VII SRST – SEMINÁRIO DE REDES E SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES
INSTITUTO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES – INATEL
ISSN 2358-1913
SETEMBRO DE 2017
Gerenciamento de Redes TCP/IP através do
Sistema Open Source Zabbix
Diego Everton Merss Moreira1, Evandro Luiz Brandão Gomes2
Abstract—This document presents information about the
concept of TCP/IP network management, functional areas, the
main protocols and the practical application of these concepts
through the Open Source system Zabbix.
Index Terms— Management, Networking, Security, Zabbix.
Resumo—Este documento apresenta informações sobre o
conceito de gerenciamento de redes TCP/IP, áreas funcionais, os
principais protocolos e as aplicações práticas desses conceitos
através do sistema Open Source Zabbix.
Palavras chave—Gerenciamento, Redes, Segurança, Zabbix.
I. INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, as redes de telecomunicações têm se
tornado de suma importância para a sociedade e a cada dia que
passa o aumento de dispositivos conectados à rede mundial de
computadores cresce exponencialmente, bem como, a
quantidade de informações e serviços oferecidos através dela.
As grandes corporações, pequenas e médias empresas e
instituições se tornaram cada vez mais dependentes do uso
dessas redes, surgindo então a necessidade de mantê-las de
forma a garantir a operacionalidade através do Gerenciamento
de Redes.
O gerenciamento de uma rede consiste em se saber, em
tempo real, o desempenho através da monitoração de
dispositivos e serviços, bem como, estabelecer um controle
sobre o desempenho dessa rede [1].
Nesse artigo, será apresentado o modelo de referência de
gerenciamento de redes OSI (Open System Interconnection) e
aplicação desses conceitos através do sistema Open Source
Zabbix, de acordo com o site da Zabbix SIA.
II. JUSTIFICATIVA
Uma grande rede não pode ser organizada e gerenciada
unicamente pelo esforço humano. A complexidade desse tipo
de sistema obriga o uso de ferramentas automatizadas de
gerenciamento de rede. A urgência dessas ferramentas é cada
vez maior, bem como a dificuldade em fornecê-las, se a rede
incluir equipamento de diversos fornecedores.
Além disso, a crescente descentralização dos serviços de
rede, como exemplificado pela crescente importância das
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de
Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado
de Pós-Graduação em Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicações.
Orientador: Prof. Evandro Luis B. Gomes. Trabalho aprovado em 07/2017.
estações de trabalho e computação cliente/servidor, torna cada
vez mais difícil gerenciar a rede de maneira coerente e
coordenada.
Nesses complexos sistemas de informação, muitos recursos
importantes são dispersos para muito além do pessoal do
gerenciamento de redes [2].
III. CONCEITOS DE GERENCIAMENTO DE REDES
Um sistema de gerenciamento de redes é formado por uma
coleção de ferramentas integradas de monitoramento e
controle de rede, tais como: interface de monitoramento
alinhada a um conjunto de comandos para execução de tarefas
de gerenciamento, uma quantidade mínima de equipamentos
separados, isto é, que a maioria do hardware e software
necessário para o gerenciamento da rede seja incorporada nos
equipamentos de usuários existentes [3].
O software utilizado para realizar as operações de
gerenciamento resida nos computadores hospedeiros (estações
de trabalhos ou servidores) e nos processadores de
comunicação (switches, roteadores).
Em uma rede gerenciada, deverá existir ao menos uma
estação ou servidor que atuará como gerente, sendo este o
responsável pelo controle e monitoramento dos dispositivos
gerenciados (switches, roteadores, estações cliente e
servidores) denominados como agentes. O agente é um
software instalado nos dispositivos gerenciáveis da rede e tem
como principal objetivo o monitoramento e controle dos
dispositivos do ambiente em que estão instalados.
Com a evolução e o crescimento das redes, e
consequentemente, o aumento de sua importância para as
organizações, fez-se necessário definir critérios que
possibilitassem gerenciar de maneira eficiente estas redes e,
com a grande diversidade de equipamentos e protocolos,
totalmente dependentes de seus fabricantes surgiu a
necessidade de se criar frameworks, a fim de se estabelecer
padrões de gerência que permita a interoperabilidade entre os
diversos dispositivos.
Dentre os diversos padrões desenvolvidos destacam-se o
CMISE/CMIP (Commom Management Information Service
Element / Commom Management Information Protocol), o
RMON (Remote Monitoring), o SNMP (Simple Network
Management Protocol) e o TMN (Telecommunication
Management Network).
A ISO (International Organization for Standardization)
apresentou um modelo básico de arquitetura de gerenciamento
de rede OSI (Open System Interconnection), ilustrado na
Figura 1. Este modelo é capaz de atender a uma enorme
diversidade de elementos gerenciáveis e que tenha
características de integração, simplicidade, segurança e
flexibilidade, sendo um complemento ao modelo de referência
OSI, dessa forma foi idealizada a arquitetura genérica de
gerência de redes formada por seis entidades principais: objeto
gerenciável, processo gerente, processo agente, base de
informações, primitivas e protocolos de gerência.
Fig. 1. Arquitetura Genérica de Gerencia de Redes [3].
IV. PROTOCOLO SNMP
O gerenciamento de redes não se resume apenas em garantir
que os equipamentos de rede (objetos gerenciados) estejam
apenas ligados e em operação, mas também, garantir o
desempenho ideal dos mesmos e é nesse ponto que o
protocolo de gerenciamento de redes SNMP atua.
O SNMP foi criado em 1988 com o objetivo de satisfazer a
crescente necessidade de um padrão para gerenciamento
remoto de dispositivos IP (Internet Protocol), fornecendo aos
usuários um elaborado conjunto de operações “simples” (e
informações dessas operações), possibilitando aos
administradores a facilidade de alterar o estado desses
dispositivos (por exemplo, desabilitar uma interface ou mesmo
verificar a velocidade na qual a interface está operando, dentre
outras).
O IETF (Internet Engineering Task Force) é responsável
pelos padrões de protocolos que governam o tráfego da
internet, incluindo o SNMP o qual possui três versões
distintas:
SNMPv1 – é a versão inicial, definido na RFC 1157.
Nessa versão, cinco tipos de PDU (Protocol Data Unity)
foram implementadas: GetRequest, GetNexRequestt,
GetResponse, SetRequest e Trap. O mecanismo de segurança
implementado nessa versão é extremamente limitado, pois é
baseado em strings de comunidade, o qual todos os
dispositivos em uma rede administrados por um conjunto
particular de gerentes são pertencentes a uma mesma
comunidade que aparece em um campo no cabeçalho de forma
simples (texto puro), qualquer mensagem recebida com a
string de comunidade errada é rejeitada pelo destinatário.
SNMPv2 – Também chamada tecnicamente de
SNMPv2C, é definida pelas RFCs 3416, 3417 e 3418. Nessa
versão foram implementadas diversas melhorias em relação a
versão anterior, destacando-se a comunicação entre as
entidades gerentes através de mensagens InformRequest,
possibilitando o gerenciamento distribuído. Houve também a
inserção de uma PDU, o GetBulkRequest, com o intuito de
otimizar e facilitar a recuperação de dados em tabelas e
alterações nos formatos de nomes existentes.
SNMPv3 – É a versão mais recente, sua principal
contribuição está relacionada à segurança, com suporte a
autenticação e comunicação privada entre entidades
gerenciadas. O protocolo SNMPv3 está definido nas RFCs
3410, 3411, 3412, 3413, 3414, 3415, 3416, 3417, 3418 e 2576.
Embora seja considerado o padrão mais completo entre as três
versões do SNMP, a adoção da versão mais recente pelos
fabricantes é notoriamente lenta.
O protocolo SNMP opera através de duas entidades, o
Agente e o Gerente. O Gerente é um servidor executando um
software que pode lidar com as tarefas de gerenciamento de
rede, sendo conhecidos também como Sistemas NMS
(Network Management Systems). Um NMS é responsável pela
sondagem e recepção de traps dos Agentes. Um Trap é a
maneira do agente dizer ao NMS que algo ocorreu, sendo
enviadas de forma assíncrona, e não em resposta à consulta do
NMS.
O NMS é ainda responsável por executar uma ação com
base nas informações recebidas pelo Agente, por exemplo, o
envio de uma mensagem ao administrador da rede informando
sobre o evento ocorrido.
Um Agente (roteador, servidor, switch, etc.) é um software
executado nos dispositivos de rede que podem enviar traps ou
responder solicitações de informações que podem ser usadas
para a determinação de eventos. A Figura 2 apresenta o
relacionamento entre as entidades Gerente e Agente.
Fig. 2. Relação entre um NMS (Gerente) e um Agente. [4]
V. ESTRUTURA DE INFORMAÇÕES DE GERENCIAMENTO
A estrutura de informações de gerenciamento, do inglês,
SMI (Structure of Management Information), é um conjunto
de especificações de estrutura e identificação para as
informações gerenciais descritas na RFC 1155, e que fornece
uma maneira de definir os objetos gerenciados e os seus
devidos comportamentos, nesse contexto, a MIB pode ser
considerada o banco de dados desses objetos gerenciados, que
por sua vez, são consultados e manipulados pelos agentes
SNMP [6].
A MIB é uma estrutura padronizada em níveis que contém
os objetos gerenciáveis de um determinado dispositivo, ela
utiliza o OID (Object Identification) para identificar o tipo de
informação a ser solicitada ou armazenada no dispositivo de
rede, ou a operação a ser executada. Essa estrutura é ilimitada
e pode ser atualizada e expandida de acordo com a
necessidade. A MIB foi desenvolvida em duas versões: MIB-I,
que foi implementada junto ao SNMPv1 e a MIB-II,
implementada na segunda versão do SNMP. através de informações como: descrição do sistema, número
Um objeto gerenciável é uma visão abstrata de um recurso de interfaces de rede, endereço IP de cada interface,
de um dispositivo de rede, correspondente a uma estrutura de estatísticas de mensagens (datagramas) enviadas e recebidas e
dados e operações obtida a partir do modelamento dos de conexões TCP ativas.
recursos desse dispositivo. Suas principais características são: A estrutura da MIB-II, disponibilizada na segunda versão
• Rótulo, denominado OID é uma identificação única do SNMP e apresentada na Figura 4, foram adicionados novos
em formato de texto representado por uma sequência sub-níveis contendo os grupos apresentados na Tabela 1:
de números que identifica a posição do objeto na
estrutura da MIB (por exemplo: 1.3.6.1.4.1.2682.1).
• Atributos: tipo de dados, descrição e informação de
status, configuração e estatística, entre outras
informações.
• Operações que podem ser aplicadas aos objetos:
leitura (read), escrita (write) e comandos (set).

Na primeira versão do SNMP, a MIB-I é definida através de

níveis hierárquicos; no primeiro nível (Raíz) estão definidos
três sub-níveis (Nós) destinados aos órgãos que regulamentam
a padronização das MIBs. Os segundo e terceiro níveis são Fig. 4. Estrutura da MIB-II. [5]
destinados aos órgãos que definem a administração de um
determinado sub nível que, no exemplo acima, é o DoD, TABELA I
responsável pela internet e que possui quatro sub níveis: GRUPOS DA MIB-II
• Directory (1): contém informações sobre o serviço de GRUPO INFORMAÇÕES
diretórios OSI (X.500). system (1) Sistema operacional do dispositivo
• Mgmt (2): informações de gerenciamento de rede. de rede
interfaces (2) Interface da rede com o meio físico
• Experimental (4): contém os objetos que ainda estão addresstranslation (3) Mapeamento de endereços IP em
sendo pesquisados. endereços físicos
Private (4): contém objetos definidos por outras ip (4) Protocolo IP
organizações icmp (5) Protocolo ICMP
tcp (6) Protocolo TCP
A Figura 3 exibe a estrutura básica de uma MIB-I. udp (7) Protocolo UDP
egp (8) Protocolo EGP
cmot (9) Protocolo CMOT
transmission (10) Meios de transmissão
snmp (11) Protocolo SNMP

VI. MODELO FCAPS

Criado também pela ISO, o modelo FCAPS consiste em
abordar as principais funções de um sistema de gerenciamento
de redes através de áreas funcionais, são elas: Fault
Management (Gerenciamento de Falhas), Configuration
Management (Gerenciamento de Configuração), Account
Management (Gerenciamento de Contabilização),
Performance Management (Gerenciamento de Performance) e
Security Management (Gerenciamento de Segurança).
A. Fault Management
O Gerenciamento de Falhas tem como principal objetivo
detectar, registrar e notificar aos usuários e/ou sistemas sobre
as ocorrências relacionadas a falhas de dispositivos de rede.
Em alguns ambientes, a inoperância de dispositivos pode ser
considerada inaceitável. O Gerenciamento de Falhas
determina alguns passos cruciais para resolução de falhas:
1. Determinar exatamente onde está a falha.
2. Isolar o restante da rede da falha, de modo que ela
Fig. 3. Estrutura da MIB-I, definida na primeira versão do SNMP. [5] possa continuar operando sem qualquer interferência.
Inicialmente, essa versão tinha como objetivo atender aos
requisitos básicos de gerenciamento do protocolo TCP/IP
 3. Reconfigurar ou modificar a rede de modo que
minimize o impacto de operar sem o componente ou
componentes falhos.
4. Reparar ou substituir os componentes falhos para
restaurar a rede ao seu estado inicial
5. Registrar todo o processo utilizado para detectar e
solucionar a falha.
B. Configuration Management
O objetivo do Gerenciamento de Configuração é monitorar
a configuração da rede e dos sistemas, como por exemplo:
• Versão do sistema operacional, firmware, etc.
• Número de interfaces de rede, taxa de velocidade
negociada, etc.
• Quantidade de discos, espaço ocupado, espaço
disponível, etc.
• Número de processadores, taxa de processamento,
etc.
• Quantidade de memória RAM.
Geralmente, esse tipo de informação é armazenado em
algum tipo de banco de dados e é atualizado constantemente,
podendo ser útil, inclusive, na resolução de algum problema.
C. Account Management
Assegurar que os recursos de computação e de rede estão
sendo utilizados de forma justa por todos os grupos ou
indivíduos que os acessam faz parte dos objetivos do
Gerenciamento de Contabilização.
Como uma forma de regulamentação, os problemas de rede
podem ser minimizados, uma vez que os recursos estarão
sendo utilizados conforme dimensionados com base nas
capacidades.
D. Performance Management
O objetivo do Gerenciamento de Desempenho pode ser
subdivido em duas categorias funcionais: Monitoramento e
Controle.
Monitoramento é a função que acompanha as atividades da
rede. A função de Controle permite que o gerenciamento de
desempenho faça ajustes para melhorar a performance da rede,
alguns exemplos de questões de desempenho são:
• Qual o nível de utilização de capacidade?
• Existe tráfego excessivo?
• A vazão caiu a níveis inaceitáveis?
• Existem gargalos?
E. Security Management
Para a Gestão de Segurança, dois passos são necessários, o
primeiro é controlar o acesso aos recursos de rede e hosts e o
segundo é ajudar na detecção e prevenção de ataques que
podem vir a comprometer a operação da rede e/ou hosts. O
Gerenciamento de Segurança não abrange apenas os sistemas
de segurança de rede e hosts, mas também a segurança física,
isso inclui sistemas de controle de acesso, tais como,
biometria, cartões de acesso RFID (Radio-Frenquecy
Identification), sistemas de vídeo monitoramento, alarmes e
sistemas contra incêndios. Garantindo assim, que apenas
pessoas autorizadas tenham acesso aos recursos da rede.
Atualmente, a Gestão de Segurança faz uso de diversas
ferramentas e sistemas concebidos exclusivamente para esse
fim:
• Firewalls
• Intrusion Detection Systems (IDS)
• Intrusion Prevention Systems (IPS)
• Antivirus
VII. O APLICATIVO ZABBIX
O Zabbix é um software de nível empresarial desenvolvido
pela Zabbix SIA que foi projetado para monitorar a
disponibilidade e o desempenho de componentes de
infraestrutura de TI [7].
Foi lançado sob a GNU General Public Licence (GPL)
versão 2, ou seja, é de código aberto e pode ser utilizado sem
nenhum custo.
Através do Zabbix é possível coletar diversos tipos de
dados, armazená-los em banco de dados e realizar análises
para geração de alertas. As opções de monitoramento
distribuído estão disponíveis através do uso de Proxies
Zabbix. O Zabbix pode descobrir automaticamente os
dispositivos de rede, bem como, realizar a descoberta de baixo
nível com métodos de atribuição automática de verificações de
desempenho e disponibilidade das entidades descobertas.
Através de sua interface web, ele dispõe de ferramentas para
criação de mapas de topologia, telas com slide-show,
dashboards, visões gerais e gráficos. Na Figura 5 pode ser
visualizado uma tela de Dashboard de um sistema em
funcionamento.
Fig. 5. Tela de Dashboard da Aplicação Zabbix 3.0.
A. Características
O Zabbix se destaca pela sua capacidade de monitoramento,
onde tudo na rede pode ser monitorado através de agentes
SNMP e IPMI (Intelligent Platform Management Interface), O
agente IPMI possibilita a obtenção de dados de hardware,
como por exemplo, a temperatura da CPU (Central Processing
Unit) e do chassi, velocidade da ventoinha, voltagem do
sistema, estado do disco físico, entre outros parâmetros de
hardware passíveis de monitoramento, assim como o
desempenho e disponibilidade de servidores, aplicações web,
banco de dados, equipamentos de rede, dentre outros. É
possível também customizar a coleta de dados através de
integração pela sua própria API (Application Programming
Interface).
O Zabbix é um sistema escalável, o qual já possui relatos de
instalações com mais de 100.000 dispositivos monitorados,
atestando a capacidade de processar mais de 3.000.000 de
checagens por minuto usando servidores de médio porte e
coletas de gigabytes de dados diariamente. [7]
Mesmo com sua rica interface web com telas, painéis e
gráficos, é possível configurá-lo para o envio de alertas
através de e-mail, mensagens SMS (Short Message Service)
ou Jabber, protocolo XMPP (Extensible Management and
Presence Protocol) sendo possível também a integração com
outros métodos de notificação e sistemas de tickets (softwares
utilizados para registros de incidentes, manutenções,
alterações de configurações, entre outras funcionalidades).
Existe também a funcionalidade de escalonamento de
problema, caso a falha não seja resolvida num determinado
período limite, o sistema pode notificar técnicos especialistas,
supervisão e gerência, por exemplo. Outra funcionalidade
interessante é o recurso de reconhecimento de alarmes, o qual
pode ser usado para identificar que o problema foi visto e já
está sendo tratado.
Pode haver situações que uma ação automatizada possa
resolver um determinado evento, por exemplo, a
reinicialização de um serviço em um servidor.
B. Funcionalidades
O Zabbix possui um rico conjunto de recursos que
permitem o monitoramento de não só apenas hosts, pois o
mesmo possui uma vasta gama de tipos de métodos de coletas
de dados bem diversificadas, esses métodos proporcionam
uma grande flexibilidade aos administradores quando se trata
de escolher a melhor opção mais adequada para cada situação.
C. Agente Zabbix
Um agente nativo, desenvolvido em linguagem C, pode ser
executado em diversas plataformas (Linux, Unix, Windows) e
retornar informações do tipo uso de CPU, memória, disco e
tráfego de rede em interfaces.
D. Suporte SNMP e IPMI
Compatível com as versões V1, V2c e V3 do protocolo
SNMP e também suporta o padrão MIB-II, bem como,
informações específicas sobre um Enterprise MIB. As coletas
podem ser realizadas através de consultas SNMP ou por meio
de recebimento de traps através do daemon_snmp_traps e do
utilitário zabbix sender.
O agente IPMI está presente por padrão em servidores com
arquitetura Intel como HP iLO e o Dell DRAC.
E. Monitoramento sem Agente
Checagem de serviços específicos de rede ou portas de
comunicação como, por exemplo, FTP (File Transfer
Protocol), SSH (Secure Shell), POP (Post Office Protocol),
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol), entre outros.
Monitoramento através de ping também é muito utilizado para
checagem da disponibilidade de comunicação de um
dispositivo.
F. Monitoramento Personalizado
Além das verificações embutidas, o Zabbix permite a
criação e execução de scripts personalizados através de
linguagens de programação, por exemplo, Shell, Perl, Python
e Ruby. O resultado do script é armazenado e analisado como
qualquer outra verificação.
G. Módulos Carregáveis
Possibilita estender a funcionalidade do Zabbix, devido a ter
um melhor desempenho do que a opção de parâmetros de
usuário (utilizado em Monitoramento Personalizado). Além do
maior desempenho e da capacidade de implementar qualquer
lógica, os módulos têm potencial para serem desenvolvidos e
compartilhados dentro da comunidade Zabbix. Desenvolvidos
para sistemas baseados em Unix, um módulo carregável nada
mais é do que uma biblioteca compartilhada usada pelo
servidor Zabbix ou agente e carregado na inicialização.
H. Monitoramento de Máquinas Virtuais
Suporte para monitoramento de servidores VMware, inclui
a possibilidade de descobrir automaticamente hypervisors e
máquinas virtuais, bem como, monitorar as instalações do
VMware vCenter e vSphere para várias propriedades e
estatísticas de hypervisor e máquina virtual.
I. Monitoramento Web
Uma função de monitoramento web eficaz e flexível é
possibilitada através de um módulo, o qual executa
regularmente, cenários pré-definidos e armazena os resultados
obtidos, monitora disponibilidade e desempenho de múltiplos
recursos e, com base nesses dados, gera gráficos, alarmes e
notificações de falhas. A Figura 6 apresenta um exemplo de
tela com os gráficos de um monitoramento web.
Fig. 6. Gráfico de Monitoramento Web – Aplicação Zabbix 3.0.
J. Monitoramento de Aplicações Java
O Zabbix Java gateway, escrito em Java, é capaz de
monitorar aplicativos Java usando a tecnologia JMX (Java
Management Extensions). Desta forma, um servidor Zabbix
solicita ao gateway Java Zabbix um contador JMX específico,
que remotamente, por meio da API JMX, pode fornecer
informações sobre o aplicativo Java, sem a necessidade de
qualquer software adicional.
K. Monitoramento de Banco de Dados
Através do ODBC (Open Data Base Connectivity) e seus
drivers, pode-se coletar dados em bancos de dados MySQL,
PostgreSQL, Oracle e Microsoft SQL Server. O resultado é
armazenado e permite gerar gráficos, alarmes e notificações
em casos de falha, por exemplo: falhas de conexão com o
banco de dados, status do serviço, erros de gravação, etc.
L. Monitoramento Personalizado
Itens calculados podem ser gerados através de expressões
aritméticas. Como exemplo, podemos citar a soma do tráfego
de duas interfaces de um switch.
Com hosts sendo organizados em grupos, pode-se criar itens
com funções agregadas como máximo, mínimo e média de um
item que é comum a todos os hosts no grupo. Um exemplo de
um item agregado seria calcular a média de uso de memória
em todos os hosts de um grupo específico.
M. Desempenho Interno
Verificações no próprio servidor Zabbix ou proxy Zabbix
coletam informações importantes sobre o status permitindo
que o administrador identifique e resolva problemas de forma
mais ágil. Em ambientes médios e grandes, o monitoramento
desses valores é fundamental para garantir que um servidor ou
proxy Zabbix esteja trabalhando com recursos compatíveis
com a demanda.
N. Serviços de TI
Através desse recurso é possível medir o SLA (Service
Level Agreement) de serviços de TI através de Triggers, por
exemplo: a disponibilidade de um link de internet, servidores
de e-mail, DNS (Domain Name System), sistemas ERP
(Enterprise Resource Planning), etc., calcular através de
parâmetros previamente definidos se o nível de serviço está de
acordo com o contrato, informar visualmente ou disparar
acionadores de notificação.
O. Inventário
Junto ao cadastro de hosts fica localizado a ferramenta de
inventário, o qual é possível armazenar detalhes do dispositivo
como número de série, modelo, fabricante, memória, versão
de firmware dentre diversas outras informações. Também
conta com a possibilidade de buscar algumas informações de
forma automática, via SNMP.
VIII. CONCLUSÃO
Com a utilização do Zabbix é possível monitorar diversos
sistemas operacionais (Windows, Linux, FreeBSD, entre
outros), permitindo a configuração de automatização para
resolução de problemas, disponibilizando um flexível sistema
de notificação de eventos através de e-mail, SMS ou
WhatsApp, sendo também muito colaborativo na parte
gerencial, fornecendo relatórios detalhados de visualização de
recursos e dados coletados. Possibilita um monitoramento
preventivo, seguro (uma vez que disponibiliza o controle de
permissões de acesso), compatível com os principais
protocolos de gerenciamento de redes (SNMP e IPMI) e ainda
conta com a ferramenta de inventario. De forma geral,
possibilita a abordagem de boa parte do modelo FCAPS e
reforça a frase “Você não pode gerenciar o que não pode
medir” que ilumina o assunto que muitos responsáveis de
infraestrutura que, por vezes, desconhecem a questão de como
está a estrutura de rede ou serviço da organização.
REFERÊNCIAS
[1] Soares Neto, Vicente. “Redes de Dados Teleprocessamento e Gerência
de Redes” Ed. Erika, 1993.
[2] Stallings, William. “Redes e Sistemas de Comunicação de Dados” Ed.
Campus, 2005.
[3] Poleto Filho, Olavo (2012, Jan 09) “Gerenciamento e Monitoramento de
Redes I, Análise de Desenmpenho” [Online] Disponível:
http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialgmredes1/default.asp
[4] R. Mauro, Douglas e J. Schimidt, Kevin. “SNMP Essentials” Ed.
O’REILLY, 2001.
[5] Huber Bernal Filho (2014, Jan 27), “Simple Network Management
Protocol (SNMP)” [Online] Disponível:
http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialsnmp/default.asp
[6] Burgess, Mark. “Princípios de Administração de Redes e Sistemas – 2ª
Edição” Ed. LTC, 2006.
[7] Zabbix SIA. Título: Zabbix – The Enterprise-Class Open-Source
Network Monitoring Solution [Online] Disponível:
http://www.zabbix.com
Diego Everton Merss Moreira, nasceu em São Paulo, SP, em 29 de julho de
1987. Possui os títulos: Técnico em Informática (Colégio Tecnológico
“Delfim Moreira”, 2007), Tecnólogo em Redes de Computadores (Inatel,
2012). De 2012 a 2016 atuou como Administrador de Redes na empresa Britis
Telecom (Pouso Alegre, MG), sendo também responsável pelos setores de
Suporte Técnico Níveis 1 e 2 e NOC (Network Operations Center). Em 2016
passou pelas empresas DTC Telecom (Pouso Alegre, MG) e Direta
Comunicação (Guaxupé, MG) exercendo a função de Administrador de Redes
e Gerente de Redes respectivamente. Atualmente está trabalhando na cidade
de Itajubá-MG na empresa FastNet Telecom como Administrador de Redes,
responsável pela rede de backbone, administração de ASN, recursos de
numeração (IPv4 e Ipv6) e suporte técnico a clientes de trânsito.
Evandro Luís Brandão Gomes é Pós-graduado em Informática Gerencial e
graduado em Tecnologia m Processamento de Dados pela FAI - Centro de
Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação (1985). Possui curso de
nível médio em eletrônica pela Escola Técnica de Eletrônica "FMC".
Atualmente é professor assistente da Fundação Instituto Nacional de
Telecomunicações (Inatel) e professor assistente da FAI - Centro de Ensino
Superior em Gestão, Tecnologia e Educação. Tem experiência nas áreas de:
Linguagens de Programação, Arquitetura de Computadores, Sistemas
Operacionais, Redes de Computadores, Protocolos de Comunicação,
Eletrônica Digital, Microprocessadores / Microcontroladores, Segurança de TI
e Auditoria de TI. Possui certificação de instrutor de treinamentos em redes e
equipamentos de comunicação de dados pela Huawei Technologies.