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Coordenacéo Editorial Eprroea Cuaeauue Diagramactio Matsa Vacenerse Design de Copa Deze Dez Murrzucios 0 pIsaURso : HasrénrA € cxfricA Fownrranre, Conraraurcko A vestéRrA DO DISCURSO Na Franca bo Esquecruenro oxomsieao Impressdio e Acabamento ‘Surseina GréFzcn ENEALOGTA DA ANALISE D0 BISCURSO 37 TI —_Lineuas De maDerRa Ficha Catalogréfica elaborada pela Biblioteca do ICMC/USP 8644 Courtine, Jean-Tacques. Metamorfoses do dscurso politica as derives da fla bles / Tean-Jocques Courtine, tracstoresSifon ‘Milrez, Corks Poveron Filo.” do Cores Cartier, 2006 160 p: 26 om " Linsuacen, orsenso eutrico €1ea1081a * | -_Désconstaucio DE Uma LINGUA DE MADETRA 7 | © OPOs-STALINISHO, OU A METAMORFOSE MPOSStVEL uL SBN 85-8863620-7 | 43. Andlise do discurso.T Milnes, Niven rod I Pante TIT MUTACOES DAS DISCURSIVIDADES POLETICAS: Povezon iho, carlo, trad Tir" hua 1 Politica -Discursos. 2. Meis de comunicaséo | (0 EXEMPLO AMERICANO “Evia etesraursatsrn. FOUCAATEUN IOS: & Saas uw a AS DERIVAS DA VIDA PUBLICA: SEXO E POLETECA NOS. Esraoos Unzoos re “Rafael de As Vidal, 1217 ceP.13560.390 : sccunru0n 905 nnAt5 So orlos-SP Fone: 1635748338 A rmottchooasraieas 4 Escouanes nos Esrasos UNIDOS 7 yeditoraclaraluz.com br io se trata aqui de esbocar novas perspectivas para anslise de discurso, mas retoma, por meio de uma breve erdnica, sta histeia mais recente. Dizer que essa histria coletiva, que foi também aquela de cada um, marcou-se pela agitagio das ruptras, a aparigao de un vazio politico, inicio de uma politica sem memériae a emergéncia de nova formas de assueitamento que compreendiam o esquecimento de si. Nio se tata tumbém de lamentar que a anise de discurso sj, atualmente, diferente do que el fo mas lembrar ainda aque el atibuit 8 fungi critica que de hoje em diante parece ter perdido, napesuecee qual foi a sua predilei: 0 texto como “objeto politico ~ pois nio hi utr”, Desejeienfim, comessaretomada, falar da importineia de una ‘tia da memiria no trabaoterico e da esertura: que & pensar de ‘maneira diferente da que se pensou? O que é fdelidade a si mesmo Sendo uma repetigio? O que ¢ diferenga a si mesmo senio uma renegacio? “BARTHES, Roland. Aula. So Poo: Cl, 1987 UMA GENEALOGIA DA ANALISE DO DISCURSO* Gostaia de propor mas piginas seguints, uma breve genealogia essa perspeetiva de pesquisa surgida por volta do final dos anos de 1960, na lingistica da Franga, a anise do discurso. Outrastentativas nesse sentido j foram fetas por outros e por mim mesmo!. Percsbo, cntretanto a necessidade de, mais uma vez fazer essa genealoga, 30 nal de nosso encontro, eiss0 por um eonjunto de raze A primeira conceme stuago atual dessa disiplina, que, no ‘minim, éparadoxal: ela contribu para promover oemprega, entre os “Temorgnnne beat em oat ita cele conn Ame Scheme eerie sess Aion et Saeiece”e Nee | Daler emcee np ea ae ere ‘tas no Bat Od bo“ mage dooms” Cnn ae nk ni gin “Lagige, pil sri and ology ‘emo Dims KP Mi). a tt nt fe {Tolan ne: caer Wak Gaye, 7p DES tea “pape ace pols ptt apg 9) Arps ee (Cee ere aay oe dene scsi as) Aenean lingtistas, do term dsc urs, com qual eles quae nose preocupavam, anterionmente. Pouco 2 pouco, ela adquiriu um reeonhecimento institucional que fiz com que recentemente ela esteja presente em ‘nomenctaturas que distinguem as diferentes dsciplnas que compsem atualmente as cigncias da linguagem. Mas, simultaneamente ‘constatamos apenas oesgotamento dessa prablemstica que tnha como tare, partir dos anos de 1968-1970, elaborat uma concepcio do Aiscurso que fizesse dele um objeto essencial para compreensio das ‘ealidadeshistoricas polfieas, um nivel de intervengoteérica crcl para quem deseava, ao mesmo tempo, compreender a seciedade e operat sua trnsformagio. al ponto que pademos, de maneiny absoluamente Fegitima, nos inquictar sobre sua propria existéncia e nos colacar ‘questo de seu futuro: na definigorelativament precisa qu er st, naguele period, existe, de fato, anise do dscurso fora das nostalgias ddaqueles que a praticam, fra das montagens instituconsis que anda & convocum, ou fora de uma presenga difusa no disparatado leque das deserigées inguisticas do dscurea? Encontro uma outra razio, entre aquelas que me incitam a colocar essas quesides, na propria natureza dos debates dessa nossa {ormada inaugutal de um centro de pesquisas que petende destinar seus Lrabathos 3 andlise do discuso. Porgue me parece que esse feo, se ‘uma vez mas, deve conservar alguma coisa de sua acepeo orginal flo pode ser ventadeiramente adequado para designar as priticas de Aescrigi de corpus eontraas quais «anise do discurso se constitu assim, as anilises de conteido, de orientagio exclusivamente formalizante,ignoram ou reduzem a quase nada &andlisehistérica das ‘condiges de produto dos diseursos, da qual ata anslise do discus. [Ee parece. sind, que tampouco podemos contnuaracelebrar as vintades da anise do discursopraticada A maneira antiga, no que respita alianga que ela desejava realizar ene histra e linguistic, como se nada tivesse acontecido. Ou se, como seas tansformagies sociais, as agitagdes politicas, as mutagdes tecnoldgicas, os ‘desmoronamentos ideokigicos que conbecemos num passado recente no ivessem problematizadoradicalment oprojto que era aquele da andlise do discurso, a ponto de tornar sua prépria existéncia Problemitica preciso que trabalhemos desde metade dos anos 1980, numa paisagem terca em ruinas. Nesse sentido, no me agradam as ‘omemoragoes nostilgieas nem as depreciagdes engenhosas, em tampouco 0s embargo precoces.E por sso que eu quis retomar sobre ‘9 desenvolvimento eo refluxo do projto da anlisee indicat o fim desta breve erénica, um Futuro posive ‘Seranan, ARTICULAR A andlise do dseurso pode ser considerada, a partir de uma histria “interior” da lingistica comoo contragalpe do “pesto decisivo de separagio” pelo qual a disciplina se instituconalizow como ciéncia, no comego do século™. Seu projeto fo assim pensado, a mesmo tempo, como una “negagio” e como uma “ulrapassagem do gsto separador de Saussure", Seu primeiro objetivo foi ode querer rertcularo que 0 “corte sausuriano” hava talhado, de fazer ressurgiro que a instituigao ‘de uma Tinghistica formal havi elegado ao exterior do campo da cigncia sda finguagem: as condigdes de usoda lingua. O que surpreendente na reletura atual dos textos que exprimiam esses objetivos & 0 ambiente de dramatizacao epistemoldgiew no qual eles estavam merpulhados. Quereranalsar os dscursosera, eno, querer fazer muito mais que um simples trabalho de lings; era também, de certa mancira, desejar ‘cupar uma posit herbica mma lutaterico-poltica eintegrar, num esto libertad, o que uma decisioatbitrria havi excluido era ainda "Ora, oq prec er id for gist um eo meo de eso devise ener am dino decane vines oper mu demas Senin” UC Char LaLangehesinigne thse a Pate de Ps “pt que cress (ROBIN Hite Sc Pas. Cl, maginar desempenkar umm papel quase terapeutico em relagdo a ingusticae querer produc nelao etoma do que ela eri “ecaleado” Interprets, endo, sobrea cena tesrcao drama deslocado da politica edo desejo. A anise do discurso foi, sob certs axpectos, 0 efito essa configuragio tric do inal dos anos 1960, feta de estntralismo ‘agonizante, de epistemologias da descontinuidade, de uma politica marxista das cincias humanas e da considerivel impregnacio pela Psicanlise da atmeosfra teérica do momento Paros historiadoeso dscurso no constitu un objeto (69. Na outro po. os lings esto rigorosamente isolados no sussueanismo, na linguistics estate © no transtormacionalismo. A dicotomia inaugural de Saussure provoet um afastamenta do sujeito, da subjctividdenalinguagem eda hin. afstamento ‘huextepridade do texto. Em sums, dois rcaleamertos Smétricos. O hstoiador reesica o significant 2 teriadade ds inguagem.olngusta recalea suet a bistia: aus palsra, o dscurso come pritica sia A anilise do dscurso fi, entBo,o lugar privilegiado de um enconto entre a Tingtistica ea histéria,e isso de duas manciras, Por lum ldo, ea paticipou de um exam hstricoeeriico dos fandamentos do gesto inaugural de Saussure. Ela pretendia questonar a prépria ‘operagio de “corte” ¢ de delimitagio do campo da linglistica, interpelando a centraidade da disciplina, a partir de sua periteria, lembrando-the seus limites e suas insuficiénias, do o que ela teria QVESPIN. Ll p-12¢14.04, enfin, des elo modelo gun Mexaco eve er ahotiona ap cron (GUESPS,L- Guo Lesennayeursendaty. anaes: Pars Lino 1975 7-48) Acro cpeo se destin lis ee: anise do ocr er acon ectala con © mone Ingram ol cptsnchpe Qaramornaxopra Sasa, amine, su gen OMI Lots een pg Reem hs 1 Que Mana 157» °0. inicitmenteneglipencao. Por our ao, sa peed pester & arcade do qu vias cn sistema ng (eno, Conrebid cto um cnn de es Sass qu determin fase mas tbe ov Tunclonamertoe qi screvem uma protein dh enuciag) com a ones hire dng Enso (por meio d termina dat “cones de pout” do dtvewsor ese proto, do qual waaros boar ound, su om pr deena dts ep errors ena dendcunsvinesonoqeesueraoston das? Ee ani ssenel? Poem vir ds, dane da ler tom mero velatvamente eons da eva Langage’ 2 © Salmo orale eine igor arr sovaspoecives Nasco, prom einanet nos epi o nar , tum amp rclatvamentcu (1909-199) de do gu ree et ‘Tol cco daemerpncn da conse da despa tmadicpina, Aapectaio dvs nro Langage scone om fo, do segue mos so que peso colo eaten Sabri a tcl ene oe tpn QUE ot ‘pesca Busine um ots atm cont Me stn once uc alg ent et inode Osage dtu ea Sona Nain pode does dasa ted xpinen. Quer a ‘hin gun, qi oes elec prepa ‘Scr da ingame ects cman com 2 cna Bene Fem ei spc ne ange mins is de ‘Ex ng (tse? ate Enc et ic Lange 1. operon Mrmr ques ee Langage eee Aiscplina, podemos, em todo caso, afirmar que, ‘rganizando controntagses insslitas, querend apreender, 20 mesmo tempo, 0 Iexico, a sntane, 9 lscursivo, gun socedade, a hstia caf la 6, later sido?, ela seré um lugar de avenue elects, ds quis ind no podemas merserar as as repereusiser Histone uincoisrica: nerve eNCONERO "Bato, qiem para ale do deus ot (.) novos Petco” ierogase Régne Robin. no mesa conjeto one Sta, «qui mse er cai, Sparmey abl tena evita como ge contin amano oan ini da anise de cicana Ese peta deter gumi alien ne Aupla aril: por um lado, combina wna dimen aa cic ua dimen intra epsvspreuee aaa, septs istrcs cigs mo ttamentodo dace dele, desde entio? : : eae ae Nam tao consgrdo 20 dicuso palit sviic oa espe hice ft paca sanded” O estat Boma no cous (196196) no lamas lane condi de fomosao dos dics aad, Gus lg Portano, esses discuss as taniomaybes de eons panes svi? Ni ci pam u's ha edness confi coma str do Paro nico que stoor sin oon apace ues dics xs estuem no pons aprons fe brcrizado lingua ese a famagio do ane oy Exado. na URSS? Eom etree orm ends? Se os ‘amino ore pri eo prods alts aces Mali, 1986, p.7 *SERIOT.F Lange neice polite saague aa goes: Pa Lune oa pra a sti * ‘oso, do mesmo modo, pelo fato de que sio "de tipo argumentative". ( trabalho se situa, de fato, numa perspectiva gramatica: aquela do estudo do funcionamente das nominalizagdes a lingua rusa sobre um ‘corpus de digeuso politico, Um lingbistao ler com interesse; © que le ensinar.a um hstoriador? I impossivelapreender ~a partir dessa neutralizagio gramatical da ordem hist6rica do discurso ~ as transformagdes que podem afetat o regime das discursividades Aida que o Seretirio Geral sja um genial ou demente ‘Maguiavel madera, este manipula de estratras ‘nities pdemosjstament desvelarem seu discurso {ia forma sujet consi por uma dminicla Ae relaydes predicativas asertadas, sistema de tvidénens, de signiieagtes ocebias, de reftages implica gues pcm ao destinatii, masigualmente so ocuoe! io o Secreto Geraldo PCUS, portato, mas uma forma sujit,apermanéncia de um dispositive discursive. A Unio Sovitica {de Stalin e de Khrouchtchey sri, endo, mesma? A Unio Sovitica sori a mesma antes e depois de Gorbatchev? Ea mesma forma-sueito ‘que, ontem, denunciava 0s taidores “hitlerorotskysas” e que, hoje, preside a desmontagem das esituas do fundador da KGB? £0 mesmo "sujeito universal” do diseurso sovitico que, ontem, justiicava a invasio do Afeganistio © que, hoje, admite a independncia das replicas do Imperiosovitico” ini insist a histria mats recente {oi paticularmente cruel para quem queria cer na eeridade das formas- sujeit. Mas para compreender o aniguilamento do sistema, 0 nfraquecimento generalizado do discurso sovistco, a devergao de sus SERIOT Popp. 12 As pecs dada ares be os specs olicas, ‘ hstéocos con maicam frdaentaimene ete cajun de eieas {cer SERIOT, P Anas de disenaes paltquesovtique Pan: Ins Eas Sve 1985, capt S'SERIOT, Pep. tia necessrioacctar sir do texto, Separa-s da presungiofilol6giea que consist em reduc apolitca ao iscurso ea realdade critica documentira, Sem fazer isso, unlit, fenredado por seu objeto, acaba por reforgar essa varacterizagao fantasmatica que o dscurso sovidtico dé a si mesmo, ¢ da qual cle pretendia precisamente se separar: um conjunto homogéneo ¢ etemo ‘de emunciados" ‘A anilise do dscurso entou num periodo de instabilidade. O {rabatho ao qual acabamos de fazer alusio fo seguido, naquele mero (da Langnges, por um textode I. Guilhaumou ede D. Maldiict, que se csforgando para sustentar 0 watamento do discutso na perspective dos preocupagées dos histriadores das mentalidades, pode ser eoncebido ‘Como uma erica direta ao ponta de vista precedente Centra, no inicio, sobre o “genera” do dscurso politico, anise do dseuso elsicn no tnka 0 que fazer dante da diversidade do arquivo; dvavante (2) a0 podemos mais ignorar a multiplicidade dot ipostvos textais disponives,Aanie do discrse (1 passou de um interese pvilegndo pelo discus

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