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Prof.

RODRIGO DAMASCENO

PRÁTICA
PROCESSUAL
PENAL
OAB  X  Exame  | 2a  Fase    
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 3
FORMALIDADES & REGRAS DO EDITAL ...................................................................... 5
PRINCIPAIS PEÇAS PROCESSUAIS ................................................................................ 14
 
1. NOTITIA CRIMINIS ........................................................................................................ 14
2. RELAXAMENTO DE PRISÃO ILEGAL ........................................................................ 16
3. LIBERDADE PROVISÓRIA ........................................................................................... 18
4. REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA ................................................................... 20
5. QUEIXA-CRIME ............................................................................................................. 22
6. DEFESA PRELIMINAR .................................................................................................. 24
7. RESPOSTA À ACUSAÇÃO ............................................................................................ 26
8. ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS ..................................................................... 28
9. RECURSO DE APELAÇÃO ............................................................................................ 30
10. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ............................................................................ 33
11. AGRAVO EM EXECUÇÃO .......................................................................................... 36
12. EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE ...................................................... 39
13. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS ....................................................... 42
14. RECURSO ESPECIAL ................................................................................................... 45
15. RECURSO EXTRAORDINÁRIO .................................................................................. 48
16. CARTA TESTEMUNHÁVEL........................................................................................ 51
17. REVISÃO CRIMINAL ................................................................................................... 54
18. HABEAS CORPUS ........................................................................................................ 56
19. MANDADO DE SEGURANÇA..................................................................................... 58
ESTUDOS DE CASOS ........................................................................................................... 60
SIMULADOS .......................................................................................................................... 77

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INTRODUÇÃO

Com o sua dedicação conseguimos conquistar a aprovação na 1a fase do Exame de


Ordem. Sabemos que não foi fácil, mas a sensação de ser aprovado, é certo, valeu cada
segundo do nosso esforço!
Agora que falta tão pouco para a sua aprovação definitiva no Exame de Ordem, não
podemos relaxar, sob pena de colocar tudo a perder. Precisamos usar a felicidade da
aprovação como energia para, ao longo dessas últimas semanas, se entregar de corpo e alma
para o treinamento intenso para a prova prático profissional de penal: cada aula, cada atividade
devem ser cuidadosamente acompanhadas, pois são todas elas etapas necessárias para o
sucesso na segunda fase do exame.
Esta apostila tem como objetivo auxiliar os alunos no acompanhamento das aulas que
serão ministradas ao longo do curso. Ou seja, o conteúdo aqui exposto não tem a pretensão de
esgotar a matéria, já que os alunos o complementarão com as aulas expositivas.
A apostila foi divida em três capítulos, cada qual com uma função bastante específica.
Confira-se:

Div isão da ap ost ila

Capítulo I - FORM AL IDAD ES & REG RAS DO ED ITAL : aqui serão


abordadas as regras mais importantes do Edital. Conteúdo imprescindível
para evitar qualquer tipo de problema no dia da prova.

Capítulo II - ES TRUTU RA B ÁS ICA DA PEÇA PROC ES S UAL :


conteúdo básico para a estruturação de qualquer peça processual.

Capítulo III - PRINC IPAIS PEÇAS   PRO CE SSU AIS: explicação


sucinta de cada uma das peças, com o respectivo modelo e relação dos
principais artigos e súmulas aplicáveis.

Capítulo IV - ES TUD O D E C AS OS : casos práticos que serão


corrigidos ao longo das aulas.

Capítulo V - SIMU LAD O S : É o momento em que o aluno irá testar


sua preparação, com propostas de peças e questões da mesma maneira
que são cobradas no Exame .

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Não há dúvida que a realização de todas as atividades aqui propostas somada ao


acompanhamento das aulas e ao empenho individual de cada aluno serão os passos finais para
sua aprovação, pois

“Cada um será recompensado na medida de seu esforço”

Sejam bem-vindos e sucesso!

PROF. RODRIGO DAMASCENO

Especialista pelo Instituto de Criminologia e Política Criminal-UFPR


Especialista pelo Instituto de Direito Romeu Felipe Bacellar.
Assessor jurídico do Tribunal de Contas do Estado do Paraná
Professor do Curso Jurídico (PR)
Professor da Escola de Ensino Jurídico Federal do Brasil.
Professor do Curso Supremo (MG)
Professor do Curso Probus Lumen (PE)
Advogado criminalista.

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CAPITULO I
FORMALIDADES & REGRAS DO EDITAL

Conhecer as regras do jogo é fundamental para alcançar a vitória. Assim, para evitar
qualquer problema no dia da prova, é importante que o aluno tome cautela com os seguintes
procedimentos:

Escreva suas respostas com letra legível, com caneta esferográfica de tinta azul ou preta;

Não rasure sua prova. É evidente que é normal e até mesmo esperado que possa ocorrer
algum erro na redação. Nesse caso, como é proibido o uso de borracha e/ou corretivo de
qualquer espécie (item 3.6.2 do Edital), você deverá apenas riscar com um traço simples a
palavra ou frase equivocada e, em seguida, escrevê-la de maneira correta;

Ex: Praticou ele o crime de roubo, conforme o art.155 art.157 do Código penal (..)

Não invente dados inexistentes na prova. Caso determinado dado seja necessário, mas
não seja ele trazido na proposta, deverá ser escrito o nome do dado seguido de reticências
(item 3.5.8 do Edital);

Ex: “Comarcar...”, “Data...”, “Endereço...”, “OAB...”, “Nacionalidade...”.

Não assine a prova ou nela insira o seu nome. Ao término da peça processual, nos
termos do item 3.5.7 do Edital, você deverá terminar com a seguinte menção genérica:

ADVOGADO...
OAB nº...

São 5 horas de prova para resolver uma peça processual (5 pontos) e quatro questões
(1,25 ponto cada). Não pode haver desperdício de tempo, sob pena de deixar a prova
incompleta.
Assim, em hipótese alguma o aluno deve elaborar as respostas integralmente no
rascunho, para depois passa-las de forma definitiva na folha de resposta. O rascunho serve
apenas para estruturar o raciocínio.

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Valiosa arma para o dia da prova é ter um material completo e organizado. No entanto,
para evitar qualquer tipo de problema no dia do exame, o aluno deve ter cautela com as
seguintes regras impostas pelo edital:

PERMITIDO PROIBIDO
✗   Códigos comentados, anotados ou
✓ Legislação não comentada, não comparados.
anotada e não comparada.
MATERIAIS

✗   Livros de Doutrina, revistas, apostilas,


calendários e dicionários.
✓ Súmulas.
✗   Jurisprudências e Informativos de
✓ Índice remissivo. Tribunais

✓ Utilização de marca texto


PROCEDIMENTOS

✓ Traço ✗   Anotações pessoais manuscritas ou


impressas.
✓ Simples remissão a artigos ou a lei
✗  As remissões a artigo ou lei de forma a
✓ Separação de códigos por clipes e/ou articular a estrutura de uma peça jurídica.
por cores, sem nenhum tipo de
anotação manuscrita ou impressa nos
recursos utilizados para fazer a
separação.

Não perca!

Já nas primeiras aulas, será passado   um método para organização e


marcação do seu material.

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CAPITULO II
ESTRUTURA BÁSICA DA PEÇA PROCESSUAL

No início da preparação para a 2a fase, é perceptível a angústia de alguns alunos que


nunca elaboraram qualquer peça processual.
A boa notícia é que essa angústia, muito embora compreensível, não tem razão de existir,
já que a elaboração da peça é algo bastante tranquilo e simples, pois, independentemente de
qual seja (defesa preliminar, memoriais, apelação, etc), a sua estrutura é basicamente a
mesma: 1. Endereçamento; 2. Qualificação do cliente e advogado; 3. Nome da peça e
fundamento legal; 4. Síntese fática; 5. Direito; 6. Requerimentos; 7. Encerramento.

É evidente que cada uma dessas etapas exige determinadas técnicas que serão ao longo
da preparação passadas e treinadas de forma que o aluno conseguirá, já nas primeiras aulas do
curso, facilmente montar uma peça processual.
De início, é importante algumas explicações gerais. Vejamos:

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a. Endereçamento

É no endereçamento que o examinador avalia se o aluno sabe identificar, segundo as


regras de competência, qual órgão jurisdicional é competente para apreciar a peça processual.
Dependendo da natureza da infração penal e da peça processual cabível, o
endereçamento seguirá formalidades próprias.
Para auxiliar na elaboração do endereçamento correto, siga os seguintes modelos:

Endereçam ento
1a Instância Autoridade
Policial

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DA DELEGACIA...


Estadual

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA


COMARCA ...
Tribunal

1a fase
do Júri

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA DO TRIBUNAL DO


JÚRI DA COMARCA …
Tribunal

2a fase
do Júri

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI DA


COMARCA …
JECRIM

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ... JUIZADO ESPECIAL


CRIMINAL DA COMARCA ...
1a Instância
Federal

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA FEDERAL CRIMINAL


DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA ...DA SEÇÃO JUDICIÁRIA...

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...


2a Instância
Estadual

COLENDA CÂMARA CRIMINAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO


2a Instância
Federal

COLENDA TURMA

EMINENTES DESEMBARGADORES FEDERAIS

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Não perca!

Não perca a aula de competência, pois nela será passada a relação dos
  competente.
artigos e súmulas para definição do órgão

b. Qualificação

A qualificação é a parte da peça mais tranquila da prova, pois basta copiar os dados
trazidos na proposta e seguir as seguintes regras elementares:
1. Quando for a primeira vez que o cliente peticiona, deverão ser ele e o advogado
qualificados. Caso não seja a primeira vez, basta mencionar, após o nome do cliente, a
expressão “já qualificado nos autos”.
2. Como não é possível inventar informações inexistentes no problema, os dados
necessários para completar a qualificação deverão ser postos de maneira genérica,
seguidos de “reticências”.

Ex 1: FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão...,


cédula de identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por
intermédio de seu advogado que ao final assina (procuração em anexo),
com escritório profissional endereço..., onde recebe intimações para foro
em geral, vem perante Vossa Excelência (...)

Ex 2: FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu


advogado que ao final assina, vem perante Vossa Excelência (...)

Na prática forense é habitual deixar grande quantidade de linhas entre o endereçamento


e a qualificação do cliente. No Exame de Ordem, no entanto, temos um número máximo de
linhas (150) que, para grande maioria, está no limite do suficiente – para não dizer do
insuficiente! Assim, pule, no máximo, uma única linha entre o endereçamento e a
qualificação.

d. Nome da peça – Identificação da peça processual

Muitos alunos acham que a identificação da peça processual é a etapa mais difícil da
prova e perdem horas de sono.
A boa notícia é que, se a identificação da peça em outras áreas (civil, constitucional, etc)
seja algo realmente complexo, na prova prática profissional de Direito Penal ela é bem

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simples. É possível afirmar que o único fator que pode levar o candidato a errar a peça é o seu
nervosismo.
Para que possamos otimizar sua preparação e diminuir os efeitos do nervosismo,
proponho um método para a identificação da peça. Alerto que a não obediência a qualquer
uma das etapas significará um aumento substancial do risco de erro!

Identificação da Peça Processual

ETAPA 1 . Identifique o rito utilizado e faça no rascunho a respetiva linha do


procedimento;

ETAPA 2 . Leia com atenção o problema e identifique qual foi o último


 
acontecimento processualmente relevante nele narrado. Localize esse
acontecimento na linha do procedimento elaborada;

ETAPA 3 . Verifique na linha qual é o fase do procedimento imediatamente após


ao último acontecimento narrado na proposta. Pronto: a peça foi identificada.

Para deixar mais clara cada uma das etapas acima expostas, sugiro treinar a aplicação do
método com o seguinte caso:

José de Tal foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas
previstas no art. 244, caput, c/c art. 61, inciso II, "e", ambos do Código Penal.
A denúncia foi recebida em 3/11/2010, tendo o réu sido citado e
apresentado, no prazo legal, de próprio punho — visto que não tinha condições
de contratar advogado sem prejuízo de seu sustento próprio e do de sua família
— resposta à acusação, arrolando as testemunhas Margarida e Clodoaldo.
No curso da instrução criminal, as testemunhas Margarida e Clodoaldo,
conhecidos de José há mais de 30 anos, afirmaram que ele é ajudante de pedreiro
e ganha 1 salário mínimo por mês, quantia que é utilizada para manter seus
outros filhos menores e sua mulher, desempregada, e para pagar pensão
alimentícia a Jorge, filho que teve com Maria de Tal. Após a oitiva das
testemunhas, José disse que gostaria de ser ouvido para contar sua versão dos
fatos, mas o juiz recusou-se a interrogá-lo, sob o argumento de que as provas
produzidas eram suficientes ao julgamento da causa.
Em manifestação escrita, o Ministério Público pugnou pela condenação
do réu nos exatos termos da denúncia, tendo o réu, então, constituído advogado,
o qual foi intimado para apresentação da peça processual cabível.

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ETAPA 1. Elaboração da linha do procedimento

ETAPA 2. Localização do último fato narrado na proposta

Em m anifestação escrita, o M inistério Público pugnou pela


condenação do réu nos exatos termos da denúncia, tendo o réu, então,
constituído advogado, o qual foi intimado para apresentação da peça processual
cabível.

ETAPA 3. Verificação da próxima etapa do procedimento

Conclui-se, assim, que deverá ser realizada a peça de alegações finais por memoriais,
nos termos do art.403§3º do CPP.

Não perca!

Para cada peça tratada em sala, será elaborada a linha do tempo com as
palavras para sua correta identificação.  

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c. Síntese fática

Nesta parte o aluno fará um resumo da proposta de peça. Lembre-se que devemos
poupar espaço e tempo na elaboração da sua prova. Assim, a principal regra para elaborar sua
síntese fática processual é não perder muito tempo e nem muito espaço!

Síntes e Fática

§ Concisa;
§  
Ordem lógica dos acontecimentos;
§ Sem juízo de valor;

d. Direito

É nessa parte da peça que a maioria da pontuação é atribuída, pois é aqui que serão
abordadas as teses jurídicas.
Para tornar mais organizada e clara a exposição, coloque cada uma das teses em tópicos
separados, titulando-os com o nome do instituto jurídico aplicado.

1. Síntese Fática Processual


2. Do direito
2.1 Preliminares:
2.1.1 Nulidade: não realização do interrogatório (art.564, III, e,
do CPP),
(...)
2.2 Mérito:
2.2.1: Da legitim a Defesa (art.25 do CP)
(...)

Não perca!

Caso sinta dificuldade na identificação de teses jurídicas e na elaboração


da respectiva redação, não perca a aula de método de identificação de
 
teses. Nessa aula será também explicado o que é preliminares, mérito ou
dosimetria da pena.

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e. Requerimento

Dependendo da peça, poderá haver pedidos específicos – o que será apontado ao longo
das aulas. Não obstante, é importante que os requerimentos sejam feitos separadamente, ou
seja, para cada tese deverá haver um requerimento específico.

f. Encerramento

Uma vez elaborados os requerimentos, deve-se finalizar a peça da seguinte forma:

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

Caso seja fornecido elementos para contagem do prazo (data da intimação ou citação),
deve-se datar a peça com o último dia para sua apresentação em juízo. Não sendo possível a
contagem do prazo ou na hipótese da peça não possuir prazo determinado para sua
apresentação, deve ser encerrada da forma acima mostrada (Cidade, dia..., mês..., ano...).

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CAPITULO III
PRINCIPAIS PEÇAS PROCESSUAIS

1. NOTITIA CRIMINIS

A notitia criminis é a peça extraprocessual que serve para requerer à autoridade policial
a instauração de inquérito policial.
Como na prova deve-se evitar a utilização de palavras em latim (até porque na hora do
nervosismo a grafia pode ser um problema), essa peça poderá ser chamada de REQUERIMENTO
DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL.
Quanto ao conteúdo e formalidades, não tem muito o que dizer, já que nem ao menos é
ela uma peça privativa de advogado. De qualquer forma, a leitura do art. 5, §1º, do CPP é
suficiente para saber quais são os requisitos mínimos necessários dessa peça, dos quais é
evidente que narração minuciosa dos fatos e apresentação das provas ou elementos que
fundamentam a suspeita em face de uma pessoa são o que mais se destacam.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

N oticia criminis

• Funda mento lega l : art.5º, inciso II, do CPP

• Pra zo : não possui.  

• O utr os:
- Conteúdo: art.5, § 1º, do CPP

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M ODELO DE PEÇA | ‘NOTITIA CRIMINIS’

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DA DELEGACIA...

Noticiante:
Noticiado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade...,


inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por intermédio de seu advogado que ao final
assina (procuração em anexo), com escritório profissional endereço..., onde recebe
intimações para foro em geral, vem perante Vossa Senhoria, requerer a INSTAURAÇÃO DE
INQUÉRITO POLICIAL, nos termos do inciso II do art. 5 do Código de Processo Penal, em
face de BELTRANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de
identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., pela prática da conduta delituosa
prevista no art..., pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática:
2. Conduta Punível:
3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se:


a. A instauração de inquérito policial em face de BELTRANO DE TAL, haja vista a prática da
conduta delituosa prevista no art. ....

b. A oitiva das testemunhas abaixo arroladas.

Rol de testemunhas:
Testemunha (qualificação completa);

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

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2. RELAXAMENTO DE PRISÃO ILEGAL

Segundo o art. 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, a prisão ilegal será
imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.
Assim, quando for trazido que o agente foi preso, você deverá analisar se a prisão
(flagrante, preventiva ou temporária) aconteceu em conformidade com os preceitos legais e
constitucionais. Em havendo alguma ilegalidade, por exemplo, na prisão em flagrante, você
deverá pleitear a liberdade do seu cliente com a peça RELAXAMENTO DA PRISÃO EM
FLAGRANTE.

Não perca!

Muitas vezes a dificuldade está na identificação de todos os vícios que


tornam a prisão ilegal. Para facilitar essa tarefa, na aula de prisão &
liberdade, serão expostos de maneira   prática quais são os aspectos que
deverão ser obrigatoriamente analisados para cada uma das modalidades
de prisão.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Relaxam en to de prisão ilega l

• Funda mento lega l : art.5º, LXV, da CF.


No caso de relaxamento de prisão em flagrante,
art.5º, LXV, da CF c/c art.310, I, do CPP

• Pra zo : não possui.  

• O utr os:
- Prisão em Flagrante: arts. 301 - 310 do CPP
- Prisão Preventiva: arts. 311 - 315 do CPP
- Prisão temporária: arts. 1º e 2º da Lei nº 7.960/89

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M ODELO DE PEÇA | RELAXAMENTO DE PRISÃO ILEGAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA


COMARCA...

Autos nº ...
Acusação:
Acusado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade...,


inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por intermédio de seu advogado que ao final
assina (procuração em anexo), com escritório profissional endereço..., onde recebe
intimações para foro em geral, vem perante Vossa Excelência, requerer, com fulcro no art. 5o,
LXV da Constituição Federal c/c art.310, inciso I, do Código de Processo Penal,
RELAXAM ENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, pelas razões fáticas e jurídicas a
seguir expostas:

1. Síntese fática:

2. Do direito:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se o relaxamento da prisão em flagrante, haja vista:


a. (...)
b. (...)

Requer, ainda, a expedição de alvará de soltura em nome de FULANO DE TAL.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

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3. LIBERDADE PROVISÓRIA

Na hipótese do agente ter sido preso em flagrante e a prisão for legal, a manutenção da
custódia depende do cabimento e necessidade da prisão preventiva. Ou seja, caso seja ela
cabível, o magistrado deverá, nos termos do art. 310, inciso II, do CPP, converter a prisão em
flagrante em preventiva. Na hipótese de não ser cabível ou necessária a prisão preventiva, será
concedida liberdade provisória com ou sem fiança.
Assim, quando for trazido que o agente foi preso em flagrante, deve-se analisar se a
prisão aconteceu em conformidade com os preceitos legais e constitucionais. Após concluir
que a prisão foi legal, a soltura do cliente será pleiteada na peça de LIBERDADE PROVISÓRIA.
Nessa peça, obrigatoriamente deverá ser demonstrado que os pressupostos de cabimento da
prisão preventiva não estão no caso concreto presentes.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

L ib erdad e Pro visó ria

• Funda men to legal : art.5º LXVI da CR c/c os arts. 310, III, e art.321 ss
do CPP .

• Pra zo : não possui.  

• O utr os:
- Prisão Preventiva: arts. 311 - 315 do CPP
- Fiança: art. 322 ss do CPP

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M ODELO DE PEÇA | LIBERDADE PROVISÓRIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA


COMARCA...

Autos nº ...
Acusação:
Acusado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade...,


inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por intermédio de seu advogado que ao final
assina (procuração em anexo), com escritório profissional endereço..., onde recebe
intimações para foro em geral, vem perante Vossa Excelência, requerer, com fulcro no art. 5º,
inciso LXVI da Constituição República, c/c arts.310, inciso III e 321 seguintes do Código de
Processo Penal, LIBERDADE PRO VISÓ RIA CO M FIANÇA, pelas razões fáticas e
jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática:

2. Do direito:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se:

1. A concessão de liberdade provisória, (...)


2. A expedição de alvará de soltura em nome de FULANO DE TAL, para que, após
assinado termo de comparecimento a todos os atos processuais, possa ele, em liberdade,
defender-se de eventual ação penal;

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

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4. REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA

Na hipótese da prisão preventiva ter sido decretada de maneira legal, mas o(s) motivo(s)
cautelares que a justificaram cessaram com o decorrer do tempo, tornando-a desnecessária,
deverá ser ela revogada, nos termos do art. 316 do CPP. Assim, a liberdade do cliente deverá
ser pleiteada na peça REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA. Nessa peça obrigatoriamente
deverá ser demonstrado que os pressupostos cautelares que justificaram a decretação da prisão
preventiva deixaram de existir.

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Rev oga ção da Prisão Prev ent iva

• Funda mento lega l : art.316 do CPP .

• Pra zo : não possui.  

• O utr os:
- Pressupostos cautelares da prisão preventiva: art312 do CPP

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA


COMARCA...

Autos nº ...
Acusação:
Acusado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade...,


inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por intermédio de seu advogado que ao final
assina (procuração em anexo), com escritório profissional endereço..., onde recebe
intimações para foro em geral, vem perante Vossa Excelência, requerer, com fulcro no art.
316 do Código de Processo Penal, REVO GAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, pelas
razões fáticas e jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática:

2. Do direito:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se a revogação da prisão preventiva, haja vista que a falta
de motivo para que ela subsista, já que:
a. (...)
b. (...)
Requer, ainda, a expedição de alvará de soltura em nome de FULANO DE TAL.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

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5. QUEIXA-CRIME

Nos casos em que o tipo penal expressamente traz a menção de que somente se procede
mediante queixa, a ação penal deve ser proposta pelo própria ofendido ou por seus
representantes (art.100 §4º do CPP). Nesse caso, sendo o advogado do ofendido, deverá ser
elaborada a peça QUEIXA-CRIME. Também será cabível a propositura de queixa-crime, quando
o crime for de ação pública e o Ministério Público nada fizer (permaneceu inerte) no prazo do
art.46 do CPP– nessa hipótese deverá ser elaborada QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA.
Independentemente da espécie de queixa-crime, nela deverá ser demonstrado a prática
pelo querelado de uma infração penal.

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Qu eixa -Cr im e

• Funda mento legal : art.41 do CPP + art.100, §2º ou §3º do CP (queixa


crime subsidiária)

• Pra zo : 6 meses (art.38 do CPP)


 
• O utr os:
- Procuração com poderes especiais: art. 44 do CP
- Parecer do Ministério Público: art.45 do CPP
- Fixação do mínimo de indenização: art.387, inciso IV, do CPP

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Querelante:
Querelado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade...,


inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por intermédio de seu advogado que ao final
assina, procuração com poderes especiais em anexo (art.44 do CPP), com escritório
profissional endereço..., onde recebe intimações para foro em geral, vem perante Vossa
Excelência, propor, com fulcro no art.41 do Código de Processo Legal c/c 100, §2º do Código
Penal, ação penal na forma de Q UEIXA-CRIM E, em face de BELTRANO DE TAL
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade..., inscrição no CPF...,
filiação..., residência..., pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática:

2. Do direito:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se que:


a. Seja a presente queixa-crime recebida e autuada;
b. Seja colhido parecer do Ministério Público, o qual deverá ser chamado a se manifestar em
todas as fases do processo (CPP, art. 45);
c. Seja o querelado citado para se defender;
d. Seja permitida a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a
documental e testemunhal, cujo rol segue abaixo;
e. Seja, ao final, julgada procedente a presente queixa, a fim de condenar o querelado nas
penas dos artigos (...)
f. Por fim, seja fixado o valor mínimo da indenização pelos danos causados ao querelante,
nos termos do 387, inciso IV do CPP;

Rol de testemunhas:
Testemunha (qualificação completa);

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

23
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
6. DEFESA PRELIMINAR

No rito comum ordinário, após oferecida a ação penal, o magistrado decide, sem ouvir o
denunciado, se a recebe ou a rejeita liminarmente (art. 395 do CPP). No rito especial da Lei
11.343/2006, no entanto, o denunciado é notificado para se manifestar antes da decisão de
recebimento da ação penal. Essa manifestação é feita na peça DEFESA PRELIMINAR, cujo
objetivo principal é convencer o magistrado que a denúncia deverá ser rejeitada (art.395 do
CPP).
O mesmo acontece para o rito de responsabilidade dos funcionários públicos pela prática
de crime afiançável, nos termos do art. 514 do CPP. Nessa hipótese, no entanto, deve-se ter
cautela com o disposto na súmula 330 do STJ.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Defesa Prelim ina r

• Funda mento lega l : Art.55, §1º, da Lei 11.343/2006

• Pra zo : 10 dias (art.55 da Lei 11.343/2006)

• O utr os:  
- Rejeicao da denuncia: Art. 395 do CPP
- Laudo de Constatacao Provisorio: Art.50, § 1º, da Lei 11.343/2006
- Parecer do Ministério Público: art.45 do CPP
- Traficante X Usuario: Art.28,§ 2º, da Lei 11.343/2006

24
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | DEFESA PRELIMINAR

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA


COMARCA...

Autos nº ...
Denunciante:
Denunciado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade...,


inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por intermédio de seu advogado que ao final
assina (procuração em anexo), com escritório profissional endereço..., onde recebe
intimações para foro em geral, vem perante Vossa Excelência, apresentar, com fulcro no art.
55, §1º, da Lei 11.343/2006, DEFESA PRELIM INAR, pelas razões fáticas e jurídicas a
seguir expostas:

1. Síntese fática:

2. Do direito:

2.1 Preliminares:

2.2 Mérito:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se:


a. O reconhecimento da ilicitude da prova (...)
b. Que seja a denúncia rejeitada, haja vista (...)

Superadas as teses preliminares, requer-se, no mérito,

b. A desclassificação para o tipo do art.28 da Lei nº 11.343/2006, com a respectiva remessa


dos autos para o Juizado Especial Criminal competente, nos termos do art. 48 §1º da lei nº
11.343/2006;
c. A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a documental e
testemunhal, cujo rol segue abaixo;

Rol de testemunhas:
Testemunha (qualificação completa);

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

25
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
7. RESPOSTA À ACUSAÇÃO

Uma vez recebida a ação penal, o magistrado determinará a citação do acusado para que
em 10 (dez) dias apresente a peça RESPOSTA À ACUSAÇÃO (at.396 do CPP). Nessa peça, além
do requerimento de produção de prova, deverão ser alegadas as teses de defesa, com ênfase
nas nulidades e nas situações de autorizadoras da absolvição sumária do réu (art.397 do CPP).
Salienta-se que as exceções devem ser apresentadas em peça separada, nos termos do
artigo 95 e seguintes do Código de Processo Penal.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Respo sta à acusa çã o

• Fundamento lega l : art.396 c/c 396-A do CPP | Rito do Júri- art.406 do


CPP.

• Pra zo : 10 dias (art.396 do CPP | Rito do Júri –art.406 do CPP )

• O utr os:  
- Nulidades: 564 do CPP
- Absolvição Sumária: Art.397 do CPP
- Produção de provas: Art. 396-A do CPP
Rito do Júri - art.406,§§2,3º do CPP
- Aplicação para todos os procedimentos especiais: art.394, §4º do
CPP

26
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | RESPOSTA À ACUSAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA


COMARCA...

Autos nº ...
Acusação:
Acusado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade...,


inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por intermédio de seu advogado que ao final
assina (procuração em anexo), com escritório profissional endereço..., onde recebe
intimações para foro em geral, vem perante Vossa Excelência, apresentar, com fulcro no
art.396 c/c 396-A do Código de Processo Penal, RESPOSTA À ACUSAÇÃO, pelas razões
fáticas e jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática processual:

2. Do direito:

2.1 Preliminares:

2.2 Mérito:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se:


a. O reconhecimento da ilicitude da prova (...)
b. Que seja reconhecida a nulidade do recebimento da denúncia (...)

Superadas as teses preliminares, requer-se, no mérito, a absolvição sumária do réu,


haja vista:
c. (...)

d. A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a documental e


testemunhal, cujo rol segue abaixo;

Rol de testemunhas:
Testemunha (qualificação completa);

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

27
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
8. ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS

Ao término da instrução processual, é dada a oportunidade da acusação e da defesa


apresentarem, nessa ordem, suas alegações finais - momento no qual deverão arguir todas as
teses de defesa ou de acusação, já que é a última manifestação das partes antes de ser proferida
a sentença.
Como regra, alegações finais são orais (20 minutos para cada parte, nos termos do art.
403 caput do CPP), mas serão apresentadas na forma de memoriais escritos, nas hipóteses dos
art.403, § 3˚ e art.404, parágrafo único, do CPP. Ou seja, após a instrução processual e o
interrogatório do réu, as partes serão intimadas para apresentar a peça ALEGAÇÕES FINAIS POR
MEMORIAIS.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Alega çõ es f in ais p or m em or iais escr it o s

• Funda mento lega l : Art. 403, § 3º CPP ou art. 404, p.unico do CPP
(diligencia)
Rito do Júri - Art. 403, § 3º , c/c 411, § 4º do CPP

• Pra zo : 05 dias (Art. 403, § 3º CPP)

• O utr os:
- Causas exintitvas da punibilidade: art.107 do CP
- Nulidades: 564 do CPP
 
- Absolvição 386 do CPP | Condenação art.387 do CPP
a
- Final da 1 fase do Rito do Júri: art. 413 (pronúncia), 414
(impronúncia), 415 (absolvição sumária) e 419 (desclassificação)
todos do CPP
- Aplicação para todos os procedimentos especiais: art.394, §4º do
CPP
- Dosimetria: art. 68, 59, 61, 62 e 65 do CP , STF nº444 e STJ nº 231
- Regime inicial para cumprimento de pena: art.33, § 2º do CP
- Subsituição da pena de liberdade: art.44 do CP
- Suspensão condicional da pena: art. 77 ss do CP

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA


COMARCA...

Autos nº ...
Acusação:
Acusado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossa Excelência, apresentar, com fulcro no art.403,§3º do Código
de Processo Penal, ALEGAÇÕES FINAIS PO R M EM O RIAIS, pelas razões fáticas e
jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática processual:

2. Do direito:

2.1 Preliminares:

2.2 Mérito:

2.3 Pena:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se:


a. Seja reconhecida a prescrição quanto ao crime de...
b. Que seja reconhecida a nulidade do processo (...)

Superadas as teses preliminares, requer-se, no mérito, a absolvição do réu, haja vista:


c. (...)

Na hipótese de eventual condenação, requer-se:


d. A fixação da pena base (...)

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

29
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
9. RECURSO DE APELAÇÃO

Das sentenças de condenação ou de absolvição e das decisões definitivas ou com força


de definitivas cabe RECURSO DE APELAÇÃO, salvo quando a decisão definitiva estiver prevista
no rol do art.581 do CPP. Nesse caso, deverá ser utilizado o Recurso em Sentido Estrito.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Recurso d e Apelação

• Funda mento lega l : art. 593 do CPP (interposição) e art.600 do CPP


(razões)
- Apelação Rito do Júri: art.416 do CPP (1a fase) e art.593,III do CPP
(2a fase)
- Apelação supletiva: art.598 do CPP

• Pra zo : 05 dias (interposição – art. 593 do CPP) e 08 dias (razões –


art.600 do CPP)
JECRIM - 10 dias (art. 82 , §1º, da Lei nº. 9.099/95)

• O utr os:  
- Efeito suspensivo: arts.596 e 597 do CPP
- Causas exintitvas da punibilidade: art.107 do CP
- Nulidades: 564 do CPP
- Absolvição 386 do CPP | Condenação art.387 do CPP
- Final da 1a fase do Rito do Júri: 414 (impronúncia) e 415
(absolvição sumária) todos do CPP
- Dosimetria: art. 68, 59, 61, 62 e 65 do CP , STF nº444 e STJ nº 231
- Regime inicial para cumprimento de pena: art.33, § 2º do CP
- Subsituição da pena de liberdade: art.44 do CP
- Suspensão condicional da pena: art. 77 ss do CP

30
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | APELAÇÃO

Peça de interposição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA


COMARCA...

Autos nº ...
Acusação:
Acusado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossa Excelência, interpor, com fulcro no art. 593, I do Código de
Processo Penal, RECURSO DE APELAÇÃO.
Requer-se que seja o recurso recebido e encaminhado à superior instância, para
processamento e julgamento.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

31
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
Razões recursais

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO...


COLENDA CÂMARA CRIMINAL
EMINENTES DESEMBARGADORES

Autos nº...
Apelante:
Apelado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossas Excelências, apresentar, com fulcro no art. 600 do Código
de Processo Penal, RAZÕES DE APELAÇÃO, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir
expostas:

1. Síntese fática processual:

2. Do direito:

2.1 Preliminares:

2.2 Mérito:

2.3 Pena:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os seus


pressupostos objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que :


a. Seja reconhecida a prescrição quanto ao crime de...
b. Seja reconhecida a nulidade do processo (...)

Superadas as teses preliminares, requer-se que seja dado provimento ao recurso para ,
no mérito, reformar a r.sentença de folhas (...), para o fim de:
c. (...)
d. (...)

Na hipótese de ser mantida a condenação, requer-se:


e. A fixação da pena base (...)
f. Aplicação da atenuante (...)

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

32
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
10. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

O RECURSO EM SENTIDO ESTRITO é o recurso cabível para as decisões interlocutórias


expressamente previstas no art. 581 do CPP. O aluno deve tomar cautela com as hipóteses
daquele artigo em que a decisão é do juiz da execução penal, pois delas será cabível o Agravo
em Execução (art.197 da Lei nº. 7.210/1984 - LEP).

Não perca!

Na aula de Recurso em Sentido Estrito, serão especificados os incisos do


 
art. 581 que não tem mais aplicabilidade.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Recurso em S en tido Est rit o

• Funda mento legal : art. 581 do CPP (interposição) e art.588 do CPP


(razões)

• Pra zo : 05 dias (interposição – art. 586 do CPP) e 02 dias (razões –


art.588 do CPP)

• O utr os:
 
- Juizo de Retratação (peça de interposição): art.589 do CPP
- Causas exintitvas da punibilidade: art.107 do CP
- Nulidades: 564 do CPP
- Final da 1a fase do Rito do Júri: 413 (pronúncia) e 419
(desclassificação) todos do CPP
- Efeito suspensivo: art.584 do CPP

33
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Peça de interposição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA


COMARCA...

Autos nº ...
Acusação:
Acusado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossa Excelência, interpor, com fulcro no art. 581, inciso IV do
Código de Processo Penal, RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.
Requer a realização do juízo de retratação, nos termos do art. 589 do CPP, e, em sendo
mantida a decisão recorrida, seja o presente recurso encaminhado à superior instância, para
processamento e julgamento.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

34
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
Razões recursais

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO...


COLENDA CÂMARA CRIMINAL
EMINENTES DESEMBARGADORES

Autos nº...
Recorrente:
Recorrido:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossas Excelências, apresentar, com fulcro no art.588 do Código
de Processo Penal, RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, pelas razões fáticas e
jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática processual:

2. Do direito:

2.1 Preliminares:

2.2 Mérito:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os seus


pressupostos objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que :


a. Seja reconhecida a prescrição quanto ao crime de...
b. Seja reconhecida a nulidade do processo (...)

Superadas as teses preliminares, requer-se que seja dado provimento ao recurso para ,
no mérito, reformar a r.decisão de folhas (...), para o fim de:
c. (...)
d. (...)

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

35
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
11. AGRAVO EM EXECUÇÃO

Das decisões proferidas pelo juiz da execução penal caberá AGRAVO EM EXECUÇÃO, nos
termos do art.197 da Lei nº. 7.210/1984 - LEP. Assim, caso a decisão seja sobre qualquer um
dos assuntos previstos no art. 66 da LEP, deverá será impugnada pelo AGRAVO EM EXECUÇÃO.
Por fim, como não há qualquer artigo que discipline o procedimento desse recurso,
entende-se ser aplicado o do Recurso em Sentido Estrito.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Ag rav o em Execução

• Funda mento legal : art. 197 do LEP (interposição) e art.588 do CPP


(razões)

• Pra zo : - STF 700 05 dias (interposição – art. 586 do CPP) e 02 dias


(razões –art.588 do CPP)
 

• O utr os:
- Competência do juiz da execução: art.66 da LEP
- Juízo de Retratação (peça de interposição): art.589 do CPP

36
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | AGRAVO EM EXECUÇÃO

Peça de interposição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA EXECUÇÕES PENAIS


DA COMARCA...

Autos nº ...
Agravante:
Agravado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossa Excelência, interpor, com fulcro no art. 197 da Lei nº
7.210/1984, AGRAVO EM EXECUÇÃO.
Requer a realização do juízo de retratação, nos termos do art. 589 do CPP, e, em sendo
mantida a decisão recorrida, seja o presente recurso encaminhado à superior instância, para
processamento e julgamento.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

37
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
Razões recursais

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO...


COLENDA CÂMARA CRIMINAL
EMINENTES DESEMBARGADORES

Autos nº...
Agravante:
Agravado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossas Excelências, apresentar, com fulcro no art.197 da Lei nº
7.210/1984 c/c o art. 588 do Código de Processo Penal, RAZÕES DE AGRAVO EM
EXECUÇÃO, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática processual:

2. Do direito:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os seus


pressupostos objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de seja r.decisão reformada, de forma:


a. a conceder a progressão de regime (...)

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

38
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
12. EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

Quando o recurso de apelação, recurso sem sentido estrito ou agravo em execução são
julgados em segunda instância por votação não unânime e desfavorável ao réu, será cabível o
recurso de EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE, nos termos do art. 609, parágrafo único
do CPP.
Caso o a divergência seja apenas em relação a algumas das teses recorridas, somente em
relação a elas que poderão ser opostos os EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE.
Por fim, será denominado EMBARGOS INFRINGENTES, quando a divergência recair sobre
direito material, e EMBARGOS DE NULIDADES, quando a matéria for processual.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Em ba rgo s infr in gent es e d e nulida de

• Funda mento lega l : art.609, parágrafo


  único do CPP

• Pra zo : 10 dias (art.609, parágrafo único do CPP )

39
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | EMBARGOS INFRIGENTES E DE NULIDADES

Peça de interposição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DA _ CÂMARA


CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

Autos nº...
Recorrente:
Recorrido:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem perante Vossa
Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, opor, com fulcro no
parágrafo único do art. 609 do Código de Processo Penal, EMBARGOS INFRINGENTES,
requerendo o seu recebimento e encaminhamento à Câmara criminal em composição
integral para julgamento e provimento.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

40
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
Razões recursais

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...


COLENDA CÂMARA CRIMINAL EM COMPOSIÇÃO INTEGRAL
EMINENTES DESEMBARGADORES

Autos nº
Embargante:
Embargado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossas Excelências, com fulcro no parágrafo único do art. 609 do
Código de Processo Penal, EMBARGOS INFRINGENTES, pelas razões fáticas e jurídicas a
seguir expostas:

1. Síntese fática processual:

2. Direito:

3. Dos requerimentos:

Diante do exposto, requer:


1. O Conhecimento do presente recurso, haja vista estarem presentes os pressupostos
objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que seja reconhecida a razão do voto vencido e, assim,
seja:
a. Reconhecida a prescrição (...)

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

41
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
13. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS

Das decisões denegatórias de habeas corpus proferidas em única ou última instância


pelos tribunais de 2a instância (Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais de Justiça dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios) caberá recurso ordinário constitucional para o
Superior Tribunal de Justiça - STJ, nos termos do art.105, II, a, da Constituição Federal.
Na hipótese do habeas corpus ter sido denegado pelos tribunais superiores, caberá
recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102, inciso II, da
Constituição Federal.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Recurso O rd inário em Habea s C or pus

• Funda mento lega l : art. 105,II da CF c/c art. 30 da Lei nº8.038/1990

• Pra zo : 05 dias (art. 30 da Lei nº8.038/1990)


 
• O utr os:
- Competência: art.105, II, da CF | art.102, II, da CF

42
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS

Peça de interposição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...

Autos nº
Recorrente:
Recorrido:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade...,


inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por intermédio de seu advogado que ao final
assina (procuração em anexo), com escritório profissional endereço..., onde recebe
intimações para foro em geral, vem perante Vossa Excelência interpor, com fulcro no art.
105, inciso II, da Constituição da Federal c/c art.30 da Lei n.8.038/1990, RECURSO DE
O RDINÁRIO CO NSTITUCIO NAL.
Requer-se que seja o recurso recebido e encaminhado à superior instância, para
processamento e julgamento.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

43
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
Razões recursais

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


COLENDA TURMA

Autos nº
Recorrente:
Recorrido:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossas Excelências, apresentar, com fulcro no art. 105, inciso II, da
Constituição da Federal c/c art.30 da Lei n.8.038/1990, RAZÕ ES RECURSO DE
O RDINÁRIO CO NSTITUCIO NAL, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática processual:

2. Do direito:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os seus


pressupostos objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que :

a. Seja reconhecida a coação ilegal (...)

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

44
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
14. RECURSO ESPECIAL

Caberá RECURSO ESPECIAL para o Superior Tribunal de Justiça da decisão proferida em


única ou última instância pelos tribunais de 2a instância (Tribunais Regionais Federais ou
pelos Tribunais de Justiça dos Estados, do Distrito Federal e Territórios) que, dentre outras
hipóteses, contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência, nos termos do art. 105, III,
da Constituição Federal.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Recurso E specia l

• Funda mento legal : art. 105,III, a, da CF c/c art. 26 ss. da Lei


nº8.038/1990

•  
Pra zo : 15 dias (art. 26 da Lei nº8.038/1990)

• O utr os:
- Forma: art. 26 da Lei nº8.038/1990
- Reexame de prova - Súmula STJ nº 07

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | RECURSO ESPECIAL

Peça de interposição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...

Autos nº
Recorrente:
Recorrido:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade...,


inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por intermédio de seu advogado que ao final
assina (procuração em anexo), com escritório profissional endereço..., onde recebe
intimações para foro em geral, vem perante Vossa Excelência interpor, com fulcro no art.
105, inciso III, a, da Constituição da Federal c/c art.26 ss da Lei n.8.038/1990, RECURSO
ESPECIAL
Requer-se que seja o recurso recebido e encaminhado à superior instância, para
processamento e julgamento.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

46
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
Razões recursais

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


COLENDA TURMA

Autos nº
Recorrente:
Recorrido:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossas Excelências, apresentar, com fulcro no art. 105, inciso III, a,
da Constituição da Federal c/c art.30 da Lei n.8.038/1990, RAZÕ ES RECURSO
ESPECIAL, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática processual:

2. Do cabim ento:

3. Do direito:

3.1 Preliminares:

3.2 Mérito:

3.3 Pena:

4. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os seus


pressupostos objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que :

a. Seja reconhecida a violação à lei federal (...)

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
15. RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Caberá RECURSO EXTRAORDINÁRIO para o Supremo Tribunal Federal (STF) da decisão


proferida em única ou última instância que, dentre outras hipóteses, contrariar dispositivo
constitucional, nos termos do art. 102, III, a, da Constituição Federal.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Recurso E xtr aor dinár io

• Funda mento legal : art. 102,III, a, da CF c/c art. 26 ss. da Lei


nº8.038/1990

• Pra zo : 15 dias (art. 26 da Lei nº8.038/1990)


 
• O utr os:
- Forma: art. 26 da Lei nº8.038/1990
- Repercussão geral- art.102, §3º da CF e Art. 543-A, §§ 1º e 2º CPC
- Reexame de prova - Súmula STFnº 279
- Prequestionamento - Súmula STF nº282

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Peça de interposição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...

Autos nº
Recorrente:
Recorrido:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade...,


inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por intermédio de seu advogado que ao final
assina (procuração em anexo), com escritório profissional endereço..., onde recebe
intimações para foro em geral, vem perante Vossa Excelência interpor, com fulcro no art.
102, inciso III, a, da Constituição da Federal c/c art.26 ss da Lei n.8.038/1990, RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
Requer-se que seja o recurso recebido e encaminhado à superior instância, para
processamento e julgamento.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

49
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
Razões recursais

EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


COLENDA TURMA

Autos nº
Recorrente:
Recorrido:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossas Excelências, apresentar, com fulcro no art. 102, inciso III, a,
da Constituição da Federal c/c art.30 da Lei n.8.038/1990, RAZÕ ES RECURSO
ESPECIAL, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática processual:

2. Do cabim ento:

3. Do direito:

3.1 Preliminares:

3.2 Mérito:

3.3 Pena:

4. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os seus


pressupostos objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que :

a. Seja reconhecida a violação à lei federal (...)

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

16. CARTA TESTEMUNHÁVEL

Interposto o Recurso em Sentido Estrito ou o Agravo em Execução, se o juiz denegar o


recurso ou, embora admitindo-o, obstar à sua expedição e seguimento para o tribunal
competente, caberá CARTA TESTEMUNHÁVEL, nos termos do art.639 do CPP.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Ca rt a T es tem unh áv el

• Funda mento lega l : art. 639 do   CPP

• Pra zo : 48 horas (art.640 do CPP)

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RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | CARTA TESTEMUNHÁVEL

Peça de interposição

ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DA. ... VARA CRIMINAL DA COMARCA...

Autos nº
Testemunhante:
Testemunhado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossa Senhoria interpor, com fulcro no 639 do Código de Processo
Penal, CARTA TESTEM UNHÁVEL, com o translado dos seguintes documentos:
a) Certidão que o Recurso em Sentido Estrito foi interposto tempestivamente (...);
b) Certidão da r. sentença denegatória do Recurso em Sentido Estrito;(...).

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

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RODRIGO DAMASCENO
Razões recursais

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...


COLENDA CÂMARA CRIMINAL
EMINENTES DESEMBARGADORES

Autos de origem nº
Testemunhante:
Testemunhado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao
final assina, vem perante Vossas Excelências apresentar, com fulcro nos art. 643 do Código
de Processo Penal, RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL, pelos motivos de fato e de
direito adiante expostos:

1. Síntese fática processual:

2. Do direito:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer-se:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os seus


pressupostos objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que, nos termos do art.644 do CPP, seja determinado o
processamento do (...)

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

53
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
17. REVISÃO CRIMINAL

Trata-se de ação autônoma, cuja finalidade é permitir que o réu possa questionar a
sentença condenatória transitada em julgado (nas hipóteses do art.621 e 626 do CPP). É o
correspondente à ação rescisória do processo civil.
Não é possível a propositura da revisão criminal pro societate, ou seja, é vedado ao
Ministério Público propor revisão criminal para reverter decisão absolutória transitada em
julgado.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Rev is ão Cr im inal

• Funda mento lega l : art.621 do CPP. Caso haja vício processual,


art.626 do CPP.

•   a qualquer tempo (art. 622 do CPP)


Pra zo : após o trânsito em julgado,

• O utr os:
- Competência: art.624 do CPP
- Indenização: art.630 do CPP

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RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | REVISÃO CRIMINAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...

Autos nº...

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade...,


inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por intermédio de seu advogado que ao final
assina (procuração em anexo), com escritório profissional endereço..., onde recebe
intimações para foro em geral, vem perante Vossa Excelência, requerer, com fulcro no art.
621, inciso (...) do Código de Processo Penal, REVISÃO CRIM INAL, pelas razões fáticas e
jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática processual:

2. Do direito:

3. Requerim entos:

Diante do exposto, requer:

1. O recebimento do presente pedido revisional, haja vista estarem presentes todos os


seus pressupostos;

2. O seu provimento a fim de que seja (...)

3. Por fim, que seja reconhecido o direito a uma justa indenização pelos prejuízos
sofridos pelo requerente, nos termos do art.630 do CPP.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO
OAB

55
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RODRIGO DAMASCENO
18. HABEAS CORPUS

O habeas corpus é ação constitucional (art. 5º, LXVIII, da CR) que tem como objetivo
socorrer pessoa que estiver sofrendo (habeas corpus liberatório), ou se achar na iminência de
sofrer (habeas corpus preventivo), por ato ilegal ou por abuso de poder, violência ou coação
em sua liberdade de locomoção. O habeas corpus pode ser elaborada por qualquer pessoa,
mesmo não sendo advogado, e só deverá ser usado quando não existir outra peça processual
cabível.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

Ha beas Co rpus

• Funda mento lega l : art.5º, inciso LXVIII, da CF c/c art.647 do CPP.

• Pra zo : não possui


 
• O utr os:
- Requisitos da petição: art.654 do CPP
- Multa ou pena restritiva de direito: Súmula STF nº 693
- Pena de liberdade extinta: Súmula STF nº 695

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M ODELO DE PEÇA | HABEAS CORPUS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...

Autos nº...
Impetrante:
Paciente:
Autoridade coatora:

ADVOGADO DE TAL, advogado, OAB.., com escritório profissional endereço..., onde


recebe intimações para foro em geral, vem perante Vossa Excelência impetrar, com fulcro
no art. 5º, LXVIII da Constituição da República e arts. 647 e seguintes do Código de Processo
Penal, HABEAS CO RPUS CO M PEDIDO LIM INAR, em favor de PACIENTE DE TAL,
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade..., inscrição no CPF...,
filiação..., residência..., em razão de este estar sofrendo constrangimento ilegal por ato
abusivo da AUTORIDADE COATORA, como se passará a demonstrar

1. Síntese fática:

2. Do Direito:

3. Do Pedido Lim inar

4. Requerim entos:

Diante do exposto, requer:


1. A concessão da medida liminar para que seja (...);
2. Que seja a autoridade coatora requisitada para que preste as informações (art.662
do CPP);
3.Que seja julgado procedente a medida pleiteada, de forma a conceder
definitivamente a ordem de habeas corpus para determinar (...)

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

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RODRIGO DAMASCENO
19. MANDADO DE SEGURANÇA

Caberá mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
‘habeas corpus’ ou ‘habeas data’, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer
pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

GUIA DOS ARTIGOS M AIS IM PORTANTES

M anda do se Segur ança

• Funda mento lega l : art.5º, inciso LXIX, da CF c/c Lei nº 12.016/09

• Pra zo : 120 dias (art.23 da Lei nº 12.016/09)


 
• O utr os:
- Não cabimento: art.5º da Lei nº 12.016/09
- Liminar: art.7, inciso III, da Lei nº 12.016/09

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RODRIGO DAMASCENO

M ODELO DE PEÇA | MANDADO DE SEGURANÇA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...

Autos nº...
Impetrante:
Autoridade coatora:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade...,


inscrição no CPF..., filiação..., residência..., por intermédio de seu advogado que ao final
assina (procuração em anexo), com escritório profissional endereço..., onde recebe
intimações para foro em geral, vem perante Vossa Excelência, impetrar, com fulcro no art.
5o, LXIX, da Constituição da República e art.1º e seguintes da Lei 12.016/09, M ANDADO
DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIM INAR em face da AUTORIDADE COATORA,
pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática:

2. Do Direito:

3. Do Pedido Lim inar

4. Requerim entos:

Diante do exposto, requer:


1. A concessão da medida liminar, nos termos do art.7, inciso III, da Lei nº 12.016/09,
para que seja (...);
2. Que seja a autoridade coatora notificada para que preste as informações;
3.Que seja julgado procedente a medida pleiteada, de forma (...)

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Cidade, dia..., mês..., ano...


ADVOGADO...
OAB...

59
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
CAPÍTULO IV
ESTUDOS DE CASOS

Com o intuito de otimizar a preparação para a prova prático profissional, é importante


que antes de ser abordado em sala cada um dos tópicos da matéria o aluno se antecipe e, na
medida do possível, tente resolver os casos de estudo aqui propostos. É previsível que, como a
matéria ainda não foi dada, o aluno sinta dificuldade na resolução dos problemas, mas esse
esforço será de grande valia para garantir a sua aprovação.
Para cada uma das principias partes da matéria, foram selecionadas peças e questões que,
no decorrer das aulas, serão corrigidas e explicadas pelo professor:

PARTE I – Ação penal............................................................................... 61


PARTE II – Procedimento......................................................................... 62
PARTE III – Método de Teses...................................................................65
PARTE IV– Prisão...................................................................................... 66
PARTE V – Competência..........................................................................68
PARTE VI – Recursos A............................................................................. 70
PARTE VII – Recursos B............................................................................ 72
PARTE VIII – Recursos C........................................................................... 73
PARTE IX – Ações de impugnação autônomas.................................... 75
 

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
- PARTE I -
AÇÃO PENAL
 
Caso 1 - QUESTÃO - Narra a denúncia que “No dia 3/12/2011, JOÃO, PEDRO, MARCOS e
SABRINA, agindo em concurso, com vontade consciente subtraíram o relógio de CATARINA.
Violaram, assim, a norma penal prevista no art.155 do Código Penal. Requer-se o
recebimento da ação penal, para a instauração do processo penal”. Qual tese jurídica é
cabível?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Caso 2 - QUESTÃO - No dia 17 de julho de 2012, CARLOS caluniou ROBERTO. Qual é o


último dia para oferecer a ação penal?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Caso 3 - PEÇA - Maria Portela, 31 anos, brasileira, portadora do RG nº 9.876.54302, inscrita


no CPF sob nº 098.765.432-0, alta executiva na empresa “ATR”, situada no centro de
Londrina/PR, foi chamada pelo proprietário daquela empresa, João, 42 anos, brasileiro, casado,
empresário, portador do RG n. 1.234.567-9 e inscrito no CPF sob nº 123.456.789-0, para
esclarecer, perante os 5 diretores da empresa, os motivos da queda de vendas no primeiro
semestre de 2012.
No dia 13 de novembro de 2012, após Maria ter apresentado os gráficos das vendas da
empresa, João, visivelmente insatisfeito com os resultados, proferiu, na frente de todos os
presentes, as seguintes palavras: “Maria, apenas mais um rostinho bonito... pena que sem
cérebro”. No dia seguinte, João pediu desculpas a Maria e disse que havia bebido demais antes
da reunião e que tudo não teria passado de um mal entendido.
Feito o termo circunstanciado, não houve acordo na audiência de conciliação e não foi
proposta a transação penal, já que João não preenchia os requisitos. Os autos estão em cartório,
aguardando o decurso do prazo.
Com base na situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado de
Maria, a peça processual privativa de advogado pertinente à defesa dos interesses de sua
cliente.

   

61
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
- PARTE II –
PROCEDIMENTOS
 
Caso 4 - QUESTÃO - Denunciado em incurso no art. 155 do CP, a denúncia foi recebida e o
réu foi citado para apresentar PEÇA 1. O magistrado, não acatando as teses de absolvição
sumária, designou dia para oitiva das testemunhas. Na mesma data o réu negou todos os fatos
a ele imputados. Haja vista a complexidade do caso, o magistrado abriu vista para o Ministério
Público que, no prazo legal, se manifestou pela condenação nos termos da denúncia. Uma vez
intimado, o advogado apresentou na mesma data a PEÇA 2. Não obstante os argumentos
apresentados pela defesa, o réu foi condenado a um ano de pena de liberdade. A defesa, então,
interpôs o recurso cabível – PEÇA3. Identifique quais são as peças cabíveis.
 
PEÇA1:  _______________________________________________    FUNDAMENTO  LEGAL:__________________.  
 
PEÇA2:  _______________________________________________    FUNDAMENTO  LEGAL:__________________.  
 
PEÇA3:  _______________________________________________    FUNDAMENTO  LEGAL:__________________.  
 
Caso 5 - PEÇA - Em inquérito policial instaurando para investigar a autoria da distribuição de
diversos folhetos nos quais exaltava-se a qualidade e destreza nas práticas delituosas de uma
famoso traficante, foi decretada, de oficio, por despacho judicial devidamente fundamentado,
após o fracasso de inúmeras diligências policiais realizadas, a interceptação das comunicações
telefônicas de Pablo Pereira. Em uma das ligações feitas pelo indiciado, foi, pelo outro
interlocutor, Cesar Roberto, dito que estaria ele embarcando para a Cidade Y em posse de
substância entorpecente. Imediatamente foi realizada diligência policial na qual resultou na
prisão em flagrante de César Roberto.
Posteriormente, Cesar Roberto foi denunciado em incurso no art. 33, caput, da Lei N°
11.343/06, nos seguintes termos: "No dia 30 de março de 2013, por volta das 18h00, nas
proximidades ao terminal da Estação Rodoviária da Cidade X, o denunciado, César Roberto,
com vontade livre e consciente da ilicitude de sua conduta, trazia consigo, para fins de
comercialização, uma embalagem normalmente utilizada para acondicionar balas de
chocolate da marca M & M, contendo vinte pequenos invólucros de substância de forma
endurecida, de coloração esbranquiçada, vulgarmente conhecida como crack e um invólucro
plástico, contendo substância vegetal, de coloração esverdeada, vulgarmente conhecida como
‘maconha', capazes de causar dependência física e psíquica, sem autorização e em desacordo
com determinação legal e regulamentar".
Ao indagar o denunciado a respeito dos fatos, Cesar Roberto lhe esclareceu que a
substância que trazia consigo era para uso pessoal, separada para a viagem que seria realizada
às 19h00 do dia dos fatos, com destino à Cidade Y, conforme passagem de ônibus entregue
pelo denunciado. Em análise dos autos, na qualidade de procurador constituído, constatou-se
a ausência do laudo de constatação da natureza e quantidade da droga. O denunciado – que
teve sua prisão relaxada pelo Tribunal competente- foi devidamente notificado.

62
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo
caso concreto acima, redija, no último dia do prazo, a peça cabível, invocando todos os
argumentos em favor de seu constituinte.

Caso 6 - PEÇA - Tício Torres estava na companhia de seu avô, Antunes, quando este,
diabético, passou mal e caiu ao chão. Tício, desesperado, entrou em um Hipermercado situado
na mesma rua, pegou da prateleira uma barra de chocolate (no valor R$ 1,50), sem efetuar
qualquer pagamento, já que havia uma fila enorme no caixa, e saiu correndo, pois a única
maneira de recuperar o seu avô era com o consumo imediato de glicose. Minutos após, uma
ambulância encaminhou Tício e Antunes ao hospital mais próximo. Tício, primário e com
bons antecedentes, foi denunciado pela prática da conduta tipificada no art. 155 do CP.
Recebida a ação penal, o acusado foi citado pelo juiz da vara criminal da comarca de
Londrina/PR. Como advogado contratado pelo acusado, redija a peça processual cabível.

Caso 7 - PEÇA - Liev Tostoi, brasileiro, 85 anos, construiu em um terreno de sua propriedade
um restaurante. Após obter autorização da vigilância sanitária, Liev se dirigiu à prefeitura do
município, apresentou os documentos necessários e pagou as taxas devidas para a expedição
do alvará que possibilitaria o início das atividades comerciais. Passado um mês da
apresentação dos documentos e do pagamento das taxas, Liev ficou apreensivo, pois precisava
abrir seu restaurante e obter lucros. Assim, Liev foi até a prefeitura e procurou Fiodor
Dostoievski, funcionário responsável pela expedição de alvarás, e lhe ofereceu a quantia de
R$ 10.000,00 para conseguir imediatamente a liberação. Fiodor, visivelmente constrangido,
respondeu que já havia realizado todos os atos que a lei determinava, tanto que o alvará já
estava a sua disposição há 15 dias e que bastava Liev retirar o documento e iniciar suas
atividades empresariais. O Ministério Público ofereceu denúncia imputado a Liev Tolstoi a
prática do delito previsto no artigo 333 do CP. Após as oitivas das testemunhas, o
interrogatório do réu não aconteceu, pois estava ele internado, por conta de cirurgia realizada.
Mesmo tendo o seu advogado requerido o adiamento do ato, pois o acusado (detentor de bons
antecedentes) queria trazer sua versão dos fatos, o magistrado, alegando a necessidade de uma
maior celeridade processual, negou o adiamento do ato e encerrou a audiência com a
determinação de diligências finais – juntada da carteira de identidade do réu. O Ministério
Público, então, requereu a condenação nos termo da denúncia. Como advogado de Liev,
formule a peça cabível, considerando que sua intimação aconteceu no dia 9/05/2013 (quinta-
feira) e os autos foram retirados em cartório no dia 10/05/2013.

Caso 8 - PEÇA - Romão, primário com bons antecedentes, foi denunciado, em 02/02/2012,
em incurso no art.121, §2º, I c/c14, II do CP, por ter, no dia 04/04/1992, agredido com socos o
seu grande amigo e cunhado, Manuel, policial federal, na festa de aniversário de Kátia, irmã
do agressor e esposa da vítima. Segundo o laudo de fls., Manuel perdeu, devido às lesões
sofridas, a visão de seu olho esquerdo. Recebida a denúncia em 07/10/2012, o réu foi citado e

63
OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
apresentou sua defesa inicial. O magistrado federal da vara do Júri designou audiência de
instrução e julgamento, na qual as testemunhas de acusação e de defesa relataram que, no dia,
Manuel estava muito bêbado e, de maneira totalmente injustificada, começou a empurrar e
desferir golpes de faca contra Romão. Romão então golpeou Manoel até que ele soltasse a
faca. Em seu interrogatório, Romão afirmou que nunca quis ou assumiu o risco de matar seu
amigo e que os socos desferidos foram apenas para fazer com que o amigo largasse a arma. O
Ministério Público se manifestou pela procedência da denúncia. Como advogado do réu,
elabore a peça processual cabível.

 
   

64
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RODRIGO DAMASCENO
- PARTE III-
MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO DE TESES
 
Caso 9 - PEÇA - No dia 10/05/2005, na cidade de Recife, Tulio, sabendo que Romero, nascido
em 02/08/1940, praticava habitualmente crimes contra crianças e adolescentes, adentrou no
local de trabalho dele e dali subtraiu duas fotografias nas quais eram retratadas crianças nuas,
mantendo relações sexuais. As fotos foram encaminhadas à autoridade policial. O delegado
responsável requereu a interceptação da linha de telefone móvel usado pelo indiciado, medida
que foi decretada pela autoridade judicial, nos seguintes termos: “Haja vista a gravidade do
crime, defiro a interceptação da linha de telefone móvel do indiciado”. Apos 20 dias sem
qualquer diálogo relevante, foi gravada conversa entre o indiciado e terceira pessoa não
identificada, na qual ele relatava que estava preocupado com o sumiço de “um envelope”.
Autorizados por decisão judicial, os policiais realizaram busca e apreensão na residência de
Romero, mas nada encontraram. No mesmo dia, foi colhido depoimento da Sra. Joaninha, no
qual ela reconheceu que seu marido, Romero, costumava a lidar com fotos infantis
“obscenas”.
O Ministério Público denuncio, então, Romero em incurso no art.241-B do Lei nº
8.069/90 c/c art.61, II, h do Código Penal. Recebida a denúncia e 06/10/2010, o réu foi citado
e apresentou resposta à acusação. Ao longo da instrução processual, Tulio disse que entrou na
sala de Romero utilizando uma chave falsa e que as fotos estavam em um envelope lacrado,
com o nome “Carlos Brandão” escrito. Relatou, por fim, que nunca viu o réu praticar qualquer
conduta suspeita, mas apenas ouviu dizer que ele era um maníaco sexual. Carla Sertão,
secretaria, disse que Romero, antes de sair de férias, havia dito que ela deveria providenciar a
postagem e envio de uma encomenda, mas como não informou o destinatário e nem entregou
a encomenda, nada foi feito. Joaninha, por sua vez, negou o conteúdo do depoimento dado na
fase inquisitiva e destacou que seu marido jamais teve envolvimento com pornografia infantil.
Disse, ainda, que foi coagida a dar o primeiro depoimento pelo policial Kamel e que,
inclusive, estava gravado no seu celular as ameaças proferidas por ele naquele dia. Em seu
interrogatório, Romero negou os fatos a ele imputados. Disse, ainda, não saber qual era o
conteúdo do envelope e que este fora deixado por engano em sua mesa, pois sua sala teria,
durante muito tempo, sido utilizada pelo funcionário Carlos Brandão. Haja vista a
complexidade do caso, o Ministério Público apresentou memoriais, no qual requereu a
condenação do réu, nos termos da denúncia.
Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) de
Romero, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa do acusado. Inclua, em
seu texto, a fundamentação legal e jurídica, explore as teses defensivas possíveis e date no
último dia do prazo para protocolo, considerando que a sua intimação tenha ocorrido no dia
25/05/2013 (sexta-feira).

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RODRIGO DAMASCENO
- PARTE IV-  
PRISÃO & LIBERDADE

Caso 10 - PEÇA - No dia 5 de maio de 2013, na cidade de Comodoro – Estado de Mato


Grosso, Tícia Hungria, disse ao seu namorado, Ricardo, que estava grávida de 07 semanas.
Ricardo Marto, brasileiro, agricultor, sugeriu que fosse praticado o aborto, pois o casal não
teria condição financeira para sustentar um filho – a sugestão foi aceita imediatamente por
Tícia. Após procedimento realizado por Ricardo, houve a interrupção da gravidez, com a
morte do feto. Três dias depois, Tícia, bastante traumatizada, foi até a delegacia mais próxima
e confessou todos os fatos ocorridos. O Delegado de plantão imediatamente se deslocou para
casa de Ricardo, quando este empreendeu fuga. Após 25 horas de ininterrupta perseguição,
Ricardo foi preso em flagrante pela prática do aborto. Como estava sozinho na delegacia, a
autoridade policial lavrou o auto de prisão em flagrante ouvindo apenas o preso. Dois dias
depois da prisão, a nota de culpa foi entregue ao preso e o auto de prisão em flagrante não foi
enviado à autoridade judicial. No prazo legal, o inquérito foi relatado e encaminhado ao
Ministério Público que ainda não se manifestou. Na qualidade de advogado de Ricardo redija
a peça processual que, com exceção do habeas corpus, atenderá aos interesses de seu cliente.

Caso 11 - PEÇA - Rodrigues Almeida Magalhães, colombiano, foi indicado com incurso no
art.33 da Lei nº11.343/2006, pois vendia substância entorpecente na praça central da cidade
XX. Antes de analisar o requerimento de busca e apreensão formulado pelo delegado de
polícia responsável, o douto magistrado federal da 100a Vara Criminal da Subseção XX
determinou, sem qualquer requerimento do Ministério Público ou representação policial, a
prisão do acusado, nos seguintes termos: “Muito embora o perigo à aplicação da lei penal
possa, no caso concreto, ser combatido com o recolhimento do passaporte do denunciado, é
inegável que o crime praticado traz para toda a sociedade um mal imensurável, pois contribui
para o vício de toda uma geração. Assim, para resguardar a aplicação da lei penal e a ordem
pública, faz-se necessária a decretação da prisão preventiva do denunciado”. A ordem
prisional foi devidamente cumprida.
Na qualidade de advogado de Rodrigues redija a peça processual que, com exceção do
habeas corpus, atenderá aos interesses de seu cliente.

Caso 12 - PEÇA - Lúcio, policial federal acusado de extorquir, no exercício de suas funções,
determinada quantia em dinheiro de servidor público federal, encontra-se temporariamente
preso há 15 dias, por decisão do juízo da 41.ª Vara Criminal da Comarca da Capital de
Curitiba. A prisão foi fundamentada, nos seguintes termos: “Os autos do inquérito policial
autorizam a suspeita de participação do indiciado Lúcio na prática do crime de extorsão (art.
158, caput, do CP). Dessa forma, tendo em vista a grande comoção causada pelo crime na
sociedade, assim como a necessidade de salvaguarda da imagem do Poder Judiciário ante a

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
opinião pública, como órgão responsável pela política de segurança pública, fica justificada a
prisão do indiciado pelo prazo decretado de 30 dias”.
Como defensor de Lúcio redija a peça processual privativa de advogado adequada ao
caso, invocando todos os fundamentos jurídicos relevantes à situação apresentada.

Caso 13 - PEÇA - Caio, primário, servidor público estadual, residente e domiciliado na Rua
Amaro, 1250, Cidade XX, foi preso em flagrante quando transportava 3kg de cocaína em seu
veículo MONZA, placa LLL-999. Após a realização do laudo de constatação da natureza e
quantidade da droga, foram colhidos os depoimentos do condutor e de duas testemunhas.
Caio foi interrogado na presença de seu pai, advogado regulamente inscrito na OAB. Foi, na
mesma oportunidade, entregue ao preso a nota de culpa. Os autos da prisão foram
encaminhados no mesmo dia para o magistrado de plantão. Como defensor de Caio redija a
peça processual privativa de advogado adequada ao caso, invocando todos os fundamentos
jurídicos relevantes à situação apresentada.

 
 
 
   

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RODRIGO DAMASCENO
- PARTE V-
COMPETÊNCIA
 
Caso 14 - QUESTÃO - (FGV- Delegado-AP) Após surpreender Manoel Cunha mantendo
relações sexuais com sua esposa, o deputado federal Paulo Soares persegue Manoel até a
cidade vizinha, Maceió. Nessa cidade, dá três tiros em Manoel, que vem a falecer em
decorrência das lesões provocadas pela ação de Paulo. No curso do inquérito policial
instaurado para apurar os fatos, o mandato de Paulo chega ao fim e o mesmo não consegue se
reeleger. Quem é competente para julgar o caso?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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___________________________________________________________________________

Caso 15. - QUESTÃO - Ismael, servidor efetivo da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos,
foi abordado, em Curitiba, durante o exercício de suas funções, por dois meliantes, que lhe
subtraíram, mediante violência, um malote contendo cartões de crédito e talonários de cheques,
emitidos por empresa financeira privada e destinados a vários clientes. Os meliantes foram
presos em flagrante em Castro. Quem é competente para julgar o caso?
___________________________________________________________________________
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Caso 16. - QUESTÃO - Carlos furtou, na cidade Curitiba , um veículo de propriedade de


Marquinhos, deputado federal. O veículo foi levado à cidade de Joinville, onde Roberto, juiz
estadual em São Paulo, sabendo que tratava-se de objeto furtado, adquiriu-o . Quem é
competente para julgar o caso?
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Caso 17. - QUESTÃO - Caio e Tício, previamente ajustados, subtraem em Porto Alegre-RS
três veículos com os quais, na cidade gaúcha de Gauíba-RS, cometem um roubo a banco,
atingido na fuga um policial militar que reagiu, causando-lhe a morte. No outro dia, na cidade
de São Lourenço, abordaram um rapaz e, para subtrair o veículo que ele conduzia, mataram-no.
Finalmente, semanas após, em Camaquã, são presos em cumprimento de mandado de prisão
preventiva decretada pelo juiz estadual de São Lourenço-RS. No momento da prisão, também
é lavrado o flagrante pelo porte de 800g de maconha, comprada com o dinheiro do roubo e

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RODRIGO DAMASCENO
destinada à venda. O flagrante é homologado e, dez dias depois, o juiz de direito a comarca de
Camaquã recebe a denúncia por tráfico de substância entorpecente. Quem é competente para
julgar o caso?
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Caso 18. - QUESTÃO - Marlon, prefeito da cidade de Ará, Estado Y, quebrou todas as janelas
da agência da Caixa Econômica Federal situada naquela cidade. No dia seguinte, soube que
Marlene, vereadora da oposição, havia testemunhado todo o corrido. Assim, solicitou a ajuda
de Ramalho, deputado federal da base aliada, que imediatamente aceitou ajudar o amigo, pois
era importante que Marlene ficasse calada. Ramalho, então, determinou que um dos seus
capangas, Pedrão, executasse a “surra”. Pedrão seguiu Marlene até a cidade vizinha, Lagoa, e
golpeou várias vezes a vítima. Marlene sofreu lesões que provocaram a perda da visão do seu
olho esquerdo. Quem é competente para julgar o caso?
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Caso 19. - QUESTÃO - Previamente ajustados, João (policial federal) e Pedro (policial civil),
em serviço e com equipamento oficial, exigem para si determinada importância indevida de
uma pessoa que abordaram em São Paulo e, ato continuo, ameaçaram-na caso relate o
ocorrido. Na continuação, ao efetuarem outra prisão na cidade vizinha de Registro, cometem o
delito de abuso de autoridade e posteriormente matam outro detido, em Campinas, para
assegurar a impunidade em relação aos delitos anteriores.
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RODRIGO DAMASCENO
- PARTE VI-
RECURSOS A
 
Caso 20 - PEÇA- Micheli Knon foi condenada com incurso no art. 124 c/c 14, II do Código
Penal a uma pena de 8 meses de detenção, a ser cumprida, inicialmente no regime aberto.
Consta nos autos, que no dia 12 de março de 2010, foi Micheli foi internada no Hospital X,
pois teria ela consumido substancia abortiva que causou a expulsão do feto sem vida. No
entanto, no dia 11 de março de 2010, Micheli havia sido submetida a uma ecografia, cujo
laudo - juntado aos autos na fase do art.422 do Código do Processo Penal - atestava que o feto
estava, naquela data, morto. Publicada a sentença, a Defesa manifestou vontade de recorrer.
Como advogado de Micheli, elabore a peça processual cabível, considerando que a intimação
aconteceu 30 dias após o julgamento.

Caso 21. - PEÇA- Dioclesiano foi denunciado pela prática do crime de homicídio qualificado
por motivo fútil. O crime ocorreu no município de Palmas – PR, mas como a vítima,
Aristênio, era residente e domiciliado em Clevelândia - PR, o processo acabou tendo seu
trâmite nesta comarca. Após a pronúncia, Dioclesiano foi submetido à júri popular. No
interrogatório feito durante o julgamento, Dioclesiano ficou em silêncio. Durante os debates, o
promotor de justiça disse que o silêncio do réu nada mais era do que uma confissão, pois se ele
nada devesse, ele teria contado aos jurados a sua versão. A Defesa pediu para tal fato constar
na ata. Após deliberação, os jurados reconheceram que o crime praticado por Dioclesiano foi o
de homicídio simples (art. 121, caput, do CP). O magistrado, no entanto, considerou que o
homicídio era qualificado pelo motivo fútil, aplicando, assim, a pena de 12 anos. O réu e o seu
defensor foram intimados da sentença. Como advogado de Dioclesiano, elabore a peça
processual cabível.

Caso 22. - PEÇA- João de Tal foi denunciado por latrocínio consumado, por ter, em tese,
atirado em José para subtrair-lhe R$ 200,00 (duzentos reais). Durante a instrução processual
todas as testemunhas ouvidas afirmaram que logo após o disparo (que atingiu a vítima no lado
esquerdo da face, conforme laudo de fls.), quando começou a mexer dos bolsos da vítima,
João foi perseguido pelos seguranças do Banco Caixa Forte, sendo preso em flagrante após
alguns minutos. Na sentença, o juiz entendeu por bem condenar José de Tal por tentativa de
latrocínio, já que, muito embora a vítima tenha morrido, a subtração não ocorreu no caso. Na
dosimetria da pena o juiz reconheceu a tentativa e a diminuiu a pena em 1/3, condenando João
a uma pena total de 13 anos e 4 meses, e regime inicial semiaberto. Por entender que a pena de
liberdade fora suficiente, não fixou pena de multa. Tendo sido intimado o Ministério Público
da decisão, em dia 20 de maio de 2013 (segunda-feira), o prazo recursal transcorreu in albis
sem manifestação do Parquet.

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
Em relação ao caso narrado, você, na condição de advogado(a), é procurado pelo pai da
vítima, em 25 de maio de 2013, para habilitar‐se como assistente da acusação e impugnar a
decisão.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo
caso concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas
pertinentes, datando do último dia do prazo.

   

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
- PARTE VII-
RECURSOS B
 
Caso 23. - PEÇA- Em festiva reunião realizada por empresários na Comarca de Irati,
ULPIANO DA SILVA PEREIRA JÚNIOR, com residência em de Curitiba, teria ofendido a
dignidade e a honra de MODESTINO MORAS CAVALCANTE, eis que relatava aos
presentes, mesmo ciente da falsidade das informações, que MODESTINO, além de ser um
estelionatário, havia furtado seu celular na semana passada. Por tais fatos, MODESTINO, por
intermédio de advogado, ajuizou no Foro Central de Curitiba-PR queixa-crime contra
ULPIANO, por infração aos artigos 138, 140 e 69 do Código Penal. A ação foi distribuída e
rejeitada pelo magistrado da 1ª Vara Criminal da Capital, pois: 1. não era ele competente para
processar e julgar fatos ocorridos na Comarca de Irati, nos termos do art.70 caput do Código
de Processo Penal. 2. havia carência de ação, pela impossibilidade jurídica do pedido. As
partes foram intimadas da decisão.

Caso 24. - PEÇA- Felício da Silva foi denunciado em incurso no art. 121, §2º, III (meio cruel)
do CP. No interrogatório, o denunciado afirmou que o único golpe com uma barra de ferro
(laudo de apreensão de fls) aplicado teria sido dirigido às costas da vitima, que, em razão desta
ter se movimentado, acabou sendo atingida na parte posterior da cabeça (nuca), sofrendo um
traumatismo craniano – causa da morte, conforme laudo de fls. O advogado apresentou
resposta à acusação e arrolou testemunhas, mas na oitiva de daquela que fora testemunha
ocular dos fatos retratados na inicial, este advogado faltou, não tendo o juiz nomeado um ad
hoc para o acompanhamento do ato processual. Não obstante os argumentos trazidos pela
Defesa em seus memoriais, o juiz, acolhendo o pedido do agente ministerial, pronunciou o
acusado, dando-o como incurso no crime classificado na denúncia.

Caso 25. - PEÇA- Armandinho, primário, foi preso em flagrante em Curitiba, pois
transportava em sua camionete Pônei Turbo 4.1 setenta quilos de maconha. Após 1 ano sem
conseguir a liberdade, Armandinho foi condenado por sentença transitada em julgado em
incurso no art.33 da Lei nº11.343/2006 a uma pena de 5 anos de reclusão a serem cumpridos
em regime inicialmente fechado. Após 1 ano e 2 meses do início da pena, o advogado de
Armandinho requereu a progressão para o regime semi-aberto, já que o apenado sempre
ostentou bom comportamento carcerário. O magistrado da 1a vara competente, negou o
pedido nos seguintes termos: “Nego o pedido, já que o requerente não preenche todos os
requisitos do benefício. Intime-se”. Como advogado constituído de Armandinho elabore a
peça processual cabível.

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
- PARTE VIII-
RECURSOS C
 
Caso 26. - PEÇA- Carlos Oliveira foi denunciado e condenado em incurso no art.355 do
Código Penal a uma pena 1 ano e 2 meses de detenção, a ser cumprida em regime aberto.
Intimado da sentença, o réu recorreu da condenação, sob os fundamentos de que as provas
colhidas na fase inquisitiva eram todas nulas, já que obtidas por interceptação telefônica, e de
que não houve dolo na conduta. O recurso foi conhecido, mas julgado improcedente, por
maioria dos votos. O voto divergente foi no sentido de dar provimento à tese de nulidade do
processo, já que todas as provas derivaram da interceptação telefônica decretada pelo
magistrado competente para apurar a prática da conduta tipificada no art.355 do Código Penal.
Negou, no entanto, provimento às demais teses da defesa. Você, como advogado de Carlos, foi
intimado do acórdão proferido pela 44a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná. Elabore a peça processual pertinente.

Caso 27. - PEÇA- Romero Alberto teve contra si decretada prisão preventiva pelo juiz da 41.ª
Vara Criminal da Comarca da Capital do Rio de Janeiro. Impetrado habeas corpus para o
tribunal competente, requerendo-se a concessão da ordem para que o paciente fosse libertado,
foi a ordem denegada por acórdão assim ementado: “PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS.
PRISÃO PREVENTIVA. GRAVIDADE ABSTRATA DO DELITO SUFICIENTE PARA ENSEJAR A MEDIDA
CAUTELAR. PELA DENEGAÇÃO.
1. A prisão preventiva é medida excepcional que, dentre outras funções, visa a
preservação da tranquilidade da sociedade. Assim, a prática de delito com pena tão elevada
(art.157§3º do CP) torna necessária a prisão cautelar do paciente. Pela denegação da ordem.
Publique-se”. Na qualidade do advogado, elabore a peça processual cabível, considerando que
a intimação do acórdão aconteceu no dia 03/06/2013 (segunda-feira).

Caso 28. - PEÇA- Carolina Halibin, foi denunciada em incurso no art.299, pois teria, ao
concluir o curso de Engenharia, inserido à caneta em seu diploma, mesmo ciente da não
veracidade dos dados, declaração de ter sido ela aprovada com a nota 1000 mil na disciplina
de Cálculo Numérico. Ao longo do processo, as testemunhas ouvidas afirmaram que tudo não
passou de uma brincadeira. Carolina, em seu interrogatório, disse que fez aquelas anotações
em seu diploma, para tirar “sarro” de suas colegas. Manifestadas as partes, a denúncia foi
julgada procedente e Carolina foi condenada a uma pena de liberdade de 1 ano de reclusão a
ser cumprida em regime aberto e multa fixada em 10 dias-multa, no valor de 1/30 (um
trigésimo) do salário mínimo cada. A pena privativa de liberdade foi substituída por uma pena
restritiva de direitos. A Defesa, então, recorreu da sentença, alegando que a conduta era atípica,
por falta de um dos elementos subjetivos do tipo. O recurso, por sua vez, foi julgado nos
seguintes termos: “DECISÃO: ACORDAM os integrantes da 44a Câmara Criminal do
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, à unanimidade de votos, em negar provimento ao

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
recurso interposto por Carolina Halibin. EMENTA: FALSIDADE IDEOLÓGICA. COMPROVAÇÃO
DO DOLO. TIPICIDADE CONFIGURADA. 1. Para configurar a tipicidade, é necessária a
comprovação do elemento subjetivo que, no tipo do art.299 do Código Penal Brasileiro, é
composto apenas e tão somente pelo dolo; 2. Consta nos autos que a recorrente confessou ter
inserido declarações falsas em seu diploma, ou seja, agiu com vontade consciente –
configurando, assim, o necessário dolo e, por conseguinte, a tipicidade da conduta praticada.
Recurso conhecido e improvido. Publique-se”. A defesa foi intimada da decisão. Como
advogado da acusada elabore a peça processual pertinente.

Caso 29. - QUESTÃO - François Du Pont foi denunciado em incurso no art.121, §2º, II do
Código Penal. Ao longo do processo, todas as testemunhas afirmaram que ele apenas reagiu às
agressões da vitima, Sérgio Converd, que o atacou com um canivete automático (laudo da
arma, fls). Foi dito pelas testemunhas, ainda, que o réu aplicou um único golpe com um
pedaço de pau na cabeça da vítima e fugiu. Em audiência, as partes apresentaram suas
alegações. O magistrado, então, pronunciou o réu pelo art.121 do CP, pois entendeu que os
motivos do crime não foram irrelevantes. Publicada a decisão no dia 18/11/2011 (sexta-feira),
a Defesa dela recorreu no dia 25/11/2011. A Defesa foi intimada da seguinte decisão: “Nego
admissibilidade ao recuso interposto pela defesa, pois: 1. é ele intempestivo, já que o último
dia do prazo foi no dia 23/11/2011; 2. Não há interesse recursal, na medida em que foi
desclassificado o delito imputado na denúncia para um de mais baixa lesividade e de pena
menor; Intime-se”. Qual é a peça cabível? Quais são as teses jurídicas defensáveis?
 
  É preciso de peça de interposição? SIM NÃO
 
1. PEÇA: ______________________________________ FUNDAMENTO LEGAL: ___________

2. TESES JURÍDICAS:
a.____________________________________________________________________________________________________________  
b.____________________________________________________________________________________________________________  
 
 
   

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RODRIGO DAMASCENO
- PARTE IX-
AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO AUTÔNOMAS
 
Caso 30. - PEÇA- Robertinho, brasileiro, casado, nascido no dia 6 de julho de 1979, foi
denunciado com incurso nos artigos 121,§2º, inciso III, e 14, inciso II, do Código Penal, pois
teria, no dia 5 de julho de 2000, com a intenção de causar a morte da vítima, inserido
substância tóxica na bebida de Val. Os laudos periciais realizados na fase inquisitiva
concluíram que Val não sofreu qualquer consequência pela ingestão da substância, já que esta
era totalmente inofensiva. Dias depois do ocorrido, Val, antes mesmo de ter se manifestado
nos autos, faleceu em um acidente de trânsito e nenhum de seus parentes foi localizado.
Recebida a denúncia no dia 16 de janeiro de 2012, o réu foi citado e apresentou resposta à
acusação. O magistrado da 1a Vara do Tribunal Júri da Comarca X, fundamentadamente, não
acatou nenhuma das teses de defesa e designou a audiência de instrução e julgamento para o
dia 12/10/2013. Como advogado do réu, elabore a peça processual cabível para a defesa dos
interesses de Robertinho.

Caso 31. - PEÇA- José Antunes, funcionário do Banco do Brasil, moveu ação contra o banco,
em razão de descontos ilegais efetuados pela instituição em sua folha de pagamento, no valor
de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais). A ação foi julgada procedente. A sentença transitou
em julgado no dia 10 de março de 2009. Já na fase de execução, após dois meses, no dia 11 de
maio do mesmo ano, José, em virtude de sua atividade no Banco do Brasil, recebera a quantia
de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) para o pagamento de serviços de manutenção do
prédio onde o banco estava instalado. Em posse do numerário, resolveu ficar com parte do
dinheiro, no valor exato de seu crédito, R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), utilizando o
restante, R$ 1.000,00 (mil reais), para parcial pagamento dos referidos serviços. Em 15 de
junho de 2010, José foi denunciado como incurso no artigo 312, “caput”, do Código Penal. A
denúncia, após resposta apresentada pela defesa, foi recebida em 20 de julho de 2010. Na
instrução criminal, foram ouvidos funcionários do banco que confirmaram o fato. José
também confirmou o fato, dizendo, contudo, que somente queria receber seu crédito para
cobrir despesas pessoais e familiares. Apresentadas as alegações finais, o MM. Juiz Federal
da 1a Vara Criminal da Subseção X condenou José pelo crime de peculato, fixando a pena
privativa de liberdade em 2 (dois) anos de reclusão, a ser cumprida em regime aberto, e a de
multa em 10 dias-multa, no valor de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo cada. A pena
privativa de liberdade foi substituída por duas penas restritivas de direitos. Não houve
fundamentação na fixação da pena. As partes, Ministério Público e acusado, não apelaram. A
decisão transitou em julgado no dia 08 de fevereiro de 2013. Intimado para o cumprimento das
penas, José procurou um novo advogado para examinar sua situação e saber o que poderia ser
feito. Como advogado de José, redija a peça processual mais adequada à sua defesa

Caso 32. - QUESTÃO - Romão foi denunciado pela prática do art.33 da Lei nº11/343/2006. O
magistrado, então, determinou a notificação do denunciado para apresentar PEÇA 1. Após o

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
devido processamento do caso penal, foi Romão condenado, nos termos da denúncia.. Na
sentença, no entanto, o magistrado deixou de apreciar uma das teses da defesa. Após o
julgamento da PEÇA2, foi suprida a omissão, mas foi mantida a condenação. A defesa, então,
interpôs PEÇA3, pleiteando a nulidade da sentença por insuficiência de fundamentação e por
não ter sido respeitado a necessária correlação entre a denúncia e a sentença. Requereu, ainda,
a absolvição, haja vista a insignificância da conduta praticada, e, no caso de ser mantida a
condenação, foi requerida a reforma da decisão para a fixação da pena no mínimo legal. O juiz
a quo negou admissibilidade do recurso interposto. A Defesa, então, interpôs PEÇA4. Quando
do julgamento do recurso, a 44a Câmara Criminal manteve a condenação. O desembargador X,
no entanto, votou no sentido de ser acatada a tese de fixação da pena no mínimo legal,
negando provimento às demais teses. Publicado o acórdão, a Defesa interpôs o PEÇA5, recurso
este julgado improcedente. Transitado em julgado a condenação, e apos cumprir parte da pena,
Romão requereu livramento condicional, requerimento este negado pelo magistrado
competente. A Defesa, então, interpôs PEÇA6. Diante do caso narrado, identifique cada uma
das peças abaixo relacionados:
 
 
PEÇA 1- __________________________________________________Prazo _____________.

PEÇA 2- __________________________________________________Prazo _____________.

PEÇA 3- __________________________________________________Prazo _____________.

PEÇA 4- __________________________________________________Prazo _____________.


 
PEÇA 5- __________________________________________________Prazo _____________.
 
PEÇA 6- __________________________________________________Prazo _____________.

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CAPÍTULO V
SIMULADOS
- SIMULADO 1 -
(CESPE/UnB – 2009.3) Em 17/01/2013, Rodolfo T., brasileiro, divorciado, com 57 anos de
idade, administrador de empresas, importante dirigente do clube esportivo LX F.C., contratou
profissional da advocacia para que adotasse as providências judiciais em face de conhecido
jornalista e comentarista esportivo, Clóvis V., brasileiro, solteiro, com 38 anos de idade, que, a
pretexto de criticar o fraco desempenho do time de futebol do LX F.C. no campeonato
nacional em matéria esportiva divulgada por meio impresso e apresentada em programa
televisivo, bem como no próprio blog pessoal do jornalista na Internet, passou, em diversas
ocasiões, juntamente com Teodoro S., brasileiro, de 60 anos de idade, casado, jornalista,
desafeto de Rodolfo T., a praticar reiteradas condutas com o firme propósito de ofender a
honra do dirigente do clube. Foram ambos interpelados judicialmente e se recusaram a dar
explicações acerca das ofensas, mantendo-se inertes.
Por três vezes afirmou, em meios de comunicação distintos, o comentarista Clóvis V.,
sabendo não serem verdadeiras as afirmações, que o dirigente "havia 'roubado' o clube LX F.C.
e os torcedores, pois tinha se apropriado, indevidamente, de R$ 5 milhões pertencentes ao LX
F.C., na condição de seu diretor-geral, quando da venda do jogador Y, ocorrida em
20/12/2011" e que "já teria gasto parte da fortuna 'roubada', com festas, bebidas, drogas e
prostitutas". Tal afirmação foi proferida durante o programa de televisão Futebol da Hora, em
07/01/2013, às 21 h 30 m, no canal de televisão VX e publicado no blog do comentarista
esportivo, na Internet em 08/01/2013 no endereço eletrônico www.clovisv.futebol.xx. Tais
declarações foram igualmente publicadas no jornal impresso Notícias do Futebol, de
circulação nacional, na edição de 08/01/2013. Destaque-se que o canal de televisão VX e o
jornal Notícias do Futebol pertencem ao mesmo grupo econômico e têm como diretor-geral e
redator-chefe Teodoro S., desafeto do dirigente Rodolfo T. Sabe-se que todas as notícias
foram veiculadas por ordem direta e expressa de Teodoro S.
Prosseguindo a empreitada ofensiva, o jornalista Clóvis V. disse, em 13/01/2013, em seu
blog pessoal na Internet, que o dirigente não teria condições de gerir o clube porque seria "um
burro, de capacidade intelectual inferior à de uma barata" e, por isso, "tinha levado o clube à
falência", porém estava "com os bolsos cheios de dinheiro do clube e dos torcedores". Como
se não bastasse, na última edição do blog, em 15/01/2013, afirmou que "o dirigente do clube
está tão decadente que passou a sair com homens", por isso "a mulher o deixou".
Entre os documentos coletados pelo cliente e pelo escritório encontram-se a gravação,
em DVD, do programa de televisão, com o dia e horário em que foi veiculado, bem como a
edição do jornal impresso em que foi difundida a matéria sobre o assunto, além de cópias de
páginas e registros extraídos da Internet, com as ofensas perpetradas pelo jornalista Clóvis V.
Rodolfo T. tomou conhecimento da autoria e dos fatos no dia 16/01/2013, tendo todos

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
eles ocorrido na cidade de São Paulo – SP, sede da emissora e da editora, além de domicílio de
todos os envolvidos.
Em face dessa situação hipotética, na condição de advogado(a) contratado(a) por
Rodolfo T., redija a peça processual que atenda aos interesses de seu cliente, considerando
recebida a pasta de atendimento do cliente devidamente instruída, com todos os documentos
pertinentes, suficientes e necessários, procuração com poderes especiais e testemunhas.

QUESTÃO 01 (VII – EOAB/Unificado) Maurício, jovem de classe alta, rebelde e sem


escrúpulos, começa a namorar Joana, menina de boa família, de classe menos favorecida e
moradora de área de risco em uma das maiores comunidades do Brasil. No dia do aniversário
de 18 anos de Joana, Maurício resolve convidá‐la para jantar num dos restaurantes mais caros
da cidade e, posteriormente, leva‐a para conhecer a suíte presidencial de um hotel considerado
um dos mais luxuosos do mundo, onde passa a noite com ela. Na manhã seguinte, Maurício e
Joana resolvem permanecer por mais dois dias. Ao final da estada, Mauricio contabiliza os
gastos daqueles dias de prodigalidade, apurando o total de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais).
Todos os pagamentos foram realizados em espécie, haja vista que, na noite anterior, Maurício
havia trocado com sua mãe um cheque de R$20.000,00 (vinte mil reais) por dinheiro em
espécie, cheque que Maurício sabia, de antemão, não possuir fundos. Considerando apenas os
fatos descritos, responda, de forma justificada, os questionamentos a seguir.
A) Maurício e Joana cometeram algum crime? Em caso positivo, tipifique as condutas
atribuídas a cada um dos personagens, desenvolvendo a tese de defesa.
B) Caso Maurício tivesse invadido a casa de sua mãe com uma pistola de brinquedo e a
ameaçado, a fim de conseguir a quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sua situação jurídica
seria diferente?

QUESTÃO 02 - (OAB 1.2010) A autoridade policial titular da delegacia de combate aos


delitos contra o patrimônio de determinado município instaurou inquérito para a apuração da
prática de crime contra certo comerciante local, que teve seu estabelecimento furtado há quase
oito anos. As investigações desenvolvem-se de forma lenta, pois várias diligências foram
efetuadas em outras circunscrições policiais da mesma comarca, razão pela qual o delegado
responsável pelo caso constantemente vale-se da expedição de cartas precatórias e requisições
para as autoridades policiais dessas unidades, a fim de cumprir os atos necessários ao
esclarecimento do delito. Em uma dessas diligências, houve demora de mais de um ano para
promover a oitiva de apenas uma testemunha. Apesar do tempo transcorrido, a polícia ainda
não dispõe de elementos capazes de identificar a autoria do delito. O comerciante não
mantinha, em seu estabelecimento, sistema de segurança pessoal nem sistema eletrônico de
segurança, não dispondo, assim, de nenhuma prova da autoria dos fatos. Dada a iminência do
fim do prazo prescricional, o referido comerciante solicitou orientação a profissional da
advocacia, no intuito de tomar alguma providência para a punição dos criminosos. Em face
dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, aos seguintes questionamentos:

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
a) Diante da necessidade de cumprir diligências em outra circunscrição, a autoridade policial
poderia ordená-las diretamente sem a expedição de carta precatória ou de requisições? b) Seria
viável, na hipótese, intentar ação penal privada subsidiária da pública?

QUESTÃO 03 - (OAB/UN2.2008) Penélope, grávida de 6 meses, foi atingida por disparo de


arma de fogo efetuado por Teobaldo, cuja intenção era matar a gestante e o feto. Socorrida por
populares, a vítima foi levada ao hospital e, em decorrência das lesões sofridas, perdeu o rim
direito. O produto da concepção veio ao mundo e, alguns dias depois, em virtude dessas
circunstâncias, morreu Considerando a situação hipotética apresentada, tipifique a(s)
conduta(s) de Teobaldo.

QUESTÃO 04 - (VII – EOAB/Unificado) Há muito tempo Maria encontra‐se deprimida,


nutrindo desejos de acabar com a própria vida. João, sabedor dessa condição, e querendo a
morte de Maria, resolve instigá‐la a se matar. Pondo seu plano em prática, João visita Maria
todos os dias e, quando ela toca no assunto que não tem mais razão para viver, que deseja se
matar, pois a vida não faz mais sentido, João a estimula e a encoraja a pular pela janela. Um
dia, logo após ser instigada por João, Maria salta pela janela de seu partamento e, por pura
sorte, sofre apenas alguns arranhões, não sofrendo qualquer ferimento grave. Considerando
apenas os fatos apresentados, responda, de forma justificada, aos seguintes questionamentos:
A) João cometeu algum crime?
B) Caso Maria viesse a sofrer lesões corporais de natureza grave em decorrência da queda, a
condição jurídica de João seria alterada?

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

- SIMULADO 2 -

(FGV - 2.2010 EO) A Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul recebe notícia crime
identificada, imputando a Maria Campos a prática de crime, eis que mandaria crianças
brasileiras para o estrangeiro com documentos falsos. Diante da notícia crime, a autoridade
policial instaura inquérito policial e, como primeira providência, representa pela decretação da
interceptação das comunicações telefônicas de Maria Campos, “dada a gravidade dos fatos
noticiados e a notória dificuldade de apurar crime de tráfico de menores para o exterior por
outros meios, pois o ‘modus operandi’ envolve sempre atos ocultos e exige estrutura
organizacional sofisticada, o que indica a existência de uma organização criminosa integrada
pela investigada Maria”. O Ministério Público opina favoravelmente e o juiz defere a medida,
limitando-se a adotar, como razão de decidir, “os fundamentos explicitados na representação
policial”.
No curso do monitoramento, foram identificadas pessoas que contratavam os serviços de
Maria Campos para providenciar expedição de passaporte para viabilizar viagens de crianças
para o exterior. Foi gravada conversa telefônica de Maria com um funcionário do setor de
passaportes da Polícia Federal, Antônio Lopes, em que Maria consultava Antônio sobre os
passaportes que ela havia solicitado, se já estavam prontos, e se poderiam ser enviados a ela. A
pedido da autoridade policial, o juiz deferiu a interceptação das linhas telefônicas utilizadas
por Antônio Lopes, mas nenhum diálogo relevante foi interceptado.
O juiz, também com prévia representação da autoridade policial e manifestação favorável do
Ministério Público, deferiu a quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados, tendo sido
identificado um depósito de dinheiro em espécie na conta de Antônio, efetuado naquele
mesmo ano, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). O monitoramento telefônico foi
mantido pelo período de quinze dias, após o que foi deferida medida de busca e apreensão nos
endereços de Maria e Antônio. A decisão foi proferida nos seguintes termos: “diante da
gravidade dos fatos e da real possibilidade de serem encontrados objetos relevantes para
investigação, defiro requerimento de busca e apreensão nos endereços de Maria (Rua dos
Casais, 213) e de Antonio (Rua Castro, 170, apartamento 201)”. No endereço de Maria
Campos, foi encontrada apenas uma relação de nomes que, na visão da autoridade policial,
seriam clientes que teriam requerido a expedição de passaportes com os nomes de crianças
que teriam viajado para o exterior. No endereço indicado no mandado de Antônio Lopes, nada
foi encontrado. Entretanto, os policiais que cumpriram a ordem judicial perceberam que o
apartamento 202 do mesmo prédio também pertencia ao investigado, motivo pelo qual nele
ingressaram, encontrando e apreendendo a quantia de cinquenta mil dólares em espécie.
Nenhuma outra diligência foi realizada.
Relatado o inquérito policial, os autos foram remetidos ao Ministério Público, que ofereceu a
denúncia nos seguintes termos: “o Ministério Público vem oferecer denúncia contra Maria
Campos e Antônio Lopes, pelos fatos a seguir descritos: Maria Campos, com o auxílio do

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
agente da polícia federal Antônio Lopes, expediu diversos passaportes para crianças e
adolescentes, sem observância das formalidades legais. Maria tinha a finalidade de viabilizar a
saída dos menores do país. A partir da quantia de dinheiro apreendida na casa de Antônio
Lopes, bem como o depósito identificado em sua conta bancária, evidente que ele recebia
vantagem indevida para efetuar a liberação dos passaportes. Assim agindo, a denunciada
Maria Campos está incursa nas penas do artigo 239, parágrafo único, da Lei n. 8069/90
(Estatuto da Criança e do Adolescente), e nas penas do artigo 333, parágrafo único, c/c o
artigo 69, ambos do Código Penal. Já o denunciado Antônio Lopes está incurso nas penas do
artigo 239, parágrafo único, da Lei n. 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e nas
penas do artigo 317, § 1o, c/c artigo 69, ambos do Código Penal”.
O juiz da 15a Vara Criminal de Porto Alegre, RS, recebeu a denúncia, nos seguintes termos:
“compulsando os autos, verifico que há prova indiciária suficiente da ocorrência dos fatos
descritos na denúncia e do envolvimento dos denunciados. Há justa causa para a ação penal,
pelo que recebo a denúncia. Citem-se os réus, na forma da lei”. Antonio foi citado
pessoalmente em 15.05.2013 (quarta-feira) e o respectivo mandado foi acostado aos autos dia
17.05.2013 (sexta-feira). Antonio contratou você como Advogado, repassando-lhe nomes de
pessoas (Carlos de Tal, residente na Rua 1, n. 10, nesta capital; João de Tal, residente na Rua 4,
n. 310, nesta capital; Roberta de Tal, residente na Rua 4, n. 310, nesta capital) que prestariam
relevantes informações para corroborar com sua versão.
Nessa condição, redija a peça processual cabível desenvolvendo TODAS AS TESES
DEFENSIVAS que podem ser extraídas do enunciado com indicação de respectivos
dispositivos legais. Apresente a peça no último dia do prazo.

QUESTÃO 05 - Pietra, enfermeira, foi denunciada por ter, no dia 04/04/2011 esquecido de
ministrar a medicação para o paciente José – que veio, haja vista a ausência da substância
curativa, a falecer. Após o regular trâmite processual, foi Pietra absolvida por falta de provas
da autoria. Inconformada, Júlia, esposa de José, continuou a investigar o fato e, cerca de um
ano após o trânsito em julgado da sentença, conseguiu reunir novas provas da autoria de Pietra.
Considerando a situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a)
consultado(a) por Julia, responda:
a- qual é a capitulação típica da conduta narrada na denúncia?
b- o processamento de Pietra se deu em qual rito?
c- Julia pode se habilitar como assistente da acusação? d- Pietra pode ser novamente
processada?

QUESTÃO 06 - “X”, médico de um hospital particular conveniado ao Sistema Único de


Saúde, exigiu, de forma imperativa, a um paciente assistido pelo SUS, na emergência do
hospital, valor de R$ 500,00 para proceder o atendimento necessário, alegando que a
remuneração paga pelo procedimento que deveria ser realizado era muito baixa e que o
paciente poderia ter sérias complicações de saúde caso não fosse realizado com a maior

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
brevidade possível o referido procedimento médico. Tipifique a conduta praticada por “X”,
fundamentando sua resposta.

QUESTÃO 07 - (OAB 3.2010) Em 22 de julho de 2008, Caio foi condenado à pena de 10


(dez) anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado, pela prática, no dia 10
de novembro de 2006, do crime de tráfico de drogas, previsto no artigo 33 da Lei 11.343/2006.
Iniciada a execução da sua pena em 07 de janeiro de 2009, a Defensoria Pública, em 10 de
fevereiro de 2011, requereu a progressão do cumprimento da sua pena para o regime
semiaberto, tendo o pedido sido indeferido pelo juízo de execuções penais ao argumento de
que, para tanto, seria necessário o cumprimento de 2/5 da pena. Considerando ter sido
procurado pela família de Caio para advogar em sua defesa, responda aos itens a seguir,
empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Qual(is) o(s) meio(s) de impugnação da decisão que indeferiu o pedido da Defensoria
Pública? (Valor: 0,3)
b) Qual(is) argumento(s) jurídico(s) poderia(m) ser usado(s) em defesa da progressão de
regime de Caio? (Valor: 0,7)

QUESTÃO 08 - (OAB 1.2011) Maria, jovem extremamente possessiva, comparece ao local


em que Jorge, seu namorado, exerce o cargo de auxiliar administrativo e abre uma carta
lacrada que havia sobre a mesa do rapaz. Ao ler o conteúdo, descobre que Jorge se apropriara
de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), que recebera da empresa em que trabalhava para efetuar um
pagamento, mas utilizara tal quantia para comprar uma joia para uma moça chamada Júlia.
Absolutamente transtornada, Maria entrega a correspondência aos patrões de Jorge.
Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Jorge praticou crime? Em caso positivo, qual(is)?
b) Se o Ministério Público oferecesse denúncia com base exclusivamente na correspondência
aberta por Maria, o que você, na qualidade de advogado de Jorge, alegaria?

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

- SIMULADO 3 -

(FGV/OAB – IX EO) Gisele foi denunciada, com recebimento ocorrido em 31/10/2010, pela
prática do delito de lesão corporal leve, com a presença da circunstância agravante, de ter o
crime sido cometido contra mulher grávida. Isso porque, segundo narrou a inicial acusatória,
Gisele, no dia 01/04/2009, então com 19 anos, objetivando provocar lesão corporal leve em
Amanda, deu um chute nas costas de Carolina, por confundi-la com aquela, ocasião em que
Carolina (que estava grávida) caiu de joelhos no chão, lesionando-se.
A vítima, muito atordoada com o acontecido, ficou por um tempo sem saber o que fazer, mas
foi convencida por Amanda (sua amiga e pessoa a quem Gisele realmente queria lesionar) a
noticiar o fato na delegacia. Sendo assim, tão logo voltou de um intercâmbio, mais
precisamente no dia 18/10/2009, Carolina compareceu à delegacia e noticiou o fato,
representando contra Gisele. Por orientação do delegado, Carolina foi instruída a fazer exame
de corpo de delito, o que não ocorreu, porque os ferimentos, muito leves, já haviam sarado. O
Ministério Público, na denúncia, arrolou Amanda como testemunha.
Em seu depoimento, feito em sede judicial, Amanda disse que não viu Gisele bater em
Carolina e nem viu os ferimentos, mas disse que poderia afirmar com convicção que os fatos
noticiados realmente ocorreram, pois estava na casa da vítima quando esta chegou chorando
muito e narrando a história. Não foi ouvida mais nenhuma testemunha e Gisele, em seu
interrogatório, exerceu o direito ao silêncio. Cumpre destacar que a primeira e única audiência
ocorreu apenas em 20/03/2012, mas que, anteriormente, três outras audiências foram
marcadas; apenas não se realizaram porque, na primeira, o magistrado não pôde comparecer,
na segunda o Ministério Público não compareceu e a terceira não se realizou porque, no dia
marcado, foi dado ponto facultativo pelo governador do Estado, razão pela qual todas as
audiências foram redesignadas. Assim, somente na quarta data agendada é que a audiência
efetivamente aconteceu. Também merece destaque o fato de que na referida audiência o
parquet não ofereceu proposta de suspensão condicional do processo, pois, conforme
documentos comprobatórios juntados aos autos, em 30/03/2009, Gisele, em processo criminal
onde se apuravam outros fatos, aceitou o benefício proposto.
Assim, segundo o promotor de justiça, afigurava-se impossível formulação de nova proposta
de suspensão condicional do processo, ou de qualquer outro benefício anterior não destacado,
e, além disso, tal dado deveria figurar na condenação ora pleiteada para Gisele como outra
circunstância agravante, qual seja, reincidência.
Nesse sentido, considere que o magistrado encerrou a audiência e abriu prazo, intimando as
partes, para o oferecimento da peça processual cabível.
Como advogado de Gisele, levando em conta tão somente os dados contidos no enunciado,
elabore a peça cabível. (Valor: 5,0)

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

QUESTÃO 09 (OAB 2.2011) João e Maria iniciaram uma paquera no Bar X na noite de 17
de janeiro de 2012. No dia 19 de janeiro do corrente ano, o casal teve uma séria discussão, e
Maria, nitidamente enciumada, investiu contra o carro de João, que já não se encontrava em
bom estado de conservação, com três exercícios de IPVA inadimplentes, a saber: 2009, 2010 e
2011. Além disso, Maria proferiu diversos insultos contra João no dia de sua festa de
formatura, perante seu amigo Paulo, afirmando ser ele “covarde”, “corno” e “frouxo”. A
requerimento de João, os fatos foram registrados perante a Delegacia Policial, onde a
testemunha foi ouvida. João comparece ao seu escritório e contrata seus serviços profissionais,
a fim de serem tomadas as medidas legais cabíveis. Você, como profissional diligente, após
verificar não ter passado o prazo decadencial, interpõe Queixa-Crime ao juízo competente no
dia 18/7/12.
O magistrado ao qual foi distribuída a peça processual profere decisão rejeitando-a, afirmando
tratar-se de clara decadência, confundindo-se com relação à contagem do prazo legal. A
decisão foi publicada dia 25 de julho de 2012 (quarta-feira).
Com base somente nas informações acima, responda:
a) Qual é o recurso cabível contra essa decisão?
b) Qual é o prazo para a interposição do recurso?
c) A quem deve ser endereçado o recurso?
d) Qual é a tese defendida?

QUESTÃO 10 - (FGV – VIII EO Unificado) Abel e Felipe observavam diariamente um


restaurante com a finalidade de cometer um crime. Sabendo que poderiam obter alguma
vantagem sobre os clientes que o frequentavam, Abel e Felipe, sem qualquer combinação
prévia, conseguiram, cada um, uniformes semelhantes aos utilizados pelos manobristas de tal
restaurante. No início da tarde, aproveitando a oportunidade em que não havia nenhum
funcionário no local, a dupla, vestindo os uniformes de manobristas, permaneceu à espera de
suas vítimas, mas, agindo de modo separado. Tércio, o primeiro cliente, ao chegar ao
restaurante, iludido por Abel, entrega de forma voluntária a chave de seu
carro. Abel, ao invés de conduzir o veículo para o estacionamento, evade-se do local. Narcísio,
o segundo cliente, chega ao restaurante e não entrega a chave de seu carro, mas Felipe a
subtrai sem que ele o percebesse. Felipe também se evade do local. Empregando os
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso, responda às
questões a seguir.
A) Qual a responsabilidade jurídico-penal de Abel ao praticar tal conduta? (responda
motivando sua imputação) (Valor: 0,65)
B) Qual a responsabilidade jurídico-penal de Felipe ao praticar tal conduta? (responda
motivando sua imputação) (Valor: 0,60)

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
QUESTÃO 11 - (FGV - VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/3.2011) Caio, Mévio, Tício e
José, após se conhecerem em um evento esportivo de sua cidade, resolveram praticar um
estelionato em detrimento de um senhor idoso. Logrando êxito em sua empreitada criminosa, os
quatro dividiram os lucros e continuaram a vida normal. Ao longo da investigação policial,
apurou-se a autoria do delito por meio dos depoimentos de diversas testemunhas que
presenciaram a fraude. Em decorrência de tal informação, o promotor de justiça denunciou Caio,
Mévio, Tício e José, alegando se tratar de uma quadrilha de estelionatários, tendo requerido a
decretação da prisão temporária dos denunciados. Recebida a denúncia, a prisão temporária foi
deferida pelo juízo competente.
Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Qual(is) o(s) meio(s) de se impugnar tal decisão e a quem deverá(ão) ser endereçado(s)? ‘
b) Quais fundamentos deverão ser alegados?

QUESTÃO 12 - Atanagildo estava dirigindo seu veículo na rodovia que liga Campo Largo a
Curitiba, para levar sua esposa Rosélia ao hospital. Rosélia estava grávida de oito meses e,
naquele dia, estava sofrendo fortes dores de cabeça decorrentes da hipertensão. Com o temor
de que aquela crise pudesse afetar o filho do casal e com o intuito de chegar o quanto antes no
hospital, Atanagildo empregou velocidade superior a permitida na rodovia, mesmo porque o
movimento de carros naquele horário era baixo. A estrada apresentava excelentes condições e
ele já era um motorista experiente. Inesperadamente, uma fila de veículos se formou na frente
do carro conduzido por Atanagildo, o que fez com que ele jogasse o veículo para o
acostamento. Porém, como a velocidade era muito alta, o carro acabou capotando. Em virtude
do acidente, Atanagildo perdeu três dedos da mão direita. A sua esposa morreu. O acidente
causou também o aborto do filho que o casal esperava. Diante da situação exposta, responda
de maneira fundamentada:
a. Em relação a Rosélia, Atanagildo praticou algum crime? Qual(is)? (0,25)
b. Em relação ao filho que era esperado por Rosélia, Atanagildo praticou algum crime?
Qual(is)? (0,25)
c. É possível, no caso narrado, a aplicação do perdão judicial? (0,25)
d. Atanagildo poderá ser punido pelas lesões que ele próprio sofreu em decorrência do
acidente? (0,25)

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO

- SIMULADO 4 -
 
Alessandro, nascido em 05/01/1992, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas
penas previstas no art. 217-A, § 1o, do Código Penal, por crime praticado contra Geisa Arruda,
de 20 anos de idade. Os pais da vítima ofereceram a representação para a autoridade policial no
dia 6 de março de 2012, terça-feira, exatos seis meses após os fatos. Na peça acusatória, a
conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos: "No dia 6 de setembro
de 2011, Alessandro dirigiu-se à residência de Geisa,ora vítima, para assistir, pela televisão, a
um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com Geisa, o
denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da
vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido
de violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção
carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Geisa ser incapaz de oferecer resistência aos
seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é
deficiente mental, incapaz de reger a si mesma". O juiz da 2.ª Vara Criminal de Florianópolis –
Santa Catarina, recebeu, em 09 de abril de 2012, a denúncia e determinou a citação do réu para
a audiência de instrução e julgamento. Consta do termo de audiência que o acusado compareceu
em audiência sem advogado, pois, até então, não havia constituído um. Além disso, o
denunciado dispensou a entrevista prévia com o defensor dativo nomeado exclusivamente para
o ato. Foi então realizado o interrogatório, sem a presença de defensor, no qual o acusado disse
que não sabia que a vítima era deficiente mental, que já a namorava havia algum tempo, que a
avó e a mãe da vítima sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima
eram consentidas. Por fim, Alessandro informou que não havia qualquer prova da debilidade
mental da vítima e nem tinha como fazer tal prova, na medida em que Geisa não aparentava
portar deficiência alguma. O laudo sobre a deficiência mental e ausência de discernimento da
vitima não foi juntado aos autos, sob a alegação de que os peritos estavam sobrecarregados de
trabalho, em decorrência do crescimento no número de crimes. Após o Ministério requerer a
condenação nos termos da denúncia, o defensor dativo nomeado exclusivamente para o ato
apresentou sua defesa escrita, na qual requereu, como única tese, a nulidade do processo, haja
vista ter sido o acusado interrogado sem a presença de defensor. O magistrado, então, condenou
o acusado nos termos da denúncia, afastando a nulidade arguida pela Defesa, nos seguintes

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
termos: “Mesmo considerando que, no processo penal, o princípio do contraditório tenha
natureza efetiva, real, não se verifica, no caso concreto, vício insanável a macular de forma
grave e irreversível o ato processual realizado em descompasso com a exigência legal, já que foi
o próprio acusado quem dispensou a entrevista com o defensor nomeado, não lhe sendo possível,
posteriormente, arguir possível nulidade de ato a que deu causa como preceitua o art. 565 do
Código de Processo Penal”. O magistrado fixou a pena base acima do mínimo legal (9 anos),
pois os antecedentes do acusado eram desfavoráveis, já que respondia a inquérito policial. Na
segunda fase da dosimetria da pena, o juiz considerou presentes as circunstâncias agravantes da
reincidência, porque o acusado fora condenado (em 2008) em outro processo criminal,
condenação esta que aguarda o julgamento da apelação (art. 61, I, do Código Penal); também
foi considerado como circunstância agravante o fato do crime ter sido praticado contra enfermo
mental (61, II, h do Código Penal). Assim que intimado do teor da decisão, o denunciado apelou
a termo. O juiz recebeu a apelação. A publicação desta decisão ocorreu em 21/09/2012, sexta-
feira. Diante do caso trazido, apresente a peça processual adequada, devendo esta ser
apresentada no último dia do prazo.

QUESTÃO 13 - (FGV – VIII EO Unificado) João e José foram denunciados pela prática da
conduta descrita no art. 316 do CP (concussão). Durante a instrução, percebeu-se que os fatos
narrados na denúncia não corresponderiam àquilo que efetivamente teria ocorrido, razão pela
qual, ao cabo da instrução criminal e após a respectiva apresentação de memoriais pelas partes,
apurou-se que a conduta típica adequada seria aquela descrita no art. 317 do CP (corrupção
passiva). O magistrado, então, fez remessa dos autos ao Ministério Público para fins de
aditamento da denúncia, com a nova capitulação dos fatos. Nesse sentido, atento(a) ao caso
narrado e considerando apenas as informações contidas
no texto, responda fundamentadamente, aos itens a seguir.
A) Estamos diante de hipótese de mutatio libelli ou de emendatio libelli? Qual dispositivo
legal deve ser aplicado? (Valor: 0,50)
B) Por que o próprio juiz, na sentença, não poderia dar a nova capitulação e, com base nela,
condenar os réus? (Valor: 0,50)
C) É possível que o Tribunal de Justiça de determinado estado da federação, ao analisar
recurso de apelação, proceda à mutatio libelli? (Valor: 0,25)

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
Questão 14 - (OAB UN. 2/2010) José da Silva foi preso em flagrante pela polícia militar
quando transportava em seu carro grande quantidade de drogas. Levado pelos policiais à
delegacia de polícia mais próxima, José telefonou para seu advogado, o qual requereu ao
delegado que aguardasse sua chegada para lavrar o flagrante. Enquanto esperavam o advogado,
o delegado de polícia conversou informalmente com José, o qual confessou que pertencia a
um grupo que se dedicava ao tráfico de drogas e declinou o nome de outras cinco pessoas que
participavam desse grupo. Essa conversa foi gravada pelo delegado de polícia. Após a chegada
do advogado à delegacia, a autoridade policial permitiu que José da Silva se entrevistasse
particularmente com seu advogado e, só então, procedeu à lavratura do auto de prisão em
flagrante, ocasião em que José foi informado de seu direito de permanecer calado e foi
formalmente interrogado pela autoridade policial. Durante o interrogatório formal, assistido
pelo advogado, José da Silva optou por permanecer calado, afirmando que só se manifestaria
em juízo. Com base na gravação contendo a confissão e delação de José, o Delegado de
Polícia, em um único ato, determina que um de seus policiais atue como agente infiltrado e
requer, ainda, outras medidas cautelares investigativas para obter provas em face dos demais
membros do grupo criminoso: 1. quebra de sigilo de dados telefônicos, autorizada pelo juiz
competente; 2. busca e apreensão, deferida pelo juiz competente, a qual logrou apreender
grande quantidade de drogas e armas; 3. prisão preventiva dos cinco comparsas de José da
Silva, que estavam de posse das drogas e armas. Todas as provas coligidas na investigação
corroboraram as informações fornecidas por José em seu depoimento. Relatado o inquérito
policial, o promotor de justiça denunciou todos os envolvidos por associação para o tráfico de
drogas (art. 35, Lei 11.343/2006), tráfico ilícito de entorpecentes (art. 33, Lei 11.343/2006) e
quadrilha armada (art. 288, parágrafo único). Considerando tal narrativa, excluindo eventual
pedido de aplicação do instituto da delação premiada, indique quais as teses defensivas, no
plano do direito material e processual, que podem ser arguidas a partir do enunciado
acima, pela defesa de José. Indique os dispositivos legais aplicáveis aos argumentos
apresentados.

QUESTÃO 15 – (OAB 3.2010) Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista


extremamente qualificado, guiava seu automóvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do
carona. Durante o trajeto, o casal começa a discutir asperamente, o que faz com que Caio
empreenda altíssima velocidade ao automóvel. Muito assustada, Madalena pede

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
insistentemente para Caio reduzir a marcha do veículo, pois àquela velocidade não seria
possível controlar o automóvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em
direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. Todavia, o
automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade empreendida, acaba se desgovernando,
vindo a atropelar três pessoas que estavam na calçada, vitimando-as fatalmente. Realizada
perícia de local, que constatou o excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que
relataram à autoridade policial o diálogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo
Ministério Público pela prática do crime de homicídio na modalidade de dolo eventual, três
vezes em concurso formal. Recebida a denúncia pelo magistrado da vara criminal vinculada
ao Tribunal do Júri da localidade e colhida a prova, o Ministério Público pugnou pela
pronúncia de Caio, nos exatos termos da inicial.
Na qualidade de advogado de Caio, chamado aos debates orais, responda aos itens a seguir,
empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Qual(is) argumento(s) poderia(m) ser deduzidos em favor de seu constituinte? (Valor: 0,4)
b) Qual pedido deveria ser realizado? (Valor: 0,3)
c) Caso Caio fosse pronunciado, qual recurso poderia ser interposto e a quem a peça de
interposição deveria ser dirigida? (Valor: 0,3)

QUESTÃO 16 - (FGV – IX EO Unificado) Mário está sendo processado por tentativa de


homicídio uma vez que injetou substância venenosa em Luciano, com o objetivo de matá-lo.
No curso do processo, uma amostra da referida substância foi recolhida para análise e enviada
ao Instituto de Criminalística, ficando comprovado que, pelas condições de armazenamento e
acondicionamento, a substância não fora hábil para produzir os efeitos a que estava destinada.
Mesmo assim,
arguindo que o magistrado não estava adstrito ao laudo, o Ministério Público pugnou pela
pronúncia de Mário nos exatos termos da denúncia. Com base apenas nos fatos apresentados,
responda justificadamente.
A) O magistrado deveria pronunciar Mário, impronunciá-lo ou absolvê-lo sumariamente?
(Valor: 0,65)
B) Caso Mário fosse pronunciado, qual seria o recurso cabível, o prazo de interposição e a
quem deveria ser endereçado? (Valor: 0,60)

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
- SIMULADO 5 -

(FGV - 3.2010) No dia 17 de junho de 2012, uma criança recém-nascida é vista boiando em
um córrego e, ao ser resgatada, não possuía mais vida. Helena, a mãe da criança, foi localizada
e negou que houvesse jogado a vítima no córrego. Sua filha teria sido, segundo ela,
sequestrada por um desconhecido. Durante a fase de inquérito, testemunhas afirmaram que a
mãe apresentava quadro de profunda depressão no momento e logo após o parto. Além disso,
foi realizado exame médico legal, o qual constatou que Helena, quando do fato, estava sob
influência de estado puerperal. À míngua de provas que confirmassem a autoria, mas
desconfiado de que a mãe da criança pudesse estar envolvida no fato, a autoridade policial
representou pela decretação de interceptação telefônica da linha de telefone móvel usado pela
mãe, medida que foi decretada pelo juiz competente. A prova constatou que a mãe
efetivamente praticara o fato, pois, em conversa telefônica com uma conhecida, de nome Lia,
ela afirmara ter atirado a criança ao córrego, por desespero, mas que estava arrependida. O
delegado intimou Lia para ser ouvida, tendo ela confirmado, em sede policial, que Helena de
fato havia atirado a criança, logo após o parto, no córrego. Em razão das aludidas provas, a
mãe da criança foi então denunciada pela prática do crime descrito no art. 123 do Código
Penal perante a 1ª Vara Criminal (Tribunal do Júri). Durante a ação penal, é juntado aos autos
o laudo de necropsia realizada no corpo da criança. A prova técnica concluiu que a criança já
nascera morta. Na audiência de instrução, realizada no dia 31 de maio de 2013 (sexta-feira),
Lia é novamente inquirida, ocasião em que confirmou ter a denunciada, em conversa
telefônica, admitido ter jogado o corpo da criança no córrego. A mesma testemunha, no
entanto, trouxe nova informação, que não mencionara quando ouvida na fase inquisitorial.
Disse que, em outras conversas que tivera com a mãe da criança, Helena contara que tomara
substância abortiva, pois não poderia, de jeito nenhum, criar o filho. Interrogada, a denunciada
negou todos os fatos. Finda a instrução, o Ministério Público manifestou-se pela pronúncia,
nos termos da denúncia, e a defesa, pela impronúncia, com base no interrogatório da acusada,
que negara todos os fatos. O magistrado, na mesma audiência, prolatou sentença de pronúncia,
não nos termos da denúncia, e sim pela prática do crime descrito no art. 124 do Código Penal,
punido menos severamente do que aquele previsto no art. 123 do mesmo código, intimando as
partes no referido ato.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na condição de advogado(a) de Helena, redija a peça cabível à impugnação da
mencionada decisão, acompanhada das razões pertinentes, as quais devem apontar os
argumentos para o provimento do recurso, mesmo que em caráter sucessivo.

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
Questão 17- (OAB 3.2010) Caio, na qualidade de diretor financeiro de uma conhecida
empresa de fornecimento de material de informática, se apropriou das contribuições
previdenciárias devidas dos empregados da empresa e por esta descontadas, utilizando o
dinheiro para financiar um automóvel de luxo. A partir de comunicação feita por Adolfo,
empregado da referida empresa, tal fato chegou ao conhecimento da Polícia Federal, dando
ensejo à instauração de inquérito para apurar o crime previsto no artigo 168-A do Código
Penal. No curso do aludido procedimento investigatório, a autoridade policial apurou que Caio
também havia praticado o crime de sonegação fiscal, uma vez que deixara de recolher ICMS
relativamente às operações da mesma empresa. Ao final do inquérito policial, os fatos ficaram
comprovados, também pela confissão de Caio em sede policial. Nessa ocasião, ele afirmou
estar arrependido e apresentou comprovante de pagamento exclusivamente das contribuições
previdenciárias devidas ao INSS, pagamento realizado após a instauração da investigação,
ficando não paga a dívida relativa ao ICMS. Assim, o delegado encaminhou os autos ao
Ministério Público Federal, que denunciou Caio pelos crimes previstos nos artigos 168-A do
Código Penal e 1o, I, da Lei 8.137/90, tendo a inicial acusatória sido recebida pelo juiz da vara
federal da localidade. Após analisar a resposta à acusação apresentada pelo advogado de Caio,
o aludido magistrado entendeu não ser o caso de absolvição sumária, tendo designado
audiência de instrução e julgamento.
Com base nos fatos narrados no enunciado, responda aos itens a seguir, empregando os
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Qual é o meio de impugnação cabível à decisão do Magistrado que não o absolvera
sumariamente?
b) A quem a impugnação deve ser endereçada?
c) Quais fundamentos devem ser utilizados?

Questão 18 - (OAB 3.2010) Caio, residente no município de São Paulo, é convidado por seu
pai, morador da cidade de Belo Horizonte, para visitá-lo. Ao dirigir-se até Minas Gerais em
seu carro, Caio dá carona a Maria, jovem belíssima que conhecera na estrada e que, ao saber
do destino de Caio, o convence a subtrair pertences da casa do genitor do rapaz, chegando a
sugerir que ele aguardasse o repouso noturno de seu pai para efetuar a subtração. Ao chegar ao
local, Caio janta com o pai e o espera adormecer, quando então subtrai da residência uma
televisão de plasma, um aparelho de som e dois mil reais. Após encontrar-se com Maria no
veículo, ambos se evadem do local e são presos quando chegavam ao município de São Paulo.
Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Caio pode ser punido pela conduta praticada e provada? (Valor: 0,4)
b) Maria pode ser punida pela referida conduta? (Valor: 0,4)
c) Em caso de oferecimento de denúncia, qual será o juízo competente para processamento da
ação penal? (Valor: 0,2)

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OAB | 2a Fase Penal
RODRIGO DAMASCENO
QUESTÃO 19 - (OAB 2.2011) Antônio, pai de um jovem hipossuficiente preso em flagrante
delito, recebe de um serventuário do Poder Judiciário Estadual a informação de que Jorge,
defensor público criminal com atribuição para representar o seu filho, solicitara a quantia de
dois mil reais para defendê-lo adequadamente. Indignado, Antônio, sem averiguar a fundo a
informação, mas confiando na palavra do serventuário, escreve um texto reproduzindo a
acusação e o entrega ao juiz titular da vara criminal em que Jorge funciona como defensor
público. Ao tomar conhecimento do ocorrido, Jorge apresenta uma gravação em vídeo da
entrevista que fizera com o filho de Antônio, na qual fica evidenciado que jamais solicitara
qualquer quantia para defendê-lo, e representa criminalmente pelo fato. O Ministério Público
oferece denúncia perante o Juizado Especial Criminal, atribuindo a Antônio o cometimento do
crime de calúnia, praticado contra funcionário público em razão de suas funções, nada
mencionando acerca dos benefícios previstos na Lei 9.099/95. Designada Audiência de
Instrução e Julgamento, recebida a denúncia, ouvidas as testemunhas, interrogado o réu e
apresentadas as alegações orais pelo Ministério Público, na qual pugnou pela condenação na
forma da inicial, o magistrado concede a palavra a Vossa Senhoria para apresentar alegações
finais orais.
Em relação à situação acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) O Juizado Especial Criminal é competente para apreciar o fato em tela?
b) Antônio faz jus a algum benefício da Lei 9.099/95? Em caso afirmativo, qual(is)?
c) Antônio praticou crime? Em caso afirmativo, qual? Em caso negativo, por que razão?

QUESTÃO 20 - (OAB 2.2011) Joaquina, ao chegar à casa de sua filha, Esmeralda, deparou-
se com seu genro, Adaílton, mantendo relações sexuais com sua neta, a menor F.M., de 12
anos de idade, fato ocorrido no dia 2 de janeiro de 2011. Transtornada com a situação,
Joaquina foi à delegacia de polícia, onde registrou ocorrência do fato criminoso. Ao término
do Inquérito Policial instaurado para apurar os fatos narrados, descobriu-se que Adaílton vinha
mantendo relações sexuais com a referida menor desde novembro de 2010. Apurou-se, ainda,
que Esmeralda, mãe de F.M., sabia de toda a situação e, apesar de ficar enojada, não
comunicava o fato à polícia com receio de perder o marido que muito amava. Na condição de
advogado(a) consultado(a) por Joaquina, avó da menor, responda aos itens a seguir,
empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Adaílton praticou crime? Em caso afirmativo, qual?
b) Esmeralda praticou crime? Em caso afirmativo, qual?
c) Considerando que o Inquérito Policial já foi finalizado, deve a avó da menor oferecer
queixa-crime?

 
 

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