipo) ou não11. Para esta teoria, o autor seria aquele
que decide o trâmite do crime, sua prática ou não, etc. Essa teoria
explica, satisfatoriamente, o caso do mandante, por exemplo, que mesmo
sem praticar o núcleo do tipo (“matar alguém”), possui o domínio do fato,
pois tem o poder de decidir sobre o rumo da prática delituosa.
Para esta teoria, o partícipe existe, e é aquele que contribui para a
prática do delito12, embora não tenha poder de direção sobre a conduta
delituosa. O partícipe só controla a própria vontade, mas a não a conduta
criminosa em si, pois esta não lhe pertence.
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10
WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 105
11
MUÑOZ CONDE, Francisco. Teoría general del delito. Ed. Temis Editorial. Bogotá,
1999, p. 155-156
12
WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p.117-119
13
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 557-558
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1 - Domínio da ação - O agente realiza diretamente a conduta !
prevista no tipo penal
2 - Domínio da vontade - O agente não realiza a conduta
diretamente, mas é o "senhor do crime", controlando a vontade do
executor, que é um mero instrumento do delito (hipótese de autoria
mediata).
3 - Domínio funcional do fato - O agente desempenha uma
função essencial e indispensável ao sucesso da empreitada criminosa,
que é dividida entre os comparsas, cabendo a cada um uma parcela
significativa, essencial e imprescindível.
Em todos estes casos, o agente será considerado autor do delito.
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14
Idem, p. 558
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A coautoria pode ser funcional (ou parcial), que é aquela na qual !
a conduta dos agentes são diversas e se somam, de forma a produzir o
resultado. Assim, se Ricardo segura a vítima para que Poliana a
espanque, ambos são coautores do crime de lesão corporal, mediante
coautoria funcional.
Porém, a coautoria pode ser, ainda, material (direta), que é a
hipótese em que ambos os coautores realizam a mesma conduta. Assim,
no exemplo acima, se Ricardo e Poliana espancassem a vítima, ambos
seriam coautores mediante coautoria material.
No quadro abaixo vou mostrar para vocês algumas hipóteses
polêmicas de aplicação do instituto da coautoria:
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coação física irresistível é autor direto, não mediato; !
!! Admite-se a autoria mediata nos crimes próprios, mas não nos
crimes de mão própria (há alguns doutrinadores que entendem ser
possível).
1.3.2.! Participação
Conforme estudamos, no Brasil adotou-se o conceito restritivo
de autor, distinguindo-se autor e partícipe. Adotou-se, ainda, a
teoria objetivo-formal, de forma que podemos definir a participação
como a modalidade de concurso de pessoas na qual o agente colabora
para a prática delituosa, mas não pratica a conduta descrita no núcleo do
tipo penal.
A participação pode ser:
•! Moral – É aquela na qual o agente não ajuda materialmente
na prática do crime, mas instiga ou induz alguém a praticar
o crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no
psicológico do autor do crime, reforçando a ideia criminosa,
que já existe na mente deste. O induzimento, por sua vez,
ocorre quando o partícipe faz surgir a vontade criminosa na
mente do autor, que não tinha pensado no delito;
•! Material – A participação material é aquela na qual o
partícipe presta auxílio ao autor, seja fornecendo objeto para
a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. É
também chamada de cumplicidade. Este auxílio não pode
ser prestado após a consumação, salvo se o auxílio foi
previamente ajustado.
que alguém mate outra pessoa, não poderia responder por homicídio, pois
o art. 121 do CP diz: “matar alguém”. Aquele que empresta a arma não
está “matando”, por isso se diz que não há, aqui, adequação típica
imediata.
Contudo, a punibilidade do partícipe é possível porque há normas de
extensão da adequação típica (no caso, o art. 29 do CP), que permitem a
extensão do raio de aplicação do tipo penal para aqueles que, de alguma
forma, tenham contribuído para o delito. Trata-se da chamada
adequação típica mediata.
Como a conduta do partícipe é considerada acessória em relação à
conduta do autor (que é principal), o partícipe é punido em razão da
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teoria da acessoriedade15. Porém, existem quatro teorias da !
acessoriedade:
•! Teoria da acessoriedade mínima – Entende que a conduta
principal deva ser um fato típico, não importando se é ou não
um fato ilícito. EXEMPLO: Imagine que Marcio e João
combinam de matar Paulo. Na data combinada para a
execução, Marcio guia o carro até o local e fica esperando do
lado de fora. João se dirige até Paulo e, após uma discussão,
Paulo começa a agredir João, que na verdade mata Paulo
em legítima defesa. João matou Paulo em legítima defesa e
não em razão do ajuste com Marcio (não tendo praticado fato
ilícito, mas apenas típico), mas por esta teoria, mesmo assim
Marcio responderia como partícipe do crime. Veja que João,
de fato, matou Paulo. Contudo, o fato não é ilícito, pois João
agiu em legítima defesa. Porém, para esta teoria, ainda que a
conduta de João seja considerada apenas típica, mas não
ilícita, Marcio deveria ser punido. O pior de tudo é que, neste
caso, Márcio, que não praticou a conduta seria punido, mas
João seria absolvido pela legítima defesa.
•! Teoria da acessoriedade limitada – Exige que o fato
praticado (conduta principal) seja pelo menos uma conduta
típica e ilícita. Assim, no exemplo dado acima, a conduta do
partícipe Marcio não é punível, pois a conduta principal,
apesar de típica, não é ilícita. Veja que, para esta corrente
Doutrinária, se o fato praticado pelo autor NÃO FOR
ILÍCITO (Ainda que seja um fato típico), em razão de
legítima defesa, etc., o partícipe não deve ser punido;
•! Teoria da acessoriedade máxima – Para esta teoria, o
partícipe só será punido se o fato for típico, ilícito e praticado
por agente culpável. Essa teoria faz exigência irrazoável, pois
a culpabilidade é uma questão pessoal do agente, não
guardando relação com o fato. Assim, imagine que Carlos,
maior de idade, seja partícipe de um roubo praticado por
Lucas, menor de idade. Para esta corrente, Carlos não
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15
A teoria da acessoriedade deriva de uma das teorias dos FUNDAMENTOS da
punibilidade do partícipe, que é a TEORIA DO FAVORECIMENTO (ou da CAUSAÇÃO), que
diz que o partícipe deve ser punido por ter coloborado para que o delito fosse realizado.
Em contraposição a esta, havia a teoria da participação na culpabilidade, que defendia
que o partícipe deveria ser punido apenas por exercer “influência negativa” sobre o
autor. Esta última foi abandonada pela Doutrina há algumas décadas.
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•! Teoria da hiperacessoriedade – Exige que, além de o fato !
ser típico e ilícito e o agente culpável, o autor tenha sido
efetivamente punido para que o partícipe responda pelo
crime. É ainda mais irrazoável que a última. Imagine que José
seja partícipe de um roubo praticado por Marcelo. No decorrer
do processo, Marcelo vem a falecer (o que gera a extinção da
punibilidade de Marcelo, nos termos do CP). Para esta
corrente, como houve extinção da punibilidade em
relação a Marcelo (o autor do delito), o partícipe (José)
não poderá mais ser punido.
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para a prática do delito. Assim, o funcionário público que não !
tranca a porta da repartição ao final do expediente, e esta vem a
ser furtada por um particular na madrugada, responde por peculato
culposo (art. 312, § 2° do CP), enquanto o particular responde por
furto. Não há concurso de pessoas pois falta o liame subjetivo
entre ambos (coerência de vontades).
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"! As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se !
comunicam – Se A contrata B, para que este mate C, em
razão deste último ter estuprado sua filha, A comete o crime
de homicídio privilegiado, em razão do relevante valor moral
(art. 121, § 1° do CP). Entretanto, B não comete o crime de
homicídio privilegiado, pois a circunstância “relevante valor
moral” é pessoal, não se estendendo ao coautor;
"! As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se
comunicam – Porém, é necessário que a circunstância
tenha entrado na esfera de conhecimento dos demais
agentes. Imagine que A contrata B para matar C. B informa
a A que usará de emboscada (portanto, homicídio qualificado,
nos termos do art. 121, § 2° do CP), e A concorda com isto.
Nesse caso, a circunstância objetiva “emboscada” (relativa ao
meio utilizado), se comunica, pois embora A não tenha usado
de emboscada, concordou com esta prática por B.
Diversamente, se B praticasse o crime mediante emboscada
sem nada comunicar ao mandante, A, esta circunstância não
se comunicaria, por não ter entrado na esfera de
conhecimento de A;
"! As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas
ou subjetivas – No entanto, mais uma vez se exige que
estas elementares tenham entrado no âmbito de
conhecimento dos demais agentes. Imaginem que Júlio,
servidor público, convida Marcelo a entrar na repartição onde
trabalham, valendo-se da condição de Júlio, para subtrair
alguns computadores. Caso Marcelo conheça a condição de
funcionário público de Júlio, ambos respondem pelo crime de
peculato-furto (art. 312, § 1° do CP). Caso Marcelo
desconheça essa circunstância elementar, responde ele
apenas pelo crime de furto, pois a ausência dessa
circunstância faz desaparecer o crime de peculato-furto, mas
a conduta ainda é punível como furto comum.
69305692168
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coautoria, mas autoria colateral. Entretanto, aí vai mais uma informação: !
Imaginem que o laudo identifique que apenas uma bala atingiu C, direto
na cabeça, levando-o a óbito. Nesse caso, o laudo não conseguiu apontar
de qual arma saiu a bala que matou C. Nesse caso, como não se pode
definir quem efetuou o disparo fatal, ambos respondem pelo crime de
homicídio TENTADO, pois não se pode atribuir a nenhum deles o
homicídio consumado, já que o laudo é inconclusivo quanto a isto. Este é
o fenômeno da autoria incerta. No entanto, se ambos estivessem agindo
em conluio, com vínculo subjetivo, ou seja, se houvesse concurso de
pessoas, ambos responderiam por crime de homicídio CONSUMADO,
pois nesse caso seria irrelevante saber de qual arma partiu a bala que
levou C a óbito.
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!
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ainda que tácito (não explícito). O agente que praticar o delito nestas !
condições, porém, deverá ter sua pena atenuada, nos termos do art. 65,
e do CP, já que se trata de situação em que há maior vulnerabilidade
psicológica para que uma pessoa venha a aderir a uma conduta
criminosa. Por outro lado, os que promoverem, organizarem ou liderarem
a conduta criminosa terão suas penas agravadas (art. 62, I do CP).
2.2.! Espécies
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privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação !
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena
privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais
será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado
cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e
sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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2.2.2.! Concurso formal de crimes !
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imperfeito, e lhe será aplica a pena de ambos !
cumulativamente (sistema do cúmulo material), pois esse
concurso formal é formal apenas no nome, já que deriva de
intenções (desígnios) autônomas, nos termos do art. 70,
segunda parte, do CP.
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Art. 70 (...) !
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra
do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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2.2.5.! Requisitos para a configuração do crime continuado !
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(...) !
1. Os crimes de roubo e latrocínio, apesar de serem do mesmo gênero, não são
da mesma espécie. No crime de roubo, a conduta do agente ofende o
patrimônio. No delito de latrocínio, ocorre lesão ao patrimônio e à vida da
vítima, não havendo homogeneidade de execução na prática dos dois delitos,
razão pela qual tem aplicabilidade a regra do concurso material.
(...)
(HC 186.575/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 27/08/2013,
DJe 04/09/2013)
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necessidade de unidade de desígnios. !
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;<=>?≅!ΑΒ!211 !
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME
PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA
CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.
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No entanto, no que se refere ao crime continuado, há forte !
divergência.
A primeira corrente (amplamente majoritária na Doutrina) entende
que esta regra também se aplica ao crime continuado, por não ter a Lei
feito qualquer distinção.
A segunda corrente (majoritária na Jurisprudência, inclusive
no STJ), entende que, nesse caso, não se aplica a regra do art. 72,
por ter a lei entendido que se trata de crime único, mediante
ficção jurídica.
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
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A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria, !
assinale a afirmativa correta.
A) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a
agravante de o crime ter sido praticado contra ascendente. Lara, por sua
vez, é apenas partícipe do crime e deve responder por homicídio, sem a
presença da circunstância agravante.
B) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio,
incidindo, para ambas, a circunstância agravante de ter sido, o crime,
praticado contra ascendente.
C) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio.
Todavia, a agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente
somente incide em relação à Sofia.
D) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a
agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente. Lara, por sua
vez, é apenas partícipe do crime, mas a agravante também lhe será
aplicada.
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05 - (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA ADMINISTRATIVO) !
José instigou Pedro, agindo sobre a vontade deste, de forma a fazer
nascer neste a ideia da prática do crime. João prestou auxílio a Pedro,
emprestando-lhe uma arma para que pudesse executar o delito. José e
João são considerados, tecnicamente,
A) co-autores.
B) autores.
D) partícipe e co-autor, respectivamente.
E) co-autor e partícipe, respectivamente.
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A) Luiz e Pedro. !
B) João, Luiz, Pedro e Paulo.
C) João, Luiz e Pedro.
D) José, Pedro e João.
E) João, José, Luiz e Pedro.
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e) José responderá por dolo direito e João por dolo eventual. !
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b) são coautores e incidem na mesma pena cabível ao autor do crime. !
c) são concorrentes de menor importância e têm a pena diminuída de um
sexto a um terço.
d) são considerados partícipes e incidem nas penas cominadas ao crime,
na medida de sua culpabilidade.
e) podem ser coautores ou partícipes e a pena, em qualquer caso, é
diminuída de um terço.
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(C) Quanto à natureza jurídica do concurso de agentes, o Código Penal !
adotou a teoria unitária ou monista.
(D) Admite-se a co-autoria no crime culposo.
(E) As circunstâncias objetivas comunicam-se, desde que o co-autor e o
partícipe delas tenham conhecimento
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proprietário. Nessa situação hipotética, todos os envolvidos responderão !
pelo latrocínio, mas não haverá aumento de pena para Caio.
(C) Dora resolveu matar seu filho recém-nascido logo após o parto. Para
tanto, recebeu ajuda de Carmem, enfermeira do hospital. Nessa situação
hipotética, segundo a doutrina majoritária, por ser o estado puerperal
uma circunstância incomunicável, Dora responderá por infanticídio
enquanto Carmem responderá por homicídio doloso.
(D) Henrique, desejando matar seu pai, equivocou-se e matou seu irmão.
Nessa situação hipotética, é correto afirmar que Henrique responderá por
fratricídio.
(E) Paulo pretendia matar seu desafeto André, que estava em um show
acompanhado da esposa, Marta. Ciente de que poderia acertar Marta,
Paulo disparou contra André acertando-o letalmente e ferindo Marta
levemente. Nessa situação hipotética, considerando que Paulo disparou
uma única vez, é correto afirmar que ele responderá pelos delitos de
homicídio e lesão corporal leve em concurso formal imperfeito.
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a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para ! o
mesmo fim, conhecendo a conduta alheia.
b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para
todos os concorrentes.
c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para
a atividade delituosa de outrem, dispensada a prévia combinação entre
eles.
d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.
e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.
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Alfredo, querendo matar Epaminondas, sobe até o terraço de um prédio !
portando um rifle de alta precisão, com silencioso e mira telescópica. Sem
ser visto, constata a presença de Gildenis, outro atirador, em prédio
vizinho, armado com uma escopeta, também preparado para matar a
mesma vítima, tendo Alfredo percebido sua intenção. Quando
Epaminondas atravessa a rua, ambos começam a atirar, vindo a vítima a
morrer em face, unicamente, dos disparos efetuados por Gildenis.
Analisando o caso concreto, leia as assertivas a seguir:
I. Há, no caso, autoria colateral incerta.
II. Alfredo e Gildenis devem responder por homicídio consumado,
inobstante o disparo fatal ter sido produzido unicamente pela arma de
Gildenis.
III. Tanto Alfredo, quanto Gildenis, agiam em concurso de pessoas.
IV. Alfredo é o autor direto e Gildenis o autor mediato.
Agora, assinale a opção que contempla a(s) assertiva(s) verdadeira(s).
a) Apenas a I.
b) Apenas a II.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I e II.
e) I, II, III e IV.
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d) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a absorção !
do crime de falsidade documental pelo crime de estelionato, uma vez que
aquele se exauriu neste último, sem mais potencialidade lesiva.
e) está incorreta, pois o magistrado deveria ter condenado Maria apenas
pela prática do crime de falsidade documental, já que o crime de
estelionato, neste caso, configura mero exaurimento do falso.
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35 - (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - II ! -
PRIMEIRA FASE)
Com relação ao concurso de delitos, é correto afirmar que:
a) no concurso de crimes as penas de multa são aplicadas distintamente,
mas de forma reduzida.
b) o concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de uma
ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes com dependência fática e
jurídica entre estes.
c) o concurso formal perfeito, também conhecido como próprio, ocorre
quando o agente, por meio de uma só ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes idênticos, caso em que as penas serão somadas.
d) o Código Penal Brasileiro adotou o sistema de aplicação de pena do
cúmulo material para os concursos material e formal imperfeito, e da
exasperação para o concurso formal perfeito e crime continuado.
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a) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade de !
partícipe, eis que contribuiu de alguma forma para o sucesso da
empreitada criminosa ao não denunciar o plano.
b) Deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso de
agentes, afastada a qualificadora do rompimento de obstáculo, por esta
não se encontrar na linha de seu conhecimento.
c) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua
participação irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa.
d) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro.
puerperal.
Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre o
concurso de pessoas (concursus delinquentium), é correto afirmar que
A) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e
Ronaldo pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe. No exemplo
2, Lucas e Julieta responderão pelo crime de infanticídio.
B) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e
Ronaldo pelo crime de homicídio simples (ou seja, sem privilégio pelo fato
de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, Lucas, que
não está influenciado pelo estado puerperal, responderá por homicídio, e
Julieta pelo crime de infanticídio.
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C) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado ! e
Ronaldo pelo crime de homicídio simples (ou seja, sem privilégio pelo fato
de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, tanto
Lucas quanto Julieta responderão pelo crime de homicídio (ele na
modalidade simples, ela na modalidade privilegiada em razão da
influência do estado puerperal).
D) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e
Ronaldo pelo crime de homicídio qualificado pelo motivo fútil. No exemplo
2, Lucas, que não está influenciado pelo estado puerperal, responderá por
homicídio e Julieta pelo crime de infanticídio.
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4.! EXERCÍCIOS COMENTADOS !
(...)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
D) CORRETA: Item correto, previsão expressa no art. 30 do CP.
E) CORRETA: Item correto, pois no Direito Penal pátrio não se pune a fase
anterior à execução do delito, chamada de cogitatio, nos termos do art.
31 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA ERRADA É A LETRA C.
02 - (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME UNIFICADO)
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Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede ajuda a Lara, amiga !
de longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o
crime, o melhor horário, local etc. Após longas discussões de
como poderia executar seu intento da forma mais eficiente
possível, a fim de não deixar nenhuma pista, Sofia pede
emprestado a Lara um facão. A amiga prontamente atende ao
pedido. Sofia despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo
correr conforme o planejado, executará o homicídio naquele
mesmo dia e assim o faz. No entanto, apesar dos cuidados, tudo é
descoberto pela polícia.
A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da
autoria, assinale a afirmativa correta.
A) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a
agravante de o crime ter sido praticado contra ascendente. Lara,
por sua vez, é apenas partícipe do crime e deve responder por
homicídio, sem a presença da circunstância agravante.
B) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de
homicídio, incidindo, para ambas, a circunstância agravante de ter
sido, o crime, praticado contra ascendente.
C) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de
homicídio. Todavia, a agravante de ter sido, o crime, praticado
contra ascendente somente incide em relação à Sofia.
D) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com
a agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente.
Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime, mas a agravante
também lhe será aplicada.
COMENTÁRIOS: A teoria restritiva sustenta a tese de que autor do delito
é aquele que pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal (no caso
em tela, o verbo “matar”), sendo partícipes todos aqueles que, não
praticando a conduta descrita no núcleo do tipo, prestam algum tipo de
auxílio (moral ou material).
No caso em tela, apenas Sofia praticou a conduta descrita no núcleo do
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II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de !
11.7.1984)
(...)
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
[...]
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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B) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria co-!
autora.
C) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria
partícipe.
D) há concurso de agentes, figurando tanto João como Maria na
condição de autores.
E) há concurso de agentes, figurando Maria como autora e João
como co-autor.
COMENTÁRIOS: Nesse caso, há autoria mediata, pois o Médico João se
valeu de uma pessoa sem culpabilidade (obediência hierárquica) para
praticar um delito. Assim, não há que se falar em concurso de agentes, de
forma que A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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07 - (FCC - 2011 - TRE-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA !
JUDICIÁRIA)
De acordo com o Código Penal brasileiro,
A) não há distinção entre autores, co-autores e partícipes, que
incidem de forma idêntica nas penas cominadas ao delito.
B) os autores, co-autores e partícipes incidem nas penas
cominadas ao delito na medida de sua culpabilidade.
C) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais
alta que a dos co-autores e partícipes.
D) ao autor principal e aos co-autores será obrigatoriamente
imposta pena mais alta que a dos partícipes.
E) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito,
sendo que os co-autores e os partícipes terão obrigatoriamente a
pena reduzida de um sexto a um terço.
COMENTÁRIOS: Com relação à punibilidade de cada um dos
participantes do evento criminoso, o CP prevê que cada um seja punido
de acordo com sua culpabilidade, não estabelecendo, em abstrato, penas
mais graves para um ou para outro, bem como não estabelecendo que as
penas devam ser idênticas. Nos termos do art. 29 do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
partícipes APENAS
A) Luiz e Pedro.
B) João, Luiz, Pedro e Paulo.
C) João, Luiz e Pedro.
D) José, Pedro e João.
E) João, José, Luiz e Pedro.
COMENTÁRIOS: João e Luiz são partícipes, pois auxiliaram José a
cometer o crime, o primeiro, moralmente, e o segundo, materialmente.
Pedro por sua vez, também é partícipe, pois forneceu informações ao
autor do crime, auxiliando-o materialmente. Já Paulo e José são autores
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do crime, pois praticaram a conduta descrita no núcleo do tipo e roubo !
(art. 157 do CP).
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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Quanto à comunicabilidade das circunstâncias pessoais, nos termos do !
art. 30 do CP, elas só se comunicam quando elementares do crime.
A instigação e o auxílio só são puníveis se o crime chegar, pelo menos, a
ser tentado (art. 31 do CP).
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
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esperança de que Paulo venha a ser atropelado. João passa !a
correr em alta velocidade e atropela Paulo, mais adiante,
ocasionado-lhe a morte. Nesse caso, ambos responderão pelo
crime, sendo que
a) ambos responderão por culpa.
b) José responderá por culpa e João por dolo eventual.
c) Jose responderá por dolo eventual e João por culpa.
d) ambos responderão por dolo eventual.
e) José responderá por dolo direito e João por dolo eventual.
COMENTÁRIOS: A questão é bem difícil, pois exige atenção do
candidato. Senão vejamos:
Todo fato típico necessariamente engloba um elemento subjetivo, que
pode ser o dolo ou a culpa. Vejamos o que o CP nos diz a respeito do
elemento subjetivo:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido
por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O crime será doloso quando o agente quiser o resultado ou aceitá-lo como
CONSEQUÊNCIA NECESSÁRIA (dolo direto de primeiro e segundo grau,
respectivamente) ou, ainda, quando o agente aceitar o resultado como
provável e, mesmo não o querendo, assuma o risco de sua ocorrência,
sem se importar com a eventual ocorrência do mesmo (dolo indireto, na
modalidade de dolo eventual). Há, ainda, o dolo alternativo, que é a
modalidade de dolo indireto na qual o agente pratica a conduta visando
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na modalidade de participação moral à prática da omissão. EXEMPLO: !
Alguém que instiga um funcionário público a deixar de praticar um ato de
ofício por sentimento pessoal. Nesse caso estará participando do crime de
prevaricação (art. 319), na modalidade de participação moral;
D) ERRADA - Não há qualquer vedação ao concurso de agentes para a
prática de contravenções.
E) ERRADA - A Doutrina majoritária não admite a participação dolosa em
crime culposo, por entender que como o crime culposo não é direcionado
à prática de um delito, impossível o liame subjetivo entre autor e
partícipe, indispensável à ação mediante concurso de agentes.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter !
pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos,
a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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demais agentes, DESDE que estes conheçam a condição de !
funcionário público do comparsa, nos termos do art. 30 do CP,
pois não se pode punir alguém por algo que não conhecia
(responsabilidade objetiva).
D) ERRADA: A participação de menor importância é CAUSA DE
DIMINUIÇÃO DE PENA, a ser aplicada na TERCEIRA fase da dosimetria da
pena, nos termos do art. 29, §1º do CP.
E) ERRADA: As penas devem ser aplicadas na medida da culpabilidade
de cada um dos agentes, nos termos do art. 29 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. !
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Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas! a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Vejam que, em qualquer caso, o agente que quis praticar o crime menos
grave receberá a pena DESTE. Entretanto, se o crime mais grave (e que
efetivamente ocorreu) era previsível, a pena será aumentada até a
metade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
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c) dualista. !
d) pluralística.
COMENTÁRIOS: No que tange aos crimes de corrupção ativa e passiva o
CP adotou a teoria pluralista ou pluralística (exceção à teoria monista), eis
que num mesmo contexto criminoso, em relação ao corruptor e ao
corrompido, cada um responderá por um delito diferente (o particular por
corrupção ativa e o funcionário por corrupção passiva).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
outro comparsa, de forma que a ele se aplica, DESDE QUE ele conheça a
existência desta condição em relação ao outro comparsa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
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(A) A pessoa que conduz um inimputável à prática de uma !
conduta delituosa responde pelo resultado na condição de autor
mediato.
(B) Na autoria colateral, há divisão de tarefas para a obtenção de
um resultado comum.
(C) Quanto à natureza jurídica do concurso de agentes, o Código
Penal adotou a teoria unitária ou monista.
(D) Admite-se a co-autoria no crime culposo.
(E) As circunstâncias objetivas comunicam-se, desde que o co-
autor e o partícipe delas tenham conhecimento
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Esta é a exata definição de autoria mediata, ou seja, é a
prática de um delito mediante a utilização de um inimputável como mera
“ferramenta”.
B) ERRADA: Item errado pois na autoria colateral não há nenhum ajuste,
nenhuma combinação entre os agentes, de forma que não há que se falar
em divisão de tarefas. Na autoria colateral há, apenas, coincidência de
execução por parte de duas pessoas distintas, que não se encontram
agindo em acordo de vontades.
C) CORRETA: Item correto, pois o CP, de fato, adotou a teoria monista
em relação ao concurso de agentes, ou seja, como regra, todos aqueles
que participam de uma empreitada criminosa são responsabilizados pelo
mesmo tipo penal.
D) CORRETA: A Doutrina majoritária entende possível a COAUTORIA em
crime culposo, embora existam vozes em contrário.
E) CORRETA: Item correto. As circunstâncias de caráter objetivo (não
pessoais) se comunicam entre os agentes, exigindo-se, sempre, que
todos os coautores e partícipes dela tenham conhecimento.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA B.
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(B) O sujeito ativo do crime, o adulto, está amparado pela !
excludente de ilicitude, uma vez que apenas dirigiu seu carro e
retornou para casa, não tendo abordado a vítima em conjunto com
os menores.
(C) No caso, há tipicidade e culpabilidade na conduta do adulto,
bem como é o caso de concurso de pessoas, mesmo tendo sido o
crime praticado em companhia de inimputáveis.
(D) Há uma excludente de culpabilidade do adulto, uma vez que a
reprovação da sua conduta deve ser menor que a dos dois
menores.
(E) Não haverá a punibilidade do adulto, em função de o fato
praticado pelos menores ser excludente de culpabilidade.
COMENTÁRIOS: No caso em tela temos o que se chama de “concurso
aparente de pessoas”, pois há ajuste de vontades entre um imputável e
um inimputável.
Devemos saber que a autoria mediata somente ocorre quando o “agente
em culpabilidade” não possui qualquer vontade, qualquer discernimento,
sendo um mero instrumento nas mãos do autor mediato.
Não há, por fim, qualquer hipótese de exclusão da ilicitude ou da
culpabilidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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incomunicável, Dora responderá por infanticídio enquanto !
Carmem responderá por homicídio doloso.
(D) Henrique, desejando matar seu pai, equivocou-se e matou seu
irmão. Nessa situação hipotética, é correto afirmar que Henrique
responderá por fratricídio.
(E) Paulo pretendia matar seu desafeto André, que estava em um
show acompanhado da esposa, Marta. Ciente de que poderia
acertar Marta, Paulo disparou contra André acertando-o
letalmente e ferindo Marta levemente. Nessa situação hipotética,
considerando que Paulo disparou uma única vez, é correto afirmar
que ele responderá pelos delitos de homicídio e lesão corporal
leve em concurso formal imperfeito.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Se os agentes estão agindo COMBINADAMENTE, ou seja,
mediante acordo de vontades, é irrelevante definir de qual arma partiu o
disparo fatal. Neste caso, ambos respondem pelo homicídio na forma
consumada.
B) ERRADA: Neste caso, todos os agentes responderão pelo FURTO.
Haverá aumento de pena, contudo, para todos os demais agentes, se era
previsível a conduta daquele que atirou. Esse é o instituto da cooperação
dolosamente distinta. Vejamos:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
C) ERRADA: Atualmente a Doutrina majoritária e a jurisprudência
entendem que tal circunstância (ser a mãe e estar no estado puerperal),
a despeito de ser pessoal, se comunica aos demais agentes, por se tratar
de elementar do delito. 69305692168
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. !
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núcleo do tipo, por uma questão simples: Até o final da atuação de !
Pedrus o crime sequer havia sido iniciado (estava apenas na fase da
cogitatio, ou fase de atos preparatórios). Assim, como dizer que ele
“praticou o núcleo do tipo”? Impossível. Assim, Pedrus NÃO É AUTOR
(naturalmente, nem coautor).
Joaus e Joseh, por sua vez, praticaram a conduta descrita no núcleo do
tipo penal, de forma que são autores (coautores) do delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
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a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, !
responderá pelo crime menos grave que quis participar, mas
sempre com aumento da pena.
b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora
desnecessária a prévia combinação.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, ainda que elementares do crime.
e) a participação de menor importância constitui causa geral de
diminuição da pena, incidindo na segunda etapa do cálculo.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois na cooperação dolosamente distinta (ou
diversa), o agente responde sempre pelo crime menos grave, mas o
aumento de pena só é aplicável se o crime mais grave (que efetivamente
ocorreu) era previsível, nos termos do art. 29, §2º do CP.
B) CORRETA: Item correto, pois a existência de vínculo subjetivo (liame
subjetivo) entre os comparsas é indispensável, embora não seja
necessário o prévio ajuste entre eles, pois um pode aderir à conduta do
outro, que já se encontra em andamento, por exemplo.
C) ERRADA: Item errado. Cuidado! Vejamos a redação do art. 31 do CP:
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa
em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Vejam, assim, que EM REGRA tais condutas não são puníveis, mas a Lei
pode dizer o contrário para determinadas situações, por isso o item está
errado, pois diz que NUNCA SERÃO puníveis.
D) ERRADA: Se forem elementares do delito, tais condições irão se
comunicar, nos termos do art. 30 do CP.
E) ERRADA: De fato, a participação de menor importância constitui causa
geral de diminuição de pena, prevista no art. 29, §1º do CP. Contudo, ela
incidirá na TERCEIRA FASE da aplicação da pena, e não na segunda.
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c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter !
pessoal, salvo quando elementares do crime.
d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime
não chega a ser consumado.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída até metade.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: O aumento de pena (no caso de ser previsível o crime mais
grave) é de “ATÉ A METADE” e não de um a dois terços, na forma do art.
29, §2º do CP.
B) ERRADA: Item errado, pois cada um irá responder na medida de sua
CULPABILIDADE, nos termos do art. 29 do CP.
C) CORRETA: Item correto, pois é a exata previsão do art. 30 do CP:
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo
quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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Agora, assinale a opção que contempla a(s) assertiva(s) !
verdadeira(s).
a) Apenas a I.
b) Apenas a II.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I e II.
e) I, II, III e IV.
COMENTÁRIOS:
I – ERRADA: No caso, a autoria é CERTA (sabe-se que o disparo fatal
partiu de Gildenis).
II – CORRETA: Isso porque Alfredo, ao perceber a intenção de Gildenis
(que era a mesma intenção que a sua), ADERIU subjetivamente (adesão
de vontade) à conduta de Gildenis. Parte da Doutrina defende que, neste
caso, tem-se concurso de agentes em relação à Alfredo, de forma que ele
responde pelo resultado mesmo sem ter sido seu causador, por estar
agindo em concurso de pessoas com Gildenis (ainda que Gildenis não
saiba). Isso não é unânime, mas foi o entendimento da Banca.
III – ERRADA: Item errado, pois Gildenis NÃO agiu em concurso de
agentes, pois não tinha conhecimento da conduta de Alfredo, de maneira
que não havia como aderir subjetivamente à conduta deste. Assim,
Gildenis atuou acreditando agir sozinho, de forma que resta afastado o
concurso de agentes (pelo menos em relação à Gildenis, com a ressalva
do item anterior, de acordo com parte da Doutrina).
IV – ERRADA: Item errado, pois não há qualquer relação do fato com o
instituto da autoria mediata.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
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b) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido !a
existência de crime continuado entre as condutas atribuídas a
Maria, já que ela as teria realizado nas mesmas circunstâncias de
tempo, lugar e modo de execução.
c) está correta ao condenar Maria pela prática de ambos os
crimes, em concurso material, pois a conduta realizada ofendeu
dois bens jurídicos distintos.
d) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a
absorção do crime de falsidade documental pelo crime de
estelionato, uma vez que aquele se exauriu neste último, sem
mais potencialidade lesiva.
e) está incorreta, pois o magistrado deveria ter condenado Maria
apenas pela prática do crime de falsidade documental, já que o
crime de estelionato, neste caso, configura mero exaurimento do
falso.
COMENTÁRIOS: Podemos resolver esta questão pela análise simples do
verbete nº 17 da súmula do STJ:
Súmula 17 do STJ - "Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais
potencialidade lesiva, é por este absorvido".
Assim, o Juiz deveria ter condenado Maria penas pelo crime de
estelionato.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
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c) está correta quanto à continuidade delitiva, mas incorreta !
quanto ao reconhecimento da prescrição.
d) está correta quanto à continuidade delitiva e quanto ao
reconhecimento da prescrição.
e) está incorreta, porque Chico praticou dois crimes, em concurso
formal, mas a prescrição deve ser reconhecida.
COMENTÁRIOS: A sentença está incorreta em relação à continuidade
delitiva, pois Chico não praticou dois crimes, mas crime único, embora
haja dois objetos materiais. Não há que se falar, portanto, em aplicação
da continuidade delitiva.
Em relação à prescrição, a sentença está correta. Isto porque, para fins
de cálculo da prescrição com base na pena aplicada, despreza-se a fração
de pena corresponde ao aumento pela continuidade delitiva (SÚMULA 497
DO STF). Assim, temos que para fins de prescrição a pena aplicada foi a
de “dois anos” (ou seja, sem considerar o aumento decorrente da
continuidade delitiva), de forma que ocorreu a prescrição, pois o prazo
prescricional baixaria para 4 anos, nos termos do art. 109, V do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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A) ERRADA: A lei penal nova será aplicada neste caso, desde que entre !
em vigor antes da cessação da continuidade ou permanência, nos termos
do verbete nº 711 da súmula do STF.
B) ERRADA: O STJ entende que é possível, sim, nestes casos, reconhecer
a continuidade delitiva. Deve-se atentar, porém, para os casos em que
teremos crime único.
C) CORRETA: Item correto, pois o aumento decorrente do concurso de
delitos é aplicado ao final, após a aplicação das demais eventuais
qualificadoras:
PENA. CONCURSO FORMAL. CALCULO DO AUMENTO (CRITÉRIO). O CALCULO
DA MAJORAÇÃO PELA CONTINUIDADE DELITIVA DEVE INCIDIR SOBRE A
PENA TOTAL QUE O JUIZ FIXARIA SE NÃO HOUVESSE ESTE AUMENTO, E
NÃO SOBRE A PENA-BASE SIMPLESMENTE (PRECEDENTE: RECR. N. 86.032-
SP). (...) (STF - RE: 87674 SP , Relator: CUNHA PEIXOTO, Data de
Julgamento: 15/12/1978, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 16-03-
1979 PP-01824 EMENT VOL-01124-02 PP-00387 RTJ VOL-00091-03 PP-
00935)
D) ERRADA: Pelos mesmos fundamentos que tornam o item anterior
correto.
E) ERRADA: Tendo em conta a redação do art. 119, a Doutrina entende
que, neste caso, a redução do prazo prescricional alcança apenas os
delitos praticados antes de o agente completar 21 anos, ainda que haja
continuidade delitiva entre estes e os delitos praticados após completar
21 anos:
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá
sobre a pena de cada um, isoladamente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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COMENTÁRIOS: O Juiz, neste caso, deverá somar as penas, ou seja, !
aplicar o chamado CONCURSO MATERIAL BENÉFICO. Isso porque, no caso
em tela, temos uma espécie de concurso formal, no qual o agente
mediante uma só conduta, e com um só intento, acaba por produzir dois
resultados. Pela redação do art. 70 do CP, deveria o Juiz tomar a pena do
crime mais grave como base e sobre ela aplicar um percentual de
exasperação. Contudo, ainda que o Juiz aplicasse o percentual mínimo
(1/6), a quantidade de “exasperação” ficaria muito acima daquilo que o
agente receberia de pena se estas fossem somadas (dois anos ao invés
de dois meses), de forma que a exasperação, no caso, se mostra como
um sistema mais prejudicial que o cúmulo material, de forma que deve
ser aplicado este, nos termos do art. 70, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
pelo sistema do cúmulo material (art. 69 do CP), o art. 70, § único do CP,
determina que aplica-se o sistema do cúmulo material. Vejamos:
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo
anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela
regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
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A esse sistema foi dado o nome de cúmulo material benéfico (concurso !
material benéfico).
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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II. A pena será ainda agravada em relação ao agente que coage !
ou induz outrem à execução material do crime.
III. A pena será ainda agravada em relação ao agente que instiga
a cometer o crime alguém não-punível em virtude de condição.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Item correto, nos termos do art. 62, I do CP:
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II – CORRETA: Item também correto, nos termos do art. 62, II do CP:
(...)
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade
ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
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amado, ela deixa a porta aberta ao sair do trabalho. Durante !a
empreitada criminosa, sem saber que a porta da frente se
encontrava destrancada, Fernando e seu comparsa arrombam a
porta dos fundos, ingressam na residência diversos objetos.
Diante desse quadro fático, assinale a opção que apresenta a
correta responsabilidade penal de Maria Joaquina.
a) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade
de partícipe, eis que contribuiu de alguma forma para o sucesso
da empreitada criminosa ao não denunciar o plano.
b) Deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso
de agentes, afastada a qualificadora do rompimento de obstáculo,
por esta não se encontrar na linha de seu conhecimento.
c) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua
participação irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa.
d) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro.
COMENTÁRIOS: No caso em tela, Maria Joaquina não deverá responder
por qualquer infração penal, já que sua conduta foi absolutamente
irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa. A colaboração de
Maria Joaquina não teve qualquer relevância para o fato criminoso, de
maneira que não é punível (um dos requisitos da punibilidade da
participação é a relevância causal).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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Casuística 1: Amarildo, ao chegar a sua casa, constata que sua !
filha foi estuprada por Terêncio. Imbuído de relevante valor
moral, contrata Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida
do estuprador. O serviço é regularmente executado.
Casuística 2: Lucas concorre para um infanticídio auxiliando
Julieta, parturiente, a matar o nascituro – o que efetivamente
acontece. Lucas sabia, desde o início, que Julieta estava sob a
influência do estado puerperal.
Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre
o concurso de pessoas (concursus delinquentium), é correto
afirmar que
A) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado
e Ronaldo pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe.
No exemplo 2, Lucas e Julieta responderão pelo crime de
infanticídio.
B) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado
e Ronaldo pelo crime de homicídio simples (ou seja, sem privilégio
pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No
exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo estado
puerperal, responderá por homicídio, e Julieta pelo crime de
infanticídio.
C) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado
e Ronaldo pelo crime de homicídio simples (ou seja, sem privilégio
pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No
exemplo 2, tanto Lucas quanto Julieta responderão pelo crime de
homicídio (ele na modalidade simples, ela na modalidade
privilegiada em razão da influência do estado puerperal).
D) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado
e Ronaldo pelo crime de homicídio qualificado pelo motivo fútil.
No exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo estado
puerperal, responderá por homicídio e Julieta pelo crime de
infanticídio.
69305692168
COMENTÁRIOS:
Caso 01 – Tendo Amarildo agido mediante relevante valor moral, logo
após injusta provocação da vítima, Amarildo responde por homicídio
privilegiado, mas essa circunstância, por ser de caráter pessoal, não se
comunica a Ronaldo, que responde por homicídio qualificado pelo motivo
torpe (mediante paga ou promessa de recompensa);
Caso 02 – Embora o delito de infanticídio seja crime próprio, que só pode
ser praticado pela mãe contra o próprio filho, durante o estado puerperal,
é atualmente pacífico o entendimento no sentido de que é possível
concurso de agentes, desde que o comparsa saiba da condição de sua
comparsa, ou seja, saiba que ela está matando o próprio filho sob a
influência do estado puerperal. Assim, ambos responderão por
infanticídio;
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Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. !
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responderiam pelo resultado, ou seja, homicídio doloso qualificado !
consumado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
5.! GABARITO
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