Você está na página 1de 22

1

DISCUSSÃO DE GÊNERO E SEGURANÇA INTERNACIONAL: LEI DON”T


ASK, DON’T TELL

JEAN CARLO BOTEON // C601900

CAMPINAS / SÃO PAULO


2017
2

Equality is the prime rib of America.


Equality is the prime rib of what we stand
for as a nation. And I don't get to enjoy the
greatest cut of meat that my country has to
offer. Are you listening? Shouldn't
everyone deserve the right to wear the
same meat dress that I did? Repeal "don't
ask, don't tell" or go home. Go home.
Thank you. – Lady Gaga
3

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO 4

2. GÊNERO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS 5

3. LEI DON”T ASK, DON”T TELL E GÊNERO 9

4. DEFINIÇÃO DE SEGURANÇA INTERNACIONAL E SUA INFLUENCIA PARA A LEI


DON’T ASK, DON’T TELL 15

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 19

6.BIBLIOGRAFIA: 20
4

1.INTRODUÇÃO

O conceito tradicional de segurança é altamente indagado socialmente por


conta de toda a dependência de discursos sobre identidades de gênero. A aplicação
desse conceito, reforçou por muito tempo nas relações internacionais, identidades
estereotipadas e naturalizadas para homens e mulheres.
O pensamento moderno dentro das relações internacionais, engloba um
conceito amplo de segurança, que serve como uma polit́ ica emancipatória de identidade e
também fortalece, simultaneamente, a segurança nos niv́ eis internacional, estatal e
individual.
Dentro desse discurso, aplicando a evolução da politica de gênero dentro
da matéria, é possível notar os diversos exemplos de ações tomadas que ajudam a
consolidar uma visão menos conservadora. A queda da lei Don’t Ask, Don’t Tell (Não
Pergunte, Não Diga) é uma delas.
Essa lei entrou em vigor em 1993 e é definida como a obrigação de militares
homossexuais a silenciarem-se sobre sua orientação sexual, caso contrário, sua expulsão
era obrigatória. Desde 2011, a lei foi revogada pelo Pentágono americano, que agora,
permite homens e mulheres LGBT a prestarem abertamente o serviço militar sem que
sejam expulsos. Desde a sua criação, mais de 13 mil soldados foram tirados de seus
postos, simplesmente por assumirem sua sexualidade.
O propósito do projeto é definir o tema de gênero dentro das relações
internacionais e posteriormente analisar a Lei ´Don’t Ask, Don’t Tell’ a partir do conceito
de segurança internacional em território americano.
5

2. GÊNERO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Gênero e relações internacionais são duas vertentes que demoraram muito tempo
para se cruzarem. A matéria, que surgiu com uma proposta de conservar e ampliar o
poder das nações, foi relutante em inserir questões tão importantes como o gênero em
seu repertório. Quando o pensamento moderno dentro de R.I foi englobado em gênero
seu conceito e proposta mudaram, havendo uma maior preocupação em defender não só
os estados mas também todos os seus moradores de maneira individual e coletiva da
melhor forma possível. Para entendermos por que essas duas vertentes demoraram para
se encontrar, é necessário exporá-las para chegarmos na raiz da união.
No cotidiano, é expressamente normal tomarmos gênero como algo dado. É como
se tudo fosse reconhecido com simples distinções: homens e mulheres, meninos e
meninas. A partir disso, homens e mulheres são ensinados a portarem-se de maneira
divergente para que essa distinção e divisão fique clara. Cada um desses
comportamentos é tão familiar que parece natural. A crença de distinções de gênero já
está muito enraizada na sociedade, fazendo com que as pessoas estranhem todo tipo de
comportamento fora do normal: por exemplo, quando pessoas do mesmo gênero se
apaixonam.
As decisões jurídicas antigay em cidades estadunidenses, assédio sofrido por
homens homosexuais em todo o mundo, a criminalização do adultério feminino em países
mais conservadores, a lei Don’t Ask, Don’t Tell - só fazem sentido porque as questões que
elas envolvem não são questões normalizadas pela sociedade.
Podemos dizer que, ser homem ou mulher não é pré-determinado, é ‘tornar-se’,
é algo que está em constante construção. Simone Beauvoir (1949) já dizia que “Não se
nasce mulher, torna-se”. Assim, não podemos pensar que ‘ser mulher’ ou ‘ser homem’
são experiências pré-determinadas natureza, mas também não podemos pensar que
qualquer tipo de orientação sexual foi algo imposto. As pessoas se constroem femininas
ou masculinas. Diversas pesquisas de psicologia afirmam que todos nós combinamos
características determinadas como femininas e masculinas.
Nas palavras de Joan Scott:
6

Por gênero me refiro ao discurso da diferença dos sexos. Ele não se relaciona
simplesmente às idéias, mas também às instituições, às estruturas, as práticas cotidianas,
como aos rituais, e tudo o que constitui as relações sociais. O discurso é o instrumento de
entrada na ordem do mundo, mesmo não sendo anterior à organização social, é dela
inseparável. Segue-se, então, que o gênero é a organização social da diferença sexual.
Ele não reflete a realidade biológica primeira, mas ele constrói o sentido desta realidade. A
diferença sexual não é causa originária da qual a organização social poderia derivar: ela é
antes, uma estrutura social móvel que deve ser analisada nos seus diferentes contextos
históricos. (SCOTT, Joan,1998, p. 15)

Outra observação notável sobre o gênero a ser apontada é que diversas informações e
níveis de riqueza conseguem manipular um universo que é principalmente voltado aos
homens. Em geral, apesar dos homens se beneficiarem das desigualdades da ordem de
gênero, esse beneficio não ocorre de uma maneira uniforme. Meninos e homens sofrem
com essas noções dominantes sobre a masculinidade por serem gays, afeminados ou
considerados fracos, acabando como alvos de violência. Homens que não estão de
acordo com as definições dominantes de masculinidade podem pagar um preço por isso.

A virilidade, como se vê, é uma noção eminentemente relacional,


construída diante dos outros homens, para os outros homens e contra a
feminilidade, por uma espécie de medo do feminino, e construída,
primeiramente, dentro de si mesmo (BOURDIEU, 2005, p. 67).

Com isso, a faca de dois gumes chamada gênero é facilmente identificada, já que
ao mesmo tempo que é uma fonte de prazer e auto-conhecimento, também incita
dificuldade para algumas pessoas, mesmo sendo inerentemente politico. Em toda essa
ordem, a desigualdade e a opressão na questão do gênero, as minorias vêm demandado
o reconhecimento de direitos. Um dos movimentos de mudança mais fortes do momento é
a legalização do casamento gay. Casais do mesmo sexo podem se casar em treze
estados dos E.U.A e em seu distrito federal. Taiś a Ribeiro Fernandes afirma que:

Não se pode negar que muitas e diversificadas são as formas de expressão da


sexualidade humana. Acreditamos não se tratar de um impulso automático e instintivo;
consequentemente, não podemos dizer que a homossexualidade seja uma opção, uma
alternativa, escolha, tampouco um desvio de personalidade do indivíduo. Trata-se de uma
simples variante natural da expressão sexual humana, uma forma diferente, porém normal
de vida, merecedora de todo respeito e compreensão.
7

Apesar dos diversos estudos e pesquisas realizados, buscando as causas que dão origem
à homossexualidade, se decorre de fatores biológicos, genéticos, sociais ou
comportamentais, nada de concreto ainda se pode dizer a respeito. O que podemos
afirmar é que não se trata de uma atitude consciente e deliberada, ninguém acorda um
belo dia dizendo: “a partir de hoje eu vou ser homossexual, ou, ao contrário: depois de
domingo não serei mais homossexual!” […]. (FERNANDES, Taísa Ribeiro. Ob. cit., 2004,
p. 21.)

Essa é uma reforma em rota de ascensão, levando em conta os direitos adquiridos com
tanta força. Na América Latina entre 16 países que permitem gays e lésbicas se
casarem, nove fizeram essa mudança de 2010 para cá. Isso mostra como as mudanças
na área de gênero estão sendo lentas e graduais. Mesmo assim o impacto cultural foi
imenso. Tomando esse exemplo, é perceptível notar como várias leis foram quebradas
recentemente. A lei Don’t Ask, Don’t Tell, foco do projeto, foi prorrogada só em 2011.
É muito claro que vida humana não se divide em duas esferas, nem o caráter humano
se divide em apenas dois tipos. Nossas imagens de gênero são quase sempre
dicotômicas, mas a realidade não. A definição de Gênero torna-se, assim, complicada,
pois além de apresentar vários significados, agrega no seu bojo os sentidos mais amplos
ligados a "caracteres convencionalmente estabelecidos", bem como a "atividades
habituais decorrentes da tradição" (ALMEIDA p.844)
As ciências sociais conseguem ser uma salvação para toda essa dificuldade. O que é
necessário, é tirar o foco da diferença presente nas pessoas e focar nas relações. Acima
de tudo, gênero é uma questão de relações sociais dentro das quais indivíduos e grupos
atuam e é por isso que as relações internacionais possuem uma grande importância
dentro do tema. Portanto, “[...] cabe o cuidado para não cair nos particularismos e na
fragmentação [...]”. (MOREIRA, et. al., 2006, p. 8).
Enquanto notamos quebras de paradigmas tão importantes na sociedade num período
de tempo tão recente, podemos afirmar que nas relações internacionais, aconteceu a
mesma coisa. Os indivíduos começaram a ser tratados como tais a partir do
construtivismo. Anteriormente, a visão de R.I era concentrada “pelo poder de impor a
visão legítima do mundo social, ou melhor, pelo reconhecimento (...) que confere
autoridade para impor o conhecimento legítimo do sentido do mundo social, de sua
significação atual e da direção na qual ele vai e deve ir” (BOURDIEU, 2001, p. 226).
O construtivismo surgiu na metade dos anos 80 e possui uma abordagem reflexiva.
Mesmo existindo vários tipos de construtivismos, passando desde o mais positivista até o
8

pós moderno é importante destacar o surgimento do conceito de identidade que surgiu


dentro dessa teoria.
Segundo Faro, o Construtivismo é:

Uma teoria estrutural [que] postula que é possível se conceber uma “cultura” do sistema
internacional que afete não apenas o comportamento mas também as identidades dos
atores (estados). Embora formulada em estilo de grande abstração e generalização, a teoria
de Wendt pretende defender que é possível considerar a formação de uma “cultura” do
sistema internacional que tenda a gerar uma “reflexividade” ou “auto-compreensão”
sistêmica. Isto é proposto como parte de um esforço de dar sentido à idéia da possibilidade
de que o sistema pratique uma “auto-intervenção” promovendo reformas institucionais de
maneira equivalente ao que seria a “terapia” para o indivíduo.

E ainda segundo Emanuel Adler:

Os construtivistas acreditam que as relações internacionais consistem primariamente em


fatos sociais, os quais são fatos apenas por acordo humano. Ao mesmo tempo, os
construtivistas são “realistas ontológicos”; acreditam não apenas na existência do mundo
material como que “esse mundo material oferece resistência quando agimos sobre ele”.

Essa ampliação na gama de temas abordados na matéria surgiram devido à uma


grande interferência dos atores não governamentais dos setores mais diversos. Eles
acabaram influenciando de uma maneira crucial a busca por um maior entendimento dos
atores interestatais e também intraestatais em R.I.
Fica claro que o feminismo consolidou toda a concepção de gênero dentro das
relações internacionais. mesmo que considerada mais um movimento do que uma teoria,
o feminismo visa a igualdade de gênero através da mudança do discurso machista
socialmente difundido inclusive dentro das relações internacionais.
O construtivismo acabou sendo um tipo de alicerce para os estudiosos que visam aliar
gênero e relações internacionais, já que ele providenciou diversos tipos de instrumentos
analíticos falando sobre a identidade e as instituições e o feminismo consolidou todo esse
pensamento de uma forma mais consistente e enfática.
lo qual os seres humanos aprendem a reconhecer-se e tornar-se homens e mulheres.
O feminismo mesmo com suas várias vertentes, todas concordam acerca da busca
pela equidade e veem o patriarcalismo como parte primordial que permeia todas as
instituições. Sendo assim, suas crit́ icas à abordagem tradicional do realismo tem
́ o para alterar paradigmas de segurança, e é por isso que a lei Don’t Ask Don’t
contribuid
Tell necessitou de toda a ajuda feminista para ser derrubada.
9

É através do gênero que se constrói e implementa significados para as diferenças


sexuais, por meio de um sistema de pares binários e relações hierarquizadas, bases da
dominação masculina. O gênero “produz e é produzido, organiza e é organizado”
(MEYER, 1996, p.49).

3. LEI ‘DON”T ASK, DON”T TELL E GÊNERO’

Aplicando tudo o que foi discutido anteriormente, conseguimos ter uma visão mais
ampla da importância do gênero aplicado internacionalmente. Inserindo isso na realidade,
a lei ‘Don’t Ask, Don’t Tell’ consegue trazer mais elementos para a discussão e sua
importância. Gênero DEVE ser discutido e pautado em escala global.
A lei ‘Don’t Ask, Don’t Tell’ entrou em vigor em 1993 e pode ser definida como a
obrigação de militares homossexuais a silenciarem-se sobre sua orientação sexual, caso
contrário, sua expulsão era obrigatória. Desde 2011, a lei foi revogada pelo Pentágono
americano, que agora, permite homens e mulheres LGBT a prestarem abertamente o
serviço militar sem que sejam expulsos.
Desde a sua criação, mais de 13 mil soldados foram expulsos de seus postos
simplesmente por assumirem sua sexualidade. É expressamente claro que a repressão
contra os LGBT não é um assunto novo, mas todo o esforço realizado para que militares
tenham sua sexualidade exposta e não reprimida permite que toda essa discussão tome
outros ares.
Antes de existir a lei ‘Don’t Ask, Don’t Tell’ originalmente, os indivíduos não eram
removidos por conta da sexualidade revelada, mas sim pelo ato da sodomia entre dois
indivíduos do mesmo sexo no qual levava à uma expulsão justificada do serviço militar
segundo Berube (1990).
Barrar homossexuais e dispensa-los do serviço militar era esporádico e determinado
pela necessidade de integrantes. Durante a Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria, a
expulsão de homossexuais foi muito reduzida, mas assim que os tempos eram de paz,
esse índice aumentava. (Herek, belkin, 2005)
Um outro efeito da Segunda Guerra Mundial, foi quando a psiquiatria tornou-se parte do
processo militar. Berube (1990) afirmou que a determinação da homossexualidade como
uma doença mental mudou o foco do ato sexual para o indivíduo. Assim, a nova análise
considerou homossexualidade como um tipo de personalidade que não servia para o
exército.
10

Durante os anos 40, Todos candidatos homens eram submetidos a testes psicológicos
para determinar se eram gays ou não. Aqueles homens que diziam ser homossexuais
apenas para não servir o exercito tinham suas vidas investigadas para determinar se era
realmente verdade.
Para as pessoas já adimitidas, caso descobertas, passavam pela ‘Baixa Honrosa’:
termo designado para desligamento do soldado que mentiu sobre sua sexualidade e
foram pegos. Foi registrado que as primeiras comunidades gays de São Francisco
surgiram a partir de membros membros gays das forças armadas expulsos, já que não
tinham condições de retornarem para suas cidades de origem.
As mulheres por sua vez, quando foram permitidas entrarem para o exercito, eram
submetidas ao teste também, Haviam formulários nos quais possuíam a pergunta sobre a
sexualidade das mesmas. Nada impedia bi/homossexuais de mentirem sobre a resposta,
porém, não existiam políticas a respeito de lesbianismo ou leis proibindo os atos sexuais
entre elas.
Essa determinação psiquiátrica da homossexualidade como doença mental serviu
durante muito tempo para justificar a expulsão dos soldados gays. Nos anos 50, houve
mais uma justificativa: gays foram determinados como pessoas fáceis de serem
manipuladas, sendo assim um risco à segurança internacional. Esse tipo de laudo foi
apoiado pela organização mundial da saúde até 1990.
A lei DADT serviu como uma fundamentação jurídica para a expulsão de membros
LGBT, com a discrição em não haver questionários sobre a sexualidade. Os idealizadores
da lei foram o alto escalão militar dos Estados Unidos mesmo com Bill Clinton estando no
poder da nação. Em seu discurso presidencial, Bill queria que o público LGBT tivessem o
acesso às forças armadas sem precisarem ocultar sua preferência sexual. Segundo Sean
Wilentz, o presidente não queria deslegitimar a hierarquia e os senhores de guerra
americanos, por isso demonstrou apoio em seu discurso, porém não fez nada a respeito.
A lei ‘Don’t Ask, Don’t Tell’, que entrou em vigor em 1993, retirando toda e qualquer
pergunta sobre condição sexual e tinha a condição de que o integrante não poderia torna-
la publica. Ou seja, a lei era apenas uma modificação nas políticas já aplicadas
anteriormente.
Ela possuia a seguinte estrutura: qualquer membro das forças armadas poderia ser
dispensado do serviço militar caso se envolvesse em alguma relação sexual com uma
pessoa do mesmo sexo e fosse descoberto, caso se assumisse bi/trans/homossexual ou
se estivesse em alguma união homossexual estável. A lei incitava que a sexualidade era
uma questão pessoal e privada para todos, porém o serviço militar não permitiria que
11

seus membros manifestassem uma conduta sexual. Não lhes era perguntada a
sexualidade, porém caso declarada, a investigação era realizada e a pena da expulsão
era aplicada.
Foi computado mais de 20 mil homossexuais servindo o exercito americano em 1993.
Alguns, revoltados com a lei, se viram obrigados a afirmar sua identidade, mesmo que a
expulsão fosse a única alternativa. outros se mantiveram em segredo para continuarem
com seus postos. Enquanto a lei perpetuava, mais de 13 mil soldados foram expulsos de
seus cargos por terem sido descobertos ou terem revelado sua condição sexual.

PG 15 https://books.google.com.br/books?id=fg4n9d-
AjDQC&pg=PA4&lpg=PA4&dq=TOTAL+NUMBER+OF+HOMOSSECUAL+DISCHARGES&source=bl&ots=PqkupKajjw&sig=qAA44Jaqf
fj_7_OlII9kQYBErL0&hl=pt-
BR&sa=X&ved=0ahUKEwizyfafpK_XAhXHlZAKHSAmCBcQ6AEIODAB#v=onepage&q=TOTAL%20NUMBER%20OF%20HOMOSSEC
UAL%20DISCHARGES&f=false

Homosexuals in the Military: Policies and Practices of Foreign Countries

Foucault identificou esse tipo de comportamento e o nomeou de mutismo pois

“liga o inexistente, o ilícito e o informulável de tal maneira que cada um


12

seja, ao mesmo tempo, princípio e efeito do outro: do que é interdito não se deve falar até ser
anulado no real; o que é inexistente não tem direito a manifestação nenhuma, mesmo na
ordem da palavra que enuncia sua inexistência; e o que deve ser calado encontra-se banido do
real como o interdito por excelência”.

Segundo ele, a conciliação dessas interdições criou certo tipo de censura na qual a
“lógica do poder sobre o sexo seria a lógica paradoxal de uma lei que poderia ser
enunciada como injunção de inexistência, de não manifestação e de mutismo”.
As respostas dos grupos que estavam lutando contra essa lei, diziam que ela incitava a
homofobia, já que os membros militares estavam sendo obrigados a esconderem sua
sexualidade. Além disso, era requerida uma justificativa plausível para o afastamento de
homo/bissexuais das forças armadas.
O Departamento de Defesa dizia que:

Homosexuality is incompatible with military service. The presence in the military


environment of persons who engage In homosexual conduct or who, by their statements,
demonstrate a propensity to engage in homosexual conduct, seriously impairs the
accomplishment of the military mission. The presence of such members adversely affects
the ability of the Military Services to maintain discipline, good order, and morale; to foster
mutual trust and confidence among service members, to ensure the integrity of the system
of rank and command; to facilitate assignment and worldwide deployment of service
members who frequently must live and work under close conditions affording minimal
privacy: to recruit and retain members of the Military Services; to maintain the public
acceptability of military service; and to prevent breaches of security.
DoD Directive 133.4 (1982)

De acordo com a perspectiva militar, heterossexuais não gostam de homossexuais e


assim não são abeis em estabelecer um laço requerido pela instituição para tornarem-se
uma unidade militar (Miller e Willians, 2001). Essa perspectiva pode ser desmistificada , já
que de acordo com os diversos estudos realizados sobre o termo unidade, é possível
afirmar que essa união acontece quando há objetivos em comum, e não empatia um pelo
outro (Osburn, 1995).
Há também a justificativa na qual eles violam os ribeiros de privacidade dos héteros.
Kaplan (2003) já dizia como homossexuais e heterossexuais já dividiram espaços íntimos
por diversas vezes sem problema nenhum.
Essas dificuldades enfrentadas pelos gays, também foram enfrentadas pelos negros e
mulheres. Margaret Cruikshank (1994) dizia que o exercito não quer aceitar
13

homossexuais porque avançaria a ideia de igualdade. A integração significaria que gays


são tão bons soldados quanto heterossexuais. Ela basicamente afirma que essa exclusão
tinha cunhos não só políticos mas era sobre discriminação e sobre a “segunda classe”.
Homo/bissexualidade não torna o homem menos homem e a mulher menos mulher, já
que orientação sexual é completamente diferente do sexo biológico.
Outra posição dita pelo governo militar estadunidense foi que a orientação sexual e
identidade de gênero afetavam o quão qualificado era um indivíduo. Ambientes militares
foram associados com dominação, agressão, força física, e risco de vida. Essas
características foram vistas como predominantemente masculinas. Se todos os membros
necessitam ter esses requisitos, e só membros héteros as possuem, os membros LGBT
não estão qualificados para servir.
Mais uma justificativa para a ocultação da orientação sexual LGBT no caso dos
homens, é por conta do HIV. O HIV é um vírus que ataca o sistema imunológico do corpo.
Uma vez infectado, não há cura, apenas o tratamento. Em algumas partes do mundo,
homens que têm relações sexuais com outros homens possuem uma maior chance de
contagio, caso o sexo seja desprovido de preservativo. As forcas armadas se diziam
preocupadas em aumentar os índices do vírus e da intensa necessidade do coquetel.
(expressão utilizada para referir-se à combinação dos remédios retrovirais contra HIV.)
Com isso muitas pessoas exigem que homens que praticam o MSM, deveriam ser
banidos.
Não há nenhuma evidencia que homossexuais, bissexuais ou trangêneros são menos
capazes de proverem características requisitadas pelo exercito. As qualidades mais
requisitadas pelo exercito é a versatilidade e determinação. Houve uma pesquisa
realizada no Iraque e Afeganistão que os veteranos afirmaram que a qualidade do
trabalho dos companheiros é muito mais relevante e importante do que sua sexualidade.
Como disse Ceccarelli (2002) em seu artigo: que não se sabe por que alguém é gay,
assim como não se sabe por que alguém é hétero. Nesse sentido, falar do ‘homossexual
típico’ é tão absurdo quanto falar do ‘heterossexual típico’, do ‘transexual típico’, do
‘travesti típico’, e assim por diante: não existe nada ‘típico’ na sexualidade humana”.
Em dezembro de 2011, a lei foi revogada por Obama. Depois dessa data, finalmente
homens e mulheres não precisam esconder sua sexualidade caso queiram servirem as
forças armadas. Esse fato pode ser celebrado como um grande avanço social.
Essa revogação traz benefícios a todos. Podemos pensar nos ambientes de trabalho
nos quais são inclusivos com pessoas de todos os gêneros e orientações sexuais foram
indicados para ter uma melhor saúde mental, melhora da produtividade, melhor auto
14

estima e maior satisfação profissional. Mas também podemos pensar socialmente sobre
esse fenômeno. A participação de pessoas com orientações e gêneros sexuais diferentes
seja no exercito ou em qualquer local, é uma manifestação de diversidade.
Diversidade basicamente significa diferenças nos modos que cada indivíduo pensa,
reage à situações, se realizam, fazem seus deveres. Algumas dessas diferenças devem
ser integradas nas forças armadas, já que isso pode ser uma vantagem. Com uma maior
diversidade de pessoas, as inovações podem ser melhoradas e problemas podem ser
pensados com soluções diversificadas. A lei Don’t Ask Don’t Tell não passa de mais um
obstáculo na luta pela igualdade de gêneros que foi superado.
15

4. SEGURANÇA INTERNACIONAL E SUA INFLUÊNCIA PARA A LEI DON’T ASK, DON’T


TELL

A segurança internacional é um dos temas mais antigos relacionados à Relações


Internacionais, já que no século XX, a matéria estava totalmente ligada à guerra,
justamente para estudar meios de como evitar que conflitos como a I Guerra Mundial
acontecesse novamente. Segundo Ana Rafaela de Souza e Daniele Piava (2013):

Até a Primeira Guerra Mundial, a política internacional era negócio de diplomatas. A


ciência política nasce do interesse da sociedade na política externa de seus países. O
objetivo da ciência política seria a necessidade de resolver os conflitos de interesses entre
os Estados e assim evitar o confronto entre as nações.

Já que relações internacionais estavam ligadas com o termo de guerras, podemos ligar
guerra com violência, o que nos levaria a concluir o pensamento com a palavra:
segurança.
A segurança internacional passou a existir de maneira informal a partir da idade média,
quando foi criado o conceito de estado nação que corresponde ao período de transição da
Idade Média e o início da Renascença, onde se identificam as Cidades-Estado italianas,
Maquiavel citava a seguinte frase: ”Todos os Estados, todos os domínios que imperaram
e imperam sobre os homens, foram e são repúblicas ou principados" (Maquiavel, 1977: 5
apud Bobbio, 1987: 65); e uma terceira acepção que seria o Estado moderno "dos
grandes estados territoriais que se transformaram em uma sociedade medieval" (Bobbio,
op cit: 68).
Com as relações internacionais, a segurança tornou se um elemento cientifico de
estudo e se modificou durante o passar do tempo. No realismo, por exemplo que foi a
primeira vertente de relações internacionais, era definido por questões de hard power e
high politics, já que o Estado era

visto como um ator racional, único e auto-interessado, assim, em questões de segurança,


só os Estados e os seus interesses prevalecem. Além disso, o sistema internacional é
comparado ao reino da anarquia hobbesiana, assim para os realistas clássicos e
16

estruturais, não se pode confiar em outros Estados, nem nas instituições internacionais,
pois um Estado só pode garantir a sua segurança com a maximização do seu poder,
principalmente o militar. A paz, nessa acepção, fundamenta-se na hegemonia de um
Estado ou no equilíbrio de poderes entre as maiores potências do sistema internacional
(cf. MORGENTHAU , 2003; WALTZ, 2002).

O realismo enxergava a segurança internacional como necessidade de poder para


realizar ameaças a outros estados que possam invadir o seu território, ferir a autonomia
ou soberania.
Como resposta aos pensamentos realistas, foi desenvolvida uma outra teoria, o
liberalismo. Ele surgiu nos anos 70 e contava com a afirmação que o estado não era o
único ator que regia as relações internacionais, trazendo a premissa que a força não tinha
toda a relevância afirmada pelos realistas. Existiam também toda a manipulação
econômica e OIs. Isso leva à conclusão que para o idealismo não era o aspecto principal,
mas sim o bem estar social e o desenvolvimento sustentável.(DI SENA, 2003, p. 190 –
193). Juntamente com esses pensamentos, vieram os estudos focados na paz. Segundo
Galtung, para que a segurança de uma nação dure, ela deve possuir uma estrutura
pacifica.
Nos anos 80, surgiu a escola de Copenhage, na qual tinha o simples objetivo de
aprofundar mas também promover todo o estudo realizado sobre paz, virando referência
para o meio internacional.
A escola de Copenhague além de estudar a paz, ampliou todo o conceito do termo
segurança, afirmando que a segurança não se baseava apenas no setor militar, mas
também na política, na economia, meio ambiente e também no meio social. Ole Waever,
admite os efeitos lamentáveis dessa expansão. Como destaca Waever

O problema é que, como conceito, nem segurança individual, nem segurança internacional
existe. Segurança nacional, que é a segurança do Estado, é o nome de um debate em
curso, uma tradição, um conjunto de práticas estabelecidas e, como tal, o conceito tem um
referente formalizado; pelo contrário, a “segurança”, de quem quer que seja/ seja do que
for, é uma idéia muito pouco clara (WAEVER, 1995a, p.47)

Já nos anos 90, ocorre o fim da guerra Fria e

a nova ordem mundial que se manifesta no Pós-Guerra Fria permitiu aos teóricos das
Relações Internacionais atentarem para outras questões além do Estado como, por
17

exemplo, para a identidade, o interesse e a experiência no que tange a questão da política


mundial. Dentre as mudanças ocorridas neste período destaca-se por conta do objeto de
estudo, o conceito de segurança, que passa de uma visão positivista e tradicional para
uma discussão mais abrangente do conceito. O desafio desta nova ordem instaurada no
Pós-Guerra Fria é senão a de “enquadrar novos itens na agenda política global” (COSTA,
2009, p. 205).

Esses diversos processos foram alterados, inclusive a globalização, intensificando-a.


Também houve o surgimento de novas perspectivas sobre segurança, como as
construtivistas, feministas e criticas.
Durante todo esse tempo de mutações do conceito de segurança internacional,
segundo Aravena (2002) foram consolidados pontos sobre ela. A segurança internacional
tornou-se transacional, atualmente é produzida por diversos atores internacionais além do
Estado, e o mais importante para o artigo: a segurança internacional está além de
questões militares.
Existem diversas dimensões de segurança: a econômica, alimentar, sanitária, pessoal
e também há a politica. O gênero faz parte da segurança humana e política. Segundo o
PNUD, a Segurança Humana possui dois aspectos principais: manter as pessoas a salvo
de ameaças crônicas como a fome, as doenças, a repressão (freedom from want) e
protegê-las de mudanças súbitas e nocivas nos padrões da vida cotidiana, por exemplo,
das guerras, dos genocídios e das limpezas étnicas (freedom from fear).
A segurança politica se trata sobre direitos humanos dos cidadãos num estado, onde
com a lei DADT, o governo infringia no seu direito de revelar ou não a sexualidade do
individuo. Halliday comenta sobre a agregar a temática de gênero à teoria internacional:

Uma das muitas contribuições potenciais de uma abordagem de gênero e relações


internacionais poderia mostrar como as relações de gênero na economia, na política e na
família são moldadas e modificadas por processos externos à sociedade. A questão
poderia ser, portanto, parte de uma reorientação ampla das relações internacionais em
direção ao estudo não somente do comportamento interestatal, mas também de como os
Estados e as sociedades interagem.

A posição das pessoas LGBT nas forças armadas é reconhecido realmente como um
direto humano. Muitos militares sabem que a diversidade é criticamente importante para a
defesa de organizações atuais socialmente e de maneira orçamentaria, inclusive a do
próprio exercito. Foi estimado que os EUA perderam cerca de 500 milhões de dólares
18

implementando a lei DADT em todos esses anos. Os militares tinham que gastar tempo e
recursos para investigar alegações de possíveis homossexuais.
Como visto anteriormente durante os capítulos, o gênero ganhou forças com o
feminismo, no qual abriu portas para diferentes orientações.
Primeiramente, a segurança tinha seu caráter tradicional ,que consistia na defesa de
territórios, o militarismo e o autoritarismo, sendo muito masculinista. Isso porque favorece
ao mesmo tempo o espaço público, dominado pelo homem fazendo com que as relações
internacionais e tudo que as envolviam tivessem influencias estereotipadas dos homens,
como a força, falta de sensibilidade, foco, entre outros.
Para Buzan,& Hansen (2012), as novas teorias das relações internacionais, procuram
“compreender como a segurança dos indivíduos e dos grupos é comprometida pela
violência, tanto física quanto estrutural, em todos os níveis”” (BUZAN & HANSEN, 2012,
p. 316) e foi esse o rumo que a segurança internacional também acabou tomando. A
segurança internacional tornou-se mais humanizada, Kosminsky (2007), o que possibilitou
a conciliação dos níveis individual, doméstico e internacional, de maneira que a utilização
de um conceito amplo de segurança fosse comum à maioria dos estudos feministas da
área. se debruça sobre a questão das migrações internacionais.
A influência da Segurança Internacional para a lei ‘Don´t Ask, Don´t Tell’ foi sua
mutação conforme o tempo passou. Com o realismo, políticas militares dominaram as
relações internacionais e também a forma das pessoas inseridas nesse meio em ver o
mundo. Com o avanço das teorias, juntamente com a preocupação das diversas faces da
segurança internacional percebeu-se que era necessário tomar novos rumos referente à
alguns assuntos.
Os direitos humanos influenciaram as relações internacionais e seu conceito de
segurança a pensarem como uma nação que possuem indivíduos diferenciados com a
mesma necessidade de viverem em paz consigo mesmo e sua sexualidade mas também
em sociedade.
19

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A lei ‘Don´t Ask, Don´t Tell´ entrou em vigor em 1993 e é definida como a
obrigação de militares homossexuais a silenciarem-se sobre sua orientação sexual, caso
contrário, sua expulsão era obrigatória. Desde 2011, a lei foi revogada pelo Pentágono
americano, que agora, permite homens e mulheres LGBT a prestarem abertamente o
serviço militar sem que sejam expulsos. Desde a sua criação, mais de 13 mil soldados
foram expulsos de seus postos simplesmente por assumirem sua sexualidade.
Essa lei afetou principalmente as questões de gênero, nas quais impediam
que membros gays do exército americano de revelarem sua sexualidade, o que causou
um caos interno. Como um exército tão poderoso, quanto o americano permitiu que uma
lei tradicional perpetuasse em tempos tão atuais?
Diversas justificativas foram dadas para a tal aplicação mas nenhuma foi
efetiva a ponto de barrar sua decadência. A diversidade dentro de qualquer espaço de
trabalho é benéfica para as pessoas, já que permite uma maior gama de pensamentos,
ideias e inovação.
A segurança internacional possuiu de diversas transformações. Em seu início
o realismo enxergava-a como necessidade de poder para realizar ameaças a outros
estados que possam invadir o seu território, ferir a autonomia ou soberania. Com o passar
do tempo, a segurança internacional tomou diferentes vertentes como importantes, além
do militarismo, existe a segurança hospitalar, econômica, alimentar e também a humana e
política. Com essa transformação, o gênero possui uma ligação extremamente forte com
as relações internacionais, reforçando o fato de que o indivíduo tem sua importância
colocada como prioridade.
20

6.BIBLIOGRAFIA:

ADLER, Emanuel - O construtivismo no estudo das relações internacionais. / Disponível em:


http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010264451999000200011&lng=pt&nrm=is
o&tl ng=pt. Acesso em: 05/11/2017.

ALENCAR, Mirela - Debates dos Estudos de Segurança Internacional e Segurança Humana: uma
breve análise sobre a evolução dos Estudos de Segurança / Disponível em:
http://www.humanas.ufpr.br/portal/conjunturaglobal/files/2016/02/5-Debates-dos-Estudos-de-
Seguran%C3%A7a-Internacional-e-Seguran%C3%A7a-Humana-uma-breve-an%C3%A1lise-
sobre-a-evolu%C3%A7%C3%A3o-dos-Estudos-de-Seguran%C3%A7a.pdf / Acesso em:
35/10/2017

BEAUVOIR, Simone O SEGUNDO SEXO


http://www.afoiceeomartelo.com.br/posfsa/Autores/Beauvoir,%20Simone%20de/O%20Segundo%
20Sexo%20-%20II.pdf disponível em http://www.direitohomoafetivo.com.br/biblioteca.php?a=&p=4
/ Acesso em: 04/11/2017

BELKING, Aaron - Don’t Ask, Don’t Tell: Is the Gay Ban Based on Military Necessity? /
Disponível em http://archive.palmcenter.org/files/active/1/2003_BelkinInParameters.pdf Acesso
em: 04/10/2017

_______________ “Don´t Ask, Don´t Tell: The Politics Of ilitary Change / Disponível:
http://aaronbelkin.org/pdfs/articles/Don%27t%20Ask,%20Don%27t%20Tell%20-
%20The%20Politics%20of%20Military%20Change.pdf / Acesso em 08/10/2017

BELO, Fabio Paternidades:Interpretações a partir de Laplanche e Winnicott / Disponível em:


https://books.google.com.br/books?id=g-
uyDAAAQBAJ&pg=PT14&lpg=PT14&dq=virilidade+(BOURDIEU,+2005,+p.+67).&source=bl&ots=
W213VCG_aA&sig=fSg6ib4dDk5bG9uJs5URg8JDWuU&hl=pt-
BR&sa=X&ved=0ahUKEwiNmsTGoq_XAhUGlZAKHdTGCqMQ6AEIJjAA#v=onepage&q=virilidade
%20(BOURDIEU%2C%202005%2C%20p.%2067).&f=false / Acesso em 30/10/2017

BERUBE, Allan; Coming Out Under Fire, 1990. / Disponível em:


https://books.google.com.br/books?id=H-Lo5vA6lSYC&pg=PA67&hl=pt-
BR&source=gbs_toc_r&cad=4#v=onepage&q&f=false / Acesso em 01/11/2017

BUZAN, Barry e HANSEN, Lene.A evolução dos estudos de segurança internacional.São


Paulo: Editora da UNESP, 2012, Cap. 7 Disponível em:
http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0ahUKEwi
d7aHL3LHXAhXLf5AKHb9LBNsQFggmMAA&url=http%3A%2F%2Fperiodicos.pucminas.b
r%2Findex.php%2Festudosinternacionais%2Farticle%2Fdownload%2F5163%2F5173&us
g=AOvVaw3G5W5774iTx3cQ7vIq0kVY / Acesso em 01/11/2017
21

CECACCELI, Paulo: A Invenção da Homossexualidade. Disponível em


http://ceccarelli.psc.br/pt/wp-content/uploads/artigos/portugues/doc/invhomo.pdf / Acesso
em: 04/10/2017

DE CASTRO, Marcos Faro. De Westphalia a Seattle: A teoria das Relações Internacionais em


transição. Brasiĺ ia. 2001, n.20. p. 47 e 48. / Disponivel em:
http://www.esamcuberlandia.com.br/ESAMC_arquivos/frameset_arquivos/home_arquivos/WestfSe
attle.pdf / Acesso em: 31/10/2017

DIAS, Berenice - Não pergunte, não conte! / Disponível em:


http://www.mariaberenice.com.br/manager/arq/(cod2_622)nao_pergunte_nao_conte.pdf
Acesso em 04/10/2017

DIRECTIVE ,Department of Defense: SUBJECT: Enlisted Administrative Separations


Disponível em: https://biotech.law.lsu.edu/blaw/dodd/corres/pdf2/d133214p.pdf / Acesso
em: 14/10/2017

FERNANDES, Taísa Ribeiro. Uniões Homossexuais: efeitos jurídicos. São Paulo: Método, 2004.
/ Disponível em
http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/41/docs/relacoes_homoafetivas_unioes_de_afeto.pdf /
Acesso em 31/10/2017

FILHO, Amilcar: Uma questão de gênero:onde o masculino e o feminino se cruzam “Gênero: uma
categoria útil de análise histórica/ Disponível em http://www.scielo.br/pdf/cpa/n24/n24a07.pdf /
Acesso em 04/11/2017

HEREK, Gregory M. Sexual Orientation and Military Service: Prospects for Organizational and
Individual Change in the United States; Disponível em:
http://psychology.ucdavis.edu/rainbow/html/JSR_2006_pre.PDF Acesso em: 18/10/2017

JOBERG, Laura - Gender and International Security: Feminist Perspectives (Routledge Critical
Security Studies) Disponível em:
http://spmehazem.yolasite.com/resources/ebooksclub.org__Gender_and_International_Security__
Feminist_Perspectives__Routledge_Critical_Security_Studies_.pdf / Acesso em: 17/10/2017

KOSMINSKY, E - Gênero e migrações contemporâneas. Estudos Feministas / Disponível em


http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000092&pid=S0102-
7182200900030001600004&lng=pt / Acesso em 24/10/2017

MONTE, Izadora : GENERO E RELAÇOES INTERNACIONAIS: UMA CRITICA AO DISCURSO


TRADICIONAL DE SEGURANÇA / Disponível em:
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/7726/1/2010_IzadoraXavierMonte.pdf Acesso em
04/10/2017

MORGENTHAU, Hans. A Política entre as Nações: a luta pelo poder e pela paz.
Brasília:EDUNB/IPRI; São Paulo: IOESP, 2003.
22

PAIVA,Daniele: RELAÇÕES INTERNACIONAIS, RECIFE, 21 A 25 DE OUTUBRO DE 2013 /


Disponível em: https://seminariocpriufpe.files.wordpress.com/2013/12/anais-gt-ri.pdf / Acesso em
20/11/2017

SANTOS, Claudia : Leitura de gênero sobre os estudos de segurança internacional Gender-based


interpretation of international security studies / Disponível em:
http://www.humanas.ufpr.br/portal/conjunturaglobal/files/2016/02/4-Leitura-de-g%C3%AAnero-
sobre-os-estudos-de-seguran%C3%A7a-internacional.pdf / Acesso em 05/10/2017

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. In: Educação & Realidade, Porto
Alegre: UFRGS, 1995. / Disponivel em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/1210/scott_gender2.pdf / Acesso em
5/11/2017

SINCLAIR, Dean - Homosexuality and the Military: A Review of the Literature / Disponível em
http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/00918360903054137 Acesso em: 01/11/2017

The Hague Centre for Strategic Studies / Disponível em :


https://hcss.nl/sites/default/files/files/reports/HCSS_LGBT_webversie.pdf / Acesso em 4/09/2017

WAEVER, Ole. Securitization and desecuritization. In: LIPSCHUTZ, R. D. (Ed.). On security. New
York: Columbia University Press, 1995a. p. 46-86. / Disponível em:
https://pt.scribd.com/document/258746092/O-Waever-Securitization-and-Desecuritization / Acesso
em 25/10/2017

Você também pode gostar