A autofagia é o processo no qual a célula é capaz de digerir seu próprio
conteúdo, de forma a remover componentes celulares danificados, promovendo um mecanismo de limpeza e, principalmente, de "reciclagem". É um processo muito importante, pois impede o acúmulo de resíduos e quando desregulado pode gerar diversas patologias.
Para observar a ocorrência da autofagia celular foram preparados três poços
contendo em cada um 500 mil macrófagos. Cada uma dessas células foi modificada de modo a expressarem a proteína LC3-1 ligada a GFP (LC3-GFP). A proteína LC3-1 encontra-se normalmente dispersa no citosol, entretanto com a indução autofágica ela vai para a membrana do autofagossomo e assume uma distribuição pontual e passa a se chamar LC3-2. A inclusão do GFP a essa proteína permite a visualização de autofagossomos no microscópio de fluorescência porque o GFP funciona como um marcador que quando excitado com luz azul produz uma emissão em verde.
O primeiro poço, o controle, continha somente as células, sem nenhuma droga
agregada. Foram visualizados alguns poucos pequenos pontos de coloração verde, com bordas irregulares, em algumas células, que foram identificados como os autofagossomos gerados. Isso mostra que a célula está constantemente realizando autofagia basal.
No segundo poço, juntamente com as células foi acrescentada a droga
rapimicina, que induz a autofagia e consequentemente a quantidade de autofagossomos visualizados nesse poço foi maior que no primeiro.
No terceiro poço foi acrescentado a droga cloroquina, que impede a acidificação
do lisossomo. Quando o autofagossomo é formado ele se une ao lisossomo formando os vacúolos e ali o autofagossomo é digerido. Se o lisossomo não for acidificado ele não consegue digerir o autofagossomo e com isso ocorre um acúmulo gerando vacúolos enormes. Com a droga cloroquina acrescentada foi possível visualizar enormes círculos nas células do terceiro poço que são os vacúolos de grandes tamanho formados.