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PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTRUTURAS

ENGENHARIA DE ESTRUTURAS
Resistência e Tecnologia do Concreto Armado - RTCA

Curso de Pós-Graduação em Especialização


“Lato Sensu”

ENGENHARIA DE ESTRUTURAS
Projeto e Detalhes Construtivos
ENGENHARIA DE ESTRUTURAS
Resistência e Tecnologia do Concreto Armado - RTCA

Prof. Ms Lucas Rodrigo Miranda


- Mestre em Construção Civil pela UFSCar
- Professor da Graduação da Engenharia
- Projetista da construtora Engearty

contatos: eng_lucasmiranda@hotmail.com
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Aula 01

Resistência dos Materiais


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• Resistência dos Materiais

• Tensão - é uma medida da intensidade das forças internas agindo entre


as partículas de uma seção transversal imaginária de um corpo de material
deformável. Essas forças internas são forças de reação contra as forças
externas aplicadas no corpo. Forças externas são ou forças de superfície.
Como o corpo deformável carregado é admitido como contínuo, as forças
internas são distribuídas continuamente por dentro do volume do corpo
material, ou seja, a distribuição de tensões é expressa com uma função
contínua de coordenadas espaciais e temporais.

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• Determinação de uma tensão


N My Mx
   y x
s Iy Ix

  E Lei de Hooke

Força de tração

Força de Compressão

- Esforços Normais (Força Normal e Momentos

- Esforços Tangenciais

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• Diagrama de Esforços
A B
L

+
Q
-

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• Concreto armado convencional: As estruturas em concreto convencional são ainda


as mais executadas nas obras corriqueiras, tendo as formas, armaduras e concreto,
fabricados no local (ou em usinas) e as estruturas fabricadas no canteiro da obra.

• Concreto protendido: Este sistema estrutural é bastante empregado em obras de


grandes vão, onde o protendido acaba sendo viabilizado por permitir peças de
seção pequena e assim os custos são bastante reduzidos. Outro aspecto do
concreto protendido são os tipos de obras que este processo permite que são:
estruturas em pré-moldados, laje caixão perdido, estrutura em balanço
progressivo.

• Concreto pré-moldado: As estruturas pré-moldadas ou pré-fabricadas estão em


grande expansão nas construções de obras de grande porte, tais como:
supermecados, escolas, shopping, galpões industriais, aeroportos, prédios
residências e comerciais. Estas estruturas são fabricadas numa indústria e
montadas na obra, permite obras ágeis e com entrega rápida. Além das obras de
grandes áreas, um tipo de estrutura pré-moldada são as lajes treliçadas ou de
vigotas.
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• HISTÓRICO
As primeiras construções da história da humanidade – Babilônia 6000 a 10.000 a.C.

Arquitetura Egípcia – pirâmides – monumentais – 5.000 a 4.500 a.C.

Período de grande expansão na construção de edifício Grego-Romano – 400 a.C à 400 d.C. (principais
obras: construção de estradas (Via Apia), aquedutos romanos, Coliseu, Panteol Romano entre outros). É
neste período que há descoberta do Pozolon – cinzas vulcânicas – como material de construção,
posteriormente chamado de cimento romano, pois suas propriedades são idênticas ao do cimento
moderno. Outro material introduzido na construção foi o metal, entretanto como material de ligação e
são como estrutural.
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As cidades e fortificações do vasto Império Romano eram ligadas por um notável


sistema de estradas, muitas das quais resistem até hoje. O leito das estradas
romanas representa uma obra de mestre em termos de dimensionamento de
fundações, sobrepondo camadas de resistência crescente a uma camada
drenante de areia. O pavimento era escolhido conforme o tráfego da estrada,
podendo ser de concreto ou paralelepípedos.
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Há uma espécie de pó que, por sua natureza, possibilita coisas admiráveis. Ocorre na
região de Baias ou nos campos das cidades ao redor do monte Vesúvio. Misturado à
cal e ao pedrisco, não somente confere firmeza a todo edifício, como, também, ao se
construírem diques no mar, solidificam embaixo d'água. Parece que isso acontece
pelo fato de haver sob esses montes, terras e inúmeras fontes fumegantes que não
poderiam existir sem que houvesse nas profundezas gigantescas fornalhas de
enxofre, alúmen ou betume. Marcus Vitruvius Pollio (80-70 aC a 15 aC).
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Fim do império romano – Idade Média


A Idade Média não trouxe inovações expressivas no emprego de argamassas e
concretos. Pelo contrário, a qualidade dos materiais cimentíceos em geral decai,
perdendo-se o uso da cal pozolânica (adição). Há evidências de que no vale do Rio
Reno, tarras, uma rocha vulcânica era adicionada à mistura. Pó de tijolos de barro
também foram utilizados para aumentar a resistência das argamassas. Inovações
expressivas só começam a ocorrer no século XVIII no tocante ao uso de cimentos e
argamassas.
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• 1586 – SIMON STEVINUS, HOLANDA Os fundamentos da estática gráfica são


publicados por Simon Stevinus em seu livro Mathematicorum Hipomnemata de
Statica.

• 1678 – ROBERT HOOKE, INGLATERRA estuda as propriedades dos materiais e


descobre a propriedade de plasticidade e elasticidade.

• 1685 – ISSAC NEWTON, INGLATERRA publica o Philosophiæ Naturalis Principia


Mathematica e lança as base da mecânica clássica e definirá todas as teorias da
análise estrutural nos dias atuais.
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Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi


uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum
illum mutare. - (Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de
movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar
aquele estado por forças imprimidas sobre ele.)

Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri


secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur. (A mudança de movimento é
proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção da linha reta na
qual aquela força é imprimida.)

Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine


corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes
contrarias dirigi. (A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as
ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a
partes opostas.)
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• 1727 Euler fez importantes descobertas em campos variados nos


cálculos e grafos. Ele também fez muitas contribuições para a
matemática moderna no campo da terminologia e notação, em especial
para as análises matemáticas, como a noção de uma função
matemática.

1756 a 1793 – Finalizam a reconstrução do Farol de Eddystone


(Inglaterra) primeiro Farol oceânico (em mar aberto) onde utilizaram
um novo material para as construções da época e posteriormente
James Parker patenteou (1776) como cimento hidráulico natural
(cimento romano).
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• 1818 – LOUIS JOSEPH VICAT (França) realiza diversos experimentos
com os materiais cimentícios criando ensaios padronizados que
são utilizados até nos dias atuais, tais como a curva de
endurecimento e o tempo de pega.

• 1824 –JOSEPH ASPDIN (Inglaterra) na cidade de Portland


conseguiu fabricar o primeiro cimento artificial da história o qual
ficou conhecido como cimento portland (CP-I), este material é
utilizado até nos dias atuais.

• 1850 – JOSEPH LOUIS LAMBOT realiza a construção de vasos


utilizando o cimento com a adição de malhas de aço, suas
construções tornaram revolucionaria para a época, pois o material
conseguia grandes resistências, sendo utilizado por Lambot na
construção de um barco. A sua publicação sobre este material é
considerada pela história como a primeira publicação sobre o
concreto armado.
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• 1876 – É construída a casa Ward House em Nova York,


primeira construção em concreto armado, sendo tombada
como patrimônio histórico da humanidade.

• 1889 – GUSTAV EIFFEL conclui sua obra monumental, uma


torre metálica de 317m para a comemoração do centenária
da Revolução Francesa, a torre superou pela primeira vez
na história as construções mais altas da época, as
pirâmides do Egito (180m). Posteriormente a torre foi
nomeada como Torre Eiffel.
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• 1920 – Surge o concreto usinado (EUA)

• 1934 – Eugene Freyssinel desenvolve uma técnica de


construção em concreto com a adição de cabos de aço
tensionados – surge o concreto protendido.

• Na década de 70 surge na construção os aditivos


superplastificantes, que permite a moldagem de concretos
com baixo fator água/cimento. Estes materiais permitem a
construção de grandes edifícios.

• Nos dias atuais: estamos na era das megaconstruções, obras


monumentais com prédios resistentes a intempéries rigorosas
(tornados e furacões) e com alturas acima de 600m de alturas,
pontes com vão livre de mais de 2.100km, megahidrelétricas,
entre outras obras.

Programas computacionais de grande capacidade de


análise estrutural com soluções complexas.
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O que é concreto: Composto de materiais inertes e um material ligante (aglomerante


hidráulico) que reage com a água produzindo calor e cristais com comportamento
similar ao da rocha. Este material resiste bem às forças de compressão e muito pouco
(na ordem de 10%) as forças de tração. Sua maior vantagem é poder ser moldado em
diversas circunstâncias.

Composição:

Aglomerante + agregado miúdo + agregado graúdo + água

Pasta + agregado miúdo + agregado graúdo

Argamassa + agregado graúdo.


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CONCRETO ARMADO: O concreto armado é composto por


concreto de resistência fck, aço doce e aderência (princípio
mecânico de ligação química entre o concreto e o aço através das
forças de atrito, para as transferências dos esforços solicitantes). De
forma simplificada o concreto armado é:

Concreto + aço doce + aderência

CONCRETO PROTENDIDO: O concreto protendido é composto por


concreto de resistência fck, cordoalha de aço e sistema de
ancoragem, podendo ou não ter: aço doce e aderência. Caso o
concreto não tenha tração ou os esforços de compressão superam
as tensões do concreto, é necessária a colocação de armaduras
(aço doce) que somente funcionarão com atrito, ou seja, aderência.
De forma simplificada o concreto armado é:

Concreto + cordoalhas + sistema de ancoragem + [bainhas + (aço


doce + aderência)]em certos casos.
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• fcj – Resistência do concreto aos j dias, ou seja, resistência do concreto na sua


idade de ruptura. Costuma-se romper os corpos de prova os 3, 7, 21 e 28 dias.
Aos 28 dias denomina-se como resistência característica do concreto dando a
seguinte nomenclatura – fck.

• fck – resistência característica do concreto aos 28 dias.

• fyk – resistência característica do aço doce (CA-50 – 500MPa e CA-60 – 600MPa)

Aço CA50A Aço CA50B/60


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NORMAS BRASILEIRAS PARA ESTRUTURAS E NORMA CORRELATAS

NBR 6118:2014 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento

ABNT NBR 5674:1999 - Manutenção de edificações - Procedimento


ABNT NBR 5732:1991 - Cimento Portland comum - Especificação
ABNT NBR 5733:1991 - Cimento Portland de alta resistência inicial - Especificação
ABNT NBR 5735:1991 - Cimento Portland de alto-forno - Especificação
ABNT NBR 5736:1991 - Cimento Portland pozolânico - Especificação
ABNT NBR 5737:1992 - Cimento Portland resistente a sulfatos - Especificação
ABNT NBR 5738:1994 - Moldagem e cura de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto -
Procedimento
ABNT NBR 5739:1994 - Concreto - Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos - Método de ensaio
ABNT NBR 6004:1984 - Arames de aço - Ensaio de dobramento alternado - Método de ensaio
ABNT NBR 6120:1980 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações - Procedimento
ABNT NBR 6122:1996 - Projeto e execução de fundações - Procedimento
ABNT NBR 6123:1988 - Forças devidas ao vento em edificações - Procedimento
ABNT NBR 7190:1997 - Projeto de estruturas de madeira
ABNT NBR 7222:1994 - Argamassa e concreto - Determinação da resistência à tração por compressão diametral de
corpos-de-prova cilíndricos - Método de ensaio
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NORMAS BRASILEIRAS PARA ESTRUTURAS E NORMA CORRELATAS

ABNT NBR 7477:1982 - Determinação do coeficiente de conformação superficial de barras e fios de aço destinados a
armaduras de concreto armado - Método de ensaio
ABNT NBR 7480:1996 - Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado - Especificação
ABNT NBR 7481:1990 - Tela de aço soldada - Armadura para concreto - Especificação
ABNT NBR 7680:1983 - Extração, preparo, ensaio e análise de testemunhos de estruturas de concreto - Procedimento
ABNT NBR 8522:1984 - Concreto - Determinação do módulo de deformação estática e diagrama tensão-deformação -
Método de ensaio
ABNT NBR 8548:1984 - Barras de aço destinadas a armaduras para concreto armado com emenda mecânica ou por
solda - Determinação da resistência à tração - Método de ensaio
ABNT NBR 8681:2003 - Ações e segurança nas estruturas - Procedimento
ABNT NBR 8800:1986 - Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios (Método dos estados limites) -
Procedimento
ABNT NBR 8953:1992 - Concreto para fins estruturais - Classificação por grupos de resistência - Classificação
ABNT NBR 9062:2001 - Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado - Procedimento
ABNT NBR 11578:1991 - Cimento Portland composto - Especificação
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• NORMAS BRASILEIRAS PARA ESTRUTURAS E NORMA CORRELATAS

• ABNT NBR 11919:1978 - Verificação de emendas metálicas de barras de concreto armado - Método de ensaio
• ABNT NBR 12142:1991 - Concreto - Determinação da resistência à tração na flexão em corpos-de-prova
prismáticos - Método de ensaio
• ABNT NBR 12654:1992 - Controle tecnológico de materiais componentes do concreto - Procedimento
• ABNT NBR 12655:1996 - Concreto - Preparo, controle e recebimento - Procedimento
• ABNT NBR 12989:1993 - Cimento Portland branco - Especificação
• ABNT NBR 13116:1994 - Cimento Portland de baixo calor de hidratação - Especificação
• ABNT NBR 14859-2:2002 - Laje pré-fabricada - Requisitos. Parte 2: Lajes bidirecionais
• ABNT NBR 14931:2003 - Execução de estruturas de concreto - Procedimento
• ABNT NBR 15200:2004 – Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio - Procedimento
• ABNT NBR 15421:2006 – Projeto de estruturas resistentes a sismos – Procedimento
• ABNT NBR ISO 6892:2002 - Materiais metálicos - Ensaio de tração à temperatura ambiente
• ABNT NBR NM 67:1998 - Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone
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AÇÕES
As estruturas têm como finalidade resistir determinadas ações diretas ou indiretas,
porém o grande desafio dos engenheiros é determinar quais serão realmente as ações
que as estruturas estarão submetidas. A grande importância de obter as ações exatas
desta dissertação é determinar quais os reais esforços que os pilares estarão
submetidos.

Ações são as causas que provocam o aparecimento de esforços ou deformações nas


estruturas e, do ponto de vista prático, as forças e as deformações impostas pelas ações
são considerada como se fossem as próprias ações conforme descrito na NBR
8681:2003.

As ações são especificadas por normas técnicas com a da NBR 8681:2003. Os vários
tipos de ações são previsões compostas de probabilidade de ocorrência, uma parcela
desta previsão é o tempo de atuação destas ações, devido a estes fatores devem-se
dividir as ações em ações estáticas e ações dinâmicas.
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As ações estáticas são aquelas que não possuem variação em sua intensidade ao longo
do tempo. As ações dinâmicas são aqueles que variam sua intensidade ao longo do
tempo. Essa variação deve ser observada, pois, deve-se procurar a transformar desta
ação variável por uma estática equivalente.

A NBR 8681:2003 subdivide as ações em:


AÇÕES PERMANENTES;
AÇÕES VARIAVEIS;
AÇÕES EXCEPCIONAIS.

Conceitualmente, as ações são provenientes do tipo de utilização da estrutura, do tipo


de construção, do tipo de materiais que serão empregados na construção do edifício, do
local onde a estrutura será executada e das interferências do meio ambiente.

A importância de determinar as ações e consequentemente suas reações será para


encontrar os valores reais das solicitações de pilares, vigas e lajes.
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CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES


- AÇÕES ESTÁTICAS – São ações que não possui movimento, estas ações são as que definem os
carregamentos das estruturas convencionais. Geralmente são atribuídas aos pesos das estruturas
e dos materiais aplicados entre outros.

- AÇÕES DINÂMICAS – São ações que possui movimento como, por exemplo, os veículos de uma
ponte, o vento, ponte rolante entre outros. Essas ações são, geralmente, transformadas em uma
ação estática equivalente.

- AÇÕES DIRETAS – São as ações que incide diretamente sobre as estruturas, ou seja, são aquelas
que provocam as solicitações iniciais e as deformações.

- AÇÕES INDIRETAS – Não se podem afirmar que há ação neste caso, pois, as ações indiretas são as
solicitações devido às deformações geradas pelas próprias ações diretas, ou seja, os efeitos de 2ª,
3ª, 4ª... nª ordem seriam, teoricamente, causado por ações fictícia ou o próprio deslocamento
seria a componente da ação indireta.
A NBR 8681:2003 não tem a preocupação em classificar as ações em estáticas e dinâmicas, mas
sim pela variação de sua intensidade. Por isso têm-se três tipos de situações – AÇÕES
PERMANENTES, VARIAVEIS E AÇÕES EXCEPCIONAIS.
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CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES


Ações Permanentes Diretas: São constituídas pelo peso próprio, pelo peso dos
elementos construtivos, pelas as instalações permanentes e por equipamentos de
duração indeterminada. A massa especifica dos materiais de construção são indicados
pela NBR 6120:1988, os pesos das instalações permanentes são indicados pelos
fornecedores em caso especiais deverá ser analisado isoladamente.

O peso das estruturas deverá obedecer ao peso especifico do item 8.2.2 – NBR
6118:2014 e em casos de concretos especiais deverá ser determinada
experimentalmente seguindo as recomendações da NBR 12654:1992, e armaduras
conforme item 8.2.2 da NBR 6118:2014.

- Ações Permanentes Indiretas: As ações permanentes indiretas são constituídas pelas


deformações impostas pelas ações permanentes diretas ou por: retração do concreto,
fluência do concreto, deslocamentos dos apoios, imperfeições geométricas (locais e
globais) que sua consideração esta prevista nos itens 11.3.3.1 a 11.3.3.4. da NBR
6118:2014.
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CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES


Ações Variáveis Diretas: No item 11.4.1 da NBR 6118:2014 define como ações variáveis
diretas como:

As ações variáveis diretas são constituídas pelas cargas acidentais previstas para uso da
construção, pela ação do vento e da água, devendo-se respeitar as prescrições feitas por
Normas Brasileiras específicas.

As cargas acidentais podem ser definidas como:


Cargas Verticais de Uso;
Cargas Móveis – considerando o impacto vertical;
Impacto Lateral;
Força Longitudinal de frenação ou aceleração;
Força Centrífuga;
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CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES


Além das cargas acidentais, se devem destacar as cargas geradas pelo vento e pela retenção de água
devido a problemas de drenagens.

Os esforços devido ao vento devem seguir as recomendações prescritas na NBR 6123:1988 e deverá
ser considerada obrigatoriamente.

As ações que poderão ocorrer no momento das execuções das estruturas deverão seguir as
recomendações da NBR 6118:2014 item 11.4.1.4 que especifica:

As estruturas em que todas as fases construtivas não tenham sua segurança garantida pela
verificação da obra pronta devem ter, incluídas no projeto, as verificações das fases construtivas mais
significativas e suas influência na fase final.
A verificação de cada uma dessas fases deve ser feita considerando a parte da estrutura já executada
e as estruturas provisórias auxiliares com os respectivos pesos próprios. Além disso, devem ser
consideradas as cargas acidentais de execução.

Ações Variáveis Indiretas: As ações variáveis indiretas, diferente das


ações permanentes indiretas são causadas pela temperatura e por
ações dinâmicas.
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• COMBINAÇÃO DAS AÇÕES PARA DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO


• As ações devem ser majoradas por um coeficiente de ponderação devido as suas incertezas
e ocorrência. A NBR 6118:2003 define a combinação de uma ação sendo:

• Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidade não
desprezíveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período
preestabelecido.

• A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determinados os efeitos
mais desfavoráveis para a estrutura: a verificação da segurança em relação aos estados
limites últimos e aos estados limites de serviço deve ser realizada em função de combinações
ultimas e combinações de serviço, respectivamente.
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• COMBINAÇÃO DAS AÇÕES PARA DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO

• Além da NBR 6118:2003 na NBR 6120:1980 no seu subitem 2.2.1.8 descreve: no cálculo dos
pilares e das fundações de edifícios para escritórios, residências e casas comerciais não
destinados a depósitos, as cargas acidentais podem ser reduzidas de acordo com os valores
indicados na Tabela 4.

• As combinações ultimas são classificadas em Combinações ultimas normais, especiais ou


construção e excepcionais, já as combinações de serviços são classificadas em combinações
quase-permanente de serviço, combinações freqüentes de serviços e combinações raras de
serviços.
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• COMBINAÇÃO DAS AÇÕES PARA DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO

Fd   g  Fgk   eg  Fegk   q  ( Fq1k   0 j  Fqjk )   eq  0e  Fqk

• Fd – Força de cálculo das ações - combinação última normal


• Fgk – Ações permanentes diretas
• Fqk – Ações variáveis diretas
• Fek – Ações indiretas permanentes – retração e temperatura.

• g, eg, q, eq são obtidos na tabela.
• 0j e 0e são obtidos na tabela.
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A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determinados os efeitos mais
desfavoráveis para a estrutura; a verificação da segurança em relação aos estados limites últimos e aos
estados limites de serviço deve ser realizada em função de combinações últimas e de combinações de
serviço, respectivamente.

Combinações últimas - Uma combinação última pode ser classificada como normal, especial ou de
construção e excepcional.

Combinações últimas normais


Em cada combinação devem estar incluídas as ações permanentes e a ação variável principal, com seus
valores característicos e as demais ações variáveis, consideradas como secundárias, com seus valores
reduzidos de combinação, conforme ABNT NBR 8681.
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Combinações últimas especiais ou de construção


Em cada combinação devem estar presentes as ações permanentes e a ação variável especial, quando
existir, com seus valores característicos e as demais ações variáveis com probabilidade não desprezível
de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos de combinação, conforme ABNT NBR 8681.

Combinações últimas excepcionais


Em cada combinação devem figurar as ações permanentes e a ação variável excepcional, quando
existir, com seus valores representativos e as demais ações variáveis com probabilidade não
desprezível de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos de combinação, conforme ABNT NBR
8681. Nesse caso se enquadram, entre outras, sismo e incêndio.
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COMBINAÇÕES DE SERVIÇO
São classificadas de acordo com sua permanência na estrutura e devem ser verificadas como
estabelecido a seguir:

quase permanentes: podem atuar durante grande parte do período de vida da estrutura e sua
consideração pode ser necessária na verificação do estado limite de deformações excessivas;

frequentes: se repetem muitas vezes durante o período de vida da estrutura e sua consideração
pode ser necessária na verificação dos estados limites de formação de fissuras, de abertura de
fissuras e de vibrações excessivas. Podem também ser consideradas para verificações de estados
limites de deformações excessivas decorrentes de vento ou temperatura que podem
comprometer as vedações;

raras: ocorrem algumas vezes durante o período de vida da estrutura e sua consideração pode
ser necessária na verificação do estado limite de formação de fissuras.
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