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1- Introdução

No comércio internacional, as negociações de compra e venda, devem


estar amparadas em um contrato, onde serão definidos diversos aspectos,
riscos e responsabilidades em que o exportador e importador estão envolvidos.
Para se definir de forma precisa o momento de transferência do exportador
para o importador e todos os custos e riscos inerentes às operações
internacionais, geralmente são utilizadas siglas com três letras em inglês, os
incoterms, que ajudam na simplificação da definição dos direitos e obrigações
dos negociadores internacionais.
No Brasil, dois destes termos internacionais, são bastante conhecidos e
erroneamente utilizados, os termos FOB e CIF.
O termo FOB (Free on Board) significa que o exportador entrega as
mercadorias quando elas transpõem a amurada do navio no porto de
embarque nomeado e.
O termo CIF (Cost, Insurance and Freight) significa que o exportador
entrega as mercadorias quando elas transpõem a amurada do navio no porto
de embarque, sendo que o exportador deve pagar os custos e fretes
necessários para levar as mercadorias ao porto de destino nomeado. Pelo
exposto fica evidenciado que referidos termos só devem ser utilizados em
negociações internacionais que envolvam os chamados transportes
aquaviários (marítimo e hidroviário), no entanto verificamos o uso destes
incoterms em negociações nacionais, quando são de uso internacional e ainda,
verifica-se um total desconhecimento das definições específicas do significados
de cada um deles.

Os incoterms foram criados pela CCI – Câmara de Comércio Internacional, em


1936, sendo um padrão contratual mundial que tem sido regularmente
atualizado para acompanhar o passo do desenvolvimento do comércio
internacional. Acompanhando a expansão das zonas de livre comércio, o
aumento do uso de comunicação eletrônica em transações comerciais, e
mudanças nas práticas de transportes, os incoterms foram recentemente
revisados e no início deste ano (2000) foi lançada a brochura de nº 560 com a
edição dos Incoterms-2000, as outras alterações (emendas e adições) foram
realizadas em 1953, 1967, 1976, 1980 e 1990. O incoterms 2000 oferece uma
apresentação mais simples e mais clara das treze definições.

Uma exceção ao uso dos INCOTERMS são os EUA que possuem seus
próprios termos, os chamados American Terms, criados desde 1941. Porém no
restante do mundo, os incoterms são bastante utilizados, pois freqüentemente,
as partes de um contrato desconhecem as diferentes práticas comerciais em
seus respectivos países, dando origem a mal entendidos, que podem gerar
disputas e conflitos, gerando perda de tempo e recursos financeiros. Cabe
destacar que a Câmara de Comercio Internacional, aborda os incoterms como
limitado aos assuntos relativos aos direitos e obrigações das partes do contrato
de venda com relação à entrega das mercadorias vendidas, sendo de uso
inteiramente opcional.

Os treze incoterms são divididos em quatro grupos: Grupo E – partida


possuindo um só incoterm o EXW (Ex Works – Na Origem); Grupo F –
transporte principal não pago, possuindo três incoterms, FCA (Free Carier –
Livre no Transportador), FAS ( Free Alongside Ship – Livre ao Lado do Navio) e
FOB (Free on Board – Livre a Bordo); Grupo C – transporte principal pago,
possuindo quatro incoterms, CFR (cost and Freight – Custo e Frete), CIF (Cost,
Insurance and Freight – Custo, Seguro e Frete), CPT (Cariage Paid To –
Transporte Pago Até) e CIP (Cariage And Insurance Paid To – Transporte e
Seguro Pagos Até); e finalmente o Grupo D – chegada, com cinco incoterms,
DAF (Delivered At Frontier – Netregue na Fronteira), DES (Delivered Ex Ship –
Entregue no Navio), DEQ (Delivered Ex Quay – Entregue no Cais), DDU
( Delivered Duty Unpaid – Entregue com Direitos não Pagos) e DDP (Delivered
Duty Paid – Entregue com Direitos Pagos). O uso destas diferentes expressões
que aparecem visam atingir o máximo de consistência possível e desejável
com respeito às várias interpretações que possam surgir nas negociações
internacionais, é importante ressaltar também que alguns não são usados no
Brasil, em função da nossa legislação, especificamente a que trata dos nossos
regimes tributários.
Finalmente, julgamos que o conhecimento profundo dos termos de
negociação internacional, os incoterms, é de fundamental importância quando
da realização de transações internacionais, ressaltando-se que eles não são
suficientes para substituir todos os termos contratuais de uma venda
internacional, porém simplifica bastante o entendimento da negociação, ou
seja,fob o contratante paga o frete e cif o contratado paga o frete.

2- Diferenças entre Clausula SIF e Clausula FOB

I - Frete FOB. Nas operações mercantis de compra e venda, a Cláusula


FOB atribui ao vendedor o encargo de entregar a mercadoria a bordo, pelo
preço estabelecido, ficando as despesas decorrentes do transporte (frete e
seguro) por conta do comprador, bem como os riscos, até o porto de destino.
Destaca-se que a responsabilidade do vendedor cessa no momento em que
coloca a mercadoria a bordo do navio, no porto de embarque.

II - Frete CIF “A Cláusula CIF estabelece o princípio de que cabe ao vendedor


a obrigação de entregar a mercadoria ao comprador, no local em que este tem
seu estabelecimento, ou local que indicar, ou no porto de destino, correndo por
conta do vendedor as despesas com frete e seguro.
Destaca-se que sendo o produto ou mercadoria transportada por
embarcação, chegando esta ao porto de destino, as despesas de frete e
seguro começam a correr por conta do comprador. Quando o transporte é
terrestre, a responsabilidade do vendedor cessa no momento em que entrega a
mercadoria ao transportador.
Assim, observar-se-á que: a) quanto o comprador receber mercadorias
com frete “FOB”, as despesas decorrentes do transporte (frete e seguro)
correm por sua conta; e b) quando o comprador receber mercadorias com frete
“CIF”, as despesas decorrentes do transporte (frete e seguro) correm por conta
do vendedor.
Em relação ao ICMS, nos termos do art. 155, § 2º, I, da Constituição
Federal e art. 19 da Lei Complementar Federal nº 87/1996, o ICMS é não-
cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à
circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual
e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores
pela mesma ou por outra Unidade da Federação. Assim, é assegurado o direito
de creditar-se do ICMS anteriormente cobrado, entre outras, em operações de
transporte interestadual e intermunicipal pelo estabelecimento (Lcp 87/1996,
art. 20): a) remetente de mercadoria, correspondente à operação tributada pelo
ICMS, cujo custo do frete é de responsabilidade do vendedor ou remetente
(contratado com cláusula CIF); b) destinatário de mercadoria, correspondente à
operação tributada pelo ICMS, cujo custo do frete é de responsabilidade do
comprador ou destinatário (contratado com cláusula FOB).

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