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Espaços Sagrados

SESSÃO DO PROFESSOR | Sugestões de atividades pedagógicas multidisciplinares

DIGITAL • ARENA

Claudia Regina Kluck


Edile Maria Fracaro Rodrigues
Emerli Schlogl
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
E77 Espaços sagrados: sessão do professor: sugestões de atividades pedagógicas
2015 multidisciplinares / Claudia Regina Kluck ... [et al.]. -- Curitiba: s.n, 2015 47 p :
il. ; 30 cm

Bibliografia: f. 49-50

1. Espaços sagrados – Curitiba (PR). 2.Curitiba (PR) – Descrições e viagens.


3. Ensino religioso - Recursos audiovisuais. 4. Documentário (Cinema).
5. Religião e cultura. I. Kluck, Claudia Regina. II. FTD Digital Arena. III.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná. IV. Título.

CDD 20. ed. – 200.98162


Caro(a) Professor(a):

O filme Espaços Sagrados, um roteiro turístico pelos espaços sagrados de Curitiba


(Paraná), foi concebido especificamente para o sistema de projeção em domo de 360
graus. Disponibilizado pela FTD, em sua Arena Digital, Espaços Sagrados faz com que os
participantes dessa experiência vivenciem uma surpreendente viagem pelas praças e pelos
templos propostos.

O ponto de partida do roteiro turístico é a FTD Digital Arena, e o passeio prossegue por cinco
espaços da cidade. Essa experiência relacionada ao espaço como lugar das manifestações
religiosas pode proporcionar aos envolvidos não apenas assistir a um filme com imagens
de altíssima definição, mas compreender a cultura e as manifestações das diferentes
comunidades, tendo como referencial o espaço religioso.

A Praça Zumbi dos Palmares torna possível a reflexão a respeito do espaço sagrado da
natureza para afro-brasileiros e indígenas. Em seguida, na Praça do Japão, destaca-se
como o Oriente, com seus múltiplos olhares, permite contemplar o transcendente também
por meio da natureza, como rios e montanhas e, ainda, em templos e casas. Na Catedral
Basílica Menor Nossa Senhora da Luz e na Mesquita Imam Ali ibn Abi Tálib, é perceptível
o papel dos símbolos que colaboram na relação entre o ser humano e a experiência
religiosa. Finalmente, na Sede da Ordem
Rosa Cruz, aborda-se o espaço religioso
de grupos, religiões e filosofias. Em cada
um desses espaços, um pesquisador DIGITAL • ARENA

especialista na temática do Ensino


Religioso apresenta algumas questões a
respeito da compreensão desses locais.
O conteúdo abordado no filme Espaços Sagrados é um recorte a ser ampliado a partir
do contexto cultural de sua sala de aula. Por isso, as atividades propostas a seguir são
sugestões para o trabalho com estudantes, tendo o filme como motivador/disparador das
atividades. O desenvolvimento deste trabalho está organizado por etapas, que constituem
apenas uma sugestão inicial. A mesma atividade pode ser adaptada para outras séries/anos,
exigindo diferentes níveis de profundidade. Cada atividade se divide em três momentos,
como exposto a seguir.

PRÉ-VISITA: aplicada antes da ida dos estudantes à FTD Digital Arena, podendo variar de
uma pesquisa orientada e introdutória ao tema de estudo, até uma atividade prática em sala
de aula. O objetivo dessa atividade é, além de preparar o grupo de estudantes fornecendo
subsídio teórico para que possam aproveitar melhor a experiência digital do ponto de vista
pedagógico, levantar os saberes prévios de cada pessoa, os quais não devem ser desprezados
no processo. É interessante que as atividades e, consequentemente, seus saberes sejam
avaliados antes da visita à FTD Digital Arena, para garantir que os(as) estudantes tenham
um repertório alinhado com a proposta da vivência sensorial proporcionada pela experiência
digital. Na condução de atividades de pesquisa, destacamos a necessidade de acesso a
conteúdos digitais de boa qualidade, de fontes confiáveis, procedentes de instituições
acadêmicas ou institutos de pesquisa, museus ou outros espaços relacionados à produção de
conhecimento, tomando-se cuidado com referências a sites de conteúdos pseudocientíficos,
duvidosos, opiniões pessoais ou outros. Sugerimos acessar a página de conteúdo da FTD
(http://digital.ftd.com.br), pois neste site você terá um guia de capacitação, com vídeos sobre
a pesquisa na era digital ou, ainda, a página do Grupo de Pesquisa Educação e Religião GPER
(www.gper.com.br), na qual terá acesso a uma série de subsídios relacionados ao campo do
universo religioso.

VISITA: é importante que cada participante saiba o que o espera e o que pode esperar
dessa experiência full dome.

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PÓS-VISITA: aplicada logo após a experiência ou posteriormente, no retorno à escola, conforme
o(a) professor(a) julgar mais adequado, essa atividade pode dimensionar o quanto a experiência
foi capaz de agregar conhecimento ou facilitar a visualização e a compreensão dos assuntos
abordados nas atividades de pré-visita e visita. A pós-visita constitui uma conclusão do trabalho,
mas não esgota as possibilidades de abordagens posteriores por parte do professor(a), como
discussões, debates e outras atividades que julgar adequadas ao contexto da experiência.

O ESPAÇO SAGRADO: UMA LEITURA DO RELIGIOSO

A proposta da educação básica brasileira visa ao desenvolvimento integral de crianças e


adolescentes, uma formação para a cidadania, e deve favorecer a inserção deles na sociedade,
de tal forma que seu processo informativo e formativo contribua para os estudos posteriores e
o mundo do trabalho. Em seu primeiro artigo, a Lei nº 9.394, de 1996, que trata das Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, estabelece que a formação pode se desenvolver na convivência
social e familiar, no trabalho, na escola e nas diferentes organizações da sociedade.

A compreensão do ser humano, que busca respostas para sua existência em diferentes formas
de crer ou na opção de não crença, leva-nos a investigar a maneira de pensar e o modo de agir,
que podem orientar – e até mesmo condicionar e determinar - nossa concepção de mundo,
nossa compreensão da vida e nossa noção de transcendência.

Tendo em vista que, para compreender uma sociedade, é necessário entender as influências
de inúmeras organizações, inclusive as religiosas, para uma completa caracterização social,
a escola tem o papel de proporcionar a reflexão a esse respeito, apresentando informações
coerentes e academicamente legítimas.

Com essas informações e o entendimento de que também a religiosidade é vivida em contextos


sociais e individuais, que incluem e influenciam a vida em sociedade, a cultura, a história e a
economia, é que se propõe o entendimento do ser humano como ser religioso.

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CULTURA E RELIGIÃO: o “religioso” se manifestou e se manifesta em um universo humano,
ora influenciando a cultura, ora sendo influenciado por ela. As pessoas olham o mundo pelas
lentes dadas por sua cultura, o que inclui sua tradição religiosa e seu comportamento. O
processo de institucionalização das religiões está ligado ao da cultura, e essa relação é
compreendida como um movimento dialético. É impossível, pois, querer entender a religião
sem compreender a cultura na qual está inserida. Nessa linha de pensamento, a religião tem
um ser humano religioso que está situado no cosmos e que se relaciona com outros e com
sua representação de ser superior.

A religião não é qualquer elemento da cultura, ela possui especificidades que se referem
aos sentidos e às práticas relacionadas com a fé que o ser humano tem e na sua busca
pela transcendência. Usando uma metáfora, Boff (2000, p. 7) aponta que somos seres de
enraizamento e seres de abertura. A imanência seria nossa dimensão de enraizamento (de
cotidiano, das nossas tradições culturais, nossas limitações, o estar preso à realidade).
Transcendência seria toda a nossa dimensão de abertura (de rompimento do já dado, do
estabelecido; é a criatividade, o sonho e a utopia, o se lançar para além da realidade
que nos confina). Ainda para o autor, em vez de falarmos de divindade e de humanidade,
poderíamos também falar de coexistência e de interpenetração da imanência (humanidade)
com a transcendência (divindade). Por isso, entende-se que: “Os arquétipos [imanência e
transcendência] entram na construção das sínteses que globalizam a existência. O ser humano
precisa unir enraizamento e abertura, luz e sombra, céu e terra, masculino e feminino” (BOFF,
1998, p. 168).

Contudo, a religião não é compreendida somente como práticas diversificadas, mitos e


ritos. Ela contribui para a produção de éticas, elemento de grande importância no processo
civilizatório dos homens, conforme se confirma na história, pois as tradições religiosas
acumulam forças políticas e morais.

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Essa função, a ética, é um aspecto positivo da religião, pois, além de balizar a sociedade,
confirma sua identidade e ainda serve como uma proteção contra a alienação. O aspecto
negativo desse processo de institucionalização é o risco do conservadorismo institucional,
que engessa a religião, tornando-a rígida, inflexível, incapaz de assimilar mudanças históricas,
o que dificulta seu processo de modernização.

Valorizar, portanto, o pluralismo e a diversidade cultural presentes na sociedade brasileira é


assegurar o acesso ao conhecimento religioso sistematizado historicamente pela humanidade.

O FENÔMENO RELIGIOSO: o resultado do estudo do fenômeno religioso de uma religião,


quando comparado com o de outra, visa discernir semelhanças e diferenças nos ritos, nas
doutrinas e nas estruturas religiosas. A identificação de pontos em comum e incomuns
possibilita a percepção das tradições religiosas como um fenômeno antropológico
universal. Os conhecimentos gerados pelas tradições religiosas e seus valores trabalhados
pedagogicamente em um espaço escolar humanizado podem colaborar para a vivência de
valores e práticas sociais indispensáveis aos exercícios de uma vida de cidadania plena.

O Ensino Religioso como componente curricular e o papel da instituição educativa na


formação do indivíduo têm sido discutidos com base em um enfoque plural, visando a uma
educação integral do ser. Por constituir “parte integrante da formação básica do cidadão”
(LDBEN n. 9.394/96, art. 33), a ênfase do Ensino Religioso está na formação cidadã do ser
humano, promovendo o diálogo intercultural e inter-religioso, para que seja garantido o
respeito à identidade e à alteridade. Alteridade é a concepção que parte do pressuposto
básico de que todo homem social interage e interdepende de outros. A identidade é definida
pela relação do indivíduo com outros indivíduos, isto é, cada indivíduo se completa e se
efetiva no relacionamento com os que estão à sua volta, em seu convívio.

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Nessa perspectiva, de acordo com Rodrigues e Junqueira (2009, p. 23), para se entender o
Ensino Religioso é preciso:

* Visão mais ampla, que reúna todas as áreas do conhecimento;


* Abordagem fenomenológica que observe as diversas manifestações religiosas de forma
cultural;
* Concepção de educação que auxilie os estudantes a enfrentarem os conflitos existenciais,
ajudando-os a desenvolver, orientados por critérios éticos, a religiosidade presente em cada
um e a agir de maneira dialógica e reverente ante as diferentes expressões religiosas.
Conhecer e propor ações pedagógicas a partir da diversidade cultural e religiosa brasileira é
um desafio. Para Rubem Alves,
É fácil identificar, isolar e estudar a religião como o comportamento exótico
de grupos sociais restrito e distantes. Mas é necessário reconhecê-la como
presença invisível, sutil, disfarçada, que se constitui num dos fios com que
se tece o acontecer do nosso cotidiano. A religião está mais próxima de nossa
experiência pessoal do que desejamos admitir. O estudo da religião, portanto,
longe de ser uma janela que se abre apenas para panoramas externos, é como
um espelho em que nos vemos. Aqui a ciência da religião é também ciência de
nós mesmos; sapiciência, conhecimento saboroso (1999, p. 13).

Ao perpassar toda a Educação Básica e também a formação dos novos profissionais nas
universidades, os estudos dos aspectos religiosos contribuem para superar preconceitos na
convivência de diferentes tradições, culturas e religiões. Atualmente, conhecimentos básicos
sobre religião e movimentos religiosos já não deveriam ser exclusividade educacional de
uma pequena elite intelectual, mas fazer parte da educação universal de todas as pessoas.
O esforço em aguçar a percepção da interação complexa de aspectos religiosos e não
religiosos é efetivamente uma tarefa exigente quando se apresentam, por exemplo, conflitos
de dimensão religiosa entre distintos grupos populacionais.
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LUGARES SAGRADOS: Pereira e Gil Filho (2012, p. 38) propõem uma “noção de Espaço
Sagrado mais próxima de um lócus religioso, experiência religiosa no/do espaço, regido
principalmente pelas hierofanias”. Os autores definem hierofania por meio do conceito
do historiador e filósofo das religiões Mircea Eliade (1907-1986), segundo o qual ela é, em
seu âmbito etimológico, “algo de sagrado que se manifesta. Na sua aparição, cria-se uma
dualidade (sagrado-profano) que organiza o cosmo e instaura a realidade” (PEREIRA; GIL
FILHO, 2012, p. 38). Para Eliade (1992), o sagrado se manifesta sempre como uma realidade
inteiramente diferente das realidades naturais. As hierofanias, as manifestações do sagrado,
podem ocorrer em qualquer coisa, desde em um simples objeto até em uma pessoa, e tendem
a estruturar a vivência do homem religioso.

A diversidade religiosa revela visões de mundo diferenciadas como elementos estruturantes


de realidades religiosas diferentes, mas com uma mesma funcionalidade simbólica. A
variabilidade de práticas e crenças nas religiões implica em diferentes distribuições regionais,
o que, dependendo da escala, demonstra sempre o caráter do sistema religioso majoritário:
o mundial e regional, em detrimento do local. Sob esse aspecto, a escala local aponta uma
diversidade religiosa não percebida na escala regional.

O roteiro turístico, por exemplo, é uma abordagem interessante do fenômeno religioso.


Vale mencionar que os conhecimentos científico-religiosos básicos influenciam inclusive
o trabalho turístico em diferentes regiões. O Ministério do Turismo vem trabalhando para o
fortalecimento do turismo religioso no Brasil; segundo o secretário nacional de Políticas de
Turismo, Vinícius Lummertz, o turismo religioso movimenta cerca de 15 bilhões de reais por
ano no Brasil (BRASIL, 2013).

Pensando o espaço sagrado “como um lugar de manifestação ou como uma configuração


espacial, pode ser um conceito polivalente nas abordagens da geografia da religião”, apontam
Pereira e Gil Filho (2012, p. 38).

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No espaço sagrado, para aquele que crê, a vida é compreendida, as forças são renovadas e
as esperanças se reforçam e tomam forma. O que não invalida a presença daquele que não
crê nesse espaço, pois a tradição, a arte e os aspectos históricos estão nele, presentes e,
certamente, podem ajudá-lo em sua formação cidadã.

CRENÇAS AFRO-BRASILEIRAS: as marcas religiosas integradas aos elementos da


natureza e da cultura são significativas nas crenças afro-brasileiras. A diáspora negra é
responsável pelo surgimento do culto aos orixás. Ao considerarmos o continente africano,
precisamos ter em mente a diversidade marcante no campo da organização social (organização
familiar e diferentes sistemas de parentesco), bem como os grupos populacionais ou étnicos
com características culturais, linguísticas e artísticas próprias. Por isso, é necessário muito
cuidado com generalizações, para se evitar estereótipos e distorções a respeito dos povos
africanos.

Assim, para compreender a religiosidade afro-brasileira, há que se considerar as consequências


da escravidão e todas as inter-relações decorrentes da história brasileira. Para Santos
(2011), “os cultos de tradições africanas são fundamentalmente ligados à natureza por
intermédio dos ancestrais que constituem um complexo sistema, capaz de unir constante e
ativamente mortos e vivos, concomitantemente, como uma grande família, com fortes laços
de solidariedade permanentes”.

A natureza é um espaço sagrado, de comunhão entre os mundos espiritual e material, o qual


deve ser respeitado e bem cuidado. Divindades e meio ambiente estão tão unidos, e não é
possível haver culto sem a presença de elementos naturais, especialmente as folhas. “Omi
kosi, éwè kosi, òrìsà kosi” é um ditado yorubá que significa: “sem água, sem folha, não há
orixá” (CONSULTORIA AFROEDUCAÇÃO, 2014).

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CRENÇAS INDÍGENAS: para superar o preconceito que muitos ainda têm em relação ao
índio e a seu modo de vida, é preciso conhecer sua cultura e suas expressões religiosas. As
tradições religiosas indígenas são diferentes entre si; há uma diversidade de povos e culturas
que se distinguem em relação ao tipo biológico, línguas, costumes, ritos, organização social, etc.

A praticidade é a característica principal das religiões indígenas, pois “tudo gira em torno
da experiência do sagrado, e não de uma fundamentação teórica. O cotidiano da vida está
impregnado de religiosidade. A vida na aldeia é vivida de modo contextualizado, a religião
é parte integrante da vida” (ASSINTEC, 2007, p. 5).

Natureza e sociedade compõem um sistema social único, no qual o homem é parte da


natureza, assim como a natureza é parte do homem. A relação com a terra é uma questão
religiosa, pois a terra é de todos. Como espaço de vida, lugar para se viver bem, a natureza é
chamada de “Mãe Terra”. O índio sente-se acolhido pela Mãe Terra.

A harmonia com a Mãe Terra é condição básica para a sobrevivência do índio e é, portanto,
elemento inseparável de seus ritos e de seu encontro com a transcendência. As práticas religiosas
se caracterizam por ritos de defumação, entoação de cantos, uso de instrumentos musicais,
incorporação, transe e uso de remédios retirados de plantas e ervas (ASSINTEC, 2007, p. 8).

CRENÇAS ORIENTAIS: podemos compreender o espaço sagrado a partir de lugares


construídos pelo homem e pela natureza. Na tradição indiana, por exemplo, podemos perceber
essas duas possibilidades. Para o hinduísmo, o melhor lugar para a realização dos ritos é onde
se encontram juntos três elementos da natureza, rocha, água e verde, pois nele os deuses
preferem morar. Segundo Joachim Andrade (2014), esses três elementos da natureza fazem
parte da busca espiritual. A rocha simboliza a estabilidade, a água representa a peregrinação,
e o verde a vida. Por isso, templos foram construídos à beira dos rios, providenciando-se os
elementos aptos para adoração.

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O templo é visto como uma representação da divindade e do mundo e pode ser experienciado
corporalmente pelos visitantes, que são parte do ser divino. A interação do templo com o
ambiente natural realiza a sacralização do mundo, assim o espaço sagrado se estende para
além do edifício, incluindo a cidade.

Embora o hinduísmo apresente muitas práticas religiosas domiciliares, a visibilidade


destacada na paisagem dos templos hindus é a dedicação a um grande número de divindades.
Praticamente toda localidade na Índia dispõe de pelo menos um templo.

Os símbolos arquitetônicos de transcendência na China, por exemplo, tendiam à localização


central, que simbolizava altura. A própria estrutura do templo é composta frequentemente de
torres, domos e obeliscos, que são símbolos verticais de transcendência.

O professor Andrade destaca o hinduísmo, o confucionismo, o taoísmo, o budismo, o jainismo


e o xintoísmo como as mais importantes religiões orientais.

JUDAÍSMO: no judaísmo, há três espacialidades de relação do homem com a divindade: a do


templo, a do tabernáculo e a da sinagoga. Lemos no Antigo Testamento as instruções precisas
de Deus, o Senhor, para a edificação de um santuário onde seu povo pudesse cultuá-lo de
maneira especialmente significativa. O tabernáculo, a tenda portátil, foi utilizado na época
das peregrinações de Israel. O magnífico templo, construído posteriormente por Salomão,
demonstra o grande fascínio que a casa de Deus - ou “os átrios do Senhor” - exercia sobre
os israelitas piedosos, conforme lemos nos livros bíblicos (Salmos 27.4; 65.4; 84.1-2,10;
134.1-2; Isaías 6.1-4). O templo expressa o sentido máximo de expressão do sagrado e a
representação de centralidade da religião.

A sinagoga, de modo diferenciado, sendo uma estrutura posterior ao Tanach, foi constituída na
volta a Jerusalém, porém representa uma separação em relação ao culto coletivo, celebrado
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no templo e que era presidido pelo sacerdócio levita. Os antigos sacrifícios são então
substituídos pelas orações e pela leitura do Torah, sem que o sacerdote seja estritamente
necessário. Assim, a sinagoga passa a ser a base social e intelectual do judaísmo, a qual, após
a destruição do templo, foi primordial para a manutenção das práticas religiosas. Com as
perseguições e restrições ao povo judeu a partir da Idade Média, as sinagogas tinham muito
mais o cuidado com as representações religiosas internas do edifício do que com as externas.

CRISTIANISMO: o templo é o elemento da paisagem que está ligado diretamente a uma


identidade religiosa. Trata-se de um espaço concebido de inspiração em um ato ou texto
fundador da religião. O templo é um ambiente ressignificado pelo discurso e pelo rito
religioso. O espaço sacralizado catalisa uma rede de práticas e discursos, impulsionando
o ser humano à transcendência religiosa e permitindo sensações, emoções e ideias que
fornecem um sentido de sagrado.

Para Matos (2014) há variações, ao longo da história, das atitudes dos fiéis cristãos em
relação aos locais de culto. Para o autor, o “templocentrismo”, que considera o santuário
como um lugar dotado de virtudes especiais, e o desinteresse pelos espaços religiosos em si,
valorizando-se apenas as atividades neles realizadas, são exemplos dessas variações.
Não há como negar a importância psicológica e espiritual dos lugares em
que as pessoas têm uma experiência especialmente profunda do sagrado.
À luz das Escrituras, importa que a atitude em relação a esses locais seja
equilibrada, valorizando-se o belo, o estético e o simbólico, mas evitando-se
transformá-lo num fim em si mesmo. Desde uma perspectiva protestante, o
templo pode ser considerado “santo” no sentido bíblico de “separado do uso
comum” e destinado para o Senhor. Deve ser funcional e prático, visando ao
que realmente importa, à centralidade do Deus triúno e do culto a ele, mas não
há nada que impeça que seja também agradável aos olhos e expresse a beleza
da criação divina (MATOS, 2014).

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Para a comunidade cristã, o templo representa o Corpo de Cristo e, ao mesmo tempo, é a
comunidade que edifica o aspecto do templo espiritual do Cristo Místico; dessa forma, “esse
simbolismo do Corpo de Cristo, é independente do plano cruciforme, mas na estrutura do
templo foi a concepção que prevaleceu” (GIL FILHO, 2011).

ISLAMISMO: no islã, o santuário da Caaba (Kaaba), em Meca, marca o ponto de convergência


das práticas devocionais islâmicas. Na tradição islâmica, o ponto de adoração foi estabelecido
por Ismael, filho de Abraão, e confirmado por Muhammad, quando estava em Medina. A
sacralidade da Caaba é confirmada nas prescrições do Alcorão e nas tradições islâmicas como
local de peregrinação obrigatória. Esse santuário proeminente agrega uma função simbólica
para o muçulmano, que é a da unicidade da divindade e de sua adoração como representação
de centralidade espiritual e material do islã.

A mesquita é o lugar da prostração para a oração. No início, era qualquer local ritualmente
aceitável. Foi uma necessidade da comunidade fixar uma espacialidade social da prática religiosa,
a fim de facilitar o rito estabelecido logo após a hégira em Medina. Lemos no Alcorão:

Ó crentes, quando fordes convocados para a oração de sexta-feira, recorrei


à recordação de Deus e abandonai vossos afazeres; isto será preferível se
quereis saber. Porém, uma vez observada a oração, dispersai-vos pela terra
e procurai as dádivas de Deus e mencionai frequentemente a Ele para que
prospereis (Surata Al Jumu’ah 62, versículos 9.10).

A mesquita se torna, dessa forma, local da prática congregacional da religião, onde os rituais de
purificação para as orações são feitos, assim como a chamada para as orações obrigatórias dos
fiéis do alto dos minaretes do edifício. Nessa estrutura, nenhuma forma figurativa é permitida.

Como sua função vai além de um lugar estritamente dedicado aos rituais sagrados, a
mesquita, como centro das práticas religiosas, torna-se cerne do fortalecimento da vida da

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comunidade. Ela está vinculada ao processo histórico e cultural islâmico e à relação do fiel com seus
ritos religiosos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como vimos, os espaços sagrados adquirem um valor especial para os fiéis. Temos essa
percepção ao observarmos as religiões denominadas “primitivas”, com suas práticas
animistas (atribuição de valores espirituais a elementos da natureza). Vemos, com os
gregos e os romanos, os belíssimos santuários e as monumentais pirâmides, repletas
de associações místicas dos egípcios e das civilizações pré-colombianas (como os
incas, os maias e os astecas). As colossais estátuas de Buda, encontradas em muitos
pontos do Oriente, o Templo Dourado de Amritsar (da religião Sikh, na Índia) e, entre os
muçulmanos, a tenda negra da Caaba, em Meca, e a Mesquita de Omar, em Jerusalém,
são exemplos de espaços sagrados. Por razões teológicas, históricas ou culturais, esses
locais são altamente reverenciados pelos adeptos dessas religiões.

Podemos concluir que a experiência religiosa se manifesta nas ações do devoto, e é


no espaço sagrado que se expressa de forma visível esse algo particular e subjetivo. O
espaço sagrado, portanto, é lugar de encontro do ser humano consigo mesmo, com seu
próximo e com o divino.

COMPREENDENDO AS ATIVIDADES PARA O ESPAÇO SAGRADO

Novamente salientamos que o conteúdo abordado no filme Espaços Sagrados é um


recorte a ser ampliado a partir do contexto cultural de sua sala de aula. Por isso, as
atividades propostas são sugestões de trabalho que têm o filme como seu motivador/
disparador. O esquema a seguir demonstra uma visão geral da proposta:
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Acesso a conteúdos digitais de boa qualidade, de fontes confiáveis,
procedentes de instituições acadêmicas ou outros espaços relacionados
à produção de conhecimento. Sugerimos acessar a página do Grupo de
Pesquisa Educação e Religião - GPER (www.gper.com.br).

VISITA
PRÉ-VISITA
Os participantes sabem o que
Pesquisa orientada e introdutória
podem esperar dessa experiência
ao tema de estudo.
full dome ao tema de estudo.

ESPAÇOS SAGRADOS
FTD DIGITAL ARENA

PÓS-VISITA
Atividades para dimensionar a
experiência e a compreensão dos
assuntos abordados na atividade
de pré-visita.

A proposta de trabalho está organizada por etapas e constitui apenas uma sugestão inicial.
Uma mesma atividade pode ser adaptada para outras séries/anos, exigindo diferentes
níveis de profundidade. Cada etapa aponta conceitos a explorar, mediações pedagógicas
e atitudes desenvolvidas (esperadas) - assinaladas nos três momentos propostos no
esquema anterior - tendo como questão motivadora/disparadora: como reconhecer a
contribuição dos espaços sagrados para a organização das manifestações religiosas na
constituição das culturas e das sociedades?

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EDUCAÇÃO INFANTIL (crianças de 5 anos)

Questão motivadora/disparadora
Como reconhecer a contribuição dos espaços sagrados para a organização das manifestações
religiosas na constituição das culturas e das sociedades?

PRÉ-VISITA

Conceitos a explorar:
– Alteridade e diversidade religiosa.

Mediações pedagógicas
1. Providenciar massa de modelar. Cada estudante modelará sua residência e, depois,
falará a respeito de sua moradia. Enquanto organiza as “casas” em uma placa de isopor,
identificando-as, o professor pode falar a respeito da importância de expressarem sua
opinião e orientá-los em relação ao respeito à opinião dos colegas;

2. Explicar que a sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como também
por imigrantes de diferentes países. Essa variação também se manifesta nas arquiteturas
e nas tradições religiosas.

Sugestões e informações para o professor


Tratar com carinho e respeitar a fé de todos é dever dos cidadãos, pois todos têm direito
de expressar livremente a fé que possuem. É o que diz o artigo XVIII da Declaração
Universal dos Direitos Humanos:

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“Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e
religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a
liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática,
pelo culto e pela observância, em público ou em particular.
Respeitar os Direitos Humanos é promover a vida em sociedade, sem
discriminação de gênero (homem/mulher), de classe social, de cultura, de
religião, de etnia, de deficiência ou de orientação sexual. Para que exista a
igualdade de direitos, é preciso o respeito às diferenças.”

VISITA
Observar quais são as tradições que têm a natureza como espaço sagrado.

PÓS-VISITA

Mediações pedagógicas
1. Completar a maquete elaborada na pré-visita com elementos da natureza;

2. Pesquisar as moradias de tribos indígenas brasileiras – como o mito indígena


explica o surgimento de uma paisagem natural, que se torna sagrada a partir do
momento em que ele lhe transfere significados transcendentes;

3. Trabalhar a pintura corporal, com tinta antialérgica ou, ainda, com a confecção de
máscaras, observando a forma e as cores de cada uma e sua função nos rituais. Nos
rituais tibetanos, por exemplo, as máscaras têm função espiritual e mágica;

4. Apresentar aos estudantes algumas interpretações gerais sobre cores, como as


que seguem:

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• Branco - Cor da paz, da pureza, dá aos espaços a ideia de amplitude;
• Vermelho - Representação da vitalidade, do entusiasmo. Agressivo e exuberante, é
a cor do sangue e da paixão, relacionada às necessidades afetivas;
• Verde - Mais tranquilo e sedante, evoca vegetação e frescor. É uma cor calma,
indiferente, que não transmite alegria, tristeza ou paixão. Para algumas tradições, o
verde remete à cura. Está relacionado à vontade de interagir, de estabelecer contatos;
• Azul - Símbolo da serenidade, provoca tranquilidade e uma contemplação serena.
Quanto mais escuro, mais atrai para o infinito. Está relacionado à atividade mental
e à intuição;
• Amarelo - É a cor mais luminosa, alegre, vital e expansiva. Cor do sol e da luz, está
relacionada à iniciativa e à disposição afetiva;
• Laranja - Tem caráter acolhedor, cálido, estimulante e qualidade dinâmica muito
positiva. O laranja é a mescla do vermelho com o amarelo, equilibrando-os. Está
relacionado à vontade de agir;
• Violeta - É o resultado da mistura do azul com o vermelho - em linguagem simbólica,
entre a carne (sangue) e o espírito (céu). Em algumas tradições religiosas, simboliza
a união do material ao espiritual. Está relacionado à busca de equilibro entre as
instâncias do pensar e do sentir.

Pedrosa (1999) estabelece, em sua obra Da cor à cor inexistente, uma relação entre
cores e religiões. Os orixás africanos usam cores: Oxalá, o branco; Xangô, o vermelho;
Omolu, o preto; Ananburucu, o azul-escuro; e assim por diante. Na pluralidade das
religiões de matriz africana presentes no Brasil, podemos encontrar divergências
entre os significados das cores no que concerne à designação dos orixás.

Segundo Pedrosa (1999), o vermelho é a cor representativa de Dionísio para o


paganismo; já no cristianismo, ele representa o amor divino. No oriente, o vermelho
evoca o calor e a intensidade, a ação, a paixão, e é a cor dos rajás, bem como a cor
com a qual os indianos pintam a testa. De acordo com certas escolas Xintoístas, o
vermelho designa o Sul, a harmonia e a prosperidade. É muito conhecida a utilização
19
do vermelho em diferentes tradições indígenas; sua significação varia de povo para
povo - pode ter função de profilaxia contra os espíritos maus ou, em outros casos,
de conotação erótica, atração ou exibição sexual.

Sugestão de vídeo
Brincando na aldeia - Animação com temática indígena, na qual o narrador fala de
seu orgulho de ser índio, seus costumes e suas tradições.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=bUckQ2ZUWWA>.

ENSINO FUNDAMENTAL (1º AO 5º ANO)

Questão motivadora/disparadora
Como reconhecer a contribuição dos espaços sagrados para a organização das manifestações
religiosas na constituição das culturas e das sociedades?

PRÉ-VISITA
Conceitos a explorar:
- Conceito de sagrado;
- A música como mais um código simbólico que auxilia na leitura dos espaços sagrados.

Mediações pedagógicas
1. Sugerir aos estudantes que pesquisem o conceito de sagrado.
Após o levantamento das definições, explicar que cada cultura religiosa se
estabelece e se organiza com base nas representações do sagrado que faz e que as
concepções do sagrado permeiam, inclusive, toda a sua produção artística. Pinturas,
artesanatos e espaços carregam as marcas do sagrado, que podem ser apreendidas
pela consciência e lidas como qualquer outra modalidade simbólica;

20
2. Pesquisar símbolos das religiões e elaborar um cartaz.
Explicar que os símbolos sempre apresentam muitas possibilidades de interpretação
e, portanto, vários significados. Para interpretar símbolos, é preciso buscar os
significados originados diretamente da cultura religiosa em questão, assim evita-se
que um símbolo seja interpretado de maneira inadequada. Após a apresentação, cada
estudante relacionará os símbolos às suas respectivas religiões.

- Iniciar uma conversação com a classe, sensibilizando os(as) estudantes para a


importância da música sacra. Sugerimos que você reflita sobre este texto e, com
base nele, inicie uma discussão sobre essa temática.

Sugestões e informações para o professor

A música apresenta uma riqueza inigualável no que diz respeito à expressão dos
sentimentos, que são comunicados por meio de diferentes códigos artísticos e
responsáveis por mobilizar poderosas energias psíquicas naqueles que a executam
e/ou a escutam. A música pode induzir as pessoas a atingirem níveis alterados de
consciência em inúmeros rituais religiosos e fora deles.

A música é mais um código simbólico que auxilia a leitura dos espaços sagrados, pois
por meio dela se pode chegar à concentração e à meditação, independentemente do
pensamento. Nesse sentido, ela lança uma ponte entre a consciência e o inconsciente,
entre a forma e a ausência da forma. Se há algo que pode ser apreendido pela razão
e que existe realmente, mas que, ao mesmo tempo, não tem forma, isso é a música.
A música é composta de ritmo, melodia e harmonia. Assim, os primeiros aspectos
que podem ser observados dizem respeito a esses três componentes. O ritmo se
vincula à pulsação, ao movimento. Conforme André Matos (1995), o ritmo é quem
primeiro surge na estruturação musical da humanidade; depois, em consequência
dele, vem a melodia, com a elaboração da música em desencadeamentos de notas;
e, por último, vem a harmonia, que é o resultado da combinação de vários sons.
21
De toda maneira, a música, nas tradições religiosas, possui muitas finalidades. Assim,
se ficarmos atentos aos textos das músicas, podemos compreender muito acerca das
crenças e dos valores de cada tradição.

VISITA
Observar os diferentes símbolos e objetos religiosos apresentados durante o filme
Espaços Sagrados.

PÓS-VISITA
Mediações pedagógicas
1. Apresentar a importância da música nas diferentes tradições religiosas.

a) Música indígena:
- Apresentar aos estudantes músicas indígenas, chamando atenção para a pulsação
rítmica delas. Lembrá-los de que é com o bater dos pés, muitas vezes descalços, no
chão que o povo indígena, por meio de seus cantos e danças sagradas, faz contato
com o Grande Espírito, com a Mãe Terra, e se harmoniza com todos os seres que
habitam juntos o planeta, sejam eles visíveis ou não. É possível realizar atividades
em que os instrumentos musicais e as vozes indígenas podem ser ouvidos, a fim
de se perceber como todos esses elementos se parecem com os sons da própria
natureza: o vento, os pássaros, os animais, o trovão, a chuva... Lembrando que, para
esses povos, o sagrado está em toda a natureza, e sua música nos mostra claramente
essa conexão;
b) Música dos terreiros:
- Pesquisar vídeos na internet que apresentem músicas próprias das tradições
afrodescendentes, a fim de apresentá-las em sala de aula.
Como sugestão, você pode apresentar a música erudita brasileira intitulada “Kinimbá”,
de Ernani Braga. O compositor se inspirou em um canto de Xangô e compôs essa
música, que é muito conhecida pelos cantores líricos.
22
A tradução da letra é a seguinte: “Xangô está na terra, porém sente muitas saudades
do céu”. Para ouvir essa música, acesse o site:
<http://www.youtube.com/watch?v=qp02WR0FVyY>.

Os cantos e as danças dos terreiros são muitas vezes acompanhados por instrumentos,
em sua maioria, de percussão. Cada orixá possui seu próprio ritmo, toque, realizado
nos momentos de sua manifestação.

Basicamente, existem três tamanhos de atabaques, instrumentos de percussão


sagrados usados nos rituais afro-brasileiros: o maior deles se chama Rum; o do
meio, Rumpi; e o menor, Le. Esses instrumentos não são usados fora do terreiro,
pois recebem preparação ritualística para se tornarem sagrados - portanto, são de
uso exclusivo do ritual. Nesses rituais, acredita-se que o som é o condutor do “axé
do orixá”;

c) Música nas igrejas cristãs:


- Solicitar aos estudantes que escutem a música de alguma igreja cristã, conforme
escolha de cada um. Podem observar os hinários, os instrumentos que aparecem
nos momentos de culto ou missa, os momentos em que a comunidade canta. Podem
verificar também se é o celebrante quem canta, ou se há músicos que apresentam
as músicas em momentos específicos.

Os estudantes poderão observar como é a melodia e o ritmo dessas músicas, em


que momentos elas aparecem e o que comunicam. Também têm a possibilidade
de entrevistar algumas pessoas depois da missa ou culto e perguntá-las qual o
significado da música no ritual. Além disso, podem conversar com os músicos, o
padre e o pastor e questioná-los sobre a importância da música sacra.

23
Poderão verificar se há algum sino na igreja escolhida e, se houver, em que momentos
ele toca e com que finalidade.

Os instrumentos musicais se dividem em: instrumentos de corda (violão, violino,


viola, violoncelo, etc.); instrumentos de sopro (trombeta, trompete, flauta, saxofone,
etc.); e percussão (atabaques, bateria, tambor, tímpano). Com base nesses dados,
os(as) alunos(as) poderão descobrir quais são os tipos de instrumentos utilizados no
culto, na celebração ou na missa da igreja escolhida, para desenvolver a pesquisa.

Cada instrumento musical desperta um tipo de sentimento nos seres humanos.


Portanto, quando utilizados em um ritual, eles levam as pessoas a determinados
estados de ânimo e a experienciarem certas emoções, como: alegria, júbilo, tristeza,
força, etc;

d) Música nos cultos religiosos de matriz oriental:


- Mostrar para a classe um ritual Hare Krishna. Sugerimos, por exemplo, o ritual do
fogo, que pode ser visualizado em: <http://www.youtube.com/watch?v=VqoRVxkiFdQ>;
- Observar, no ritual, como o canto é um dos instrumentos básicos da comunicação
do ser humano com o divino. No vídeo disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=k--s9ys3PqM>, vemos monges tibetanos realizando um ritual com
instrumentos e canto (uma prece realizada com os sons mais graves da voz masculina).

Uma forma muito comum de os tibetanos vivenciarem suas orações de modo ritualístico
é por meio da “roda de oração”, que consiste em um objeto que, girado em sentido
horário, simboliza o próprio canto de um mantra (oração). Uma das principais orações
tibetanas entoadas é “Om mani padme hum”, que significa: “Recebemos a Joia da
consciência no coração do Lótus”.

Para os hinduístas, a música é sagrada, e Saraswati é a Deusa da Música e de outras


formas de arte e da sabedoria. Ela é a esposa de Brahma, o Deus criador do mundo,
24
e aparece em pinturas e esculturas como uma bela mulher, tocando um instrumento
de cordas.

Originalmente, Saraswati era uma divindade das águas, a Deusa de um rio do Himalaia,
e só mais tarde se tornou a Deusa do Canto e de todas as artes criativas. Na Índia,
existe um festival especial para homenageá-la, chamado “Dawat Puja”.

SUGESTÃO DE MÚSICA PARA CANTAR EM SALA DE AULA

Ao tratarmos dos espaços sagrados construídos pelos seres humanos e dos espaços
sagrados da própria natureza, podemos exemplificar as Cataratas do Iguaçu como um
espaço de natureza sacralizado pelos índios de tradição Guarani.

Inicialmente, pode-se contar a história mítica que busca compreender o surgimento


das Cataratas do Iguaçu, como descrito a seguir.
Era um dia muito especial para as comunidades indígenas, pois a bela índia Naipi
seria dada em casamento ao Grande Deus Serpente M’Boy. O problema, porém, era
que ela estava apaixonada por índio de aldeia próxima, Tarobá. Ele era um índio
(1)
caingangue e estava também completamente perdido de amor pela graciosa
Naipi.
Na noite em que os índios estavam reunidos, bebendo e festejando, os dois
planejaram uma fuga de canoa pelo rio. Saíram quietinhos, com o coração aos
pulos, entraram na canoa e remaram rapidamente para fugir dali.
Mas... o Deus Serpente que habitava o profundo das terras desertou e ficou irado
ao perceber a fuga dos enamorados. Mais do que depressa e com força colossal,
arremessou seu corpo de um lado para o outro no fundo do rio e abriu crateras

Para mais informações, acesse o texto “Os Kaingang”, disponível em:


<http://www.museuindiavanuire.org.br/india-vanuire/os-kaingang>. Acesso em: out. 2014.

25
gigantes; águas jorravam por todos os lados, as Cataratas se formavam nesse
momento.
A Serpente M’Boy, para ter certeza de que os dois nunca ficariam juntos,
transformou Naipi em uma pedra no leito do rio e Tarobá em uma palmeira no alto
da queda d´água. Assim estariam para sempre separados.
Dizem, porém, que o amor sempre triunfa, e não tardou a força do amor deles, que
realizou um milagre. Todos presenciam que, de tempos em tempos, surge um arco-
íris que une a palmeira à pedra, e então Tarobá e Naipi podem se encontrar e realizar
seu amor dando um terno e apaixonado beijo, envolvido pelas minúsculas gotículas
das águas e pelas cores do belo arco-íris.

LENDA DAS CATARATAS: MÚSICA DE HAROLDO ALVARENGA


Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=4o452yQ6Ruk>.

Tum, Tum, Tum, etc.


Vale das Borboletas Terra sagrada do M´Baê Verá Guaçu
Rugem Tambores, a selva se agita, cantos de festa, se casa Naipi
Homem algum deve olhar a princesa
Virgem mais bela do culto a M’Boy
Mas, Tarobá, um guerreiro formoso, dos mais valentes caingangues de então,
Olhou Naipi e perdeu-se em amores, nada a tirava de seu coração.
Dentro da ocara, o delírio, o cauim, tomam conta da tribo, M’Boy vai dormir.
E a lua no céu ilumina dois vultos, lá vão Tarobá e Naipi a fugir.
Tum, Tum, Tum etc.
Vale das Borboletas da Terra sagrada do M’Baê Verá Guaçu
A fuga o rio não pode ocultar, e enlouquecido pela traição
O Deus Serpente arremessa seu corpo
Abrindo a terra em tremenda explosão
E sopra o vento e agita a palmeira

26
Voa um perfume pra rocha a chorar
É Tarobá solidário ao seu pranto
Pois Naipi não o pode alcançar,
Está vingada a serpente M’Boy
Com seu corpo enorme abalou todo o rio
E as águas que tombam do alto pro chão
Encobrem os gritos que ninguém ouviu.
Tum, Tum, Tum, etc.
Vale das Borboletas, Terra sagrada do M’Baê: Verá Guaçu.

ENSINO FUNDAMENTAL (6º AO 9º ANO)

Questão motivadora/disparadora
Como reconhecer a contribuição dos espaços sagrados para a organização das manifestações
religiosas na constituição das culturas e das sociedades?

PRÉ-VISITA
Conceitos a explorar:
- Conceito de sagrado;
- Influência do sagrado na arquitetura das cidades.

Mediações pedagógicas

1. Apresentar aos estudantes o nome de algumas construções, localizando sua


pertença religiosa.

Vejamos exemplos:
Candomblé: barracão, ilê, casa, roça, terreiro, entre outros.
27
Cristianismo: basílica, capela, catedral, igreja, entre outros.
Budismo: templo, stupa, pagodes, entre outros.
Fé Bahá’í: casa de adoração Bahá’í.
Indígenas: casa de reza, opy, entre outros.
Islamismo: arrábita, kaaba, mesquita, entre outros.
Judaísmo: muro das lamentações, sinagoga, entre outros.
Hinduísmo: gruta, rio Ganges, templo, entre outros.

2. Pedir aos estudantes que construam cartazes com ilustrações dessas construções,
localizando-as no mapa e escrevendo o nome das religiões de pertencimento de cada
uma delas.

Sugestões e informações para o professor

Após esse trabalho, é possível trabalhar com a confecção de mapas que marquem os
espaços sagrados encontrados no itinerário de cada estudante – ou seja, no caminho
que compreende os espaços presentes em seu percurso de casa até chegar à escola.

É preciso mapear as ruas, os nomes delas, e identificar as construções religiosas que o(a)
estudante consegue perceber em seu trajeto. É importante inserir o nome da construção,
o número e a identificação do ramo a que pertence. Exemplo: Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias (mórmons), igreja de fundamentação cristã, etc.

No mapeamento, o(a) aluno(a) pode colocar legenda, a qual pode ser o esboço de
cada estrutura arquitetônica religiosa encontrada.

Os mapeamentos serão todos apresentados para a classe e, depois, podem ficar em


exposição na escola. Peça ao professor(a) de Geografia que também participe desse
plano de atividades.
28
VISITA
Observar os nomes dos espaços sagrados apresentados no filme Espaços Sagrados.

PÓS-VISITA
Mediações pedagógicas
1. Sensibilizar os(as) estudantes para a compreensão de que cemitérios e lugares
hierofânicos (de manifestação do sagrado) também são espacialidades que podem
ser mapeadas. Por exemplo: uma pedra sobre a qual está uma cruz, indicando o
local de um acidente onde alguém perdeu a vida, pode ser entendido como uma
espacialidade marcada por signos religiosos e, portanto, como um espaço sagrado.

Sugestões e informações para o professor

Um local onde alguém disse que teve uma visão e que, a partir disso, pessoas
passaram a frequentar, a rezar e ritualizar nesse espaço pode se configurar como
sagrado.

Há também lugares de oferendas e de ritos, como: cachoeiras, encruzilhadas,


montanhas. Todos esses lugares devem ser observados e mapeados, caso sejam
encontrados nos percursos diários dos(as) estudantes da classe.

Após esse trabalho, é possível começar a desenvolver a temática “romaria e


peregrinação”. Apresente o significado desses termos, como exposto a seguir.

Ao empregarmos o termo romaria, é importante perceber que essa palavra nos remete
à cidade de Roma, na Itália, onde está o centro da Igreja Católica Apostólica Romana;
é em Roma que reside o Papa, figura máxima da hierarquia dessa igreja. Assim,
podemos ampliar o significado desse termo, compreendendo-o como o deslocamento
29
geográfico que um fiel realiza para encontrar lugares sagrados cristãos, como é o
caso das visitas à Jerusalém, à Basílica Nossa Senhora Aparecida, ao Santuário de
Lourdes, a Santiago de Compostela, entre outros. Nas romarias, os cristãos pagam
promessas, rogam por graças, agradecem por bênçãos recebidas, etc.

A peregrinação é um termo mais amplo, utilizado por pessoas de diferentes tradições


religiosas. Existem hinduístas que peregrinam até determinada gruta onde alguém
alcançou a libertação ou, ainda, até as margens do rio sagrado conhecido como
Ganges. Os povos africanos possuem trajetos específicos para a realização de suas
peregrinações, com objetivos estritamente espirituais. Os islâmicos viajam em
peregrinação a Meca, se possível ao menos uma vez em toda a sua vida, e o Muro
das Lamentações também recebe a visita de muitos judeus.

PÓS-VISITA

1. Rever o roteiro e os elementos explorados na projeção do filme, procurando discutir


os espaços apresentado;

2. Solicitar a produção de um texto baseado nas questões levantadas em sala.

30
ENSINO MÉDIO

Questão motivadora/disparadora
Como reconhecer a contribuição dos espaços sagrados para a organização das manifestações
religiosas na constituição das culturas e das sociedades?

PRÉ-VISITA
Conceito a explorar:
– A experiência religiosa.

Mediações pedagógicas

1. Definir o que vem a ser religião e espaço sagrado.

Ao diferenciarmos os espaços em sagrados e profanos, distinguimos os lugares


frequentados pelas pessoas conforme características próprias, assim esses locais
se relacionam ou não com a religião, com a divindade e com o mistério.

Esses espaços podem ser lugares construídos, como mesquitas, igrejas, templos, ou,
ainda, locais da própria natureza que se tornam sagrados;

2. Pesquisar os rituais das diferentes tradições religiosas.



Sugestões e informações para o professor

“Deixe de odiar”. Para deixar os sentimentos destrutivos de lado, é necessário


estabelecer vínculos de compreensão. Esses vínculos se estabelecem por meio de
nossos aparatos perceptivos, que são também meios comunicativos.
31
• Com os olhos, percebemos as imagens e comunicamos sentimentos profundos.
Vemos uma capela, uma opy, uma sinagoga, e é também com os olhos que captamos
a diferença entre espaços profanos e espaços sagrados. Os códigos expressos em
cada espaço definem sua posição de sacralidade ou não;

• Com os ouvidos, captamos sons, que nos levam a criar imagens, concepções e que
também são mobilizadores de emoções diversas. Cada ritual religioso veicula seus
próprios sons, suas preces, seus mantras, seus cantos, seus lamentos, etc;

• Com a pele, sentimos o mundo à nossa volta; a mais leve brisa ou o calor de
uma chama não chegam à nossa percepção sem marcar nossa experiência imediata,
vinculando pensamentos e sentimentos. Em certos rituais religiosos, as pessoas
tocam o solo, tocam as mãos umas as outras, dançam, andam pelo espaço sentindo
o chão sagrado sob seus pés, etc;

• Com o nariz, captamos cheiros que também dizem algo sobre um lugar ou sobre
alguém. Não é por acaso que determinados ambientes religiosos possuem cheiros
característicos. O cheiro das grandes catedrais de pedra é peculiar, assim como o
cheiro de incenso queimado aos deuses, no hinduísmo, impregna os espaços com
odores muito especiais;

• Com a boca sentimos os sabores, que nos vinculam a diferentes experiências. A


hóstia possui um sabor característico, bem como o vinho, as bebidas indígenas, etc.
Provar determinados alimentos no interior de templos ou ingerir substâncias em
meio a rituais, como o pão e o vinho em algumas celebrações cristãs, fazem com que
os sabores possuam também significação religiosa.

VISITA

Ficar atento às experiências sensoriais na FTD Digital Arena.

32
PÓS-VISITA

1. Questionário individual – Cada estudante responderá ao seu, com total liberdade


para escrever nele suas próprias opiniões/subjetividades.

• Dos espaços que você conhece, quais foram construídos pelas pessoas e quais são
construções da própria natureza?
• Você já viu espaços sagrados naturais, como montanhas, cachoeiras, rios... O que
torna esses espaços sagrados?
• Você já viu espaços sagrados que foram construídos pela humanidade? Que
detalhes você percebeu nesses locais?
• Você já ouviu algum tipo de som que pertence ao mundo religioso?
• Os instrumentos musicais podem ser sagrados? Quando e por quê?
• A oração é sagrada para seguidores de diferentes religiões. O som sagrado preenche
os espaços sagrados, despertando sentimentos nos adeptos de cada religião. Você
conhece alguma canção religiosa? O que ela diz?
• Você já participou de um ritual religioso em que as pessoas tocam algum objeto, por
exemplo, um texto sagrado (Torá, Bíblia, Alcorão, etc.) ou, ainda, em que as pessoas
tocam as mãos de outras ou algum objeto de culto? Descreva sua experiência tátil
em detalhes.
• Para você, qual o significado de pisar em um lugar sagrado e pisar em um lugar
profano?
• Qual é o cheiro do qual você mais gosta?
• Se a experiência religiosa, ou seja, a experiência do encontro com o divino tivesse
um cheiro, que cheiro teria?
• Você já sentiu algum cheiro que estisse ligado a alguma religião ou prática
religiosa? Como era esse cheiro?
• Na sua religião ou em alguma religião que você conhece, existe algum tipo de
celebração em que as pessoas tomam ou comem algo? Qual é o significado disso?
• Qual é o gosto da Páscoa para você? E do Natal?
33
• Qual é o gosto da alegria? Qual é o gosto do sagrado?

Após os estudantes terem respondido às questões, é interessante programar uma


atividade na qual as respostas sejam compartilhadas. Pode-se simular, em sala de
aula, um programa de auditório, no qual o(a) entrevistador(a) faz perguntas à plateia,
de modo informal, envolvendo todos os participantes e proporcionando momentos em
que suas respostas podem ser lidas e compartilhadas com toda a turma.

2. Pedir aos estudantes que analisem estrofes de músicas religiosas verificando a
presença de lugares sagrados construídos e naturais. Os estudantes podem circular
com o lápis as palavras que sugerem espaços sagrados.

HINO DA IGREJA LUTERANA


DEUS É CASTELO FORTE E BOM

Primeira e segunda estrofes:


Deus é castelo forte e bom, defesa no armamento.
Assiste-nos com sua mão na dor e no tormento.
O rei infernal das trevas do mal, com todo o poder e astúcia quer vencer: igual não
há na terra.

A minha força nada faz, sozinho estou perdido.


Um homem a vitória traz, por Deus foi escolhido.
Quem trouxe esta luz?
Foi Cristo Jesus, o eterno Senhor, outro não tem vigor, triunfará na luta.

34
HINO DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA
ALEGRES VAMOS À CASA DO PAI

Coro: Alegres vamos à casa do Pai e na alegria cantar seu louvor!


Em sua casa, somos felizes, participamos da ceia do amor.
A alegria nos vem do Senhor, seu amor nos conduz pela mão. Ele é luz que ilumina o
seu povo, com segurança lhe dá a salvação.
O Senhor nos concede os seus bens, nos convida à sua mesa sentar e partilha
conosco o seu Pão, somos irmãos ao redor deste altar.
Voltarei sempre à casa do Pai, do meu Deus cantarei o louvor. Só será bem feliz uma
vida que busque a Deus como fonte de amor.

CANTO DE ORIXÁ – UMBANDA


OBALUAYÊ

Salve esta roça linda


Que Deus faz abençoada!
Eu louvei abaluaiê
Que é santo desta morada.

CANTO GUARANÍ
KAAGUY NHANDERU CUAPO VAEKUE

Nhanderu fez as florestas


Onde estivermos
Estaremos sempre com seu nome
Vem, vem
Eu estou aqui
Vem, vem
Eu estou aqui!
35
Comentários:

Observe como, na música do hinário luterano, Deus aparece comparado ao lugar


“castelo”, adjetivado como forte e bom. Nesse caso, encontramos uma metáfora
para dizer sobre o divino. A construção humana, como, no caso, o castelo, acaba
simbolizando o próprio Deus: um lugar de segurança e de defesa.

Muitas construções religiosas são a própria metáfora, concreta, da presença da


divindade na Terra, também conhecidas como “Morada de Deus”, “Corpo de Deus”.
Portanto, são construções que estabelecem a possibilidade de religação do indivíduo
com o divino – o lugar sagrado que possui a clara função de marcar a possibilidade
de relação entre os seres humanos e o transcendente.

No hino da Igreja Católica Apostólica Romana, a própria igreja é apresentada como


“Casa do Pai”; nela a mesa está posta para a “ceia do amor”, e tudo isso se realiza em
frente ao “altar”. Observe que o texto indica que na “casa do pai” o canto acontecerá,
e esses cantos serão de louvor.

No canto ao Orixá Obaluaye, rei e senhor da terra, conhecido como o médico que cura
todos os males, ele é saudado como santo da morada, da roça. No caso, a roça se
refere à:

Roça-de-santo que é uma distinção utilizada, inclusive, pelos Omolokôs para


denominar o local onde se concentram as comemorações e rituais aos Orixás. O
termo é uma referência ao período colonial em que os escravos cultuavam os Orixás
às escondidas nas roças e fazendas dos senhores de engenho
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Omolok%C3%B4).

No canto Guarani, vemos que a própria floresta se constitui como espacialidade


sagrada. Nela Nhanderu se encontra, ele a fez e ele também a habita. Para a tradição
36
indígena, todos os espaços de natureza são sagrados, e não apenas a opy, também
conhecida como “Casa de Reza”.

PÓS-VISITA

1. Rever o roteiro e os elementos explorados na projeção, procurando discutir sobre


os espaços apresentados;

2. Solicitar a produção de um texto baseado nas questões levantadas em sala.

ENSINO SUPERIOR

Questão motivadora/disparadora
Como reconhecer a contribuição dos espaços sagrados para a organização das manifestações
religiosas na constituição das culturas e das sociedades?

PRÉ-VISITA

Conceito a explorar:
– A contribuição dos espaços sagrados de manifestações religiosas na constituição das
culturas e das sociedades.

Mediações pedagógicas

1. Um “flash” do sagrado.

37
Orientar os estudantes a tirarem uma foto de um espaço sagrado ou de uma expressão
religiosa do cotidiano;

2. Após uma discussão sobre as fotos, propor reflexão sobre a representação simbólica
dos diferentes espaços. Ler e comentar o texto “Geografia da Religião a partir das
formas simbólicas em Ernst Cassirer: um estudo da Igreja Internacional da Graça
de Deus no Brasil”, de Alex Sandro da Silva e Sylvio Fausto Gil Filho, publicado na
Revista de Estudos da Religião (jun. 2009, p. 73-91).
Disponível em: <http://www.pucsp.br/rever/rv2_2009/t_silva.pdf>.


Sugestões e informações para o professor

Pereira e Gil Filho (2012, p. 41) veem a


tendência de uma das linhas teóricas da Geografia da Religião brasileira; que,
embasada na perspectiva eliadeana, tende a conceber o espaço sagrado na
dinâmica da manifestação locacional do sagrado, nas aparições hierofânicas.
Assim, constrói suas buscas na apreensão das manifestações espaciais do
fenômeno religioso, partindo das expressões materiais evidentes na paisagem.

Com base em Cassirer (1994), Pereira e Gil Filho vislumbram três espacialidades
responsáveis por sua conformação:

1. Espacialidade concreta de expressões religiosas: refere-se ao espaço das


expressões materiais, de objetivação empírica. Nela, o espaço sagrado transparece
como “palco das práticas religiosas”, visto que está em estreita ligação com a
dimensão da percepção;

2. Espacialidade das representações simbólicas: é no “plano da linguagem” que


se apresenta o espaço sagrado. Isso porque, no processo de conformação das
38
experiências religiosas, pela intuição, as percepções são apreendidas nas formas
tempo e espaço, fazendo com que as expressões empíricas da religião sejam elevadas
“rumo às representações”;

3. Espacialidade do pensamento religioso: o espaço sagrado se aproxima de um


“espaço sintético que articula o plano sensível ao das representações galvanizadas
pelo conhecimento religioso”. Compreende, assim, as várias formas de conhecimento
e de convicções do homem religioso, como a tradição e o sentimento religioso
(PEREIRA; GIL FILHO, 2012, p. 45).

VISITA

Perceber as diferentes representações de sagrado, com base na fala dos especialistas,


para debate em sala de aula.

PÓS-VISITA
Mediações pedagógicas
1. Rever o roteiro e os elementos explorados na projeção, procurando discutir sobre
a fala dos especialistas;

2. Solicitar a produção de um texto baseado nas questões levantadas em sala.

Para aprofundamento

Caso queira fazer uma viagem pelos espaços sagrados, convidamos você à leitura do
livro A viagem de Théo:
CLÉMENT, Catherine. A viagem de Théo. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

39
Por que milhões de pessoas acreditam em Deus? Por que tanta gente sente vontade de
ter uma vivência espiritual qualquer? Por que não somos todos ateus? De perguntas
assim surgiu A viagem de Théo, um romance sobre as religiões mais praticadas no
mundo: catolicismo, judaísmo, budismo, protestantismo, islamismo, entre outras.
Os fundamentos históricos e espirituais de cada religião, suas transformações ao
longo do tempo, as lutas contra a intolerância, a construção das figuras divinas, as
regras da fé, o sentido dos ritos, as formas coletivas de exercício da espiritualidade
– jovens e adultos encontram nesse livro um patrimônio pessoal para a vida toda.
Com um conhecimento profundo do tema, um admirável equilíbrio intelectual e uma
viva imaginação narrativa, Catherine Clément nos faz viajar na companhia de Théo
e Marthe – ele, um adolescente que vive enfiado nos livros e sofre de uma doença
grave; ela, uma mulher cosmopolita que esbanja vitalidade. Juntos eles vão aos
principais centros sagrados do mundo (a Bahia é um deles) e, enquanto visitam
os templos e participam das festas rituais, oferecem ao leitor a certeza de que as
religiões são uma das maiores aventuras que a humanidade já pôde sonhar.

Caso queira aprofundar seus conhecimentos sobre o Espaço Sagrado como ciência,
indicamos o livro Espaço sagrado: estudos em geografia da religião:
GIL FILHO, Sylvio Fausto. Espaço sagrado: estudos em geografia da religião. Curitiba:
Ibpex, 2008.

O fenômeno religioso assumiu características distintivas na contemporaneidade,


tornando-se uma base de destaque na compreensão da complexidade do nosso
mundo, devido à pluralidade de expressões sociais e geográficas articuladas pela
dinâmica global da informação. Percebendo a profundidade dessa dinâmica, é
possível afirmar que as abordagens de estudo sobre o fenômeno religioso demandam
estratégias renovadas para decodificar essa realidade? Não seria a religião uma forma
de conhecimento não acessível para todos, devido às necessidades convencionais
de suas próprias estruturas de poder? Em Espaço Sagrado, você encontrará chaves
para a investigação dessas questões. Escrito por Sylvio Fausto Gil Filho, esse é
40
um livro que apresenta as possibilidades de análise do fenômeno religioso como
parte fundamental da compreensão da relação do homem com o mundo. Portanto,
os sentidos da experiência humana são articulados à busca do transcendente, sendo
possível entendê-los a partir de suas expressões e representações. Interessará a
religiosos e estudiosos das áreas de geografia humana, história, ciências sociais,
ciências da religião, filosofia e teologia.

Entretanto, se você deseja ter uma visão das tradições religiosas, propomos a leitura
do livro Cultura religiosa: caminhos para a construção do conhecimento:
ALVES, Luiz Alberto Sousa. Cultura religiosa: caminhos para a construção do
conhecimento. Curitiba: Ibpex, 2009.

Cultura religiosa sai dos padrões das obras meramente literárias sobre religião e
leva o leitor à descoberta dos mais variados aspectos que abrangem a religiosidade
humana. Escrito por Luiz Alberto Sousa Alves, mestre em Educação e especialista
em História da Filosofia Contemporânea, este livro retrata o fascinante mundo das
religiões, doutrinas e tradições que acompanharam a história da humanidade ao longo
dos séculos. Voltado a alunos, educadores, historiadores e sociólogos, o conteúdo
aqui abordado propõe a avaliação do papel da espiritualidade no mundo de hoje,
levando o leitor a sair do senso comum para interpretar o significado de símbolos,
rituais e manifestações religioso-culturais.

Finalmente, caso queira acompanhar as novidades no campo da Educação Religiosa,


com estratégias e conteúdos, indicamos o site do Grupo de Pesquisa Educação e
Religião – GPER: <www.gper.com.br>. Nele, você poderá se manter atualizado sobre
diferentes aspectos da educação e da religião.

Para continuar a dialogar com seus alunos sobre os temas abordados no filme Espaços
Sagrados, indicamos alguns livros de literatura da Coleção FTD, que o ajudarão a
prosseguir com esse trabalho:
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TÍTULO SINOPSE COMENTÁRIOS/DIRECIONAMENTOS
De pai para filho, de avô para neto, o povo do
Timor-Leste gosta de contar e ouvir histórias que A partir de espaços diferenciados do Brasil como
A ilha do crocodilo: contos e lendas do se perdem no tempo. O contador de histórias Timor-Leste, provocar o conhecimento de nossa
timorense recebe um nome muito especial, Lia
Timor-Leste, de Geraldo Costa cultura, nossa gente, das diferentes tradições
Nai, que significa “Senhor da Palavra”. Palavra que religiosas.
encanta e que reúne as crianças, fazendo brilhar
seus olhos nas noites da Terra do Sol Nascente.
É uma fábula política, uma crítica aguda à
exploração dos bens da Terra, ao consumismo,
especialmente do supérfluo. O meio ambiente e o
modo de vida dos moradores da montanha, os lupis
(seres fictícios) são transformados pela descoberta
A montanha da água lilás: fábula para todas de um líquido de cor lilás e perfume muito doce, a A natureza, um espaço a ser respeitado para tornar
água lilás, que tem inúmeros usos. Paralelamente
as idades, de Pepetela ao esgotamento da água lilás, ocorre a degradação sagrado.
do meio ambiente e a desagregação do modo
de vida dos lupis. Inclui prefácio e notas de
Benjamin Abdala Junior, especialista em literaturas
africanas de língua portuguesa, reconhecido
internacionalmente.
Coletânea de sete contos da cultura guarani, de
cinco autores. A maior parte deles conta a origem
de alguma coisa: por que é tão difícil caçar o
urubu-rei; a origem do sol e da lua; por que os
sapos fazem tanto barulho à noite; como um Os indígenas muito nos ensinam sobre como
menino valente colocou limites ao sol, ao vento e ocupar os espaços e preservar a natureza. Descobrir
As Queixadas e outros contos guaranis,
organizado por Olívio Jekupé ao frio; a primeira e única moça que virou sereia; seus ritos, mitos e símbolos é uma estratégia para
um coelho silvestre (tapixi) tímido, mas curioso; dialogar sobre a diversidade cultural e religiosa
o indígena que conheceu a Terra sem Males (Yvy brasileira.
Marãhe’y). O livro inclui uma apresentação e textos
informativos sobre os Guarani e sobre o cotidiano
das crianças nas aldeias.

A obra reúne sete contos para crianças e traz


situações inusitadas: no primeiro conto, para poder
brotar e crescer, uma semente de milho precisa do
acordo entre a chuva, o vento, o sol e a lua. Em Os contos sobre animais e objetos, especialmente
outro, um papagaio protege um leão de caçadores. os oriundos das culturas indígenas e africanas, são
Conchas e búzios, de Manuel Rui No último, duas cadeiras resolvem dançar por estratégias para explorar a riqueza do simbólico,
conta própria. Por meio de uma linguagem cheia muito presente nas tradições religiosas.
de humor e poesia, enriquecida com contribuições
das línguas nativas africanas, esse livro apresenta
uma visão de mundo ao mesmo tempo crítica e
solidária.
As quatro histórias reunidas nesse livro e recontadas
por uma de nossas grandes escritoras são um
verdadeiro tesouro do Oriente Médio. No conto
“Ali Babá e os quarenta ladrões”, um lenhador,
Ali Babá, encontra uma caverna de tesouros que
pertence a quarenta ladrões. Em “O cordeiro de Espaços diferenciados do Brasil, como os da cultura
Bagdá”, dois amigos muito ricos fazem uma aposta árabe, que ajudou inclusive a construir nossa terra,
Histórias árabes, de Ana Maria Mac hado para demonstrar o que traz a felicidade: dinheiro podem provocar o conhecimento de nossa cultura,
ou virtude e ajuda de Alá? “O pássaro falante” é a nossa gente, das diferentes tradições religiosas.
história de três irmãs. A caçula casa com o sultão,
o que desperta a inveja e maldade das outras. E
“Tapete, luneta e damasco” narra a história de três
irmãos que disputam a mão da filha de um sultão e
de três objetos maravilhosos.

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TÍTULO SINOPSE COMENTÁRIOS/DIRECIONAMENTOS
Nessa obra, uma de nossas principais autoras
reconta quatro histórias da fascinante civilização
chinesa. Em “A Casa de Porcelana Azul”, um rapaz
valente e de espírito aventureiro faz amizade com
o morador da Casa de Porcelana Azul, que se
acreditava ser habitada por gênios. “A lenda do Espaços diferenciados do Brasil, como os da
salgueiro” traz uma linda história de amor entre cultura chinesa, que ajudou inclusive a construir
a filha de um mandarim muito poderoso e um
Histórias chinesas de Ana Maria Machado nossa terra, podem provocar o conhecimento
auxiliar de contador. “O Príncipe Tartaruga” narra de nossa cultura, nossa gente, das diferentes
como um rapaz bondoso salvou uma tartaruga que, tradições religiosas.
na realidade, era o oitavo príncipe de um rio e o que
esse príncipe fez para demonstrar sua gratidão. E
em “Passeio nas nuvens”, um rapaz bom, generoso
e trabalhador encontra, em uma hospedaria, um
homem pálido e magro que, na verdade, era um
gênio muito poderoso.
“Hermes e os lenhadores” é uma fábula que
discute o valor da honestidade. Em “Teseu e o
Minotauro”, Teseu mata o Minotauro com a ajuda
de Ariadne, mas depois a abandona. Em “Dédalo
e Ícaro”, pai e filho conseguem fugir de uma torre A nossa cultura teve grande contribuição da
graças à engenhosidade e à paciência; mas, sem tradição greco-romana, inclusive por meio do
Histórias greco-romanas, de Ana Maria Machado a prudência do pai, Ícaro sofre um acidente fatal. cristianismo, influenciado por estas culturas. Suas
“Eco e Narciso” e “A tapeçaria de Aracne” narram histórias nos ajudam a explorar o valor do símbolo
a origem do eco, do narciso e da aranha. “Píramo e dos espaços que se tornaram sagrados.
e Tisbe” é uma história de amor entre um rapaz
e uma moça cujas famílias proibiram o namoro.
“Cupido e Psiquê” é uma das mais lindas histórias
de amor de todos os tempos.
Apresenta vinte e quatro lendas indígenas,
selecionadas e interpretadas pelo pintor e -contador
de histórias Walde-Mar de Andrade e Silva. Ilustrado Os indígenas muito nos ensinam sobre como
com 25 obras desse grande artista, o livro é fruto de ocupar os espaços e preservar a natureza. Descobrir
Lendas e mitos dos índios brasileiros, sua convivência de oito anos com as principais tribos seus ritos, mitos e símbolos é uma estratégia para
de Walde-Mar de Andrade e Silva do Xingu. De um lado, a obra mostra a riqueza de dialogar sobre a diversidade cultural e religiosa
detalhes e as cores vibrantes da pintura naturalista, brasileira.
do outro, um texto revelador da sensibilidade desse
aluno do índio e da natureza.
Segundo a tradição, plebeus não podiam levantar
os olhos para uma princesa. Olho de Pedra seria
condenado à morte, pois ousou levantar os olhos
para Estrela Radiante, a princesa do império inca. Histórias de amor ajudaram a organizar as
O amor que o sol proibiu, de Alberto Beuttenmüller Sua salvação, no entanto, condenou-o duplamente, experiências humanas; em diferentes cenários,
pois sofreria pelo amor não correspondido e seria essas histórias foram recontadas. Por que não
testemunha da paixão entre o general plebeu Ollanta explorar o cenário desses contos?
e Estrela Radiante. Olho de Pedra viveria para destruir
o senhor dos sonhos de Estrela Radiante, nem que
para isso abrisse mão da própria vida.
A obra mostra os quilombos como uma forma Os quilombos foram espaços de resistência de
Os africanos e seus descendentes no Brasil, ampla de os africanos expressarem sua resistência uma grande comunidade que formou nosso país.
de Alfredo Boulos Júnior à escravidão e uma maneira de cultivarem suas Nessa resistência, construíram suas tradições e
tradições. sua religião.
O livro traz a história de cinco meninas, filhas
das amazonas, lendárias guerreiras indígenas Os quilombos foram espaços de resistência de
que deram nome ao estado homônimo, na região uma grande comunidade que formou nosso país.
Pequenas guerreiras, de Yguarê Yamã Norte do Brasil. Um dia, elas vão brincar no lago Nessa resistência, construíram suas tradições e
Espelho da Lua, na região do rio Nhamundá, e são sua religião.
surpreendidas por indígenas inimigos.

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TÍTULO SINOPSE COMENTÁRIOS/DIRECIONAMENTOS
O livro traz oito contos da tradição popular de
diferentes países: Albânia, Itália, Romênia,
Marrocos, Serra Leoa, Sri Lanka, povo cigano
e Argélia. Antes de cada história, uma breve Espaços diferenciados do Brasil podem
introdução com particularidades da região é
Um mundo de histórias de países distantes, apresentada ao jovem leitor. São histórias de provocar o conhecimento de nossa
de Graziella Favaro pequenos e gigantes, guerreiros e princesas, cultura, nossa gente, das diferentes
animais falantes e objetos encantados, de trapaças
e de magia. Essas histórias apresentam um tradições religiosas.
território encantado, onde a realidade e a fantasia
se encontram para acompanhar essa deliciosa
viagem.

44
REFERÊNCIAS

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Religioso.
Disponível em:
<http://www.paulinas.org.br/dialogo/?system=paginas&action=read&id=7652>.
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BOFF, Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. Petrópolis: Vozes,
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MATOS, Alderi Souza de. Os átrios do Senhor: o significado dos templos cristãos na história.
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afirmação de ancestralidade africano-brasileira. In: CONGRESSO LUSO-AFRO-BRASILEIRO
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