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da vida profissional. A pos1çao estre1tam~n e
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:r~buído, sem dúvida, par~ ~ f~rmação de
. genheiros com uma v1sao igualmente
en . d d As .
estreita do seu papel na soc,e a· e. sim, os
organizadores deste livro merecem louvor, e
a nossa gratidão, pelo esforço em alargar a
perspectiva da engenharia sanitária.
Na seleção de capítulos, por exemplo, os
organizadores reconhecem que a chamada
"tecnologia apropriada" · soluções indivi-
duais e sem rede para habitações isoladas e
populações carentes apresenta desafios à
criatividade do engenheiro não menores que
aqueles levantados pela tecnologia de ponta
e pela mecânica computacional. Reconhecem,
igualmente, que o abastecimento de água é
um processo e não apenas um produto; o
engenheiro tem responsabilidades na gestão
do sistema, e não só na sua construção. Os
organizadores reconhecem, além disso, que
o engenheiro sanitarista desempenha o seu
papel no contexto da sua sociedade e de um
ambiente de recursos limitados, aos quais
- ambos têm contas a prestar.
Um outro aspecto a salientar é o esforço
em reunir autores dos capítulos com expe-
riência prática, comparável com os seus
conhecimentos acadêmicos. Nessa dimensão,
seguem a melhor tradição das editoras téc-
nicas brasileiras. Lembro-me de que, quando
eu trabalhava em Moçambique, a biblioteca
da Embaixada Brasileira era o local onde eu
•
ia procurar manuais práticos de engenharia
sanitária.
Na minha experiência, os melhores li.vros-
texto duram muitos anos, reencarnando-se
numa série de edições sucessivas.
:os organizador:s ~ autores, .ºs meus para-
éns, e, ao próprio livro, deseJo a longa vida
que merece.
Sandy Cairncross
Professor de Saúde Ambiental
London School
· 0 f H · ·
· ygiene &Tropical Medicine
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Léo Heller
Valter Lúcio de Pádua
(.organizadores)
astecimen o
ara consumo
'
conselho Editorial Executivo: Márcio Benedito Baptista, Marcos von Sperling, Ronaldo Guimarães Gouvêa
© 2006, Os autores
© 2006, Editora UFMG
Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização escrita do Editor
CDD: 628.1
CDU: 626.2
Catalogação na publicação•• Oiv1sao
... de. Pfanejamento e. Divulgação
. da Biblioteca Universitária - UFMG
J
• SUMÁRIO
23 Apresentação
27 Prefácio
Capítulo 1
29 Abastecimento de água, sociedade e ambiente
Léo He//er
,
29 1.1 Introdução
I 42 1.6.1 Oferta
43 1.6.2 Demanda
1
.
_ . Elementos da legislação
55 18 3
_ A situação atual do abastecimento de água
56 19
. considerações finais
61 1 10
Capítulo 2
- Concepção de instalações para o abastecimento
65
de água
Léo Hel/er
65 2.1 Introdução
.es -
67 2.2 Contextos
2.3 Modalidades e abrangência do abastecimento
72.
2 .4 Unidades componentes de uma instalação de
- - 73
abastecimento de água
2.5 Elementos condicionantes na concepção de
79
instalações para o abastecimento de água
82 2.5.3 Mananciais
' Capítulo 3
1 107 Consumo de água
Marcelo libânio, Maria de Lourdes Fernandes Neto,
'J Aloís,~o de Araújo Prince, Marcos von Sperling, Léo Heller
; ...
..-- .
142 3.5 coeficientes e fatores de correção de vazão
142 3 .s.1 Período de funcionamento da produção
3.s.2 consumo no sistema
1
14,2
143 3.s.3 coeficiente do dia de maior consumo (k 1) l
Capítulo 4
1
153 Qualidade da água para consumo humano
1
Valter Lúcio de Pádua, Andrea Cristina da Silva Ferreira
•
153 4. ·1 ln.tradução
•
196 4.3.4 Natureza radiológica
197 4.4 Caracterização da água
197 4.4.1 Definição dos parâmetros
198 4.4.2 Plano de amostragem
204 4.4.3 Controle de qualidade em laboratórios
205
4.4.4 Processamento de dados e interpretação
dos resultados
207
4.4.5 Divulgação da informação
208
4.5 Padrões de potabilidade
,
208
4.5.1 Parametros de caracterização da água
destinada ao consumo humano
' D -. . . .
J
Capítulo .5
223 Mananciais superficiais: aspectos quantitativos
Mauro Naghettini
223 5.1 Introdução
224 5.2 O ciclo hidrológico
226 5.3 O balanço hfdrico
230 5.4 Dados hidrológicos
•
Capítulo 6
275 Mananciais subterrâneos: aspectos quantitativos
Luiz Rafael Palmier
Capítulo 7
303 Soluções alternativas desprovidas de rede
Valter Lúcio de Pádua '
•
303 7 .1 Introdução
Capítulo 8
,
1
329 Captação de água de superfície •
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e Capítulo~
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383 Captação de água subterrânea
João cesar Cardoso do Carmo, Pedro Carlos Garcia Costa
•
1
383 9 .1 Introdução
384 9.2 seleção de manancial para abastecimento público
Capítulo 1o
427 Adução
M~rc~a Maria Lara Pinto Coelho
Mareio Benedito Baptista
427
1O.1 Introdução
428
10.2 Traçado das adutoras
431 10 ..3 Dimensionamento hidráulico
431 10.3.1 Considerações gerais
432 10.3.2 Equações hidráulicas fundamentais
Capítulo 11
471 Estações ,elevatórias
Márcia Maria Lara Pinto Coelho
•
p
11.4.3 Influência d~ rotação nas curvas
li
e 485 características das turbobombas
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'( 487 11 .4.4 Influência dos diâmetros dos rotores nas
- curvas bombas
t
494 11 ~ 7 .1 Cavitação
495 11. 7 .2 Altura de aspiração nas turbobombas
Capítulo 12
519 Introdução ao tratamento de água
Valter Lúcio de Pádua
519 12.1 Introdução
520 12 ·2 Processos e operações unitárias de
tratamento de água
. .•º n e.
520 12.2.1 Micropeneiramento
Capítulo 13
,.,,
571 Reservaçao •
•
•
1 . 4 Material de construção
J 13,.2·
578
13.3 Volumes de reservação
579
1
.4 Tubulações e órgãos acessórios
585 13
13.4. 1 Tubulação de entrada
585
.
2
13.4. . Tubulação de saída
586
587 13.4 .3 Descarga de fundo
13.4.4· Extravasor
588
13.4.5 Ventilação
590
590 13 .4 .6 Drenagem subestrutura!
Capítulo 14 •
•
627 14. 1O Traçado dos condutos
629 14.10.1 Distância máxima de atendimento por
uma única tubulação tronco
l
631 14.10.2 Distancia máxima entre tubulações
tronco formando grelha
632 14.10.3 Distância máxima entre tubulações
tronco formando anel
636 14. 10.4 Comprimento máximo de tubulações
secundárias com diâmetro mínimo de
SOmm
'
Capítulo 16
741 Mecânica computacional
aplicada ao abastecimento de água
Marcelo Monachesi Gaio
Capítulo 17
789 Gerenciamento de perdas de água
Ernani Ciríaco de Miranda
789 17 .1 Introdução
•
791 17 .2 Componentes das perdas de água
793 17 .3 Avaliação e controle das perdas de água
796 17 .4 Indicadores de perdas
804 17 .5 Análise de credibilidade
806 17.6 Ações de combate às perdas de água
809 Apêndice - Glossário
-
Capítulo 18
1
817 Gestã·o dos serviços
Léo Heller
817 18.1 Introdução
818 18.2 Modelos de gestão
818 18*2.1 Breve histórico da gestão do 1
rví
saneamento no Brasil
Anexos
845 Anexo A - Hidráulica
845 A.1 Algumas propriedades físicas da água
846 A.2 Equações fundamentais do escoamento
permanente
846 A.2. 1 Equação da continuidade
847 A.2.2 Equação da quantidade de movimento
847 A.2.3 Equação de energia - Bernoulli
848 A.3 Adutoras em condutos forçados
848 A.3, 1 Perda de carga contínua
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A.4 Ad.utaa e
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Apresentação
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o p u la ç õ e s
n s io n a l. O c u id a d o c o m o p ro v im e n to
nitidamen te m ultidime ir u m a c o n d ic io n a n te
d e s d e se u s u rg im e n to . P as sa a c o n s ti tu
• acompanha a hu man idade u e o h o m e m to rn o u -s e
n v o lv im e n to d a s c o m u n id a d e s , d e sd e q
para a loca lização e o d es e
tr a n s fo rm a e m u m v e rd a d e ir o d e sa fio ,
s a tu a is , es sa q u e s tã o se
um ser gregá ri o e, nos dia s c im e n to p o p u la c io n a l, a
e a m b ie n ta is c o n te m p o râ n e o s : o c re
com os fenômenos sociais ç a s c lim á tic a s , a g lo b a -
e c o n s u m o , a cr is e a m b ie n ta l, as m u d a n
urbanizaçã o, a socieda de d
lizaçã o, os c o n fl it o s
. tra n sfr o n te ir iç o s .. .
p a rt ir d e d ife re n te s p e rs p e c tiv a s c o n c e i-
a e m u m liv ro p o d e -s e
Para trata r deste tem s p e c ia liz a d a e g ra n -
a q u e se a lin h a à lit e ra tu ra n a c io n a l e
' tuais. A mais trad icional de la s
a m p o e xc lu sivo d a s e n g e n h a ri a s c iv il,
c o lo c a o te m a n o c
de p ~e da in tern aciona l a l, a ta re fa d e b e m c a p a -
h íd ri c o s . T al a b o rd a g e m é n e ce ss á ri a . A fin
sa nit.áría ou d e rec urso s s
r, p ro je ta r, c o n s tr u ir e o p e ra r in s ta la ç õ e
n g e n h a ri a p a ra co n ce b e
átar os pro fissionais de e lid a d e s n a cio n a is .
a p e rm a n e c e p ri o ritá ri a n a s d iv e rs a s re a
de abastecim ento de ág u
ito ri a l a d o ta d a n e s ta p u b lic a ç ã o é
tiv a d e c o n c e p ç ã o e d
Entretan to, um a alterna c a m p o te c n o ló g ic o ,
ss id a d e s de fo rm a ç ã o e in fo rm a ç ã o n o
a de, se m desconhecer as nece o u tr a s á re a s, c o n te xtu a -
sa n itá ri o s , h id rá u lic o s , h id ro ló g ic o s e d e
baseado nos conceitos v o lv im e n to . A ss im , p re o -
p o lít ic a , s o b re tu d o d o s p a ís e s e m d e s e n
lizá-las na rea li dade socio a re a lid a d e n a q u a l é
ito s e a s d ir e triz e s te c n o ló g ic a s e m u m
cupa-se em situar os conce e re d e d a q u e la s q u e n ã o
á tic a d a s p o p u la ç õ e s d e s p ro v id a s d
esse ncial diferenciar a problem ia e lé tr ic a o u d a s q u e ..
rg é tic o s c o n v e n c io n a is c o m o a e n e rg
dispõe m de recursos e n e
e tr o p o lit a n a s e , p o r is so , n e c e s s ita m te r
s re a lid a d e s u rb a n a s e m
habitam as ma is complexa o s c o m p u ta c io n a is . A lé m
a , p o r e x e m p lo , c o m m o d e rn o s re cu rs
sua rea lidade sanitária tratad x e rg a r as d im e n s õ e s h is tó -
o s te m a s te c n o ló g ic o s , p ro c u ra -s e e n
disso, junto à abordagem "d b e m c o m o v a lo riz a -s e a
o lí ti c o -in s titu c io n a l e le g a l e n v o lv id a s,
ri ca, cultural, demográfica, p e st e ve m a is p o p u la r
e m a s. E m p re g a n d o u m a e xp re ss ã o q u e já
f dim ensão da gestão dos sist
a b o rd a g e m d e ''te c n o lo g ia a p ro p ri a d a ''.
no m eio téc nic o : te nta -s e u m a
23
Ab ,wdaMnto' de , gua para consumo humano
1
·í·
poss ve , são destacadas as boas práticas
. no a astec1men
á . ._ o e água ·
vjsando à proteção à saúde e mencionadas pr t1cas nao recomen~
dáveis, que ampliam o risco a saúde. .
• o respeito ambiental também permeia a abordagem# enfatizando que ins-
talações para o abastecimento de água ao mesmo tempo são usuárias dos
recursos naturais e poluidoras desses recursos, ao gerar resíduos, demandar
construções e acarretar modificações ambientais para a extração da ág.ua.
• Em um país com as carências do Brasil, deve-se buscar o abastecimento de
água universal e com eqüidade. Em termos práticos, corresponde ao princí-
pio de que toda a população, independente de onde vive, tem direito ao
abastecimento de água e com soluções equivalentes quanto aos seus efeitos,
o que não significa soluções iguais. Esse enunciado remete ao princfpio da
tecnologia apropriada, com o qual a publicação procura ser permeada.
• Procura-se sempre atentar para o conceito de que, na engenharia
como em outras áreas de conhecimento, as verdades são provisórias e
situadas histórica, social e culturalmente . Para tanto, procura-se evitar
enunciados e exemplos dogmáticos e absolutos, buscando sempre
relativizar os enfoques. As normas e o conhecimento consolidado são
descritos e decodificados, porém sempre é lembrado que a verdadeira
engenharia é a que enxerga o conhecimento a partir de uma visão
crítica e a que tem capacidade de questioná-lo e, responsavelmente,
adaptá-lo às realidades sociais e culturais.
24
t .O LIVRO EARTICULAÇÃO ENTRECAPITULO
_.. ______ ,.... __ ,
,...... •••• ········-·----------- '
1 · 1 m nt Introdução
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1 Abastecimento de água,
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para o abastecimento de água :
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I Av llr1~no qu llt tiva :
1 tlt t(V 3 Consumo de água ,
I qudn ·, a . :
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7 olu~õ -. 1ternatlvas : 8 Captação de águ Elementos !
sprovld de rede : de superflcle para projeto, :.
l 9 Captaçao de água
operação e :
: subterranea construção :
: .
de irnst:alações :
: providas de !
: 10Aduçao rede :
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I li
1 •
: 11 Estações elevatórlas !
1 1
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•1 12 lntrodurao
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ao tratamento de égua ''
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11 13 Reservação •
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14Rede de distribui~ ªº
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: Elementos gerais P r
···········- - - - - ~-
srubulações e acessórios
•' . ..................
.(----------·w
1
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1
I projeto, oper çao !
i construção 16 MocAnlca computacional !
: . pllcada ao abastecimento de :
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égua ,f
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25
o de Agua para consumo humano
Abastetlm• nt
u u
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Prefácio
27
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transform li Jt ,I • li Ili ff I 1.
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Ca pr·tulo 1
1
Léo Heller
1.1 Introdução
h u m a n a e p a ra o d e s e n v o lv im e n to d a s
d a á g u a pa ra a s o b re vi v ê n ci a
O papel essencial m p o , sa be -s e q u e a su a
e n to ge ra l na a tu a lid a d e. A o m e sm o te
sociedades é de conhec im e m
n te p a ra a te n d e r à d e m a n d a re q u e rid a
n atu re z a te m s id o in su fi c ie
disponibilidade na cr e sc e n te m en te . N e st e q u a -
e ta , fe n ô m e n o q u e ve m se a g ra va n d o
muitas regiões do Plan p a ze s d e fo rn e c e r á g u a c o m
a s te c im e n to d e á g u a d e ve m se r ca
dro, as instalações para ab la çõ e s, a lé m d e re s p e ita r o s
d a d e e d e fo rm a ac es s ív e l p ara as p o p u
qualidade, com regula ri s fu tu -
is u tiliz a do s, p e n sa nd o n a p re se nte e n a
á rio s d o s m a n a n cia
interesses dos outros usu r, p ro je ta r, im p la n ta r, o p e ra r,
s p ro fi ss io n a is e n ca rr e g a d os d e p la n e ja
ras gerações. Assim , o s en te
c im e n to d e á g u a d e ve m se m p re te r p re
s ta la ç õ e s d e a b a st e
manter e gerenciar as in a s a tiv id a d e s .
te r a ca pa cid a d e d e co n si d erá -la n as su
essa realida d e e deve m a b a st e ci -
a vi sã o p a n o ra m ic a d a im p o rt â nc ia d o
No presente capít u lo é fo rn e ci d a u m
co m o a m b ie n te . O te x to vi sa a in tr o -
la çã o c o m a so c ie d a d e e
mento de água e de sua re la çõ e s d e a b a s te c im e n to d e
d e s ta ca n d o as ra zõ e s p e la s qu a is in st a
duzir o leitor no tema , n e ce ss i-
e m in tr o d u tó ri a é e ss e n ci a l p a ra o s q u e
ta d a s . E st a a b o rd ag
água devem ser implan ic ia d e te r o s co n c e ito s e n v o l-
so b re o te m a. C o m p re e n d ê-l a p ro p
tam de uma primeira visão ra be m co n ce b e r e p ro je ta r
d e á g ua , q u e sã o fu n d a m e n ta is p a
vidos no abastecimen to
/ unidades e sistemas.
29
1.2 cont~xtos sociais
América Pré..Colombiana
O povo inca, que ocupa a os · ndes peruanos _na A~éri_ca pré-colombiana, des-
tacava-se pelo seu conhecimento de_ ~ngenh~na san,tána e pelas estruturas que
construíram, suas ruínas mostram ef1c1entes sistemas de esgotamento sanitário e
de drenagem pluvial. Existiam reservatórios de água e sistemas de banhos, para
os quais a água era conduzida através de condutos perfurados em rocha. o sanea-
mento tinh.a es,treita relação com a religião . No início da estação chuvosa, 05
incas realizavam uma .,cerimônia da saúde'', quando se efetuava a limpeza das
moradias e dos espaços públicos . Pretendiam se manter limpos para se apresen-
tarem puros per·ante os olhos dos deuses. Assim, uma crença religiosa gerava a
necessidade de, suprir as ocupações humanas de água e de se desenvolver
a tecnologia necessária. .De maneira indireta, a religião proporcionava melhor
saúde para o po o, desen oi imento e prosperidade.
Pintadas/Ba'h ia
30
ADaStecm?Mtod? ãgi.a, sociedade e ambiente I Capítulo 1
1
•
31
. mo humano
. de égua para consu
Abest.ectrnento
Numa região com tal escassez hídrica as soluções para o ':1anejo e abaste-
cimento de água a serem adotadas devem se~ ~om~atív:1s com esta reali-
dade. 0 abastecimento de água na sede mun1c1pal e realizado por sistema
integrado de abastecimento de água-SIAA operado . pela concessionária
estadual EMBASA, cuja água é captada no reservatório formado pela bar-
ragem de São José do Jacuípe, passa por tratamento e é distribuída para
diversas localidades, chegando a Pintadas. Devido à qualidade da água do
rio Jacufpe e ao represamento, ela chega à cidade com alto teor de
salinidade, sendo recusada pela população para o uso de beber. Análises
físico-químicas da água (. .. ) mostram que a concentração de sais dissolvi-
dos é superior ao permitido pela Portaria 518/04 do Ministério da Saúde
(... ). As soluções de suprimento de água diferenciam~se para a sede muni-
cipal e para a zona rural. A sede municipal, que já conta com o SIAA (. ..)
deve ter o abastecimento universalizado, e compete à Prefeitura, poder
concedente do serviço, exigir da concessionária estaduaJ regularidade no
fornecimento e qualidade da água distribuída. Na zona rural, a solução
que tem se mostrado mais adequada à realidade sociocultural-ambiental
da região é a adoção de cisternas domiciliares que armazenam a água da
chuva captada pelos telhados das casas, eficazes quando utilizadas para o
fornecimento de .água de beber, higiene pessoal e de preparo de alimen-
tos.( ...) Até o fina:I de 2004, o abastecimento de água da população rural
~stará universalizado com cada família dispondo de uma cisterna e de
filtro cerâmico para purificação da água de beber.
·
Como.
se observa•'
aind ª· . . . - á
que. tivesse havido melhorias no abasteciment o de gua
1oca 1 e um planeJament0 d t . . . . . ó5 o
~
primeiro diagnó f . e, erm~nado para superar as carências, 12 anos ap
s ico uma s1tuaçao mu;to inadequada ainda persistia.
32
Abastecimento de água, sociedade e ambiente r Capítulo 1
33
..
Ab11t fm1nt d Agua p rn contumo humano
1.4 Histórico
34
.1
água, soci edad e e am bien te I Cap llulo 1
Ab astecimento de
a is d e in d iv íd u o s o u fa m ília s ta n to
d e p o p u la ç õ e s e n ã o m
incluir o abastecimento ra r a lim e n to s e p ro m o v e r a
a de s fi sio ló g ic a s d a s p e ss o a s, p re p a
para atender as necessid s c u ltu ra s .
p a ra m an te r a a g ri c u ltu ra , ir rig a n d o a
lim pez a , q u a n to d e a
e n to d e á g u a s ã o e n c o n tra d o s , d e s
riê n cia s d e s u p rim
Vários registros de expe g ia s p a ra a c a p ta çã o,
p ro g re s s iv o d e s e n v o lvim e n to d e te c n o lo
Antigüidade, demonstran d o o
u a . E ss es re g is tr o s ta m b é m d e m on s-
to e a d is trib u iç ã o d e á g
o transporte, o tratamen fo rn e c im e n to d e á g u a n o
d a h u m a n id a d e p a ra o p a p e l d o
tram a crescente consciência n e ss e a s p e c to o b s e rv a n d o -
n a p ro te ç ã o à s a ú d e h u m a n a ,
desenvolvimento das culturas e a d e d a á g u a . E ss a to m a ·a a
iê n c ia q u a n to à im p o rtâ n c ia d a q u a lid
se o crescimento da consc x to s h is tó ric o s , na c o m p re -
n d o ta m b é m , e m d ife re n te s c o n te
de consciência acabou resulta a s te c im e n to e , e m d ec or-
se p re s e rv a re m o s m a n a n c ia is d e a b
ensão da importância d e
rência, s ua s ba cia s c o n tribu in te s .
q u e m a rc a ra m a e v o lu ç ã o h is tó ric a d o
o s im p o rta n te s e v e n to s
Na Tabela 1.2 são listad n o ló g ic a , c o m o a s p re o -
e le p o d e m -s e d e s ta c a r, e m ord e m c ro
abastecimento de água. D
cupaç õe s fo ra m se su ce d e nd o :
a a g ri c u lt u ra e a p e c u á ria , s im u lta -
• com o s u p ri m e n to d e á g u a p a ra
to p a ra c o n s u m o h u m a n o
. ;
neamente ao abastecimen
g u a e m c a n a is e tu b u la ç õ e s ;
• com o transporte da á
p ta ç ão d e á g u a s u b te rr â n e a ;
• com a ca
• com o a rm a ze n a m e n to d a á g u a ;
o a g u la n te s, d e c a n ta ç ã o , fi lt ra ç ã o ,
• com o tr a ta m e n to d a á g u a (c
desinfecção ...);
laç ã o d a á g u a e m re p re s a s ;
• com a acumu
• com a elevação da água;
m p re e n s ã o d a h id rá u lic a ;
• com a co á g u a .
ã o d e s e rv iç o s d e a b a s te c im e n to d e
• co m a o rg a n iz a ç
35
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u _ s s ·_ 1 g J 1 1 111 i& . a 1 z
(continua)
Data Evento •
- i!Z1fi :· 1 r • RIP E il!U · se Z Referência
c.2600 oxl,tõnclu cJo rC-'.I.Prvatôrlo~ do terrc1 e utlllzaçao de captação subterrânea pelos E -- -
36
Abastecimento de ~gua, sociedade e ambiente J Capitulo l
(continua)
Data Evento Referência
1126 perfuração do primeiro poço artesiano jorrante, na cidade de Artois, na França. UJD (1978)
1348- ocorrência da grande peste o~ 1:este neg~a (peste bubônica), matando 25 milhões Bono (1975)
1353 de pessoas na Europa e 23 m1fhoes na As,a (25o/o da população mundial)
1590 invenção do microscópio Bono (1975)
1620 infcí~ da con~ção d~ ~qu~duto do rio Carioca, para abastecimento da cidade Azevedo Netto
do Rto de Janeiro, por 1nrc1ativa de Aires Saldanha, com comprimento de 270 m et ai. (1998)~
e altura de 18 m (obra concluída inteiramente apenas em 1723) Barsa (1972)
1654 invenção do compressor de ar, por Otto von Gueriche, na Alemanha Azevedo Netto
et ai. (1998)
1664 !nvenção dos tubos de f erro fundido moldado, por Johan Jordan, na França, e sua Azevedo Netto
rnstafação no pafád o de VersaiHes etal. (1998)
Dacach (1990)
1664 invenção da bomba centrifuga, por Johan Jordan, na França Azevedo Netto
et ai. (1998)
1712 invenção do motor a vapor, por Thomas Newcomen, na Inglaterra Bono (1975)
1723 condusão do primeiro sistema coletivo de abastecimento de água do Brasil, no Rio Azevedo Netto
de Janeiro et ai. (1998)
1775 invenção do vaso sanitário, por Joseph Bramah, na Inglaterra Azevedo Netto
et ai. (1998)
1804 construção da primeira. instalação coletiva de tratamento de água para consumo Azevedo Netto
humano, por meio de filtro lento, concebido por John Gibb, na Escócia et ai. (1976)
1828 construção de conjunto de filtros lentos para utilização no abastecimento de parte Azevedo Netto
da àdad·e de Londres et ai. (1976)
1841 invenção da borracha vulcanizada Bona (1975}
1846 - a cólera mata 180 mil pessoas na Europa, tendo sido comprovada a sua origem na Bono (1975)
1862 água, em Londresl por John Snow
1846 invenção das manilhas ceramicas extrudadas, por Francis, na Inglaterra Azevedo Netto
et ai. (1998)
invenção do aço Bessemer Bano (1975)
1856
condusão da perfuração do poço artesiano jorrante de Passy, para abastecimento Barsa (1972)
1857
de água da ádade de Paris, com 586 m de profundldade e vazão de 230 Vs
invenção do motor de combustão interna Bano (1975)
1860
invenção dos tubos de concreto, por J. Monier, na França Azevedo Netto
1867 et ai. (1998)
utilização de tubos de ferro fundido na adução de água dos rios D'Ouro e São Azevedo Netto
1875
Pedro, para abasteámento do Rio de Janeiro et ai. (1998)
publicação dos trabalhos de Pasteur, na França, que dão origem à Microbiologia Azevedo Netto
1881
et ai. (1976)
construção da primeira hidrelétrica no Brasil, em Diamantfna - MG (para Azevedo Ne.t to
1883
mineração) et ai. {1998)
construção da primeira hidrelétrica para abastecimento públíco, na cidade de Juiz Azevedo Netto
1889
de Fora-MG
et ai. (1998)
criação da Repartição de Agua e Esgoto da cidade de sao Paulo, com a Azevedo Netto
1893
encampaÇão da Cía. Cantareira, empresa privada que era responsável pelo et ai. (1976)
abastecimento da ádade
•
37
Abastecimento de ,gua para ,onsumo humano
(conclusão)
Data Evento
. Referência ...
1905 primeira aplicação do cloro como desinfetante de água de abastecimento, feita
Azevedo Netto
-
por Sir Alexander Houston (" o pai da cloração"), na Inglaterra et ai. (1976)
1908 primeira aplicação do cloro na desinfecção de água de abastecimento nos EUA, Azevedo Netto
em.. Nova Jersey et ai. (1976)
1913 invenção dos tubos de cimento amianto, por A. Mazza, na Itália Azevedo Netto
et ai. (1998)
1914 invenção dos tu.bos de ferro fundido centrifu_gado, por Fernando Arens Jr. e Dimitri Azevedo Netto
de Lavaud, na cidade de Santos - SP, no Brasil et aJ, (1998)
1936 Lançamento do tubo de PVC, na Alemanha, com a montagem de uma rede Tigre (1987)
experimental enterrada para teste de durabilidade (amostras dessa rede, retiradas
em 1957, mostraram que os tubos não sofreram qualquer alteração)
Fonte: adaptado de compilação realizada por PRINCE (2002)
.e.: cerca de ...
• Usos consuntivos
- abastecimento doméstico· I
- abastecimento
. . industrial·,
- 1rr,gação;
• aqüicultura {piscicultura, ranicultura, .•. )
38
. .... . . _.. .,. ~ -;· e.: ... -; - - .. - ..... --( - - - . ' ~. - .. - .. - - - -e .,._ _, ! • ::: • ••• - - - • •.• - • ' • • • - - '. • - • • " - - - . _ ..;
• Usos não-consuntivos
- geração de energia hidr · 1 tt i ;
- navegação;
- recreação e harmoni p I t tl ;
- pesca;
- diluição, assimilação f nt
entre os maiores usos da água nos contrn n·t . m linl . r i , pode-se observar uma maior
superioridade da parcela para uso em frri n , ntin r,t m menor desenvolvimento
- superando 80o/o do uso na Africa n r nd p rticipação da água para uso
industrial nos continentes ocupados por p f n lvid logo mais industrializados. t
Tabela 1.3 - Distribuição anual dos usos da águ por continente (1995) -
-
3
km o/o "m' km ºlo
África 127,7 ,O 7, ,O 10,2 7,0
Ásia 1388,8 8 ,O 1 i7,0 ,o 98,0 6,0
Oceania 5,7 4, 1 o, ,.s 10,7 64, 1
Europa 141 , 1 ,, o, S ,O 63,7 14,0
América do Norte e Central 248, 1 4 ,1 , 4 ,7 548
., 10,2
América do ,Sul 62,7 ,.O ,o 19, 1 18,0
TOTAL 2024, 1 8, 1 ,1 256.5 8,6
* percentual entre os três usos
Fonte: adaptado de RAVEN et ai. (1998), apud TUNOI ·t ( 00 }
Agrupamento Necessidades
de consumo
Consumo Ingestão
doméstico Preparo de alimentos
Higiene da moradia
Higiene corporal
Limpeza dos utensfllo -
Lavagem de roupas
Descarga de vasos sanltárl,.,.,
Lavagem de veículos
Insumo para atividades e onõml · d r I ili r (lavadeiras, preparo de
alimentos...)
Irrigação de jardins, hortas e pomdr s domiciliares
Criação de animajs de cstlr11t.1çêlo e de dfli111ais para alimentação (aves,
suínos, eqüinos, caprinos etc.)
-- --- -----
19
-f to de égua para consumo humano
Abastec men
(conclusão)
Agrupamento Necessidades
de consumo
1
Note-se que os usos são diversos e atendem a diferentes interesses_ De forma esque-
mática, as ·necessidades podem ser cl·assificadas segundo as seguintes categorias:
45
40
,......
(O
35
:S• 30
i 25
5..._,,,, 20
o 15
e.
CT 10
5
o
o 10 20 30 40 50
tempo (min)
41
. ,. n de jgua para consumo humano
Abasted men..... .
1.6.1 Oferta
Como é sabido, os recursos hídricos constituem um bem natural, renovável, cujo volu-
me total no globo terrestre é relativamente constante ao longo dos tempos, contudo com
uma distribuição variável no tempo e no espaço, entre os diversos compartimentos ambi-
entais. Ou seja, a distribuição da água entre suas diversas f armas no planeta vem mudando
ao longo dos anos, sobretudo devido à forma como o ambiente vem sendo modificado -
dos impactos locais até os impactos globais , como também se altera ao longo de um
ano hidrológico, segundo as diversas estações climáticas. Além disso, essa distribuição e
essas modificações não são homogêneas no espaço, havendo regiões com extremos de
abundância e outras com extremos de escassez de água.
Na Figura 1.2, observa-se a distribuição média de água na terra, entre suas diversas
formas, destacando a extremamente baixa proporção de água doce mais disponível, no
montante global de água, sendo que a maior parte dela constitui água subterrânea, nem
sempre de fácil exploração.
4,39°/o 1,65o/o
Oceanos
• Àgua subterrânea
.. . .. D Geleiras e calotas polares
Figura 1.2 - D1stribuição média de água na Terra
42
Abastecimento de água, sociedade e ambiente I Capítulo 1
1.6.2 Demanda
Do lado da demanda por água para consumo humano, percebe-se que, ao longo do
tempo, vem ocorrendo um crescente aumento no Brasil, ocasionado pelos seguintes fatores:
43
• lncr mento da industrialização, aumentando a demanda por água
m nú: leo urb nos; . _ .
• . m .nto do volume de perdas de água em muitos sistemas de abas-
lmen 0 , fruto da obsolescência de redes e de baixos investimentos.
Ci
Õ 7,0
~
e
m 6,0
e
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G) Total
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1940 1950 •
1960 '1970 1'980 1991
Décadas
~ Figura 1.3 - Taxa anual de crescimento da população total e da po.pulação urbana no Brasil
Font : NASCIMENTO e HELLER (2005), com base em dados censitários IBGE:. http://www.ibge,gov.br
40,0 , -- - - -- - - - -- - - - - -
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~ 35,0
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..... 30,0
8J• 25.0 • Fortaleza
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~ 20,0 * Belo Horizonte
:mo. 15,0 • São Paulo
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mblente·f Capitulo 1
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1940 1950 1960 1 1 '. 000 2010
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Fonte. NASCIMENTO e HELLER (2005), com b m tJ ,tJtA · ltr1t /Jfl Jflf1I · t , JJ,//www,H, , ov.br
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de usos
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Figura 1J.6~-·.R~laç~ô oferta/demanda d.e S u
•
4
umo humano
de água para cons
Aba.stedment o
1.7
, regl
Existem · .' stros sobre
· a compreensão
. da associação entre água
_ de consumo
_ · hu ma-
, d datados dos tempos mais remotos. Contudo, essa compreensao verificav
no e sau e, - . _ . . . . a. .se
.g·umas poucas 51 tuaçoes e em algumas culturas e tinha bases explicat,
· v
apenas em 1_ - - . _. . _ _ . . . as
ª
muito distintas das atualmente d1sponíve1s p~lo conhecimento c1entíf1co moderno. Identifi-
cavam-se então desde cuidados com a qualidade da água de consumo, como O relato do
ano 2000 antes de Cristo, na fndia, recomendando que "a água impura deve ser purificada,
pela feivura sobre um fogo, pelo aquecimento no sol, mergulhando um ferro em brasa
dentro dela, ou pode ainda ser purificada por filtração em areia ou cascalho, e então resfri-
ada " (USEPA, 1990), até a preocupação com a sua disponibilidade, como a recomendação
de Hipócrates (460-354 a.C.): "a influência da água sobre a saúde é muito grande".
Ao longo da história, dados disponíveis sugerem, em alguns contextos, que a imple-
mentação de serviços sanitários resultou em melhoria dos indicadores de saúde da população,
embora essa demonstração não seja simples. Alguns relatos, como o apresentado na
Figura 1.7, mostram tendências similares entre ações de saneamento e a redução de mortes
precoces e doenças, nesse caso a redução da mortalidade por febre tifóide doença bacte-
riana de transmissão feco-oral ao passo em que se reduzia a proporção da população sem
acesso ao sistema de abastecimento de água em Massachusetts nos séculos XIX e XX.
Ano 1885 1890 1895 1900 1905 1910 1915 1920 1925 1930 1935 1940
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mostrada na Figura 1, '
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· ir f, , ,t ,· , 11111 ·I trt 1q 1 11 se fenômeno d · "
mfn ·· J '' 1 v ,t,, li t ntes cidades européí,,'- ~
n ,I .,,1,r1 · ,, t t r 11 1 .
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Infra-estrutura sa 11:árt
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1870 1800 1890 1900
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Ffgur 1. 1; 1 I :I I f, 11 II tVI t · imento de água e esgotam·en
• Jt ,l i
Fonte; PR / l1J r. 11 I J I ,, I f I
Companhi
Compar,hí ·
Restante d
Fonte: SNOW (19 O)
•
umo humano
.
Abaste,rmen
to de ,gua para cons
- .
48
j
Ta~ela 1·7 -. Redução percentual na morbld . d mort lldade por indicadores de
saude selecionados, atribuída a melhoria n b . t clm · nto de água e no esgota-
mento sanitário
-- - -
1
Indicador de saúde Redução mediana< > (%)
Ascaridíase 29 {15-83)
Morbidade por doenças diarréicas 26 (0-68)
Ancilostomfase · 4 ( .. )
Esquistossomose 77 (59-77)
Tracoma 27 (0-79)
Mortalidade infantil 55 (20-82)
- . -
Dois mecanismos principais de tr nsmi o d do nças pela água, por agentes bioló-
gicos, são observados:
• a transmissão por .ingestão d · águ . ont minada por agentes bioló-
gicos patogênicos;
• a transmissão que ocorre pela in ufi iência da quantidade de água,
provocando higien:e defic:ientei
Em vista disso, dois grupos de doença mais dir tamente relacionados ao abasteci-
mento de água podem ser destacados (Mara F chem, 1999):
• doenças de transmissão feco-oral, qu podem ser transmitidas por
ambos os mecanismos (ingestão ou higi n d ficiente) e que incluem,
dentre outras:
- viróticas: hepatite A, E e F; poliomi lit ; diarréia por rotavf rus;
diarréia por adenovírus;
- bacterianas: cólera; ínfecção por E. · h ri hl cofi,· febre tifóide e
paratifóide;
- causadas por protozoários: amebf s ; ripto poridfase; giardfase;
- causadas por helmintos: ascarídí s, ; tricurfase; enterobfase.
• relacionadas exclusivamente com a quantidad insuficiente de água:
- doenças infecciosas da pele;
- doenças infecciosas dos olhos;
- doenças transmitidas por piolho .
49
. ru . os, destacam-se ainda aquel .doenças transmitidas
- procrram na · ·. Qua · .
quitos, que se .. ·ares completas, a população necess1t ~ecorrer ~o armaienarne e de
instalações domicilt t ~es baldes ...), que se tornam locais propfcros ao desenv . ~to em
'lhames (tambores, Ia o , . o1vimento
v.as1 ·tos Incluem-se neste grupo.
dos mosqu1 . .
.. ue e febre amarela, transmitidas pelo mosquito do gênero Aedes·
• deng . t ansmitida pelo mosquito do gênero Anopheles; '
• malána, r ·r d
• filariose ou elefantíase, transm1 i as pe o mo
1 · squito d · "
o genero Cu/ex.
50
• doe:nças di.arréicas: 2.200.000 mortes d ri n m nor, de cinco anos;
• ascaridfase: 900 .000.000 de caso ;
• esquistossomose: 200.000 .000 d,e o ;
• tracoma: 6.000.000 de pessoas fi ar m d vldo à doença!
Em estudo realizado em favela de Belo Horizont , loc fizad no Aglomerado da Serra,
comparando três áreas com diferentes condições d neam n o, Azevedo (2003) mos-
trou uma possível redução de 48°/o na ocorrência d di rréi m crianças entre um e cinco
anos e de 20% na ocorrência de desnutriç!o crônica m crianças na mesma faixa etária,
caso fosse impfantado sistema coletivo de abastecimento de água.
Em outra avaliação, Teixeira (2003), também investigando crianças entre um e cinco
anos, em áreas de invasão em Juiz de Fora-MG, encontrou os seguintes impactos relacionados
ao abastecimento de água:
1
o abastecimento de água mantém uma relação ambfgua com o ambiente, especial-
mente O hídrico: de um lado é um usuário primordial, dele dependendo; de outro, ao
realizar este uso, provoca impactos. Um adequado equacionamento dessa sua dupla ~elação
com O ambiente é requisito indispensável para uma correta concepção do abastecimento
de água .
•
51
,n no •
. .. h
arocontumo u
Abastecimento da gu . p
· setor d e ab a h . . - a leg
eo.mo usuár,o, 0 .·
11997
mas esse recon ec1mento nao o desobrig d ·
· F
lação Le1 e e · .·d ral nº 9 4 33 · ' · d. · ·b·1·d d·
. tr'ibua para maior · rspon, 11 .a e para outros US ª e
·· á _ ri
· d curso que con u r,--- ·
uso criterioso o re ~
. .
para a manutenç
. a O da vida aquática. . . .
• . lugar deve·se procurar o estrito respeito à legislar3
nto em pr1me1ro . híd . . Y-'o q
Nesse po , . . ara outorga de uso de recursos ncos. Nesta, com varia.~
estabelece as condiç.õ~ P é er·mi'tida a captação de apenas uma parcela da vazão m', ~
5
. . · .. ·as1le1ros, P n,rna
do manancial supe ,c,a , gar res..
dual escoando para jusante.
1 .
a
..
Exemplo de Va~ão outorg~vel:
•
t - , •
A ~em~nda ~e~~ uso para abastecimento pode se tornar muito complexa em regiões
com baixa d1spon1b1hdade ou com elevada demanda de água ou ainda quando ambas as
52
Abastecimento de água; sociedade e ambfent J pi ulo 1
condições se combinam. Nesse caso, uma discussão que vem ganhando terreno no mundo
é a da transposição de bacias, que pode ocorrer de duas formas:
. 1.8. - Mananc1a1s
Tabela .. . a bastecedores
.· da Região Metropolitana de Belo
.~H~o~ri~z~o~n~te:_~~~~-::;=:=:~~~~C;a~p;acciiiddéa;dlee~in;s~ta;il~addéa;--~~To~t~aÍI~
Sub-bacia Sistema (Lls) (L/s)
de produção
Rio das Velhas 6.750
Rio das Velhas
Morro Redondo 750
200
Barfeiro 7.870
Catarina 170
2.700
Paraopeba Serra Azul
vargem das Flores 1.500
•
4.200
Manso 8.850
450
lbirité
685 685
Diversos Sistemas independentes
17.405 17.405
Total .
. ara o abastecimento da região, 45% originam-se
Ou seja, dos 17 .40~ Us instalados: 51 % da sub-bacia do Paraopeba. Ocorre que,
da sub-bacia do Rio das Velhas
53
Abastecimento de água p ara consumo hum eno
Parcela de Evaporação
não retomo
56 (•) ~ ~ - Infiltração
14
Drenagem pluvial
100 70
Adução Consumo
Redes de A. A. e E. s.
54
l
--···,
Ab steomento de água, sociedade e ambiente ,1Capítulo 1
•
Da vasta legislação ambiental existente no país, nos diversos níveis federativos, possui
estreita aplicabilidade ao abastecimento de água para consumo humano a Resolução
CONAMA nº 357/2005, cuja reformulação foi aprovada em 15 de f~vereiro de ~00~, que
estabelece critério para classificação das águas doces, salobras e sahnas do Terntóno Na-
cional. Essa legislação, ao definir os usos e os requisitos de qualidade da água que cada
uma das 13 classes de águas naturais sendo cinco classes de águas. do~es · .d:vem
apresentar, tem possibilitado O enquadramento das águas de todo o terntóno brasileiro e,
55
t
Abastedmento d
997 que ,nstitu1 a Política . D stacados pontos nessa leg1slaçao sao 05 instru-
1 , . Hídncos. e · · · 1. . _ .
Gerenciamento de Recursos . . . ortantes elementos e inter ocutores com a proble-
56
b~ te J capftufo 1
A·bastedmento de água, sociedade e am ren
. . . - abasteci~
rnento à moradia ou ao lote com água encanada, fornecimento contínuo e de boa q~ah~a .e
do Programa UN-Habitat, revelando uma diferença significativa entre as duas estimativas.
Nota-se que o país ainda exibe um total de 40,6 milhões de pessoas sem acesso ao
abastecimento de água fornecida por rede coletiva. Esse contingente está mais concentrado
na área rural, na qual 47,6% da população sequer dispõe de água canalizada na proprie-
dade ou no interior do domicílio.
Além dessa desigualdade de acesso estar associada ao local de moradia urbano ou
rural , apresenta uma relação clara com a renda: os mais pobres são os mais excluídos
(Figura 1.1 O).
Outra variação encontrada é a regional, conforme se ilustra na Tabela 1.11, na qual se
observam grandes e importantes diferenciais no atendimento e quanto a indicadores de
eficiência dos serviços, entre as companhias estaduais de saneamento.
57
Abastecimento de jgua para consumo humano
100
90
80
............ 70
~
e_,
(O 60 .l?JÁgua
...,:,""" 50
.
~
•Esgota·
Q)
.o 40
8 30
20
10
o
<1
1a 2 2a3 3a5 5 a 1O 1O a 20 > 20
Renda média mensaJ domiciliar (SM)
Figura 1. 1o _ Cobertura por abastecimento ~e água por rede geral e esgotamento sanitário por rede
, coletora no Brasil, segundo faixa de renda
Fonte: COSTA (2003)
•
'
58
Abastecimento de água, sociedade e ambiente f Capitulo 1
1
1
(conclusão)
1
Índice de Índice do fndlce de Tarifa Despesa Quantidade fndlee de Consumo
SIGLA atendimento atendimento perdas de mêdla como equivalente produtlvld. módlo do
de água de esgoto faturamento praticada serviço p/m3 de pessoal econ/pes. água por
faturado total total aconomfa
7 -
REGIÃO CENTRQ..QESTE
-" RS/m3 RS/m~ empre«JadM econJemp, . ml[mltl.o«>~
.'
1
CAESB/DF 92,4 88,9 315 18,6 1
21 ,5 1,01 1,05 3.785 1
SANEAGO/GO 93,5 36,9 12,6
SANESUUMS 3S.,2 0,94 1 02 4.697 334
111,9 7,0 41 ,7 " .268 13,7
lbtats Região Centro-Oeste 1,26 1,54 1.084
95,8 46,9 31,6 14,6
1,00 1.08 9.639 316
Jbtais paraogrupo 93,7 39,4 39,4 1,07 1,14
108.909 365 15A,
Nota: valores de índices de atendimento
. -
super. iores a 1.00% são expfrcados
. · · ·
pelas diferenças de fontes de dados para o
numerador e o denominador.
Fonte: SNSA (2001)
Em relação à qualidade como a água é fornecida, as Tabelas 1.12 e 1 .13 revelam que
nem ·sempre sua segurança é garantida.
59
Abastecimento de água par, consumo hu01t1rto
o _ .......- +
' ' ' M02
Minas Gerais - Municípios - Re ·-
Abastecimento de Águ~l~~s ~e Planejamento
~ .IFC/2002 Porcenta em d O . .. e e Geral
Figura 1. 1o - Cobertura or ab . e om1c1hos Atendidos - 2000
1c1p10. Minas Gerais
Fonte: HELLER et ai. (2003), com ~ase e~s::~:::~~i: água por rede geral, segundo o mun· , . .
. . ., .. • '-L ~
'
•.
45 a 55 35
M · a 45 25 a 35 10 2
Figur 1
a .11 - Associação entr
ortalidade tn• .
. ,ant1I (por mil)
ª 5
•
M' - e carên ·
mas
Fonte: HELLER et ai. (200 3), Gerais
com base em eia IBGE
dados do . . . de mortalidade ínfantll,
por abastecimento de água e faixas \
'
_. .
,, '( :·
'· .......' • . ...
, '
60
•
Abastecimento de água, sociedade e ambiente I Capltufo 1
,
1
!
Conforme pode se observar neste capítulo, a água é um bem essencial à sobrevjvência
do homem e ao exercício de suas atividades. Seu uso é dependente do context9 social e da
importância que cada comunidade atribui a esse bem, o que é perfeitamente verificado ao
longo da história, podendo se perceber a relação entre a água e as várias civilizações e seu
estágio de desenvolvimento social, econômico e tecnológico.
A disponibilidade de água no planeta é limitada, variando de região e segundo a
forma como se encontra na natureza superficial, subterrânea, como água de chuva etc.
Entretanto, em cada aglomeração humana, a relação entre a oferta e a demanda de água
é muito variável e é função de um conjunto de pressões, relacionadas inclusive aos hábitos
locais.
A água ao mesmo tempo pode ser um veículo de transmissão de doenças e outros
agravos (intoxicações, por exemplo) ao homem e pode ser requisito de boas condições de
saúde, particularmente quando é ofertada com quantidade suficiente e qualidade adequada.
Guarda também uma estreita relação com o ambiente, pois da natureza é extraída a água
para o consumo da população. Contudo, as instalações de abastecimento de água podem
ser, elas mesmas, responsáveis por impactos ambientais. '
Nos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, há uma enorme tarefa a ser cum-
prida, no sentido de prover água segura a todos, protegendo a saúde e assegurando uma
relação sustentável com o ambiente.
•
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l
61 •
Abastaclmento de 6gua para ., oruurno
· humano
.
d1arrhoea, .
dracuncu 1.ras1s,
. hookworm
· ·,nfection, sch1stosom1as1s, an trac orna. u,,e n o ·t e Wor/d Health .
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62
.Abastecimento de água, sociedade e ambiente I Capítulo 1
1
1
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•
Mimeografado.
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• •
•
•
63
1
Capítulo 2
1
Concepção de instalações
para o al:,astecimento de água
Léo Heller
2 •.·1 Introdução
públicas em geral, rara.mente há uma solução única para um dado problema. Mesmo que
1
uma solução seja a vislumbra,da com maior dareza imediatamente e pareça a mais evidente,
outras possibilidades podem ser cogitadas. Mesmo que a primeira opção seja a adotada.
ela em geral não é em si ó.nica: ela mes.ma pode admitir diferentes variantes, diferentes
formas de projeto ou diferentes concepções de djmensíonamento.
Ou seja, no planejamento ou projeto de uma instalação de abastecimento, de água,.
são tomadas in.úmeras decisões, dentre um Jeque de opções possíveis, mesmo que de
forma inconsciente. Muitas vezes, a deásão é slmpfesmente uma recomendaçao de nor-
ma, o uso de um,a fórmula de um livro ou uma soluçao similar à de um projeto já elaborado
ou de ·uma obra já implantada. Mas possivelmente essas opções nao sao a únicas . i o
deve ser reconhecido por quem toma a dec·isao.
A ''boa engenharia'' é aquela capaz de enxergar maisde um caminho par. asoluç o d
um problema, de ponderar os aspectos positivos e negativos de cada caminho d tomar
decisões as mais conscientes possíveis. Essa ''boa engenharia'' tem a percepç o de qu ·cad.
decisão tomada traz implicações de diversas ordens econômicas, sociais, operacionais.4. E,
portanto, valoriza justamente esse processo de tomada de decisões como a etdpa maisd ter-
minante de um projeto, de um dimensionamento ou de uma etapa construtiva.
15
Ab t lm nl d au p r on uma hum . no
1
..
11!1
J
66
Concepção de lnstaíações para o abastecimento de água t CapftuJo 2
2.2 Contextos
Grécia antiga 1
..
.;-=-- , . ..
•
....
'
-......... .
•
..
67
.
A&a,udmenw de .6gua pa,,,a tonsumo
- - humano
(a)
Junta de cimento
Junta de cimento
•
"'
Junta de cimento
(b)
68
Concepção de instalações para o abastecimento de água I Capítulo 2
69
Abasteclmon10 da água para consumo humano
70
identificada a presença de coliformes totais# porém não de E. colí, o que
se constituí motivo de preocupação . Embora os coliformes. totais,
em si, não confirmem contaminação ou presença de organismos que
transmitam doenças, sua presença é indicador de alerta . Para e·feito
de comparação, em rede de dist ribuição o padrão brasileiro de pota-
1
Esses exemplos ilustram as muitas variações que podem ter uma sof.ução para o abas-
tecimento de água e os diversos fatores condiáonantes para a sua concepção: econômicos,
políticos, tecnológicos, socioculturais e físicos.
71
Abastecimento de água para consumo humano
72
.......
Concepç3o de lnstalacô pnrt1 ,, nbn~fbf rt11u111J, cltJ fllJIIIJ f l nfJffuf,1 l
Entretanto, deve-se ter claro também que, muitas vezes, para se atlngtr a se padrao
de serviços, pode ser necessária uma etapa anterior, conforme as soluçõo~ 1 a 3 da
Tabela 2.1.
1.
73
-~==-=-
~
---------- ·- ,. . _
... ·-·
.,_: ,,, ' • to,-
.
PT p,
ESTAÇÃO
MANANCIA~ AOUTOAAD ELEVA1ÔRIA DE
AGUA IAUTA•MO ÁOUATRATADA-EEAT
--- --
,.• ·- ..._ ____ _ _ - - - - -
-
1
- - - - - .... -
1
.,,,..- I l
.,,,..,
-
r
l 1
- ,_'·
1
i t - - - ... - -t--+-1-1-- 1
1
1
,
1 1
1
1
1
-- 1 1
1
REDE DE
1
1
DISTRIBUI ÃO
r
~ ~ ~ - ~ ~ ---
- - - - - - -
1
DISTRIBUIÇÃO
- e ••
ESTAÇ O
ELEVATÓRIA oeAGUA AOUiORA O" RESERVAT RIO RESERVAT RIO
CAPTAÇÃO BRUTA· EEAB AGUATRATADA · MT OE MONTANTE DE JUSANTE
- -
Figura 2.2 - Reservatório de acumula~Qc, parc.1 , a1:>laçao de água do Sistema Rio Manso - Região
Metropolitana de Belo Horlzont • COPASA·MG
74
J
margens, bem con:10 as variações azon i d v zto, uma vez que se
trata de uma unidade de muita respon bffid d~ no sistema e, por se
locallzar no curso d',água, fica sujeíta " . o d ínt r11péries.
1
,
•
--
,
'
•
'
•
'
l\btt 1 hn nln d 6UllApnr on, umo hum@no
Flgur 2,S - Adutora de água bruta do Sistema Rio das Velhas - Região Metropolitana de Belo Horizonte_
COPASA-MG
76 -.
Concépção de instalações para o abastecimento de água I C.aprtulo 2
Figura 2. 7 - Esta~ão de tratamento de água do Rio das Velhas - Região Metropolitana de Belo Hari~ont~ e-.
COP~SA-MG •
77
AbastecImçnnto de água ·para consumo humano
•
NT
···tt'I:._. '!::,~:.:·!•:f
..r;;:.,•;,,·t·:::!! !·::;t.....'{ ·t••
1z:-i:·:,.;
ifhii!iU,tUH1liHiHUfi1hii
•
Semi-apoiado
___~- .
Apoiado Elevado
Ainda na nomenclatura das unidades componentes, estas podem ser agrupadas em:
1·8
• •
.
o abastecim ento do llg uo I C:npttulo 2
Concepçao de instalações para
Í
.. ESTAÇÃO
ELEVATÓRIA
---- ADUÇÃO
MANAN OiA I. 1
1
1
DISTRIBUIÇÃO
OAPTAÇ.J\O TRATAMENTO RESERVAÇÃO
CONSUMO
na c o n c e p ç ã o d e i n s t a l a ç õ e s
E l e m e n t o s c o n d i c i o n a n t e s
2 .5
e c i m e n t o d e á g u a
para o abast
a c on c ep çã o de u m a d ad a in s tala çã o
s o s fatores q u e p od em c on d icio n a r
São d ivers o se ja m c on s ide rad o s, ta n to a
e ág u a. É e ss en cial q ue ta is fato res
para o a ba stec im en to d teg rad a . A lgu n s d ess es
q ua nto ao s eu c on ju n to de fo rm a in
ca da unidade índ ív idu alme n te,
i
condicionantes sã o:
. ,'.
1 - ! ..
'. '
.
... ~ .. ~ ;; ·, .
79
•
Tabela 22 - lnfluên~la do porte da localidade no diâmetro da adutora
· z ••• •· 1s a · . - :
o .. -,, - - - ~
Conforme se 1erifíca, para esses três portes de população, a dimensão das unidades
pode mudar qualítatívamente de patamar: em geral, é maior a simplicidade de se proje-
tar, definir o material e verificar o funcionamento hidráulico de uma adutora com diâmetro
de 75 mm, se comparada com uma de 250 mm, que, por sua vez, é menos complexa
que uma adutora de 1 . 000 mm, a qual pode envolver cuidadosas considerações sobre O
material da b.Jbulação, a ocorrência de sub e sobre-pressões transientes, o impacto ambi-
ental das obras etc.
Por outro lado, comunidades de pequeno porte podem estar mais propícias à utilização
de manará ais subterrâneos, uma vez que, salvo exceções em algumas regiões do país
com aqli:ferosubterrâneo de maior potencial de vazão, a maior parte dos poços profundos
do Bras:I apresenta vazões compatíveis com este porte de abastecimento. Essa situação
pode proporcionar uma simplificação no sistema, sobretudo quanto à unidade de trata-
mento. já que, quase sempre, o manancial subterrâneo demanda apenas o tratamento por
desinfecção assoáado à correção de pH e à fluoretação.
Em contrapartida, localidades de maior porte via de regra requerem sistemas mais
complexos, em termos de sofisticação tecnológica e operacional, embora nem sempre
quanto à sua concepção, pois buscar uma solução que seja efetivamente apropriada em
uma comunidade menor pode exigir esforços intelectuais significativos. Sistemas de maior
porte podem se caracterizar por:
80
• .. • ..,. - ' r.
Concepç:lo de fnstalaçõeS para o abastedmento de água I Capítulo 2.
Reservatório elevado
t
Cloração - D o
- )
Tubulação do sistema de ' )
distribuição
Poço
Figura 2.1 1 • Pequeno sistema, abastecido por poço raso, com reservatório de montante
Fonte: adaptado de o,s..ssA (1980)
Francl•ço
MóiàtQ -· v.
211•,,.,pt;J
~.Oltl
~~
Gu,raJho•
·~
1 • "'
•.I.
- AII.._I llilllt:111
iii f.ti1$111Pllt'TI. . . I) . . ..
a Ru1r• ·..,1111:VJ• *
A IMC,,,'11\-
-
Figura 2.12 - Abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo - 1995
Fo-nte; TSUTIYA (2004)
81
•
Abasteclmcl\to de 4gu11 pQro ton11.1n10 humano
2.5.3 Mananciais
Em síntese, trata-se de uma escolha em que deve ser realizada uma análise conjunta
da quantidade e qualidade da água e, para tanto, diversos procedimentos .são desen-
volvidos.
82
• de instalações para o abas tecimen to de água I Caplt vlo 2
Concepç3 o
7 i t l & .. ...
Exemplo 2.1
R1
\ _J) () A Hmáx ::; 30 m
(\
íl poços
profundos
ALTERNATIVA B ALTERNATIVA C
ALTERNATIVA A Captação em manancial subterrâneo
Captaçãó em manancial superficial Captação em manancial superficial confinado
sem acumulação com acumulação
Solução
A lt er na ti va
fa to r de co m pa ra çã o Alte w at iya B A lt er na ti va e
A lt er na ti va A
Man~ncial de M an an ci al de Manancial
su pe rf fcie se m su pe rf íc ie com su bt er râ ne o
ac um ul aç ão ac um ul aç ão
** * **
Custo de implantação da tomada d'ág~a
* * ***
eq uipam entos eletro m ecan ,cos , *
N úm ero de
• exigindo manutenção ** * ****
Custo de aquisição das bombas ** * **
Con sumo de energia elétrica *** ** *
Custo de Implanta çã o da adutora *** ** *
Custo de Implantação do tratamento *** ** *
os qu ímico s np trata m en to
Consu m o de prod ut
, ** * ** *
Geração de re-síduos (lodo) rr~ tra t~m en to
podendo gerar imP.actos amb1enta1s ** * ., t
ça ** *
Riscos potenciais à saúde devidos Á presen
de microrganismos
83
Abastecimento de água para consumo humano
2 . - r % .r 17 a • • 1· : r • u : a ff a z· _e
..
3 • 2
. r r • - as a :si os a . n . a r : a - : - :
à
. Risc~s. p~tencíaís. s~úde ·d~~id~s à.pr~s~~ç~
de substâncias q,ufmicas .
Riscos potenciais à saúde devidos à pre·sença * *** *
de algas tóxic~s . .
***
4
• as características da adutora;
• a necessidade de estações elevatórias e o correspondente consumo
de energia;
• a possível ocorrência de golpe de aríete e a necessidade de seu con-
trole.
Por outro lado, a topografia da área de projeto influencia a geometria da rede, poden-
do conduzir a diferentes alternativas de traçado. Cada alternativa pode se caracterizar por
uma específica divisão em zonas de pressão e em zonas de abastecimento, o que resulta
em diferentes custos, consumo de energia elétrica e complexidade operacional.
Essa situação é ilustrada pela Figura 2.14, em que, em uma mesma área de abasteci-
mento, a topografia conduz a duas diferentes soluções:
84
1
R2
ZA' 'Z}A
1 ,
J ZB
LEGENOk
MT R1 MT R1
AAT: adutora de água
1
'
1 tratada
•
' 1
EE: estação eleva1ória
R: reservatório
..
-,-
ZA
1
ZB 1
'
VRP: válvula redutora
de pressão
"Zk. zona alta
f ZB: zona baixa
1 ZM: 2ona média
l[ 1
I
1
'
ALTERNATIVA A ALTERNATNA B
Difícil mente, a comunidade sobre a qual se está planejando uma solução deixa d.e ter
unidades, a partir das quais o abastecimento é atualmente realizado. Uma avaliação cuida-
dosa dessas unidades, visando a seu aproveitamento, constituí uma tarefa central em um
estudo de concepção. Em uma primeira tentativa, deve-se considerar o máximo aproveita-
mento de tais unidades, pois foram impJantadas com recursos públicos ou a partir do
esforço da própria comunidade, merecendo portanto o devido respeito.
Para tanto, cada uma delas deve ser cuidadosamente cadastrada.,.com levantamento
l1 de suas características físicas e de seu estado .de conservação. Deve ser salientado que nem
sempre esta é uma tarefa simples, sendo geralmente muito compl1;tÍ<a gllfaoôQ.,S~ trata de
1 tubulações enterradas adutoras e redes. Nesse último caso, deve-S~ ~-~ rotet ·á informa-
ções dos operadores do serviço, sobretudo daqueles mais antlgo'i .s as\ ·rt011J.l.q,çQes
devem ser complementadas com furos de sondagem estrategicanieLJ; 'te i ~ , ej'g1ê.
·"
ªtil11>.S. ·.
\ ,_..) • !ti: - -
~ • •"'.'i
l '"". ~ ~··">' . ~'!·
l. .
85
Jf-
(t
'lt
e . .to não é raro ser mais razoável abandonar parte ou a totalidade das .
l Ent ret an , . . d t . t un, da d
l
exist,entes, por um ou mais dos seguintes motivos, en re ou ros: es
.
t
• '-Uptaçao, estação elevatória de ádgua bru~ ~·a~ut~ra de água bruta
de mananciais a serem abandona. os, por .e ,c1 nc1a de quantidade
ou por comprometimen~o da quahd~de'. . . .
• adut oras e red ·e com diâmetros muito 1nfer1ores aos necessários na
..
· , o
justificando duplicações; . . .
• estações de tratamento e/ou algumas de suas unidades 1ncornpa-
tfveis com a qualidade da água e/ou com os avanços tecnológicos
da área; d .
• reservatórios posicionados em cotas inad~qua ~s, ~UJO apro~ei:amento
poderia conduzir a um zoneamento ant1-~conom1co da dtstr,buição,
ou com volume muito inferior ao necessário;
• estações elevatórias mal posicionadas ou com dimensionamento
muito distante do necessário;
• estruturas em péssimo estado de conservação, próximo ou já tendo
ultrapassado sua vida útil;
• tubulações em péssimo estado, com corrosão ou incrustação exces-
\
s1vas.
86
....
•
Sol
Módulos solares
fotovollãlcos
Controlador Lâmpadas
Controlador Fluorescentes
Inversor e.e. de carga
Painel de ~w
+- e.e. Inversor controre
O ,
1 •
e.e. Corrente
Poste
l e.e.
"--'Alíem:da c:f.
Baterias
•
Reservatório
~- -.:· ' ~, 21" Cl::éill
+- +- +-
deãgua TV colorida
Abastecimento Lâmpadas
'frlUblico doin,éstico - Fluorescentes
11W
í
===n::~.l.. ~
CA. .,(Rádio
e.e.
preto e branco
'
Cisterna
~ ~ !3.. •
alternativa
'
'
1
· Figura 2.15 - Alternativa de fornecimento energético por energia solar fotovoltaica para pequeno
sistema de abastecimento de água
Fonte: COPASA (1998)
0,0188 0,0012
0,1116 •
Figura 2 .16 - Sistema produtor Rio das Velhas, Distribuição proporcional dos iten~ de. d~~ijt sâ:. . .
• • . f •
,-.,-.,.,-
. .
' . consumo
Abastedmt nto dt j gui Jllrl ·
hr..unano
. . ·d·
rtante a ser cons1 .e ·rado é a atual lóg.ca da · rara r ária do setor
Outro f ato tmpo d'f· enc,açao
. __ de ta.:.tas
. ,,,, em função da ora e do
. pe-- :>do de consu-
I
ef'étrico, que estabelece efi . f., • ho·~::a7onal Reso -.,ção EEL 45612000). Nessa
d st tura tar1 ana JU-.HLA-
mo, a chama a e__ru "f t tarifas para horário de ponta composto por três
estrutu~a, .são def1n1d~s d, ere:: feita aos sábados, do.., rgos e ~eriados nacionais- - e
horas dránas co~secutivas, .e~~d~ período de ànco meses, de dez.ernb~ de tim ano a
fora de ponta, período u , d seco pen'odo de sete meses. de ma,o a novembro
. -· t e per10 o ·
abril do ano segu1n e. tarifa (horário de ponta; período seco e a . r horário fora de
A relação entre a maror . . d 2 5 depen a o essiooária e da
ponta; período úmido) pode se aproXJmar e • ~
classe de tensão. ., . nnA-a ~ .. · +-.- · 1· -
Logo, a estrutura t ar1'fá·rra . concessionana,focal ~. ,. . er , . porran~
· da - rmp 1ca{oes. na
.
· · ·
concepção dos sistemas, pr11nc1 · ·paimente no penodo
., . d1ano de ;unconamento
,............__... das un,da-
. ~.
- Sobre este u, lti'mo ponto, e ,m~
des, e na sua operaçao. '""""~ri1e
• ~ 1ll.ftcu q~.as _ concess1
. onanas
cobram uma elevada tarifa de ultrapassagem, quando se o e ma energia do que
aquela contratada para os diversos horários. ~ . .,. _
Por essas razões, deve-se avaliar atentamente o rator energ.a elemca na formulaçao
de alternativas de concepção. Do ponto de vista econom·co, essa parcela de despesas
pode condenar alternativas aparentemente convenientes ou · bilizar outras que pareçam
desfavoráveis.
88
Ili-......_
•
o n ô m ic o -f in a n c e ir a s
2.5.9 Condições ec
m c o m o o p ri n c ip a l fa to r p a ra
l q u e a s p u b li c a ç õ e s s o b re sa n e a m e n to o c o lo q u e
É us u a d o é : o s c u s to s d o s is te m a
ic a . O ra c ;o c fn io e m g e ra r u tili z a
a esco íh a d e u m a s o lu ç ã o té c n e ja , o
a m e n to d o s b e n e fic iá rio s . O u s
v e is c o m a c a p ac id a d e d e p a g
devem s e r c o m p a tí d o s a o s s e u s c u s to s
s to s d e im p la n ta ç ã o , s o m a
sistema de v e s er im p la n ta d o ca s o se u s c u
m e q u iv a -
rm in a d o a rc a n c e d e p ro je to , s e ja
to ta íi z a d o s a o lo n g o d e u m d e te
operaciona is , e te rm in a ç ã o d a s ta ri fa s ,
n o m e s m o p e rí o d o . E , p a ra a d
lentes à to ta li z aç ã o d a s ta ri fa s d o ta
u m a c o m p a n h ia e s ta d u a l qu e a
e fi n id a s, c o m o n o c a so d e
quando e la s n ã o s ã o p re d
dis p o s iç ã o a p a g a r' ' d os
m a s , é a d o ta d o o c o n c e ito d a ''
n ic a p a ra to d o s o s s·e u s s is te
tarifa ú
usuários. o e xtr e m o , re s u lt a e m s e r v i-
e s s e ra c io c ín io , p o is , (e v a d o a
De v e-- s e te r c a u te la c o m e fic ia d a :
e r a q u is it iv o d a p o p u la ç ã o b e n
e d ife re n te , e m fu n çã o d o p o d
ços de q u a lid a d se rv iç o s d e s e g u n d a
lt o n ív e l; p o p u la ç ã o p o b re c om
o ri c a c o m s e rv iç o d e a
populaçã g o , o p o d er a q u is it iv o d a p o p u la ç ã o
é , e vid e n te m e n te , s e m é tic a . L o
categori a . T a l ló g ic a e n to d a re n d a
s o lu ç ã o . A liá s , o c o m p ro m e ti m
e s e r fa to r c o n d ic io n a n te d a
não dev u s u a lm e nte já é m a io r n as re g iõ es
m e n to d e ta ri fa s d e s a ne a m e n to
familia r co m o p a g a 2 .3 , n a q u a l s e
b re s , c o m o il u s tr a d o n a T a b e la
d a s p e J a s p o p u la ç õ e s m a is p o
ocup a a re g iã o N o rd e s te , q u e te m a
e ti m e n to n o B ra s il é m a io r n
observa q u e o c o m p ro m e m vis ta d a s
S u l o c u p e a s e g u n da p o s iç ã o ,
d a m é d ia , a in d a q u e a R e giã o
menor re n
tarifas mais elevadas.
ta rifa s d e a b a s te c im e n to d e
ti m e n to d a re n d a fa m il ia r c o m
Tabela 2.3 - C o m p r o m e
m e n to s a n it á r io n o B ra s il
água e esgota end a
Renda fa m il ia r Tarifa/r
Consumo médio Valor da tarifa (%)
Região média mensal
(m /mora1dia.
3 de á g u a +
(R$)2
mês) esgoto {R$)
1.013 3,27
18 33
Norte
3
728 3,86
14 28
Nordeste 1.428 2,95
17 42
Sudeste 47 1.263 3,73
Sul 13 1.332 2,76
15 37
Centro-Oeste
1 Fonte: PMSS; SNIS (2002)
2 Fonte : IBGE; PNAD {200 3) ia, A cre, A ma zo na s, Roraima , Pará e Amapá.
u la çao rural de Ro ndô n
3 Excluído o re ndimento da po
p
Extraído de ASSIS e t ai. (2004)
o s e co nô m ic o-f in a nc eiro s c o n s -
cis ã o e n tre a lte rn a tiv a s , o s e stu d
Po r o u tro la do , n a d e d e d ec is ã o .
ú n ic o s , n o p ro ce s s o de tom a d a
e nto fu nd a m e n ta l, e m b ora n ã o
tituem e lem as alte rn a tiv a s q u a nto (i) à s
c o ns id era ç ã o a s d ife re n ça s e ntr e
Esses e stud o s d ev em le va r e m c om e n e r-
p lo ra çã o , q u e in clu e m de s pe sa s
la nta ç ã o e (ii) à s d e sp e s as d e e x
desp esa s d e im p no a a no e e m g e ra r
e ss o a l. E s tas ú ltim as inc id e m a
a , pro d uto s q u ím ic o s e p
gia elétric
89
-
•
2 2
econômico, conforme Exemplo · ·
Exemplo 2,2
Solução
f\ ~ 111() ()00,00
LJ
1 R$ 6.000,00 R$ 5.405,41
R$ 2.000,00 R\ 1 U01,80
2 R$ 6.180,00 R$ 5.015,83
R:&l .OC,0,00 R1L 1 t> /1,94
3 R$ 6.365,40 R$ 4.654,33
1,i , .1) 1,80 f{$ l .',11,44
4 R$ 6.556,36 R$ 4.318,88
íl$ J 1a1,,4,1)
1
f{$ t .tl ~9,6
5 R$ 6.753,05 R$ 4.007,61
R$ J,}'11,01 R$ 1 ~1;1SI
6 R$ 6.955,64 R$ 3.718,77
7 R$ 7.164,31
R J .i 1R,~~
1
~ 1t$ 1.J 1CJ,!.,9
R$ 3.450,75
8 R$ 7.379,24 R$ 3.202,05
"' , .Jaa,; o Jl'& 1.1~o,,s
9 R$ 7.600,62 R$ 2.971,27
R!6 J.4'J'>,l ~ "~' 1.0ú/,3~
10 R$ 7 .828,64 R$ ) .11 11, ','1 R$ 990,42
R$ 2.757, 13
11 R$ 8.063,50
R(G ; .C,Cl'>, ,,,, íl$ C)19,04
R$ 2.558,41
t,$ 1.bl! l ,BJ fti&
12
13
R$ 8 .305,40
RS 8.554,57
R$ 2.374,02
R$ 2.202,92
R$ i. /b8,4 I ª~'·ªº
f\ 16 /91,~4
14 R$ 8.811,20 !'\$ ) f\ 111,i,, Ri /341 ,
1
R$ 2.044, 15
15 R$ 9.075,54 R$ 1.896,83 Ri i '111, OI R11 (161,38
Total
'
' •• R$ 170.578,35
•a, • ._
R$ !.OJ ~,1O
"I' úiJ ,28
RS 16GzBS9,45
1
4 1 ; S.
1 1
•
' VP = (1 + I.)t , onde.r -- taY.a de d esconto ou "taxa de Juros
. ,,
e t =ten1po.
,
1
(
90
\
•
Por ou,tro lado, as possíveis vantagens de localização da ETA junto à captação seriam:
Em geral, em sistemas de menor porte, a ETA costuma ser localizada junto à cidade e,
em sistemas maiores, essa locarízação depende de uma análise apurada, que muitas vezes
indica a localização junto à captação.
91
-------------·- - --·.
consumo humano
Abastecimento do Aguo pata
Para sistemas de menor porte, pode ser fixad~ um determinado alcance com base no
bom senso do projetista. Este valor, em geral, osola entre~ e 12 anos, co~ média de 10
anos, devendo ser menor quando se adotam taxas de crescimento popufaoonal maiores e
se suspeita que estas podem não se realizar.
Além da definição do alcance da primeira etapa de proj~to, é importante pensar na
expansão do sistema, ou seja, na capacidade das etapas posteriores. Isso deve ser realizado
planejando as unidades de forma modular. Por exemplo, se a primeira etapa demanda um
volume de reservação de 500 m3, em uma determinada zona de pressão, pode-se pensar
3
na implantação de dois reservatórios principais com 250 m de volume cada e, dependendo
da projeção p.opula~ional, se prever reserva na área a ser desapropriada para a implantação
de uma terceira unidade de mesmo volume.
Maior desenvolvimento do tema pode ser encontrado no capítulo 3.
A norma
úblicos de ab NBR ª
t · 12 ·211/1989 d ABNT trata dos estudos de concepção de sistemas
P as ec1mento
"estudo de arranjos b de água 5 d °
· :gun essa norma, estudo de concepção é um
' as e modo
concepção básica ,, Cone . . . b, . a f orm ·
arem um todo integrado, para a escolha da
· epçao
econômico, financeiro e soe· ,, P as1ca é Ih
11
-
ª me or soluçao sob o ponto de vista técnico,
ia
estabelece que devem ser ab d 1 . ara o desen 1 ·
vo vimento do estudo de concepção, a norma
or adas os seguintes aspectos:
•• a- eon f'iguração topográfica local.
as características 1 . '
• os consum·d -. geo óg1cas da região;.
- 1 ores a ser
• a quantidade d em atendidos;
•. ª integração
· e água
do · t exigida
. e - .
as vazoes de dimensionamento;
s1stema,. sis ema existe nt e, quando é o caso, com o novo
92
zz E- - - - -
eonrDpçOo tJQ lnstnln~õas para o abastecimento de água I Capitulo 2
Tais elementos são convenien·temente detalhados pela referida norma, embora alguns
aspectos estejam desatualizados. A NBR 12.211/1 989 é complementada por três impor-
tantes anexos:
• '' Utilização dos elementos cartográficos ", com definição das escalas
adequadas para cada fina lidade.
• '' Características básicas dos sistemas existentes'', fistando os dados
mínimos dos sistemas cxistentas a serem levantados.
11
• Avaliação de disponibi lidades hfdricas de superfície'', com orienta-
ções de procedimentos para 'tais avaliações.
Além dessa, as seguintes normas da ABNT aplicam-se de forma mais ou menos direta
à concepção das instalações para o abastecimento de água:
93
t
~7
. A sequ
..
e
,.
n
, . . d o p roc es so d e c o n c e p ç a o
-
2 5 .. •
'
~ 1a
5
_. . , . . .. . .~
- • l
94
(14) escolha da concepção do projeto, dentre as alternativas avõlJ d
ou a adoção de uma combinação entre alternativas e com bas . no~
passos (12J e (13};
(15) estudo econôm ico e determinação das necessidades tarifár1 t1 ,
comparando·se as despesas em valor presente e as receltas potcr1 <fdí;,,
considerando a estrut ura tarifária vigente e o perfjl de consumídor__
(residenciais, comerciais, industriais e públicos, nas diversas fafxc1s d
consumo) existentes;
(16) descrição da solução adotada, mostrando-..se uma síntese de cad
unidade, com suas características hidráuJicas e dimensionajs mals
importantes, de tar forma a comunicar ao leitor do documento a soluc;ao
recomendada, que será objeto de busca por recursos financeiros e/ou
elaboração de projetos.
•
•
95
-~------------------~
f
...,_ ·
Abast•~,,•n -to d• ,nua
• - p1r• '
c:.on••rmo
..... , - hurn•no
Levantamentos
' - 4. Levantamento do
sistema existente
3. Levantamento daS·
çara<ütCeJtcaa
demc,v-nfficas
1
.,
6. Cálculo da demanda 7. Estimaüva das v ~
1
mínimas
'
8. Definição do alcance
de pro]eto
para o sistema
1o. Formulação das
alternativas
_ para unidades e,pecif,ca,
•
11. Ant~ptojetô e pré--
dimenslónamentó das
alternativas
1
12. Avaliação econômica 13. A_v,aliaçm, das
das alternativas antageóif~11desvantagen
'dás ralternãtivas
1
,.
14. Escolha da
concepção do projeto
16. Descriçã_
o éfa solução
·adotada
96
. . ·..-. . ....
. .. ...,,. .....-.. ,.. . ,., .
~
'
·, • ,•
_F
~
•
·
•
.·:,• A1.
t..~·:,·~:·~
r·
W<,. • •
r ..• , ~, Í
.. •
' ~
'
• , . _.,.'e.· ·...,••.
,• -•':*' .~ -
· ~';W
U ,f ·
\';;
'- •
!1~-
...,·,e. •• , . ., ' , ... •
ConcepçAo de instalações para o abastecimento de água I CaP,ftufo
• 2
•
•
Reservatório predial
• •
•
• ... .
•
-·
••
•
•
,
•
N. A.
-"
~------1t- Clorador por difusão
Poço raso
•
Calha de coleta
de água da chuva • • •
Abertura de inspeção
e 1
L ~ •
N.A.
avasor ••
•
- • Registfu
Consumo Tenêlde
•• !
• ·. 50 fítros
• ' .
,6
•• .' .
•
., . .
@tiflltêi«mfi 0,5 cm ALTERNATIVA
"-de ãiarnetto
. .,. .
'
;
97
. CHAFARIZ
• _ _ _ _ _ .. , , pn .
...- .·- -
__.................--·. - ., ..-.-
....
,.
.
POÇO
•1
'
Clorador por ., . . :j FRÉÁTICO
;' difusão
1
l
1
1
• • • • •• •
•
..JN. A. •
•
Reservatório
•
•
• • • • • • ••
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• ~Chafariz
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Figura 2.21 ... Chafariz alimentado por reservatório elevado
' Fonte: DACACH (1990)
'
98
f ·n ,r o - ,
Coneepçao de lnnalaco~ para o abastecimento de água I Capítulo .2
Rese,vatõrio predial
--
•
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•
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•
Agua potável .
•
•
•
•
• •
e. aptação
Flúor
Mananclal de serra
(Pro\egldo)
Desarenadores
.. Flúor
Rio Fiitrai \
lentos Cloro
Reservação
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-
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Figura 2.24 - Captação em manancial superficial, aduç4o por gravidade e filtros lentos
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• •,
' 1
99
•
Cloro l iFl'1or
Tanque de ·- - ~......~ . - - - - - - " 1 ~ Resetvat6rio
contalo
AAB2
PóçoP2
AAB : Adutora de água bruta
PoçoP3 \
PoçoP1
PERFIL
Tanque de contato
Poço P1
Flüor Rede de distribuição
AAB
PoçoP2
l Cloro
-
•
AAB2 '
•
• •
PoçoP3
,,.,. 1
1 • •
PLANTA
Figura 2.26 - Bater.ia;((:je ·p~1~s,, ~ ncentração em tanque de contato/reservatório. d\str\buição por
'
1
gravir:{aélê·(pJa:mta):
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i
•
100
ConceP(âo de fnstalações para o aba\Steámento de·água I Ca,>Jturo 2
Reserv.atório
elevado
Reservaçao ' .
1
Tratamento e recalque ·.1\\ Adutora- de ,,
Estação
ete\tatória~
-- --- ;...:=::::==:::::. =======~
.
água tratada
N. A.
'-:--::::==---:+,r-+,
p~:lt::=::;~
'-. Ada uto.ra de
Adútóia de
água 1rafada Zona alta//
\ ,,..-.,..
xn ·.AA'
J 1J L
- guabruta
'
\ Zonabaixa
\_Tomada de água
com grade e -
caixa de areia PERFIL
Esta~o Adutora de
... elevatória Tratamento Reservação
água tratada - -
[;,
---=
i:: " Affutõrã1de
ereca~
Zona alta ~·
/
'
,, ...... água ·bruta ·
Adutora de ' -: .,_"
.
To~~à água
\.-: com grade e
calxà de areia
' água tratada ' Zona baixa
PLANTA
Figura 2.27 • Captação em manancial de superfície e rede de distribuição com duas zonas de pressão
Reservatório
--
ETA =-
- - - EEAT
li-., -
........=
- i,.-_
_ -
~~"1-J'EEAB
'
Captação
PERFIL
Rede de
dístribulção
Reservatório
EEAB. ETA
EEAT
·' ~ .,f
- '
AAT '
,-\ IL..--L----'
Càptação
PLANTA
Figura 2.28 - ETA junto à captação com reservatório único (perfil e planta)
,
•
- .','•
. .
·>
.. .
101
r
tn 10 da ig u a p ir a co ni um o humano
Ab1stedm
CAPTAÇAO NA SERRA
COTAm>
I
COTA40
LP DA VRP. 2 (ENTRADA)
.... CO;A1o
LP OA VRP • 2 (SAIOA)
P -1 V R P -2
E = 110 m
S=30m
COTA10
E=110m
s =40 m
EXEMPLO REAL
UATA TUBA • SÃO SEBASTIÃO
CARAG
Reservatório a Implantar
;:::i .
Rese,vatórlo
exJstente
ETA EEAT
-- .,_____- =--
-·
11'!9
D ;: ri :::
.
.
r
PERFIL
•
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l.
102
' "
Concepçao de Instalações para o abastecimento de água I Cap(tulo 2
Reservatório
de jusante
ETA Reservatório r.:::I
de montante
-- ....
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lr--"""'1
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· · Captação
PERFIL
Reservatório
deJusante \
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1
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1~
Rese,vatório
de montante \ ~
EEAB ETA - ~
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·captação 91 ..........__ '
'r de jusante
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fj Reservatório
1
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de Jusante
PLANTA
Figura ·2.30 - Sistema com reservatór'ios de jusante (perfil e planta)
Z-1 .
ReseNatório . '
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ETA a Implantar .
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1
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Res~ivaf6.rio
exis.tente
PLANTA
Figura 2.31 - Sistema com reservatório existente condicionando a configuração da rede de distribuição
(planta)
• t .,
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. •
.....
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'·, .? ,. .• . ..
103
----------------- -----------··.
-
J
n,uma 11,1m1nu l
AIJif l t l(lll fl d · QIJ P,IT
pr
.. - ~
etos
Tabela 2,4 ., Diagrama hipotético das fases para implantação de uma instalação de
abastecimento de água
í E ;E 7 ·- a· ( bJ J E 7
a 2 as
104
Concep~o de instalações para o abasteàmento d~ água J Capítulo 2
ASSIS, A R.; GUIMARÃES, G·. S.; HELLER, L~Avaliação da tarifa dos prestadores de serviço de abastecimento
de água e esgotamento sanitário no Brasil. ln: XXlX CONGRESO INTERAMERlCANO DE lNGENIER{A SANITARIA
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minimização de riscos à saóde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Em impressão.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS nº 518/2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades
relativos ao controle e à vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade,
e dá outras providências. 2004.
COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS. Catálogo - Projetos padrão. Beta Horizonte: COPASA,
1998. 127 p..
DACACH, N.G. Saneamento básico. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Didática e Científica, 1990. 293 p.
DIRECCIÓN DE INGENIERÍA SANITARlA. SECRETARIA DE SALUBRIDAD Y ASISTENCIA. Manual de saneamiento:
vivienda, agua y desechos. México: Limusa, 1980.
FUNDAÇÃO JOÃO PJNHEIRO. Saneamento básico em Belo Horizonte: trajetória em 100 anos- os serviços de
água e esgoto. Belo Horizonte: FJP, 1997. 314 p.
FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA - UNICEF. Estudio conjunto UNICEF/OMS sobre el
abastedmiento de água y eJ saneamiento como componentes de la atendón sanitaria primanà. UNICEF, 1978.
105
Abastecimento de égua para consumo humano
INS I ITUTO BRASILEIRO DE GEOG.RAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Programa Nacional por Amostras de Domfcl-
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KOUTSOYlANNIS, &>. Water resources technologfes in the ancient Greece. Disponível em: <http://
devlab..dartmouth.edulhJstory,lb1on-ze_age/lessons/21 .html>. Acesso em: 11 mar. 2004.
MdUNKlN, F.E. Agua y sal1:1d humana. México; Editorial Límusa, 1986. 231 p.
OLNEIRA, Emanuel Tavares. Notas de aula sobre abastecimento de água. Belo Horizonte: UFMG, [s.d.J. 67 p.
OKUN, o.A.; ERNST, w.R. communitypfped·water supply systems in developing countries: a planning manual
Washington: The World Bank, 1987. 249, p. (World Bani< Technical Papei number 60.) ·
PROGRAMA O.E MODERNIZAÇÃO DO SETOR DE SANEAMENTO- PMSS. SN~S ~-Sistema Nadonal de Informações
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PENA, J.L. Perfil, sanitár;o, indicadoréS demográficos e saúde ambiental após a implantação do Distrito sani-
tário Especial /ndlgena: o caso dos XakriabA em Minas Gerais. 2004. 216 p. Dissertação (Mestrado em
Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) - Escola de Engenharia, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, 2004.
TEIXEIRA, J,C. Associação entre cenários de saneamento e indicadores de saúde em crianças. Estudo em
áreas de assentamento subnormal em Juiz de Fora-MG. 2003. 278 p. Tese (Doutorado em Saneamento,
Meio Amõiente e R&ursos Hídricos) - Escola de Engenharia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2003.
TSUTIYA, M.T. Abastecimento de água. Sâo Paulo: DEHS-EPUSP, 2004. 643 p.
VlANNA, N.S. Belo Horizonte: seu abastecimento de água e sistema de esgotos. 1890-1973. Belo Horizonte:
(s.n.], 1997. 115 p.
106
t
Capítulo 3
Consumo de água
Uma instalação para abastecimento de água deve estar preparada para suprir um
conjunto amplo e diferenciado de demandas e, diferentemente do que alguns julgam, não
apenas as referentes ao uso domiciliar, embora essas devam ter caráter prioritário. Este
conceito é muito importante na concepção e no projeto dessas instalações, pois a correta
identifjcação dessa demanda é determinante para o dimensionamento racional de cada
uma de suas unidades. Assim, devem ser estimadas todas as demandas a serem satisfeitas
pef as instalações, considerando o período futuro de alcance do sistema e não apenas a
realidade presente, e observadas as vazões corretas em cada uma de suas unidades.
Na determinação da capacidade das unidades de um sistema de abastecimento, diver-
sos fatores necessitam ser cuidadosamente considerados, a iniciar os consumos a serem
atendidos. Estes não se limitam ao consumo doméstico, aquele necessário para as de-
mandas no interior e no peridomicílio das unidades residenciais, embora este tenha caráter
prioritário. Além deste consumo, o sistema deve atender a'inda o consumo comercial,
referente cos estabelecimentos comerciais ·distribuídos na área urbana; público, referente
t ao abastecimento dos prédios públicos e das demandas urbanas como praças e jardins; e
industrial, atendendo tanto as pequenas e médias indústrias localizadas junto às áreas
urbanas, quanto aos grandes consumidores industriais. Além dos referidos consumos, a
1 produção de água deVe considerar ainda os consumos no próprio sistema, como a água
1
J
107
• t e Ri -~--~--,-.-· >4-- •
• ·' ------·-
Abasteclm•u1to de água para cqnsumo humano
108
- - ...~--~ ·; ;
f
•
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Captação
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1
1
t
ETA Reservatório Rede de distribuição
X (1+9m)
100 ·
+Q
s
. . .. . ..,
• •
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•
109
e J
Abasteclme.nto de égua para consumo humana
l .......... , ...... .. ·- • • • •
Exemplo 3.1 -
Calcular a vazão das unidades de um sistema de abastecimento de
água, considerando os segujntes parâmetros:
• P para dimensionamento das unidades de produção, exceto aduto-
ras (alcali:lG:e = 1@ afilas) = 20.0001hab;
• P para dime,n1sionamento de a·dutoras e rede de distribuição (alcan-
ce= 20 an·os), = 25.QOO hab;
• qpc = 200 Uhab.dia;
• t = 16 horas;
• ·qETA = 3%;
• k1 = 1,2;
• k.2 = 1,5;
• Q5 =1,6Us.
Solução:
• vazões médias:
Q 10
= 20.000 x 200 = 46 30L/ 5
ª 86.400 '
46., 30x1,2x24 3
OPROD - X 1+ - +1,6=87,44Lls
- 16 100
t
• vazão total da distribuição:
00151 = 57,87 X 1,21 x 1,5 + 1,6 =105,77L/ s
110
- - - - - - --- -- - - -
Consumo de ~gua I Capltulo 3
• crescimento aritmético
• crescimento geométrico
f • regressão multiplicativa
• taxa decrescente de crescimento
• curva logística
• comparação gráfica entre cidades similares
1
• método da razão e correlação
• previsão com base nos empregos
As Tabefas 3.1 e 3.2 listam as principais características dos diversos métodos. Todos os
f
métodos apresentados na Tabela 3.1 podem ser resolvidos também por meio da análise
estatística da regressão (linear ou não linear). Estes métodos são encontrados em um gran-
de número de programas de computador comercialmente disponíveis, incluindo planilhas
eletfêJílicas (no Excef, ferramenta Solver). Sempre que possível, deve-se adotar a análise da
regressão, que permite a incorporação de uma maior série histórica, ao invés de apenas
dois ou três pontos, como nos métodos algébricos apresentados na Tabela 3. 1.
J Os resultados da projeção populacional devem ser coerentes com a densidade
populac:iQnal da· área em questão (atual, futura ou de saturação). Os dados de densidade
popula·cional sã·o ainda úteis no cômputo das vazões e cargas advindas de determinada
J área ou zona de abastecimento da cidade. Valores tfpicos de densidades populacionais
estão apresentados na Tabela 3.3. Já a Tabela 3.4 apresenta valores típicos de densidades
populacionais ,de,satu.r a~o, em regiões metropolitanas altamente ocupadas (dados basea-
dos na Região Metropolitana de São Paulo).
111
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l
Tab~l~ _3.1. Projeção ,pogu!~cional. Métodos com base em equações matemáticas l•
1
1
1
1
•
crescimento pro1eçao
'º - (se não for êfetuada análise da '
regressão)
Projeção Crescimento populacional segundo
aritmétíca uma taxa ~on~ante. Méto_do utilizado
para,estimativas de menor. prazo. o
p
dP =K K = P2 -Po
dt ª Pt = Po + Ka.(t - to) a
t2 - to
ajuste .da curva pude ser também
feito·por análise da regressão. t
Comparação gráfica O método envolve a projeção gráfica dos dados passados da população
em estudo. Os dados populacionais de outras cidades similares, porém
maiores, são plotados de tal maneira que as curvas sejam coincidentes no
valor atual da população da cidade em estudo. Estas curvas são utilizadas
corno referências na projeção futura da cidade em questão.
Razão e correlação Assume-se que a população da cidade em estudo possui a mesma
tendência da região (região f fsica ou poJftica) na qual se encontra. Com
base nos registros censitários a razão • população da cidade/população
da região ., é calculada, e projetada para os anos futuros. A população da
cidade é obtida a partir da projeção populacional da região (efetuáda em
nível de ptanejamento por algum outro órgão) e da razão projetada.
Previsão de empregos e A população é estimada utilizando~se a previsão de empregos (efetuada
serviços de utifldades por algum outro órgão). Com base nos dados passados da população e
pessoas empregadas, calcula-se a relação emprego/população", a qual
II
113
Abaste.cl,mento, de água para consumo humano
Densidade
• • l ' ,.
Extensão média
populacional de arruamentos
de saturação (m/ha)
(hab/ha)
Bairros re,sid'enciais de lux"o,' com iote' pãdrão' de Soo" m:" M • • •100 . • 150
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114
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..:,r."
Abastecimento de água para tonsumo humano
2
_ 2.P0 .P,.P2 -P, .(Po +P2J. ==
Ps - 2
Po.P2 -P,
2x10585x23150x40000-231502 x(10585 +40000) = 66709
2
= 10585x40000-23150
.
-ln[(Ps-P )/(Ps-Po)l _ -ln[(66709-40000)!(66709-10585)] _ .
2 37
Kd = t -t - . 2000-1980 -0,0 ,
2 o
3 9
pt =Po + (PS - Po). [1-e·Kd.(t·toJ J=10585 + (66709 -10585) X (1- e-0,0 l1x (t·t BO) )
e) Crescimento logístico
10585x40000-231S0 2 =66709
Equação da projeção:
pt = PS = 66709
1+ C.eK, .(t-to) 1+ 5,3022.e -0, 1036x(t-1980)
116
Consumo de água I Capftufo 3
Projeção populacional
•
80.000
-.
70.000 l
1
60.000
~;. 50.000
.s:
......_...
,& 40.000 • Censo
Loglst
·~a. 30.000 t:-i·~ - - - Aritm
o
o. 20.000 - - · - Geom
- - - - Decresc
10.000 •••••• Saturação
117
umo humano
Abastecimento d e água para ,ons
118
Ao se fazerª. análise da re·gressão não linear, pode-se ter um número
de dados maior do que três. Ademais, os dados não necessitam estar
eqüidistantes.
Sempre que se trabalha com regressão não linear, deve-se ter o cuida-
do de se interpretar a consistência de cada coeficiente e valor obtido.
Por exemplo, caso se obtivesse um valor da população de saturação
negativa, tal obviamente não teria o menor significado físico. No Sol-
ver, podem ser introduzidas restrições, tais como P5>0 (na planilha,
célula B18 > O) ou P5>P3 (célula B18 > C11 ).
119
Abaltetlmento de égua para cõnsumo hurrtano
e D E F G
A B
1 PROJEÇAO POPULACIONAL _ _
.·Regressão n~o linear, utiHzando a ferramenta SOLVER.
2
3 d d d cens\tários (não necessitam ser eqüidistantes).
4 Preencher as células os a os
5
6 DADOS CENSITÁRIOS
ANO POPULAÇÃO
7 1 .. ;;,,- - - 3Ô0í
8 PO 1970
1980 1058~
9 P1 2400(
10 P2 1991
2000 4000{
11 P3 l: ~ -·- ,
.
12
13 COEFICIENTES
As células abaixo são os coeficientes do modelo, a serem estimados pelo SOLVER. . .
14
As células deverão ter valores digitados inicialmente, para que o SOLVER possa mod1f1cá-los.
15
16
17 LOGÍSTICA
.. ~ ~653921
18 Ps
19 e 16,580~
20 KI . .. -0,~0BÉ
21
22 PROJEÇÃO POPULACIONAL
População (hab) Quadrados dos erros
23 .
120
.•
Consumo do õgud I Capitulo 3
. .
B e . D E
.
F
População (hab) -
23 .
. .
Quadra dos dos erros
24 ANO Censo Estimada (Pop censo - Pop estim)" 2
.
z, .:=BS :;:(8
. . .
:;;($8$18/(1+$8$19*EXP{$B$20*(B25-$8$8)))}
.
i=($C25·025)"2
I6
'e:89 c.:(9 :::($8$18/(1+$B$19*EXP($B$20*{B26-$B$8)))) =($C26·026)"2
27 ::01 0 =(10 =($8$18/(1+$8$19*EXP($8$20*(B27~$8$8)})) =($C27·0 27)"2
.
·2a ::811
.
=C1 1 =($8$181(1 +$8$19*EXP($B$20*(B28-$8$8)))) . =(SC28· 028)"2
29 ;:828+5 =($8$18/(1+$8$19*EXP($8$20*(B29-$8$8))))
30 =829+5 ={$8$18/(1+$8$19*EXP($B$20*(830-$8$8))))
31 =830+5 :($8$18/(1+$B$19*EXP($B$20*(831 -$8$8))))
32 =831 +5 =($8$18/(1+$8$19*EXP($8$20*(B32-$B$8))))
33 . .
34 Soma (Pop censo - Pop estím)" 2 = :::SOMA(F25:F28)
35
121 .1
Abastecimento de água para ,c onsumo humano
• ocupação normal
• ocupação de férias (duração de 1 a 2 meses)
• ocupação em feriados (ex.: fim de ano, carnavaf, Semana Santa)
População
'
carnaval
-
ocupação normal
Jan
...
Dei
Jul
- F' Meses do ano
igura 3 ·3 - Exemplo de ocupação em uma cidade turística sujeita a variações advindas de popufaçAo
flutuante
122
•
Consumo de água J Capítulo 3
A estimativa d.a pop~lação flutuante pode ser feita por meio de registros de consumo
de água ~ de energia ~létrica, e de medições nas estradas de acesso e no índice de ocupação
da capacidade de aloJamento.
(1) alcances muito pequenos trazem como vantagem menores investimentos iniciais,
mas como desvantagem a ocorrência de um menor período de tempo para arrecadação
de tarifas e necessidade de novos investimentos em curto prazo, o que pode ser
inconveniente pois demandaria a obtenção de recursos poucos anos após concluídas
as obras;
(2) alcances muito longos implicam as desvantagens de investimentos muito elevados em
uma primeira etapa, podendo ser incompatíveis com a disponíbilidade financeira, e em
grande ociosidade das unidades nos primeiros anos; e como vantagem há o maior período
de tempo para a arrecadação de tarifas.
123
-
.. . d' . ... 0 daquela c-om o menor valor. Ressaíte-se que Ocone .t
alcances potenc1a1s e na in lCaça . .. - . e, o
de custo marginal é expresso pela Equaçao 3.2.
LVPinvestimentos
Exemplo 3.3
Solução
124
•
1 RS 8.000,00 RS 7.201,21 87.600,00 78.918,92 RS 8.000,00 RS 7.207,21 87.600,00 78.918,92 RS 8.000,00 RS 7.207,.21 87.600,00 78.918,9i
2 RS 8.124,94 R$ 6.594,39 88.914,00 72.164,60 RS 8.124,94 RS 6.594,39 88.914,00 72.164,60 RS 8.124,94 RS 6.594,39 88.914,00 72.164,60
3 RS 8.251 ,84 RS 6.033,67 90.247,71 65.988,35 RS 8.251,84 RS 6.033,67 90.247,71 65.988,35 RS 8.251,84 RS 6.033,67 90.247.71 65.988,35
4 RS 8.380,72 RS 5.520,64 97 .601,43 60.340,70 RS 8.380,72 RS 5.520,64 91 .601,43 60.340,70 RS 8.380,72 RS 5.520,64 9t .601.43 60340,70
5 RS 8.511 ,61 RS 5.051 ,22 92.975,45 5S.176,40 RS 8.511,61 RS 5.051.22 92.97$,45 55.176,40 RS 8.511 ,61 RS 5.0St,22 92.975,45 55.176,40
6 RS 8.644,54 RS 4.621,72 94.370,08 50.454, 10 R$ 8.644,54 RS 4.621,72 94.370,08 S0.454, to RS 8.644.54 RS 4.621 ,72 94.370,08 50.454,10
....
N
7 RS 8.779,55 RS 4.228,74 95.785,63 46.135,95 R$ 8.779,55 RS 4.228,74 95.785,63 46.135,95 RS 8.779,55 RS 4.228,74
RS 3.869, 18
95.785,63
97.222,41
46. 135,95
42.187,38
UI 8 RS 8.916,67 RS 3.869, 18 97.222,41 42.187,38 RS 8.916,67 RS 3.869, 18 97.222,41 42.187,38 RS 8.916,67
, 1 =
, onde i taxa de desconto ou "taxa de juros" e t =tempo
VP=
(1 + i)t
2 Volumee faturado= 2.000 hab x 120 llhab.dia x 365 dias x (1/1 ,000)
-
...
Abastecimento de água para .consumo humano
3.4.1 Definição
.
qpc é crucial para a determinação das capacidades
O valor do consumo per c~p,ttal -o de abastecimento de água. Conceitualmente o
· 'd d de uma 1ns a aça ,
das várias uni a _es se uinte expressão:
consumo per capita pode ser representado pela g
3
'd. d'' · d
. me ,a 1ar1a o 0 ,,. /ume anual
V'
consumido
,
por•
uma-
dada
.·
população (m )x 1.000~
qpc(LI hab.d1a) = , · · população abastecida (hab)
·'f' d d nsumo per capita é o da média diária, por indivíduo, dos volumes
O s1gn1 1ca o o co . , . . .
'd . t' f
requer, os para sa 1s azer aos consumos doméstico, comercial,
. publico e rndustr1al, além
das perdas no sistema. A unidade usual do qpc é Uhab.d1a.
sobre a saúde, em área urbana brasileira (Heller et ai., 1996), sendo que o conjunto de
estudos epidemioJógicos tem evidenciado que aumentar a disponibilidade e melhorar a
qualidade da água fornecida pode conduzir a uma redução de doenças diarréicas superior
a 25% (Fewtrell et ai. , 2005). Com respeito à quantidade mínima de água necessária às
boas condições de saúde, há referências a uma quantidade mínima necessária para o
fornecimento doméstico de água, a despeito da existência de uma variedade de valores,
segundo a fonte, entre 15 Uhab.dia e 50 Uhab.dia.
Trabalh_os vêm sendo efetuados buscando relacionar o consumo doméstico de água a
fatores_ possivelmente intervenientes, com o objetivo principal de apresentar previsões mais
apropriadas para essa demanda. Narchi (1989) sugere que a demanda doméstica de água
depende de fatores pertencentes a seis classes distintas, a saber:
•
126
. ... --- . . - "' .
127
Abas1eclmento de água paro consumo humano
O consumo comercial inclui, entre outras, as demandas de água por hotéis, bares,
restaurantes, escolas, hospitais, postos de gasolina e oficinas mecânicas. Na Tabela 3.6 são
apresentados consumos relativos a distintas atividades comerciais no Reino Unido, conside-
rando apenas os dias de funcionamento .
•
128
w
consumo de ~gva I Capitulo 3
Para o Brasil, embora com base em dados pouco recentes, pode-se afirmar que o
consumo de água estimado nos distintos estabelecimentos comerciais aproxima-se dos
utifjzados no Reino Unido (Tabela 3.7).
129
·---
Abastet,Jmento de água para consumo humano
Consumo -·
Atividade industrial . -
L .
-
5-20 UL de cerveja
Cervejarias
4-50 Ukg de conserva
Con.servas 20 ...40 Ukg de pele
Curtumes 20-250 Ukg de papel
Fábricas de papel
8-50 Ukg de aço
Laminação de aço
1-10 UL de leite
Laticínios
Matadouro 300 Ucabeça abatida, para grandes animais,
e 150 L para pequenos
Saboarias 25-200 Ukg de produto
Tecelagem (sem alvejamento) 10-20 Ukg de produto
Têxtil* 20-600 Ukg de tecido
Usinas de açúcar 0,5-10 Ukg de açúcar
*Variação vinculada ao tipo de fio processado
Fonte: VON SPERLING {2005)
Elevadas discrepâncias nos valores unitários do consumo de água industrial foram verifi-
cadas em pesquisa inclujndo 156 indústrias, de um total de 1401 unidades do parque indus-
trial da região de Belo Horizonte e Contagem. As indústrias integrantes do universo amostral
da pesquisa representavam 87°/o da totalidade do consumo de água e 60o/o da mão-de-obra
empregada no referido parque industrial. As dificuldades de obtenção de dados fidedignos
de consumo de matéria-prima junto às indústrias resultaram na redução do universo amos-
tral. O consumo médio e o desvio-padrão estão apresentados na Tabela 3.1 O.
Tabela 3.1 O·- Consumos específicos para o conjunto de indústrias amostradas. Belo
Horizonte e Contagem, 2000
Tipologia industrial/ Consumo
Número de indústrias Médio Desvio-padrão
Borracha/3 27,4 Ukg 23,7 Ukg
Metalúrgica/30 8,7 Ukg 21,0 Ukg
Mecãnica/11 28,9 Ukg 49,0 Ukg
Eletroeletrônicos/9 41,9 Ukg 93,9 Ukg
Têxtiln 78,8 Ukg de algodão consumido 143,6 Ukg
Abate e f rigorificação de bovin.os/7 13,9 Ukg de carne 23,0 Ukg
Editora e Gráfica/6 •
4,2 Ukg de papel processado 2,01/kg
Produtos Alimentares/7 21, 1 Ukg de farinha de trigo consumida 26,7 Ukg
Construção CiviV4 1,5 Ukg de cimento consumido 1,4 Ukg
Fonte: GONÇALVES (2003)
130
.....
Consumo de água I Capítulo 3
3.4.6 Perdas
Tabela 3.11 - Descrição dos componentes das perdas que ocorrem nos sistemas de
abastecimento de água para efeito de composição do consumo per capita
1
131
umo humano
Abastecimento de água para cons
Vp-Vm
IP=_.;..·- - (3.3)
VP
Em que:
132
- -----
70 65.8
60
-
';/:!.
~
50
51.2
54,3
-
-g. "'
(O
._ 40,7 41 ,9 .
o.
(1)
40
OJ 31,0 ' 31 ,4
-e:, 303
d) 30 1
'
26,1 ' ,o
·-e (.)
-,:::,
._
20
10
C'ompanhias Estaduais
Como a cota percapíta deve satisfazer a todos os consumos mencionados, esse parâ-
metro, é fortemente in·fluenciado por diversos fatores:
consumo de água, manifesto em atividades que proporcionem, dentre outros, conforto e lazer,
como no uso de máquinas de lavar, piscinas, duchas, lavagem de carros e rega de jardins.
No estado de Minas Gerais, pesquisa analisando o consumo per capita de abasteci-
mento de água para cidades com população de 1Oa 50 mil habitantes · discriminando as
parcelas referentes à demanda residencial, comercial, pública e industrial apontou uma
média global de 148 Uhab.dia, com aproximadamente 83°/o deste consumo de origem
residencíal. Esta pesquisa encontrou também elevada associação entre o consumo e a
renda per capita para as cidades com população superior a 30 mil habitantes, indicando a
influência de outros fatores para as comunidades de menor porte (Penna et ai., 2000).
133
• Abastetlmento dé água para consumo humano
ij
~
~ 100
o
§
(/)
50
e
8 o
o 4 8 12 16 20
Número de salários mínimos
Figura 3.5 - Consumo domiciliar per capita de água em função da renda familiar (Belo Horizonte e
Contagem - MG)
Fonte: CAMPOS e VON SPERLING (1997)
\
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I '
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• •
., •t
1 . 134
.'\;. '~
)',
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•' ,,• •
- .. :~
~
Consumo de água I Capttulo 3
Flgura 3,6 • Consumo per capita de â.gua em função da rendapercapita nos diversos estados brasileiros
Fo.nte: VON SPERLING et ai. (2002)
250
•
Q)
'O
~ ·~
ir·- -0.
200 e
.... ~
ªã
o '
150 •
e~
m
e~
6) 100
•
8 50
o
1,E +01 1,E *02 1,E + 03 1,E + 04
Arrecadaçãll per capita (R$/hab;ano) I
Figura 3,.7. Consumo per capita de á.gua em função da arrecadação municipal dividida pela população
Fonte; VON SPERUNG et ai. (2002)
•
135
despeito dos baixos coeficientes de de
terminação (R2) d .
à grande d,sp:rs ão do s a os,
. renda per capita. No mesmo contexto, o e águ
pelas populaçoes com maio r to do núme
ro d e in d ú stria s e ativ id a
consumo de á
9
ª
\ ar com o aurnen d es comerciais·,rn ua
tende a se e ev . d á urn a vez q u e P 1an .
. d determina as rea 5, ta is fato res co n c o rrem tanto para ele
ta .as em . d . lpio e do estado quanto para os outros va
r e n d a ~ ~ ~ o m un1c consumos não residen .r .a
n"'ue compõem o qpc. aa~
'á re g ad a pa ra ca ra · , 1 · ~ · d
Outra var, veI emp cte riza r o n 1ve so c1oeconom1co a populaçã o ab
. d' d Desenvolvimento Humano (IDH ) , d' , .
tecida é o 1n ice e . Este 1n ice e considerado um indicasa-
dor do nível de atendimento das necessid . •
a~es humanas, em uma dada socieda
la Organização das Nações Unidas (ON de, se ndo
ca1cu1ado Pe U) para um extenso grupo de pa íses
desde
1990 . D e ssa form a , fo i d e se 1 · d
nvolvido o nd1ce e Oese~v~1v1· mento
pal - IDH-M, com algumas adaptações em Hum an o Munici-
~elação ao IDH, obJet,vando ~o~n.á-lo a
para caracterizar e comparar o desenvo propriado
lvimento humano entre mun1c1p1os. O
obtido pela média aritmética simples de IDH-M é
três índices parciais, referentes às variá
vidade, educação e renda . Pesquisa obje veis longe-
tivando avaliar e hierarquizar os fatore
entes no consumo per capita para 96 m s interve ni-
unicípios de Minas Gerais concluiu qu
apresenta estreita relação com o qpc, e e o IDH-M
m especial para os municípios com a
habitantes, ressaltando sua importância té 100 mil
e abrangência em estudos futuros (F
Neto, 2003). e rna nd es
b) Clima
136
1
Consumo de água I Capítulo 3
--rO temperatura
1200
..........._,
1000
m E
·-
"'C 15 a>
.ci 800 co
m ·-
"O
..e: ,Q)
d- 600 10 E
~
::::,
.......
400 .co
.....
(1)
5 o..
E
200 Q)
.......
Figura 3.8 - Cota per capita de abastecimento domést ico e industrial e temperatura média do ar em
alguns estados dos EUA (1996)
Fontes: AWWA (1998); US-NCDC (2005)
#' • - ..
137
Abe st ac lm en to da Agua pa ra co ns
um o hu m an o
138
1
• Consumo de água I Capitulo 3
1
1
j
•
''
'
1
1
Em decorrênc;a dos diversos fatores determinantes do consumo de água, verifica-se
1
1 nas cjdades brasi.leiras uma ampla faixa de variação dos consumos per capita de menos
•
1
l de 100 a valores de até 500 1/hab.dja. Dados de companhias estaduais, integrantes do
Diagnóst1ico 2000 do SNJS, apontam um consumo médio no País de 149,4 Uhab.día. Em
relação ao DiagnóstJco 1999, observa-se que houve uma redução de cerca de 6o/o no
consumo médio per capita. A Figura 3.9 apresenta as variações de consumo per capita
dos sistemas operados pela·s companhias estaduais, agrupados por regjões. Observa-se a
ampla variação e o valor médio de 130 Uhab.dia. -
m
::, 300
O) 266
'<O
Q)
-o
250
.e ,..... 200
210 206
·-
Q. ·-co 173
~ ~ 157 149
L.. ,O
Q) (O
150 - 139
119 124
138 134 128
123 112
120 114 123
~â
E
100
113
76
::,
"'e: 50
8 o !(
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< 1- ~ <C
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C>
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o
C/)
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a:
a:
a.
LL
o
O
(!)
tn
:E
Figura 3.9 - Variações de consumo per capita de água para estados brasileiros
Fonte: SNIS (2000)
Na Tabela 3.13 são apresentados valores do consumo per capita adotados, no passado,
por entidades locais, estaduais e regionais, tendo em vista normas de projeto específicas. •
Tabela 3.13 - Consumo médio per capita, para populações providas de ligações
domiciliares
Norma/Entidade Consumo médio per capita (Uhab.dia)
Superintendência de Água e Esgotos da 300
CapítaVSP (1960)
Dep. de Obras Sanitárias do Estado de 200
São Paulo (1951)
Normas das Entidades Federais no Para cidades com população inferior a 50.000 habitantes
Nordeste: SUVALE, DNERu, DNOCS, • Recomendado: 150 a 200.
DNOS, FSESP e SUDENE • Mínimo: 100.
Para zonas servidas por torneiras públicas: 30.
Fonte: YASSUDA e NOGAMI (1976)
.
•
'
..•..:--
139
Abastecimento de âgua para consumo humano
, . d'f
A Tabela 3.14 reune I ere ntes vafores para o consumo per capita, em função
· de
distintas faixas populacionais.
-
9 r r a • "
Povoado rural
T A t' .z s •
< 5.000
1 •
• r
90 a 140
r -• •
-
Vila 5.000 a 10.000 100 a 160
Pequena 1ocalidade 10.000 a 50.000 11 O a 180
Cidade média so.ooo a 250.000 120 a 220
Cidade grande . > 250.000 150 a 300
Fonte: VON SPERLING (2005)
o consumo per capita para populações abastecid~s sem ligaçõ~s d~miciliares, realidade
ainda presente no país, pode ser estimado a partir de categor1zaçao apresentada na
Tabela 3.15.
Tabela 3.15 - Consumo médio per capita, para populações desprovidas de ligações
domiciliares
Situação Consumo médio per capita
{Llhab.dia)
Abastecida somente com torneiras públicas ou chafarizes 30 a 50
Além de torneiras públicas e chafarizes, possuem 40 a 80
lavanderias públicas
Abastecidas com torneiras públicas e chafarizes, 60 a 100
lavanderias públicas e sanitário ou banheiro público
Fonte: FUNASA (2004)
co~ população de ~o mil a 100 mil habitantes, mostrando que o consumo percapt~ f
t
é diretamente relacionado ao percentual de hidrometração e ao consumo de energia
.''
'
!
•
'
í
140
Consumo de tigua J Capitulo 3
IP = qpc - qm
qpc (3.5)
Em que:
se tal sistema apresenta uma média histórica das perdas de 35%, o consumo per
capita macromedido, o qual a capacidade das unidades do sistema deve comportar, será
de 154 Uhab.día.
É fundamental que essa compreensão esteja bastante sólida nos profissionais de
engenharia sanitária, pois se se pretende estimar as vazões escoadas pelo sistema de esgo-
tamento sanitário daquela localidade, o valor a ser considerado para a contribuição per
capita é de 1oo Uhab.dia, pois será este o consumo a ser recebido pela rede coletora.
141
- ........
Abastecimento de âgue para. consumo humano
142
..... ~2--s~-------------------s--•a--2SSEE----------I
2
-----------·z•z...a----a--------
'
3.5.3 Coeficiente do dia de maior consumo (k1)
Tabela 3.16 .. Coeficientes do dia de maior consumo (k1) obtidos em escala real
Autor/Entidade - Ano Local k1
Cetesb (1978) Valinhos 1,25 - 1,42
t
Tsutya ( 1989) São Paulo 1,08 - 3,08
Saporta et ai. (1993) Barcelona 1, 1O- 1,25
Walski et ai. (2001 ) EUA 1,2 - 3,0
Hammer (1996) EUA 1,2 - 4,0
AEP (1996) Canadá 1,5 - 2,5
Fonte: TSUTYA (2004)
A discrepância dos· valores é explicada pelas distintas características dos sistemas ava-
•
liados. Entretanto, pode-se observar a elevada variação de valores, reforçando a idéia de
levantamentos em escala real mais sistemáticos e específicos para cada projeto. Tal prática
fica cada vez mais facilitada com a popularização da implantação de macromedidores nos
sistemas.
o coeficiente da hora de maior consumo (k2) é a razão entre a máxima vazão horária
• e a vazão média djáría do dia de maior consumo. Na ausência de determinações específicas,
O quedeve sempre ser preferível, a ABNT recomenda a adoção de um valor de 1,5 para k2.
A Tabela 3.17 apresenta valores deste coeficiente determinados em situações reais.
'
Tabela 3.17 - Coeficientes da hora de maior consumo (k2) obtidos em escala real
143 •
hu m an o
Abastecimento de água paro consumo
s p a rc ia lm en te e xp lic a da pe la in ex .
,s •
ten ci a d
A discrepância d os va lore s d e term ina d o é . .
d á e p e Ias d 1s t1 ntas c a ra cterística s d . - e
rese.rvatórios dom icilia res no s E U A e C an a b I d . - O S S tste
r a e e va a va n a ç a o d e va lore s rn as
ca so d e k 1, po d e-s e o s e rva
avaliados. Como no s is tem ático s e m es ~ ~ no
d e le v a nta m e n to s e m e sc ala re a l m ais
Brasil, reforçando a id éia
. e sp e c, f,c os
eio d o s m a cro m e d id ores
para cada projeto, por m
• •
3.6 Exemplo d e a p li c a ç ã o
Exemplo 3.6
a n o d e 2 0 2 5 , as v a z õ e .
E.stimar a n o a ano, a té o unid ades do
d s. ~a.s
sistema da se de de um município cujos da os cens1tanos estão apre-
sentados a seguir: ,
• Censo d e 1 9 50 : 2 .3 0 7 h a b it a n te s·
• Censo d e 1 9 60 : 5 .0 2 3 h a b it a n te s :
• Censo d e 1 97 0 : 1 2 .4 8 6 h a b it a n t; s .
• Censo de 19 8 0 : 1 8 .6 3 7 h a b it a n te s :
• Censo de 19 9 1 : 2 5 .1 4 5 h a b it a n te s :
Censo de 2 0 0 0 · 3 0 7 12 h b 't
a I an te s ,
.
• · ·
Solução:
a) Projeção aritmética
Kª = P2 - P o = 4 0 0 0 0 -1 0 5 8 5
t2 - to 2 0 0 0 -7 9 B O = 1 4 7 0 ,8
P.
~== 0 +K 1t tO) == 10585
\
ª· i -
+ 1470,8 X (t -7 9 8 0 )
144
Consumo de água I CapJtulo 3
b) Projeção geométrica
1) Projeção populacional
1
Tabela 3.18 - Projeção populacional. Taxas de crescimento observadas
Taxa crescimento Taxa crescimento
População geométrico (T ou i) (%} aritmético (Kª) (hab/ano)
L\t 9
An.o residente Referência
• {ano} Referência Referência Referência
{hab} 1950
•
censo anterior 1950
censo anterior
1950 o 2.307 - - - -
5.023 8,09 8,09 271,6 271,6
1960 10
' 12.486 9,53 8,81 746,3 509,0
1970 20
18.637 4,09 7,21 615, 1 544,3
1980 30
25.145 2,76 6,00 591,6 557,0
1991 41
30.712 2 ,25 5,31 618,6 568, 1
2000 50
i - Crescimento aritmético
•
145
Abastetlmento do Agua para consumo hum·ano
•'
1 regressão linear com os dados da. coluna "t-t~; ou Dt (ano)" (valores
1
1
de x) e da coluna "população residente (hab) (valores de y), obten~
do-se os seguintes resultados:
1
1
1
1
•
• coeficiente de correlação: 0,9958
• coeficiente angular: Ka == 590,8
• coeficiente linear: PO == 850
• População em 2000: P2000 = 850 + 590,8.(2000-1950) = 30.390
hab (valor muito próximo do verificado no censo de 2000)
• População em 2025: P2025 = 51.630 hab.
ii - Crescimento geométrico
O 3,363
10 3,700
20 4,096
30 ~270
41 4,400
50 4,487
146
Consumo de água I Capitulo 3
Tabela 3.20 - Projeção geométrica. Resultados da regressão linear para três alternativas
Alternativa 1 Alternativa 2 Alternativa 3
Parâmetro Projeção com Projeção sem os Projeção sem os
todos os dados anos 1950 e 1960 anos 1970 e 1980
(Ll =O -t 1950) (Â =0 ~ 1970) (L\ =0 ~ 1950)
Coeficiente de correlação 0,9637 0,9916 0,9927
.coeficiente linear {log Fi) 3,490417 4, 116563 3,418804
Coeficie~te angular (log r9) 0,022358 0,012923 0,022540
Populaçao em 2000 e,, 40.581 31 .934 35.140
1 Po.pulação em 2025 146.985 67.194 128.618
(1) Pelo censo do IBGE P2000 = 30~712 hab.
147
li>·
......
c:r
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-
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Ano t Pop. Índice Pop.
CD
(ndice Cons.médio li><
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prod. distrib. Médio DMC ...e:
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3
{m /dia) (Lls) (L/s) (Us) (Us) (Us) (lls) (h) {h)
, 3
(col.1) (col 2) (col.3) (coJ.4} (col.5) (col.6) (coJ.7) o
(col.8) (col.9) (col.10) (col 11) (col 12) (col.13) (col~14) (col.15) (col.16) :::r
1:
2000 -5 30.712 80 24.570 30 214,3 3
2001 -4 31.640 80 25.312 30 214,3
5.264,9
5.423,9
60,9
62,8
73, 1
75,3
111,9
115,3
109,7
113,0
-
-
- -
-
- IP
:::s
o
2002 -3 32.595 80 26.076 30
2003 -2 12.284 80 9.827 30
214,3
214,3
5.587,8
2.105,8
64,7
24,4
77,6 118,7 116,4 -
-
-
-
-
2004 -1 21.061 80 16.849 30
29,2 44,7 43,9 -
..a. 2005 o 35.639 90 32.075 29
214,3
211,3
3.610,5
6.776,4
41,8
78,4
50, 1 76,7 75,2 - - - -
..,::.. 94, 1 144,0 141,2 206,3 270,0 9,3 11,2
2006 1 36.715 92 33.778 29 211,3 7.136,2 82,6 99, 1 151,6
00 148,7 206,3 270,0 9,8 11,8
2007 2 37.824 94 35.555 29 211,3 7.511,6 86,9 104,3 159,6 156,5 206,3 270,0 10,3 12,4
2008 3 38.967 96 37.408 28 208,3 7.793,3 90,2 108,2 165,6 162,4 206,3 270,0 10,7 12,8
2009 4 40.143 98 39.341 28 208,3 8.196,0 94,9 113,8 174,2 170,7 206,3 2.7 0,0 11,3 13,5
2010 5 41.356 100 41.356 28 208,3 8.615,8 99,7 119,7 183, 1 179,5 206,3 270,0 11,8 14,2
2011 6 42.605 100 42.605 27 205,5 8 .754,5 101,3 121,6 186,0 182,4 206,3 270,0 12,0 14,4
2012 7 43.892 100 43.892 27 205,5 9.018,9 104,4 125,3 191,7 187,9 206,3 270,0 12,4 14,9
2013 8 45.218 100 45.218 27 205,5 9.291,3 107,5 129,0 197,4 193,6 206,3 270,0 12,8 15,3
2014 9 46.583 100 46.583 27 205,5 9.571,9 110,8 132,9 203,4 199,4 206,3 270,0 13, 1 15,8
2015 10 47.990 100 47.990 26 202,7 9 .727,8 112,6 135, 1 206,7 202,7 206,3 270,0 13,4 16,0
2016 11 49.440 100 49.440 26 202,7 10.021,6 116,0 139,2 213,0 208,8 275,0 270,0 10,3 12,4
2017 12 50.933 100 50.933 26 202,7 10.324,3 119,5 143,4 219,4 215, 1 275,0 270,0 10,6 12,8
2018 13 52.471 100 52.471 26 202,7 10.636, 1 123, 1 147,7 226,0 221,6 275,0 270,0 11,0 13,2
2019 14 54.056 100 54.056 25 200,0 10.811,2 125, 1 150,2 229,7 225,2 275,0 270,0 11, 1 13,4
2020 15 55.689 100 55.689 25 200,0 11 .137,8 128,9 154,7 236,7 232,0 275,0 270,0 11 ,5 13,8
2021 16 57.371 100 57.371 25 200,0 11 .474,2 132,8 159,4 243,8 239,0 275,.0 270,0 11 ,8 14,2
2022 17 59.104 100 59.104 25 200,0 11 .820,7 136,8 164,2 251,2 246,3 27510 270,0 12,2 14,6
2023 18 60.889 100 60.889 25 200,0 12.177,8 140,9 169, 1 258,8 253,7 275,0 270,0 12,5 15, 1
2024 19 62.728 100 62.728 25 200,0 12.545,6 145,2 174,2 266,6 261,4 275,0 270,0 12,9 15,5
2025 20 64.622 100 64.622 25 200,0 12.924,5 149,6 179,5 274,6 269,3 275,0 270,0 13,3 16,0
•
Consumo de água l Capitulo 3
•
149
. - . . ... , - .. - .. -
Abastecimento de água para consumo humano
3
das unidades, pois resulta em uma vazão i~ual a A da v~zão d~ final
I
de pano, . modular
.Pe rmitindo . a impfantaçao de elevatórias, unidades
do tratamento, reservatórios, etc.
coluna 14 vazão de dimensionamento da produção: assumido como QHMc do
ano 20.
colunas 15 e 16 número de horas de funcionamento da produção: ~oi determinado para
as vazões média e do dia de maior consumo, sendo importante elemento
para cálculo de consumo de energia.
ALEM SOBRINHO, P.; TSUTIYA, M. T. Coleta e transporte de esgoto sanitário. São Paulo: Escola Politécnica/
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5 1 42 52
150
Consumo de água r Capitulo 3
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151
Capítulo 4
4.1 Introdução
••
153
q
•
Abastecimento de á gua para o,n,umo humat10
154
J
Qualidade da água para consumo humano l Capítulo 4
Tabela 4.1 • Classificação das águas doces, usos e tratamento requerido segundo o
coNAMA (continua)
t Destinação Salinidade* Classificação
CJasse Especial (com desinfecção)
Classe 1 (tratamento simplifícado)
Doce Classe 2 (tratamento convencional)
a) abastecimento para consumo Classe 3 (tratamento convencional
humano ou avançado)
Salina Não se aplica
Salobra Classe 1 (tratamento convencional
ou avançado)
Cfasse Especial
Doce Classe 1
Classe 2
b) preservação do equilíbrio natural
das comunidades aquáticas Salina Classe Especial
Classe 1
Classe Especial
Salobra
Classe 1
e) preservação dos ambientes Doce Classe Especial
aquátie®s em unidades de Salina Classe Especial
conservação de proteção integral Salobra Classe Especial
Classe 1
Doce
d) recreação e contato primário Classe 2
(esqui, natação, mergulho, etc.) Salina Classe 1
Salobra Classe 1
e) irrigação de hortaliças consumi- Doce Classe 1
das c:rwas e de frutas crescendo Salina Não se aplica
rentes.a@ chão e ingeridas cruas
sem remoção da pelfcuia. Salobra Classe 1
Doce Classe 1
f) proteção das comunidades Salina Não se aplica
aquáticas em Terras Indígenas
Salobra Não se aplica
g) irrigação de plantações, jardi~s,. Doce Classe 2
campos; etc., com os qu.ais o publi- Salina Não se aplica
t
co possa vir a ter contato direto Salobra Classe 1
Doce Classe 2
h) aqüicultura e atividade de pesca Salina Classe 1
Salobra Classe 1
Doce Classe 3
i) irrigação de culturas arbóreas, Não se aplica
Salina
cerealíferas e forrageiras
• Sa.lobra Não se aplica
155
'
,
1
(conclusão)
r Classe 3
Doce
Salina Classe 2
r
• j) pesca amadora
Salobra Classe 2
Doce Classe 3 -
1) recreação de contato secundário Salina Classe 2
Salobra Classe 2
Doce Classe 3
m, dessedentação de anímais Salina Não se apJica
Salobra Não se aplica
Doce Classe 4
n) navegação Salina Classe 3
Salobra Classe 3
Doce Classe 4
o) harmonia paisagística Salina Classe 3
Salobra Classe 3
"*' Salloidade Doce - saJJnidade::::: 0,5 %o; salobras - 0,5 <salinidade> 30 %o; e salinas - salinidade = 30 o/oo.
fonte:httpJ/www.mma,gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf, acessado em março de 2006. Resolução CONAMA
ª 357 de 17 de março de 2005
Devido à complexidade dos fatores que determinam a qu~lidade das águas (hidrodinâmicas,
físicos, químicos e biológicos), amplas variações são encontradas entre rios ou lagos locali-
zados em diferentes regiões. Da mesma forma, a extensão e a severidade dos danos causados
por ímpactos antropogênicos também variam amplamente entre os diferentes tipos de manan-
ciais e suas características hidrodinâmicas. Como exemplos citam-se o tempo de detenção,
vazão, morfología e padrão de mistura da coluna de água. Deve-se destacar também que os
órversos usos da água, tais como consumo e higiene humanos, pesca, agricultura (irrigação e
suprimento para anjmaís), ·transporte ff uvial, produção industrial, resfriamento industrial, diluição
de resíduos, geração de energia elétrica e atividades recreacíonais, são afetados de modos
diferentes pela alteração da qualidade da água, como exemplificado na Tabela 4.2, onde se
observa que a presença de matéria orgânica pode ser benéfica à irrigação, mas, por outro lado,
acarreta sérios problemas à potabílízação da água para consumo humano.
O aumento das atívídades industriais e agrícolas e o crescimento populacional intensi-
ficam a demanda por água ao mesmo tempo em que contribuem para a deterioração da
sua qualidade. As maiores demandas vêm de atividades que usualmente são menos exi-
gentes em relação à qualidade da água, tal como a agricultura, produção de energia e
resfriamento industrial, em comparação aos suprimentos para consumo humano e deter-
minadas manufaturas industríais. Assim, a água é vital para a proteção da saúde humana e
também para o desenvolvimento econômico. O conflito potencial entre 05 diversos usos da
águal no que se refere à quafídade e quantidade, tem gerado tensões e problemas legais.
•
156
...-----
Qualidade da água para consumo humano I Capítulo 4
Tabela 4.2 - L.imitações dos usos das águas, devido à degradação de sua qualidade
Usos
Poluentes ou Agua para Biota
•
contaminantes Produção de
consumo aquática Recreação Irrigação Usos •
Transporte
energia e
humano e pesca industriais
resfriamento
Patógenos XX o XX X XX' na na
Sólidos Suspensos XX XX XX X X xi xx3
Matéria organica XX
xxs,6 X XX + xx4 xs na
Fitoplancton x7 XX xs xx4 xs Xª
Nitrato XX X na + XX' na na
Sais9 XX XX na XX
•
xx1º na na
Elementos traço XX XX X X X na na
Mie:!ropoluentes
Organrcos XX XX X X 7• na na
Acidificação X XX X 7• X X na
Fonte: Modificado de CHAPMAN (1996)
XX Dano acentuado, exigindo maiores custos em 3 Assoreamento em canais
tecnologias de tratamento ou excluindo o uso
X Menordano 4 Indústrias eletrônicas
O Nenhum dano 5 Entupimento de filtros
na Não aplicável 6 Odor, sabor e/ou cianotoxinas (estando presentes
cianobactérias tóxicas}
+ A degradação da qualidade da água pode ser 7 Em tanques de peixes, maiores biomassas fitoplanctônicas
benéfica para est e uso podem ser aceitáveis
7 Efeitos ainda não completamente compreendidos 8 Desenvolvimento de macrófitas, além do fitoplâncton
1 Indústrias alimentícias 9 Inclui boro, fl uoreto etc.
2 Abrasão 1O Cálcio, Ferro, Manganês em indústrias têxteis etc.
157
.._
Abosteclniento de Agua para consume> humo.no.
-
•
.MaOánciâl~ ........ Precipita"ç~O âtmostériCa: as águas.de eh.uva podem arrastar impurezas -
existentes na atmosfera.
Escoamento superficial: as águas lavam a su~erfície do solo e carreiam
impurezas, tais como partículas do solo, detritos vegetais e animais
microrganismos patogênicos, fertilizantes e agrotóxicos. '
lnfiltr.a,ão no solo: nesta fase pa~e das imp~rezas P?de ser filtrada e removid
mas d_ ep_~~~endo das carad:erfst1cas geol_?gtcas ~ocats, outras impurezas pode a,
ser adqutrtdas através, por exemplo, da dtssoluçao de compostos solúveis ou m
do c~rreamento de ~atéria fecal originada de soluções inadequadas para O
destino final dos deJetos humanos, como as fossas negras.
Uso e ocupação do solo: o uso e a ocupação do solo exercem influência
significativa sobré a qualidade e a quantidade de água dos mananciais.
lançamentos diretos: despejos de águas residuárias e de resíduos sólidos
lançados inadequadamente nos man~nciais.
'
'
158
i.·
li
Qualidade da água para consumo humano I Capítulo 4
Água quimicamente pura (H20) é encontrada na natureza somente quando ela está sob a
forma de vapor. Quando as moléculas de água na atmosfera se condensam, as impurezas
começam a acumular: gases dissolvem-se nas gotas de chuva e, ao atingir a superfície, a água
dissolve uma série de substâncias que são incorporadas à água, tais como cálcio, magnésio,
sódio, bicarbonatos, cloretos, s,ulfatos e nitratos, traços de alguns metais como chumbo, cobre,
manganês e compostos orgânicos provenientes dos processos de decomposição que ocorrem
no solo. As águas superficiais e subterrâneas passam a ter impurezas, que sofrerão variações
com a geologia local, vegetação e clima (Branco et ai., 1991 ). Contudo, do ponto de vista da
potabilidade, o conceito de pureza da água é totalmente diverso do conceito químico. A pureza
química da água (H20) é não só dispensável como até mesmo indesejável. A água é um alimento
que, embora não tenha valor energético, contribui fundamentalmente para a edificação do
organls,mo, pela presença de sais e gases dissolvidos, contribuindo para o equilíbrio osmótico da
célula,. Os primeiros organismos vivos provavelmente apareceram em um ambiente aquoso, e a
evolução deles foi marcada pelas propriedades deste meio, por isso todas as funções celulares
são tão adaptadas e dependentes das características físicás e químicas da água (Curtis, 1977).
Por outro lado, o excesso de impurezas - na água, de natureza qufmica ou biológica, pode .
causar sérios danos à saúde humana e às suas atividades econômicas.+Deste modo: é indispensá-
vel que,se faça a caracterização física, química, biológica eraaielégiea da água que, em conjunto,
._ indi~rão_quão impactado_está o mananc~ em que classe de qualidade da água o ff}esmo pode
ser i@_c[bJí@o, quais as restrições para seu uso e qual tecnologia de tratamento será mais adequada,
,... ·-
em fl:!Jnção dos usos previstos Para se fazer a caracterização da água, as amostras devem ser
coletadas e preservadas obedecendo cuidados e técnicas apropriadas; as determinações dos parâ-
metros devem ser feitas segundo métodos padronizados por entidades especializadas./
Durante o período de utilização do manancial devem ser feítos levantamentos sanitários
regulares, acompanhados da caracterização da água, com os objetivos de descobrir eventuais
1 -
alterações na qualidade da água bruta e avaliar a eficiência do tratamento, quando este se •
fizer necessário. No caso de água destinada ao consumo numano, a proteção dos mananciais
• é a primeira linha de defesa do chamado princípio de múltiplas barreiras, pelo qual procura-
se alcançar alto grau de segurança na qualidade da água distribuída à população, através da
vigilância e controle das diversas etapas que compõem o sistema de abastecimento.
•
r
o risco mais comum e disseminado para a saúde humana, assoei.ado ao consumo de
água, origina-se da presença de ITTicr@rganismos que pod.em causar ~®'en,as vartand© de
gastroenterites brandas a doenças fatais. Por outro lado, alguns microrganfsmos, mesmo que
Abastecimento de água para consumo humano
Aguas continentais contêm microrganismos inerentes a elas, como bactérias, fungos, pro-
tozoários e algas, alguns dos quais são conhecidos por produzir toxinas e transmitir doenças..
Os organismos patogênicos de transmissão hídrica e via oral mais amplamente conheci-
dos são listados na Tabela 4.4. Contudo, observa-se, por exemplo, que a própria tabela revela
as muitas incertezas que ainda cercam os riscos associados aos vírus; ,além cljsso, d'iversos
outros organis,mos têm sido identificados como agentes de surtos asso(iados com o consu-
mo de água, incluindo os gêneros de protozoários lsospora e Microsporidium, dentre óutros.
Embora possível, a associação de doenças causadas por helmintos com o consumo de
água é menos nítida, sendo o consumo de alimentos e O contato com solos contaminados
os modos de transmissão mais freqüentes .
•
160
-- --
. _ , . . •
T,.abel. a 4 .4 - O rg a n is m o s p a t ,. · d ,s sa o h1dr1ca e via oral e su a ,mpor-
ogen,cos e transm
ta ncr a p a ra o a b a st e c im e n to d e á g u a
Dose Reservatório
A ge nt e pa to gê ni co Importância Persistência Resistência animal
pa ra a saúde ao clorob lnfectante
na água• relativae im po rt an te, ,
Bactérias:
Campylobader jejuni, e. coli Alta Moderada Baixa Moderada Sim
- patogênica
Escherichia coli - patogênica Alta M oderada Ba ixa Alta Sim
Escherichia coli - toxigênica Alta
Salmonella typhi Alta M oderada Ba ixa Alta d Nao
Outras saf moneJas Alta Prolongada Baixa Alta Sim
Shigella spp. Alta Breve Baixa Moderada Nao ,
Vibrio cholerae Alta Breve Baixa Alta Não
Yersínia enterocolitica Alta Prolongada Baixa Alta (?) Sim
Pseudomonas aeruginosa º Moderada Podem Moderada Alta(?) Não
multiplicar-se
Vírus:
Adenovrrus Alta 7 Moderada Baíxa Não
Enter0vfrus Alta Prolongada Moderada Baixa Não
Hepatite A Alta 7 Moderada Ba ixa Não
Hepatite E Afta 7 ?• Ba ixa Não
Vírus de Norwalk Altil 7 ?• Baixa Não
Rotavírus Alta 7 7• Moderada Não (7)
Baixa(?) Nã o
Pequenos vírus arredondados Moderada 7 7
Protozoários:
Entamoeba hystolitica Alta Moderada Alta Baixa Não
Moderada Alta Baixa Sim
Giardia intestina/is Alta
Sim
Prolongada Alta Baixa
Cryptosporidium parvum spp Alta
H eim in to s Sim
Afta Moderada Moderada Baixa
Dracunculus medinensis
Fonte: adaptado de WHO (2003c)
?: não conhecido ou não confirmado; é 1 se m an a; m od erad a - de 1 se m ana a 1 mês;
fase in fe ct an te na ág ua a 20 ° C: reduzid a - at
a: período de de tecç ão da
eleva da - mais de 1 mês; m po s de co nt ato tra dicion ais . Re sistência
te en co nt ra-se na ág ua tratada em do se s e te
b: quan do a fa se in fect an us ua lm en te é dest rufdo
am en te destruído ; ba ixa re sistê nc ia - o ag en te
moder ad a - o ag en te po de nã o se r co m plet
completamente; os sãos ; no ca so de alg un s vír us , po de bastar uma
ária pa ra caus ar ln fecç ao em 50 % do s vo lu ntários adult
c: dose necess
unidade infecciosa;
d: a partir de experiência com voluntários; de infecta r ím un ossu pr ím ido s ou pa cie ntes co m câ ncer
fecç ão é pe lo co nt ato co m a pele , m as po
e: a rota principaJ de in
por via oral.
•
161
•
•
(continua)
Tabela 4.5 .. Patógenos relevantes para o abastecimento de água
Transmissão Sintomas Significado sanitário
Tipo de organismo Fonte e oc:orrência Doença causada a-
E , e -
',. a- e - - E
Adenovfrus
Tem sido encontrado em Gastroenterite; Por via respiratória; e Infecções no trato Representa risco potencial à
Vírus
vários ambientes conjuntivite; faringite. transmissão fecal-oral, em gastrointestinal, olhos, saúde, ocorre em grandes
aquáticos. •
crianças novas. trato respiratório e quantidades em ambientes
várias outras aquáticos e são resistentes a
infecções. Apresenta processos de desinfecção.
• febre.
-
Adenovfrus (70 nm
1
diam.)
Acanthamoeba spp
Protozoário de vida livre No solo, água doce e EncefaHte hemorrágica e Por aerosóís ou pela Mudanças na Os cístos são grandes,
necrosante ou inflamação poeira, atingindo o trato personalidade, dores sendo facilmente removidos
salgada.
da córnea (espécies respiratório superior, de cabeça. nuca por filtração. Contudo, são
diferentes). pulmões e pele, enrijecida, estado resistentes ao cloro, mas
usualmente aflige pessoas mental alterado, não os trofo·zoftos (formas
debilitadas. letargia, coma, móveis).
A inflamação da córnea: morte. No caso de
• por armazenagem de inflamação da
2
Acanthamoeba sp lente em água córnea, é doença
contaminada. rara que pode levar a
danos na visão,
cegueira e perda do
olho.
Calicivírus
O homem é o único Gastroenterite aguda. Via rota fecal-oral, pelo Náuseas, vômito e Tem sido implicado como o
V{rus entérico
hospedeiro conhecido. consumo de água ou diarréia, terminando agente etiológico de vários
comida contaminada. de 1 a 3 dias. surtos de gastroenterites.
{continua)
Tipo de organismo Fonte e ocorrênda Doença causada Transmissão Sintomas Significado saniblrto
Cryptosporidíum parvum
Protozoário parasita de O homem é o hospedeiro Severa diarréia com risco de Bebendo água Náuseas.., diarréia, Em 1993,, um surto de
células Intestinais
'
primário, mas animais morte em indivfduos contaminad,a por fezes. vômitos ê febre. criptoSpOridiose, assoaado
podem ser hospedeiros imunocomprometidos ou humanas ou de anrmais; oom o suprimento púbhco
intermediários. Cistos são branda em indivíduos ou durante recreação em de Mitwauk.ee, resultou em
resistentes, encontrados imu·nocompetentes. ambiente aquático dOênça diarrétca em cerca
em água de beber ou de contamínado, através de de 403.000 pessoas. o
recreação. ingestão acidental. monitoramento deste
protozoário deve ser rAptdo
e efetivo para permitir a~ões
Cé1Yl'aSJinfectadas por ,apropria.das.
e.. parvum" (4 a 6 µm
diãm.)
Dracunculus medinensis
Nematódeo, parasita de Água de beber contendo Doença debilitante, que Ingestão de água Ulceração da pele, A água de abastecimento ~
sangue e teç!dos hospcedeiro intermediário: causa pouca mortalidade, contendo microcrustáceos podendo ocorrer a única fonte de infecç3o
microcrustáceos mas provoca um amplo infectados. infecção bacteriana com D. medinensis. Este é o
(copépodos). espectro de sintomas secundária. Sintomas único parasita humano que
,_ . clínicos. de vômito, diarréia, pode ser erradicado pelo
urticária e falta de ar fornecimento de água de
podem advir de beber segura.
reação alérgica .
.'
Entamoeba histolytica
Protqioário parasita de O homem é o Infecções assintomáticas na Ingestão dos cistos a partir Sintomas de A transmlssao pela água
tecidos reservatório primário, maioria. Cerca de 1Oo/o de de água e alimentos disenteria amebiana pode representar
infestando o íntestino, pessoas infectadas podem contaminados. incluem diarréia, contaminação do
. .. puln1ão, cérebro e apresentar disenterias.
-~
cólicas abdominais, suprimento de água com
fígado. Cistos resistem febre baixa e fezes esgoto doméstico.
no ambtente. com sangue e muco.
-
'
"3
Vírus entérico •
Enterovirus ..
li)
::,
o
a.
Uma série de doenças indo Transmitidos gor rota oral - Febre branda a uma Há dados recentes de li>
Têm sido encontrados no de febre branda a: fecal, mas é possível a ~
série de outros muitas infecções ocorrendo e
esgoto e água tratada. miocardites, disseminação por contato 111
sintomas.
. Têm sido por abastecimento de água, 't,
São estáveis no ambiente meningoencefalites, pessoal e por via 111
relatados casos o qual satisfaz ;
e resistentes ao cloro. poliomíetites e falha · respirat<f>ria. Infecção pode crônicos de especificações de I'\
o::,
•
múltipla de órgãos em neo- ser adquiricla pela água polimiosites, tratamento, desinfecção e \li
e
natos. contaminada, alimentos e cardiomiopatia quantificação de 3
o
vômito. :,-
dilatada e sindrome organismos indicadores. e
da fadiga crônica. 3
Enterovírus Ili
:i
(30 nm diâm.)7 o
• consumo e uso.
.•
(continu_a)
Tipo de organismo Fonte e ocorrência Doença causada.
'
lransmissão Sintomas Significado sanitário
-3
Rotavirus
-
\Ili
:=;
Vírus entérico Agua e alimentos são Gastroenterite viral aguda. A transmissão pode ser via Febre~"6mitos. A presenç:t de rotawus - o,
e.
fontes potenciai.s. rota fecal-oral., gotas e ârarréia aq uosa água abastecida ou a o
s,.
e
aerosóis via rota a õnica. cólicas ocorrência de epidemias eo
respiratória ou por contato abdominais. originadas de água de ""O
(continua)
Tipo de organismo Fonte e ocorrência Doen~a causada Tr,ansmissão Sintomas Significado sani~rio
Vibrio cholerae
•
Bactéria Espécies patogênicas são Cólera, sorotipos: V. Traf'!srnitida por rota feGaf - Mttitas infecçã-es são Alguns grupos sorotógicos
associacdas a molusaes e cholerae O1, tem 2 oral, as pessogs adquirem assintomáti(as {60°/ó podem ser habitantes
criustáceos em lag0s, rios biagrupas- o clássico e EI a ihfec§ão po11 íngesfão de ao grupo clássico e normais da água. A,
'
e no mar de regiões tor {de severidade variada); água e alimentos 75% do Ei tar). presença dos patogênicos
•
tropiGais e temperadas, V. cholerae o 139, contaminados. Sintomas variam qe V. cholerae 01 e 01.3 9 nos
deeresEendo em causando gastroenterites brandos a severos suprimentos de água pode
tet;nP.eraturas abaixo de auto-limitantes, infecções apresentando ter sérias implicações para a
20°(. danosas e bacteremia. aumento na saúde pública e a economia
peristalse seguido das comunidades afetadas.
\/:' ch0/erae 16 por relaxamento, V. cholerae é extremamente
fezes muito aquosas sensível à desinfecção.
e com muco. Mortes
•
' . resultam de casos
não tratados, numa
•
freqüência de 60%,
por severa
desidratação e perda
de eletrótitos.
Vírus da hepatite A
Vírus Água e alimentos Hepatite A Ingestão de água e Período de incubação A água contaminada por
contaminados por fezes alimentos contaminados e de 10 a 50 dias. É fezes tem sido implicada com .o
e
contato sexual. uma doença branda muitos surtos no mundo. O -fr
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11 desconforto V,