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UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA MECATRÓNICA

GUIA PRÁTICO

DISCIPLINA Fundamentos de Energia Eléctrica

SEMESTRE Impar

ANO 2º

TURNO Todos

LABORATÓRIO LIA e LET

DURAÇÃO TEMAS

_ _ _ _ Hora (s)
Medições de Grandezas Eléctricas
_ _ _ _ Hora (s)

_ _ _ _ Hora (s)
Ligação em Estrela e em Triângulo
_ _ _ _ Hora (s)

_ _ _ _ Hora (s)
Principio de Funcionamento do Transformador
_ _ _ _ Hora (s)

_ _ _ _ Hora (s)
Demonstração do Fenómeno de Auto-Indução
_ _ _ _ Hora (s)

TOTAL _ _ _ _ Hora (s)

O docente
_____________________________________________________

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REGRAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO

O presente conjunto de regras tem como primeiro objectivo garantir a sua segurança e, em
segundo, a integridade do equipamento que é de todos. Ao longo de todo o trabalho, tenha sempre
presente que:
A ELECTRICIDADE PODE MATAR!

ANTES DE LIGAR A ALIMENTAÇÃO:


1. Nunca trabalhe sozinho no laboratório.
2. Antes de iniciar a montagem do equipamento necessário, verifique que a alimentação da
bancada se encontra desligada.
Note que existe na bancada um Botão de Emergência e um disjuntor diferencial de corrente
alternada.
3. Inspeccione visualmente o material que vai usar; cabos de ligação com o isolamento
danificado ou bornes defeituosos, não devem ser utilizados.
4. Se desconhece a gama de variação das grandezas em jogo (tensões, correntes, potências)
seleccione a escala de leitura mais ampla dos aparelhos de medida.
5. Tenha em atenção, principalmente se está a trabalhar com máquinas em movimento, se os
seus cabelos são longos, prenda-os num "rabo de cavalo", ou se tem roupas largas e “soltas” como
por exemplo mangas de camisa ou uma gravata que estas poderão ficar presas nos veios de
transmissão.
6. Mantenha a bancada livre de objectos desnecessários ao seu trabalho tais como cabos de
ligação e equipamento que não foi usado, peças de vestuário, mochilas, etc.
7. Verifique as ligações e certifique-se de que não existem cabos com um terminal desligado.
8. Se estiver a usar um autotransformador directamente ligado à rede, verifique se este se
encontra "fechado".
DEPOIS DE LIGAR A ALIMENTAÇÃO:
1. Verifique as escalas de leitura e ajuste-as, se necessário. Repita este procedimento sempre
que alterar as condições do ensaio (variação de carga, tensão de alimentação corrente).
2. Nunca altere as ligações do circuito com a alimentação ligada.
3. Restrinja os seus procedimentos aos indicados no guia de laboratório. As excepções a esta
regra devem ser acompanhadas, pessoalmente, pelo professor da aula.
4. Evite tocar nas partes metálicas dos equipamentos. Caso verifique alguma anomalia,
comunique-a ao seu professor.
5. Respeite os valores nominais dos equipamentos que está a utilizar.
DEPOIS DE DESLIGAR A ALIMENTAÇÃO:
1. Desmonte com cuidado o material utilizado e arrume-o onde o encontrou.
2. Devolva ao professor o material que este, pessoalmente, lhe colocou à disposição.
3. Tenha em atenção que existem componentes que podem apresentar uma diferença de
potencial aos seus terminais, mesmo quando a alimentação já foi desligada (caso dos
condensadores).
EM CASO DE ACIDENTE:
1. Mantenha a calma.
2. Não tente socorrer um colega que esteja em contacto com uma tensão; desligue
imediatamente o disjuntor.
3. Em caso de incêndio, use os extintores colocados à sua disposição nos corredores junto ao
laboratório.

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TRABALHO 1: MEDIÇÕES DE GRANDEZAS ELÉCTRICAS
Teoria Teórica (Grandezas básicas da electricidade)
Carga eléctrica
A cada partícula pode ser atribuída uma carga eléctrica. Assim a carga eléctrica é um atributo da
matéria parecido como a massa. Ao contrário da massa, a carga eléctrica pode ser positiva, negativa
ou nula. A carga menor é a carga do electrão, e a unidade da carga eléctrica é o coulomb (C).
A carga do electrão é uma constante fundamental da física: e = 1,602 ·10 -19 C. Cargas q1 e q2 do
mesmo sinal provocam forças repulsivas, cargas com sinal diferente provocam forças atrativas.

Figura a: Forças atractivas e repulsivas entre cargas


Energia Eléctrica, tensão eléctrica:
Quando uma carga Q é movida de um ponto para outro numa região onde existe um campo eléctrico,
há trabalho eléctrico W gasto pelo agente que produz o movimento.
W = Q ∙ U, onde U = diferença do potencial entre os dois pontos. (1)
Num circuito, U chama-se comummente tensão eléctrica, voltagem ou FEM e é também costume nos
textos usar o símbolo V ou �V. A unidade da tensão é [U] = volt = V.
Intensidade de corrente:
A aplicação de uma tensão entre dois pontos de um condutor eléctrico, por exemplo, um metal,
provoca um movimento de carga eléctrica. Dice-se que tem-se produzido uma corrente eléctrica.
Quando a carga Q passa numa secção transversal de um condutor durante o tempo t, flui uma
corrente de intensidade
I = Q/t (2)
A unidade da intensidade de corrente é [ I ] = A = Ampere. Nos metais, as cargas que se movem são
os electrôes (cargas negativas), mas uma carga negativa que se move num sentido é equivalente a
uma carga potiva do mesmo valor modular movendo-se em sentido contrário. Por convenção, o
sentido tem que se movem as cargas positivas é tomado como o sentido positivo da corrente.
Resistência eléctrica:
Quando U é a tensão entre os dois extremos de um condutor em que passa uma corrente de
intensidade I, o respectivo quociente destas duas grandezas é chamado resistência eléctrica
R =U/I (3).
A unidade de R é [R] = Ω = Ohm.
Para muitos metais R é constante e independente da intensidade de corrente (grande intervalo
das intensidades).

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R = constante → U = R∙ I (Lei de Ohm) (4)
Com estas ferramentas podemos descrever o circuito simples abaixo:

Figura b: Circuito eléctrico com fonte de tensão, resistência, amperímetro e voltímetro

A fonte de tensão é uma fonte local que fornece uma tensão constante U. Para medir a intensidade de
corrente, um multímetro é ligado em serie com a fonte de tensão e a resistência R. Este multímetro
trabalha no modo de amperímetro. Para determinar a queda de tensão sobre a resistência R, o mesmo
ou outro multímetro (ligado em modo de voltímetro) é ligado em paralelo com a resistência R.
O Multímetro Digital
 Um multímetro pode ser utilizado para medir várias grandezas da electricidade, como:
 Tensão (contínua e alternada)
 Intensidade de corrente (contínua e alternada)
 Resistência
 Capacidade
 Indutância
 Temperatura
A parte principal de cada multímetro é um voltímetro. Como mostra a figura c, a parte voltímetro
contém um gerador de uma tensão que aumenta linearmente com o tempo (forma “dente de serra”),
um oscilador, que produz uma tensão periódica com frequência definida, um comparador, um
contador e um ecrã que indica o resultado da medição. Assim o sinal da tensão para medir é
comparado com a tensão do gerador. Durante o aumento da tensão do gerador em cada unidade de
tempo, definido pelo oscilador, o contador é aumentado de um.
Quando a tensão do gerador é igual à tensão a medir, o oscilador pára e o conteúdo do contador
aparece no ecrã como resultado da medição.

Figura c: Princípio de um Voltímetro Digital


Assim, é claro que cada Multímetro precisa de uma fonte de tensão, como pilhas ou uma célula solar.
A resistência de entrada dum Voltímetro deve ser alta (no nosso caso 10MΩ) para minimizar a

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corrente que passa no instrumento e pode falsificar o resultado. Aumentando a frequência do
oscilador também aumenta a exactidão do aparelho.
A faixa de medição de um Voltímetro tem que ser alterada, quando queremos por exemplo medir
uma tensão entre 200V e 250V em vez de uma tensão entre 5V e 10V. Esta alteração é feita dividindo
a tensão a medir utilizando resistências como mostrado na figura d.

Lembramos que
• Resolução: Cota menor, que pode ser medida com um instrumento, ou a diferença menor entre dois
valores que ainda podem ser distinguidos com o instrumento.
• Incerteza: Parâmetro associado ao resultado da medição, que caracteriza a dispersão dos valores
que podem ser razoavelmente atribuídos à grandeza medida.
• Erro: Diferença algébrica entre o resultado da medição e o valor verdadeiro damedida.
• Erro relativo: Quociente do erro da medição pelo valor verdadeiro da medida.
Usualmente a resolução e a incerteza de um meio de ensaio são listados no manual do respectivo
aparelho. Tabela 1 mostra os dados do nosso Multímetro:

Tabela 1: Características da parte Voltímetro dependente da faixa de medição

A parte Amperímetro utiliza a parte Voltímetro para determinar a tensão caída sobre uma resistência
interna (shunt) aplicando a lei de Ohm.
Para medir resistências um gerador de corrente constante é integrado no multímetro. A queda de
tensão sobre a resistência a medir é determinada utilizando a parte Voltímetro do aparelho (figura e).

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Figura e: Princípio de um Ohmímetro Digital

Objetivo
Saber utilizar um multímetro para medição de parâmetros eléctricos
Descrição
Construir um pequeno circuito elétrico num contraplacado e medir a corrente, tensão e a resistencia
do mesmo, no caso de alimentação DC e AC
Materiais
 1 contraplacado para fazer os circuitos.
 3 Lâmpadas incandescentes de 60W ou de 100Wcom os seus devidos suportes (para paredes).
 1 Lâmpadas Fluorescentes Compacta com os seu suporte (para paredes).
 3 metros de condutor azul de 1,5 mm2.
 3 metros de condutor preto de 1,5mm2.
 3 Multímetros Digitais (com amperímetro, Voltimetro e Ohmimetro)
 2 Fichas de junções.
 1 pacote de braçadeiras.
 1 Ficha monofásica
 1 Alicate de corte
 1 Busca polo
 1 Chave de Fenda
 1 Chave de Estrela
 1 Disjuntor Bipolar de baixo poder de corte (25A).
 1 Rolo de fita isoladora.
Procedimento
1. Medição de Resistência
1.1 Pegue um resistor no laboratório e meça o seu valor. Compare o Valor com o lido, pelo método
de código de cores. Anote os valores e explique a diferença.
1.2 Coloque uma lâmpada incandescente num suporte e meça a sua Resistência. Anote o valore.
1.3 Coloque uma lâmpada fluorescente compacta num suporte e meça a sua Resistência. Justifique o
Resultado.
2. Medição de Tensão e Corrente
2.1 Monte o circuito (usando as 3 lâmpadas incandescentes) de acordo com a figura:

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OBS: Não esquecer do disjuntor.

2.2 Coloque um Amperímetro no modo DC para medir as correntes em L2 e L3. Fechar o interruptor,
observar e justificar o resultado.~
2.3 Desligar as lâmpadas, mudar os amperímetros para AC e medir os valores das correntes. Anotar
os Resultados
2.3 Colocar um Voltímetro, no modo AC, para medir a tensão na Lâmpada L1. Anotar.
2.4 Colocar um Voltímetro, no modo AC, para medir a tensão na Lâmpada L2. Anotar.
2.5 Justificar as diferenças e apresentar a corrente que percorre a Lâmpada L1 (calculada através do
valor da sua tensão e da sua resistência).

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TRABALHO PRÁTICO 2: LIGAÇÃO EM ESTRELA E LIGAÇÃO EM TRIÂNGULO

Introdução Teórica (Sistemas trifásicos e ligações Estrela e triângulo)


O sistema trifásico é a forma mais comum de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica
em corrente alternada. Este sistema incorpora o uso de três ondas senoidais balanceadas, defasadas
em 120 graus entre si, de forma a balancear o sistema, tornando-a muito mais eficiente ao se
comparar com três sistemas isolados. As máquinas elétricas trifásicas tendem a ser mais eficientes
pela utilização plena dos circuitos magnéticos. As linhas de transmissão permitem a ausência do
neutro, e o acoplamento entre as fases reduz significantemente os campos eletromagnéticos.
Finalmente, o sistema trifásico permite a flexibilidade entre dois níveis de tensão.
O sistema responsável pelo transporte de energia elétrica das unidades geradoras para as unidades
consumidoras é composta basicamente por três subsistemas:
 Sistema de geração de energia: Composta pelos elementos responsáveis pela conversão da
energia de alguma fonte primária em energia elétrica e quaisquer outros componentes das
unidades de geração.
 Sistema de transmissão: Composta pelos elementos responsáveis pelo transporte da energia
obtida dos vários sistemas de geração para o(s) sistema(s) de distribuição interligados pelo
sistema de transmissão.
 Sistemas de distribuição: Composta pelos elementos responsáveis pela adequação da energia
para o uso de consumidores de grande, médio e pequeno porte.
A transmissão de energia elétrica é feita por meio de um sistema de transformadores e condutores
elétricos também chamados de linhas de transmissão os quais transmitem a energia elétrica gerada
nas unidades geradoras para as unidades consumidoras ou cargas.
O sistema de transmissão permite que a tensão eléctrica proveniente dos terminais dos geradores
localizados nas unidades de geração alcance a alimentação das unidades de consumo atendidas pelo
sistema.
Para a geração de tensões e correntes alternadas, utiliza-se geradores síncronos ou de indução que em
teoria poderiam fornecer qualquer número de sinais de tensões e correntes alternadas igualmente
defasadas entre si dependendo da construção dos geradores.
Por questões de praticidade, econômicas (economia de material) e técnicas (qualidade da energia
fornecida), optou-se por utilizar o sistema trifásico.
Sistema Trifásico
Os sistemas trifásicos de energia elétrica são compostos de 3 tensões alternadas, no qual a energia
elétrica é transmitida por meio da composição dos três sinais de tensão defasados de 2π/3 radianos
(120°,1/3 de um ciclo).
A cada sinal de tensão alternada utilizado no sistema atribui-se o nome de fase (pelo facto de, a única
caracteristica que diferem os três sinais é a fase), e portanto no sistema com 3 sinais temos um
sistema trifásico

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Originalmente o sistema é projetado para fornecer sinais de tensão senoidais no tempo, mas com o
aumento das cargas eletrônicas (não lineares) a forma de onda do sinal de tensão sofre deformações o
que causa o surgimento de harmônicos no sinal de tensão.
Ao se trabalhar com sistemas trifásicos, é comum se definir algumas variáveis relacionadas a tensão
e a corrente, para facilitar o cálculo da potência elétrica transmitida. Considerando um sistema
trifásico com uma distribuição simétrica de cargas nas 3 fases e supondo que as formas de onda da
tensão são senoidais temos:
V A =√2 V . cos(ωt+φ A )

V B =√ 2V . cos( ωt+ φB )

V C =√ 2 V . cos (ωt +φ C )

onde V é valor eficaz dos sinais de tensão.


Quando se mede as tensões que estão aplicadas diretamente sobre as cargas temos o sinal de tensão
de fase , e são as tensões de fase.
Ligação Estrela e Triângulo
As cargas trifásicas podem ser interligadas ao sistema de dois modos distintos:
 Em estrela, também chamado de Y: um dos terminais das cargas é conectado a uma das fases
do sistema enquanto o outro terminal é conectado a um ponto comum que é o neutro utilizado
para se medir as tensões de fase.

Figura 1: Estrela (símbolo: Y)


 Em triângulo, também chamado de delta ( Δ ): nesta configuração um dos terminais das
cargas é conectado numa fase e o outro terminal de outra fase, e assim, sucessivamente.

Figura 2: Triângulo ou delta (símbolo: Δ)


Na conexão estrela podemos calcular o valor eficaz das 'tensões de linha' a partir dos valores
eficazes das 'tensões de fase':

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E as 'correntes de fase' são idênticas às 'correntes de linha', pois a corrente que circula por uma das
cargas é a mesma que circula por uma das fases.
Na conexão triângulo ou delta a 'tensão de fase' é igual a 'tensão de linha' pois a tensão aplicada
sobre cada uma das cargas é a diferença entre as tensões aplicadas às cargas vizinhas. E os valores
eficazes das 'correntes de linha' podem ser calculadas com os valores eficazes das 'correntes de
fase':

Pressupondo um sistema balanceado, que nem sempre ocorre na prática.

Objetivos
 Verificar a relações dos parâmetros de linha e dos parâmetros de fase de um sistema trifásico.
 Analisar um sistema trifásico equilibrado e desequilibrado.
Descrição
Construir um circuito com 3 cargas ligadas em estrela e depois em triangulo (com amperímetros para
registrar as correntes de linha e de fase), e um voltímetro para medir as tensões. Vamos analisar os
dois casos: O sistema equilibrado e o sistema desequilibrado.
Materiais
 1 contraplacado para fazer os circuitos.
 3 Lâmpadas de 400V/400W com os seus devidos suportes (para fixar na madeira).
 3 Lâmpadas de 400V/800W com os seus devidos suportes (para fixar na madeira).
 3 Lâmpadas de 400V/500W com os seus devidos suportes (para fixar na madeira).
 4 m de condutores azul de 2,5 mm2.
 4 m de condutores castanho de 2,5 mm2.
 4 m de condutores preto de 2,5 mm2.
 3 fichas de junções.
 1 pacote de braçadeiras.
 1 ficha trifásica
 1 Alicate de corte
 1 Busca polo
 1 Chave de Fenda
 1 Chave de Estrela
 1 Disjuntor Tetrapolar de baixo poder de corte (25A).
 4 Multímetros.
 1 Rolo de fita isoladora.

Procedimento:
1. Verificação dos parâmetros da ligação em estrela equilibrada.
1.1 Montar o circuito de acordo com a figura abaixo, usando 3 lâmpadas de igual potência, conforme
a figura abaixo:

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Figura 3: Circuito da parte 1.
1.2 Ligar o disjuntor. Medir a Corrente na saída do disjuntor 1 (corrente de linha), meça a corrente no
disjuntor 2 (corrente de fase) e a corrente do disjuntor 3 (no neutro). Anotar o Resultado.
1.3 Medir a tensão nos terminais de cada lâmpada. Medir a tensão entre duas fases na saída do
disjuntor. Anotar os valores.
1.4 Tirar conclusões.

2. Verificação dos parâmetros da ligação em estrela desequilibrada (seguir o mesmo procedimento


que os pontos 1, mas usando 3 lâmpadas de potência diferente).

3. Verificação dos parâmetros da ligação em estrela equilibrada.


3.1 Montar o circuito de acordo com a figura abaixo, usando 3 lâmpadas de igual potência, conforme
a figura abaixo:

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Figura 2: Circuito da parte 2.
3.2 Ligar o disjuntor. Medir a Corrente na saída do disjuntor 1 (corrente de linha), meça a corrente no
disjuntor 2 (corrente de fase). Anotar o Resultado.
3.3 Medir a tensão nos terminais de cada lâmpada. Medir a tensão entre duas fases na saída do
disjuntor. Anotar os valores.
3.4 Tirar conclusões.

4. Verificação dos parâmetros da ligação em triângulo desequilibrada (seguir o mesmo procedimento


que os pontos 3, mas usando 3 lâmpadas de potência diferente).

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TRABALHO PRÁTICO 3: TRANSFORMADORES.

Introdução teórica (Tansformadores)

Um transformador é um dispositivo destinado a transmitir energia elétrica ou potência elétrica de um


circuito à outro, transformando tensões, correntes e ou de modificar os valores das Impedâncias de
um circuito elétrico. Trata-se de um dispositivo de corrente alternada que opera baseado nos
princípios eletromagnéticos da Lei de Biot-Savart, da Lei de Faraday e da Lei de Lenz. É portanto
algo que transforma energia eléctrica em energia eléctrica (com características diferentes), mantendo
uma independência eléctrica – não há qualquer ponto de ligação eléctrica – entre as duas tensões do
transformador. Dado, ainda, o princípio de conservação de energia, é óbvio que se mantém a potência
(P = W/t) igual, dum lado e doutro do transformador, o que faz com que alterações em termos de
tensão, provoquem alterações em termos de corrente, mantendo-se a energia que “entra” igual à
energia que “sai”.

A criação do fluxo magnético é realizada com uma bobine de fio, através da qual se faz passar uma
corrente eléctrica variável no tempo (lei de Lenz-Faraday). O valor de tensão diferente, é obtido
colocando uma segunda bobine de fio enrolada em torno da mesma peça de ferro, bobine que vai ser
influenciada pelo fluxo magnético criado pela primeira bobine. A primeira bobine, onde se liga a
fonte de tensão, é chamada de primário (ou enrolamento primário) e a segunda bobine, onde se vai
buscar a tensão diferente, é chamada de secundário (ou enrolamento secundário).

Figura 1: Modelo do transformador de dois enrolamentos.

No caso dos transformadores de dois enrolamentos, é comum denominá-los como enrolamento


primário e secundário. Existem transformadores de três enrolamentos sendo que o terceiro é
chamado de terciário. Existe também um tipo de transformador denominado autotransformador, no
qual o enrolamento secundário possui uma conexão elétrica com o enrolamento do primário.

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A corrente alternada no primário origina um fluxo magnético alternado no núcleo. Este fluxo
atravessa o secundário originando nele uma corrente alternada induzida
Transformadores de potência são destinados primariamente à transformação da tensão e das
correntes operando com altos valores de potência, de forma a elevar o valor da tensão e
consequentemente reduzir o valor da corrente. Este procedimento é utilizado, pois ao se reduzir os
valores das correntes, reduzem-se as perdas por efeito Joule nos condutores. O transformador é
constituído de um núcleo de material ferromagnético, como aço, a fim de produzir um caminho de
baixa relutância para o fluxo gerado.

Figura 2: Geração, Transporte e Distribuição de Energia.

Geralmente o núcleo de aço dos transformadores é laminado para reduzir a indução de


correntes parasitas ou de corrente de Foucault no próprio núcleo, já que essas correntes contribuem
para o surgimento de perdas por aquecimento devido ao efeito Joule. Também se utilizam aço-silício
com o intuito de se diminuir as perdas por histerese.

Outra aplicação para os transformadores é a sua utilização para o casamento de impedâncias,


que consiste em modificar o valor da impedância vista pelo lado primário do transformador,

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geralmente os de baixa potência. Há outros tipos de transformadores, como os com núcleo de ferrite
com grande aplicação na eletrônica.

Objectivo
Verificar a relação de transformação em um transformador e suas aplicações.
Materiais
 1 contraplacado para fazer os circuitos.
 1 Lâmpadas de 24Vcom o seu devido suportes (para fixar na madeira).
 4 m de condutores azul de 1,5 mm2.
 4 m de condutores castanho de 1,5 mm2.
 3 fichas de junções.
 1 pacote de braçadeiras.
 1 ficha trifásica.
 1 Alicate de corte.
 1 Busca polo.
 1 Chave de Fenda.
 1 Chave de Estrela.
 1 Transformador 220V/24V.
 1 Disjuntor monopolar de baixo poder de corte (25A).
 4 Multímetros.
 1 Interruptor.
 1 Bateria.
 1 Rolo de fita isoladora.

Procedimento
1. Montar o circuito de acordo com a figura abaixo

Figura 3: Montagem experimental.


1.1 Alimente o circuito com uma tensão AC de 220V (com o interruptor aberto) e meça os valores da
tensão e a corrente no primário. Calcule a Relação de Transformador. Tire conclusões.

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1.2 Alimente o circuito com uma tensão AC de 12V (com o interruptor aberto) e meça os valores da
tensão e a corrente no primário. Calcule a Relação de Transformador. Tire conclusões.
1.3 Alimente o circuito com uma tensão AC de 220V (com o interruptor fechado) e meça os valores
da tensão e a corrente no primário. Calcule a Relação de Transformador. Tire conclusões.
1.4 Alimente o circuito com uma tensão AC de 12V (com o interruptor fechado) e meça os valores da
tensão e a corrente no primário. Calcule a Relação de Transformador. Tire conclusões.
1.5 Alimente o circuito com uma tensão DC de 12V - Bateria (com o interruptor aberto) e meça os
valores da tensão e a corrente no primário. Calcule a Relação de Transformador. Tire conclusões.
1.6 Alimente o circuito com uma tensão DC de 12V - Bateria (com o interruptor fechado) e meça os
valores da tensão e a corrente no primário. Calcule a Relação de Transformador. Tire conclusões.

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