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SEQUÊNCIAS
Uma sequência infinita, ou simplesmente uma sequência, é uma sucessão sem fim de
números, chamados termos. Entende-se que os termos têm uma ordem definida, isto é, há um
primeiro termo a1, um segundo termo a2, um terceiro termo a3, um quarto termo a4 e assim por
diante. Tipicamente, uma sequência é escrita como
a1, a2, a3, a4, ...
Definição: Uma sequência numérica é qualquer função a: IN*→ IR. tal que a(n)= an.
Isto é, a(1) = a1, a(2) = a2, ..., a(n) = an, .... Podemos expressar uma seqüência apenas
através de seu termo genérico, escrevendo-a da forma (an) ou {an} ou ainda especificando as
imagens, que são chamadas termos da seqüência (a1, a2, a3, ..., an, ...).
Notações: {an} = {a1, a2, a3, ..., an, ...} ou (an) = (a1, a2, a3, ..., an, ...)
Exemplos:
a) (1/n) = (1, 1/2, 1/3, 1/4,... , 1/n, ...) d) (5, 5, 5, 5, ...) = (5)
b) (1, 2, 3, 3, 3, 3, ...) sen ( n)
e) 2
c) (1, -1, 1, -1, 1, …) n
Exercícios:
1) Escreva a sequência formada pelas áreas dos quadrados da figura
considerando l o lado do quadrado exterior e sabendo que cada quadrado, a
partir do segundo, tem como vértices os pontos médios do quadrado que o
antecede.
Teorema 1: Sejam (an) uma sequência de números reais e f uma função definida para todo real x ≥ 1
tal que f (n) = an para todo inteiro positivo n.
a) Se lim f (x) = L, então lim f (n) = lim an = L, [(f (n) → L]
x→∞ n →∞ n →∞
Analise a convergência das seqüências dos exercícios: áreas dos quadrados (exercício 1) e
valores do imóvel (exercício 2).
Das operações com funções e das propriedades dos limites podemos extrair propriedades
para seqüências:
Se (an) e (bn) são sequências convergentes e convergem, respectivamente para A e B, então:
a) (an) ± (bn) é convergente e converge para A ± B
b) (an).(bn) é convergente e converge para A.B
c) c(an) é convergente e converge para c.A, para todo real c.
Teorema 3:
(i) lim rn = 0, se |r| < 1
n→∞
Exercícios:
1) Verifique se são ou não convergentes as seqüências indicadas. Em caso afirmativo,
determine seu limite:
n 1 2 3 1
a) b) , , ,... c) (−1) n
n + 1 2 3 4 n
5n − 6
3
( )
d) e − n e) 2
n +n
2) Considere a sequência de Fibonacci (fn) definida recursivamente (ou por recorrência) por
f1= f2 =1 e fn+1 = fn–1 + fn, se n ≥ 2.
a) Escreva os dez primeiros termos dessa seqüência:
b) (fn) é convergente ou divergente?
c) Ela é crescente ( an ≤ an+1 , ∀n) ou decrescente (an ≥ an+1 ,∀n) ?Justifique:
SÉRIES
Definição: Se {an} é uma sequência, uma série ou uma série infinita de números reais é uma
∞
expressão do tipo a1 + a2 + a3 + ... + an + ..., ou usando somatórios, ∑a
n =1
n (ou ainda ∑a n ).
n
2 2 4 8 2n
Exemplo: 1) ∑ 5 5 25 125
= + + + ... +
5n
+ ... ,
n −1
1
2) 3 + 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + ... = ∑ 3.
10
Se essa seqüência tem limite S, então a série CONVERGE e sua soma é S. Ou seja: Se lim S n = S ,
n →∞
com S ∈ IR , então a série converge e sua soma é a1 + a2 + a3 + ... + an + ... = S. Se a seqüência {Sn}
não tem limite, então a série DIVERGE.
No exemplo 2 é fácil obter as somas parciais dos primeiros termos da série e de perceber que
10
a seqüência dessas somas converge para o real . Vejamos:
3
S1 = a1 = 3
S2 = a1 + a2 = 3 + 0,3 = 3,3
S3 = a1 + a2 + a3 = 3 + 0,3 + 0,03 = 3,33
S4 = a1 + a2 + a3 + a4 = 3 + 0,3 + 0,03 + 0,003 = 3,333
S5 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 = 3 + 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 = 3,3333
M
Daí, a seqüência das somas parciais (Sn) = (3; 3,3; 3,33; 3,333; 3,3333; ...) converge para
3 1 10
S = 3,3333... = 3 = 3 = .
9 3 3
Definições:
A k-ésima soma parcial da série ∑a n é Sk = a1 + a2 + ... + ak.
A sequência de somas parciais da série ∑a n é (Sn) = (S1, S2, ... , Sn, ...).
A série ∑a n é convergente (ou converge) se a sua sequência de somas parciais (Sn)
converge; ou seja, se lim Sn = S, para algum S ∈ IR. Nesse caso, diz-se que S é a soma da
n→∞
A série ∑ a é divergente (ou diverge) se (Sn) diverge. Uma série divergente não possui
n
soma.
∞
TEOREMA: Se a série ∑a
n =1
n converge, então lim an = 0
n →∞
OBS: * A recíproca desse teorema é falsa, isto é, existem séries cujo termo genérico tende a zero e
que não são convergentes.
* Vale a contrapositiva: "se o limite não é zero, então a série não converge", que constitui o
teste da divergência.
∞ ∞
TESTE DA DIVERGÊNCIA: Dada a série ∑ an , lim an ≠ 0 ⇒ ∑ an diverge.
n =1
n→∞
n =1
Exemplos:
1
1) ∑ n(n + 1) é uma série convergente.
1
3) ∑ n (série harmônica) é uma série divergente.
SÉRIE GEOMÉTRICA
Entre as séries que aparecem com muita frequência estão as séries geométricas que são
séries do tipo ∑ ar n −1 = a + a r + a r 2 + a r 3 + a r 4 + K + a r n −1 + K com a e r números reais tais que
a ≠ 0.
a
As séries geométricas convergem e tem soma S = , se |r| < 1. Caso contrário, diverge
1− r
(ou seja, diverge, se |r| > 1).
Exemplo: 1 + 2 + 4 + 8 + 16 + ...
a=1 e r = 2n-1
SÉRIE-P
1 1 1 1
Uma série-p ou série hiperarmônica é da forma ∑n
n =1
p
=1+
2 p
+ p + ... + p + ... , onde
3 n
p é um número real positivo, e
a) é convergente, se p > 1.
b) é divergente, se p < 1.
1 1 1 1
Se p = 1, a série ∑ n = 1 + 2 + 3 + ... + n + ... é chamada SÉRIE HARMÔNICA e, como já
n =1
vimos, é divergente.
IMPORTANTE
Decidir sobre a convergência ou não de uma série pode tornar-se uma tarefa um tanto difícil
(ou até impossível) quando feita pela análise da sequência de somas parciais. Para facilitar essa
tarefa são desenvolvidos testes de convergência ou divergência de uma série ∑ an .
Através dos testes não conhecemos a soma da série, sabemos apenas se ela existe ou não.
Assim, se existe a soma, podemos calcular uma aproximação, tão boa quanto queiramos, para o seu
valor (basta calcular a soma parcial conveniente).
Teste da integral:
Seja ∑ an uma série de termos positivos e f uma função definida no intervalo (0, ∞ ) tal
que f(n) = an para todo inteiro positivo n. Se f é positiva, contínua e decrescente para todo
real x > 1,então a série ∑ an :
∞
a) converge, se a integral imprópria ∫ 1
f ( x) dx converge.
∞
b) diverge, se a integral imprópria ∫
1
f ( x) dx diverge.
Teste de comparação:
Sejam ∑ an e ∑ bn séries de termos positivos.
a) Se ∑ b converge e an < bn para todo inteiro positivo n, então ∑ a converge.
n n
OBS: Se an é expressa por uma fração, devemos considerar tanto no numerador, quanto no
denominador de bn somente os termos de maior importância.
4
Exemplo: Verifique se a série ∑3 n
+1
converge ou diverge.
Teste da razão:
a n +1
Seja ∑a n uma série de termos positivos, e suponhamos lim
n→∞ a
= L.
n
c) Se L = 1, nada se pode afirmar sobre a série (deve-se aplicar outro teste, pois a série
pode ser convergente ou divergente).
Teste da raiz:
Seja ∑a n uma série de termos positivos, e suponhamos lim n n an = L .
n →∞
c) Se L = 1, nada se pode afirmar sobre a série (deve-se aplicar outro teste, pois a série
pode ser convergente ou divergente).
ou
∞
–a1 + a2 – a3 + a4 – ... + (–1)n an+ ... = ∑ (−1)
n =1
n
an
∞
Obs: O teste é igualmente válido para a série alternada ∑ (−1)
n =1
n
an
∞
Teorema: Seja ∑ (−1)
n =1
n −1
an uma série alternada convergente. Se S é a soma da série e Sn é a sua
Exercícios:
4n − 3
∞
2n
2) Mostre que a série ∑ (−1) (2n − 1)!
n =1
n −1
converge e obtenha uma aproximação de 5 casas
∞
1
Exemplo: A série alternada ∑ (−1)
n =1
n +1
n2
é absolutamente convergente, pois a série dos módulos
∞
1
∑
n =1 n
2
é uma série-p, com p=2 > 1 e, portanto, convergente.
Logo,_______________________________________.
c) Se L = 1, deve-se aplicar outro teste, pois a série pode ser absolutamente convergente,
condicionalmente convergente ou divergente.
SÉRIES DE POTÊNCIA
∑a x
n =0
n
n
= a0 + a1 x + a2 x 2 + a3 x3 + K + an x n + K
Ao substituir x por um número real, obtém-se uma série de termos constantes que pode
convergir ou divergir. Queremos determinar para que valores da variável x a série de potências
acima definida converge:
É fácil perceber que para x = 0 a série sempre converge para a0, pois
∞
∑a 0
n =0
n
n
=a0 + a1 0 + a2 02 + a3 03 + K + an 0n + K = a0
Para determinar outros valores da variável x para os quais a série converge, usamos o teste
∞
da razão. Ou seja, a série ∑a x
n =0
n
n
= a0 + a1 x + a2 x 2 + a3 x3 + K + an x n + K irá convergir se
∞
an
Assim, a série ∑a x
n =0
n
n
converge para todos os valores reais de x tais que |x| < lim
n→∞ a n +1
.O
an
número r = lim é chamado raio de convergência e I é chamado intervalo de convergência
n→∞ a n +1
∞
para a série ∑a x
n =0
n
n
, sendo I = (–r, r) ou I = [–r, r) ou I = (–r, r] ou I = [–r, r].
Observação: Obtemos |x| < r; ou seja, –r < x < r. Assim, (–r, r) está contido no intervalo de
a n +1 x n +1
convergência I. Como no teste da razão nada pode-se afirmar quando lim = 1, faz-
n →∞ an x n
se necessário uma análise especial para os extremos do intervalo I = (–r, r).
Teorema:
∞
Se ∑a x
n =0
n
n
é uma série de potências, então acontece um das três situações;
Exercícios:
1) Determine o raio e o intervalo de convergência para a série:
n 1
a) ∑ n −1 x n −1 b) ∑ x n c) ∑ n! x n
n =1 3 n = 0 n! n =0
∑ a ( x − c)
n =0
n
n
= a0 + a1 ( x − c) + a2 ( x − c) 2 + a3 ( x − c)3 + K + an ( x − c) n + K
∞
No teorema, se ∑ a ( x − c)
n =0
n
n
é uma série de potências, então acontece um das três
situações:
a) a série converge somente para x = c;
b) a série é absolutamente convergente para todo x real;
c) existe um número real r > 0 tal que a série é absolutamente convergente no
intervalo I e é divergente em IR – I , sendo I = (c – r, c + r), I = (c – r, c + r],
I = [c – r, c + r) ou I = [c – r, c + r].
Exercício:
1) Diga qual é o raio de convergência e qual é o intervalo de convergência para série de
potências de (c – x) nas três situações do teorema.
∞
n! 2n
b) ∑ (−1) n
n =1 n 3
( x + 2) n d) ∑ (−1) n
n!
( x − 5) n
TESTE SÉRIE CONVERGÊNCIA ou DIVERGÊNCIA COMENTÁRIOS
da
DIVERGÊNCIA Nada se pode afirmar
ou do N-ÉSIMO
∑ an DIVERGE se lim an ≠ 0
n→∞ se lim an = 0
n →∞
TERMO
a
SÉRIE *CONVERGE e tem soma S = , se |r|<1. Útil para testes de
GEOMÉTRICA
∑ ar n −1
1− r
comparação
*DIVERGE se |r| ≥ 1
an
* Se lim = c > 0 , c ∈ IR , então ambas as
n→∞ b
n
A série de comparação
séries CONVERGEM ou ambas
DIVERGEM. ∑b n , é, em geral,
∑ an e uma série geométrica
da a
* Se lim n = 0 e ∑ bn CONVERGE, então
COMPARAÇÃO ∑ n ou uma série-p.
b n→∞ b
n
no limite an > 0, Para achar bn,
bn > 0 ∑a n CONVERGE. consideram-se apenas
an os termos de an que
* Se lim
n→∞ b
=∞ e ∑b n DIVERGE, então
têm maior efeito.
n
∑a n DIVERGE.
Aplicável somente a
CONVERGE se: séries alternadas.
de LEIBNIZ ∑ (−1) n
a * nlim
→∞
an = 0 e Se o primeiro item é
falso, aplica-se o
* A série ∑a n dos módulos é decrescente. TESTE DA
DIVERGÊNCIA.
∞ ∞
Nesse caso, dizemos que ∑ an x n ou
n =0
∑ a ( x − c)
n =0
n
n
é uma representação de f(x) por uma
∑ ar n −1 = ∑ ar n = a + a r + a r 2 + a r 3 + a r 4 + K + a r n + K
n =1 n =0
a
converge para S = sempre que |r| < 1.
1− r
1
Assim, a função definida por f(x) = , com x ∈(–1, 1) é representada pela série de
1− x
∞
potências ∑x
n =0
n
= 1 + x + x 2 + x 3 + K + x n + K Isto é,
1
= 1 + x + x 2 + x3 + K + x n + K
1− x
1
Igualmente, substituindo x por –x, temos a função f(x) = , com x ∈(–1, 1) representada
1+ x
∞
por ∑ (− x)
n =0
n
= 1 − x + x 2 − x3 + K + (−1) n x n + K Isto é
1
= 1 − x + x 2 − x 3 + K + (−1) n x n + K
1+ x
(substituindo x por –x em –1 < x < 1 temos –1 < –x < 1 ⇒ 1 > x > –1 ⇒ –1 < x < 1)
1 1 1
Ou, substituindo x por 3x, temos a função f(x) = , com x ∈ − , é representada por
1 − 3x 3 3
∞
∑ (3x)
n =0
n
= 1 + 3 x + 9 x 2 + 27 x 3 + K + (3 x) n + K Isto é
1
= 1 + 3 x + 9 x 2 + 27 x 3 + K + (3 x) n + K
1 − 3x
(substituindo x por 3x em –1 < x < 1 temos –1 < 3x < 1 ⇒ –1/3 < x < 1/3)
Ou ...
∞
Uma função f definida por uma série de potências de x, f(x) = ∑a x
n =0
n
n
com domínio no
x 2 3 n +1 ∞
x x x an
b) ∫ f (t )dt = a0 x + a1
2
+ a2 + K + an
3 n +1
+K = ∑ n +1 x
n =0
n +1
OBSERVAÇÕES:
∞ ∞
an
(i) As séries ∑ na x
n =1
n
n −1
e ∑ n +1 x
n =0
n +1
possuem o mesmo raio de convergência da
∞
série ∑a x
n =0
n
n
, porém nos extremos do intervalo de convergência, x = –r e x = r, devemos
(ii) Uma consequência das propriedades acima é que se f é uma função definida em um
intervalo de convergência (–r , r) então f é contínua em (–r , r) [toda função derivável em
um intervalo é contínua nesse intervalo].
∞
(iii) Resultados análogos obtemos para funções dadas por séries do tipo ∑ a ( x − c)
n =0
n
n
.
A representação por série de potências para ex pode ser provada, mas iremos apresentá-la:
x 2 x3 xn
ex = 1 + x + + + ... + + ...
2! 3! n!
Exercícios:
1
1) Use a representação por série de potências de para representar por série de potências as
1+ x
funções, indicando o raio de convergência da série para saber o domínio da função:
1
a) f(x) =
3 + 5x
3
b) f(x) = (sugestão: pense na função cuja derivada é a função dada)
(1 − x) 2
x+2
c) f(x) =
x2 − 2
2) Escreva a função f(x) = ln(1 + x) como série de potências e use a série encontrada para calcular
ln(1,1) com uma aproximação de cinco casas decimais.
x 1
(sugestão: use o fato de que ln(1 + x) = ∫ dt )
0 1+ t
0 ,1 2
∞
Desenvolveremos para f (x) = ∑a x
n =0
n
n
= a0 + a1x + a2x2 + ... + anxn + ... e admitindo que o
raio de convergência seja r > 0. Para determinar a forma de an derivamos n vezes a função f,
diferenciando termo a termo a série que a representa, e calculamos seu valor para x = 0. Ou seja,
∞
f (x) = a0 + a1x + a2x2 + ... + anxn + ... = ∑a x
n =0
n
n
⇒ f (0) (0) = f (0) = a0
∞
f ′( x) = a1 + 2a2 x + 3a3x2 + ... + nan xn-1 + ... = ∑ na x
n =1
n
n −1
⇒ f (1) (0) = f ′(0) = a1
∞
f ′′( x) = 2 a2 + 3.2 a3x + 4.3 a4 x2 + 5.4 a5x3 + ... = ∑ n(n − 1)a x
n=2
n
n−2
⇒ f (2) (0) = f ′′(0) = 2a2
∞
f ′′′( x) = 3.2 a3 + 4.3.2 a4 x + 5.4.3 a5x2 + ... = ∑ n(n − 1)(n − 2)a x
n =3
n
n −3
⇒ f (3) (0) = f ′′′(0) = 3.2 a3
Observe que se f pode ser escrita como uma série de potências com raio de convergência r > 0,
(n)
(n) f ( 0)
existe f (0) para todo inteiro positivo n e an = .
n!
(n)
(n) f (c )
convergência r > 0, então existe f (c) para todo inteiro positivo n e an = .
n!
Assim,
f ′′(c) f ′′′(c) f ( n ) (c )
f(x) = f(c) + f ′(c)( x − c) + ( x − c) 2 + ( x − c)3 + ... + ( x − c) n + ... =
2 3 .2 n!
(n)
∞
f (c )
= ∑
n =0 n!
( x − c) n
Exercício
x2 x3 xn
Verifique que e x = 1 + x + + + ... + + ... trata-se de uma série de Maclaurin.
2! 3! n!
Definição: Sejam c um número real e f uma função dotada de n derivadas em c: f ′(c) , f ′′(c) ,
f ( n ) (c) . O polinômio de Taylor de grau n para f em c é
f ′′(c) 2 f ′′′(c) 3 f ( n ) (c )
Pn(x) = f(c) + f ′(c)( x − c) + ( x − c) + ( x − c) + ... + ( x − c) n + ...
2 3 .2 n!
(k )
n
f (c )
Ou Pn (x) = ∑
k =0 k!
( x − c) k
Fórmula de Taylor com resto:
Seja f uma função dotada de n + 1 derivadas em um intervalo I contendo o real c. Se x é um
número diferente de c em I, então existe um número z entre x e c tal que
f ( n +1) ( z )
f(x) = Pn (x) + Rn(x), onde Rn(x) = ( x − c) n +1
(n + 1)!
f ( n +1) ( z )
A expressão Rn(x) = ( x − c) n +1 é o resto da fórmula de Taylor de f em c.
(n + 1)!
Observação:
Tomando c = 0 a partir do polinômio de Taylor obtemos os mesmos elementos acima para
Maclaurin no lugar de Taylor.
Teorema:
Seja f dotada de derivadas de todas as ordens em um intervalo I contendo c, e seja Rn(x) o
resto da fórmula de Taylor de f em c. Se lim Rn ( x) = 0 para todo x de I, então f (x)é representada
n→∞
Zenão não foi o único matemático da antiguidade a trabalhar com seqüências. Vários dos
matemáticos gregos da antiguidade usaram seu método de exaustão (um argumento seqüencial) para
mediar áreas de figuras e regiões. Usando sua técnica refinada de raciocínio chamada de "método",
Arquimedes (287-- 212 a.C.) alcançou vários resultados importantes envolvendo áreas e volumes de
várias figuras e sólidos. Na verdade, ele construiu vários exemplos e tentou explicar como somas
infinitas poderiam ter resultados finitos. Dentre seus vários resultados estava que a área sob um arco
parabólico é sempre dois terços da base vezes a altura. Seu trabalho não foi tão completo ou
rigoroso, como daqueles matemáticos que vieram depois e desenvolveram seqüências e séries como
Newton e Leibniz, mas foi tão impressionante quanto. Embora Arquimedes tenha sido obstruído
pela falta de precisão e notação eficiente, foi capaz de descobrir muitos dos elementos da análise
moderna de seqüências e séries.
O próximo contribuinte importante para esta área da matemática foi Fibonacci (1170--1240). Ele
descobriu uma seqüência de inteiros na qual cada número é igual à soma dos dois antecessores
(1,1,2,3,5,8,…), introduzindo-a em termos de modelagem de uma população reprodutiva de
coelhos. Esta seqüência tem muitas propriedades curiosas e interessantes e continua sendo aplicada
em várias áreas da matemática moderna e ciência. Durante o mesmo período, astrônomos chineses
desenvolveram técnicas numéricas para analisar resultados experimentais. Durante os séculos 13 e
14, matemáticos chineses usaram a idéia de diferenças finitas para analisar tendências em seus
dados. Hoje, métodos como os deles são usados para entender o comportamento a longo prazo e os
limites de seqüências infinitas. Este trabalho inicial na Ásia levou a mais investigação e análise de
várias progressões e séries mas teve pouca influência sobre os matemáticos europeus.
Oresme (1325--1382) estudou taxas de variação, como velocidade e aceleração, usando uma
aproximação seqüencial. Seu principal trabalho, De configurationibus, foi o primeiro a apresentar
gráficos de velocidade. O argumento que usamos para mostrar a divergência da série harmônica foi
inventado por Oresme em sua publicação. Duzentos anos depois, Stevin (1548--1620) avançou a
matemática providenciando uma simbologia mais fácil de se compreender. Ele entendeu os
conceitos físicos e matemáticos da aceleração devido à gravidade. Somou séries e analisou
seqüências, mas parou um pouco antes de definir ou explicar limites e convergência. O
contemporâneo de Stevin, Galileu (1564--1642), aplicou matemática às ciências especialmente
astronomia. Baseado no seu estudo de Arquimedes, Galileu melhorou a compreensão de
hidrostática, desenvolveu os resultados para o movimento em queda livre sob a ação da gravidade e
os movimentos dos planetas. Até sugeriu que poderia existir uma terceira propriedade entre o finito
e o infinito. Galileu deixou seus sucessores com conselhos e desafios encontrados nas duas citações
a seguir:
Até a metade do século 17, matemáticos tinham desenvolvido e analisado séries de números. O
tempo tinha chegado para investigar seqüências e séries de funções. Ambos Newton (1642--1727) e
Leibniz (1646--1716) desenvolveram representações de séries para funções. Usando métodos
algébricos e geométricos, Newton calculou as séries para as funções trigonométricas sen(x) e cos(x)
e para a função exponencial. Estes resultados são encontrados nos trabalhos de Newton intitulados
Method of Fluxions and Infinite Series e Analysis with Infinite Series. Newton utilizou séries para
desenvolver muitos resultados de cálculo, tais como área, comprimento de arco e volumes. Leibniz
somou seqüências de recíprocas de números poligonais e, seguindo o trabalho de St. Vincent,
somou e analisou várias seqüências geométricas. Leibniz usou uma abordagem seqüencial de
valores infinitamente próximos para explicar o conceito de limite. Embora nunca tenha pensado na
derivada como um limite, descobriu muitos dos resultados que agora estudamos em cálculo usando
limites.
Brook Taylor (1685--1731) não foi o primeiro a inventar a estrutura e o processo que chamamos de
série de Taylor, e a série de Maclaurin não foi desenvolvida por Colin Maclaurin (1698--1746).
James Gregory (1638--1675) estava trabalhando com séries de Taylor quando Taylor tinha apenas
alguns anos de idade. Gregory também publicou a série de Maclaurin para muitas funções
trigonométricas antes que Maclaurin tivesse nascido. Taylor não conhecia o trabalho de Gregory
quando publicou seu livro Methodus incrementorum directa et inversa, o qual continha o que
chamamos agora de série de Taylor. Ele tinha desenvolvido independentemente um método baseado
em cálculo para gerar representações de funções em séries. Posteriormente, Maclaurin citou um
trabalho de Taylor em um livro de cálculo que escreveu em 1742. O livro de Maclaurin popularizou
representações de funções em séries, e embora Maclaurin nunca tenha afirmado que as tinha
descoberto, a série de Taylor centrada em a = 0 tornou-se posteriormente conhecida como série de
Maclaurin. Johann Bernoulli (1667--1748) também fez uma descoberta independente do teorema de
Taylor.
Euler (1707--1783) usou freqüentemente séries infinitas em seu trabalho para desenvolver novos
métodos ou para modelar problemas aplicados. Publicou Mechanica em 1736, onde aplicou
sistematicamente o cálculo à mecânica e desenvolveu novos métodos para resolver equações
diferenciais usando séries de potências. Estabeleceu a notação de somatório que usamos hoje,
usando sigma para o símbolo da soma. D'Alembert (1717--1783) escreveu cinco artigos lidando
com métodos para integrar equações diferenciais. Embora tenha recebido pouca educação científica
formal, é claro que ele conhecia os trabalhos de Newton, L'Hospital e dos Bernoullis. D'Alembert
publicou muitos trabalhos sobre matemática e física matemática, culminado com seu trabalho
principal, Traité de dynamique. Considerou a derivada como um limite da diferença de quocientes,
o que o colocou à frente dos seus pares no entendimento do cálculo. Também desenvolveu o teste
da razão para determinar a convergência de muitas séries. Através do trabalho de D'Alembert, a
natureza da pesquisa sobre séries estava mudando de cálculos práticos para uma fundamentação
mais teórica.
Finalmente, a comunidade matemática foi motivada a estabelecer fundamentos mais teóricos para
as idéias de limite e convergência de seqüências e séries. Cauchy (1789-1857) foi o primeiro a
definir por completo as idéias de convergência e convergência absoluta de séries infinitas. Este
trabalho foi feito em conjunto com o desenvolvimento de uma análise rigorosa do cálculo. Também
foi o primeiro a desenvolver uma teoria sistemática para números complexos e a transformada de
Fourier para equações diferenciais. Contudo, ambos Cauchy e seu colega Niels Henrik Abel (1802--
1829) ignoraram a utilidade das séries divergentes. Abel escreveu em 1828 "séries divergentes são a
invenção do diabo, e é uma vergonha basear nelas qualquer demonstração".