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Direito Constitucional
Profª. Carolinne Brasil
Sumário
TEORIA GERAL ..................................................................................................................... 3
CONSTITUIÇÃO .................................................................................................................... 3
CONSTITUCIONALISMO ....................................................................................................... 7
TEORIA GERAL DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ................................................. 10
PODER CONSTITUINTE ....................................................................................................... 29
NORMAS CONSTITUCIONAIS NO TEMPO ............................................................................ 32
DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................. 35
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA FEDERAÇÃO.................................................................... 62
SEPARAÇÃO DOS PODERES ................................................................................................ 67
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Exame de Ordem
Direito Constitucional
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TEORIA GERAL
CONCEITO: Direito Público fundamental que se diferencia dos demais ramos do direito pela
natureza do seu objeto e pelos princípios peculiares que o informam. Destaca-se como ramo do
direito público por ser fundamental à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos
elementos básicos do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política. Sendo assim,
aponta, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado.
SENTIDOS:
1º) Sentido Sociológico: Ferdinand Lassale. A Constituição deve refletir os fatores reais de poder
de uma determinada sociedade (em toda a sociedade há um conflito de interesses, de forças e a
Constituição deve refletir quem comanda, o que o povo é, o que é a sociedade – se a Constituição
refletir os fatores reais de poder, aí nós poderemos dar a ela o verdadeiro status de Constituição).
2º) Sentido Político: Carl Schmitt. A Constituição é a decisão política fundamental de um povo.
Constituição é a norma que estrutura o Estado e garante o rol de direitos fundamentais.
Constituição é diferente de lei constitucional. Constituição são normas que envolvem a decisão
política fundamental de um povo. As outras normas que estão na Constituição, mas não são
essencialmente leis constitucionais, não são Constituição.
3º) Sentido Jurídico: Hans Kelsen. Direito está contido dentro de uma pirâmide: quanto mais em
cima a norma estiver, mais ela vale. Constituição é a norma jurídica do mais alto grau hierárquico.
Temos a CF, as leis (LO, LC, LD, MP, Res., Decreto Legislativo), Regulamentos (valem menos que a
lei – Decreto, Portaria, Circular, Instrução Normativa, Ordem de Serviço, etc.).
CONSTITUIÇÃO
CONCEITO: Constituição, juridicamente, significa a Lei Suprema e Fundamental do Estado,
responsável por estabelecer o conteúdo das normas sobre a estruturação do Estado, a formação
dos poderes políticos, a forma de governo e aquisição do poder de governar, a distribuição de
competências, os direitos, deveres e garantias dos cidadãos.
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c) fonte de interpretação.
a) NORMAS DE EFICÁCIA PLENA: Desde a sua entrada em vigor, a CF produz ou tem possibilidade
de produzir todos os seus efeitos essenciais. São autoaplicáveis e de incidência imediata e direta.
Ex: Art. 1º e 2º, Remédios Constitucionais.
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CONSTITUCIONALISMO
CONCEITO:
1º Sentido (sentido amplo): está associado à existência de uma Constituição em um Estado.
Segundo este conceito, não existe Estado sem Constituição.
Este conceito não é o mais utilizado.
2º Sentido (sentido estrito): está relacionado a duas ideias básicas:
• Garantia dos direitos
• Limitação do poder
Neste sentido o constitucionalismo se contrapõe ao absolutismo.
FASES DE EVOLUÇÃO:
1º Fase - CONSTITUCIONALISMO ANTIGO
Começa na antiguidade e vai até aproximadamente ao final do século XVIII.
Característica: Constituições consuetudinárias (baseadas essencialmente nos costumes, não eram
escritas). Existiam documentos escritos, mas não formalizados como conhecemos hoje.
Segundo a doutrina, a 1ª experiência constitucional foi o Estado dos hebreus. Embora não
tivessem uma constituição escrita, seus dogmas religiosos limitavam não apenas os súditos, mas
também os soberanos (limitação do poder).
Grécia, Roma e Inglaterra foram os seguintes Estados a terem experiências constitucionais.
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Constitucionalismo Social: fim da 1ª Guerra Mundial até o fim da 2ª (período entre guerras).
Marcado pela Constituição mexicana (1917) e pela Constituição de Weimar (Alemanha - 1919).
Além dos direitos de dimensão ligados à liberdade, passaram a incorporar também direitos ligados
à igualdade material.
Igualdade Material: voltados à redução das desigualdades fáticas existentes.
- 2ª dimensão dos direitos fundamentais (igualdade) Direito Sociais
D. Econômicos
D. Culturais
São direitos prestacionais, que exigem do Estado prestações positivas (status positivo).
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Outros autores elencam também outros direitos, como por exemplo, direito do consumidor,
direito de idosos e direito de crianças.
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Direito à informação: engloba o direito a informar (art. 200 a 224), direito a SE informar (art. 5º,
inciso XIV), e direito a ser informado (art. 5º, inciso XXXIII e Lei 12.527/11).
Pluralismo: Art. 1º, inciso V, é um dos fundamentos do Estado brasileiro. Não é só pluralismo
político partidário, mas também as concepções religiosas, a pluralidade artística, cultural, de
orientação sexual e todas as demais.
Alguns autores incluem nos Direitos de 4ª dimensão os direitos relacionados à Biotecnologia, a
Bioengenharia, e o direito à identificação genética do indivíduo.
- 5ª dimensão direito à paz
A paz é um axioma da democracia participativa, o supremo direito da humanidade.
Era considerado de 3ª dimensão, porém, alguns doutrinadores o colocam como 5ª dimensão por
ser um objetivo ainda não alcançado, e assim incentivar sua busca.
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3- FORMAS DE INSCONSTITUCIONALIDADE
3.1 - Quanto ao tipo de conduta praticada pelo Poder Público:
-Ação
-Omissão
Inconstitucionalidade POR AÇÃO: ocorre quando são praticadas condutas incompatíveis com o
parâmetro constitucional.
Inconstitucionalidade POR OMISSÃO: ocorre quando os poderes públicos deixam de praticar uma
conduta exigida pela CF.
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- Inconstitucionalidade Material
(ou Nomoestática)
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Inconstitucionalidade TOTAL: é aquela que ocorre quando o vício atinge toda a lei ou todo o
dispositivo.
Inconstitucionalidade PARCIAL: é aquela que atinge apenas uma parte de determinada lei ou
dispositivo.
Veto Parcial: só pode incidir sobre texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, não pode
vetar apenas uma palavra ou expressão.
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Controle CONCRETO: Aquele que tem por objetivo principal a proteção de direitos subjetivos. A
inconstitucionalidade é uma questão discutida apenas de forma incidental. O juiz afasta
incidentalmente a lei.
Controle ABSTRATO: é aquele que tem por objetivo principal assegurar a supremacia da CF e
proteger a ordem constitucional objetiva. É abstrato porque a análise que é feita pelo tribunal
nesses casos, é uma análise “em tese”, e não no caso concreto. O Tribunal vai analisar se a lei ou
ato normativo é compatível ou não com a CF, não vai analisar o caso concreto.
Ações de controle abstrato (no Brasil): ADI, ADC, ADPF, ADO.
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5- CONTROLE CONCENTRADO
O controle concentrado é assim denominado pelo fato de a sua legitimidade se concentrar no STF.
5.1 – INTRODUÇÃO
ADI/ADC
Tanto a ADI quanto a ADC estão previstas no art. 102, I, a.
Estas ações têm caráter dúplice ou ambivalente (art. 24, Lei 9868/99).
ADPF
É regulamentada pela Lei 9882/99.
Pressuposto da ADPF: é de caráter subsidiário (art. 4, §1º, Lei 9882/99).
5.2 - FUNGIBILIDADE
ADI x ADO
ADPF x ADI
• Não admitem desistência (Lei 9868/99, art. 5º), assistência (regimento interno do STF) e nem
intervenção de terceiros (Lei 9868/99, art. 7º).
Não se admite desistência e assistência porque a ação se refere à proteção da supremacia da CF, e
não de direito particular.
No caso da intervenção de terceiros, alguns autores entendem que a figura do “amicus curia” seria
uma exceção à inadmissibilidade de intervenção de terceiros (Lei 9868/99, art. 7º, §2º).
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EXCEÇÃO: quando o pedido versa apenas sobre a inconstitucionalidade formal, o STF fica
impossibilitado de analisar a inconstitucionalidade material. Ou seja, não pode dizer que o
conteúdo da lei é incompatível com o conteúdo da CF. Este caso é uma exceção à “causa de pedir
aberta” (este entendimento do STF está na ADI 2182).
OBS.: a inconstitucionalidade por arrastamento ou por atração é uma técnica de decisão judicial
que pode ser utilizada quando há uma relação de interdependência entre o dispositivo impugnado
e um outro dispositivo do mesmo diploma legal (ADI 4451-MC-Ref.).
OBS.: a inconstitucionalidade por arrastamento pode ser utilizada também entre diplomas
normativos diversos, desde que haja uma interdependência entre eles (Ex.: uma lei e o decreto
que regulamente essa lei). ( 1-F - ADIN declara incons § 12 art. 100 precatórios)
• A decisão de mérito é irrecorrível, salvo Embargos de Declaração. Não cabe, também, Ação
Rescisória (Lei 9868/99, art. 26 e Lei 9882/99, art. 12).
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Poder
Poder Legislativo MP OUTROS
Executivo
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Legitimados Governador
ATIVOS ESPECIAIS (estadual e DF)
Mesa da AL e CL E.C. (a. n.) e CS.
(Estado)
Entidade de Classe: a entidade de classe deve ser representativa de apenas uma determinada
atividade ou categoria social, profissional ou econômica.
ÂMBITO NACIONAL: as entidades de classe devem estar presentes em pelo menos 1/3 dos
Estados brasileiros (9 Estados ).
Exceção: quando houver uma relevância nacional na atividade exercida pelos associados.
STF: admite a legitimidade de associações formadas por pessoas jurídicas (“associação de
associações”).
Não tem capacidade postulatória: Partido Político, Entidades de Classe de âmbito nacional e
Confederações Sindicais.
São os únicos legitimados que precisam de advogado para propor a ação.
5.6 – OBJETO
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NATUREZA DO OBJETO
Natureza do objeto da ADI/ADC:
Lei ou ato normativo (Art. 102, I, a CF).
Qualquer lei, inclusive de efeito concreto.
O ato normativo tem que ser geral e abstrato (se ele não for geral e abstrato, ele não teria a
natureza de ato normativo, mas sim de ato administrativo, que tem destinatário certo e objeto
determinado).
OBS.: a violação da CF tem que ser direta.
Não se admite como objeto de ADI/ADC:
1 - Atos tipicamente regulamentares;
2 – Normas constitucionais originárias (pois é afastada pelo Princípio da Unidade da CF);
3 – Lei ou norma de efeitos concretos já exauridos;
4 – Lei com eficácia suspensa pelo Senado;
5 – Leis ou atos normativos já revogados;
Exceção: quando houver fraude processual.
6 – Leis temporárias após o exaurimento de seus efeitos.
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4 – PEC: não é admitida a PROPOSTA de emenda constitucional como objeto de ADPF, pois a
proposta não é um ato pronto e acabado, é um ato em formação. É um ato que só irá se
completar se, e, quando aprovado. Então não é considerado ato público.
Leis já revogadas:
ADPF 33 – Gilmar Mendes admitiu como objeto de ADPF leis já revogadas.
ADPF 49 – Menezes Direito não admitiu.
O CESPE considerou que leis revogadas podem ser objeto de ADPF.
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LEIS E ATOS NORMATIVOS DO DF: Nem a lei e nem a CF tratam do tema. As leis e atos
normativos do DF têm dupla competência, pois o DF exerce competência de Estado e de
Município. No caso da ADC, não pode. No caso da ADPF, pode, já que trata de atos de
competência estadual e municipal. A grande questão é em relação a ADI. Lei ou ato normativo do
Distrito Federal só pode ser impugnado através de ADI se tratarem de matéria de competência dos
Estados.
EFEITOS DA DECLARAÇÃO:
Os efeitos da declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade em ADI, ADC ou ADPF
encontram-se previstos em: Lei 9868, art. 28, § único; Lei 9882, art. 10, § 3º e art. 102, §2º, CF.
Diferenças entre os efeitos ERGA OMNES e VINCULANTE:
1ª – aspecto subjetivo: o efeito erga omnes atinge a todos (poderes públicos e particulares); já o
efeito vinculante atinge apenas determinados órgãos do Poder Público. O chefe do Poder
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Executivo só não fica vinculado à decisão do STF em suas atribuições relacionadas ao processo
legislativo. O Legislativo não fica vinculado apenas na sua função típica de legislar.
2ª – aspecto objetivo:
A declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade é formada sempre por 3 partes:
relatório, fundamentos e dispositivo.
Teoria Extensiva: Existe uma corrente doutrinária, chamada de Teoria Extensiva, defendida por
Gilmar Mendes, que diz que o efeito vinculante atinge não só o dispositivo da decisão, mas
também os motivos determinantes contidos na fundamentação.
Os motivos determinantes formam a “ratio decidendi” (decisões determinantes para aquele
julgamento). Para quem adota a Teoria Extensiva, diz que esses motivos também são vinculantes.
O que não seria vinculante seriam apenas as questões “obter dicta” (ditas de passagem, questões
acessórias do julgado).
Esta Teoria foi adotada no STF com o nome de “Transcendências dos Motivos” ou “efeito
transcendente dos motivos determinantes” durante algum tempo. Mas passou a não mais adotar
este entendimento: Rec. 30.14, Rec. 2990-AgR.
EFICÁCIA TEMPORAL:
OBS.: No controle abstrato, as decisões só se tornam obrigatórias a partir de sua publicação (parte
dispositiva no Diário da Justiça e no Diário Oficial da União). Não é do trânsito em julgado!
Uma lei inconstitucional, se for um ato nulo, será ex tunc; mas se for um ato anulável, ela só terá o
vício reconhecido a partir da publicação, será então ex nunc.
O STF vem adotando entendimento da doutrina norte-americana, de que a lei inconstitucional é
um ato NULO. Então, em regra, terá efeito retroativo, efeito “ex tunc”. A decisão valerá desde o
momento em que a lei foi criada.
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EFEITOS TEMPORAIS
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Na liminar, por ser uma decisão precária (apenas suspende a eficácia/vigência da lei
temporariamente, não a declara inconstitucional), o efeito temporal será:
ADI: em regra, é ex nunc.
Exceção: o STF, se quiser, pode expressamente modular também os efeitos da liminar.
Efeito Repristinatório Tácito: o STF ao suspender a lei B, faz automaticamente a lei A voltar a
produzir efeitos. O STF não precisa dizer. É um efeito automático.
ADPF: não tem previsão na lei, mas por analogia se entende que o efeito seria ex nunc.
ADC não tem efeito temporal porque a lei não é suspensa, apenas os processos.
6. CONTROLE DIFUSO
6.1 - ASPECTOS GERAIS
COMPETÊNCIA
Qualquer juiz ou Tribunal.
OBS.: No âmbito dos Tribunais, no exercício do controle difuso, tem que se observar a cláusula da
reserva de plenário (art. 97 da CF).
FINALIDADE
A finalidade principal é a proteção de direitos subjetivos.
A pretensão é deduzida em juízo através de um Processo Constitucional Subjetivo.
A inconstitucionalidade também pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.
LEGITIMIDADE ATIVA
Qualquer pessoa que tenha o seu direito supostamente violado por uma norma inconstitucional.
PARÂMETRO
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Qualquer norma formalmente constitucional, mesmo que revogada, desde que estivesse vigente
na época da ocorrência do fato.
Aqui vale o Princípio “tempus regit actum”.
OBJETO
Qualquer ato do Poder Público que viole diretamente a CF.
EFEITOS DA DECISÃO
A decisão reconhece o vício e afasta a aplicação da lei naquele caso específico.
ASPECTO SUBJETIVO
O efeito da decisão será apenas “inter partes”.
Mesmo se esta decisão for proferida pelo STF (Recl. 10.403/10).
ASPECTO OBJETIVO
É na fundamentação de uma decisão que o juiz vai analisar a inconstitucionalidade da lei.
ASPECTO TEMPORAL
Com relação à eficácia temporal, a regra será o efeito ex tunc.
O STF admite a modulação temporal dos efeitos da decisão (RE 586.453).
Ex.: RE 556.664/RS – efeito ex nunc; RE 197.917 - efeitos prospectivos ou para o futuro.
1º aspecto: esta cláusula se aplica tanto ao controle difuso quanto ao controle concentrado.
2º aspecto: esta clausula só se aplica no âmbito dos tribunais. Não se aplica ao juiz singular.
3º aspecto: só se aplica quando se tratar de inconstitucionalidade. Se o entendimento for pela
constitucionalidade, não precisa respeitar a clausula de plenário.
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Como o Pleno não analisa o caso concreto (quem faz isso é o órgão fracionário), analisa apenas
a constitucionalidade da lei “em tese” (faz uma análise em abstrato). Se futuramente outros casos
chegarem no tribunal e tiverem a mesma lei questionada, os órgãos fracionários não precisam
mandar todos esses processos para o Pleno analisar novamente. Então, a partir do momento em
que o Pleno analisou uma vez, todos os demais processos podem se basear naquele
entendimento. Isto está previsto no art. 949, § único do CPC:
O STF é guardião da CF, já adotou entendimento sobre o assunto, então o órgão fracionário pode
se basear nesse entendimento.
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PREVISÃO LEGAL Art. 103, §2, CF e Lei Art. 5, LVVI, CF e lei nº 13.330/16
12.073/09
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Autoridades ou órgãos
LEGITIMIDADE responsáveis pela
PASSIVA elaboração da medida ou da IDEM
norma regulamentadora.
PARÂMETRO
A legitimidade ativa da ADO é a mesmo da ADC e da ADI. Porém, não terá legitimidade a
autoridade com competência para iniciar o processo legislativo, salvo quando se tratar de
iniciativa privativa ou exclusiva.
Em se tratando de iniciativa privativa, deve figurar no polo passivo a autoridade ou órgão com
legitimidade para iniciar o processo legislativo.
O STF, no entanto, não tem feito restrições em relação à matéria protegida por esta garantia.
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PODER CONSTITUINTE
PODER CONSTITUINTE
Existe uma corrente minoritária, de viés jus naturalista, para a qual o poder constituinte
originário é um Poder Jurídico (ou de Direito), por estar subordinado aos princípios do direito
natural.
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INALIENÁVEL: não pode ser transferido e nem usurpado de seu verdadeiro titular (povo ou nação).
1.4 – LEGITIMIDADE:
Legitimidade SUBJETIVA: ocorre quando há uma correspondência entre a titularidade (povo ou
nação) e o exercício.
Legitimidade OBJETIVA: o PCO deve consagrar um conteúdo normativo em conformidade com a
ideia de justiça e com os valores radicados na comunidade.
2 – PODER CONSTITUINTE DECORRENTE
É aquele responsável por elaborar e modificar as Constituições dos estados membros (só existe
em estados federativos e não em estados unitários).
É um poder secundário, é um poder limitado juridicamente pela CF. Ou seja, quem o cria é a CF,
então ele deve observar o que a CF impõe a ele.
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Poder REVISOR: a revisão é uma via extraordinária de alteração da CF (art. 3º, ADCT).
Poder REFORMADOR: a reforma é a via ordinária (art. 60, CF).
Limitações Formais SUBJETIVAS: estão relacionadas aos sujeitos competentes para iniciar o
processo legislativo de reforma.
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Limitações Formais OBJETIVAS: são aquelas relacionadas ao processo de discussão e votação das
emendas.
Atenção! A ADI 4357/DF discutiu a constitucionalidade formal da emenda 62/09. Segundo o STF,
a expressão “dois turnos” não exige que seja observado um período mínimo de tempo entre eles.
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1 - DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
Quando do surgimento de uma nova Constituição ocorrem dois fenômenos distintos com as
normas constitucionais anteriores:
1 - a “constituição propriamente dita” (normas constitucionais materiais) fica inteiramente
revogada;
2 – as “leis constitucionais” (normas constitucionais formais) cujo conteúdo seja compatível com o
da nova Constituição são recepcionadas como normas infraconstitucionais.
Direitos fundamentais
Matérias Constitucionais Estrutura do Estado
Organização dos poderes
LEIS CONSTITUCIONAIS: são aquelas outras normas consagradas no texto da Constituição que não
decorrem de uma decisão política fundamental.
Ex.: disposição sobre o Colégio Pedro II (art. 242, §2º).
2 - RECEPÇÃO
Quando do surgimento de uma nova Constituição ocorrem dois fenômenos em relação às normas
infraconstitucionais anteriores:
1 – as que forem materialmente compatíveis são recepcionadas;
2 – as demais, não são recepcionadas.
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3 - CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE
Ocorre quando uma norma originariamente Inconstitucional é constitucionalizada em razão do
surgimento de uma nova Constituição ou de uma nova emenda.
4 - REPRISTINAÇÃO
Ocorre quando uma lei revogada volta a ter vigência em virtude da revogação da norma que a
revogou.
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DIREITOS FUNDAMENTAIS
O § 1º, apesar de estar no artigo 5º (que trata de direitos individuais), se refere a TODOS os
direitos e garantias fundamentais.
Porém, normas sem uma lei regulamentadora dificilmente conseguem ter uma aplicação imediata.
O artigo 5º, §1º, deve, então, ser aplicado como REGRA GERAL. SALVO, se o próprio dispositivo
constitucional estabelecer expressamente a necessidade de lei regulamentadora.
Art. 5º, §2º: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
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Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos (Requisito FORMAL) dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Surgiu por causa da controvérsia sobre a hierarquia dos Tratados e Convenções de Direitos
Humanos.
Estabeleceu-se, então, 2 requisitos para serem equivalentes às EC’s.
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2 – CLASSIFICAÇÕES
Classificação da CF/88:
Direitos Individuais
DGF Direitos Coletivos
(gênero) Direitos Sociais (espécies)
Direitos de Nacionalidade
Direitos Políticos (com um capítulo só para Partidos Políticos)
6 – RELATIVIDADE ou Limitabilidade
Não existem direitos absolutos, pois todos encontram limites em outros direitos e em interesses
coletivos também consagrados na Constituição.
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Só existe liberdade onde há restrição da liberdade. Se ninguém tiver que respeitar limite, a lei do
mais forte sempre vai prevalecer.
5 – PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
É um postulado normativo ou meta-norma ou máxima.
O STF trata razoabilidade e proporcionalidade como expressões sinônimas, embora sejam
diferentes para alguns autores.
O STF, à luz da doutrina norte-americana, trata a proporcionalidade como Cláusula do Devido
Processo Legal, em seu caráter substantivo (artigo 5º, incisos LIV e LV, CF).
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes;
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1 – Adequação;
2 - Necessidade ou Exigibilidade ou P. da menor ingerência possível;
3 - Proporcionalidade em sentindo estrito.
OBS.: o princípio da proporcionalidade deve ser utilizado para análise de medidas estatais que
restrinjam direitos fundamentais.
ADEQUAÇÃO: as medidas adotadas devem ser aptas para fomentar o fim desejado.
Uma lei pode restringir um princípio constitucional e, ainda assim, não ter caráter inconstitucional,
desde que seja para fomentar outro princípio mais importante.
NECESSIDADE: havendo dois ou mais meios similarmente eficazes, deve-se optar por aquele que
seja o menos oneroso possível.
Às vezes, existe mais de uma medida para promover o princípio B. Porém, uma delas restringe
menos o princípio A. Portanto, esta que deve ser a escolhida.
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proporcional, suficiente, adequada. O Estado não pode proteger esse direito fundamental de
forma insuficiente.
DIREITOS INDIVIDUAIS
DESTINATÁRIOS:
As pessoas que podem invocar os direitos individuais estão expressamente previstas no artigo 5º,
caput, CF:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança (ESTA
SEGURANÇA AQUI PREVISTA É A SEGURANÇA JURÍDICA – A SEGURANÇA PÚBLICA
ESTÁ NO ARTIGO 6º) e à propriedade, nos termos seguintes:
(...).
No caso dos estrangeiros não residentes, para o professor José Afonso da Silva, eles só podem ser
amparados pela lei caso estejam amparados por Tratados Internacionais (Corrente MINORITÁRIA)
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1 – DIREITO À VIDA
PROTEÇÃO:
O âmbito de proteção do direito à vida, ou seja, o bem jurídico aqui protegido é a vida humana em
seu sentido biológico.
RESTRIÇÕES:
As restrições que podem ser impostas ao direito à vida são intervenções constitucionalmente
fundamentadas.
1ª RESTRIÇÃO: Pena de morte no caso de guerra declarada.
Art. 5º, XLVII, “a”, CF, e art. 56, CPM.
2ª RESTRIÇÃO: Aborto
Artigo 128 CP – aborto necessário;
Artigo 128 CP – aborto sentimental (gravidez resultante de estupro);
ADPF 54 – aborto de anencéfalos.
3ª RESTRIÇÃO: permissão de pesquisa com células-tronco embrionárias.
Lei 11.105/05 (Lei de Biossegurança)
4ª RESTRIÇÃO: permissão de abatimento de aeronaves que desobedeçam a normas impostas.
Lei 9614/98 (Lei do Tiro de Destruição – Lei do Abate).
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2 – DIREITO À IGUALDADE
Formal, ou Jurídica, ou Civil ou perante a lei
Igualdade
Material, ou Fática, ou Real, ou perante os bens da vida.
2.1 -
Igualdade perante a lei ≠ Igualdade na lei
PERANTE A LEI: é aquela dirigida aos responsáveis pela aplicação da lei (Poder Judiciário e Poder
Executivo).
NA LEI: dirige-se não apenas aos aplicadores da lei, mas também ao legislador, no momento de
sua elaboração.
AI 360.461-AgR: apesar desta distinção é feita, a igualdade se dirige a todos poderes.
2.2 -
Paradoxo da Igualdade: quem quer promover a igualdade fática, tem que estar disposta a aceitar
a desigualdade jurídica. Ou seja, para que seja promovida a igualdade no plano fático, as pessoas
deverão ser tratadas de forma diferente.
2.2.1 – P. DA IGUALDADE JURÍDICA: visa a impedir que sejam adotados tratamentos diferenciados
para situações essencialmente iguais ou tratamentos iguais para situações essencialmente
diferentes, sem que haja uma justificativa legítima para tal.
O P. da Igualdade Jurídica atua como uma espécie de regulador das diferenças. Ele não impede
que a lei estabeleça diferenças, mas sim diferenças arbitrárias, injustas, preconceituosas etc.
2.2.2 - PRINCÍPIO DA IGUALDADE FÁTICA (ou material): impõe aos poderes públicos a adoção de
medidas redutoras ou compensatórias de desigualdades de recursos ou que promovam o acesso a
bens e utilidades.
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3 – DIREITO À PRIVACIDADE
3.1 – DISTINÇÕES CONCEITUAIS
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;
PRIMA FACE: Esta inviolabilidade é apenas “prima face”, pois é apenas provisório, não é definitiva.
Ou seja, não significa que esses direitos não podem ser afetados. Eles podem sofrer intervenção
do Estado, desde que tenham uma justificação legítima.
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O artigo 5º, inciso XII, segundo o STF, não diz respeito ao direito à privacidade, mas sim à liberdade
de comunicação.
SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA: pode ser suspensa durante o Estado de Defesa (art. 136, §1º, I,
“b”) e Estado de Sítio (art. 139, III).
SIGILO DE DADOS: muitos autores interpretam como sendo apenas dados informáticos. O STF
quando interpreta esses dados, interpreta de uma forma restritiva. No MS 21.729, o Sepúlveda
Pertence disse que o que o art. 5º, XII, protege não são os dados em si, mas apenas a sua
comunicação.
COMUNICAÇÃO TELEFÔNICA: ocorre por meio do grampo telefônico.
Requisitos:
1 – ordem judicial;
2 – Somente poderá ser feito com base na Lei 9296/96 (matéria de processo penal).
3 – Fins de investigação criminal ou instrução processual penal (HC 203.405 STJ).
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Flagrante delito
Situações emergenciais Desastre
Prestar socorro
4 – DIREITOS DE LIBERDADE
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TRF 1 – AC 16.203: a obrigação de votar é meramente formal, então o indivíduo não pode invocar
a objeção de consciência. A pessoa tem a liberdade de não votar em ninguém (de votar em branco
ou nulo). A obrigação de votar é meramente formal. A pessoa tem apenas a obrigação de
comparecer as votações, o que não violaria o direito à liberdade.
STF - STA 389: alguns alunos judeus entraram com uma ação pedindo para a prova do ENEM ser
feita em uma data alternativa (pois estava marcada no período do shabbat). No momento da
inscrição foi assegurado às pessoas marcarem uma opção caso tivessem impossibilitados de
fazerem a prova. Como eles não marcaram, seu pedido foi julgado improcedente.
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DEVER DE NEUTRALIDADE
O Estado brasileiro é laico, portanto ele tem que garantir uma liberdade simétrica às religiões.
5.2 – RESTRIÇÕES
a) FUNÇÃO SOCIAL: O professor José Afonso da Silva entende que a função social integra a própria
estrutura do Direito de Propriedade. O qual só é garantido quando ela é atendida
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Ou seja, o direito de propriedade só será garantido quando cumprir sua função social.
Art. 182. § 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende
às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
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Consequência jurídica: desapropriação-sanção (tanto para o imóvel urbano quanto para o rural)
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de
seus habitantes.
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
(...)
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de
emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de
até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da
indenização e os juros legais.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
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b) DESAPROPRIAÇÃO x REQUISIÇÃO
Desapropriação Requisição
Art. 5º. XXIV - a lei estabelecerá o procedimento Art. 5º. XXV - no caso de iminente perigo
para desapropriação por necessidade ou utilidade público, a autoridade competente
pública, ou por interesse social, mediante justa e poderá usar de propriedade particular,
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os assegurada ao proprietário indenização
casos previstos nesta Constituição; ulterior, se houver dano;
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STF - MS 26192
c) CONFISCO: confisco e desapropriação não são a mesma coisa. A diferença básica é que no
confisco NÃO há indenização. Tem que haver o devido processo legal, mas não haverá
indenização.
Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas
ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e
especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de
produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao
proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
A desapropriação não será feita apenas onde se encontrava a cultura ilegal, mas sim em toda a
propriedade. RE 543.974
A PEC DO TRABALHO escravo pretende adicionar mais uma hipótese de confisco, que seria
daquelas glebas onde for encontradas trabalho escravo
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Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua
como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona
rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho
ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
DIREITO DE NACIONALIDADE
1 – ESPÉCIES
Nacionalidade Originária ou Primária (Art. 12, I – natos + Adoção)
Adquirida ou Secundária (Art. 12, II - naturalizados)
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II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral; NATURALIZAÇÃO EXPRESSA ORDINÁRIA.
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2 – “QUASE NACIONALIDADE”
Art. 12 § 1º. Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
3 – DIFERENÇAS DE TRATAMENTO
A lei não pode estabelecer diferenças entre brasileiro nato e naturalizado, apenas a CF pode.
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
1ª diferença de tratamento: CARGOS PRIVATIVOS (art. 12, §3º) – linha sucessória do Presidente
da República.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
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VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade,
sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado
Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três
anos, vedada a recondução.
O tráfico pode ser crime praticado antes ou depois. Os demais crimes comuns, só se forem
praticados antes da naturalização.
4 – PERDA DA NACIONALIDADE
1ª HIPÓTESE: Ação de Cancelamento da Naturalização
Só vale para brasileiro naturalizado.
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
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DIREITOS POLÍTICOS
1 – DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS: é o conjunto de normas que confere aos cidadãos o direito
de participar da vida política do Estado.
OBS.: O conceito de conscrito se estende aos médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que
estejam prestando serviço militar obrigatório (Lei 5292/67).
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Analfabetos
Obrigatório: entre 18 e 70 anos
Características do voto:
1 – DIRETO
EXCEÇÕES: art. 81, §1º e art. 84, §14 CF.
2 – IGUAL PARA TODOS.
3 - PERIÓDICO
4 – LIVRE:
Escrutínio secreto: modo como se realiza o direito de voto.
5 – PERSONALÍSSIMO.
1.3 - ELEGIBILIDADE
Capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado)
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RELATIVA:
- CARGOS ELETIVOS (mesmo cargo ou outros cargos)
Só se aplica aos chefes do Poder Executivo.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal,
os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos
poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
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3-DIREITO DE SECESSÃO
É o direito existente no sistema confederativo que possibilita o rompimento do pacto. Na
Federação, em face do princípio da indissolubilidade do pacto federativo, não é possível o seu
rompimento.
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6- DA UNIÃO
A União é pessoa jurídica de direito público com capacidade política, que ora se manifesta em
nome próprio, ora se manifesta em nome da Federação. Possui uma visão interna (relativa aos
demais entes federados) e uma visão externa (relativa aos demais Estados estrangeiros).
Os demais países não reconhecem nos Estados-membros e nos Municípios personalidades de
Direito Internacional, pois eles são apenas pessoas jurídicas de direito público do Brasil (internas).
No âmbito interno, a União atua como uma das pessoas jurídicas de direito público que compõem
a Federação, ou seja, exerce, em nome próprio, a parcela de competência que lhe é atribuída pela
Constituição.
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8- DOS MUNICÍPIOS
A Constituição Federal de 1988 inovou ao considerar os municípios como componentes da
estrutura federativa, ratificando esta inovação em dois momentos: artigos 1º e 18, CF. Segundo o
Professor Robério Nunes dos Anjos Filhos, diante desta inclusão, a federação brasileira adquiriu
uma peculiaridade, fugindo do dualismo clássico, configurando realmente três esferas
governamentais: a União (governo federal), os Estados-membros (e o Distrito Federal, governos
estaduais e distritais) e os municípios (governos municipais).
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9- DO DISTRITO FEDERAL
A Constituição de 1988 atribuiu ao Distrito Federal o status de pessoa política, integrante da
Federação, possuindo competências próprias, que serão desempenhadas pela Câmara Legislativa,
a quem caberá votar, inclusive, a própria Lei Orgânica do Distrito Federal (art. 32, CF).
O Poder Judiciário do DF, bem como os órgãos essenciais à Administração da Justiça, deverão ser
organizados através de lei de competência do Congresso Nacional (art.48, IX,CF).
A sua autonomia sofre algumas restrições, tais como as que estão previstas no art. 21, XIII e XIV,
CF. A competência legislativa do DF compreende as que são atribuídas aos Estados e aos
Municípios. O Poder Executivo é exercido pelo Governador e o Poder Judiciário, na verdade não é
dele, e sim da União (art.21, XIII, 98, CF).
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Competência legislativa:
- Exclusiva - art.25, § 1º e § 2º, CF;
- Privativa - art. 22, CF.
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d) Quanto à origem:
Originária - desde o início é estabelecida em favor de uma entidade federativa;
Delegada - a competência é repassada de uma entidade federativa para outra.
DO PODER LEGISLATIVO
1. CONCEITO
A sua função típica é a de elaborar normas genéricas e abstratas dotadas de força proeminente
dentro do ordenamento jurídico, as quais se denominam leis e também a de fiscalizar (ex.: art. 70,
CF). Mas também exerce subsidiariamente as funções executiva e judicial, por exemplo, quando
faz concurso para seus cargos e quando julga o impeachment presidencial.
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a) Mesas:
- Da Câmara - art. 57, § 4º; 58, § 1º, CF;
- Do Senado - art. 57, § 4º; 58, § 1º, CF;
- Do Congresso - art. 57, § 5º; 58, § 1º, CF.
b) Comissões Parlamentares (art. 58, CF)
- Permanentes - Subsistem por todas as legislaturas;
- Temporárias - Constituídas apenas para opinar sobre determinada matéria;
- De Inquérito (CPI) - art. 58, § 3º;
- Representativa - Durante o recesso- art. 58, § 4º.
c) Serviços administrativos - as atividades do Congresso Nacional são exercidas nos seguintes
períodos:
- Legislatura: É o período do mandato dos membros da Câmara dos Deputados, e é de 4 (quatro)
anos.
- Sessão Legislativa - é o período anual em que dever estar reunido o Congresso para os trabalhos
legislativos. Art. 57, da CF.
5. DO SENADO FEDERAL
Compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
majoritário, sendo que cada um terá o número fixo de 3 (três) senadores, com mandato de oito
anos. A sua renovação acontecerá, parcialmente, de quatro em quatro anos, alternadamente, por
um ou dois terços do Senado Federal (art. 46, § 2º, CF). A representação é uniforme em nome do
chamado “equilíbrio federativo”.
OBS.: Território não elege Senador.
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§3º Recebida a denúncia contra Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.
§4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
Não há mais necessidade de licença da Casa do parlamentar para que tenha início um processo
criminal contra o mesmo ou para que o processo tramite normalmente, na hipótese de a denúncia
ter sido oferecida após a diplomação ou antes desta, respectivamente. Com a alteração, a
imunidade formal deixou de contemplar os crimes praticados antes da diplomação. Quanto a
esses, o Poder Legislativo não exerce mais nenhum tipo de controle ou influência, seja autorizando
a instauração do processo criminal, a sua tramitação ou, ainda, determinando a suspensão do
feito e, por conseguinte, da prescrição.
Com a Emenda Constitucional nº 35, oferecida a denúncia, o processo contra parlamentares
tramita normalmente, podendo a casa a que pertence o denunciado deliberar sobre a sua
sustação. De acordo com o texto constitucional, a deliberação pode ser feita até a decisão final do
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7. DIVISÃO DE COMPETÊNCIAS
a) Exclusiva do Congresso Nacional - art. 49, CF;
b) Privativa da Câmara dos Deputados - art. 51 - a mais destacada é a de autorizar, por dois terços
de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República
e os Ministros de Estado (51, I);
c)Privativa do Senado Federal – art. 52 - a mais destacada é processar e julgar o Presidente e o
Vice - Presidente da República nos crimes de responsabilidade (52, II)- é a função de Tribunal
Político.
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a) Iniciativa legislativa - É a faculdade que se atribui a alguém ou a algum órgão para apresentar
projetos de lei ao legislativo. A iniciativa poderá ser: concorrente (art. 60, I, II, III; 61, caput),
privativa (61, § 1º; 93), popular (61, § 2 º) e conjunta (48, XV);
OBS.: o projeto de lei que trate sobre o regime jurídico, a aposentadoria, provimento de cargos e
estabilidade dos policiais federais é de iniciativa privativa do Presidente da República (art. 61, § 1º,
c).
b) Discussão – Qualquer projeto de lei apresentado à Casa Legislativa será discutido nas comissões
permanentes que irão examinar seus aspectos formais (a constitucionalidade) e materiais
(conteúdo);
c) Emendas - O direito de propor emendas é uma faculdade dos membros ou órgãos das Casas do
Congresso de sugerirem modificações na matéria contida no projeto de lei.
OBS.: Os projetos de lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República poderão ser emendados
pelos congressistas, desde que tais emendas: tenham pertinência temática com a matéria prevista
no projeto de lei e desde que não acarretem aumento da despesa prevista no projeto apresentado
pelo Presidente (art. 63, I, CF).
d) Votação – É ato coletivo das Casas do Congresso e é geralmente precedida de estudos e
pareceres de comissões técnicas e de debates em plenário. É ato de decisão que se toma:
- por maioria simples ou relativa, isto é maioria dos membros presentes na votação, respeitada a
maioria absoluta, nos casos de projetos de lei ordinária (art. 47, CF);
- por maioria absoluta dos membros das Casas Legislativas, no caso de aprovação de lei
complementar (art. 69, CF);
- por maioria qualificada de 3/5 dos membros das Casas do Congresso, no caso de aprovação de
emendas constitucionais (art. 60, CF).
OBS.: A matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá ser objeto de novo projeto na mesma
legislatura, desde que em outra sessão legislativa; ou ainda na mesma sessão legislativa, por meio
de proposta de maioria absoluta dos membros da Câmara ou do Senado (art. 67, CF).
e) Sanção e Veto – são atos legislativos de competência exclusiva do Presidente da República.
Recaem sobre projeto de lei, e não sobre lei. A sanção pode ser expressa (com a assinatura do
projeto) e tácita (não assina e nem veta durante 15 dias úteis). O veto deve ser expresso e
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manifestado no prazo de 15 (quinze) dias úteis. Pode ser total, se recair sobre todo o projeto, ou
parcial, se atingir apenas parte do projeto. O veto parcial somente pode abranger o texto total de
artigo ou alínea (66, § 2º), não havendo mais veto de palavra. Se o veto acontecer em razão de
inconstitucionalidade, é chamado de veto formal (veto jurídico), se o veto for motivado por ser
contrário ao interesse público, é chamado de veto material (veto político). O veto é irretratável.
OBS.: Ainda que o Presidente da República vete o projeto de lei, o veto pode ser rejeitado pelo
voto da maioria absoluta dos deputados e senadores, em escrutínio secreto.
f) Promulgação e publicação de lei – não configuram, na realidade, atos de natureza legislativa, já
que se promulga e se publica a lei, que já existe desde a sanção ou a rejeição do veto. A
promulgação é mera comunicação, aos destinatários da lei, de que esta foi criada com
determinado conteúdo e pelo procedimento constitucionalmente previsto, sendo, portanto,
válida. Não é ato exclusivo do Poder Executivo. A publicação da lei constitui instrumento pelo qual
se transmite a promulgação aos destinatários. É condição para a lei entrar em vigor e tornar-se
eficaz. Realiza-se pela inserção no D.O.
3- ESPÉCIES NORMATIVAS
a) Emenda Constitucional – É uma manifestação do Poder Constituinte derivado reformador e não
se submete à sanção presidencial (art. 60, CF);
b) Leis Complementares (art. 69, CF) – Só podem tratar das matérias expressamente
determinadas pela CF e obedecem a um quorum mais elevado para a sua aprovação (maioria
absoluta);
c) Lei Ordinária – Podem tratar de todas as matérias, menos as reservadas à lei complementar;
d) Medidas Provisórias (art. 62, CF);
e) Leis Delegadas – São exceção ao princípio da indelegabilidade de atribuições. É delegação
“externa corporis”, para fora do Poder Legislativo;
f) Decretos Legislativos – Seu conteúdo é basicamente a matéria do art. 49; não há sanção;
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g) Resoluções – Seu conteúdo abrange matérias como delegação (art. 68), suspensão de lei
declarada inconstitucional (52, X), fixação de alíquota (155, § 2º, IV). Também não se submetem à
sanção.
2. SISTEMAS DE GOVERNO
a) Parlamentarismo: o Poder Executivo se divide em duas partes: um Chefe de Estado (monarca
ou Presidente da República) e um Chefe de Governo (primeiro – ministro ou Presidente do
Conselho). O Governo é exercido pelo Conselho de Ministros;
b) Presidencialismo: é o sistema típico das repúblicas e o Presidente exerce o Poder Executivo em
sua inteireza, acumulando as funções de Chefe de Estado, Chefe de Governo e Chefe da
Administração Pública. Cumpre um mandato por tempo fixo, não dependendo da confiança do
órgão do Poder Legislativo nem para sua investidura nem para o exercício de Governo.
3. FORMAS DE GOVERNO
a) República: a República é uma forma de governo em que os exercentes das funções Executiva e
Legislativa representam o povo, decidindo em seu nome, à luz dos princípios da responsabilidade,
eletividade e temporariedade. A periodicidade também garante a fidelidade do mandato,
permitindo a alternância no poder num lapso temporal rigorosamente estabelecido;
b) Monarquia: é caracterizada por ser o governo de um só, baseado no poder divino, sem a
participação popular e vitalício.
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- Cassação - Na hipótese dos arts. 52, § único e 86, da CF. Só se aplica ao vice quando em exercício
da Presidência;
- Extinção - Nos casos de morte, renúncia, perda ou suspensão dos direitos políticos e perda da
nacionalidade brasileira;
- Declaração de vacância do cargo pelo Congresso Nacional - Quando não comparecerem para
tomar posse dentro do prazo de 10 dias a partir da designação (art. 78);
- Ausência do país, por mais de 15 dias, sem licença do Congresso Nacional (83, CF) - Quem aplica
a sanção é o próprio Congresso, pois é ele quem pode dar a licença. A ausência sem licença e sem
motivo de força maior (ex: doença súbita no exterior) leva à perda do mandato.
8. VACÂNCIA E SUBSTITUIÇÃO
No caso de vacância do cargo de Presidente da República, caberá ao vice suceder-lhe, assumindo o
mandato no restante do tempo para o seu término. Na falta do vice-presidente, serão
sucessivamente chamados para ocupar, temporariamente, o exercício da Presidência da
República: Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado Federal e o Presidente
do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com o artigo 81, CF, vagando os cargos de Presidente e de Vice, deverá ser feita nova
eleição, obedecidos os prazos e requisitos abaixo elencados:
a) ELEIÇÃO DIRETA, no prazo de noventa dias de aberta a última vaga, quando a vacância se der
nos dois primeiros anos do mandato presidencial;
b) ELEIÇÃO INDIRETA, pelo Congresso Nacional, no prazo de trinta dias de aberta a última vaga,
quando a vacância se der nos dois últimos anos do mandato presidencial.
9. CRIMES DE RESPONSABILIDADE
São infrações político-administrativas definidas na Constituição e na legislação federal, cometidas
no desempenho da função, que atentam contra a existência da União, o livre exercício dos
Poderes do Estado, a segurança interna do país, a probidade da Administração, a lei orçamentária,
o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais e o cumprimento das leis e das decisões
judiciais. O rol do artigo 85, CF é meramente exemplificativo dos crimes de responsabilidade, pois
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o Presidente pode ser responsabilizado por todos os atos atentatórios à Constituição Federal,
desde que haja previsão legal (Lei nº1079/50).
10- IMPEACHMENT
Configura sanção de índole político - administrativa, destinada a operar, de modo legítimo, a
destituição constitucional do Presidente da República, além de inabilitá-lo, temporariamente, pelo
período de 08 anos, para o exercício de qualquer cargo, emprego ou função pública, seja de
natureza eletiva ou de nomeação.
10.1- FASES
a) Denúncia formalizada para apresentação dos fatos, permitida a qualquer cidadão brasileiro (no
gozo de seus direitos políticos), oferecida na Câmara dos Deputados;
b) Recebimento formal da denúncia pela Câmara;
c) Exame pela Câmara, cujo critério é meramente político: a) aprecia a gravidade dos fatos
alegados e o valor das provas oferecidas, b) declara a acusação procedente ou improcedente;
d) Parecer da Câmara dos Deputados;
e) Discussão e votação, art. 51, I, CF;
f) Deslocamento da peça para o Senado Federal, que se transforma em um Tribunal Político,
momento em que o Presidente da República é suspenso de suas funções, só retornando a elas se
for absolvido, ou ocorrido o prazo de 180 dias e o julgamento não for concluído.
DO PODER JUDICIÁRIO
1. CONCEITO
Ao lado das funções de administrar e legislar, ao Estado também compete a função judicial, ou
jurisdicional, dirimindo as controvérsias que surgem quando da aplicação das leis. O Judiciário,
porém, como as demais funções do Estado, possui outras atribuições, denominadas atípicas, de
natureza administrativa e legislativa. Ex: concessão de férias de seus membros e elaboração de
seus regimentos internos.
A função típica do Poder Judiciário é exercer a atividade jurisdicional, pela qual o Judiciário
substitui a vontade das partes solucionando os conflitos ao declarar o Direito e julgar.
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Competência: processar e julgar os crimes militares definidos em lei (art. 124, caput da CF) e
demais competências que deverão ser disciplinadas em lei (art. 124, parágrafo único da CF c/c Lei
n° 8236/91).
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4. VEDAÇÕES – Garantias de imparcialidade (art. 95, parágrafo único, I, II, III, IV e V, alterado
pela EC 45/2004)
a) exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
b) receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
c) dedicar-se à atividade político-partidária;
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7. JUSTIÇA ITINERANTE
A EC 45/2004 consagrou a prática da Justiça Itinerante, que já era realizada em alguns Estados,
para os Tribunais de Justiça (art. 125, § 7º), Tribunais Regionais Federais (art.107, § 2º) e Tribunais
Regionais do Trabalho (art. 115, § 1º).
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A Justiça Itinerante deve ser instalada pelo próprio Tribunal e ser exercida dentro dos limites
territoriais da respectiva jurisdição, realizando audiências e demais funções da atividade judiciária,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
OBS.: O art. 112 da CF determinou que nas comarcas em que não exista Justiça do Trabalho, se
transfira as respectivas atribuições aos juízes de direito, para que o Poder Judiciário atenda todas
as localidades do país.
Com o mesmo objetivo, o art. 125, § 6º da CF prevê que o Tribunal de Justiça poderá funcionar de
forma descentralizada, constituindo Câmaras Regionais. Esta hipótese também está prevista para
os Tribunais Regionais Federais (art.107, §3º) e para os Tribunais Regionais do Trabalho (115, §
2º).
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I) ampliação da garantia de imparcialidade dos órgãos jurisdicionais (art. 95, § parágrafo único, IV
e V);
J) a extinção dos Tribunais de Alçada, passando os seus membros a integrar os TJ´s dos respectivos
Estados e uniformizando assim a nossa Justiça (art. 4º da EC 45/2004);
K) transferência de competência do STF para o STJ no tocante à homologação de sentenças
estrangeiras e a concessão do exequator às cartas rogatórias (art. 102, I, “h” (revogada); 105, I,
“i”);
L) criação da Súmula Vinculante do STF (art. 103-A);
M) a aprovação da nomeação de Ministro do STJ pelo quórum de maioria absoluta dos membros
do Senado Federal (art. 104, parágrafo único);
N) ampliação da garantia de imparcialidade dos membros do MP (art. 128)
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