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Revista Augustus | ISSN 1415-398X | Rio de Janeiro | v. 17 | n.

34 | Julho de 2012 | Semestral


ARTIGOS

PROPOSTA DE PROTOCOLO PARA SISTEMATIZAÇÃO DA


ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SALA DE CURATIVOS EM UMA
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE LOCALIZADA NO RIO DE JANEIRO
Prof.ª Dr.ª Flavia Cristina Morone Pinto
Doutora em Fisiopatologia e Ciências Cirúrgicas (UERJ)
Pesquisadora RHAE/CNPq, vinculada a POLISA/UFPE
fcmorone@gmail.com

Ellen Guimarães da Boa Hora


Estomaterapeuta/UERJ
Enfermeira, Coordenadora da Comissão de curativos do Hospital Estadual Eduardo Rabello/FESP
hellenguim@hotmail.com

Natália da Silva Corrêa


Especialista em enfermagem obstétrica/UERJ, modalidade residência
Enfermeira Obstetra no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro
natcorrea@ibest.com.br

Norielle Macedo Alves


Pós-graduanda em UTI neonatal pela Universidade Severino Sombra
Enfermeira da UTI Neonatal do Hospital das Clínicas Padre Miguel
norielle@click21.com.br

RESUMO

Este estudo visa discutir as rotinas a serem implementadas na


sala de curativos para sistematizar a assistência de enfermagem a
clientes portadores de feridas e, desta forma, fornecer informações
para tomada de decisão. Trata-se de um relato de experiência a
partir de uma pesquisa de natureza descritiva, realizada em um
Centro Municipal de Saúde no município do Rio de Janeiro. Os
dados foram coletados a partir de observação sistemática na sala
de curativos, no ano de 2010. Foram investigados os seguintes
processos: Padronização dos insumos necessários, ficha de cadastro
dos clientes atendidos, fluxograma de rotinas/atendimentos, ficha
de avaliação das feridas, ficha de evolução e livro de controle
e dispensação de materiais. Ao observar a sala de curativo foi
evidenciado ambiente com espaço físico relativamente pequeno,
onde uma pequena área era destinada ao posicionamento do
cliente para realização do procedimento. Foi possível identificar a
ausência de um banco de dados para cadastro e acompanhamento
dos clientes, não havendo então determinação do perfil da clientela
e dos parâmetros relacionados ao tratamento. A ficha de avaliação

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SALA DE CURATIVOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE LOCALIZADA NO RIO DE JANEIRO

e evolução foi criada a partir de um modelo utilizado pela SMS


de Florianópolis, na qual constam os dados de identificação do
cliente, seguido dos dados epidemiológicos. Fez-se necessário
um esquema anatômico para localização da lesão e a forma de
check-list foi escolhida por dinamizar o atendimento, facilitando o
fluxo de trabalho dos profissionais do setor. Acredita-se que com
a sistematização dessas rotinas será possível otimizar o tempo
dos profissionais de enfermagem, reduzir os custos em relação ao
tratamento de feridas e garantir ao usuário a adesão e continuidade
ao tratamento de feridas.

Palavras-chave: Avaliação em Enfermagem. Cuidados de


Enfermagem. Cicatrização de Feridas. Centros de Saúde.

PROPOSAL OF PROTOCOL FOR NURSING CARE


SYSTEM IN ROOM DRESSINGS IN A HEALTH CARE
CENTER LOCATED IN RIO DE JANEIRO

ABSTRACT

This study aims to discuss the routines to be implemented in the


dressing room to systematize nursing care for clients with wounds and
thus provide information for decision making. This is an experience
report from a descriptive research, conducted in a healthcare
center in the city of Rio de Janeiro. Data were collected through
systematic observation in the dressing room, in the year 2010. We
investigated the following processes: Standardization of inputs
required, record the registration of clients served, flowchart routines
/ calls, record assessment of wounds, record and book of evolution
control and dispensing of materials. By observing the dressing room
was evidenced environment with relatively small physical space,
where a small area was intended for positioning the client for the
procedure. It was possible to identify the absence of a database for
registering and monitoring customers, and there is no determination
of customer profiles and of the parameters related to treatment. The
evaluation form and evolution was created from a model used by city​​
health department of Florianópolis, which contains the identification
data of the client, followed by epidemiological data. It was necessary
for a schematic anatomical location of the injury and the form of
check-list was chosen streamline care, facilitating the workflow of
industry professionals. It is also an established service flowchart for
better visualization of the entire process and the operation of the
unit. It is believed that with the systematization of these routines
will be possible to optimize the time of nursing, reduce costs in

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relation to the treatment of wounds and ensure user adherence and


continuation treatment of wounds.

Keywords: Nursing Assessment. Nursing Care. Wound


Healing.  Health Centers.

1 INTRODUÇÃO o cuidado integral do tratamento de feridas traz


diversos benefícios aos usuários, tais como: o custo
A necessidade de sistematizar a assistência do tratamento - que é mais econômico e efetivo
de enfermagem na sala de curativos foi percebida que o convencional; as feridas mostram melhoras
durante o estágio curricular supervisionado na em curto prazo e requerem menos trocas dos
disciplina de Enfermagem Comunitária em uma curativos; reduz as complicações e o tempo que
Unidade Básica de Saúde (UBS) do Município interferem diretamente na qualidade de vida dos
do Rio de Janeiro, com o intuito de padronizar usuários e familiares (FLORIANÓPOLIS, 2007).
a assistência de enfermagem prestada ao
portador de feridas, proporcionando um cuidado 2 REFERENCIAL TEÓRICO
humanizado e sistematizado norteado pelos
princípios do Sistema Único de Saúde, tendo As tentativas humanas de intervir no processo
como base de sustentação técnica o protocolo de de cicatrização das feridas, acidentais ou provocadas
curativo da Secretaria Municipal de Saúde de Belo intencionalmente, como parte da realização
Horizonte e Florianópolis. de procedimentos, remontam à Antiguidade,
Para se recriar o modelo organizacional da sala demonstrando que desde então já se reconhecia a
de curativos fez-se necessário buscar alternativas a importância de protegê-las de forma a evitar que
fim de complementar os dados que eram coletados se complicassem e repercutissem em danos locais
e armazenados, assim como reestruturar a forma ou gerais para o usuário. Têm-se verificado avanços
de assistência ao portador de feridas. na compreensão dos processos e fenômenos
Com base nos paradigmas de humanização envolvidos nas diversas fases da reparação tissular e
do Ministério da Saúde e questionando as rotinas simultaneamente tem se investido em pesquisa para
que são utilizadas na sala de curativos da unidade o desenvolvimento de novas técnicas e produtos para
e o tratamento oferecido aos clientes, iniciou-se a realização de curativos e métodos coadjuvantes no
o estudo, com o objetivo de discutir as rotinas tratamento de feridas (FLORIANÓPOLIS, 2007).
a serem implementadas na sala de curativos Com relação à organização do atendimento
para sistematizar a assistência de enfermagem e para prevenção e tratamento de lesões da
facilitar o acesso às informações para tomada de Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do
decisão junto à Unidade Básica de Saúde. Rio de Janeiro (RIO DE JANEIRO, 2009), no nível
Ressalta-se, ainda, que com a elaboração e básico, as salas de curativos devem permanecer
implantação do protocolo pretende-se mostrar abertas todos os turnos, de forma a garantir o
que a escolha do curativo ideal permanece um atendimento imediato em caso de lesão.
desafio aos profissionais de saúde. Por outro, que Os pacientes devem ser agendados para a

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avaliação das feridas a fim de receber os cuidados foi realizada a partir de observação sistemática,
básicos necessários, devendo todo atendimento em que os pesquisadores acompanharam a
ser registrado em ficha própria, arquivada rotina de atendimento, de modo a descrever
posteriormente no próprio setor ou em arquivo detalhadamente as necessidades do setor.
específico na unidade. Quando necessário o cliente
deverá ser encaminhado para dar continuidade ao 4 PROTOCOLO PARA SISTEMATIZAÇÃO DO
tratamento em Unidades de maior complexidade. ATENDIMENTO NA SALA DE CURATIVOS
De acordo com o Protocolo de Assistência aos
Portadores de Feridas da Secretaria Municipal de Ao observar a sala de curativo foi evidenciado
Saúde de Belo Horizonte (BELO HORIZONTE, 2003), o ambiente com espaço físico relativamente
tratamento do portador de ferida é dinâmico e deve pequeno, onde uma pequena área era destinada
acompanhar a evolução científica e tecnológica. ao posicionamento do cliente, para realização do
Com a utilização de um manual pelos profissionais procedimento. A partir da observação sistemática
da rede básica, preenchem-se algumas lacunas em foram identificadas as demandas para (Re)
relação à abordagem do usuário, à indicação do seu organização da sala de curativos.
tratamento, à dificuldade de organizar e sistematizar (Re) organizar a sala de curativos passa não
a assistência prestada ao paciente portador de somente pelo compromisso de implantar medidas
ferida. Este protocolo visa instrumentalizar as ações de intervenção local e meramente técnicas, mas
dos profissionais e sistematizar a assistência a ser também por intervenções macroestruturais
prestada ao portador de ferida, além de fornecer do sistema de saúde, buscando, por meio dos
subsídios para implementação deste tratamento. princípios do Sistema Único de Saúde, reorganizar
a assistência, objetivando traçar estratégias
3 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS e metas para melhorar a saúde da população
(PINTO et al., 2005).
Trata-se de um relato de experiência, realizada Foi possível identificar a ausência de um
com o intuito de “gerar conhecimentos para banco de dados, não havendo então determinação
aplicação prática dirigidos à solução de problemas do perfil da clientela, presença ou não de doença
específicos” (GIL, 2002, p. 43), em uma Unidade de base, fatores de risco, demanda de pacientes
Básica de Saúde no município do Rio de Janeiro, e atendidos, especificação das características da
propor uma sistematização de enfermagem para lesão quanto à localização, leito e borda.
a sala de curativos da respectiva UBS. Os dados Na ausência do enfermeiro, o auxiliar de
foram coletados a partir de observação sistemática enfermagem era o responsável pela realização dos
no setor de interesse, ou seja, na sala de curativos, curativos. A identificação dos pacientes era feita
no ano de 2010. Foram investigados os seguintes em um livro, constando apenas nome, nem sempre
processos: Padronização dos insumos necessários, completo. Quanto ao local da lesão, a escrita de
ficha de cadastro dos clientes atendidos, fluxograma forma abreviada era feita. Cabe destacar que
de rotinas/atendimentos, ficha de avaliação das segundo a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa
feridas, ficha de evolução e livro de controle e Civil do Rio de Janeiro (RIO DE JANEIRO, 2009), todo
dispensação de materiais. atendimento deve ser registrado em ficha.
A análise dos processos e rotinas descritas Desta forma identificou-se a necessidade de

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propor uma sistematização para o atendimento − fazer recomendações inerentes ao


na sala de curativos desta UBS localizada no Rio paciente (dieta, higiene, vestuário, repouso,
de Janeiro. hidratação oral e tópica, troca de curativo,
A complexidade dos problemas de saúde exige,
cuidado com a cobertura secundária);
no seu enfrentamento, uma abordagem diferenciada
que permita reconstruir o conhecimento da − fazer encaminhamento para o médico da
determinação social do processo saúde-doença e Unidade, se necessário agendando retorno.
suas conexões, incorporando visões interdisciplinares c) nas consultas subsequentes:
e apoio interssetorial. Este processo irá se refletir − avaliar o aspecto do curativo anterior;
em ações setoriais e interssetoriais porque,
− avaliar o aspecto da lesão; registrar
frequentemente, um problema de saúde vai exigir
os dados (gerais e da ferida) na ficha de
ações articuladas que estão situadas fora dos limites
convencionais do setor (MENDES, 1995). evolução;
Com base na Resolução 159/COFEN (BRASIL, − trocar curativo juntamente com o auxiliar
1993), entende-se que em todos os Centros de enfermagem, agendando retorno.
de Saúde, Policlínicas, Pronto Atendimento, é A ficha de avaliação e evolução foi criada a partir
permitida ao profissional enfermeiro a realização de um modelo utilizado pela SMS de Florianópolis
da Consulta de Enfermagem, a prescrição (FLORIANÓPOLIS, 2007), na qual constam os
de coberturas e medicamentos constantes dados de identificação do paciente, seguido dos
deste protocolo, bem como a solicitação dados epidemiológicos. Fez-se necessário um
de exames complementares necessários ao esquema anatômico para localização da lesão e as
acompanhamento e avaliação do estado geral de características importantes observadas na ferida
saúde do usuário portador de feridas. para a definição do tratamento. A forma de check-
A Consulta de Enfermagem deve seguir a list foi escolhida por dinamizar o atendimento,
seguinte rotina proposta para os atendimentos facilitando assim a adesão e a sua aplicação prática
(BELO HORIZONTE, 2003): no cotidiano dos profissionais do setor.
a) criar uma Agenda para Consulta de Em consonância com Pinto et al. (2005) foram
Enfermagem a pacientes com feridas; e considerados os seguintes objetivos para (Re)
b) na primeira consulta: organização da sala de curativo e criação das fichas
de avaliação e de acompanhamento dos clientes:
− fazer avaliação clínica (entrevista e exame
Sistematizar a assistência de enfermagem; acolher
físico direcionado); avaliar o estado vacinal; o usuário, estabelecer vínculo, garantir seguimento;
fazer avaliação da ferida; otimizar recursos humanos; supervisionar a técnica
− anotar os dados na ficha de registro de do curativo; capacitar o profissional que atua
atendimento; na sala de curativo; (Re) ordenar a demanda; e
favorecer o ensino acadêmico.
− informar sobre normas do serviço,
A ficha constitui-se de duas partes: a frente
esclarecer dúvidas esclarecer dúvidas (Figura 1), onde deve ser feita a avaliação clínica,
e solicitar assinatura do termo de e o verso (Figura 2), para acompanhamento do
compromisso; prescrever a cobertura; paciente e da evolução da lesão.

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Figura 1: Ficha de Avaliação de Feridas

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Figura 2: Ficha de Acompanhamento Clínico e Evolução de Enfermagem

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A ficha de Avaliação de Feridas foi Figura 3: Fluxograma de Atendimento na Unidade


estruturada de modo a coletar informações que Básica de Saúde
possam traçar o perfil sociodemográfico (dados
pessoais) e epidemiológicos (fatores de riscos)
dos clientes atendidos. Para avaliação clínica,
foram selecionados os itens relacionados ao
sistema MEASURE proposto por Keast et al.
(2004). As letras do acrônimo significam: M
(measure - medida), E (exudate – exsudato),
A (appearance – aparência), S (suffering –
dor), U (undermining – descolamento), R (re-
evaluation – reavaliação), e, E (edge – borda)
(KEAST et al., 2004).
Esse sistema inclui a avaliação da ferida em
relação aos aspectos morfométricos, quantidade
e qualidade de exsudato, tipo de borda,
descolamento (ausente ou presente) e a aparência
da ferida, com a descrição da inspeção e do tipo
de tecido envolvido.
Para o acompanhamento clínico, seguindo
o sistema de memorização denominado
“MEASURE” (KEAST et al., 2004), que fornecerá as
informações sobre os parâmetros que indicarão a
eficácia ou não do tratamento, foi criado o verso
da folha, “Ficha de Acompanhamento Clínico e
Evolução de Enfermagem”, com os parâmetros
deste mesmo sistema. A avaliação de benefícios
e de custos são alguns dos aspectos a serem
considerados no momento da escolha do tipo de
curativo, ou seja, do tratamento de escolha, que
devem ser adequados à natureza, à localização
e ao tamanho da ferida, dentre outros aspectos Fonte: Adaptado de Belo Horizonte (2003).
(CROZETA, 2009).
Estabeleceu-se também um fluxograma de 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
atendimento para uma melhor visualização de
todo processo e do funcionamento da unidade Acredita-se que com a sistematização
(Figura 3), a partir da observação do cotidiano da dessas rotinas será possível otimizar o tempo
unidade aliado ao fluxograma adaptado da SMS dos profissionais de enfermagem e os custos em
de Florianópolis (FLORIANÓPOLIS, 2007). relação ao tratamento de feridas; eliminar os
fatores desfavoráveis que retardam a cicatrização

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e prolongam a convalescença, o que eleva os KEAST, D. H. et al. MEASURE: A proposed


custos do tratamento; promover educação assessment framework for developing
permanente com os profissionais de saúde; e best practice recommendations for wound
assessment. Wound Repair and Regeneration,
garantir ao usuário a adesão e continuidade ao
Bethesda, v. 12, n. 3, p. 1-17, may/jun. 2004.
tratamento de feridas. Supplement.
Repensar a organização da assistência de
enfermagem na sala de curativos significou
transpor a lógica biologicista para a dialética do MENDES, E. V. Distritos sanitários: o processo
cuidado humanizado. social de mudança das práticas sanitárias do
Sistema Único de Saúde. São Paulo: Hucitec; Rio
de Janeiro: ABRASCO, 1995.
REFERÊNCIAS

BELO HOROZONTE. Secretaria Municipal de Saúde. PINTO, I. C. et al. (Re)organizando a sala de


Coordenação da Atenção à Saúde do Adulto e do curativo do Centro de Saúde Escola da Faculdade
Idoso. Protocolo de assistência aos portadores de de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade
feridas. Belo Horizonte: SMS, 2003. de São Paulo. Acta Paulista de Enfermagem, 
São Paulo,  v. 18,  n. 1, p. 89-93, mar. 2005. 

BRASIL. Resolução do Conselho Federal de


Enfermagem nº 159, de 19 de abril de 1993. RIO DE JANEIRO. Secretaria Municipal de Saúde
Dispõe sobre a consulta de enfermagem. e Defesa Civil do Rio de Janeiro. Organização
Disponível em: <http://novo.portalcofen.gov.br/ do atendimento para prevenção e tratamento
resoluo-cofen-1591993_4241.html>. Acesso em: de lesões nos pés de pacientes diabéticos.
30 ago. 2013. Publicada em: 11 mar. 2009 na seção: Diabetes:
Atenção ao Pé Diabético, 2009.

CROZETA, K. Avaliação clínica e epidemiológica


das úlceras por pressão em um hospital de
ensino. 2009. 94 f. Dissertação (Mestrado em
Enfermagem) – Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem, Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, 2009.

FLORIANÓPOLIS. Secretaria Municipal de


Saúde de Florianópolis. Vigilância em Saúde.
Protocolo de cuidados de feridas / Coordenado
por Antônio Anselmo Granzotto de Campos;
Organizado por Lucila Fernandes More e Suzana
Schmidt de Arruda. Florianópolis: IOESC, 2007.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.


ed. São Paulo: Atlas, 2002

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