APEOESP SBC

JORNAL DA Gestão 2010 - 2011

Oposição Alternativa

SUBSEDE Agosto 2010

SOBRE OS HTPCs p.3

Banco do Brasil
incorpora a Nossa
Caixa e ataca direitos
dos professores p.4

Subsede dará inicio a ORIENTAÇÕES DO JURÍDICO

campanha contra o SOBRE A AVALIAÇÃO FINAL DO
ESTÁGIO PROBATÓRIO. p. 3
Assédio Moral p.5
ENEM do Professor:
Haddad imita Paulo Renato e institui Exame Nacional
de Ingresso na Carreira Docente!!! p. 5

Violência contra a A crise de 1929 sob o

mulher: quantas olhar da literatura e do
mais? p.6 cinema. p 7
2

A Luta tem que Continuar!
Fortalecer Nossa Organização para
Educacional de Paulo Renato/Haddad
Nos dias 02, 03 e 04 de dezembro
ocorre o XXIII Congresso da
APEOESP. É no congresso que se
define as diretrizes da APEOESP
para o próximo período. Garantir
uma ampla participação dos(as)
professores(as) é fundamental para
colocar a APEOESP no rumo certo,
na luta contra a política meri-
tocrática aplicada por Paulo
Renato/Serra/Goldman e apoiada no
PDE de Haddad/Lula.
É a Hora de Virar a Mesa. Nossa
greve demonstrou que a direção
majoritária da APEOESP (CUT) não
está altura das necessidades dos
professores(as). O apoio ao governo
Lula fez o setor majoritário(CUT) se
preocupar exclusivamente em des-
gastar Serra, limitando nossa luta.
derrotar
Nós temos convicção que Serra
foi péssimo para a educação e
para São Paulo e será péssimo
para o Brasil, porém a sua
política educacional é a mesma
de Lula. Portanto para derrotar
a meritocracia de Serra é ne-
cessário derrotar o PDE de Lula.
Enquanto estávamos em greve,
ocorreu greve de professores
em mais de 15 estados, e a
CNTE (Confederação Nacional
dos Trabalhadores de Educação-
ligada a CUT) sequer convocou
manifestações unificadas, em
que pese que todas as greves
foram contra políticas merito-
cráticas embasadas no PDE.
Com o objetivo de proteger o
governo Lula.
EDITORIAL
a Política
Os governistas no sindicato
limitam nossa luta. Temos que
aprovar nesse congresso uma
campanha:
✗ Contra a Meritocracia e
Avaliações externas! (revogação
da lei 1097/09).
✗ Estabilidade para Todos os(as)
Professores(as)!
✗ Abaixo as Provas! (revogação
da lei 1093/09 e 1094/09)!
✗ Em defesa da Saúde do(a)
Professor(a)! (revogação da lei
1041/08-Falta Médica).
✗ Abaixo o PDE de Lula/Haddad!
(Plano de Desenvolvimento da
Educação).
✗ Desfiliar a APEOESP da CUT!
Plebsicito já!

Visite nosso blog:

apeoesp.blogspot.com

Moção de Apoio
Moção de Apoio da Subsede da APEOESP de São Bernardo do Campo ao companheiro Aldo Santos

Aldo Santos é Ficha Limpa e vitima da criminalização dos movimentos sociais

No dia 26 de Julho, a Procudoria Regional Eleitoral de São Paulo decidiu pedir a impugnação da candidatura de Aldo
Santos, que concorre pelo PSOL ao cargo de vice-governador de São Paulo, recorrendo a lei da “Ficha Limpa”, que
deveria servir para barrar a candidatura de corruptos, foi desvirtuada de forma a reforçar a crescente criminalização
dos movimento sociais.
Não pesa contra Aldo Santos nenhuma suspeita de corrupção. Os motivos pelos quais buscam impedi-lo de concorrer
são de outra ordem: Aldo é acusado de usar o mandato como vereador em São Bernardo do Campo para dar apoio
ao Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST) em 2003, na ocupação de um terreno por 7 mil pessoas que
reivindicavam condições dignas de moradia.
ALDO SANTOS é um militante pautado pela luta em defesa das causas populares, em particular em defesa da
Educação Pública de qualidade e dos profissionais que nela atuam. Por isso, nós Representantes de Escola da
Subsede da APEOESP de São Bernardo do Campo, reunidos na data acima empenhamos aqui toda a nossa
solidariedade a esse companheiro.
São Bernardo do Campo, 10 de agosto de 2010
REPRESENTANTES DE ESCOLAS DA SUBSEDE DA APEOESP SBC
3
SOBRE OS HTPCs
Por Wagner Poleto, professor da EE Vladimir Herzog e
membro da Executiva Regional da APEOESP SBC
Foi em resposta aos ata-
ques da ditadura em nossos
país atingindo a autonomia no
gerenciamento da escola públi-
ca, que, no processo de rede-
mocratização incluiu-se, entre
outras medidas, as reuniões de
HTPCs, uma vez que só havia
jornada com aulas dadas e
quem ditava as regras locais
era o diretor, reproduzindo o
ditador no poder e dependendo
do mesmo, poder-se-ia até
consultar os professores sobre
as resoluções tomadas. Tam-
bém não havia os Conselhos de
Escola, criados após, com a
intenção de relativizar esse po-
der do diretor no gerenciamen-
to escolar.
Uma vez estabelecidos
os HTPCs, vivenciamos uma
relativa oxigenização no proces-
so pedagógico escolar, onde
não havia necessariamente
uma condução caracteristica-
mente burocrática nas reuniões.
Os coordenadores eram escolhi-
dos pelos Conselhos de Escola,
mediante votação, precedida de
apresentação de planos de
trabalho de vários candidatos
que, no geral, se identificavam
com a causa dos professores.
Mas, com a implantação
da política de metas estabe-
lecidas por busca de melhora
dos índices do IDESP e da
valorização por mérito, respon-
sabilizando o professor pelo
fracasso das políticas educacio-
nais no Estado de São Paulo,
um processo de burocratização
na condução da escola vem se
intensificando. Os coordenado-
res foram transformados em
cargos de confiança do diretor e
não são mais submetidos aos
Conselhos de Escola. Aliás, os
próprios Conselhos de Escola
não se reúnem mais e seus
integrantes são “escolhidos” de
uma forma que não pode ser
considerada como democrática
pois não ocorrem mais eleições
com votação mas um convite
feito pela direção da escola.
Os HTPCs deixaram de
ser um momento de debate
democrático das questões e en-
caminhamentos do processo
escolar local. Os tentáculos do
poder central se tornam pre-
sentes na rotina da vida escolar
e, particularmente, nos HTPCs
garantidos pela condução buro-
crática.
Está se tornando comum
usar os HTPCs para responsa-
bilizar o professor por tudo que
dá errado no processo escolar e
a prática do assédio moral vem
se intensificando, causando
mal estar aos docentes já muito
insatisfeitos e estressados com
problemas de dentro da sala de
aula e sem apoio necessário
para resolvê-los.
Todos nós já estamos
vendo “onde vai dar” essa
política de metas pelo IDESP:
ESTÁ LEVANDO A ESCOLA
PÚBLICA A UMA DESMORALIZA-
ÇÃO TOTAL, com a qualidade
do ensino piorando dia-a-dia,
pois não importa mais a
formação educacional mas tudo
que eleve os índices nas
escolas num processo que
podemos chamar de
“maquiagem dos índices”
valendo a regra “os fins
justificam os meios”, incluindo
progressão continuada,
reclassificação, pressão sobre
professores por avaliações
descaracterizadas dos alunos,
etc.
Só há uma forma de
superar a burocratização no
gerenciamento escolar: a não
omissão na participação
coletiva, consciente e importantíssimas as cópias pa-
organizada dos educadores no
processo escolar, acreditando
que os agentes que mudarão
essa triste realidade são
aqueles que vivenciam, no dia-
a-dia, os graves problemas na
sala de aula. Não podemos
deixar que burocratas fora do
ambiente escolar falem e
decidam por nós, calandonos.
Não podemos admitir o missão) que ratificará ou retifi-
silêncio, que nos massacra
como profissionais e a
submissão a essa política
educacional maligna às causas
da comunidade escolar.
ORIENTAÇÕES DO JURÍDICO
SOBRE A AVALIAÇÃO FINAL
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
Em função dos casos de
professores que foram mal ava-
liados e sofreram ameaças de
exoneração apresentaremos al-
gumas instruções. Ao final do
estágio probatório deve ser re-
passado para o servidor cópia
de toda a documentação rela-
tiva às três etapas de sua avali-
ação, a fim de que este tome
ciência. Caso o servidor recuse
tomar ciência, será registrado
tal fato na presença de duas
testemunhas que deverão ser
devidamente identificadas. De-
pois de emitido o relatório, no
caso de proposta de exonera-
ção, da ciência dada ao servi-
dor será aberto o prazo de 10
dias para apresentação das ra-
zões de defesa, podendo tal de-
fesa ser apresentada pelo pró-
prio servidor ou procurador
constituído, garantindo-se a
ampla defesa e o contraditório.
Caso o Secretário da Pasta opte
pela exoneração, publicando-se
a decisão, dentro dos 120 dias
subseqüentes, mediante as pro-
vas apresentadas, se for o caso,
poderemos impetrar Mandando
de Segurança. Esclarecemos
que todos os recursos inerentes
podem ser interpostos pelo
nosso Departamento Jurídico,
ressaltando-se mais uma vez, a
atenção à documentação com-
probatória bem como ao prazo
para apresentação do recurso.
Caso haja professores com pro-
blemas na avaliação do Estágio
Probatório na sua escola, de-
nuncie na APEOESP SBC. São
ra apresentação da defesa e as
provas que o servidor possuir
que comprovem o contrário das
alegações. Mais importante
ainda é o respeito ao prazo le-
gal para apresentação da defe-
sa administrativa que é de 10
dias da ciência. Após o recurso
ser apresentado, abre-se vista
à Diretoria de Ensino (Co-
cará mediante as provas apre-
sentadas o parecer anterior,
decisão esta, que posterior-
mente será encaminhada para
o DRHU para apreciação do
Secretário da Pasta.
4
BANCO DO BRASIL INCORPORA A NOSSA CAIXA E
ATACA DIREITOS DOS PROFESSORES
Por Fernando de Souza (professor da EE São Pedro e membro da Executiva
Regional da APEOESP SBC) e Bruno Assis de Oliveira.
Não bastassem os
ataques brutais desferidos
pelos governos Serra e e clientes. Os bancos que per-
Goldman contra a educação,
materializados no sucatea-
mento da escola pública em
nosso Estado, agora somos
tratados de forma ainda mais
truculenta e desrespeitosa pelo
Banco do Brasil, empresa para
a qual fomos obrigados a
migrar nossas contas a partir
da compra da Nossa Caixa.
A sociedade e a nossa
categoria uma vez mais paga a
conta: filas intermináveis para
qualquer tipo de atendimento
nas agências, problemas
relativos à senha dos clientes,
idosos e gestantes em filas
comuns, privatização do
estacionamento da agência da
Rua Marechal, terminais inope-
rantes e um problema crucial
que se refere a exclusão do
limite do cheque especial sem
aviso prévio aos clientes,
causando com isso uma
situação de desespero para
muitas famílias.
Banco do Brasil corta limite
do especial dos professores
de forma arbitrária
Devido ao corte do
limite de crédito especial,
muitos professores procuraram
a subsede da APEOESP SBC
para ter maiores esclare-
cimentos. A professora Maria
do Carmo**, efetiva há 5 anos,
conta que depois de dois
meses de desconto de salário
em decorrência dos 33 dias de
greve, o Banco do Brasil cortou
seu limite do especial de
maneira arbitrária no mês de
julho, descontando antes o seu
salário. A professora que
costuma receber algo em torno
de R$1600,00, teve um des-
conto de R$1100,00, restando
apenas R$400,00. “Como vou
fazer pra pagar o aluguel,
alimentação, transporte e as
contas do mês com R$400,00?”,
disse a professora. A situação
dos professores OFA´s é ainda
mais difícil. Paula**, professora
da rede há 9 anos, se diz
inconformada com a maneira
que os professores temporários
são tratados. Segundo ela, no
mês de julho, seu limite de
cheque especial, concedido pelo
banco Nossa Caixa, foi
simplesmente cortado sem
aviso prévio. Comparecendo a
agência do BB para ter
esclarecimentos, ouviu de um
funcionário que se fosse efetiva
“até seria possível rever a
situação”, uma mentira como
vimos com o caso da outra
professora.
Lula e Serra avançaram na
privatização do setor
bancário
No sistema financeiro
internacional, os bancos fazem
megafusões que resultam em
milhares de demissões e no
aumento dos lucros. A lógica de
mercado impõe uma redução
ainda maior do número de
bancos no sistema financeiro
nacional. A concentração dos
DENUNCIA
bancos cresce, e também a
exploração de seus funcionários
manecem no mercado lutam de
forma selvagem para aumentar
os ganhos. Por um lado, isso
significa focar operações que
dêem lucro para o banco e
expulsar os clientes que não dão
o retorno desejado, como é o
caso dos professores. Por outro,
existe a necessidade permanente
de reduzir custos com pessoal a
qualquer preço.
Com a venda da Nossa
Caixa, José Serra e Goldman,
avançam o processo de pri-
vatização no setor bancário.
Assim tem sido desde a
implementação das Parcerias Pú-
blico-Privadas (PPPs) no Estado e
a venda pelo governo Lula das
ações do Banco do Brasil ao
capital financeiro internacional
em 2006. Pouco antes, Lula havia
consumado a “doação” ao Bra-
desco dos bancos estaduais do
Maranhão e Ceará, BEM e BEC.
APEOESP SBC exige respeito
aos professores
É importante que os
professores denunciem à
APEOESP SBC os problemas que
vêm enfrentando com o Banco do
Brasil. Com objetivo de discutir-
mos tais problemas, apresen-
tamos um ofício junto à gerência
do BB de SBC solicitando uma
reunião. Exigimos, no mínimo, a
manutenção das condições esta-
belecidas pelo Banco Nossa Caixa
(taxas, tarifas etc), a garantia do
limite do especial aos clientes, a
solução para o problema das filas
intermináveis e a volta do esta-
cionamento gratuito para todos
os clientes.
** Foram preservados os nomes reais dos
entrevistados, os nomes apresentados
são fictícios.
5
ENEM do Professor
Haddad imita Paulo Renato e institui Exame Nacional
de Ingresso na Carreira Docente!!!
Para quem ainda tinha
dúvidas sobre a política
educacional do governo
federal de Lula/Haddad,
agora não deve ter mais. A
Portaria Normativa nº 14 de
21 de maio de 2010, institui o
Exame Nacional de Ingresso
na Carreira Docente, que no
Art. 1º diz: que o Exame “...
constituí-se de uma avaliação
de conhecimentos,
competências e habilidades
Serra assinando PDE, ao lado Haddad e ao fundo Bebel
para subsidiar a contratação
Governo Lula/Haddad
corta R$ 1,2 bilhão da Educação!!!
O governo Lula anunciou um Lula, está o veto ao fim do
corte de R$ 10 bilhões das fator previdenciário e a
diversas áreas sociais. A reposição de 7,7% aos
alegação do governo é conter aposentados. Para se ter uma
a inflação. Quem sofre o maior idéia, o fim do fator
corte, mais uma vez é o previdenciário e a reposição
Ministério da Educação, com aos aposentados, representam
redução de R$ 1,28 bilhão. No um aumento de R$ 15 bilhões
total, em 2010, o governo já por ano aos cofres públicos. O
reduziu as verbas da educação mesmo Lula que diz que o país
em R$ 2,34 bilhões. quebra caso não vete estas
Como parte desta política de leis, irá gastar R$ 30 bilhões a
APEOESP SBC DARÁ INÍCIO A CAMPANHA
CONTRA O ASSÉDIO MORAL
A Subsede da APEOESP SBC Publicaremos uma cartilha para
dará início ainda no mês de ser distribuída entre os
agosto a uma campanha professores sobre o tema e
contra o ASSÉDIO MORAL. colocaremos nossos
Em função do autoritarismo do conselheiros à disposição para
governo e da secretaria de discutirem o assunto nas
educação temos notado um escolas.
aumento no número de Dar basta ao ASSÉDIO MORAL
professores que procuram o depende de informação,
sindicato ou os representantes organização e mobilização dos
de escola (RE´s), para trabalhadores. Se você é
denunciar a postura de testemunha de cena(s) de
diretores, vices, supervisores e pressão e humilhação no
coordenadores que se sentem trabalho supere seu medo, seja
no direito de submeter os solidário com seu colega. Você
professores (as) as mais poderá ser “a próxima vítima”
variadas formas de pressão e e nesta hora o apoio dos seus
humilhação repetidamente. colegas também será precioso.
NACIONAL
de docentes para a educação
básica...”
É a nacionalização da
lei 1093/09 que instituiu a
prova aqui em São Paulo. É a
unidade de Lula/Haddad com
Serra/Goldman/Paulo Renato
para responsabilizar os
professores pela crise
educacional. Por um lado Lula
reduz verba e institui prova,
por outro Serra não negocia
com os professores e institui
prova e demissão.
mais por ano de juros das dívidas
a partir do aumento de 0,75% da
taxa selic. Ou seja, Lula tem R$
30 bilhões aos credores da dívida
e não tem R$ 15 bilhões aos
aposentados e demais
trabalhadores e nem 2, 34
bilhões para a educação. Essa
atitude de Lula demonstra de que
lado Lula está, e não é o lado dos
trabalhadores.
CAMPANHA
Não esqueça que o medo
reforça o poder do agressor!
CONCEITO E DEFINIÇÃO DO
ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO
O ASSÉDIO MORAL caracteriza-
se pela exposição dos
trabalhadores a situações
humilhantes e de pressão
repetidamente durante a
jornada de trabalho e no
exercício de suas funções. O
Assédio Moral é uma
experiência que acarreta
prejuízos práticos e emocionais
para o trabalhador e mesmo
para a organização do trabalho
6
Violência contra a mulher:
quantas mais?
Por Alessandra Fahl Cordeiro -
Conselheira da Subsede da
Apeoesp de São Bernardo do
Campo e professora de História
nas E.E.´s “Prof. Jorge Rahme”
e “Prof. Ismael da Silva Júnior”.
Impossível não reparar,
- mesmo que através da
imprensa burguesa e seis tiros. Apesar de sua
sensacionalista, a mesma que
descaracteriza as
problemáticas que envolvem a
escola pública e ataca
constantemente o magistério
– a quantidade de casos
divulgados sobre a violência
contra a mulher. Dois casos
repercutiram em especial: o
assassinato da modelo Eliza
Samudio, e da advogada
Mércia Nakashima. No caso de
Eliza, a Justiça conhecia as
agressões e ameaças que ela
havia sofrido.
Há alguns meses atrás,
em janeiro, o mesmo
aconteceu com a cabeleireira
Maria Islaine de Moraes, que
fez oito queixas na polícia de
Minas Gerais denunciando as
ameaças de morte que sofria
de seu ex - marido. Segundo a
aplicação da Lei Maria da
Penha, ele deveria
permanecer pelo menos a 300
metros de distância da vítima.
Mesmo assim, ele entrou
calmamente em seu local de
trabalho e lhe tirou a vida com
sete tiros à queima roupa.
Mais uma prova da ineficácia
dessa legislação, que apenas
realiza uma boa figuração
para o governo brasileiro em
âmbito internacional, mas que
na prática não alterou em
nada a vida das mulheres
brasileiras.
Em julho deste ano,
uma adolescente de 16 anos
(o nome não foi divulgado
para preservar a identidade da
vítima), recusou um pedido de
namoro. O pretenso namorado
namorado, não aceitando a
recusa, baleou a menina com
incrível força para sobreviver
ao ataque e de buscar ajuda
sozinha, ela perdeu um dos
olhos, além de carregar
cicatrizes físicas e psicológicas
para o resto da vida.
No futebol, a cultura
machista parece ser
considerada normal e contra a mulher é mais antiga
aceitável. Chega mesmo a ser
explicitamente manifestada. O
goleiro Bruno – o mesmo que
está detido pela polícia – já
havia declarado na imprensa
qual a sua opinião sobre o
relacionamento entre homens
e mulheres. Quando seu
colega de trabalho, o também
jogador de futebol Adriano,
passou por um escândalo de
briga e agressões conjugais,
Bruno declarou: “quem é que
nunca teve uma briga com a
mulher, ou mesmo não chegou
a sair na mão?”. Durante a
Copa do Mundo, o volante da
Seleção Brasileira, Filipe Melo,
conseguiu conjugar
estereótipos e violência em
uma só frase. Comentando
sobre as características da
bola Jabulani, disse que "A
outra bola é igual a mulher de
malandro: você chuta e ela
continua ali. Essa de agora é
igual Patricinha, que não quer
ser chutada de jeito nenhum".
Em comum a todos estes
casos, é notável a existência
de uma cultura de violência
acima de tudo machista, que
banaliza e aceita como normal
e corriqueiro bater, ofender,
estereotipar e subjugar. O fato
de estarmos no mundo
industrial, virtual e geneticista,
não significa que estes traços
mais primitivos de
organização social tenham
desaparecido. Em todas essas
histórias, homens se acharam
no direito de tirar a vida das
mulheres com as quais se
relacionaram.
Se por um lado a
cultura da violência machista
que a invenção do dinheiro,
não podemos nos esquecer,
em hipótese alguma, que a
sociedade de classes acirra
ainda mais o problema. É
justamente nas áreas mais
pobres do país, onde as
mulheres já sofrem por
receberem salários em média
mais baixos do que os
homens, também sofrem mais
com a violência, seja esta
direta ou indireta mente
dirigida às mulheres. Em dez
anos, dez mulheres foram
assassinadas por dia no Brasil,
média que fica acima do
padrão internacional.
(DataSUS). Alarmantemente, a
maioria dos crimes teve
“motivação passional”.
Juridicamente, o país
vive um retrocesso. Ao mesmo
tempo em que é evidente que
a Lei Maria da Penha não
mudará a vida de nenhuma
mulher, o crime de estupro
terá a pena reduzida de doze
para seis anos de reclusão.
Isso porque antes acumulava –
se o crime de estupro e de
atentado violento ao pudor.
Agora, todos os crimes do tipo
serão enquadrados como
estupro, reduzindo a pena do
réu.
7
Transpondo o problema
para a nossa categoria de
professores, sabemos que a
mulher está muito mais
exposta à violência nas
escolas. A maioria do quadro
docente nas escolas é em que, tanto a mulher, quanto o
composta por mulheres, mas
mesmo assim são estas que
sofrem mais com os diversos
tipos de violência escolar. Isso
muitas vezes acaba se
aplicando não somente às
professoras, mas também às
alunas. As violências variam
do assédio moral ao assédio
sexual,à criação e reprodução
de estereótipos, a um tipo de
ditadura estética em que não
se respeitam as características
individuais do ser humano;
A crise de 1929 sob o olhar da literatura e do cinema.
Por Antonio Lucas.
Vivemos sob o signo de
uma profunda crise econômica
que teve início nos EUA e –
como um efeito dominó – se
espalhou por outros países. A
burguesia procura transferir o
ônus da crise para os
trabalhadores. Basta olhar o
que está acontecendo em
Portugal e Espanha. Nestes
países os governos aplicam
duros planos de austeridade
que consistem em
congelamentos ou mesmo
corte de salários, retirada de
direitos trabalhistas e políticas
sociais, aumentos de impostos
etc. Mas é na Grécia que os
planos são mais duros. Os
cortes incluem diminuição de
5% a 20% dos salários dos
funcionários públicos, de 10%
no valor das aposentadorias,
aumento da idade para se
aposentar.
Muitos analistas
econômicos comparam esta
crise com a de 1929 –
seguramente a maior de todos
os tempos do mundo
capitalista. A crise de 1929 e
seus desdobramentos foi tema
de um belo romance do escritor
estadunidense John Steinbeck,
chamado as Vinhas da Ira. O
livro narra a saga de uma
família de pequenos agricul-
tores que expulsa de suas
sem contar os casos extremos
em que se aplica a violência
física. Não existe lei que alterará
este quadro. Somente a luta dos
trabalhadores e trabalhadoras
poderá construir uma sociedade
homem, possam viver livres da
violência. Lutar contra o
machismo significa lutar pelo fim
da exploração de um ser humano
contra outro, pois, a opressão do
homem sobre a mulher nada
mais é do que uma parte da
exploração que vivemos na
sociedade de classes, que
sempre construiu miséria e
divisionismo, ao invés do livre
desenvolvimento material e
intelectual.
terras pelos credores parte em
direção à Califórnia - um
espécie de Canaã para as
vítimas da grande Depressão -
em busca de emprego e um
lugar para recomeçar sua vida.
Em meio a esta procura
desesperada por emprego
alguns personagens percebem
que é necessário se organizar e
lutar contra a fome, o presidente Roosevelt.
desemprego, a miséria. Em
uma bela passagem do
romance um personagem diz a
um grupo de sem terras e
desempregados; eu perdi as
minhas terras; um trator, um só,
tomou- mas... Aí está o nó, ó tu que
odeias mudanças e temes
revoluções! Porque aí começa
aquilo que tu temes... Porque aí
transforma-se o “ Eu perdi minhas
terras” em “ Nós perdemos nossas
terras”. E desse primeiro “Nós”
nasce algo muito perigoso... Mas tu
não poderás saber disso. Pois que
a qualidade de “dono” mergulha-te
sempre no “eu’’ e sempre te isola do
“Nós’’. Curiosamente Jonh
Steinbeck nunca foi um escritor
ligado à esquerda. O final do
livro é comovente.
Escrito em 1939 o sua hegemonia.
romance foi levado à tela por
Jonh Ford em 1940. O filme
também se chama as Vinhas da
Ira – recentemente lançado em
DVD. Ao contrário do livro o
Reunião do Coletivo de
Mulheres - Dia 28/10
Sábado às 14h
Na Apeoesp-SBC
Todas as professoras
estão convidadas
CULTURA
filme tem uma visão otimista
do futuro. Graças ao presiden-
te Franklin Delano Roosevelt e
o seu plano econômico, o New
Deal, a crise será superada e
os trabalhadores terão uma vi-
da melhor, esta é a mensagem
final do filme, no meu
entender. O que não deixa de
ser uma propaganda do
Isto, a confiança em governos
salvadores, transportado para
as eleições na democracia bur-
guesa faz do ato de votar um
único meio de transformar a
sociedade. Os ideólogos da
burguesia procuram incutir na
cabeça dos trabalhadores que
as eleições (somente elas) mu-
darão suas vidas, desde que
eles votem conscientemente e
fiscalizem os seus candidatos.
A ideologia subjacente neste
discurso é de que o voto
consciente é capaz de operar
grandes mudanças na vida das
pessoas. Para a burguesia é
fundamental que os trabalha-
dores canalizem seu potencial
revolucionário para as elei-
ções, forma segura de manter
Penso diferente. Acredito que a
transformação da sociedade
será obra dos trabalhadores
organizados e mobilizados.
Só com lutas a vida irá mudar!
8
1 – ACABOU A PROVINHA DO
FINAL DO ANO?
Não. Por causa do caos
causado pelo governo, com as
leis 1093/1094 e 1097, houve
um recuo momentâneo. No 2º
Semestre de 2010, o governo
leberou as aulas para todos,
inclusive para os que não
realizaram o processo seletivo
dói final do ano passado. No
entanto, as leis não foram
revogadas. Dessa forma haverá
processo seletivo no final de
2010. A prova é obrigatória,
sendo facultativa apenas para
os que foram aprovados no
processo seletivo do ano
passado, na prova de mérito de
fevereiro/2010 ou no concurso,
ainda não concluído. A
quarentena (200 dias fora da
rede) continua valendo.
2 – PROFESSORES
CONCURSADOS VÃO
ASSUMIR AINDA ESSE ANO?
Não. O concurso ainda
não está concluído. De acordo
com o Edital, ele tem 3 fases. A
última o curso de 4 meses. O
governo convocou cerca de
12.000 dos aprovados para a
escolha de escolas, no entanto,
isso não ga-rante nada. Após a
escolha haverá o curso, on line,
cuja lei estabelece uma bolsa
de 75% do salário da jornada
ini-cial. O governo pagará a
bolsa sobre a jornada integral
(R$ 1.383,11) mas isso não esta
garantido. Os convocados, pri-
meiro farão a escola
preparatória, e se aprovados
assumem no final do ano, ou no
próximo ano. Porém podem ser
reprovados, o que deixa em
aberto a possibilidade para a
convocação de outros
aprovados para também fazer a
escola de quatro meses,
somente após a contratação ou
eliminação dos primeiros, dessa
forma não haverá posse dos
novos efetivos antes do final do
ano. A não convoca-ção de
todos os aprovados para a ter-
ceira fase do concurso, é
polêmica, e pode demandar
ação.
TIRE SUAS DÚVIDAS
3 – NÃO HÁ MAIS
PRORROGAÇÃO DE LICENÇA
MÉDICA?
Não. A partir do dia 2
de julho de 2010 todas as
licenças médicas são iniciais. O
cuidado a ser tomado é
solicitar a guia médica no
primeiro dia após o termino da
licença médica anterior, para
não ficar sem o pagamento. É
mais uma medida arbitraria
que do governo que para
resolver seus problemas
burocráticos piorou ainda mais,
a situação dos professores e
servidores públicos em geral
que, muitas vezes, ficam
doentes pelas péssimas
condições de trabalho.
4 – APÓS A REPOSIÇÃO DA
GREVE O GOVERNO
RETIRARÁ AS FALTAS?
Oficialmente o governo
se recusa a tirar as faltas dos
professores, dizendo que não
existe amparo legal. Na última
reunião com a Secretaria de
Educação o secretário ficou de
consultar seu departamento
jurídico.
A única novidade é que
a justiça deu ganho de causa
para a ação impetrada pela
Apeoesp em nome de duas
professoras, sobre a greve de
2000, obrigando o governo a
retirar suas faltas referente
aquela greve, abrindo
jurisprudência, o que colabora
juridicamente para a retirada
das faltas da greve de 2010 (o
que não significa que em caso
de ação esta será causa
ganha).
Sobre a greve atual, o
jurídico da Apeoesp entrou com
ações de alguns professores
que já concluíram a reposição.
Aqueles que optaram por repor
devem solicitar a retira de
faltas do prontuário, e com a
negativa entrar em contato
com o jurídico da Apeoesp para
empetrar ação, mas não
devemos nos iludir, se não
houver luta as pequenas
vitórias serão momentâneas.
5 – QUEM PODERÁ SE
INSCREVER PARA
ATRIBUIÇÃO PELO ART.22?
Todos os professores
efetivos, sócios da Apeoesp. Por
conta de sentença favorável,
em ação coletiva impetrada
pela Apeoesp, a Justiça
determinou que todos os
filiados da Apeoesp, inclusive os
que estão em estagio
probatório, poderam se ins-
crever pelo artigo 22 da lei
444/85, com exceção dos que
tiverem mais do que 12 faltas
injustificadas. Essa decisão
contraria a vontade do governo
de impossibilitar a inscrição por
esse artigo, de boa parte da
categoria, inclusive impossi-
bilitando de participar da atri-
buição da sua escola de origem.
6 – QUAIS AS PESPECTIVAS
DE LUTA PARA NOSSA
CATEGORIA E PARA OS
TRABALHADORES EM GERAL
NO PROXIMO PERÍODO?
As perspectivas depen-
dem da organização que
tivermos. Por esse motivo
inssistimos na necessidade de
que nas escolas que ainda não
há representantes nos empe-
nhemos em elege-los, depende
também da participação de
todos nas atividaddes e na
divulgação de informações. Não
podemos agir individualmente,
acreditando apenas no boato
que nos interessa individual-
mente. Temos que organizar a
luta em cada escola e ganhar o
apoio da comunidade escolar,
cotidianeamente, não somente
nos períodos de greve. Nas
lutas gerais, a subsede de São
Bernado do Campo e a oposição
alternativa estão empenhados
na construção de uma nova
central sindical e popular a
partir da experiência que
tivemos na conlutas, para
organizar os trabalhadores
contra os ataque dos patrões e
governos, rompendo com o
governismo da CUT central a
qual a Apeoesp, infelizmente,
continua fíliada