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DIGITAL • ARENA
Bibliografia: f. 49-50
O ponto de partida do roteiro turístico é a FTD Digital Arena, e o passeio prossegue por cinco
espaços da cidade. Essa experiência relacionada ao espaço como lugar das manifestações
religiosas pode proporcionar aos envolvidos não apenas assistir a um filme com imagens
de altíssima definição, mas compreender a cultura e as manifestações das diferentes
comunidades, tendo como referencial o espaço religioso.
A Praça Zumbi dos Palmares torna possível a reflexão a respeito do espaço sagrado da
natureza para afro-brasileiros e indígenas. Em seguida, na Praça do Japão, destaca-se
como o Oriente, com seus múltiplos olhares, permite contemplar o transcendente também
por meio da natureza, como rios e montanhas e, ainda, em templos e casas. Na Catedral
Basílica Menor Nossa Senhora da Luz e na Mesquita Imam Ali ibn Abi Tálib, é perceptível
o papel dos símbolos que colaboram na relação entre o ser humano e a experiência
religiosa. Finalmente, na Sede da Ordem
Rosa Cruz, aborda-se o espaço religioso
de grupos, religiões e filosofias. Em cada
um desses espaços, um pesquisador DIGITAL • ARENA
PRÉ-VISITA: aplicada antes da ida dos estudantes à FTD Digital Arena, podendo variar de
uma pesquisa orientada e introdutória ao tema de estudo, até uma atividade prática em sala
de aula. O objetivo dessa atividade é, além de preparar o grupo de estudantes fornecendo
subsídio teórico para que possam aproveitar melhor a experiência digital do ponto de vista
pedagógico, levantar os saberes prévios de cada pessoa, os quais não devem ser desprezados
no processo. É interessante que as atividades e, consequentemente, seus saberes sejam
avaliados antes da visita à FTD Digital Arena, para garantir que os(as) estudantes tenham
um repertório alinhado com a proposta da vivência sensorial proporcionada pela experiência
digital. Na condução de atividades de pesquisa, destacamos a necessidade de acesso a
conteúdos digitais de boa qualidade, de fontes confiáveis, procedentes de instituições
acadêmicas ou institutos de pesquisa, museus ou outros espaços relacionados à produção de
conhecimento, tomando-se cuidado com referências a sites de conteúdos pseudocientíficos,
duvidosos, opiniões pessoais ou outros. Sugerimos acessar a página de conteúdo da FTD
(http://digital.ftd.com.br), pois neste site você terá um guia de capacitação, com vídeos sobre
a pesquisa na era digital ou, ainda, a página do Grupo de Pesquisa Educação e Religião GPER
(www.gper.com.br), na qual terá acesso a uma série de subsídios relacionados ao campo do
universo religioso.
VISITA: é importante que cada participante saiba o que o espera e o que pode esperar
dessa experiência full dome.
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PÓS-VISITA: aplicada logo após a experiência ou posteriormente, no retorno à escola, conforme
o(a) professor(a) julgar mais adequado, essa atividade pode dimensionar o quanto a experiência
foi capaz de agregar conhecimento ou facilitar a visualização e a compreensão dos assuntos
abordados nas atividades de pré-visita e visita. A pós-visita constitui uma conclusão do trabalho,
mas não esgota as possibilidades de abordagens posteriores por parte do professor(a), como
discussões, debates e outras atividades que julgar adequadas ao contexto da experiência.
A compreensão do ser humano, que busca respostas para sua existência em diferentes formas
de crer ou na opção de não crença, leva-nos a investigar a maneira de pensar e o modo de agir,
que podem orientar – e até mesmo condicionar e determinar - nossa concepção de mundo,
nossa compreensão da vida e nossa noção de transcendência.
Tendo em vista que, para compreender uma sociedade, é necessário entender as influências
de inúmeras organizações, inclusive as religiosas, para uma completa caracterização social,
a escola tem o papel de proporcionar a reflexão a esse respeito, apresentando informações
coerentes e academicamente legítimas.
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CULTURA E RELIGIÃO: o “religioso” se manifestou e se manifesta em um universo humano,
ora influenciando a cultura, ora sendo influenciado por ela. As pessoas olham o mundo pelas
lentes dadas por sua cultura, o que inclui sua tradição religiosa e seu comportamento. O
processo de institucionalização das religiões está ligado ao da cultura, e essa relação é
compreendida como um movimento dialético. É impossível, pois, querer entender a religião
sem compreender a cultura na qual está inserida. Nessa linha de pensamento, a religião tem
um ser humano religioso que está situado no cosmos e que se relaciona com outros e com
sua representação de ser superior.
A religião não é qualquer elemento da cultura, ela possui especificidades que se referem
aos sentidos e às práticas relacionadas com a fé que o ser humano tem e na sua busca
pela transcendência. Usando uma metáfora, Boff (2000, p. 7) aponta que somos seres de
enraizamento e seres de abertura. A imanência seria nossa dimensão de enraizamento (de
cotidiano, das nossas tradições culturais, nossas limitações, o estar preso à realidade).
Transcendência seria toda a nossa dimensão de abertura (de rompimento do já dado, do
estabelecido; é a criatividade, o sonho e a utopia, o se lançar para além da realidade
que nos confina). Ainda para o autor, em vez de falarmos de divindade e de humanidade,
poderíamos também falar de coexistência e de interpenetração da imanência (humanidade)
com a transcendência (divindade). Por isso, entende-se que: “Os arquétipos [imanência e
transcendência] entram na construção das sínteses que globalizam a existência. O ser humano
precisa unir enraizamento e abertura, luz e sombra, céu e terra, masculino e feminino” (BOFF,
1998, p. 168).
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Essa função, a ética, é um aspecto positivo da religião, pois, além de balizar a sociedade,
confirma sua identidade e ainda serve como uma proteção contra a alienação. O aspecto
negativo desse processo de institucionalização é o risco do conservadorismo institucional,
que engessa a religião, tornando-a rígida, inflexível, incapaz de assimilar mudanças históricas,
o que dificulta seu processo de modernização.
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Nessa perspectiva, de acordo com Rodrigues e Junqueira (2009, p. 23), para se entender o
Ensino Religioso é preciso:
Ao perpassar toda a Educação Básica e também a formação dos novos profissionais nas
universidades, os estudos dos aspectos religiosos contribuem para superar preconceitos na
convivência de diferentes tradições, culturas e religiões. Atualmente, conhecimentos básicos
sobre religião e movimentos religiosos já não deveriam ser exclusividade educacional de
uma pequena elite intelectual, mas fazer parte da educação universal de todas as pessoas.
O esforço em aguçar a percepção da interação complexa de aspectos religiosos e não
religiosos é efetivamente uma tarefa exigente quando se apresentam, por exemplo, conflitos
de dimensão religiosa entre distintos grupos populacionais.
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LUGARES SAGRADOS: Pereira e Gil Filho (2012, p. 38) propõem uma “noção de Espaço
Sagrado mais próxima de um lócus religioso, experiência religiosa no/do espaço, regido
principalmente pelas hierofanias”. Os autores definem hierofania por meio do conceito
do historiador e filósofo das religiões Mircea Eliade (1907-1986), segundo o qual ela é, em
seu âmbito etimológico, “algo de sagrado que se manifesta. Na sua aparição, cria-se uma
dualidade (sagrado-profano) que organiza o cosmo e instaura a realidade” (PEREIRA; GIL
FILHO, 2012, p. 38). Para Eliade (1992), o sagrado se manifesta sempre como uma realidade
inteiramente diferente das realidades naturais. As hierofanias, as manifestações do sagrado,
podem ocorrer em qualquer coisa, desde em um simples objeto até em uma pessoa, e tendem
a estruturar a vivência do homem religioso.
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No espaço sagrado, para aquele que crê, a vida é compreendida, as forças são renovadas e
as esperanças se reforçam e tomam forma. O que não invalida a presença daquele que não
crê nesse espaço, pois a tradição, a arte e os aspectos históricos estão nele, presentes e,
certamente, podem ajudá-lo em sua formação cidadã.
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CRENÇAS INDÍGENAS: para superar o preconceito que muitos ainda têm em relação ao
índio e a seu modo de vida, é preciso conhecer sua cultura e suas expressões religiosas. As
tradições religiosas indígenas são diferentes entre si; há uma diversidade de povos e culturas
que se distinguem em relação ao tipo biológico, línguas, costumes, ritos, organização social, etc.
A praticidade é a característica principal das religiões indígenas, pois “tudo gira em torno
da experiência do sagrado, e não de uma fundamentação teórica. O cotidiano da vida está
impregnado de religiosidade. A vida na aldeia é vivida de modo contextualizado, a religião
é parte integrante da vida” (ASSINTEC, 2007, p. 5).
A harmonia com a Mãe Terra é condição básica para a sobrevivência do índio e é, portanto,
elemento inseparável de seus ritos e de seu encontro com a transcendência. As práticas religiosas
se caracterizam por ritos de defumação, entoação de cantos, uso de instrumentos musicais,
incorporação, transe e uso de remédios retirados de plantas e ervas (ASSINTEC, 2007, p. 8).
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O templo é visto como uma representação da divindade e do mundo e pode ser experienciado
corporalmente pelos visitantes, que são parte do ser divino. A interação do templo com o
ambiente natural realiza a sacralização do mundo, assim o espaço sagrado se estende para
além do edifício, incluindo a cidade.
A sinagoga, de modo diferenciado, sendo uma estrutura posterior ao Tanach, foi constituída na
volta a Jerusalém, porém representa uma separação em relação ao culto coletivo, celebrado
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no templo e que era presidido pelo sacerdócio levita. Os antigos sacrifícios são então
substituídos pelas orações e pela leitura do Torah, sem que o sacerdote seja estritamente
necessário. Assim, a sinagoga passa a ser a base social e intelectual do judaísmo, a qual, após
a destruição do templo, foi primordial para a manutenção das práticas religiosas. Com as
perseguições e restrições ao povo judeu a partir da Idade Média, as sinagogas tinham muito
mais o cuidado com as representações religiosas internas do edifício do que com as externas.
Para Matos (2014) há variações, ao longo da história, das atitudes dos fiéis cristãos em
relação aos locais de culto. Para o autor, o “templocentrismo”, que considera o santuário
como um lugar dotado de virtudes especiais, e o desinteresse pelos espaços religiosos em si,
valorizando-se apenas as atividades neles realizadas, são exemplos dessas variações.
Não há como negar a importância psicológica e espiritual dos lugares em
que as pessoas têm uma experiência especialmente profunda do sagrado.
À luz das Escrituras, importa que a atitude em relação a esses locais seja
equilibrada, valorizando-se o belo, o estético e o simbólico, mas evitando-se
transformá-lo num fim em si mesmo. Desde uma perspectiva protestante, o
templo pode ser considerado “santo” no sentido bíblico de “separado do uso
comum” e destinado para o Senhor. Deve ser funcional e prático, visando ao
que realmente importa, à centralidade do Deus triúno e do culto a ele, mas não
há nada que impeça que seja também agradável aos olhos e expresse a beleza
da criação divina (MATOS, 2014).
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Para a comunidade cristã, o templo representa o Corpo de Cristo e, ao mesmo tempo, é a
comunidade que edifica o aspecto do templo espiritual do Cristo Místico; dessa forma, “esse
simbolismo do Corpo de Cristo, é independente do plano cruciforme, mas na estrutura do
templo foi a concepção que prevaleceu” (GIL FILHO, 2011).
A mesquita é o lugar da prostração para a oração. No início, era qualquer local ritualmente
aceitável. Foi uma necessidade da comunidade fixar uma espacialidade social da prática religiosa,
a fim de facilitar o rito estabelecido logo após a hégira em Medina. Lemos no Alcorão:
A mesquita se torna, dessa forma, local da prática congregacional da religião, onde os rituais de
purificação para as orações são feitos, assim como a chamada para as orações obrigatórias dos
fiéis do alto dos minaretes do edifício. Nessa estrutura, nenhuma forma figurativa é permitida.
Como sua função vai além de um lugar estritamente dedicado aos rituais sagrados, a
mesquita, como centro das práticas religiosas, torna-se cerne do fortalecimento da vida da
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comunidade. Ela está vinculada ao processo histórico e cultural islâmico e à relação do fiel com seus
ritos religiosos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, os espaços sagrados adquirem um valor especial para os fiéis. Temos essa
percepção ao observarmos as religiões denominadas “primitivas”, com suas práticas
animistas (atribuição de valores espirituais a elementos da natureza). Vemos, com os
gregos e os romanos, os belíssimos santuários e as monumentais pirâmides, repletas
de associações místicas dos egípcios e das civilizações pré-colombianas (como os
incas, os maias e os astecas). As colossais estátuas de Buda, encontradas em muitos
pontos do Oriente, o Templo Dourado de Amritsar (da religião Sikh, na Índia) e, entre os
muçulmanos, a tenda negra da Caaba, em Meca, e a Mesquita de Omar, em Jerusalém,
são exemplos de espaços sagrados. Por razões teológicas, históricas ou culturais, esses
locais são altamente reverenciados pelos adeptos dessas religiões.
VISITA
PRÉ-VISITA
Os participantes sabem o que
Pesquisa orientada e introdutória
podem esperar dessa experiência
ao tema de estudo.
full dome ao tema de estudo.
ESPAÇOS SAGRADOS
FTD DIGITAL ARENA
PÓS-VISITA
Atividades para dimensionar a
experiência e a compreensão dos
assuntos abordados na atividade
de pré-visita.
A proposta de trabalho está organizada por etapas e constitui apenas uma sugestão inicial.
Uma mesma atividade pode ser adaptada para outras séries/anos, exigindo diferentes
níveis de profundidade. Cada etapa aponta conceitos a explorar, mediações pedagógicas
e atitudes desenvolvidas (esperadas) - assinaladas nos três momentos propostos no
esquema anterior - tendo como questão motivadora/disparadora: como reconhecer a
contribuição dos espaços sagrados para a organização das manifestações religiosas na
constituição das culturas e das sociedades?
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EDUCAÇÃO INFANTIL (crianças de 5 anos)
Questão motivadora/disparadora
Como reconhecer a contribuição dos espaços sagrados para a organização das manifestações
religiosas na constituição das culturas e das sociedades?
PRÉ-VISITA
Conceitos a explorar:
– Alteridade e diversidade religiosa.
Mediações pedagógicas
1. Providenciar massa de modelar. Cada estudante modelará sua residência e, depois,
falará a respeito de sua moradia. Enquanto organiza as “casas” em uma placa de isopor,
identificando-as, o professor pode falar a respeito da importância de expressarem sua
opinião e orientá-los em relação ao respeito à opinião dos colegas;
2. Explicar que a sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como também
por imigrantes de diferentes países. Essa variação também se manifesta nas arquiteturas
e nas tradições religiosas.
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“Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e
religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a
liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática,
pelo culto e pela observância, em público ou em particular.
Respeitar os Direitos Humanos é promover a vida em sociedade, sem
discriminação de gênero (homem/mulher), de classe social, de cultura, de
religião, de etnia, de deficiência ou de orientação sexual. Para que exista a
igualdade de direitos, é preciso o respeito às diferenças.”
VISITA
Observar quais são as tradições que têm a natureza como espaço sagrado.
PÓS-VISITA
Mediações pedagógicas
1. Completar a maquete elaborada na pré-visita com elementos da natureza;
3. Trabalhar a pintura corporal, com tinta antialérgica ou, ainda, com a confecção de
máscaras, observando a forma e as cores de cada uma e sua função nos rituais. Nos
rituais tibetanos, por exemplo, as máscaras têm função espiritual e mágica;
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• Branco - Cor da paz, da pureza, dá aos espaços a ideia de amplitude;
• Vermelho - Representação da vitalidade, do entusiasmo. Agressivo e exuberante, é
a cor do sangue e da paixão, relacionada às necessidades afetivas;
• Verde - Mais tranquilo e sedante, evoca vegetação e frescor. É uma cor calma,
indiferente, que não transmite alegria, tristeza ou paixão. Para algumas tradições, o
verde remete à cura. Está relacionado à vontade de interagir, de estabelecer contatos;
• Azul - Símbolo da serenidade, provoca tranquilidade e uma contemplação serena.
Quanto mais escuro, mais atrai para o infinito. Está relacionado à atividade mental
e à intuição;
• Amarelo - É a cor mais luminosa, alegre, vital e expansiva. Cor do sol e da luz, está
relacionada à iniciativa e à disposição afetiva;
• Laranja - Tem caráter acolhedor, cálido, estimulante e qualidade dinâmica muito
positiva. O laranja é a mescla do vermelho com o amarelo, equilibrando-os. Está
relacionado à vontade de agir;
• Violeta - É o resultado da mistura do azul com o vermelho - em linguagem simbólica,
entre a carne (sangue) e o espírito (céu). Em algumas tradições religiosas, simboliza
a união do material ao espiritual. Está relacionado à busca de equilibro entre as
instâncias do pensar e do sentir.
Pedrosa (1999) estabelece, em sua obra Da cor à cor inexistente, uma relação entre
cores e religiões. Os orixás africanos usam cores: Oxalá, o branco; Xangô, o vermelho;
Omolu, o preto; Ananburucu, o azul-escuro; e assim por diante. Na pluralidade das
religiões de matriz africana presentes no Brasil, podemos encontrar divergências
entre os significados das cores no que concerne à designação dos orixás.
Sugestão de vídeo
Brincando na aldeia - Animação com temática indígena, na qual o narrador fala de
seu orgulho de ser índio, seus costumes e suas tradições.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=bUckQ2ZUWWA>.
Questão motivadora/disparadora
Como reconhecer a contribuição dos espaços sagrados para a organização das manifestações
religiosas na constituição das culturas e das sociedades?
PRÉ-VISITA
Conceitos a explorar:
- Conceito de sagrado;
- A música como mais um código simbólico que auxilia na leitura dos espaços sagrados.
Mediações pedagógicas
1. Sugerir aos estudantes que pesquisem o conceito de sagrado.
Após o levantamento das definições, explicar que cada cultura religiosa se
estabelece e se organiza com base nas representações do sagrado que faz e que as
concepções do sagrado permeiam, inclusive, toda a sua produção artística. Pinturas,
artesanatos e espaços carregam as marcas do sagrado, que podem ser apreendidas
pela consciência e lidas como qualquer outra modalidade simbólica;
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2. Pesquisar símbolos das religiões e elaborar um cartaz.
Explicar que os símbolos sempre apresentam muitas possibilidades de interpretação
e, portanto, vários significados. Para interpretar símbolos, é preciso buscar os
significados originados diretamente da cultura religiosa em questão, assim evita-se
que um símbolo seja interpretado de maneira inadequada. Após a apresentação, cada
estudante relacionará os símbolos às suas respectivas religiões.
A música apresenta uma riqueza inigualável no que diz respeito à expressão dos
sentimentos, que são comunicados por meio de diferentes códigos artísticos e
responsáveis por mobilizar poderosas energias psíquicas naqueles que a executam
e/ou a escutam. A música pode induzir as pessoas a atingirem níveis alterados de
consciência em inúmeros rituais religiosos e fora deles.
A música é mais um código simbólico que auxilia a leitura dos espaços sagrados, pois
por meio dela se pode chegar à concentração e à meditação, independentemente do
pensamento. Nesse sentido, ela lança uma ponte entre a consciência e o inconsciente,
entre a forma e a ausência da forma. Se há algo que pode ser apreendido pela razão
e que existe realmente, mas que, ao mesmo tempo, não tem forma, isso é a música.
A música é composta de ritmo, melodia e harmonia. Assim, os primeiros aspectos
que podem ser observados dizem respeito a esses três componentes. O ritmo se
vincula à pulsação, ao movimento. Conforme André Matos (1995), o ritmo é quem
primeiro surge na estruturação musical da humanidade; depois, em consequência
dele, vem a melodia, com a elaboração da música em desencadeamentos de notas;
e, por último, vem a harmonia, que é o resultado da combinação de vários sons.
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De toda maneira, a música, nas tradições religiosas, possui muitas finalidades. Assim,
se ficarmos atentos aos textos das músicas, podemos compreender muito acerca das
crenças e dos valores de cada tradição.
VISITA
Observar os diferentes símbolos e objetos religiosos apresentados durante o filme
Espaços Sagrados.
PÓS-VISITA
Mediações pedagógicas
1. Apresentar a importância da música nas diferentes tradições religiosas.
a) Música indígena:
- Apresentar aos estudantes músicas indígenas, chamando atenção para a pulsação
rítmica delas. Lembrá-los de que é com o bater dos pés, muitas vezes descalços, no
chão que o povo indígena, por meio de seus cantos e danças sagradas, faz contato
com o Grande Espírito, com a Mãe Terra, e se harmoniza com todos os seres que
habitam juntos o planeta, sejam eles visíveis ou não. É possível realizar atividades
em que os instrumentos musicais e as vozes indígenas podem ser ouvidos, a fim
de se perceber como todos esses elementos se parecem com os sons da própria
natureza: o vento, os pássaros, os animais, o trovão, a chuva... Lembrando que, para
esses povos, o sagrado está em toda a natureza, e sua música nos mostra claramente
essa conexão;
b) Música dos terreiros:
- Pesquisar vídeos na internet que apresentem músicas próprias das tradições
afrodescendentes, a fim de apresentá-las em sala de aula.
Como sugestão, você pode apresentar a música erudita brasileira intitulada “Kinimbá”,
de Ernani Braga. O compositor se inspirou em um canto de Xangô e compôs essa
música, que é muito conhecida pelos cantores líricos.
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A tradução da letra é a seguinte: “Xangô está na terra, porém sente muitas saudades
do céu”. Para ouvir essa música, acesse o site:
<http://www.youtube.com/watch?v=qp02WR0FVyY>.
Os cantos e as danças dos terreiros são muitas vezes acompanhados por instrumentos,
em sua maioria, de percussão. Cada orixá possui seu próprio ritmo, toque, realizado
nos momentos de sua manifestação.
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Poderão verificar se há algum sino na igreja escolhida e, se houver, em que momentos
ele toca e com que finalidade.
Uma forma muito comum de os tibetanos vivenciarem suas orações de modo ritualístico
é por meio da “roda de oração”, que consiste em um objeto que, girado em sentido
horário, simboliza o próprio canto de um mantra (oração). Uma das principais orações
tibetanas entoadas é “Om mani padme hum”, que significa: “Recebemos a Joia da
consciência no coração do Lótus”.
Originalmente, Saraswati era uma divindade das águas, a Deusa de um rio do Himalaia,
e só mais tarde se tornou a Deusa do Canto e de todas as artes criativas. Na Índia,
existe um festival especial para homenageá-la, chamado “Dawat Puja”.
Ao tratarmos dos espaços sagrados construídos pelos seres humanos e dos espaços
sagrados da própria natureza, podemos exemplificar as Cataratas do Iguaçu como um
espaço de natureza sacralizado pelos índios de tradição Guarani.
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gigantes; águas jorravam por todos os lados, as Cataratas se formavam nesse
momento.
A Serpente M’Boy, para ter certeza de que os dois nunca ficariam juntos,
transformou Naipi em uma pedra no leito do rio e Tarobá em uma palmeira no alto
da queda d´água. Assim estariam para sempre separados.
Dizem, porém, que o amor sempre triunfa, e não tardou a força do amor deles, que
realizou um milagre. Todos presenciam que, de tempos em tempos, surge um arco-
íris que une a palmeira à pedra, e então Tarobá e Naipi podem se encontrar e realizar
seu amor dando um terno e apaixonado beijo, envolvido pelas minúsculas gotículas
das águas e pelas cores do belo arco-íris.
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Voa um perfume pra rocha a chorar
É Tarobá solidário ao seu pranto
Pois Naipi não o pode alcançar,
Está vingada a serpente M’Boy
Com seu corpo enorme abalou todo o rio
E as águas que tombam do alto pro chão
Encobrem os gritos que ninguém ouviu.
Tum, Tum, Tum, etc.
Vale das Borboletas, Terra sagrada do M’Baê: Verá Guaçu.
Questão motivadora/disparadora
Como reconhecer a contribuição dos espaços sagrados para a organização das manifestações
religiosas na constituição das culturas e das sociedades?
PRÉ-VISITA
Conceitos a explorar:
- Conceito de sagrado;
- Influência do sagrado na arquitetura das cidades.
Mediações pedagógicas
Vejamos exemplos:
Candomblé: barracão, ilê, casa, roça, terreiro, entre outros.
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Cristianismo: basílica, capela, catedral, igreja, entre outros.
Budismo: templo, stupa, pagodes, entre outros.
Fé Bahá’í: casa de adoração Bahá’í.
Indígenas: casa de reza, opy, entre outros.
Islamismo: arrábita, kaaba, mesquita, entre outros.
Judaísmo: muro das lamentações, sinagoga, entre outros.
Hinduísmo: gruta, rio Ganges, templo, entre outros.
2. Pedir aos estudantes que construam cartazes com ilustrações dessas construções,
localizando-as no mapa e escrevendo o nome das religiões de pertencimento de cada
uma delas.
Após esse trabalho, é possível trabalhar com a confecção de mapas que marquem os
espaços sagrados encontrados no itinerário de cada estudante – ou seja, no caminho
que compreende os espaços presentes em seu percurso de casa até chegar à escola.
É preciso mapear as ruas, os nomes delas, e identificar as construções religiosas que o(a)
estudante consegue perceber em seu trajeto. É importante inserir o nome da construção,
o número e a identificação do ramo a que pertence. Exemplo: Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias (mórmons), igreja de fundamentação cristã, etc.
No mapeamento, o(a) aluno(a) pode colocar legenda, a qual pode ser o esboço de
cada estrutura arquitetônica religiosa encontrada.
PÓS-VISITA
Mediações pedagógicas
1. Sensibilizar os(as) estudantes para a compreensão de que cemitérios e lugares
hierofânicos (de manifestação do sagrado) também são espacialidades que podem
ser mapeadas. Por exemplo: uma pedra sobre a qual está uma cruz, indicando o
local de um acidente onde alguém perdeu a vida, pode ser entendido como uma
espacialidade marcada por signos religiosos e, portanto, como um espaço sagrado.
Um local onde alguém disse que teve uma visão e que, a partir disso, pessoas
passaram a frequentar, a rezar e ritualizar nesse espaço pode se configurar como
sagrado.
Ao empregarmos o termo romaria, é importante perceber que essa palavra nos remete
à cidade de Roma, na Itália, onde está o centro da Igreja Católica Apostólica Romana;
é em Roma que reside o Papa, figura máxima da hierarquia dessa igreja. Assim,
podemos ampliar o significado desse termo, compreendendo-o como o deslocamento
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geográfico que um fiel realiza para encontrar lugares sagrados cristãos, como é o
caso das visitas à Jerusalém, à Basílica Nossa Senhora Aparecida, ao Santuário de
Lourdes, a Santiago de Compostela, entre outros. Nas romarias, os cristãos pagam
promessas, rogam por graças, agradecem por bênçãos recebidas, etc.
PÓS-VISITA
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ENSINO MÉDIO
Questão motivadora/disparadora
Como reconhecer a contribuição dos espaços sagrados para a organização das manifestações
religiosas na constituição das culturas e das sociedades?
PRÉ-VISITA
Conceito a explorar:
– A experiência religiosa.
Mediações pedagógicas
Esses espaços podem ser lugares construídos, como mesquitas, igrejas, templos, ou,
ainda, locais da própria natureza que se tornam sagrados;
• Com os ouvidos, captamos sons, que nos levam a criar imagens, concepções e que
também são mobilizadores de emoções diversas. Cada ritual religioso veicula seus
próprios sons, suas preces, seus mantras, seus cantos, seus lamentos, etc;
• Com a pele, sentimos o mundo à nossa volta; a mais leve brisa ou o calor de
uma chama não chegam à nossa percepção sem marcar nossa experiência imediata,
vinculando pensamentos e sentimentos. Em certos rituais religiosos, as pessoas
tocam o solo, tocam as mãos umas as outras, dançam, andam pelo espaço sentindo
o chão sagrado sob seus pés, etc;
• Com o nariz, captamos cheiros que também dizem algo sobre um lugar ou sobre
alguém. Não é por acaso que determinados ambientes religiosos possuem cheiros
característicos. O cheiro das grandes catedrais de pedra é peculiar, assim como o
cheiro de incenso queimado aos deuses, no hinduísmo, impregna os espaços com
odores muito especiais;
VISITA
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PÓS-VISITA
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HINO DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA
ALEGRES VAMOS À CASA DO PAI
CANTO GUARANÍ
KAAGUY NHANDERU CUAPO VAEKUE
No canto ao Orixá Obaluaye, rei e senhor da terra, conhecido como o médico que cura
todos os males, ele é saudado como santo da morada, da roça. No caso, a roça se
refere à:
PÓS-VISITA
ENSINO SUPERIOR
Questão motivadora/disparadora
Como reconhecer a contribuição dos espaços sagrados para a organização das manifestações
religiosas na constituição das culturas e das sociedades?
PRÉ-VISITA
Conceito a explorar:
– A contribuição dos espaços sagrados de manifestações religiosas na constituição das
culturas e das sociedades.
Mediações pedagógicas
1. Um “flash” do sagrado.
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Orientar os estudantes a tirarem uma foto de um espaço sagrado ou de uma expressão
religiosa do cotidiano;
2. Após uma discussão sobre as fotos, propor reflexão sobre a representação simbólica
dos diferentes espaços. Ler e comentar o texto “Geografia da Religião a partir das
formas simbólicas em Ernst Cassirer: um estudo da Igreja Internacional da Graça
de Deus no Brasil”, de Alex Sandro da Silva e Sylvio Fausto Gil Filho, publicado na
Revista de Estudos da Religião (jun. 2009, p. 73-91).
Disponível em: <http://www.pucsp.br/rever/rv2_2009/t_silva.pdf>.
Sugestões e informações para o professor
Com base em Cassirer (1994), Pereira e Gil Filho vislumbram três espacialidades
responsáveis por sua conformação:
VISITA
PÓS-VISITA
Mediações pedagógicas
1. Rever o roteiro e os elementos explorados na projeção, procurando discutir sobre
a fala dos especialistas;
Para aprofundamento
Caso queira fazer uma viagem pelos espaços sagrados, convidamos você à leitura do
livro A viagem de Théo:
CLÉMENT, Catherine. A viagem de Théo. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
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Por que milhões de pessoas acreditam em Deus? Por que tanta gente sente vontade de
ter uma vivência espiritual qualquer? Por que não somos todos ateus? De perguntas
assim surgiu A viagem de Théo, um romance sobre as religiões mais praticadas no
mundo: catolicismo, judaísmo, budismo, protestantismo, islamismo, entre outras.
Os fundamentos históricos e espirituais de cada religião, suas transformações ao
longo do tempo, as lutas contra a intolerância, a construção das figuras divinas, as
regras da fé, o sentido dos ritos, as formas coletivas de exercício da espiritualidade
– jovens e adultos encontram nesse livro um patrimônio pessoal para a vida toda.
Com um conhecimento profundo do tema, um admirável equilíbrio intelectual e uma
viva imaginação narrativa, Catherine Clément nos faz viajar na companhia de Théo
e Marthe – ele, um adolescente que vive enfiado nos livros e sofre de uma doença
grave; ela, uma mulher cosmopolita que esbanja vitalidade. Juntos eles vão aos
principais centros sagrados do mundo (a Bahia é um deles) e, enquanto visitam
os templos e participam das festas rituais, oferecem ao leitor a certeza de que as
religiões são uma das maiores aventuras que a humanidade já pôde sonhar.
Caso queira aprofundar seus conhecimentos sobre o Espaço Sagrado como ciência,
indicamos o livro Espaço sagrado: estudos em geografia da religião:
GIL FILHO, Sylvio Fausto. Espaço sagrado: estudos em geografia da religião. Curitiba:
Ibpex, 2008.
Entretanto, se você deseja ter uma visão das tradições religiosas, propomos a leitura
do livro Cultura religiosa: caminhos para a construção do conhecimento:
ALVES, Luiz Alberto Sousa. Cultura religiosa: caminhos para a construção do
conhecimento. Curitiba: Ibpex, 2009.
Cultura religiosa sai dos padrões das obras meramente literárias sobre religião e
leva o leitor à descoberta dos mais variados aspectos que abrangem a religiosidade
humana. Escrito por Luiz Alberto Sousa Alves, mestre em Educação e especialista
em História da Filosofia Contemporânea, este livro retrata o fascinante mundo das
religiões, doutrinas e tradições que acompanharam a história da humanidade ao longo
dos séculos. Voltado a alunos, educadores, historiadores e sociólogos, o conteúdo
aqui abordado propõe a avaliação do papel da espiritualidade no mundo de hoje,
levando o leitor a sair do senso comum para interpretar o significado de símbolos,
rituais e manifestações religioso-culturais.
Para continuar a dialogar com seus alunos sobre os temas abordados no filme Espaços
Sagrados, indicamos alguns livros de literatura da Coleção FTD, que o ajudarão a
prosseguir com esse trabalho:
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TÍTULO SINOPSE COMENTÁRIOS/DIRECIONAMENTOS
De pai para filho, de avô para neto, o povo do
Timor-Leste gosta de contar e ouvir histórias que A partir de espaços diferenciados do Brasil como
A ilha do crocodilo: contos e lendas do se perdem no tempo. O contador de histórias Timor-Leste, provocar o conhecimento de nossa
timorense recebe um nome muito especial, Lia
Timor-Leste, de Geraldo Costa cultura, nossa gente, das diferentes tradições
Nai, que significa “Senhor da Palavra”. Palavra que religiosas.
encanta e que reúne as crianças, fazendo brilhar
seus olhos nas noites da Terra do Sol Nascente.
É uma fábula política, uma crítica aguda à
exploração dos bens da Terra, ao consumismo,
especialmente do supérfluo. O meio ambiente e o
modo de vida dos moradores da montanha, os lupis
(seres fictícios) são transformados pela descoberta
A montanha da água lilás: fábula para todas de um líquido de cor lilás e perfume muito doce, a A natureza, um espaço a ser respeitado para tornar
água lilás, que tem inúmeros usos. Paralelamente
as idades, de Pepetela ao esgotamento da água lilás, ocorre a degradação sagrado.
do meio ambiente e a desagregação do modo
de vida dos lupis. Inclui prefácio e notas de
Benjamin Abdala Junior, especialista em literaturas
africanas de língua portuguesa, reconhecido
internacionalmente.
Coletânea de sete contos da cultura guarani, de
cinco autores. A maior parte deles conta a origem
de alguma coisa: por que é tão difícil caçar o
urubu-rei; a origem do sol e da lua; por que os
sapos fazem tanto barulho à noite; como um Os indígenas muito nos ensinam sobre como
menino valente colocou limites ao sol, ao vento e ocupar os espaços e preservar a natureza. Descobrir
As Queixadas e outros contos guaranis,
organizado por Olívio Jekupé ao frio; a primeira e única moça que virou sereia; seus ritos, mitos e símbolos é uma estratégia para
um coelho silvestre (tapixi) tímido, mas curioso; dialogar sobre a diversidade cultural e religiosa
o indígena que conheceu a Terra sem Males (Yvy brasileira.
Marãhe’y). O livro inclui uma apresentação e textos
informativos sobre os Guarani e sobre o cotidiano
das crianças nas aldeias.
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TÍTULO SINOPSE COMENTÁRIOS/DIRECIONAMENTOS
Nessa obra, uma de nossas principais autoras
reconta quatro histórias da fascinante civilização
chinesa. Em “A Casa de Porcelana Azul”, um rapaz
valente e de espírito aventureiro faz amizade com
o morador da Casa de Porcelana Azul, que se
acreditava ser habitada por gênios. “A lenda do Espaços diferenciados do Brasil, como os da
salgueiro” traz uma linda história de amor entre cultura chinesa, que ajudou inclusive a construir
a filha de um mandarim muito poderoso e um
Histórias chinesas de Ana Maria Machado nossa terra, podem provocar o conhecimento
auxiliar de contador. “O Príncipe Tartaruga” narra de nossa cultura, nossa gente, das diferentes
como um rapaz bondoso salvou uma tartaruga que, tradições religiosas.
na realidade, era o oitavo príncipe de um rio e o que
esse príncipe fez para demonstrar sua gratidão. E
em “Passeio nas nuvens”, um rapaz bom, generoso
e trabalhador encontra, em uma hospedaria, um
homem pálido e magro que, na verdade, era um
gênio muito poderoso.
“Hermes e os lenhadores” é uma fábula que
discute o valor da honestidade. Em “Teseu e o
Minotauro”, Teseu mata o Minotauro com a ajuda
de Ariadne, mas depois a abandona. Em “Dédalo
e Ícaro”, pai e filho conseguem fugir de uma torre A nossa cultura teve grande contribuição da
graças à engenhosidade e à paciência; mas, sem tradição greco-romana, inclusive por meio do
Histórias greco-romanas, de Ana Maria Machado a prudência do pai, Ícaro sofre um acidente fatal. cristianismo, influenciado por estas culturas. Suas
“Eco e Narciso” e “A tapeçaria de Aracne” narram histórias nos ajudam a explorar o valor do símbolo
a origem do eco, do narciso e da aranha. “Píramo e dos espaços que se tornaram sagrados.
e Tisbe” é uma história de amor entre um rapaz
e uma moça cujas famílias proibiram o namoro.
“Cupido e Psiquê” é uma das mais lindas histórias
de amor de todos os tempos.
Apresenta vinte e quatro lendas indígenas,
selecionadas e interpretadas pelo pintor e -contador
de histórias Walde-Mar de Andrade e Silva. Ilustrado Os indígenas muito nos ensinam sobre como
com 25 obras desse grande artista, o livro é fruto de ocupar os espaços e preservar a natureza. Descobrir
Lendas e mitos dos índios brasileiros, sua convivência de oito anos com as principais tribos seus ritos, mitos e símbolos é uma estratégia para
de Walde-Mar de Andrade e Silva do Xingu. De um lado, a obra mostra a riqueza de dialogar sobre a diversidade cultural e religiosa
detalhes e as cores vibrantes da pintura naturalista, brasileira.
do outro, um texto revelador da sensibilidade desse
aluno do índio e da natureza.
Segundo a tradição, plebeus não podiam levantar
os olhos para uma princesa. Olho de Pedra seria
condenado à morte, pois ousou levantar os olhos
para Estrela Radiante, a princesa do império inca. Histórias de amor ajudaram a organizar as
O amor que o sol proibiu, de Alberto Beuttenmüller Sua salvação, no entanto, condenou-o duplamente, experiências humanas; em diferentes cenários,
pois sofreria pelo amor não correspondido e seria essas histórias foram recontadas. Por que não
testemunha da paixão entre o general plebeu Ollanta explorar o cenário desses contos?
e Estrela Radiante. Olho de Pedra viveria para destruir
o senhor dos sonhos de Estrela Radiante, nem que
para isso abrisse mão da própria vida.
A obra mostra os quilombos como uma forma Os quilombos foram espaços de resistência de
Os africanos e seus descendentes no Brasil, ampla de os africanos expressarem sua resistência uma grande comunidade que formou nosso país.
de Alfredo Boulos Júnior à escravidão e uma maneira de cultivarem suas Nessa resistência, construíram suas tradições e
tradições. sua religião.
O livro traz a história de cinco meninas, filhas
das amazonas, lendárias guerreiras indígenas Os quilombos foram espaços de resistência de
que deram nome ao estado homônimo, na região uma grande comunidade que formou nosso país.
Pequenas guerreiras, de Yguarê Yamã Norte do Brasil. Um dia, elas vão brincar no lago Nessa resistência, construíram suas tradições e
Espelho da Lua, na região do rio Nhamundá, e são sua religião.
surpreendidas por indígenas inimigos.
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TÍTULO SINOPSE COMENTÁRIOS/DIRECIONAMENTOS
O livro traz oito contos da tradição popular de
diferentes países: Albânia, Itália, Romênia,
Marrocos, Serra Leoa, Sri Lanka, povo cigano
e Argélia. Antes de cada história, uma breve Espaços diferenciados do Brasil podem
introdução com particularidades da região é
Um mundo de histórias de países distantes, apresentada ao jovem leitor. São histórias de provocar o conhecimento de nossa
de Graziella Favaro pequenos e gigantes, guerreiros e princesas, cultura, nossa gente, das diferentes
animais falantes e objetos encantados, de trapaças
e de magia. Essas histórias apresentam um tradições religiosas.
território encantado, onde a realidade e a fantasia
se encontram para acompanhar essa deliciosa
viagem.
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REFERÊNCIAS
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1998.
45
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SANTOS, Magnaldo Oliveira dos. Religiões de matrizes africanas: territorialidades de
afirmação de ancestralidade africano-brasileira. In: CONGRESSO LUSO-AFRO-BRASILEIRO
DE CIÊNCIAS SOCIAIS, XI Diversidades e (Des)Igualdades, 2011, Salvador. Anais... Salvador:
UFBA, 2011.
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