Discussão e Resultado:

A autofagia é um processo celular responsável por manter a

homeostasia que pode ou não ter sua atividade aumentada de acordo com as
condições e estímulos experimentados por uma célula, como a presença de
patógenos ou a falta de nutrientes. A sua função inclui controlar a biomassa
celular por meio da remoção de agregados proteicos e organelas danificadas.

Uma das maneiras de quantificar o processo autofágico é utilizar uma

proteína chamada LC3 que é marcadora desse processo fisiológico. Essa
proteína possui duas formas estruturais dependendo da atividade da via
autofágica.

Quando não há um sinal para autofagia, a proteína tem sua distribuição

dispersa no citoplasma e recebe o nome de LC3-I, entretanto quando a via
autofágica é ativada ela sofre uma mudança em sua estrutura, sendo clivada à
forma LC3-II que se liga a membrana do autofagossomo. Para efeito de estudo,
essa proteína pode ser então fusionada a uma proteína chamada GFP que
fluoresce uma cor verde quando excitada com uma luz azul, o que permite a
visualização dos autofagossomos em um microscópio.

Para o experimento, cultivaram-se macrófagos em três condições

diferentes: uma situação controle; uma situação na qual as células foram
submetidas a rapamicina; e uma incubação na qual as células foram expostas
a cloroquina. Em todos os três poços de cultivo as células foram
transfeccionadas e passaram a produzir LC3-GFP.

No primeiro poço, no qual não havia nenhum tipo de substância

estimulante de autofagia, observou-se predominantemente a dispersão da LC3-
GFP no citosol da célula com apenas poucos “green dots” que representam a
autofagia basal da célula.

No poço 2, a rapamicina induziu a via autofágica e observou-se uma

mudança no padrão de distribuição de LC3-GFP na célula, que passou a se
organizar nas membranas dos autofagossomos de maneira definida e pontual.

Por fim, no terceiro poço pode-se observar a formação de enormes

vacúolos na célula. Esse fenômeno ocorreu por conta da ação da cloroquina
que age desacidificando os lisossomos. Os lisossomos são responsáveis por
digerir o conteúdo dos autofagossomos, porém por conta da ação da
cloroquina esse processo de degradação não foi realizado gerando assim um
acúmulo de vacúolos celulares.