A cromatina nos centrômeros revela como as variantes de histonas podem criar estruturas
especiais.
- em vários organismo complexos (ex humanos), cada centrômero está inserido em um
segmento especial de heterocromatina cêntrica, que persiste por toda a intérfase.
- essa cromatina (em que está inserido o centrômero) possui variante da histona H3 específica
de centrômeros, chamada CENP-A, que está associada a proteínas adicionais que
“empacotam” os nucleossomos, formando o cinetócoro (estrutura essencial para a ligação ao
fuso mitótico)
Exemplo: centrômero de Levedura S. Cerevisial: sequência específica de DNA com
aproximadamente 125 pares de nucleotídeos com mais de 12 proteínas diferentes associadas,
como por exemplo a CENP-A (variante da histona H3) que, com mais outras 3 proteínas, forma
o nucleossomo específico do centrômero. As proteínas adicionais do centrômero ligam o
nucleossomo a um único microtúbulo a partir do fuso mitótico.
- Centromeros de organismos mais complexos são maiores que, por exemplo, os da levedura.
Em humanos há centenas de milhares de pares de nucleotídeos que não contém uma
sequencia de DNA específica dos centrômeros. Os centrômeros são pequenas sequências
repetidas de DNA (DNA de satélites alfa), mas essas mesmas sequências são encontradas em
outras posições, assim pode-se ver que elas não são suficientes para promover a formação do
centrômero. Em casos raros observou-se que centrômeros novos (neocentromeros) formam-
se espontaneamente em cromossomos fragmentados.
- Centromeros de organismos complexos são conjuntos de proteínas, em vez de uma
sequencia específica de DNA. Há uma marcada alternância entre 2 formas modificadas de
cromatina, que permite que a heterocromatina centrica se dobre, posicionando os
nucleossomos com CENP-A na parte externa do cromossomo mitótico, onde serão ligados a
um conjunto de proteínas, formando as placas do cinetócoro. Essas placas são essenciais para
a partição perfeita dos cromossomos (através da capturação de microtúbulos do fuso mitótico)
Formação do centrômero humano: diversas sequencias ricas em A-T de DNA de satélites alfa
estão repetidas milhares de vezes no centrômero, sendo envolvidas por heterocromatina
pericêntrica. Há alguns casos em que cromossomos extras são observados nas células dos
descendentes, sendo formados por eventos de quebra e sem a presença de DNA satélite alfa,
mas mesmo assim novos centrômeros foram formados a partir de DNA originalmente da
eucromatina.
Estruturas de cromatina podem ser diretamente herdadas
- Para a formação de um novo centrômero, precisa-se de um evento inicial de semeadura
(formação de estrutura especializada de DNA e proteína e com nucleossomos formados com a
variante da histona H3, a CENP-A). Em humanos é mais comum esse evento de semeadura em
arranjos de DNA de satélite alfa que em outras sequências. Os tetrâmeros H3-H4 de cada
nucleossomo na hélice de DNA original são herdados pelas hélices-filhas de DNA
- Os cromossomos evoluem pela quebra e religação de fragmentos cromossômicos, levando a
formação de cromossomos com 2 centrômeros ou cromossomos sem centrômeros.
- o centrômero inteiro é formado como uma única entidade, com uma adição altamente
cooperativa de proteínas após a semeadura.
resumo geral:
- existe grande variedade de cromatinas, que são conjuntos de modificações covalentes
reversíveis das 4 histonas do cerne do nucleossomo. Essas modificações podem ser mono, di
ou trimetilação de cadeias laterais de lisinas
- o código de histona é lido quando módulos de uma proteína ligam-se aos nucleossomos
modificaos em uma região da cromatina. As proteínas do código atraem proteínas adicionais
que catalisam funções biológicas relevantes. O complexo de proteínas de leitura de código
contêm enzima de modificação de histonas, como a metilase de histonas
- heterocromatina é encontrada em geralmente ao redor dos centrômeros e próxima aos
telomeros, mas também está presente em vários outros locais.
- O forte empacotamento do DNA em heterocromatina normalmente provoca o silenciamento
dos genes dessa região.
- O efeito posicional variegado fornece boas evidencias para a herança direta de formas
condensadas de cromatina pelas hélices-filhas de DNA produzidas na forquilha de replicação
- a capacidade de transmitir estruturas de cromatina especificas de uma geração celular a
outra fornece as bases para o processo de memória celular epigenética.